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dicas para
melhorar a
sua escrita

REGRAS
GRAMATICAIS
Uso do acento grave,
regência, vírgula e
muito mais

Esclareça as
dúvidas ortográficas
mais frequentes

15 exercícios para treinar o seu texto


Guia educando ed17
Desenvolvimento 7908182049059
Pessoal
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Aprender a escrever bem
Aprender a escrever melhor é objetivo de todos hoje em dia. Em qualquer trabalho
somos requisitados diariamente para escrever relatórios e ofícios, escrever e-mails
ou outras correspondências.
Escrever não é uma tarefa fácil. Para melhorar a escrita é necessário muita dedica-
ção e estudo. O conhecimento das diferenças entre a língua falada e escrita e de
alguns conceitos de gramática são importantes.
Para isso, além de exercitar constantemente, a leitura é um caminho fácil e agradá-
vel de aprender novas formas de escrita e também as regras gramaticais.

27 dicas gerais para escrever bem


Nada melhor do que ver na prática como os erros mais comuns que cometemos na
hora de escrever podem ser horríveis e tornar um texto muitíssimo desagradável.
A lista que segue é fantástica, vale lembrar dela a cada vez que pensarmos em redigir algo.

1. Evite abreviações.
2. Não faça uso de estilos muito rebuscados de escrita.
3. Não utilize aliterações abusivas, ou seja, não repita palavras que têm o som parecido.
4. Utilize letras maiúsculas onde forem necessárias.
5. Evite lugares-comuns.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Evite utilizar palavras estrangeiras, quando as mesmas não forem necessárias.
8. Jamais faça emprego de gírias.
9. Não utilize palavras de baixo calão.
10. Não generalize.
11. Evite repetir a mesma palavra.
12. Não abuse das citações.
13. Frases incompletas tornam seu texto confuso.
14. Não seja redundante.
15. Seja específico.
16. Nunca use frases com apenas uma palavra.
17. Evite a voz passiva.
18. Use a pontuação corretamente.
19. Fuja de perguntas retóricas.
20. Nunca use siglas desconhecidas.
21. Não exagere
22. Evite mesóclises.
23. Evite analogias.
24. Não abuse das exclamações.
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da
ideia contida nelas.
26. Cuidado com a ortografia.
27. Seja incisivo e coerente.

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15 Exercícios para Melhorar sua Escrita
Exercícios de escrita são ótimos caminhos para melhorar suas habilidades na pro-
dução textual e até gerar novas ideias para futuros trabalhos. Eles podem também
dar-lhe uma nova perspectiva do seu projeto atual. Um dos grandes benefícios de
exercícios particulares é que você pode se sentir livre do medo ou perfeccionismo.
Para tornar-se um escritor é importante às vezes escrever sem a expectativa de
publicação. Não se preocupe se sair imperfeito, para isso que serve a prática. O
que você escrever em qualquer um desses exercícios, pode não ser o seu melhor
trabalho, mas é uma boa prática para quando você precisar escrever o melhor.

1. Escolha dez pessoas que você conhece e escreva uma frase descrevendo cada uma.
2. Grave 5 minutos do rádio (ou de algo que você ouça). Escreva o diálogo e adicione
descrições narrativas dos falantes e suas ações, como se estivesse montando uma cena.
3. Escreva uma autobiografia com cerca de 500 palavras.
4. Escreva seu testamento. Liste todas as realizações de sua vida. Você pode escre-
ver como se você fosse morrer hoje, ou daqui a 50 anos.
5. Faça uma descrição de seu banheiro, em 300 palavras.
6. Escreva uma entrevista fictícia com você mesmo, uma figura famosa, com um
caráter também ficcional. Faça isso de uma forma apropriada (ou inapropriada),
como se fosse para uma revista famosa.
7. Pegue um jornal ou folheto de supermercado, olhe os artigos e escolha um que
possa ser base para uma cena ou história que você queira escrever.
8. Mantenha um diário de caráter fictício.
9. Pegue uma parte de um livro e reescreva em um estilo diferente, como um ro-
mance gótico, de ficção ou ainda uma história de terror.
10. Escolha um autor, que não necessariamente precise ser seu favorito, e escreva
sobre o que você acha da forma como ele escreve. Faça isso sem consultas primei-
ramente, só depois de terminado, releia algumas de suas obras e veja se esqueceu
algo e, se preciso, mude seu texto. Analise quais elementos do estilo dele você
pode adicionar ao seu próprio e quais elementos você não pode (ou não quer) adi-
cionar. Lembre que seu estilo é único e que você deve apenas pensar em adicionar
elementos a ele. Nunca tente imitar alguém por mais de um ou dois exercícios.
11. Pegue um texto que você tenha escrito em primeira pessoa e reescreva-o em
terceira pessoa, ou vice-versa. Você também pode tentar fazê-lo mudando o tem-
po verbal, narração, ou outros elementos estilísticos. Não faça isso com um livro
inteiro, só com pequenos trechos. Depois de escrever um livro, nunca olhe para
trás para tentar reestilizá-lo, senão você vai gastar todo seu tempo reescrevendo
coisas, ao invés de escrever algo novo.
12. Tente relembrar da sua mais tenra infância. Escreva tudo que puder lembrar.
Reescreva como uma cena, usando sua perspectiva atual ou, se conseguir, usando
a perspectiva da idade que você tinha.

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13. Relembre um antigo argumento que você usou com alguma pessoa. Escreva
sobre o argumento do ponto de vista dessa pessoa. Lembre-se que a ideia é ver o
argumento daquela perspectiva, não da sua própria. Este é um exercício que pode
ser feito oralmente. Nunca julgue se você está certo ou errado.
14. Escreva uma descrição, com no máximo 200 palavras, de algum lugar. Você
pode usar quaisquer elementos sensoriais, descreva como se sente, como são
os sons, os cheiros e sabores de lá. Tente fazer uma descrição de forma que as
pessoas não percam os detalhes visuais.
15. Sente em um restaurante ou uma área com bastante gente e escreva os diálo-
gos que você ouve. Escute as pessoas ao seu redor, como elas falam e que palavras
elas usam. Depois de fazer isso, pode praticar terminando seus diálogos. Escreva
sua versão sobre como as conversas continuam.

O Processo de Escrita
Planejamento
Decida o quê você está escrevendo e para quem está. Caso não tenha como saber
o perfil de seus leitores, use você mesmo como exemplo: Se alguém precisasse
passar esta informação a você, seis meses atrás, como deveria ter feito?
Organize seu texto de forma estruturada. Organize cada parte como um bloco que
tem seu propósito, que por sua vez, também divide-se em sub-blocos com uma
função definida.
Caso você não consiga imaginar como organizar seu material, comece a escrever
ideias aleatoriamente, e depois coloque-as em ordem.

Rascunho
Na hora de fazer um rascunho, simplesmente jogue tudo no papel. Sem elegân-
cia, sem perfeição, apenas jogue tudo no papel, então você não vai mais precisar
guardar tudo em sua mente.
Não se preocupe com a gramática, com o modo que você está escrevendo, ou em co-
locar palavras bonitas. Se concentre no que você quer dizer e em como organizar isso.

Principal regra: Vá direto ao ponto


Para manter as coisas claras e legíveis, apresente o ponto principal antes de desen-
volver todo o raciocínio ao redor dele.
Coloque a ideia principal de cada parágrafo bem no seu início. Assim, as pessoas po-
dem ter uma visão geral do seu texto apenas lendo as primeiras palavras de cada trecho.
E acredite, muita gente faz isso!

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Mantenha tudo o mais simples possível. Quando uma pessoa não entende um
texto, ela simplesmente não o lê.
Nunca tente soar formal, ou sofisticado. Se o seu trabalho não está cheio de gírias
e termos “de rua”, já está formal o suficiente.
Escrever difícil é um ótimo jeito de espantar leitores.
Você sabe quais as palavras que nunca devem ser usadas para escrever? Pois são
aquelas que você não sabe o significado.
Nunca use uma palavra até que você saiba exatamente o que ela significa.

Revisão
Os computadores são a grande ferramenta. No ponto atual com eles podemos
revisar qualquer coisa, quantas vezes precisarmos, sem gastar sequer uma folha
de papel. Antigamente, isso não era tão fácil!
O objetivo da revisão é tornar o seu texto mais claro e simples de entender. Isso é fei-
to, principalmente, encontrando melhores modos de transformar ideias em palavras.
“Mas não há outro modo de colocar minhas ideias em palavras!”
NEGATIVO. Se você só consegue expressar algo de uma forma, significa que você
não entende isso, não é uma ideia, mas apenas um aglomerado de palavras.
Quando estiver revisando, finja ser o seu pior inimigo. Se há algo escrito, talvez
possa não ser entendido, então mude o texto para que isso nunca aconteça!
Tenha certeza de que a ideia principal de cada parágrafo esteja em seu início. As-
sim, como foi dito antes, as pessoas podem ler apenas o início de cada parágrafo
e ter uma ideia sobre o que se trata o texto.
Você pode deixar tudo mais claro, escrevendo com menos palavras.
Um fato matemático: uma sentença com x palavras, leva em média o tempo de x³ para
ser lida. Cortando isso pela metade, você pode fazer seu texto 8 vezes mais fácil para ler.

Vejamos um exemplo

“Uma das melhores coisas que você pode fazer para melhorar sua escrita é apren-
der como cortar as palavras que não são necessárias.”

“Uma das melhores coisas que você pode fazer para melhorar sua escrita é apren-
der como cortar as palavras que não são necessárias.”

“Um dos melhores modos de melhorar sua escrita é aprender como cortar as pa-
lavras que não são necessárias.”

“Um dos melhores modos de melhorar sua escrita é aprender como cortar as pa-
lavras que não são necessárias.”

“Um dos melhores modos de melhorar sua escrita é aprender como cortar as pa-
lavras desnecessárias.”

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Muito melhor, não é? Mas tem mais!

“Um dos melhores modos de melhorar sua escrita é aprender como cortar as pa-
lavras desnecessárias.”
“Para melhorar sua escrita, aprenda como cortar palavras desnecessárias.”

“Para melhorar sua escrita, corte palavras desnecessárias.”

De 22 palavras na frase inicial, reduzimos para apenas 7, dizendo a mesma coisa!

Edição
Edição é o passo onde você verifica a gramática, a sintaxe e corrige a pontuação.
Não se deixe levar apenas pelas correções do computador, ele não sabe o que
você está querendo dizer! Não seja demasiadamente auto-crítico, lembre-se que
ninguém nasceu sabendo.

Para melhorar sua ortografia:


Estude: não há fórmulas mágicas, procure por dicas de ortografia. Não é necessá-
rio ter uma gramática em casa.

Não pratique maus hábitos: Tudo que você escrever no seu dia-a-dia, vai soar
como correto para você.

Reconheça palavras relacionadas: compreender – compreensão | apreender –


apreensão | ascender – ascensão;

Pronuncie as palavras com cuidado, ou até de forma cômica, para lembrar como
se escreve: Exatamente – Exxxxxxxatamente – Echatamente.

Formatação
Com os computadores, podemos tomar decisões sobre layout e tipografia diversas vezes
após o texto ser escrito. Todos nós precisamos do básico em conhecimentos gráficos.

O principal na hora de formatar seu texto


• Mantenha-o simples: use fontes familiares, como Times New Roman ou Ver-
dana (trabalhos científicos exigem Times New Roman), no máximo 2 ou 3 por
documento, cada uma com um propósito bem definido;

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• Deixe-o padronizado: o padrão mais usado é o de fontes não-serifadas (como
Verdana) para títulos e rótulos, e serifadas (como Times New Roman) para o texto
em si. Não se esqueça do número de páginas e das margens padrão de 3 cm para
topo e esquerda e 2cm para direita e rodapé;

• Evite variações sem sentido: nada de decorações, desenhos, imagens ou cores.


Isso serve apenas para distrair o leitor;

• Nunca desvie os olhos do leitor para outra coisa que não seja o assunto prin-
cipal do seu texto;

• Sempre use itálico ao invés de sublinhado;

• Use travessões (–) ao invés de dois hífens (- -);

• Mantenha o padrão a qualquer custo: deve haver um motivo muito bom para
modificar as margens ou fontes em um determinado ponto. Seus leitores vão gastar
muito tempo tentando encontrar esse motivo.

Como fazer uma resenha


Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de
síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que
pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows, etc.
O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que cresce
a cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse conteúdo.
Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de
pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equi-
librar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal.
No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro
de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais carac-
terísticas do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar
em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.

Tipos de Resenha
Até agora for falado sobre as resenhas de uma forma geral e livre e esses dados são
suficientes para você já esboçar alguns parágrafos.
Contudo, as resenhas apresentam algumas divisões que vale destacar. A mais co-
nhecida delas é a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, res-
ponsáveis pela padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se
subdivide em resenha crítica, resenha descritiva e resenha temática.

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Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um
guia ideal para uma produção completa:

1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo


que você vai resenhar;

2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo


do texto a ser resenhado;

3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco


narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;

4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir clara-


mente o texto resenhado;

5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua
opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo compara-
ções ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil
encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há
um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.

6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora
de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize ele-
mentos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.

7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi
resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e
de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.

8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e
fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”
Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluin-
do-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva
apenas descreve, não expõe a opinião do resenhista.

Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham


um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:
1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão
tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto.

2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início
quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto.

3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opi-
nar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado.

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4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos
que você usou.

5. Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Aca-
dêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”.

Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito
cuidado, pois dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas
prateleiras ou transformar um filme em um verdadeiro fracasso.
As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em
geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quanti-
dades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.
Agora é questão de colocar a mão na massa e começar a produzir suas próprias resenhas!

As 4 qualidades essenciais de um texto


Quando escrevemos, o principal objetivo deve ser — ao menos na maioria das
vezes — a plena comunicação com o leitor. As qualidades de um texto são fatores
que determinam a facilidade com que o leitor poderá interagir e criar significados
a partir daquele conjunto de sentenças. Essas qualidades são, essencialmente, os
elementos da língua que estão à disposição de quem escreve.

Unidade temática
Todo texto deve apresentar apenas uma ideia predominante. Não importa o quan-
to complexo ou simples o texto possa ser, a partir do momento em que as ideias
começam a misturar-se, o leitor sofre um lapso de entendimento imediato.
É impossível criar um texto que dê conta de tudo. Precisamos definir e desenvolver
uma ideia central, caso contrário, o texto não passará de uma lista mais ou menos
ordenada de pequenos dados quase sempre incompletos.

Concretude
Nós desenvolvemos nossa capacidade de abstração bem depois de termos apren-
dido a ler (Leia sobre as fases de desenvolvimento da leitura). Por essa razão,
entendemos muito melhor as ideias concretas.
Um texto com concretude permite a criação de significados de uma forma
muito mais fácil por parte do leitor. Falando de coisas específicas, de particu-
laridades, de diferenças, explicando fatos, ações, dando exemplos, pequenos
relatos de situações ocorridas, ilustrações, analogias e comparações, obtemos
um texto com concretude.
A falta de concretude é caracterizada pelo uso de lugares-comuns, noções confu-
sas, expressões vagas e genéricas.

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Objetividade
Talvez seja a principal qualidade de um texto. Ser objetivo significa ir direto ao
ponto, apresentar as ideias claramente de forma que o leitor possa entender o
mais rápido possível, sem distrações.
Um detalhe importante que deve ser observado é que ser objetivo não significa
ser “curto”. Veja:

Um homem forte entrou na sala


Diz muito menos do que:

Um homem entrou. Segurava uma bengala e, por alguma razão, quebrou-a ao


meio como se fosse um pequeno galho de árvore.

10 formas de escrever um primeiro parágrafo sedutor


Um vendedor sabe que, para ser bem sucedido em uma venda, deve dirigir-se
sempre com o pé direito a pessoa com quem está falando. Não importa o quão
bom seja o produto, o preço ou a qualidade, muito menos se o cliente já for co-
nhecido. Se deixar de causar uma boa primeira impressão, a chance de concreti-
zar a venda cairá drasticamente.
Com o texto, sequer temos o leitor a nossa frente para continuarmos falando ou
tentarmos convencê-lo contra a vontade — como muitos vendedores fazem. As-
sim, cada palavra que escrevemos, aumenta ou diminui a vontade de quem está
lendo. Não importa se você escrever o melhor artigo do mundo.
Vamos ler 10 dicas para fazer com que seus primeiros parágrafos arrastem o leitor
pelo resto do conteúdo.

1. Divirta, entretenha ou ponha a culpa no fulano


Todo mundo gosta de piadas e histórias. Se você for capaz de mantê-las curtas o
suficiente, são uma das melhores formas de produzir emoção no leitor: simpatia,
apatia, riso, bronca, tristeza, pena etc. Além disso, o leitor gosta de ler sobre pes-
soas. Cite alguém famoso e o desejado segundo parágrafo será o próximo da fila.

2. Você é burro! Pergunte ao leitor


Começar um texto com uma pergunta é uma técnica da retórica; causa curiosida-
de e faz o leitor pensar. Esse pensamento pode levá-lo exatamente ao assunto do
texto, o que é algo muito bom para você.

3. Uma boa imagem vale o mesmo que um bom primeiro parágrafo


Uma boa imagem capta a atenção dos olhos. Não deixe passar a oportunidade de
usar esse artifício a seu favor.

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Mas tenha cuidado. Não esqueça que você quer prender a atenção desde o pri-
meiro parágrafo para mantê-la no texto todo. Se usar uma imagem impactante,
mas que nada tem a ver com o texto, o efeito se perderá.
Use uma imagem que o leitor possa relacionar com o título ou algum trecho do texto.

4. Aproxime ideias , compare e surpreenda


Quantas vezes já aconteceu de você só conseguir entender algo quando alguém
veio e disse, “é o mesmo que isso, isso e isso”? De repente, mesmo que o assunto
não tenha nada a ver, entendemos tudo.
Quando estiver explicando algo, caso você lembre de alguma comparação que
possa ajudar no entendimento, não hesite em usá-la.

5. Abuse da imaginação do leitor


É muito mais fácil e até mais divertido e interessante quando conseguimos projetar
algo concreto em nossas mentes, relacionado ao assunto em questão.
Recorrer a imagens mentais é uma das técnicas mais poderosas e mais usadas por
escritores e oradores. Use palavras como “imaginem” “pense em tal coisa”, etc.

6. Metáforas… são como cisnes no horizonte atraindo corações


apaixonados
As metáforas estão entre as ferramentas mais poderosas que dispomos para contar
uma história ou dar um conselho em apenas uma frase. É uma boa forma de captar
a atenção e produzir imagens mentais, permitindo que os leitores construam uma
história para eles mesmos.

7. Cite uma estatística surpreendente


Começar com números ou dados técnicos nem sempre é recomendado, mas esta é
uma exceção à regra. Uma estatística interessante e impactante é um bom recurso.
As pessoas gostam de saber sobre dados interessantes, mas só se forem originais,
surpreendentes ou chocantes. Assim como as imagens, as estatísticas devem ser
relevantes ao tema tratado.
Três conselhos: não abuse da quantidade de números, cite fontes confiáveis, e se
puder, utilize gráficos para impressionar ainda mais.

8. Fale do famoso
Como dizia Montaigne...
O estilo deve ter três qualidades: clareza, clareza e clareza.
Alguma frase de um especialista no tema ou pessoa conhecida pode fazer maravi-
lhas no trabalho de atrair o leitor nesses primeiros segundos.

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9. Resuma suas 128 páginas
Se seu texto é muito grande e você não está confiante se vai conseguir atrair a
atenção do leitor — mas realmente está convencido de que é um excelente mate-
rial e que vale a pena ler até o fim — adiante a ele o que vai encontrar. Explique
quais elementos fazem com que seu artigo seja imperdível.

10. Cuidado com os links


Os links devem ser algo útil, devem acrescentar valor os seus textos, caso contrá-
rio, elimine-os.
Se você começa a ler um texto e nas três primeiras linhas há 2 links com leituras
necessárias para entender todo o resto, provavelmente não continuará a ler.

Como escrever melhor um email


A maioria das pessoas resolve seus assuntos por email. Na verdade mais da me-
tade do tráfego de internet deve-se ao transporte de emails entre os internautas.
Agora, o que muita gente ainda não percebeu ou não se preocupou é com o tem-
po que se perde pra procurar informações nesses mesmos emails.
Você já parou pra pensar nisso?
Os serviços de webmail já pensaram e sugerem aos seus usuários diversas atitudes
pra que esse tempo não seja perdido.
Para que no futuro evitemos isso, seguem algumas dicas simples, rápidas e fáceis:

Ao enviar um email indique o assunto da mensagem, será muito mais fácil para o
destinatário saber do que se trata e te procurar depois. Quando precisamos procu-
rar alguma informação não queremos ler todos os emails novamente simplesmen-
te porque o assunto não está claro o suficiente.

• Ao informar algo no email, seja claro e completo. Não queremos adivinhar a


todo instante informações que já poderiam estar explícitas:
Email errado: Fulano ligou!

Email certo: Fulano ligou às __ querendo falar sobre __ e você pode contatá-lo no
numero __.

• Cuidado com o tamanho do anexo que você está enviando. Se ele for muito
grande seu email pode voltar e você perderá ainda mais tempo enviando-o nova-
mente.

• Cuidado com o formato do arquivo anexado. Há tanto lixo sendo enviado por aí
que os servidores e gerenciadores colocam os mais diversos filtros para proteção
do destinatário. Dessa maneira, o destinatário pode não receber o seu email.

13
• Use formatação HTML somente quando necessário. Se o email e a informação
não puderem ser recebidos podem ocorrer problemas muito piores do que perder
seu tempo.
Além do mais estaríamos limitando o dispositivo de leitura, impossibilitando por
exemplo, dele ser lido em dispositivos móveis, celulares, etc.

• Lembre-se sempre de escolher a conta de email adequada. Senão, pode demorar


até alguns dias para você perceber que a sua mensagem não foi enviada por estar
utilizando uma conta de email interna da empresa, ao invés de usar uma externa.
Utilizando as atitudes acima, o destinatário de sua mensagem, poderá facilmente
criar filtros específicos no seu cliente de email, de maneira a organizar, direcionar
e simplificar o fluxo do próprio trabalho.

Exemplo:

Fulano recebe um email de Siclano dizendo o seguinte:


• Beltrano ligou as 12:13 pedindo uma situação a respeito de Manutenção da
placa XZeta
Fulano, inteligentemente, havia criado um filtro que, se tivesse a palavra “manu-
tenção” e “pedindo”, iria pra caixa de “Verificar pendências de reparo”.
Dessa maneira ao chegar no trabalho, esta caixa vai estar marcada, e Fulano vai
saber exatamente o que fazer independentemente do que há nela.
Bom, foi apenas um exemplo simples para que todos possam perceber a importân-
cia de um email bem escrito.
Lembrando que: é simples, rápido e vai ajudar muito no futuro.

Como se tornar um bom escritor?


Não é um tipo de segredo místico, mas essas dicas não são conhecidas por todo
mundo, e por mais básicas que sejam, elas são as mais valorosas e primeiras eta-
pas que devem ser seguidas para começar bem.

1. Tornar-se um leitor ávido


Os primeiros passos para se tornar um grande escritor é se tornar um leitor ávido.
Os melhores escritores são geralmente aqueles que estão bem instruídos numa
variedade de assuntos diferentes.
A leitura nos permite absorver a maneira com a qual um livro ou um artigo estão
construídos, a melhor maneira de favorecer um bom fluxo de escrita de palavras,
e como estruturar sua escrita para que o resultado seja coerente.
Se a você se tornar um bom leitor, rápido, compreensivo e ávido, a gente edifica
uma fundação mental requerida para ser um bom escritor.

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O que deveríamos ler? Pelo que deveríamos começar? Quantas vezes um escri-
tor ambicioso deveria tomar um bom livro em suas mãos?
Oras, cada um deveria ler qualquer coisa que lhe agrade, qualquer coisa que
a gente ache interessante. Aqueles que leem coisas divertidas ou interessantes
têm uma melhor chance de serem capazes de escrever qualquer coisa de uma
também boa qualidade.
Toda leitura entediante ou seca não é recomendada para ler, mas ler qualquer
coisa substantiva de um bom autor, ou cronista, constituirá uma boa sessão de
treinamento.
A leitura é uma aptidão, não um talento, e ela pode ser desenvolvida pela prática
para aqueles que não são os melhores leitores.
Como regra geral, esperando ser engolido na sua própria escrita e não mais ter o
tempo de ler o que quer que seja, cada um deveria sempre ter ao menos um livro
que pretenda terminar de ler.
Livro de ficção ou de educação, ler sempre qualquer coisa agradável melhorará as
capacidades de leitura, e desse fato, as capacidades de escrita também.
Eventualmente, seremos capazes de notar nossos próprios erros na escrita, e talvez
mesmo na escrita dos outros através da pura prática.
Toda pessoa que se decidir a não ler não terá nenhuma esperança de ser capaz de
escrever bem o suficiente para ser louvável.

2. Aprenda a contar a história


É importante também aprender as bases do conto, e uma das melhores maneiras,
à parte a leitura com avidez, é observar os filmes ou a televisão.
No momento em que os livros comportam geralmente mais substância e profundi-
dade do que as mídias observáveis, olhar transmissões de TV bem escritas ou bons
filmes podem ajudar a desenvolver bons hábitos de contador de história e pode
contribuir para saber como criar um fluxo de escrita de história decente.
Ver transmissões de TV que sejam alegres, apaixonantes, divertidas, aquelas que
mantêm o telespectador sobre o assento de sua poltrona, aquelas que têm um bom
ritmo e um bom diálogo.
Todas essas coisas podem ser aplicadas por um escritor iniciante. Nos Estados
Unidos, a pessoa mediana olha muito a televisão tal como ela é, mas quantos a
olham com o objetivo de analisar como a história é contada?
Assistir a um bom filme com a intenção de dissecá-lo mentalmente pode trazer
muito àqueles que procuram se tornar um bom contador de história, e isto é em
geral mais rápido para estudar do que ver em outros livros para ter as mesmas dicas.

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3. Escolha suas influências

A etapa seguinte desse percurso para se tornar um escritor é escolher boas influên-
cias. Da mesma maneira que na arte da ilustração, os autores que nos interessam
vão no fim das contas dar forma ao nosso próprio estilo de escrita.
Escolha os autores dos seus livros preferidos e leia-os frequentemente. Nunca
“roube” nada deles, já que isso é uma enorme proibição, mas ler e estudar como
eles escrevem, como eles estruturam as coisas e fazem flutuar diferentes elemen-
tos, pode ajudar a desenvolver um estilo único.
Há aqueles que têm automaticamente seu próprio estilo e sabem como querem
escrever. Mas para a maioria não é o caso, e o estilo é algo que deve ser desen-
volvido com o tempo.

4. Cace o bloqueio do escritor


Um dos maiores e ameaçadores obstáculos para os escritores tanto experientes
quanto iniciantes é a maldição do bloqueio do escritor.
Há dias em que o autor, geralmente no início de um novo capítulo ou artigo,
parece simplesmente não poder formar um pensamento bastante coerente para
escrever, isso é uma passagem para o vazio. Uma das coisas mais difíceis para um
novo escritor é começar. Qual é o remédio para esse problema frustrante? De fato,
é bastante simples: começar, e é tudo. Tudo o que precisamos fazer é começar a
escrever uma coisa, isso pode ser tudo e não importa o que seja. Se nada vem à
mente, comece a escrever assim mesmo, ao acaso. E a partir disso, continue até
que o bloqueio mental comece a se dissipar.
Pode ser surpreendente ver a o que alguém pode fazer, enquanto que alguns mo-
mentos antes essa mesma pessoa não sabia desesperadamente o que escrever. Há
chances de que aquilo que foi escrito para começar não sejabom o suficiente para
ser guardado. Nesse caso, basta que você retorne e o corrija.
Assim, em outros casos isso poderá gerar novas ideias e conceitos caídos direta-
mente do céu. Porque quando a gente tem a experiência do bloqueio do escritor,
o único meio de superá-lo é alcançar uma zona que se encontra além dos limites
de sua própria consciência, pensar além do buraco por assim dizer.
Nesse estado mental, há ocasiões onde aparece uma escrita realmente brilhante,
que não poderia ter surgido do pensamento de outra forma. Nessas circunstâncias,
então, o bloqueio do escritor pode se revelar o amigo de um autor mais do que seu
inimigo. Salvo que de hábito ele é efetivamente o inimigo, então o melhor meio de
atravessá-lo é entrar em cheio dentro dele.

5. Quanto deveríamos escrever?


É fácil escrever apenas quando a gente o sente. No momento em que isso tornar
a escrita mais fácil e nos fizer escapar habitualmente do desafio de saber o que
escrever, não desenvolverá bons hábitos de escrita.

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Deveríamos escrever uma pequena coisa a cada dia, pouco importa a qual ponto for
curto. Escrever simplesmente todas as ideias que venham à mente durante a semana
pode ajudar a aliviar um certo peso do cérebro e servir nas futuras sessões de escrita.
Um só parágrafo por dia pode realizar bastante progresso para guardar um pen-
samento fresco e manter uma velocidade de cruzeiro na sua própria escrita. Às
vezes, é facil se instalar com a intenção de escrever apenas um pouquinho, e no
final a gente acaba por escrever bem mais do que se tinha previsto.
Então, consagrar somente uma meia hora por dia para escrever constitui um
bom exercício, de receio de pegar ferrugem ou que os conceitos comecem a
desaparecer da memória.

6. O que escrever?
Agora que fizemos o “tour” pelos principais passos para aprender como escrever,
poderíamos nos inclinar sobre os desafios de saber o que escrever. Não é objetivo
deste artigo dar ao leitor ideias sobre o que escrever, mas de preferência como
desenvolver suas próprias ideias.
A mais evidente e a mais banal das dicas é escrever o que a gente sabe. Se a gente
escreve com experiência ou sobre algo que se sente fortemente e que se conhece
a fundo, isso torna a escrita mais fácil e torna o escrito mais verossímil e lhe evita
parecer distante ou impessoal.
Que dizer daqueles que querem simplesmente escrever sobre algo que lhes in-
teressa, mas do qual eles sabem pouquíssima coisa? Isso acontece com muita
frequência, infelizmente.
No entanto, a verdade sobre esse ponto é que se pode escrever sobre algo que a
gente não conhece necessariamente no início.
A melhor ideia continua sendo a de saber bastante para escrever sobre o assunto
no momento oportuno.
É por isso que é importante efetuar uma pesquisa suficiente sobre um assunto para
escrever de uma maneira convincente. Saber exatamente os fundamentos de um
assunto pode tornar sua escrita muito verossímil e, sobretudo, útil, melhorando
bastante a qualidade de seu escrito.

7. Escreva com originalidade


Pouco importa quais são as ideias que podemos ter, e pouco importa quantas
outras pessoas puderam utilizar ideias similares no passado, é importante escrever
de uma maneira original.
Hoje em dia, muitas histórias são pálidas cópias carbonizadas umas das outras, ou
montagens ilegítimas de obras de sucesso popular. Alguns copiadores vão longe,
enquanto que outros se encontram rejeitados.
É difícil encontrar um conceito original, já que tudo já foi feito e refeito de uma
forma ou de outra. Mas se um velho conceito pode ser apresentado sob uma nova
luz ou de uma maneira totalmente diferente, isso pode tornar a obra interessante
para o leitor e divertida para o escritor.

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Algumas originalidades da escrita se referem ao estilo, mas na maior parte do
tempo se trata da estruturação de uma história e de seus conceitos de uma maneira
que é ao menos um pouquinho diferente.
Lançar algumas viradas e momentos decisivos ao leitor, assegurará que a obra
fique separada do monte de produções às quais carecem totalmente de originali-
dade e de inspiração e que habitam as estantes das livrarias nesses últimos tempos.
Dito isso, pode ser que o conceito mais importante, e que ocorre quando se faz ape-
nas partilhar o que se escreve, seja exatamente escrever para si mesmo. Os autores
devem escrever para si mesmos e não exclusivamente para a felicidade do leitor.
Quando encontramos ideias, não deveríamos nos colocar esta questão: “O que as
pessoas gostariam de ler?” Isso ajuda o autor a escrever com uma certa paixão e
interesse, e isso será visto na obra definitiva e impulsionará os outros a se tornarem
tão apaixonados e interessados pela obra quanto o próprio autor.
Para terminar, e muito especialmente quando eles escrevem livros, os escritores
que escrevem imaginando que são os leitores ao mesmo tempo, têm geralmente
os melhores resultados.
Pronto é quase tudo para esta introdução ao mundo da escrita. As duas coisas mais
importantes são saber como escrever e saber o que escrever.

Regras Gramaticais
Crase
Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contra-
ção se dá na junção de uma preposição com outra palavra.
Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união.
Observe:

• Aonde (preposição a + advérbio onde)


• Ao (preposição a + artigo o)

Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja:

• da (preposição de + artigo a)
• na (preposição em + artigo a)

Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas ora-
ções: a crase.
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposi-
ção “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou
com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é re-
presentada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.

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Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao”, caso
essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.
Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao
supermercado. Logo, o uso da crase está correto.
Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao”
ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.
É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente:
nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noi-
te, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”.Veja:
Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.
À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.

Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de


pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da
palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem
sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).

Regência
Não use a mesma preposição para verbos que têm regências diferentes.

Gerúndio e vírgulas
Não use vírgula antes do gerúndio que descreve o modo como algo foi feito ou
antes de gerúndio que introduz uma ação simultânea à do verbo anterior

Senão X Se não
Escreve-se se não, em duas palavras, quando a expressão equivaler a: caso não,
quando não. Escreve-se senão, numa única palavra, quando a expressão significar
ao contrário, de outro modo.

Próximo X Seguinte
Use o adjetivo próximo e suas flexões apenas para designar aquilo que seja se-
guinte ao momento atual, o futuro do presente. Use o adjetivo seguinte para de-
signar o que (se) segue; o que vem ou ocorre depois; o subsequente. Nesse caso o
ponto de referência não é o presente.

Por conta de
Não use por conta de como sinônimo de por causa de, em razão de, mas no sen-
tido de a cargo de, sob responsabilidade de.

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A partir de
A partir de significa a começar de, a datar de e marca o início de algo no tempo
e no espaço. Além disso, a locução carrega uma noção de continuidade. Não use
a partir de com o sentido de com base em ou para introduzir eventos pontuais.

Ao invés de X Em vez de
Ao invés de significa ao contrário de, só é usado para eventos ou situações opos-
tas. Em vez de significa em lugar de, é usado para indicar substituição.

E nem
E nem pode ser usado em dois casos: 1) Se antes da expressão houver uma afirmação.
2) Se antes da expressão houver uma negação e nem não trouxer sentido de adição.

Em função de
Não confunda em função de com em razão de, por causa de. Em função de só
deve ser usada com a ideia de finalidade ou de dependência.

Debaixo de X De baixo
Debaixo é sempre seguido da preposição de e significa sob, contrário de acima.
De baixo, separado, só pode ser usado em oposição a cima.

Acentuação
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras estabelecidas pela Gramá-
tica Normativa. A mesma compõe-se de algumas particularidades, às quais devemos
estar atentos, procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, consequente-
mente, colocando-as em prática ao nos referirmos à linguagem escrita.
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de redigir, automatica-
mente aprimoramos essas competências, e tão logo nos adequamos à forma padrão.
Em se tratando do referido assunto, devemos nos ater à questão das Novas Regras
Ortográficas da Língua Portuguesa, as quais entraram em vigor desde o dia 1º de
janeiro de 2009. E como toda mudança implica em adequação, o ideal é que
façamos uso das mesmas o quanto antes.
O estudo exposto a seguir visa aprofundar nossos conhecimentos no que se refere
à maneira correta de grafarmos as palavras, levando em consideração as regras de
acentuação por elas utilizadas. Lembrando que as mesmas já estão voltadas para
o novo acordo ortográfico.

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Regras básicas – Acentuação tônica
A acentuação tônica implica na intensidade como são pronunciadas as sílabas das pa-
lavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas.

De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:


Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
Ex: café – coração – cajá – atum – caju - papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba.


Ex: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível

Proparoxítonas - São aquelas em que a silaba tônica se evidencia na antepenúl-


tima sílaba.
Ex: lâmpada - câmara - tímpano - médico - ônibus

Como podemos observar, mediante todos os exemplos mencionados, os vocábu-


los possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma
sílaba somente, são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, há
certa diferenciação quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequên-
cia de palavras. Como podemos observar o exemplo a seguir:

“Sei que não vai dar em nada,


Seus segredos sei de cor”.

Os monossílabos ora em destaque, classificam-se como tônicos, os demais, como


átonos (que, em, de).

Acentuação gráfica
Tipos de acentos
• acento agudo (´) – Colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo “em” indi-
ca que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, pú-
blico, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex: herói – médico – céu

• acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica além da
tonicidade, timbre fechado:
Ex: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs

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• acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes.
Ex: à, às, àquelas, àqueles

• O trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras.
Apenas há uma exceção: Somente é utilizado em palavras derivadas de nomes
próprios estrangeiros.
Ex: mülleriano (de Müller)

• O til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais.
Ex: coração – melão – órgão - ímã

Regras fundamentais:
Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: a, e, o, em, seguidas ou não do plural(s)
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)

Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:

Monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou não de “s”.


Ex: pá – pé – dó – crê – há

Formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidas de lo, la, los, lãs.


Respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo

Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:

- i, is
táxi – lápis – júri

- us, um, uns


vírus – álbuns – fórum

- l, n, r, x, ps
automóvel – elétron- cadáver – tórax – fórceps

- ã, ãs, ão, ãos


ímãs – órfão – órgãos

-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.


água – pônei – mágoa – jóquei

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Regras especiais
- Os ditongos de pronúncia aberta ei, oi, que antes eram acentuados, perderam o
acento de acordo com a nova regra.
Exemplos:

Antes Agora
assembléia assembleia
idéia ideia
geléia geleia
jibóia Jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico

Observação importante – O acento das palavras herói, anéis, fiéis ainda permanece.

- Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de s,


haverá acento
Ex: saída – faísca – baú – país – Luís

Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem
depois de ditongo.

Exemplos:

Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura

- O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” que antes existia, agora foi abolido.

Exemplos:

Antes Agora
crêem creem
lêem leem
vôo Voo
enjôo enjoo

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- Não se acentuam o i e o u que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba,
de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir-des, ju-iz

- Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh:


ra-i-nha, ven-to-i-nha.

- Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:


xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

- No entanto, se tratar de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra de


acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo

- As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com (u) tônico precedi-
do de (g) ou (q) e seguido de (e) ou (i) não serão mais acentuadas.

Exemplos:

Antes Agora
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

- Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de:


ele tem – eles têm
ele vem – eles vêm

- A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster.
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm

- Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para
diferenciar de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções como:

A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo


indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira
pessoa do singular do presente do indicativo).

O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por.

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Palavras homógrafas
pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo
polo (s) (substantivo) - polo(s) (contração de por + o)
pera (substantivo) - pera (preposição antiga)
para (verbo) - para (preposição)
pelo(s) (substantivo) - pelo (contração)
pelo (do verbo pelar) - pelo (contração)
pela, pelas (substantivo e verbo) - pela (contração)

Dúvidas Ortográficas mais


frequentes
O “ss”, “s” e o “ç”

Devemos empregar “ss” em todos os substantivos derivados de verbos terminados


em “gredir”, “mitir”, “ceder” e “cutir”.

Exemplos: transmitir / transmissão


agredir / agressão aceder / acesso
progredir / progressão ceder / cessão
regredir / regressão conceder / concessão
transgredir / transgressão exceder / excesso, excessivo
suceder / sucessão
admitir / admissão
demitir / demissão discutir / discussão
omitir / omissão percutir / percussão
permitir / permissão repercutir / repercussão

Devemos empregar “s” em todos os substantivos derivados de verbos terminados


em “ender”, “verter” e “pelir”.

Exemplos:
apreender / apreensão verter / versão
ascender / ascensão reverter / reversão
compreender / compreensão converter / conversão
distender / distensão subverter / subversão
estender / extensão
pretender / pretensão expelir / expulsão
suspender / suspensão repelir / repulsão
tender / tensão

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Devemos empregar “ç” em todos os substantivos derivados dos verbos “TER” e
“TORCER”, mais seus derivados.

Exemplos:

abster / abstenção
ater / atenção
deter / detenção
manter / manutenção
reter / retenção
torcer / torção
distorcer / distorção
contorcer / contorção

Esse ou este
Constantemente, ao ler ou escrever nos deparamos com uma dúvida: devo usar
esse ou este?

“Esse” ou “este” são pronomes demonstrativos que tem suas formas variáveis de
acordo com o número ou gênero. A definição de pronomes demonstrativos de-
monstra muito bem a função dos mesmos: são empregados para indicar a posição
dos seres no tempo e espaço em relação às pessoas do discurso: quem fala (1ª
pessoa) e com quem se fala (2ª pessoa), ou ainda de quem se fala (3ª pessoa).
Neste último caso, o pronome é aquele (aquela, aquilo)

Vejamos: 1ª pessoa: este, esta, isto; 2ª pessoa: esse, essa, isso e 3ª pessoa: aquele,
aquela, aquilo.

- Este, esta e isto são usados para objetos que estão próximos do falante. Em rela-
ção ao tempo, é usado no presente.

Exemplos: Este brinco na minha orelha é meu.


Este mês vou comprar um sapato novo.
Isto aqui na minha mão é de comer?

- Esse, essa, isso são usados para objetos que estão próximos da pessoa com quem se
fala, ou seja, da 2ª pessoa (tu, você). Em relação ao tempo é usado no passado ou futuro.

Exemplos: Quando comprou esse brinco que está na sua orelha?


Esse mês que virá vai ser de muita prosperidade!
Isso que você pegou na geladeira é de comer?

Quando ficar com dúvida a respeito do uso de “esse” ou “este” lembre-se: “este”
(perto de mim, presente) e “esse” (longe de mim, passado e futuro).
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A ou Há
Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para
facilitar a eliminação de dúvidas a esse respeito:

• Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é


conjugado na terceira pessoa do singular.

Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.


Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.

• Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam


tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”.

Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo.


Faz muito tempo que não como esse bolo.

Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas
expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da
frase, emprega-se “há”.

Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa.


Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa.

• Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de


“existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”.

Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora.


Estamos a dez minutos de onde você está.

Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo.
Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de
tempo decorrido.

A pouco tempo ou há pouco tempo


Você já ficou em dúvidas quando foi escrever uma oração relativa ao tempo trans-
corrido e não sabia se colocava “a pouco tempo” ou “há pouco tempo”?
E dessa forma: A pouco tempo atrás...; você já viu?
É muito comum nos depararmos com este tipo de escrita, mas a oração acima está
errada por dois motivos: a presença do artigo “a” inicial e do advérbio “atrás”.
O verbo “haver” quando é impessoal, ou seja, não possui sujeito, pode ser utiliza-
do em expressões que indicam tempo decorrido.

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Logo, se desejo ter a ideia que as horas, os dias ou os anos se passaram, devo
empregar o verbo “haver” na 3ª pessoa do singular: há.
Assim, o correto é dizer: Há pouco tempo a vi na sua casa. Eu não a vejo há muito
tempo. Ele chegou há pouco tempo.
A utilização de “atrás” é redundante e deve ser evitado, principalmente na escri-
ta, uma vez que o verbo “haver” (empregado no sentido de tempo decorrido) já
possui essa significação.
Portanto, opte por dizer/escrever: há pouco tempo ou dois anos atrás. Nunca jun-
tos: há dois anos atrás, pelos motivos já expostos.

A maioria, grande parte, a maior parte, boa parte, parte

Observe as frases abaixo e reflita nas perguntas propostas:

- A maioria das pessoas faltaram ou faltou à reunião?


- Grande parte dos indivíduos sofre ou sofrem com stress hoje em dia?
- A maior parte das crianças já foi ou foram brincar?
- Boa parte dos condôminos aceitaram ou aceitou a proposta?
- Parte dos empreendedores começaram ou começou com pouco dinheiro?
- Qual você acredita que esteja certo: colocar o verbo no singular ou plural?
- Para entendermos melhor, vamos selecionar uma das orações acima:
- A maioria das pessoas faltaram ou faltou à reunião.

Veja que o sujeito “A maioria das pessoas” tem o núcleo no singular: maioria. No
entanto, este último é seguido de uma palavra no plural: pessoas.

Chamamos de sujeito “coletivo partitivo” o termo no plural (pessoas, indivíduos,


crianças, condôminos, empresários, funcionários, etc.) em associação com o nú-
cleo do sujeito no singular que expressa quantidade (parte, maioria).
Quando isso ocorre, a concordância pode ser feita tanto com o núcleo do sujeito
e, então, ficará no singular quanto com o substantivo após o núcleo e, portanto,
ficará no plural.
Assim: A MAIORIA das pessoas FALTOU à reunião ou A maioria das PESSOAS
FALTARAM à reunião.
No entanto, é importante lembrar que é preferível pela norma culta e também
mais usual em veículos de comunicação, a concordância verbal no SINGULAR.
Logo, sempre opte por dizer: Grande parte dos indivíduos sofre com stress
hoje em dia;
A maior parte das crianças já foi brincar; Boa parte dos condôminos aceitou a
proposta e Parte dos empreendedores começou com pouco dinheiro e A maioria
dos políticos é arrogante e pretensiosa.

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Observação:

1. Nunca use a expressão “a grande maioria”, pois é redundante, se é grande, já é


maioria. Opte por um: ou grande, ou maioria.
2. Quando a expressão de quantidade (maioria, parte) não vier seguida de subs-
tantivo no plural (pessoas, funcionários, alunos, professores, etc.), o verbo fica no
singular: A maioria é formada! Boa parte não tem estudo!

Anexo ou em anexo
A palavra “anexo” indica que algo está ligado, ajuntado. E, neste caso, terá função
de adjetivo, ou seja, concordará com o substantivo que o acompanha. Veja:

- O documento está anexo.


- As cópias estão anexas.
- Envio carta anexa.

Há, em contrapartida, o uso de estruturas, tais como:


- Segue em anexo.
- Seguem em anexo, as planilhas de produção mensal.

Neste caso, observamos que existe uma vontade por parte do interlocutor de ex-
pressar o modo pelo qual algo está sendo enviado. Não podemos dizer que a
expressão está errada, pois o verbo “segue” está sendo complementado por uma
locução adverbial de modo. Agora, se pretendo dizer que algo está indo dentro de
um anexo, é melhor que diga “no anexo” ao invés de “em anexo”.

Exemplos: A carta segue no anexo.


Segue no anexo, o convite individual.

Nas orações acima temos o entendimento de que a carta e o convite estão dentro
do anexo, ou seja, estão inseridos no anexo.
Já na oração: Segue o anexo solicitado, “o anexo” é um sintagma nominal que
tem função de sujeito da frase e, portanto, faz concordância com o verbo “segue”.
O importante é verificar a função que o termo “anexo” exerce em determinada
alocução: complemento adverbial, sujeito da oração (sintagma nominal) ou adjeti-
vo, pois cada caso exigirá uma forma de escrever o termo “anexo” ou a expressão
que integra esse vocábulo.

Observação: Lembre-se que sintagma nominal tem como núcleo um substantivo


ou termo equivalente. Na oração: Seguem os anexos solicitados, o núcleo é “ane-
xos”, ou seja, é suporte de entendimento da frase.

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Ao invés, invés ou em vez de
Muita dúvida surge no emprego de “ao invés”, “invés” ou “em vez de” e é comum,
uma vez que são muito semelhantes na grafia e também no significado.
Primeiramente, o termo “invés” é substantivo e variante de “inverso” e significa
“lado oposto”, “avesso”. Na expressão “ao invés”, o substantivo “invés” continua
com o mesmo significado, contudo, é utilizada para indicar oposição a algo ou
alguma coisa e, portanto, significa “ao contrário de”. Geralmente vem acompa-
nhada da preposição “de”.

Observe:
A empresa de cobrança ao invés de enviar o boleto, optou pelo débito em conta.
Ao invés de protestar seu nome, conceder-lhe-ei uma nova chance.

O termo “invés” é substantivo e variante de “inverso” e significa “lado oposto”, “avesso”.


Já a expressão “em vez de” é mais empregada com o significado de “em lugar de”,
porém, pode significar “ao invés de”, “ao contrário de”. Observe:
A menina assistiu à TV em vez de filme. ( não poderá ser usado “ao invés de”, pois
não há oposição de termos).
A professora, em vez de diminuir a nota do aluno, aumentou-a (a expressão “em
vez de” poderia ser substituída por “ao invés de”, pois temos termos contrários
“diminuir” e “aumentou”).
Se “em vez de” pode significar “ao invés de”, como poderemos identificar o em-
prego de ambas as expressões?
A expressão de “em vez de” pode ser empregada em múltiplas circunstâncias,
desde que seus significados sejam mantidos. Já “ao invés de” poderá ser apli-
cada somente quando há termos que indicam oposição na frase, significando
“ao inverso de”.

Dentre ou entre
Para não confundir mais “dentre” e “entre”, saiba que:

Dentre
O termo “dentre” é formado por de + entre e tem significado aproximado de “do
meio de”; é utilizado quando a oração necessita dos dois termos (de” e “entre”)
que o compõem. Dessa forma, os verbos que exigem a preposição “de” estão
habilitados a aceitar o vocábulo apresentado. Veja:

Saiu uma voz rouca dentre o grupo.


O vitorioso é escolhido dentre os que perseveram.
Ele ressurgiu dentre as trevas e está vivo.

30
Entre
O termo “entre” é utilizado quando algo diz respeito a mim e outra pessoa, ou seja,
dois indivíduos ou em toda circunstância que se quer ter o sentido da colocação de
espaço e tempo de alguém ou alguma coisa em relação à outra pessoa ou coisas. Veja:
- Estou entre os vencedores. (o sujeito “eu” ocupa um lugar em meio aos vencedores).
- O menino passou entre mim e a cadeira. (o menino ocupou um lugar entre a
pessoa que fala e um objeto).

Encima ou em cima
Por muitas vezes ficamos em dúvida sobre a grafia correta das seguintes palavras:
“encima” e “em cima”. Qual é a correta ou qual devo usar?
A palavra “encima” vem do verbo “encimar” conjugado ou na terceira pessoa
do singular do indicativo ou na segunda pessoa do singular do imperativo. Tem
significado de “colocar em cima de”, “coroar”, “algo situado acima de”, “elevar”.

Observe:
1. O slogan criado encima toda a campanha.
2. O gerente foi encimado diretor do departamento financeiro.

Já a expressão “em cima” é um advérbio ou preposição e significa “na parte mais


elevada”, “na parte superior”, “sobre”, e é antônimo de “embaixo”. Veja:
1. Esse livro estava em cima da cômoda ou embaixo?
2. Pode colocar em cima da mesa, por favor.

Curiosidade: Por que embaixo se escreve junto e em cima separado? Isso ocorre por
uma questão de fonética e também de ortografia. Os fonemas bilabiais “m” e “b” se
adaptam facilmente na língua portuguesa, além de ser admitida a união entre os mes-
mos. Agora, no caso de “em cima” seria necessária a troca do “m” pelo “n”, o que não
é aceito ortograficamente, contudo, é muito comum encontrarmos “encima”.

Fui eu que fiz, Fui eu quem fiz ou Fui eu quem fez


Qual será o correto, dizer “Fui eu que fiz”, “Fui eu quem fiz” ou “Fui eu quem fez”?
Para entendermos melhor cada uma das orações, vamos analisá-las separadamente:
Fui eu que fiz – Nesta oração o verbo “fiz” tem como sujeito o pronome relativo
“que”. Logo, não há como o verbo fazer concordância com seu sujeito, uma vez
que este é um pronome. Então, o verbo é remetido ao antecedente do pronome
relativo “que” para que haja concordância em número (singular/plural) e pessoa
(1ª, 2ª ou 3ª). Qual é o antecedente do “que” nesta oração? “Eu”. Logo, a concor-
dância “eu fiz” está correta, bem como a oração “Fui eu que fiz.”. O verbo “fiz”
concorda com “eu”, antecedente do pronome “que”.

Da mesma forma será nestes exemplos:


- Foi ele que te lembrou de pegar a carteira!
- Fui eu que ajudei você a estudar!
- Somos nós que temos que pedir perdão!
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Fique atento: Foi eu que fiz está errado, pois não se fala “foi eu” e sim “fui eu”. O certo
seria “Foi ele que fez.”, o verbo “foi” concordando com “ele” em pessoa e número.

Fui eu quem fiz – Não está errado, pois responde a pergunta: Quem fez isso?
Fui eu. Observe que o verbo “fiz” concorda com o sujeito anterior “eu”. Essa
construção é comum, pois a tendência é que o falante concorde o verbo com o
antecedente do pronome relativo “quem”, assim como acontece quando é o outro
pronome relativo “que”. As seguintes orações são exemplos:

- Somos nós quem convidamos você.


- Sou eu quem estou com fome.
- Fui eu quem li este livro.

Fui eu quem fez – No caso do sujeito ser o pronome relativo “quem”, o verbo fará con-
cordância em terceira pessoa, já que trata-se de um pronome de terceira pessoa. Dessa
forma, a frase “Fui eu quem fez” está correta, assim como as seguintes sentenças:

- Somos nós quem convidamos você.


- Sou eu quem está com fome.
- Fui eu quem leu este livro.

Iminente ou eminente
É fato iminente de que devemos votar em quem nos dá segurança!
Bom, se você não tem uma urna do seu lado, é melhor que não diga essa frase ou
semelhantes com o uso de “iminente”, querendo dar conotação de importância a
algo. Pois este vocábulo sugere que algo está prestes a acontecer.
O certo é a palavra parônima desta: eminente. Lembre-se que parônimos são ter-
mos que possuem proximidade na forma escrita e significados diferentes.
Eminente quer dizer notável, ilustre, alto, elevado.
Iminente, como dito anteriormente, expressa algo que vai ocorrer em breve.
Portanto, é fato notável ou eminente de que devemos votar em quem nos dá segurança!

Veja outros exemplos:


- João era figura eminente em seu bairro, pois era um cozinheiro de mão cheia!
- O prédio precisou ser interditado, pois havia perigo iminente.
- O risco do parlamentar ser detido e cassado é iminente.
- Foram convocados para assumir postos mais eminentes, pois deram o melhor de
si mesmos!

“consigo” e “contigo”
Os pronomes si e consigo são reflexivos e, por este motivo, referem-se ao sujeito
da oração, por exemplo:
Maria gosta de elogiar a si. O pronome “si” faz referência ao sujeito “Maria”.
Maria gosta de falar consigo. O pronome “consigo” faz referência ao sujeito “Maria”.

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É comum o uso das palavras “próprio (a), mesmo (a)” juntamente com consigo e
si para reforçar a ideia de pronome reflexivo, o qual relaciona-se com um sujeito
que faz e sofre a ação:
Maria gosta de elogiar a si própria. Maria gosta de falar consigo mesma.

É incorreto o uso de “si” e “consigo” sem que seja de forma reflexiva, como em:
Quero conversar consigo. (não há um sujeito que pratica e sofre a ação, portanto,
está errado.)
O certo é: Quero falar com você.

Já o pronome “contigo” não é reflexivo, assim como “conosco” e “convosco”.


Portanto, podem ser usados da seguinte forma: “Quero falar convosco.”, “Deixe
comigo”, “O Senhor é contigo”.
Observação: Em Portugal, o uso do “si” e “consigo” é aceitável.

Perca ou perda
É comum dúvidas como: O carro deu perca total ou perda total? Ou Isso é uma
perda ou perca de tempo? Essa confusão deve-se ao fato de “perca” e “perda”
serem parônimas, isto é, palavras com grafia e pronúncia semelhantes.
Contudo, vamos esclarecer em definitivo essa imprecisão sobre o uso de “perca”
e “perda”.

Perda: é o substantivo que corresponde ao verbo “perder” e tem sentido aproxi-


mado de “pessoa que se priva de algo ou de alguém por algum motivo”, “dano
sofrido”, “prejuízo”.
Exemplos: Estamos abalados, e a responsável é a perda do campeonato.
Devido à perda de sua cunhada, Talita estava muito triste.
A perda da disciplina nos incita à rebelião.

Perca: é uma forma verbal do verbo “perder”, a qual pode estar na primeira ou
terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo ou ainda na terceira pessoa
do singular do imperativo.
Exemplos: Você não quer que eu perca minha hora!
Não quero que ele perca o sorriso nos lábios!
Não perca a hora!

Então, após as explicações acima, perguntamo-nos: O carro deu perca total ou


perda total? e Isso é uma perda ou perca de tempo?
Primeiramente, o carro como sujeito da oração não pode dar por perdido alguma
coisa. Então, alguém afirmou que o carro sofreu um dano tão grande que não
poderá ser consertado ou então que alguém perdeu integralmente o carro em um
acidente. Neste sentido da frase, só pode ser “perda”.
Agora, se alguém está prejudicando seu tempo com algo improdutivo, então é
“perda” de tempo, mesmo porque “perda” é um substantivo, uma vez que o verbo
já existe na frase: “é”.
Portanto, o certo é dizer: O carro deu perda total e Isso é uma perda de tempo.

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Por que / Por quê / Porque ou Porquê
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a
análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não
haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

Por que
O por que tem dois empregos diferenciados:
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido
que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o signi-
ficado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê
deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por
qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?


Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez
que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de
artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentra-


da. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão).

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