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DESTAQUE

TUDO O QUE PRECISA SABER PARA OBTER RESULTADOS ESPETACULARES

PAISAGEM
COSTEIRA
EM PORTUGAL, ESTAMOS RELATIVAMENTE BEM SERVIDOS DE PAISAGEM COSTEIRA. DE NORTE A
SUL DO PAÍS EXISTEM CANTOS E RECANTOS PARA QUE POSSA FAZER FOTOGRAFIAS DESLUM-
BRANTES. MAS, ANTES, CONVÉM SABER O QUE DEVE LEVAR E FAZER PARA TRANSPORTAR AS
SUAS IMAGENS PARA UM NÍVEL SUPERIOR.

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4Canon 5D MK II . Canon 17-40mm f/4L USM .
17mm . f/14 . 20" . ISO 50
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uem se está a iniciar na fotografia e vê

Q imagens fabulosas de outros fotógrafos,


amadores avançados, ou profissionais,
junto à costa portuguesa, fica maravilhado e
pergunta muitas vezes como e quando con-
seguirá atingir tal estado. Não é algo que
aconteça do dia para a noite mas, neste artigo,
vamos explicar que tipo de acessórios deve
levar e como os usar, as melhores alturas para
ir, o que fotografar. Com o tempo, começará a
obter resultados, quem sabe, melhores até do
que aqueles que antes o deixavam de boca
aberta.
Este artigo pretende servir como catapulta e,
de certa forma, atalhar caminho na aprendiza-
gem. Esperamos que, no final, se sinta motiva-
do e com vontade de largar a revista, pegar na
mochila do equipamento fotográfico e partir
para um qualquer local da nossa belíssima
costa.

n QUE OBJETIVA USAR?


Talvez a questão de mais difícil resposta e a
mais subjetiva. Mas vamos lá tentar dar algu-
mas sugestões e dicas. A distância focal (que
representa o ângulo de visão de uma objetiva)
influenciará grandemente o aspeto das suas
imagens costeiras, pelo que a escolha da obje-
tiva é relativamente importante. Uma teleobje-
tiva, na casa dos 70-200mm, é versátil e uma
interessante objetiva para ter à mão sempre
que se deslocar até junto ao mar para fotogra-
far. Por exemplo, a sua distância mais longa
poderá ser interessante para registar ondas a
bater nas rochas, ou para capturar pontos de
interesse mais distantes – uma ilha, ou um
farol. Distâncias focais mais longas podem ser
úteis para quando quiser comprimir a perspeti-
va, isto é, ideal quando pretender que os ele- 4Canon 5D MK III . Canon 17-40mm f/4L USM .
mentos de fundo se tornem mais imponentes. 17mm . f/8 . 245" . ISO 100

Já uma distância focal na casa dos 100mm


poderá ser ótima para fotografar detalhes na
praia, como padrões na areia, nas rochas, em Se por acaso precisar de estar mais afastado com alto contraste de luz.
barcos. Mais uma vez, poderá optar por uma do mar, mas mesmo assim pretende registar Por outro lado, os filtros de densidade neutra
teleobjetiva, mas uma 100mm (ou perto deste cenários mais extensos, uma 24-70mm pode sólidos são para usar de forma mais criativa.
valor) macro é uma boa opção. ser uma boa opção – continua a ter um relati- Como cortam luz em toda a extensão do filtro,
Mas poderíamos estar para aqui a falar (es- vo grande ângulo de visão para capturar resul- artificialmente aumentam o tempo de
crever) sobre mil e uma objetivas, nas mais tados dinâmicos, mas é longa o suficiente para exposição. Como resultado, poderá suavizar o
diversas distâncias focais que, no final, a nossa lhe permitir fotografar a uma distância segura. movimento da água, produzindo imagens que
principal recomendação ia direitinha para uma A escolha da objetiva e da distância focal são sempre agradáveis de ver e motivo de
grande angular. É quase imprescindível ter dependerá sempre do resultado que quiser espanto para quem não entende muito do
uma. obter. Mas se só pudéssemos levar uma objeti- assunto. Mas, mais à frente, voltaremos a
Uma grande angular será a que oferece a va connosco, a escolha recairia numa grande dedicar um pouco mais de espaço a este
maior flexibilidade e uma com distâncias focais angular. Ou, se a carteira o permitisse, uma tema.
entre 17-35mm é uma boa opção. Isto significa ultra grande angular, na casa dos 12-24mm.
que a objetiva que provavelmente veio com a n TRIPÉ
sua máquina (18-55mm) já dá para para n FILTROS A seguir à câmara e objetiva é, para nós, o
começar. Não vale a pena esconder, mas na grande acessório mais essencial. Não pode, mesmo,
Provavelmente já sabe, mas relembramos maioria das fotografias de paisagem costeira esquecer-se de levar um, ou o seu se já o tiver
que distâncias focais curtas têm uma inerente foram usados filtros. Mas não uns filtros quais- – sem ele, acredite, as suas oportunidades
grande profundidade de campo e são ideais quer. Basicamente, para fotografar junto da criativas ficarão seriamente comprometidas e
para registar imagens cheias de interesse. Por costa aconselhamos o uso de três tipos de fil- limitadas. Longas exposições obrigam ao uso
exemplo, poderá obter fotografias com tros: um polarizador; filtros de densidade neu- de tripé. Ponto. Sendo assim, opte por um que
primeiros planos cheios de interesse, como tra gradientes (ND grad); e densidade neutra seja sólido, robusto – tripés fracos e leves
pequenas piscinas na areia que refletem o céu, sólidos (ND). Uma vez rodado o respetivo anel, podem ser facilmente derrubados por uma
ou outros elementos, padrões de ondulação um filtro polarizador ajuda a reduzir ou a vaga de água, proveniente da ondulação por
na areia, incluir mais elementos que ficariam realçar reflexos e satura as cores. Para além exemplo, ou vento forte. Quando fotografar na
de fora se usasse distâncias focais maiores. disso, ainda corta sensivelmente dois stops de praia, empurre/enterre ao máximo os pés do
O único “contra”, que encontramos ao usar luz. Filtros de densidade neutra gradientes são tripé para lhe dar mais estabilidade – se não o
uma objetiva grande angular, prende-se com o filtros de correção, desenhados para baixar o fizer, o mais certo é o conjunto tripé/câmara
facto de ter que estar junto dos motivos a nível de contraste entre a luminosidade do céu abanar durante uma longa exposição, arru-
fotografar, o que poderá não ser sempre e a do primeiro plano para dentro da gama inando o resultado.
seguro, ou prático, principalmente quando o dinâmica da câmara – tornando possível regis- Agora uma dica que muitos não sabem, ou
mar está mais agitado. tar detalhe em todas as áreas de um cenário esquecem: depois de uma sessão fotográfica

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é essencial. No tempo frio vista roupa térmica


e meias quentes e confortáveis. Um casaco
Outros acessórios úteis
R Cabo disparador remoto: Carregar
impermeável e capaz de o manter quente
mesmo com vento frio, poderá ser um bom
investimento. Existe roupa apropriada e dese- fisicamente no botão de disparo pode
nhada para fotógrafos, principalmente no originar imagens tremidas, principalmente
estrangeiro, mas se procurar bem em casas de se estivermos a falar de longas
desporto encontrará tudo o que precisa. exposições, pelo que será sempre melhor
Como referimos, o calçado também tem usar um cabo disparador para o efeito. E
muita importância. Se pensa ficar longe da como muitas vezes estará a fotografar em
água, uma botas para caminhar serão sufi- condições de luminosidade reduzida,
cientes. Compre umas robustas e que, para pode precisar de levar a cabo exposições
além de impermeáveis, sustentem bem os superiores a 30 segundos, sendo obrigado
tornozelos se decidir andar sobre as rochas. a recorrer ao modo Bulb e, para tal, terá
Mas caso deseje ir mais longe, para mais perto de usar um disparador remoto.
da água, então considere umas galochas, com
o cano no mínimo até ao joelho. Podem não R Pano para limpeza da lente: Tenha
ser a coisa mais bonita e glamorosa, mas o sempre consigo um pano para limpar a
que é preciso é manter os pés secos. Há quem lente frontal da objetiva – pode ser um
compre botas à pescador, subidas quase até às daqueles para limpar os óculos. Junto ao
ancas, ou até as que incluem alças, como um mar será fácil ter sempre água salpicada
macacão. Tudo vai depender do que estiver para a máquina, objetiva e filtros. E, com
disposto a ir, a pagar, ou fazer. Nunca descure um pano destes, a limpeza faz-se rapida-
é a segurança, não há foto que a justifique mente.
colocá-la em causa.

junto ao mar, quando chegar a casa, ou assim


que lhe seja possível, limpe e lave o tripé com
água doce. A água salgada do mar é corrosiva,
por isso enxague as pernas e cuidadosamente
remova toda a areia que encontrar. De longe a
longe coloque uma pequena quantidade de
óleo (idealmente não gordurento) nos parafu-
sos e dobradiças.

n ROUPA
Será difícil conseguir concentrar-se se estiver
com frio com molhado. É impossível fotografar
nestas condições, pelo que a roupa e calçado
têm muita importância quando pensar fotogra-
far paisagens costeiras (ou mesmo outras).
Experimente não ter cuidado com o que veste
e com o que calça e, em pouco tempo, estará
4Canon 5D MK III . Canon 17-40mm f/4L USM .
de volta ao carro a caminho de casa. No inver- 17mm . f/14 . 2,5" . ISO 100
no, com tempo ventoso, a qualidade da roupa

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4Canon 5D MK III . Canon 17-40mm f/4L USM .


21mm . f/8 . 245" . ISO 100

n A MELHOR quase de certeza que é) extraordinário.


Como não podia deixar de ser, entre estes
f/16 são os ideais.
Ao controlarmos a abertura, a câmara define
dois extremos, as opções são muitas e vari- automaticamente a velocidade, pelo que se
EXPOSIÇÃO adas, para todos os gostos e feitios. E, se por esta for demasiado longa – o que pode acon-
Na fotografia de paisagem, a escolha normal- acaso não é muito adepto da fotografia de tecer em condições de pouca luz e desejar
mente recai sobre a prioridade à abertura, paisagens costeiras – mas mesmo assim deci- congelar o movimento das ondas –, tanto
porque precisamos de assegurar que temos a diu ler este artigo –, pode sempre experimen- pode optar por uma abertura do diafragma
profundidade de campo adequada para con- tar diferentes velocidades em diferentes maior (verificando se não compromete muito
seguir uma imagem nítida em toda a sua condições do mar, para ter uma ideia dos a profundidade de campo), ou aumentando o
extensão. Mas, uma vez chegados à costa, resultados que pode obter. valor ISO. Esta poderá mesmo ser a única
convém ter em consideração a velocidade do Felizmente, nos dias de hoje podemos ir opção para deixar a abertura e velocidade que
obturador, já que é ela que controla a quanti- verificando cada uma das imagens que regis- precise, mas tente não ir para lá do ISO 400, a
dade de suavidade/movimento que queremos tamos e, se não ficarmos satisfeitos com o não ser que seja absolutamente necessário, já
guardar da água do mar. E, acredite, tem uma efeito, podemos registar mais uma e outra que a qualidade da imagem final começará a
grande influência no ambiente da imagem com diferentes velocidades. deteriorar-se – mas a opção final é sempre e
final. Mas, por favor, não se sinta tentado a só sua.
Sendo claros e realistas, a velocidade do fotografar com longas exposições. Às vezes Já por outro lado, se a velocidade que pre-
obturador a usar depende do tipo de cenário vale a pena deixar alguma textura na água e, tende para dar um determinado efeito não for
que está a fotografar e o efeito que pretende para isso, precisa de exposições na casa dos lenta o suficiente, já com o diafragma fechado
alcançar. Se o que quer mesmo é registar o 1/4” ou 1/2”, especialmente se as ondas ao máximo e o ISO no mínimo admitido pela
drama de grandes ondas a baterem nas estiverem a “varrer” o primeiro plano e estiver a máquina, então só lhe restam os filtros de den-
falésias, por exemplo, vai precisar de uma usar uma objetiva grande angular. Experimente sidade neutra sólidos (ND) – ver na secção
velocidade rápida para congelar a água no ar, ver o que acontece se, em vez de usar uma ‘Outra vez os filtros’. Quanto mais denso for o
pelo que poderá necessitar de valores de exposição de trinta a sessenta segundos, usar filtro ND, mais terá de prolongar a exposição,
1/500” a 1/2000”, dependendo da agressividade tempos na casa dos cinco ou dez segundos. pelo que para a fotografia de paisagem costeira
do mar e o tamanho que as ondas possam ter Mas se a velocidade de disparo é impor- vale a pena carregar um par de filtros ND,
no enquadramento – quanto maiores e mais tante, o momento em que carrega no botão como um 0.6 (dois stops) e 0.9 (três stops), que
perto estão, mais rápido terá que ser a veloci- não o é menos. Tente ver como a onda e a pode usar individualmente, como os dois ao
dade de obturação. água se comportam depois de bater na areia. mesmo tempo. Sim, é possível!
Saltando para o outro lado da escala da O ideal é carregar no botão quando a onda se E, como também já referimos, pode sempre
exposição, uma técnica popular, quando se está a afastar, em vez de ser quando se aproxi- usar o supra-sumo dos filtros ND, os que cor-
fotografam paisagens costeiras já com pouca ma. Fotograficamente funciona muito melhor, tam 10 ou mais stops de luz. Com eles poderá
luz – especialmente ao nascer ou pôr do sol – principalmente se existir “espuma” na água. levar as exposições para lá dos muitos minu-
é usar longas exposições, de poucos segundos Claro que o modo de prioridade à abertura é tos. Só para ter uma ideia, se sem filtro ND
até alguns minutos. Desta forma a água vai o mais prático para usar, já que assim sólido de 10 stops a exposição é de um segun-
ficar praticamente sem textura, contrastando podemos mais facilmente definir e controlar a do, com o filtro passa a ter uma exposição de...
com rochas, ou pontes. O efeito pode ser (e profundidade de campo – valores entre f/11 e 16 minutos! Já imaginou o resultado?

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n OUTRAS VEZ capazes de cortar um, dois e três stops de luz


(podem cortar mais, mas estes são os mais uti-
não existindo zonas de transição, ou transpa-
rentes. Foram desenvolvidos para que se possa
lizados). Esta solução, o uso de filtros ND gra- prolongar, artificialmente, os tempos de
OS FILTROS dientes são a única forma de conseguir exposição, pelo que os fotógrafos podem, cria-
Se vai fotografar para junto da costa, não se exposições corretas diretamente na câmara, tivamente, suavizar motivos em movimento,
esqueça de levar filtros. Como referimos quase quando fotografamos ao nascer e pôr do sol. como as ondas, ou água corrente. Um filtro
no início, deve considerar um polarizador, ND Já foi mais “difícil” usá-los. Com a introdução capaz de cortar três stops é uma boa opção,
gradientes e ND sólidos. O polarizador, para do Liveview nas máquinas atuais, basta ir colo- possibilitando já aumentos significativos da
além de saturar as cores, atenuar ou realçar cando os filtros à frente da objetiva, com a exposição. Para casos extremos, tem sempre a
reflexos, ou fazer salientar o azul do céu, tem a zona de transição ali junto do horizonte e ver possibilidade de comprar um filtro ND sólido
particularidade de cortar quase dois stops de qual é o que permite guardar detalhe no céu, que corte (aproximadamente) dez stops de luz,
luz. sem parecer insuficiente, ou exagerado. Mas a podendo prolongar a exposição em longos
Os filtros ND gradientes são metade trans- forma mais correta de usar este tipo de filtro é segundos, ou até minutos, mesmo à luz do
parentes e metade pintados com uma zona de fazer medição para o céu, para o primeiro dia. Se existirem nuvens estas ficarão arras-
transição onde as duas metades se encontram. plano e calcular a diferença em stops. tadas, a água suavizada, salientando-se os ele-
A pintura destes ND serve para absorver luz, Quando se fala acerca de filtros para uso em mentos estáticos, como rochas, pedras, edifí-
permitindo ao fotógrafo balançar os níveis de paisagem costeira, é impossível não referir os cios. Resumindo, se quer dar aquele efeito
luz do céu e do primeiro plano. Tipicamente de densidade neutra sólidos. Ao contrários dos suave à água, não pode ir fotografar para a
existem com transições fortes e suaves e ND gradientes, o revestimento destes é total, praia sem levar um consigo.

Sem filtro

Com filtro gradiente

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n EDIFÍCIOS
E CONSTRUÇÕES
Em muitas áreas da zona costeira nacional
existem edifícios e outras construções.
Quando e se for apropriado, tente pelo menos
registar uma imagem onde inclua este tipo de
motivo. Faróis, igrejas, pontes, passadiços, edifí-
cios em ruínas, pontões, barracas de praia,
estacas, tudo isto tem potencial fotográfico e
tornarão as suas fotos diferentes.
Na verdade, estes edifícios ficam relativamente
bem se capturados relativamente pequenos no
enquadramento. Em termos de composição,
recorra à regra dos terços e coloque-os numa
das interseções. Por outro lado, pontões,
pontes, ancoradouros embora menos atrativos
têm muito potencial fotográfico, principal-
mente se recorrer a longas exposições. Usando
um filtro de densidade neutra (ND) poderá
prolongar uma exposição para vários segun-
dos, ou até minutos, suavizando a água. Com
este tipo de estrutura e exposição, experimente
converter o resultado final para preto e branco.

n DETALHES
Nem só de grandes ângulos de visão vive a
paisagem costeira. Aproveite e olhe com
atenção para tudo o que é miniatura, ou
quase, na praia onde estiver a fotografar.
Existirão, de certeza, texturas, conchas, algas,
cordas de pesca, troncos de madeira, calhaus.
Com um pouco de imaginação e uma objetiva
standard ou macro, conseguirá imagens bas-
tante atrativas e, em alguns casos, abstratas.
Procure formas, padrões repetidos, cores.
Selecione uma grande abertura, entre por
exemplo f/2.8 ou f/4, para ter uma curta pro-
fundidade de campo e conseguir isolar áreas
do motivo a fotografar. Tente encher o enqua-
dramento com esses motivos. Caso queira boa
definição e profundidade, feche a abertura do
diafragma e posicione a câmara paralela ao
que quer fotografar. Use um tripé para maior
estabilidade e para permitir que consiga ajustar
a composição cuidadosamente.

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n ALTURA DO DIA Por fim, quando planear a sua sessão junto


ao mar, não se esqueça de verificar as marés.
Isto é muito importante para não ser apanha-
E DO ANO do desprevenido. Algumas áreas, ou pontos de
Sem dúvida que poderá fotografar grandes vista, são mais interessantes se a maré estiver
paisagens costeiras em qualquer altura do dia cheia, outras se estiver vazia, pelo que deve
e em todas as estações do ano. Contudo, visitá-las de acordo com o pretendido. Mas
como já deve calcular, as horas douradas de nunca se coloque em áreas (entre rochedos,
luz – ao amanhecer e entardecer – oferecem ou enseadas, por exemplo) se não tiver a
as melhores condições possíveis. Cerca de certeza se a maré está a subir ou baixar –
meia hora antes e depois do nascer e pôr do pode descarregar uma aplicação para o
sol, a luz e as cores no céu podem ser sim- telemóvel, visitar o site Tábua de marés
plesmente mágicas. O brilho da madrugada (http://www.tabuademares.com), ou descar-
pode ser maravilhosamente colorido, pelo que regar ficheiros PDF da previsão das marés do
aconselhamos que chegue ao local com Instituto Hidrográfico (www.hidrografico.pt/
algum tempo de antecedência, para poder previsao-mares.php).
assistir e, claro, registar este acontecimento.
Por outro lado, não comece a arrumar o
equipamento assim que o sol desaparecer no
horizonte – as cores intensificam-se e podem
estar no seu melhor até trinta minutos depois
do sol se pôr.
Locais diferentes podem ter que ser
fotografados em diferentes momentos do dia.
Por exemplo, no sul do país a melhor altura
para fotografar será o nascer do sol, ao passo
que na costa litoral é mais interessante ao pôr
do sol. Com a chegada dos telemóveis e as
muitas aplicações para os mesmos, será fácil
verificar as horas e locais do nascimento e pôr
do sol, bem como da lua. Por exemplo, a apli-
cação, paga, The Photographers Ephemeris
(http://photoephemeris.com) é do melhor que
pode usar. Mas há outras gratuitas que incluem
bússola e a posição do sol em determinadas
alturas e horas do dia.
Como seria de esperar, diferentes alturas do
ano produzem diferentes oportunidades
fotográficas. Na primavera poderá encontrar
flores junto à costa, ao passo que no inverno o
mar poderá estar brusco e dramático. Mas
grandes fotos podem acontecer ao longo do
ano. Contudo, no verão, a praias tendem a
estar mais cheias de gente e as (muitas)
pegadas na areia oferecem imagens pouco
interessantes.

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