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Bacharelado em Engenharia Mecânica

Disciplina: Engenharia automobilística


Aula 1 – História dos veículos automotores

Marcelo Lourenço Antunes


História dos veículos automotores
1.1. Histórico
Como tantas outras máquinas complexas, o automóvel, tal como o conhecemos hoje em dia, foi resultado de
uma longa e lenta evolução.
Entretanto, podemos apontar as primeiras invenções significativas que ocorreram ao longo dessa evolução, a
começar pelos projetos teóricos de um veículo a motor esboçados por Leonardo da Vinci, no século XV.
A ideia, porém, nunca saiu do papel e o automóvel só começou a ganhar vida três séculos depois, a partir do
aperfeiçoamento da máquina a vapor. Bastou isso ocorrer para que o engenheiro francês Nicolas Joseph Cugnot
criasse, em 1769, a carruagem movida a vapor, uma das primeiras versões do que viria a ser o automóvel.

Projeto teórico – Carro à corda de Da Vinci


História dos veículos automotores
1.2. O primeiro veículo prático
Podemos dizer que o primeiro veículo autopropulsionado surgiu em 1769. Era um triciclo construído para fins
militares, utilizando motor a vapor, e foi concebido pelo engenheiro francês Nicolas Joseph Cugnot (1725 - 1804).
Construído em Paris, foi usado pelo exército francês para puxar canhões a uma incrível velocidade de 4
km/h. O veículo tinha de parar a cada 15 minutos para reabastecer o motor. Tanto o motor como o depósito da
água eram separados do resto do veículo, ficando na sua parte dianteira. No ano seguinte (1770), Cugnot construiu
um outro modelo de triciclo, capaz de transportar quatro pessoas.

Primeiro veículo prático 1769 – Nicolas Cugnot

Primeiro veículo prático 1769 – Nicolas Cugnot


História dos veículos automotores
1.3. Os primeiros motores à combustão interna
O automóvel como o conhecemos exigia um novo salto tecnológico, que seria dado com a invenção do motor
a explosão e a descoberta de que se podia usar petróleo como combustível, o que ocorreu a partir de 1850. Ainda
no final do século XIX, dois engenheiros alemães, Karl Benz e Gottlieb Daimler, montaram duas fábricas
concorrentes de automóveis movidos a gasolina e, por isso, são considerados os pioneiros do carro moderno.
Daimler e Benz iriam, aliás, se unir em 1926, criando a Daimler-Benz, cujos carros, com o nome Mercedes-Benz,
são vendidos ainda hoje.

O primeiro motor Daimler de 1883 O primeiro motor Benz de 1886


História dos veículos automotores
1.3. Os primeiros motores à combustão interna
O Benz Patent Motorwagen foi o primeiro carro com um motor de combustão interna. Este foi construído por
Karl Benz em 1885. O carro era composto por 2 lugares, 3 rodas e podia alcançar a velocidade máxima de 13
km/h, com uma potência de 0,8 cv.

Benz Patent Motorwagen


História dos veículos automotores
1.4. Os primeiros modelos europeus
Uma das primeiras marcas de automóveis, a Panhard et Levassor, foi criada pelo construtor de máquinas de
serraria René Panhard e por Émile Levassor em Ivry, na França em 1886. A empresa inicia a suas atividades
construindo motores, e alguns anos depois, em 1889, nasce o primeiro projeto de um carro . Nos primeiros anos
da história do carro, a Panhard et Levassor destacou-se por construir os veículos mais avançados tecnicamente.
Nesse primeiro momento, o sistema desenvolvido pela empresa influenciou a construção de veículos de outras
marcas.

Panhard et Levassor
História dos veículos automotores
1.4. Os primeiros modelos europeus
O primeiro Panhard passou por diversos testes até percorrer uma distância de 20 km, entre Ivry e Point du
Jour sem parar, em janeiro de 1891. Este carro era equipado com um bicilíndro em V. Em 1959, a Citroen passa a
ter controle sobre a Panhard et Levassor, absorvendo totalmente a empresa no início dos anos 60.

Panhard et Levassor
História dos veículos automotores
1.4. Os primeiros modelos europeus

Alfa Romeo 1910 Bugatti 1908

Auto Union 1920 Citroen 1919


História dos veículos automotores
1.4. Os primeiros modelos europeus

Maserati 1903 Fiat 1910

Peugeot 1902 Renault 1899


História dos veículos automotores
1.4. Os primeiros modelos europeus

Napier 1900 Studebaker 1908

Oldsmobile 1904 Rolls-Royce Silver Ghost 1911


História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
Todos os primeiros quilômetros da evolução da máquina foram percorridos na Europa. Os Estados Unidos,
que até o início do século XX só copiavam os avanços tecnológicos, mudaram essa história em 1908, quando o
industrial Henry Ford passou a produzir carros padronizados em massa.
Em Abril de 1908, a Ford lança no mercado dos Estados Unidos, o Modelo T, um veículo robusto, seguro,
fácil de guiar e principalmente barato. Qualquer um era capaz de guiá-lo ou consertá-lo, sem precisar de motorista
ou mecânico.

Ford modelo T 1908


História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
Em 1913, Henry Ford implanta a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria
automobilística. Henry Ford criou um engenhoso sistema de esteira, que movimentava o carro em produção em
frente aos operários, para que cada um executasse a sua etapa. Isto aumentou em muito a produtividade, pois um
carro ficava pronto a cada minuto. E a queda de preço foi constante: em 1908, ano de seu lançamento, uma
unidade custava US$ 850; em 1927, último ano de sua fabricação, o preço tinha caído para US$ 290.
História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
O Modelo T conquistou o público americano e de outros países. Em 1914 é iniciada a sua fabricação na
Argentina. Em 1917, é lançado o caminhão Modelo TT. Em 1919, a Ford torna-se a primeira fabricante de
automóveis no Brasil, com a produção do carro e do caminhão dessa linha. Em 1920, mais da metade dos veículos
que circulavam ao redor do mundo eram modelos T e podiam ser vistos até em países distantes como Turquia e
Etiópia. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Modelo T foi empregado amplamente, até mesmo como
ambulância. A produção do Modelo T foi mantida até 1927. Henry Ford concluiu que era hora de o Modelo T
ceder o lugar a uma nova geração de produtos.
História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
Com a especialização da linha de montagem, Ford já não tinha que contratar artesãos, podia empregar
trabalhadores pouco qualificados, mas o trabalho monótono provocou uma alta rotatividade de empregados, e por
isso Ford teve que aumentar o salário mínimo, a fim de manter sua linha operacional.
Enquanto seus concorrentes pagavam cerca de 3 dólares por dia, Ford pagava 5 dólares por dia. Além disso,
reduziu a jornada diária de seus empregados de 9 para 8 horas e a semanal de 6 para 5 dias. Com cinco dólares
diários e uma semana de trabalho de cinco dias, os trabalhadores da Ford tinham dinheiro para comprar carros e
tempo ocioso para usá-los, criando o que os economistas chamam de ciclo virtuoso de crescimento.

“Não é o empregador quem paga os salários, mas o cliente.”


(Henry Ford)
História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
No começo do século XX, as linhas de produção de Henry Ford construíam carros a uma velocidade jamais
vista. Os carros precisavam de pneus, e na época a borracha era derivada das seringueiras do Sudeste Asiático.
Para manter a eficiência de sua produção sem depender dos asiáticos, Ford decidiu ter sua própria produção de
látex, e para isso construiu uma cidade tipicamente americana em plena Amazônia, batizada de Fordlândia. Em
1927, Henry Ford adquiriu um terreno de quase 15.000 km² às margens do Rio Tapajós, no Pará, pagando, em
valores de hoje, R$ 3 milhões.
História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
No ano seguinte ele enviou suprimentos e funcionários para criar uma típica cidade americana no local. Em
pouco tempo a cidade ficou pronta, com escolas, eletricidade, saneamento, clube social recreativo e um hospital.
O empreendimento tinha tudo para dar certo se não fossem dois graves problemas:
• O ciclo da borracha no Brasil viveu seu auge entre 1879 e 1912, quinze anos antes da compra da área por Ford,
e entrou em declínio depois que os britânicos levaram 70.000 sementes de seringueira da Amazônia para o
Sudeste da Ásia e começaram a produzir látex com maior eficiência e produtividade, devido às condições do
solo;
• Ford tentou impor a cultura americana de trabalho aos brasileiros, fornecendo uma alimentação tipicamente
norte-americana, casas americanas, e os obrigava a usar crachás e a trabalhar sob um modelo ao qual não
estavam habituados. Isso causou a insatisfação dos funcionários, que resultou em baixa produtividade e
conflitos. O mais marcante deles aconteceu em 1930, quando os funcionários se revoltaram contra a dieta
americana, que incluía espinafre e até hambúrgueres.
História dos veículos automotores
1.5. A história da Ford
Os americanos não tinham conhecimento prático algum em botânica e, além de não conseguiram prever o
fungo do mal-das-folhas, as seringueiras eram plantadas muito próximas entre si, o que as tornava um alvo fácil
para pragas, que dizimaram as plantações. A Ford ainda tentou realocar as plantações em uma segunda cidade,
mas em 1945, com o surgimento da borracha sintética, feita com derivados de petróleo, o empreendimento já não
havia mais razão de existir e foi cancelado pelo presidente da companhia, Henry Ford II.
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
1900 – Até meados da década de 1900, o design dos automóveis se assemelhava em muito com os das
carruagens, sendo que os primeiros automóveis concebidos no final do século XIX eram de fato, carruagens
motorizadas.
Anos 1910 e 1920 - Com relação a design e inovações tecnológicas, pouca coisa mudou no automóvel
durante as décadas de 1910 e 1920.
O Ford Modelo T, que começou a ser fabricado em 1908, foi o carro que pôs o mundo sobre rodas. Sua linha
de montagem revolucionou a manufatura em 1913 e vendeu mais de 15 milhões de unidades até 26 de maio de
1927.
Henry Ford o chamava de "carro universal", um veículo confiável e de baixo custo que podia ser mantido
facilmente e rodava com sucesso pelas estradas precárias da época.
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
Anos 1930 – Até meados da década de 30 pouca coisa havia mudado nos automóveis. A grande mudança com
relação a inovações no design e estilo aconteceu somente em 1934, com o lançamento pela Chrysler do modelo
Airflow, porém a tentativa da Chrysler não foi muito bem aceita pelo mercado, sendo que em 1937 a empresa
quase entra em falência por ter assumido tamanha ousadia. A aerodinâmica, principalmente nos EUA não era vista
com bons olhos pelos grandes executivos, ainda fascinados pela simplicidade da produção em massa.
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
Com o lançamento deste modelo da Chrysler, o público pode apreciar o novo estilo que começava a despontar
apenas em pequenos fabricantes independentes ou designers europeus mais criativos, que já se aventuravam por
este campo apenas com o intuito de exercitar o seu estilo.
Mas foi no ano de 1936, quando a Ford lança o novos Lincoln, que o mercado recebe de vez os tais novos
conceitos, “a era dos Stramliners”, ou seja, um novo conceito estilístico e aerodinâmico.
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
Anos 1940 - A década de 40 ficou marcada pela 2° Guerra Mundial, e neste período pouco se construiu ou
inovou no mundo. Foi apenas no final da década, em 1947 que os fabricantes americanos começaram a apresentar
os seus "novos" automóveis da Linha 1949, pois até então eles ainda eram fabricados baseados em modelos 1942,
com apenas alguns pequenos retoques cosméticos.
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
Anos 1950 - Modelos como Ford Custom e Tudor e Chevrolet BelAir e Cadillacs, são grandes símbolos desta
época, que marcou o início de uma das décadas mais criativas da indústria automobilística do mundo, os anos 50.

BelAir Ford

Cadillac
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
Anos 1960 - Foram marcados mais uma vez pela mudança estética que ocorreu aos automóveis no início da
década, onde os carros passaram a ter linhas mais limpas e retas, como os Chevrolet Impala 1962. No final da
década surgiram também os grandes esportivos, Mustangs, Corvettes, Camaros, Pontiacs, entre outros, que
fizeram a cabeça do público, principalmente entre os jovens da época.
Camaro

Mustang

Impala

Corvette
História dos veículos automotores
1.6. A expansão da produção de veículos automotores
Anos 1970 – Com a crise do Petróleo em 1973, os preços do barril atingiram valores altíssimos, chegando a
aumentar até 400% em cinco meses (17/10/1973 – 18/3/1974), acarretando o aumento da gasolina, o que
provocou grande recessão nos Estados Unidos e na Europa, desestabilizando a economia ao redor do mundo.
Isso fez com que todos revissem o gosto por grandes motores, porém nos Estados Unidos no inicio da década,
ainda reinavam absolutos os carros com motor V8. O Cadillac Eldorado 1973 é um bom exemplo desta época.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Desde os anos 20, a importação de automóveis era uma rotina bastante conhecida. A Ford Motors Company
tinha iniciado a montagem de seus Ford “T”, em São Paulo, em 1919. A General Motors Company fez o mesmo a
partir de 1925, com o Chevrolet “Cabeça de Cavalo”.
Apesar de ter sido criada na Itália, a Romi-Isetta foi o primeiro veículo a ser fabricado no Brasil,
entre 1956 e 1961, pelas Indústrias Romi S.A. Possuía um motor BMW de quatro tempos, um cilindro, volume de
298 cm³ (300cc) e potência de 13HP a 5200rpm. Ao todo, foram fabricadas cerca de três mil unidades no Brasil,
muitas das quais ainda hoje permanecem nas mãos de colecionadores.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
A Willys Overland do Brasil foi fundada em 26 de agosto de 1952, em São Bernardo do Campo, São Paulo.
Em 1954 suas linhas de montagem começaram a pôr nas ruas o Jeep Willys, ainda montados com as peças
americanas e comercializados com o nome de Jipe Universal. Com tração em duas ou quatro rodas e câmbio de
três marchas com redução, logo o jipe se mostrou adequado às estradas e fazendas brasileiras. A versão Rural
Willys surgiu em 1956.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 15 de novembro de 1957, saía às ruas o primeiro automóvel fabricado no Brasil em série, com um índice
de nacionalização relativamente elevado: tratava-se da perua DKW. Sem muitas opções de cor da pintura nem do
estofamento, a perua andava bem e surpreendia pelo desempenho e economia. O motor era de dois tempos e três
cilindros, com tração dianteira. Apenas 900 cm3 e 40CV. (DKW: "Dampf-Kraft-Wagen“ - carro de força a vapor).
Os DKW eram fabricados pela Vemag, sob licença da Auto-Union da Alemanha.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1959, porém, o automóvel nacional tornou-se uma realidade palpável: ele era visto nas ruas e nas
estradas, estava nas concessionárias e podia ser adquirido, até mesmo financiado. Neste ano surgiram a perua
DKW de linhas renovadas, o sedan DKW, o primeiro Volkswagen 1200, o Simca Chambord, a VW Kombi e o
Renault Dauphine.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
O ano de 1960 mostrou novos produtos ao mercado brasileiro: O primeiro foi o Aero Willys, um carro
herdado de um projeto americano. O ferramental veio ao Brasil e a Willys começou a produzir automóveis. Eram
carros duros, com uma linhas arredondadas, motor seis cilindros em linha. O segundo foi o Alfa Romeo 2000,
para a época, era um supercarro com motor de quatro cilindros em linha, 2000 cm³, duplo comando, câmbio de
cinco marchas e suspensão muito estável. Era nitidamente superior aos seus concorrentes, pois fazia mais de
150km/h reais, enquanto os demais mal se aproximavam dessa marca.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1960, ainda, a GM, que já fabricava caminhões e camionetas, lançou uma perua sobre o chassi de sua
camioneta menor, batizando-a de Amazona. Era um veículo meio desengonçado, mas com características
mecânicas muito boas, especialmente de resistência. Esse veículo usava o motor de 6 cilindros em linha, padrão
para todos os caminhões da GM, de 4200 cm³.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1962 houveram três lançamentos importantes: o Renault Gordini, o Karmann-Ghia e o Interlagos. O
primeiro era basicamente o Dauphine, porém com as modificações introduzidas na Europa por Amedeo Gordini,
um famoso preparador. Assim, ganhou um câmbio de quatro marchas, um novo comando de válvulas, um novo
sistema de alimentação e, embora ainda com apenas 850 cm³, a performance melhorou sensivelmente.
A Karmann Ghia usava integralmente a mecânica VW, inclusive a plataforma – chassi – e instalava a
carroceria criada pela fábrica Karmann, de Osnabrueck, sob desenho do carroziere Ghia.
O motor, entretanto, continuava sendo o 1200, de 35 HP, de maneira que o resultado final era um carro com
toda a aparência de um esportivo, mas que não ultrapassava a marca dos 120km/h.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Já o Willys Interlagos era uma versão cabocla do Alpine francês, o primeiro carro nacional a ser construído
em série, em fibra de vidro. Havia três versões de motores, que podiam ser instalados no Interlagos: o 850 normal
do Gordini, o 904 e o 1000 cm³, estes últimos com mais “veneno”. A willys passou a participar de corridas de
automóveis, criando uma equipe Willys oficial, que corria com as Berlinetas Interlagos 1000 cm³ e os Gordinis,
mais tarde substituídos pelos Renault 1093, mais potentes.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1963, a Simca lançava a Série Andorinha, e saía às ruas com uma perua de luxo, a Jangada. Logo a
seguir, no ano de 1964, a Simca mudava a traseira de seus automóveis e aumentava a cilindrada de seus motores
para 2.414 cm³, lançando o carro conhecido como Tufão.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
Brasinca Uirapuru 1964

DKW Fissore 1964

Willys linha 1966


Chrysler Esplanada GTX 1967 Galaxie linha 1967
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1968, saía às ruas o primeiro Corcel, de quatro portas, que pode ser classificado como o primeiro carro
realmente feito no Brasil. Com motor de origem francesa (Renault) dianteiro e com tração dianteira, o Corcel
passou a oferecer muito mais em conforto e desempenho.
Em 1968 ainda surgiu um novo VW, o modelo 4 portas. Esse modelo tinha como intenção enfrentar o Corcel,
com o surgimento de uma mecânica conhecida e comprovada, em um modelo mais bonito.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
Com o lançamento do Opala, pela GM, em 1969, já se podia comprar um automóvel barato, veloz, macio e
confortável, feito no Brasil. Com dois modelos de motores, o 4 cilindros de 2500 cm³ e o 6 cilindros de 3800 cm³,
os primeiros Chevrolet Opala 4 portas tinham um desempenho incomum para a época. Feitos por uma fábrica de
caminhões, que pela primeira vez no Brasil se propunha a fazer automóveis, sofriam de alguns problemas de
acabamento, falta de funcionalidade dos bancos, freios não muito eficientes. Mas de modo geral, representaram
um passo à frente.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1970, a VW iniciou o lançamento de novos carros, a Variant, o TL, o Karmann Ghia TC, todos com o
novo motor de 1600 cm³ e dupla carburação.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1969-1970 a Ford lançou uma porção de derivados do Corcel, nos modelos Cupê, Luxo, Belina e GT,
todos com a mecânica básica francesa e tração dianteira. Apesar dos inconvenientes que isso representava, os
carros foram sucesso de vendas.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1971, a Puma lançava seu modelo GTE. Neste ano, também surgiu uma versão sensacional do Dodge
Dart: o Charger RT, com motor de 215 HP e quatro marchas, capaz de fazer 190 km/h. Além do modelo 4 portas, a
Chrysler passou a oferecer o cupê Dart, o Charger e o Charger RT.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1972 não nasceu nenhum carro novo, mas houve a melhoria de alguns modelos.
O ano de 1973 pode ser considerado como o ano da revolução, pois surgiram novos modelos, que ficaram por
um bom tempo. O primeiro carro importante a nascer foi o Chevette, da GM. Com um motor dianteiro de 4
cilindros, ele abriu caminho para as verdadeiras novidades tecnológicas.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Ainda em 1972, a Volkswagen lançou a Brasília. Com os mesmos componentes tradicionais, mas que possuía
uma carroceria atualizada, que fez a fábrica retomar seu crescimento em vendas.
De 1973 para 1974 surgiram também o Maverick, e o Passat, que foi um sucesso. Havia dois motores
disponíveis para o Maverick: O 6 cilindros e o V-8 importado (do Mustang). Mais tarde, a Ford equipara o
Maverick com o motor de 4 cilindros, 2300 cm³, feito no Brasil para exportação.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
A Caravan foi lançada em 1975, com grande êxito. Faltava, realmente, uma grande perua de luxo, pois a
Kombi tinha características mais de furgão do que de transporte familiar.
Nas peruas menores, Variant e Belina, faltava espaço, imprescindível para as famílias numerosas.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
O ano de 1977 caracterizou-se pela introdução do Fiat no mercado brasileiro. Em uma época em que a
principal característica desejável em um automóvel era a economia de combustível (visto as frequentes crises do
petróleo), o Fiat 147 chegou com a promessa de 14 Km/l ou mais, trazendo também uma série de inovações
tecnológicas, que apressaram o lançamento de novos carros. (FIAT: Fabbrica Italiana Automobili Torino)
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1978, houve o lançamento do Corcel II, totalmente remodelado. Este carro, surgido em 1968, ganhou dez
anos depois características tais que pode ser considerado um novo carro.
História dos veículos automotores
1.7. A indústria automotiva no Brasil
Em 1977, a Alfa Romeo apresentou o 2300 B e o 2300 TI, um carro sofisticado, veloz, macio e econômico.
Ainda, houve o lançamento pela VW da Variant II, com motor 1600.
Também, temos o lançamento do Miúra, um carro montado em plataforma Volkswagen.
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1.7. A indústria automotiva no Brasil
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1.8. A volta dos importados
1990 - Após quatro décadas de restrições, o governo Collor incentiva a volta dos importados, reduzindo os
impostos, pois o ex-presidente achava os carros nacionais verdadeiras "carroças“. Essa quebra de barreiras fez
com que a indústria brasileira acordasse de um sono letárgico de anos de protecionismo, e renova suas linhas,
oferecendo lançamentos quase simultâneos de seus produtos mundiais.
A fábrica russa LADA começa a exportar seus carros para o Brasil, de modernidade questionável, o modelo
Lada marca o retorno em grande escala dos importados ao Brasil.

Niva Samara Laika


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1.8. A volta dos importados
1990 - O governo ainda alegra a indústria automobilística nacional, reduzindo o IPI dos modelos com até 1.0
litros e criando o carro popular. O Uno é o primeiro a emplacar, impulsionando o crescimento da Fiat no país.
Alguns anos após, todas as montadoras acabam seguindo a Fiat e lançam os seu modelos populares, a GM com o
Corsa, e a VW com o Gol 1000 são alguns exemplos.
História dos veículos automotores
1.8. A volta dos importados
Atualmente, temos muitos modelos de carros importados no Brasil, sendo que muitas das montadoras já
possuem fábricas em território nacional.
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1.9. Os avanços tecnológicos
O automóvel, embora tenha sido criado na Europa, foi aperfeiçoado nos Estados Unidos. A indústria
americana percebeu rapidamente o quanto era importante aperfeiçoar o automóvel, e não pouparam esforços para
tornar os veículos mais seguros e confortáveis.
• Airbag: quando o veículo sofre um grande impacto, sensores em suas partes estratégicas são acionados,
emitindo sinais para uma unidade de controle, que por sua vez aciona o airbag que seja mais adequado,
amortecendo o impacto em sua superfície e evitando que motorista e passageiros sofram danos físicos,
principalmente no rosto, peito e coluna. Para evitar asfixia, o Airbag vai perdendo gradativamente a sua
pressão, após o acionamento.
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1.9. Os avanços tecnológicos
• Freios ABS: O sistema de freio ABS (anti-lock braking system) evita o travamento das rodas em uma
frenagem de emergência, proporcionando uma parada mais rápida, possibilitando ao motorista mudar a
trajetória do carro enquanto freia. Uma roda que desliza tem menos aderência que uma roda que não está
deslizando. O sistema é composto por sensores de velocidade, bomba de freio antitravamento, válvulas de
acionamento e unidade controladora. Quando em operação, você sentirá uma pulsação no pedal de freio,
devido à rápida abertura e fechamento das válvulas, que podem operar em períodos de até 15 ciclos/s.
História dos veículos automotores
1.9. Os avanços tecnológicos
• Injeção eletrônica: É o sistema de alimentação de combustível que substituiu os carburadores e melhorou o
desempenho dos motores, diminuindo o consumo de combustível e reduzindo a emissão de gases poluentes.
Permite um controle mais completo e adequado da mistura de ar e combustível que entra no motor, pois todos
os componentes estão ligados a um módulo, considerado o cérebro do sistema. Com uma linguagem digital, os
sensores e atuadores trabalham para aperfeiçoar ao máximo a injeção de combustível em qualquer nível de
funcionamento do motor.
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1.9. Os avanços tecnológicos
• Centrais multimídia: Muitos veículos já vêm de fábrica com central multimídia, que agregam
funcionalidades, como GPS, sistema de som, câmera de ré, comandos de voz, conexão bluetooth com o
celular, visualização de fotos e vídeos, TV digital, entre outros recursos. A tela, sensível ao toque, geralmente
fornece um sistema intuitivo, de fácil navegação que pode facilitar muito o dia-a-dia do motorista no trânsito.
Em congestionamentos, ele pode funcionar como entretenimento e aliviar o estresse do condutor.
História dos veículos automotores
1.9. Os avanços tecnológicos
• Transmissão automática: O uso da transmissão automática proporciona muito mais facilidade e conforto para
o condutor. A transmissão automática permite maior economia e durabilidade do motor e dos componentes da
transmissão, uma vez que o gerenciamento das trocas de marcha é feito pelo conversor de torque. Também,
não existe a possibilidade do carro apagar em uma subida, ou em um cruzamento.
História dos veículos automotores
1.9. Os avanços tecnológicos
• Sistema de frenagem automática: Chamado de Assistência Pré-Colisão, o sistema é composto por uma
câmera montada no para-brisa e um radar perto do para-choque, que ajuda a reconhecer os carros e pedestres
que se aproximam. O sistema verifica a informação em uma base de dados, que armazena silhuetas de
pedestres para ajudar a distinguir pessoas e objetos na estrada. O veículo avisará ao motorista sobre possíveis
acidentes, bem como freará automaticamente, quando necessário, se identificar perigo iminente ao condutor.
História dos veículos automotores
1.9. Os avanços tecnológicos
• Veículos híbridos: Os veículos híbridos funcionam com dois tipos de combustível, geralmente, gasolina e
eletricidade. O motor a gasolina é bastante semelhante ao da maioria dos carros, porém, é menor e usa
tecnologias avançadas para reduzir a emissão de poluentes e aumentar sua eficiência. O motor elétrico possui
tecnologia eletrônica avançada, que permite sua atuação tanto como um motor quanto como um gerador. Ao
acelerar, extrai energia das baterias, e ao frear o veículo, age como gerador, e devolve energia para as baterias.

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