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O picape passava a se
chamar Fiorino e ganhava a
plataforma da Panorama,
para maiores volume e
capacidade de carga
Logo o picape passou a utilizar a base da Panorama, ficando mais longo -- 3,78 metros -- e com
maior capacidade de carga -- até 570 kg. Mas só ganharia a frente Europa em 1982. Rebatizado
Fiorino, tinha a versão básica de acabamento, ainda com estilo antigo, e a City, de apelo mais
jovem e esportivo. Uma bem-humorada publicidade de 1983 anunciava que, com sua economia
de combustível, o comprador poderia "navegar de saveiro ou ir para o pampa", uma alusão a
seus concorrentes da Volkswagen e da Ford lançados há pouco. O outro era o Chevy 500 da
GM.
No mesmo ano o furgão Fiorino ganhava uma variedade de versões nunca mais vista no
segmento. Havia o modelo tradicional fechado, para cargas, com o teto após a cabine bem mais
alto, e outros bem interessantes estreavam. Um para passageiros, o Settegiorni (sete dias em
italiano), com bancos traseiros que rebatiam quando se precisasse carregar mais objetos do que
pessoas. Outro, o Vetrato (envidraçado), com amplos vidros na parte traseira, como o anterior,
mas sem os bancos -- a carga ficava à mostra.
Enfim, o Combinato, com bancos traseiros laterais. Este era usado como transporte interno na
fábrica e tinha o carinhoso apelido de "Busolino". A porta de carga era removida e até três
passageiros espremiam-se em cada banco lateral. A traseira afundava tanto que parecia que as
rodas dianteiras iam sair do chão...
Podiam servir como veículo de trabalho e lazer ao mesmo tempo. Contavam ainda com um
interessante bagageiro sobre o teto da cabine, de desenho favorável à aerodinâmica, para
transporte e acomodação de pequenas cargas. Essas versões do Fiorino anteciparam o que se
hoje parece novidade: os utilitários de lazer, como Citroën Berlingo e Renault Kangoo. A
suspensão de todos os comerciais leves, incluindo o picape, era diferente do 147, para suportar
mais carga. No carro havia mola com três lâminas e neles, quatro.
No mesmo ano chegavam as versões Top e Racing, que substituíam a GLS e a Rallye, na
ordem. Uma novidade muito bem vinda era a troca dos sincronizadores da primeira e segunda
marchas -- de início só nestas versões com motor 1.300 --, para aliviar o já tradicional esforço nos
engates do câmbio. No lugar dos sincronizadores tipo Porsche, com freio de aço, passaram a ser
usados os Borg-Warner, com anéis de bronze, já empregados na terceira e na quarta. Também
era adotado novo trambulador. A Fiat já havia tentado outras soluções, como melhor circulação
de óleo, sem sucesso.
Como curiosidade, muita gente jurava que a primeira marcha do 147 não era sincronizada. Isso
porque sempre que a primeira era engatada com o carro andando escutava-se um ligeiro ruído
de engrenagem raspando em outra. Era nada menos que a coroa dentada do corpo sincronizador
encontrando a engrenagem intermediária ("louca") de ré, apenas uma característica do projeto.
Ao engatar a ré, era essa engrenagem intermediária que se deslocava e se interpunha entre a
coroa dentada do sincronizador e outra engrenagem na árvore primária, promovendo a marcha
para trás.
O furgão da Fiat oferecia quatro versões em 1982: o convencional fechado
(esquerda), o Vetrato com janelas para cargas que poderiam ficar expostas...
A versão Top trazia opção de ignição eletrônica, painel e volante desenhados pelo estúdio
italiano Bertone, já usados na Panorama CL. Chegava a quase 150 km/h e fazia de 0 a 100 km/h
em 16 segundos. A versão básica agora se chamava 147 C. Além da frente Europa, eram
novidades o pára-sol do passageiro e o retrovisor interno dia/noite. E hoje o Celta é considerado
muito despojado...
Detalhes externos também foram alterados. Na Top o que chamava atenção era o teto solar
opcional, e o Racing deixava de lado as faixas, símbolos de esportividade de uma era passada. O
logotipo vermelho indicando a versão chamava a atenção, avisando que se tratava de versão
brava.
...o familiar Settegiorni e o Combinato (direita), com bancos montados nas laterais
Renovação da linha
Uma nova frente chegava em 1983 para o hatch e a Panorama. O 147 continuava com o estilo
Europa, mas era oferecido o Spazio, versão atualizada e mais luxuosa. Tinha grade e faróis
maiores, com um desenho próximo ao que surgiria no Uno, novas lanternas e vidro traseiro
maior, para ganho em visibilidade. Nas laterais, largas molduras de poliuretano e repetidores de
luzes de direção nos pára-lamas, herdados mais tarde pelo Uno, mas ausentes do Palio (exceto a
versão exportada para a Europa). Continua
Lá fora Em escala
A família na Itália não cresceu como O fabricante de brinquedos Estrela fez um modelo
aqui. Na Espanha havia o 127 de duas, a fricção em metal, bem detalhado e acabado, em
quatro ou cinco portas, fabricado pela cores vivas. A Bburago fez nos anos 70 uma
Seat, que pertencia ao grupo Fiat antes miniatura do 127 em escala 1/24 com abertura de
de ser absorvida pelo grupo portas, capô com detalhes do motor e rodas que
Volkswagen. Na Argentina recebia o esterçavam. Vinha na cor verde-claro metálico,
nome de Sevel 127, e era nosso 147 semelhante a uma cor de lançamento do Palio no
Europa exportado. Brasil. Muito fiel e bonita.