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Dicas para fotografar as

estrelas
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Geralmente, fotografar estrelas é uma experiência espetacular. Regis-


trar o céu é lindo e você pode fazer isso com sua DSLR.

Os fotógrafos Ricardo Takamura e Ibán Mulero trazem algumas dicas


de como você pode fotografar estrelas de um jeito acessível.

Olha só!

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A luz das estrelas que vemos no céu levou milhares de anos viajando
pelo universo até chegar à Terra.

Ao olharmos para o céu, estamos tendo um vislumbre de incontáveis


anos e, quando apontamos para ele as nossas câmeras, que são mais
sensíveis à luz que os nossos olhos, elas nos permitem enxergar além
do que podemos registrar a olho nu.

Literalmente, fotografar as estrelas é revelar muito mais luzes e deta-


lhes do que nossos olhos podem ver.
Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – EF 24-105mm f4L IS II USM –
f/4 – 30seg – ISO: 3200

Para se ter uma ideia, em um mundo cada vez mais luminoso por
causa das cidades, um terço da população mundial não consegue mais
enxergar o céu estrelado como ele realmente é. Nós somos uma das
últimas gerações que terão a oportunidade de ver a Via Láctea.

Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – 16-35mm f2.8L II USM – f/2.8


– 15seg – ISO: 1600
Então, quando fotografamos as estrelas, além de registrarmos o bri-
lho do passado, também registramos um céu que está desaparecendo
pouco a pouco a olho nu.

Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – 16-35mm f2.8L II USM – f/2.8


– 30seg – ISO: 2000

É possível fotografar as estrelas com sua DSLR

Quando pensamos em astrofotografia, a primeira coisa que nos vem à


cabeça é a fotografia de objetos celestes como galáxias e nebulosas,
que exigem equipamentos ou técnicas especiais. Porém, a astrofoto-
grafia envolve também o registro de grandes áreas do céu noturno em
composição com as paisagens, que são mais acessíveis e podem ser
feitas com as nossas câmeras, as DSLRs.

Após vários anos em busca do céu perfeito, percebemos que é preciso


evitar o máximo possível de interferência luminosa artificial. Então
nos afastamos das cidades para evitar a poluição luminosa.

O brilho da Lua também costuma atrapalhar bastante esse tipo de


fotografia, por isso é preferível sair para fotografar durante as noites
sem Lua.
Além disso, é claro que, quanto mais limpo o céu estiver, melhor será.
Nuvens, poluição do ar e até mesmo a umidade costumam afetar a
visibilidade das estrelas. Evite.

Se for fotografar as estrelas, prefira dias de céu mais límpido e esteja


longe da poluição luminosa.

Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – EF 24-105mm f4L IS II USM –


f/4 – 30seg – ISO: 5000

Equipamentos e técnicas para fotografar estrelas

Para fotografar as estrelas, podemos usar uma lente bem clara em sua
maior abertura junto com o ISO mais alto que a câmera permitir sem
ficar com excesso de ruído.

Como deixamos um tempo de exposição longo, variando entre 15 e 30


segundos, é necessário um tripé estável, além da desativação do esta-
bilizador de imagem (IS).

Um dos pontos mais difíceis na fotografia noturna é o foco, porque,


com pouca luz, a câmera não consegue focar no automático. Por isso,
deixamos o foco no modo manual da lente e utilizamos algum ponto
de luz distante ou uma estrela mais brilhante para focar, ou, mais
fácil ainda, jogamos o foco manualmente para “infinito”.
Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – 16-35mm f2.8L II USM – f/2.8
– 30seg – ISO: 2000

Por exemplo, esta fotografia foi tirada na estrada rural do Gomeral,


bairro de Guaratinguetá. A ideia era fazer uma composição em que a
Via Láctea estava apontando para o pico de uma das montanhas da
região e a poluição luminosa das cidades do Vale do Paraíba surgia
por trás das montanhas.

O tripé foi posicionado na beira da estrada de forma que ficasse bem


estável. O foco foi ajustado em um elemento luminoso bem distante, e
foi utilizada a maior abertura que a lente permitia, que no caso era
f/2.8.

O tempo de exposição foi ajustado para 30 segundos e o ISO em 2000,


tudo isso deixando a menor distância focal da lente, que era 16mm,
para poder pegar o máximo da Via Láctea.

Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – EF 24-105mm f4L IS II USM –


f/4 – 30seg – ISO: 2500

Nesta fotografia, você pode ver tons que contrastam com o frio da
galáxia. Nesse caso, o tripé foi posicionado de forma que as pontas
dos galhos das árvores apontassem para a Via Láctea.
O foco manual foi ajustado baseado na distância hiperfocal da lente –
a distância de foco mais curta entre o assunto e a câmera quando se
está trabalhando com foco infinito –, ou seja, a partir do ponto de dis-
tância hiperfocal da lente, tudo estava em foco. Dessa forma, na situa-
ção da foto, uma maior quantidade de planos ficou nítida.

Foram utilizados 30 segundos de exposição, ISO de 2500 e a maior


abertura que a lente permitia, que no caso era f/4 na distância focal
de 24mm.

Os galhos das árvores foram iluminados durante um breve período de


tempo com o auxílio de uma lanterna com gelatina vermelha, o que
dava essa tonalidade acentuada.
Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – 16-35mm f2.8L II USM – f/2.8
– 30seg – ISO: 3200

Esta imagem foi capturada no Parque Nacional de Itatiaia. A grande


dificuldade foi que a Via Láctea estava bem alta no céu e a composição
só foi possível utilizando uma lente grande-angular em 16mm para
enquadrar os dois elementos na mesma imagem.
O tripé foi posicionado quase na altura do chão. O foco foi ajustado no
infinito, o tempo de exposição utilizado foi de 30 segundos na maior
abertura da lente, que era f/2.8, com um ISO de 3200.

Foto: Ibán Mulero – Canon 5D Mark II – EF 24-105mm f4L IS II USM –


f/4 – 25seg – ISO: 1000

Para fazer estas fotos, foi utilizada uma Canon EOS 5D Mark II, que,
por ser full frame, nos permite fotografar com menos ruído e uma
resolução maior. Além disso, usou-se uma lente grande-angular EF
16-35mm f2.8L II USM, que é mais clara e tem um campo de visão
mais amplo, facilitando o enquadramento e a composição de paisa-
gens com o céu estrelado.

E, falando em composição, compor a paisagem com o céu noturno é


um dos grandes desafios da astrofotografia. A Via Láctea atravessa o
céu de ponta a ponta e o coração dela costuma ficar bem alto no céu
na maior parte do tempo, então uma lente grande-angular costuma
ser muito útil nessas horas.

Outro detalhe essencial é fotografar em RAW. Na hora de editar esse


arquivo, a densidade dos pixels num arquivo desse formato permite
trazer e evidenciar muitas das estrelas que aparecem.

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Pegue sua DSLR Canon e experimente fotografar o céu.

Vai ser inacreditável.

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