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quebrar. Só o Corcel II, lançado em 1977, o tinha também, mas era um carro de categoria
superior. Ainda em se tratando de segurança, a versão GL contava com apoio de cabeça nos
bancos dianteiros.
Também nesse ano fazia sua estréia a versão esportiva Rallye. Com motor de 1,3 litro,
desenvolvido a partir do 1,05-litro (mediante aumento do curso dos pistões de 57,8 para 71,5
mm), produzia 61 cv brutos a 5.400 rpm. Por fora tinha faixas pretas laterais, spoiler, faróis
auxiliares e tomada de ar para a pequena grade sobre o capô. As rodas se destacavam pelo
desenho esportivo.
O Rallye trazia cinto de segurança de três pontos dianteiros e bancos reclináveis, de encosto alto
e gomos horizontais. No painel completo havia conta-giros, voltímetro e manômetro de óleo. O
bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi, de passagem por Belo Horizonte a convite
da Fiat, testou e aprovou o pequeno esportivo. Destacou o torque, a aceleração e sustento da
velocidade, mesmo com cinco passageiros a bordo.
Em 1979, após testes por todo o país durante três anos, era lançado o primeiro carro a álcool do
mundo: o Fiat 147 com motor de 1,3 litro e 60 cv brutos (56 cv líquidos), que ganharia o apelido
de "cachacinha". Usava taxa de compressão de 10,65:1, baixa para álcool, mas assim mesmo
andava mais que com motor a gasolina -- velocidade final, aceleração e retomadas eram
melhores.
No ano seguinte o pequeno 147 recebia sua primeira reestilização. Na nova frente, denominada
Europa (e também adotada no Velho Continente), o capô era mais aerodinâmico e inclinado, os
faróis passavam a ser retangulares e a grade ganhava ligeira inclinação. As luzes de direção
estavam nas extremidades, junto das lanternas -- por isso metade era na cor âmbar e metade
incolor. Curiosamente, essa solução ressurgiu agora na linha 2001 do Palio. Os pára-choques
eram de plástico polipropileno e podiam vir em cinza ou preto, conforme a opção de acabamento.
Agora contava com quatro versões: L (a básica), GL, GLS e Rallye, além do picape, que
conservava a frente antiga, e a Furgoneta. As opções de motor eram o conhecido 1.050 (que
nunca teve versão a álcool), para as versões L e GL, e o 1.300 a álcool ou gasolina para a GLS e
o picape.
O 147 GL contava com apoio de cabeça, que apoiavam também os ombros por serem muito
largos. Já na versão GLS este equipamento de segurança era fornecido para os dois ocupantes
do banco traseiro, uma inovação na categoria. O revestimento nesta versão era em tecido "pé-de-
galinha", um tipo de veludo. Nos bancos dianteiros os cintos de segurança de três pontos eram
retráteis -- nas outras versões ocorria perigoso desajuste se o ocupante se deslocasse para a
frente e não o reajustasse depois -- e o volante era de dois raios horizontais.
O painel era bem completo, com conta-giros, indicador de temperatura de água, manômetro de
óleo e relógio a quartzo. O interior era todo acarpetado, o vidro traseiro térmico era de série e
todos eram verdes. Para o conforto do motorista, contava ainda com servofreio.
A versão a álcool foi o primeiro automóvel de série no mundo movido a este combustível.
Mesmo com baixa taxa de compressão, tinha melhor desempenho que o 147 a gasolina
A Rallye trazia nova decoração externa. A tomada de ar sobre o capô era mantida com o defletor
em plástico. Abaixo dos pára-choques pretos, na frente do spoiler de mesma cor, vinham faróis
auxiliares e o pára-brisa era laminado com faixa degradê -- já na época a Fiat o associava a
versões esportivas. Rodas próprias completavam o aspecto esportivo.
Por dentro, volante acolchoado de três raios e painel bem-equipado. O motor de 1,3 litro contava
com carburador de duplo corpo. Andava muito bem e era atrevido, chegando a perturbar muito
carro de potência superior.
Também em 1980 era lançado mais um sucesso da marca. A perua da linha 147 recebeu o nome
Panorama -- já usado na Itália na perua do modelo 128, um Fiat maior. Com amplas janelas que
justificavam seu nome, era mais longa que os outros modelos em cerca de 30 cm. Seu grande
apelo era o espaço para carga: transportava 730 litros com o banco traseiro em posição normal
(até o teto) ou 1.440 litros com o mesmo rebatido.
Como o teto, a partir dos assentos dianteiros, era ligeiramente mais alto, havia também mais
espaço para a cabeça no banco traseiro -- mas poucos aprovavam o "degrau" bem evidente no
estilo. O motor era o mesmo 1,3-litro e seu peso era de 840 kg, 50 a mais que o 147. No tanque
cabiam 52 litros, contra 43 dos outros modelos, que logo foram atualizados nessa parte para
aumento da autonomia.
Naquele tempo os postos fechavam nos fins de semana para desestimular viagens longas e
poupar gasolina, tendo sido o Brasil o único país a adotar a estúpida medida. Estúpida porque o
consumo de diesel aumentou, levando à necessidade de mais petróleo e à absurda situação de
se manterem petroleiros ancorados com gasolina, que não encontrava mais espaço para estoque
no País.
A nova autonomia permitia, por exemplo, encher o tanque na chegada sexta-feira ao Rio, rodar
um pouco no sábado e voltar para São Paulo com "pé embaixo" no domingo, sem nenhuma
preocupação de ficar sem gasolina na Via Dutra. A ótima estabilidade da linha não foi afetada
com a Panorama, nem o consumo. Dois anos depois a perua já dispunha de opções C e CL de
acabamento, esta última mais completa e luxuosa. Continua
Nas telas
Numa das propagandas na TV, o frentista de um posto num local deserto escuta o ronco de um
motor e vai, animado, para a bomba à espera do cliente. Mas o 147 passa em ritmo forte, para
espanto do homem, e não pára.
Antes de fazer sua estréia nas ruas, um filme publicitário foi apresentado em feiras em Belo
Horizonte. Neste o 127, parente direto do nosso 147, fazia malabarismos arriscados. O modelo
vermelho saltava num trem de carga, de um vagão para o outro. Em estradas de terra dava
saltos de dar inveja a carros de rali.