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A quarta parte desse artigo é dedicada a marca que é considerada como o principal símbolo da
indústria automobilística alemâ, a Mercedes-Benz.
MERCEDES-BENZ
A historia da Mercedes-Benz remonta a 1885 quando Karl Benz construiu um triciclo motorizado, que
veio a ser patenteado no ano seguinte com o nome de "Benz Patent Motorwagen", e que é considerado
com sendo "o primeiro verdadeiro automóvel construído no mundo". Por sua vez Gottlieb Daimler
juntamente com seu sócio Wilhelm Maybach adaptaram com sucesso um motor a gasolina em uma
charrete fazendo com que essa se movimentasse sem cavalos em 1886. No entanto, embora Karl e
Gottlieb vivessem a cerca de 60 milhas um do outro, ambos nunca chegaram a se conhecer e nem tão
pouco tiveram contato com os respectivos trabalhos.
Karl Benz continuou aperfeiçoando o seu Motorwagen e vendeu o seu primeiro veículo em 1888 vindo a
construir o seu primeiro modelo de quatro rodas em 1891. A Benz & Cie não só foi a primeira a construir
um automóvel, com também se tornou a maior empresa mundial do ramo por volta de 1900. Em 1889
Daimler e Maybach construiram o seu primeiro automóvel propriamente dito e fundaram a Daimler
Motoren Gesellschaft (DMG) no ano seguinte, vindo a comercializar seus carros a partir de 1892.
Emil Jellinek, no início do século XX, era um diplomata austríaco e entusiasta por automóveis com os
quais comercializava e que tinha por costume pintar nos carros com que participava das corridas de seu
tempo o nome de sua filha "Mercedes" como símbolo de sorte. Maybach, que havia assumido a direção da
DMG desde a morte de Gottlieb Daimler em 1890, assinou um acordo de financiamento do
desenvolvimento de um novo modelo em 1902 com Jellinek , que desde 1901 também era um dos
diretores da DMG, e esse veio a ser o primeiro modelo a levar o nome "Mercedes". Jellinek obteve ainda a
concessão de exclusividade de comercialização dos veículos da DMG na Austria-Hungria, França, Belgica e
Estados Unidos usando a marca Mercedes, uma vez que com a morte de Gottlieb a DMG vendeu o direito
de exclusividade de uso do nome Daimler para outros países inclusive para Inglaterra onde veículos de
produção local começaram a ser comercializados com a marca Daimler.
Nos anos que antecederam a WWI tanto a DMG quanto a Benz participaram de diversas corridas com o
propósito de promover seus veículos, sendo que até o Grand Prix da França de 1908 a DMG havia
obscurecido a Benz nas competições, a partir de então as duas equipes passaram a disputar em pé de
igualdade a liderança das provas. Com o início da WWI ambas empresas tiveram suas instalações
convertidas para a produção de equipamentos militares. Após o conflito com a crise econômica que se
instalou na Alemanha a venda de automóveis caiu vertiginosamente deixando ambas as empresas em
péssima situação. Apenas a título de comparação em 1923 cerca de 80% dos 15 milhões de registros
de carros novos no mundo ocorreram nos Estados Unidos, sendo que a metade desses eram da marca
Ford, ou seja enquanto a Ford vendeu cerca de 6 milhões de carros nesse ano, a Benz & Cie. vendeu 1.382
carros e a DMG apenas 1.020. Porém apesar das dificuldades financeiras ambas empresas continuaram a
obter grandes sucessos nas competições. Em 1924, para poderem sobreviver a crise, as duas empresas
assinaram um "Acordo de Interesse Mútuo" com validade até ano 2000, onde cada empresa manteria a
sua própria identidade. Finalmente em junho de 1926 ambas empresas optaram pela fusão e a partir de
então a nova empresa passou a se chamar Daimler-Benz AG e seus produtos passaram a ser
comercializados com a marca Mercedes-Benz. Como símbolo da nova empresa adotou-se originalmente a
estrela de três pontas, que havia sido desenhada por Gottlieb Daimler para demonstrar a versatilidade que
seus motores tinham para o uso na terra, no ar e no mar, contornada pela coroa de louros que era o
simbolo da Benz & Cie., sendo que a logomarca atual com estrela inscrita no arco plano só foi adotado em
1937.
A fusão trouxe resultados a curto prazo, já em 1927 a produção subiu para pouco menos de 8.000
veículos, no mesmo ano o primeiro caminhão a diesel foi lançado no mercado e os primeiros carros a
levarem a nova marca foram as versões Stuttgart e Mannheim. Karl Benz faleceu em 1929 e a Mercedes-
Benz seguiu produzindo além de carros e caminhões, motores para barcos, aviões e Zeppelins. Em 1930
foi lançado o modelo 770 Grosser movido por um motor de 8 cilindros e 7,6 Litros. Ainda nos anos 30 a
Mercedes-Benz alcançou grande sucesso nas pistas de corrida com as famosas "Flechas de Prata", nome
pelo qual seus carros de corrida ficaram conhecidos depois que removeram a tinta branca da Mercedes
W25 do piloto Rudolph Caracciola com a finalidade de reduzir o peso deixando assim o metal natural
exposto. Entre as principais características da Mercedes-Benz ao longo de sua história sempre esteve a
excelência pela qualidade de seus produtos e o pioneirismo na utilização de novas tecnologias, cabe a ela
entre outras coisas o primeiro carro a diesel o modelo 260D de 1936 concebido originalmente para uso
como taxi e do qual foram produzidas cerca de 2000 unidades. Entre os diversos modelos produzidos no
período que antecedeu a WWII alguns se tornaram clássicos admirados até hoje como as famosas
roadsters 500K e 540K. No entanto o modelo que obteve maior sucesso no período foi a Mercedes-Benz
170V (W136) da qual foram produzidas 71.973 unidades entre 1935 e 1942, o mesmo foi concebido para
ser um carro popular de baixo custo no qual o fator segurança foi bastante considerado, a maior prova da
excelência do seu projeto é que o mesmo voltou a ser produzido de 1946 a 1950 sendo o principal
responsável pela recuperação da empresa no imediato pós-guerra. Durante a WWII a Daimler-Benz foi um
dos maiores fornecedores de equipamentos para as forças armadas alemães o que incluiu entre outros
ítens, carros, caminhões e motores de aviação. A Mercedes-Benz saiu da WWII com a maior parte de seu
parque industrial destruído e com a sua reputação manchada por acusações de uso de mão de obra
escrava em suas fábricas durante a guerra. A recuperação ocorreu de forma lenta a partir de 1946 com o
reinício da produção de veículos, ainda durante a década de 50 a Mercedes voltou a obter sucesso nas
pistas de corrida tendo Juan Manuel Fangio como seu piloto. Atualmente a Mercedes-Benz é parte do
grupo Daimler-Chrysler.
Mercedes-Benz 770 W07 usada por Hitler nos primeiros anos de governo
Essa Mercedes-Benz 770 W07 Cabriolet F de 1932 serviu ao ex-Kaiser Guilherme II quando no exílio
Essa é uma das três Mercedes-Benz 770 W07 Grosser Pullman-Limousine de 1935 que serviram ao imperador japonês
Hirohito, outra idêntica a essa está atualmente no museu da Mercedes-Benz cedida pela Família Imperial Japonesa
MERCEDES-BENZ G4 W31
Embora a princípio se trate de um veículo desenvolvido para uso militar, era usada principalmente na
função de carro de parada de autoridades e chefes de estado. Um total de 57 destes veículos foram
construídos de 1934 a 1939.
Essa Mercedes-Benz G4 W31 de 1939 foi presenteada por Hitler ao Generalíssimo Franco, atualmente pertence a Família Real
Espanhola, é a que se encontra no estado de maior originalidade dentre os exemplares sobreviventes.
Essa Mercedes-Benz 540K Cabriolet foi capturada em Obersalzburg perto de Berchtesgaden no final da guerra, pintada de Olive
Drab e usada como Staff Car pelas forças de ocupação norte americanas.
Pesquisas recentes revelaram que essa Mercedes-Benz 540K Cabriolet A de 1939 hoje pertencente a um colecionador italiano,
foi confiscada de seu proprietário original em 1943 na Alemanha e posteriormente usada pelo Marechal Kesselring em Roma
quando comandava as forças alemães na Itália
Mercedes-Benz 170V Sedan de 1942 restaurado como Staff Car em um museu da República Tcheca
Mercedes-Benz 320 W142 Pullman Limousine de 1937 caracterizada como Staff Car para uma filmagem na Polônia
Essa é a Mercedes-Benz 320 W142 Cabriolet B na qual o Reichsprotektor da Tcheco-Eslováquia ocupada Reinhard Heydrich
sofreu o atentado de maio de 1942 em Praga que lhe causou a morte
O mesmo carro encontra-se hoje preservado na República Tcheca numa reprodução da cena do atentado
Até mesmo os danos causados pela granada foram preservados como no dia do atentado
No após guerra a estreita associação desse modelo com a liderança do III Reich gerou uma série
especulações no mercado de carros antigos e de relíquias militares dando margem a diversos tipos de
fraudes. Haja vista que não apenas o preço de revenda desses carros tornou-se supervalorizado, como
também cobrar para expor o carro de algum ex-lider nazista tornou-se um negócio bastante lucrativo.
Dessa forma, atualmente dentre os exemplares que se encontram em exposição pública, a maioria é
apresentada como tendo pertencido ou a Hitler ou a algum outro personagem conhecido de seu
governo tornando-se as vezes difícil distinguir a verdade da farsa. Dentre esses procurei relacionar aqui
aqueles que quer pela seriedade dos locais onde se encontram expostos ou por seu histórico conhecido
possuem um pouco mais de credibilidade.
Segundo algumas fontes haviam duas Mercedes-Benz 770K W150 alocadas para uso exclusivo do
Reichskanzler, porém nas fotos em que Hitler aparece nos desfiles podemos observar que ele usou vários
carros diferentes nessas ocasiões, deixando-nos a idéia de que era usado aquele que estivesse mais a mão
no momento independentemente de ser de sua dotação pessoal ou não.
Essa Mercedes-Benz 770K W150 aparece em várias fotos da época com Hitler a bordo o que nos leva a crer que fosse um dos
dois carros alocados exclusivamente a ele
Embora com algumas alterações na aparência este seria o mesmo carro acima, que após ter sido capturado pelos americanos
em Berchtesgarten se encontra hoje em exposição na França
Essa Mercedes-Benz 770K W150 de 1940 que hoje se encontra no Canadian War Museum em Ottawa também foi usada em
algumas ocasiões tanto por Hitler como por Hermann Göring
A Mercedes-Benz 770K W150 do Museu Sinsheim também teria sido usada por Hitler pelo menos em uma ocasião
Hermann Göring possuia fama de ser extremamente vaidoso e ambicioso por objetos finos e caros,
essas características parecem também ter se revelado na escolha de seus carros. Dos líderes do III Reich
ele é o que aparece com o maior número de carros luxuosos diferentes nas fotografias da época, muitos
deles de sua propriedade pessoal. Atualmente existe um número razoável de carros de diversos modelos
espalhados pelo mundo que se alega ter pertencido a ele, não se sabendo porém quais deles podem ter a
sua autenticidade comprovada. No caso das Mercedes-Benz 770K W150 usadas por ele é mais provável
que estas fossem de propriedade do governo Alemão e cedidas a ele em função dos cargos de Ministro e
Marechal do Reich que ocupava. Foi justamente a bordo de uma dessas Mercedes que ele se dirigiu ao
encontro de seus captores americanos quando se rendeu ao final da guerra. O seu captor, o General
Brigadeiro Robert I. Stack da 36ª Divisão de Infantaria americana, tentou ainda usar esse carro por algum
tempo. Porém como se tratava de uma das Mercedes a prova de balas, este logo desistiu da idéia, haja
vista ser este muito lento e pesado para uso em estradas. Segundo ainda o Gen. Stack tal carro estaria
atualmente no museu da Academia Militar de West Point.
Mercedes-Benz 770K W150 Staff Car de Hermann Göring numa foto com assinatura dele
Essa Mercedes-Benz 770K W150 capturada pela 101ª Divisão de Paraquedistas, a qual também foi atribuída a Hermann
Göring, não é o mesmo carro com qual Göring se rendeu
Heinrich Himmler foi um dos personagens mais intrigantes e obscuros do III Reich do qual muita coisa
não se sabe até os dias de hoje, isso se aplica também aos carros usados por este dos quais poucas fotos
existem, porém essa Mercedes-Benz 770K W150 Limousine de 1943 que hoje se encontra no museu
Sinsheim talvez seja um dos poucos, se não o único, carro dele sobrevivente.
Mercedes-Benz 770K W150 Limousine de 1943 que pertenceu a Heinrich Himmler atualmente no museu Sinsheim
Um dos maiores mistérios que encontrei durante essa pesquisa, foi essa curiosa Mercedes-Benz 770K
W150 camuflada e com marcações americanas que se encontrava em um depósito aliado de
equipamentos na França ao final da guerra, onde esta estava classificada como sendo o Staff Car de
Rommel. Embora eu não tenha encontrado nenhuma outra evidência de que Rommel tivesse usado um
carro desses, o fato dela ter sido camuflada dessa forma sugere que pretendia-se usá-la em locais de
vegetação e sujeitos a ataques aéreos, o que seria condizente com o carro de alguém como Rommel que
percorria com frequência as regiões próximas as linhas de frente. Curiosamente a RIO miniaturas lançou
recentemente uma "Mercedes 770K com a figura do Rommel" só que com pintura e marcações do Afrika
Korps.
Mercedes-Benz 770K W 150 que se encontrava em um depósito na França e classificada como Staff Car de Rommel
Em 1936 Hitler deu de presente ao Generalíssimo Francisco Franco da Espanha essa Mercedes-Benz
770L W150 Pullmann Limousine blindada. Com a morte de Franco o carro foi herdado pela Família Real
Espanhola que o enviou juntamente com a Mercedes G-4, também herdada de Franco, para restauração
nas oficinas do Museu da Mercedes-Benz em Stuttgard.
Mercedes-Benz 770K W150 do Generalíssimo Franco quando em restauração nas oficinas do museu da Mercedes-Benz
Além dos carros mencionados acima existem várias outras Mercedes-Benz 770K W150 preservadas
atualmente, cujas origens não são mencionadas ou mesmo não possuem grande relevância histórica.
Eventualmente esses carros são postos a venda e sempre obtem valores elevados por serem ítens
bastante cobiçados de coleção.
BROUGHAM - Significa carro com a porção da carroceria destinada aos passageiros coberta e a do
motorista aberta, também são chamados de COUPÉ LIMOUSINE ou COUPÉ CHAUFFEUR.
BUSINESS COUPE - Termo usado para definir tipo de COUPÉ de duas portas e traseira baixa, os
quais não eram equipados com determinados acessórios como rádio ou "banco da sogra"
caracterizando assim um veículo exclusivamente para trabalho.
CABRIOLET - O termo é originário de um tipo de charrete de duas rodas que assim era chamado na
França, na indústria automobilística foi adaptado aos automóveis cuja capota de material flexível
possa ser dobrada para trás deixando o interior do veículo exposto, no Brasil é mais empregado o
termo CONVERSÍVEL para designar esse tipo de veículo.
CABRIO-LIMOUSINE - Carro cujo teto é feito de lona podendo ser abaixado para trás e as estruturas
laterais são partes componentes fixas da carroceria.
COUPÉ - O termo é empregado para designar veículos de teto rígido de duas portas com dois ou
quatro lugares no qual o espaço destinado a assento traseiro é bem menor que o dianteiro e cuja a
capota vem abaixando gradativamente sobre o banco traseiro.
COUPÉ CONVERTIBLE - Tipo de conversível cuja capota é feita de material rígido e pode ser
dobrada para o interior da carroceria.
FIXED-HEAD COUPE - Termo britânico usado para designar os COUPÉS de teto rígido.
LANDAU - O termo se origina de um determinado tipo de carruagem de luxo usada no século XIX
cujas características eram os passageiros do banco da frente se sentarem voltados para os de trás e
que quando sua a capota era levantada os seus suportes assumiam a forma de "S" nas suas
laterais. Como esse formato não se mostrou adequado quando aplicado aos automóveis, o termo
ocasionalmente passou a ser usado de forma errônea para designar os veículos do tipo LANDAULET.
Mais recentemente este passou a designar os veículos em cujas laterais da capota são aplicados
enfeites metálicos de forma simularem os suportes dos antigos LANDAUS.
LANDAULET - Designa carro que possui teto fixo sobre o banco da frente e as portas traseiras e
eventuais bancos centrais, porém com um teto conversível sobre o banco de trás.
LIMOUSINE - Designa automóveis cujo banco do motorista fica separado do dos passageiros por um
vidro.
PHAETON - Era usado para designar determinado tipo de carruagem aberta, na indústria automotiva
passou a ser usado para definir carros abertos com duas ou três fileiras de bancos que embora
possam ter teto conversível, não possuem nenhuma proteção lateral acima das portas.
ROADSTER - Originalmente era usado apenas para designar os veículos abertos de dois lugares que
tinham apenas o para-brisa dianteiro como proteção aos ocupantes, com o tempo passou a designar
também quaisquer veículos conversíveis de dois lugares.
SEDAN - Significa carro de teto rígido quatro ou mais lugares com duas ou quatro portas cuja capota
possui a mesma altura sobre o banco traseiro que sobre o dianteiro. Nos carros norte americanos é
diferenciado dos HARDTOPS pela presença de colunas fixas entre os vidros laterais.
SEDANCA - Carro cuja área da carroceria destinada ao motorista é descoberta e a dos passageiros é
coberta por uma capota conversível.
STATION WAGON - O termo tem sua origem nas carroças que eram usadas para fazer o transporte
entre as estações de trem e as fazendas nos Estados Unidos e é usado para designar os veículos que
no Brasil são conhecidos como PERUAS.
TOWN CAR - São carros que possuem o compartimento de trás fechado e o compartimento do
motorista com um teto removível, muitas vezes esse arranjo também era aplicado as LIMOUSINES,
são conhecidos ainda como COUPÉ DeVILLE.
WOODY - Variação das STATION WAGONS, cuja carroceria era construída predominantemente com
madeira a qual era deixada a mostra nas laterais do veículo, protegida apenas por verniz.
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