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Aula Prática 2

Combustíveis, Lubrificantes e Aditivos

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Prof. Flávio Rodrigues


Lubrificantes para motores de
combustão interna

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Introdução

Nesta aula vamos citar muitas situações, de forma


pontual, sobre a utilização e aplicação dos lubrificantes
automotivos, especificamente o óleo de motor
Qual o óleo ideal para o motor de determinado
automóvel? Este assunto ainda gera muitas dúvidas
3 Os motores mudaram bastante suas características, se
compararmos com projetos de mais de 20 anos atrás,
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então o lubrificante precisa acompanhar esta evolução


Antes a preocupação era uma película de óleo espessa,
hoje a pressão do lubrificante é muito importante
Componentes do sistema de lubrificação do
motor
Cárter de óleo: Depósito onde o lubrificante fica armazenado, feito de chapa de
aço ou alumínio
Pescador: Tubo que uma extremidade fica conectada a bomba e a outra fica no
fundo do cárter, tem uma tela para eliminar as impurezas maiores quando o
óleo for sugado
Bomba de óleo: Equipamento que suga o óleo do cárter, através do tudo do
pescador. Geralmente é composta de duas engrenagens. Na bomba fica
instalada a válvula reguladora de pressão, que direciona o excesso de fluido
para o cárter em caso de sobre pressão
Filtro de óleo: Componente que filtra as impurezas do sistema, feito
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internamente de material poroso
Interruptor de pressão do óleo: Dispositivo que emite um sinal de alerta, luz
espia no painel do veículo, que a pressão do óleo esta caindo. Fica localizado
próximo a bomba de óleo ou do filtro
Vareta indicadora do nível de óleo: Tem acesso direto até o cárter, indica entre
as marcas máxima e mínima, quanto o motor tem de óleo
Bomba e filtro de óleo do motor

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Funcionamento do sistema de lubrificação

Inicialmente, o óleo fica armazenado no cárter e, posteriormente, a bomba o


suga do reservatório por meio do pescador e o passa pelo filtro para retirar
suas impurezas
Depois de passar pelo filtro, o óleo é distribuído pelo sistema, lubrificando as
partes internas do motor, como os componentes móveis, mancais e as paredes
internas do bloco de cilindros. Em todas as partes lubrificadas, o líquido forma
uma película fina entre as peças em contato, assim elas funcionam com o
mínimo de desgaste e na temperatura correta de trabalho
O óleo sobre pela pressão da bomba, até o comando de válvulas, descendo por
6 gravidade até o cárter novamente. Assim recomeça o fluxo de lubrificação
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A bomba de óleo possui uma válvula de alivio de pressão, pois se ocorre algum
problema e a pressão ficar muito alta, por exemplo, a válvula vai abrir e o
lubrificante vai voltar diretamente ao cárter
Quando for conferir o nível de óleo do motor através da vareta, deve-se desligar
o motor e esperar em torno de 5 minutos para que o óleo lubrificante escorra
até o cárter
Funcionamento do sistema de lubrificação

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Vareta indicadora do nível de óleo do motor

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Problemas que podem ocorrer no sistema de
lubrificação
Vazamentos: O vazamento de lubrificante através do motor pode reduzir o
volume de fluido no cárter e causar queda de pressão no sistema. Existem
várias causas tais como mangueiras rachadas ou estouradas, juntas do
cabeçote ou cárter que não vedam mais ou o desgaste natural de alguns
componentes internos do motor
Consumo excessivo de lubrificante: Geralmente a causa são retentores de
válvula ou anéis de pistão com desgaste. Se o anel raspador de óleo não estiver
atuando corretamente, o lubrificante vai para a câmara de combustão, sendo
queimado junto com o combustível, fazendo uma fumaça azulada

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Formação de borras/depósitos: Geralmente a causa mais provável é exceder o
15 limite de troca de óleo em função do tempo e da quilometragem. Isso pode
fazer com que o motor trabalhe mais pesado e com lubrificação deficiente,
podendo chegar a travar
Variação na pressão de óleo: Pode ser devido a entupimentos nos canais de
lubrificação, bomba de óleo com desgaste, óleo com viscosidade errada e falta
de lubrificante no sistema
Viscosidade SAE do óleo errada

Viscosidade alta: Acima da recomendada para o motor, pode


causar alguns problemas como dificuldade na partida a frio,
maior consumo de combustível (a máquina trabalha mais
pesada), pressão de óleo elevada e mais rapidamente ocorrerá
a formação de borra e depósitos de carbono
Viscosidade baixa: Em relação a recomendada pelo fabricante
poderemos ter um consumo maior de óleo no motor, a película
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de lubrificante poderá se romper com a carga, baixa pressão de
óleo no sistema e vazamentos nos retentores e juntas
Deve-se usar o óleo com a viscosidade SAE recomendada pelo
fabricante do motor, pois foram feitos testes em
laboratório/dinamômetro de torque, potência, consumo e
durabilidade para determinada classificação de lubrificante
Classificação SAE
Os óleos “multiviscosos” são uma mistura das características dos dois
anteriores (inverno e verão), ou seja é um lubrificante que pode ser utilizado no
motor do automóvel em uma manhã fria de 0°C por exemplo, mas também em
uma tarde de 20°C

Há alguns anos atrás a referência de viscosidade para a maioria dos motores


dos automóveis era o óleo SAE 20W50. Na época os motores não tinham
cabeçotes multiválvulas e nem trabalhavam em rotações maiores como os
motores de baixa cilindrada

11 Atualmente se utilizam lubrificantes de viscosidades menores para os motores


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atuais, tais como SAE 15W40, 10W30, 10W40, 5W30, 5W20 e 0W20

O SAE 20W50 é um óleo mineral destilado do petróleo com aditivos

Os SAE 15W40, 10W40 e 10W30 podem ser encontrados na formulação mineral


ou semissintéticos

Já os óleos SAE 5W20, 5W30 e 0W20 geralmente são sintéticos


Classificação API

O óleo lubrificante SAE 20W50 tem um custo


menor em relação aos sintéticos ou
semissintéticos, normalmente vem na
especificação API SJ, SL ou SM
Os lubrificantes sintéticos e semissintéticos de
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última geração vem na especificação API SN
Óleos lubrificantes com a especificação API
abaixo de SJ não devem ser utilizados nos
motores mais atuais, em função do pacote de
aditivos mais antigo
Evolução dos lubrificantes
Muitos países europeus quase não tem petróleo ou tem uma produção muito
baixa (Inglaterra, Alemanha, França, Itália e Espanha).
Na Europa, nos anos 80/90 houve um movimento na busca de energias
alternativas para substituir o petróleo e no caso da indústria automotiva o
investimento em novos projetos de motores, visando a economia de gasolina
Para consumir menos combustível um motor precisa ter uma cilindrada menor
(1.0, 1.4 ou 1.6 litros). Mas o motorista não vai querer abrir mão da potência e
desempenho em seu automóvel
Então os fabricantes procuraram desenvolver novas tecnologias para os
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motores tais como cabeçotes multivávulas, maior rotação de trabalho dos
15 motores, com sistemas pressurizados de arrefecimento aumentou- se a
temperatura de trabalho do conjunto e a utilização de sobre alimentação
(turbo compressores e superchargers)
Com relação aos motores, a antiga preocupação era o rompimento da película
de óleo (lubrificante mais viscoso), hoje é preciso manter a pressão de óleo em
um motor que trabalha em uma rotação maior (lubrificante de menor
viscosidade)
Evolução dos lubrificantes

EVOLUÇÃO MOTORES

GERAÇÃO 1970 1990 2020

Cilindrada (L) 4.0 2.0 1.0/1.4

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Potência (HP) 80 115 75/120

Rotação (rpm) 5000 6000 7500

Temp. óleo (°C) 90 120 180


Lubrificantes esclarecendo dúvidas

Como escolher o lubrificante correto para o meu automóvel? Siga


sempre a recomendação do fabricante, através do manual de
manutenção do veículo ou pesquisando junto a oficinas/internet
Qual o nível correto de lubrificante no automóvel? O ideal é entre a
marca máxima e mínima da vareta. Pouco óleo causa queda na pressão
da bomba/lubrificação e excesso de óleo pode provocar vazamentos
nos retentores e juntas e aumento do consumo de combustível, pois o
motor trabalha mais pesado
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15 Quando completar o nível do óleo de motor? Somente quando estiver
abaixo da marca mínima da vareta
Quando o óleo é bom, nunca abaixa o nível no motor? Não existe
relação entre o consumo de óleo do motor (por vários motivos) e a
qualidade do lubrificante
Lubrificantes esclarecendo dúvidas

O óleo de motor deve ser sempre claro, pois isso denota qualidade? O óleo a
medida que vai circulando no motor deve ficar mais escuro, pois as impurezas
geradas pelo processo de combustão devem ficar solubilizadas no lubrificante
Quando devo trocar o óleo do motor do meu automóvel? Se for um lubrificante
sintético com classificação API atual, a cada 10.000 Km ou um ano. No caso dos
óleos semissintéticos em trono de 7.500 Km e no caso dos minerais o ideal é a
cada 5.000 KM
O filtro de óleo deve ser trocado, toda vez que trocamos o óleo do motor do
automóvel? Recomendamos que sim, pois o filtro a cada 10.000 Km já estará
16 sujo. Não é recomendável intercalar a troca do filtro com o óleo
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Os óleos com pacote de aditivos atual podem ser usados em veículos mais
antigos? Não é aconselhável no caso de motores que ainda possam usar juntas
de cortiça, pois os aditivos podem atacar o material (detergentes) e provocar
vazamentos
Lubrificantes esclarecendo dúvidas

Podemos usar algum aditivo no lubrificante, para melhorar o


desempenho do motor? O lubrificante já vem com todos os aditivos
que precisa, não há a necessidade de complementar o pacote
Pode-se misturar produtos de marcas diferentes? Mesmo os produtos
tendo a mesma classificação SAE e API não recomendamos tal
procedimento, pois poderá haver uma pequena variação no óleo base
17 utilizado ou no pacote de aditivos
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O motor deve estar quente no momento da troca de óleo?
Preferencialmente, pois assim o óleo escoa melhor quando abrimos o
parafuso do cárter (bujão), no caso da troca de óleo por gravidade
Na fotos observamos óleo novo e usado

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