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automóvel
automóveis e motocicletas lançamentos - impressões - história
A história do
Gordini
Gordini ou Dauphine?
N
os anos 60, quem é
que não queria ter
um Gordini “zerinho,
zerinho!”, conforme dizia
Silvio Santos aos domingos
na TV? Nem todos. Meu
avô ganhou um (não foi no
Baú da Felicidade, foi na
rifa), e não gostou. Claro, o
carro anterior dele era um
Studebaker Champion 1952
com caça-mulata! Mas era
um carrinho bem legal, eu
gostava dele. Meu pai tinha
um e meu outro avô tinha
um Dauphine. Acho que dá
pra perceber pelas fotos que
eu preferia o Gordini.
Só não gostei daquelas
férias na praia, meu pai
levou a família com o Simca
lotado e no fim foi nos
buscar de Gordini. Tinha
travesseiro até em cima da
minha cabeça. E ele ferveu
na subida da serra.
sumário
04 Pelo Mundo
O Renault Gordini batendo recordes, 60 anos depois
26 Museus
O Henry Ford Museum conta a história americana
44 Carros no cinema
Mais um pouco de Jeep, na telinha e na telona
O
Renault Dauphine surgiu no Esse motor usava querosene como
mercado norte-americano em combustível e, devido à alta rotação,
1956, ocasião em que os seus não tinha vibrações. Foi só em 1956
importadores aproveitaram o fato de que o Étoile Filante foi apresentado
um automóvel da Renault ter batido oficialmente, no circuito francês de
um recorde de velocidade. Monthléry. Foi nesse ano, também,
Interessados em conseguir esse que ele foi levado ao lago salgado de
recorde para a marca francesa, os Bonneville, nos Estados Unidos,
chefes da Renault se uniram com um para mostrar sua velocidade.
fabricante de turbinas e criaram o O recorde foi estabelecido, com a
Étoile Filante, que, em francês, velocidade de 306,9 km/h para a
significa Estrela Cadente. distância de um quilômetro e de
O carro ficou pronto em 1954, 308,85 km/h após percorrer 5 km.
equipado com uma turbina de 270 O feito foi divulgado no mundo
cv a 28 mil rpm, transferindo tração todo, mas foi melhor aproveitado
por meio da transmissão Transfluide, nos Estados Unidos, para divulgar o
que, posteriormente, seria aplicada lançamento do pequeno Renault
no Renault Frégate. Dauphine naquele mercado.
O Étoile Filante sendo preparado para o recorde, em Bonneville, e na apresentação, no circuito de Monthléry
A história do
Gordini
O carrinho tão querido dos brasileiros nos anos 60
E
ra uma vez um carrinho
compacto, um pouco estranho,
com linhas um tanto parecidas
com as do Fusca. Até motor traseiro
esse carrinho tinha. Era o Renault
4CV, produzido pela fábrica estatal
de automóveis Renault desde 1947 e
que foi o primeiro automóvel francês
com produção e vendas acima de um
milhão de unidades.
Aqui no Brasil, o carrinho, que era
importado, tinha um pequeno motor
de apenas 760 cm3 de cilindrada com
17 cv de potência (4 cv era seu nome
e também a potência fiscal, valor
utilizado para recolhimento de O Renault 4CV, conhecido no Brasil por “Rabo-Quente”
impostos na França), agradou nas
pistas, por ser leve e ágil, fácil de ser
pilotado esportivamente. E o motor
traseiro lhe rendeu um apelido que
praticamente se tornou oficial:
Renault Rabo Quente.
O foco da nossa história, no
entanto, não é o Rabo Quente, mas
seu sucessor, o Renault Dauphine, Renault Dauphine Gordini
O Renault Dauphine tinha motor de 845 cm3 com potência de 27 cv e câmbio de três marchas
O Renault Dauphine tinha carroceria monobloco com motor traseiro refrigerado a água
O Renault Gordini brasileiro surgiu em 1962 e conviveu por um tempo com o Renault Dauphine
Da esquerda para a direita: Renault Gordini IV, Renault Teimoso e Renault Dauphine
Um dos Renault 1093 da Equipe Willys. Na foto, Expedito Marazzi, Nelson Brizzi e Carol Figueiredo
O Renault Gordini em Interlagos, já tendo completado mais da metade dos 50 mil km propostos
O Renault Gordini sendo desamassado para continuar a saga dos 50 mil quilômetros no Autódromo de Interlagos
As fotos mostram a traseira do Gordini até 1966, o 1967, com as lanternas retangulares, e o Teimoso, sem lanternas
Os bancos do Teimoso, só armação, o painel do Gordini 1966 e a posição do estepe, que era retirado pela frente
Com a compra da Willys, o que seria um Renault R-12, com motor e tração dianteiros, acabou se tornando Ford Corcel
O Ford Corcel foi um estrondoso dois verdadeiros ícones da indústria,
sucesso de vendas, creditado à Ford, o Dauphine e o Gordini, mesmo que
e seu apelido jocoso de “Gordinão” eles fossem modelos simples e
nem deveria ser levado a sério, uma compactos e sempre tenham sido
vez que ele teve como antepassados chamados de “carrinhos”. l
Cultura do Automóvel Março 2023 15
história
O
Renault Dauphine tinha, em dois anos, o que faz desse modelo
1961, na Europa, uma versão um automóvel raro e muito valioso
mais luxuosa, chamada de para os colecionadores da marca,
Renault Ondine. Além de alguns mesmo em seu país de origem.
detalhes extras no acabamento, tinha Na Inglaterra, a subsidiária local
câmbio de quatro marchas, o que só produziu um Dauphine especial,
viria depois, na versão mais potente com volante do lado direito. Na
Gordini. O Renault Ondine tinha foto, a Rainha Elizabeth recebe de
carpete mais espesso, bancos com presente um Dauphine inglês, para
encostos reclináveis e um volante incentivar as vendas naquele país.
especial. O lavador de para-brisa era Em 1959, já sem algumas taxas
um item não encontrado em carros alfandegárias, inicia-se a fase de
populares. Foi produzido por apenas importação, para atender a demanda.
A Rainha Elizabeth recebe um Renault Dauphine em 1957, para incentivar a venda do modelo na Inglaterra
O Ondine Alfa Romeo foi produzido na Itália de 1960 até 1963. E o Renault Gordini era exclusivamente importado
O Renaul Ondine era uma versão mais sofisticada do Dauphine, com câmbio de quatro marchas e bateria de 12 volts
A versão elétrica do Dauphine, o Henney Kilowatt de 1959, tinha todos os espaços preenchidos com baterias
Um ponto de venda do Renault Dauphine nos Estados Unidos. Até venderam bem, mas por muito pouco tempo
Na Argentina quem produzia o Renault Dauphine era a IKA - Industrias Kaiser Argentina
E o Renault Gordini
fez bonito na pista
Os Renault 1093 da Equipe Willys nos 1.600 km de Interlagos de 1965: venceram facilmente os carros mais potentes
A
ntes mesmo de o Gordini americano William Max Pearce,
conquistar aquele feito que um veterano de muitas ideias e que
pouquíssimos automóveis viu na associação da sua empresa
ousariam – ou conseguiriam –, o com a Renault, que trazia consigo a
recorde de 50 mil km sem parar em marca Alpine, uma boa estratégia de
22 dias, o valente carrinho já estava marketing.
fazendo bonito nas pistas. Mesmo Dessa forma, a equipe foi criada
que apenas participando, sem vencer, com três Willys Interlagos, versão
já que muitas vezes seus adversários brasileira do esportivo Alpine A108
eram notadamente superiores na e que havia sido recém-lançado no
questão da potência. Brasil, e três Renault Gordini, que
A famosa Equipe Willys foi criada ficaram nas mãos dos melhores
pelo departamento de competição pilotos brasileiros da época, entre
da Willys-Overland do Brasil, eles Christian Heins, o Bino, que
que, na época, era dirigida pelo também chefiava a equipe.
20 Março 2023 Cultura do Automóvel
história
O Renault 1093 número 41 com a pintura amarela e a faixa verde central, grafismo que marcou a estética da equipe
Com a morte de Bino na prova Os outros carros da equipe, três
das 24 Horas de Le Mans de Renault Gordini, eram pilotados
1963, pilotando um Alpine A110, por outros três grandes pilotos, José
assumiria a direção da equipe Willys Carlos Pace, o Moco, Chiquinho
o ex-piloto Luiz Antônio Greco, que Lameirão e Carol Figueiredo, com
contratou o melhor piloto da equipe a eventual entrada de outros pilotos,
rival, a Vemag com seus DKW, para como Eugênio Martins, Anísio
tomar o lugar vago. Assim, o piloto Campos e até Expedito Marazzi. Os
Bird Clemente completa o trio das pilotos adicionais eram necessários
Berlinetas com Luiz Pereira Bueno e em provas longas, para as quais
Wilson Fittipaldi Jr. existia o revezamento por turnos. ç
José Carlos Pace e Carol Figueiredo estrearam nas pistas em 1963, na prova IV Aniversário ACESP, com seus Gordini
A prova Circuito das Hortências, em 1963. No detalhe, o Gordini 19 vencedor, do estreante Luiz Fernando Andreatta
O Renault 1093 número 46, que fez dobradinha com o número 47 nos 1.600 km de Interlagos de 1965
As corridas para estreantes eram do regulamento, o que permitiu usar
comuns naquele tempo. Nesse o motor do Renault R8 e aliviar a
mesmo ano, a prova Circuito Cidade carroceria, transformando os carros
das Hortências, em Canela, no Rio em carreteras.
Grande do Sul, destacava um dos Os três carros, pilotados pelas
representantes da família Andreatta, duplas Luis Pereira Bueno / José
o jovem estreante Luiz Fernando. Carlos Pace, Wilson Fittipaldi Jr. /
Ele venceu a prova de rua com um Bird Clemente e Carol Figueiredo
Renault Gordini. Nessa prova, os / Rodolfo Olival Costa, deram um
Gordini e os DKW classificavam “banho” nas potentes carreteras,
separadamente dos Dauphine e que se perderam em meio à intensa
Volkswagen, que eram mais lentos. neblina que desceu na madrugada
Não houve, no entanto, equipe tão e chegando, respectivamente, em
bem estruturada quanto à Willys, primeiro, segundo e quarto lugares.
de Luiz Antônio Greco, mesmo A partir daí, Renault Gordini e
com a forte concorrência das outras 1093 continuaram nas provas, com
grandes equipes oficiais, como a a equipe Willys se atualizando com
Vemag, de Jorge Lettry, e a Simca, automóveis mais modernos, como
de Ciro Cayres e Jayme Silva. o Renault R8 e mesmo o protótipo
Uma corrida ficou marcada para Bino, para depois continuar seu
sempre no currículo da Willys: os caminho já como uma equipe de
1.600 km de Interlagos de 1965. competição da Ford. E o Renault
Como era uma prova para carros Gordini encerra a sua participação
de turismo, com preparação livre, no automobilismo brasileiro com
Greco inscreveu três 1093 dentro uma das melhores reputações.
Cultura do Automóvel Março 2023 23
história gordini na pista
Os Renault 1093 da Equipe Willys nos 1.600 km de Interlagos de 1965: venceram facilmente os carros mais potentes
O Renault 1093 número 60 de Expedito e Danilo Lemos, pela Equipe Torke. Muita neblina à noite e uma manhã linda
Gama Cruz, piloto carioca. Depois dos 1.000 km de Brasília,
Mas sua melhor corrida de 1093 Expedito correu de Simca e DKW,
foram os 1.600 km de Interlagos de e esta era a sua primeira prova com
1965, correndo com um Renault um Renault 1093 depois que saiu
particular, em parceria com Danilo abruptamente da Equipe Willys, da
de Lemos. Expedito conta que se qual ele pediu demissão após uma
esforçou muito para acompanhar as discussão com o chefe por telefone.
carreteras 1093 de fábrica com um Ele havia ficado muito zangado ao
carro sem uma preparação especial, saber que não seria escalado para o
e foi justamente isso que lhe deu I Grande Prêmio da Guanabara de
essa grande satisfação, obtendo um 1964 e bateu o telefone na cara do
honroso sétimo lugar. chefe. Coisas de Expedito. l
Cultura do Automóvel Março 2023 25
museus
Museus, uma
lição de história
Além de mostrar automóveis, motocicletas, ônibus,
trens e aviões, o Museu Henry Ford retrata a história
americana e seu papel na Revolução Industrial
Alguns dos carros expostos no Museu Henry Ford. Nem todos são da marca Ford
N
a infância, quem é que não foi Como era um passeio obrigatório
visitar, pelo menos uma vez, o nas escolas, e para as famílias mais
Museu do Ipiranga? Falo isso tradicionais, imagino que, assim
para quem é da minha geração e, em como no meu caso, meus amigos e
parte, para quem é de São Paulo, já colegas contemporâneos torciam
que, lá pelos anos 60 e 70, o Museu um pouquinho o nariz para esse
Paulista da USP era a referência na passeio. Mas somos nós mesmos
história de nosso país. que rodamos centenas quilômetros
Quisera eu, naquela época, gostar para visitar os atuais museus de
tanto de história quanto atualmente, carros e de motos. Na maioria dos
pois assim poderia ter assimilado casos, a viagem é bem mais longa,
melhor aqueles conhecimentos já que os principais museus do
todos que residem no local. mundo estão no Exterior.
Na foto maior, o Instituto Edison e o Museu Henry Ford, em cartão postal dos anos30
Interior do avião Ford Tri-Motor NX4542 de 1928, utilizado pelo Almirante Byrd em suas expedições à Antártica
O ônibus GM de 1948 saiu do anonimato e foi contar a sua história no Museu Henry Ford
O interior do ônibus onde ocorreu o episódio que iniciou a luta pelos direitos civis dos cidadãos americanos
O interior do ônibus onde ocorreu o episódio que iniciou a luta pelos direitos civis dos cidadãos americanos
Móveis, utensílios e até casas inteiras, de várias épocas, mostram a evolução da humanidade no Museu Henry Ford
O Locomobile de 1906 foi o primeiro carro americano a vencer uma corrida internacional, em 1908
O Ford Modelo T totalmente desmontado e com seus componentes suspensos, como em uma vista explodida
Carros de todas as marcas e tipos, motores e componentes são objetos de exposição no Museu Henry Ford
Um dos primeiros Volkswagen Sedan e uma perua Volkswagen Typ2, a nossa Kombi, não poderiam faltar no museu
O Blue Bird no 1, de 1927, foi o primeiro ônibus escolar oficial dos Estados Unidos. Hoje eles são uma instituição
O Ford X-100 de 1953, com V8 de 5,2 litros e 300 cv, tinha a missão de introduzir tecnologia nos sistemas auxiliares
Este Chrysler parece um automóvel comum, mas tinha uma turbina no lugar do motor. Apenas 50 foram fabricados
O Motor Buggy de 1908, era vendido exclusivamente pelo catálogo da Sears Roebuck, por 395 dólares
Acima, o protótipo do Ford Mustang, de 1962, com motor central. Ao seu lado e abaixo, o primeiro Mustang, de 1964
Greenfield Village, uma cidade criada por Henry Ford com prédios históricos transplantados do local original
Réplica da oficina de Thomas Edison, no Greenfield Village, e os carros de Henry Ford escondidos no subterrâneo
Fair Lane, ou The Henry Ford State, é a casa onde Ford viveu até 1950. Ela tem até uma usina elétrica particular
A casa de Henry Ford tinha uma usina elétrica particular, ligada por um corredor secreto subterrâneo de 300 metros
Jeep em ação
No cinema ou na TV, o Jeep é sempre destaque
C
omplementando o vasto assunto já abordado na edição
anterior da revista Cultura do Automóvel, vamos ver
em quais filmes e seriados o Jeep se sobressaiu. Nem
seria possível citar todos eles, uma vez que qualquer filme de
guerra invariavelmente mostra um ou mais jipes, e por esse
motivo a ideia é mostrar o Jeep como componente importante
em histórias de ficção.
Só de mencionar o Jeep no cinema, já me vêm à mente alguns
filmes inesquecíveis, como, por exemplo, Casa de Chá do Luar de
Agosto (The Teahouse of the August Moon, 1956). O pobre
Capitão Fisby (Glenn Ford) tenta dissuadir os nativos da ilha de
Okinawa – entre eles o astro Marlon Brando, interpretando
Sakini, em um papel oriental – a não pegar carona
Sarah Connor pega a estrada com um Jeep CJ-7 Renegade 1983 no final do filme Exterminador do Futuro
Os mercenários de pé no Jeep não se machucam em A-Team. Ao lado, um Wrangler 1987 em De Volta para o Futuro
Cena do filme Casa de Chá do Luar de Agosto. Não descobri se é um Ford GPW ou um Willys MB
Os jipes são companhia constante dos jovens nos filmes Garota de Ipanema, Amante Latino e Garota Dourada
O Jeep é corriqueiro no cinema portas, que aparece em uma rápida
nacional, principalmente nos filmes cena. E em Garota de Ipanema, de
de jovens dos anos 60 a 80. O drama 1967, a patota se empolera em um
Marcelo Zona Sul, de 1970, mostra Jeep CJ-2 de 1951. No filme Garota
o jovem Stepan Nercessian furtando Dourada, de 1984, o jipe que roda
o jipe Candango de seu vizinho para na praia é um Toyota Bandeirante.
passear pelo Rio de Janeiro com sua Na mesma linha de filme de e para
namorada Françoise Forton. jovens, o Jeep Willys CJ-5 de André
Na comédia Amante Latino, de de Biase e Sérgio Mallandro é parte
1979 – com Sidney Magal, é claro –, importante da trama do belo filme
é um Jeep Willys CJ-6, de duas Menino do Rio, de 1982.
Os jovens sempre preferiram os jipes, como o Candango no filme Marcelo Zona Sul e o Willys CJ-5 em Menino do Rio
Bonitinha Mas Ordinária: um Jeep Willys 1962 em 1963 e um Ford Jeep 1970 em 2013
O Jeep do professor aloprado é um Willys DJ-3 Surrey Gala de 1959. O Jeep policial é um CJ-5 com capota rígida
Jipes alegres: um CJ-5 1962 em O Diamante Cor-de-Rosa e um CJ-5 1954 no filme Salve-se Quem Puder
Columbo: CJ-6 de 1955 Arquivo Confidencial: CJ-5 de 1973 Ilha da Fantasia: CJ-7 de 1976
Duro na Queda: CJ-5 de 1976 O Incrível Hulk: CJ-5 de 1978 Vega$: CJ-5 de 1978
Miami Vice: CJ-5 de 1979 Agente da U.N.C.L.E.: CJ-6 de 1966 As Panteras: CJ-5 de 1977
O Homem de Seis Milhões de Dólares: CJ-2A O Fugitivo: CJ-3A de 1949 M*A*S*H: CJ-2A de 1949