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■ O autor deste livro e a editora empenharam seus melhores esforços para assegurar

que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com


os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelo
autor até a data de fechamento do livro. Entretanto, tendo em conta a evolução das
ciências, as atualizações legislativas, as mudanças regulamentares governamentais e
o constante fluxo de novas informações sobre os temas que constam do livro,
recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes
fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas no texto estão
corretas e de que não houve alterações nas recomendações ou na legislação
regulamentadora.

■ Fechamento desta edição: 30.07.2020

■ O Autor e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a


todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro,
dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a
identificação de algum deles tenha sido omitida.

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da Editora Forense Ltda.

■ Equipe Descomplica
■ Coordenação: Madjory Almeida
Marcos Mattana
■ Revisão de conteúdo: Bruna Basile

■ Projeto gráfico de capa e miolo: Bianca Teodoro

■ Produção digital: Ozone


■ CIP – BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE.
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

C98r
Cunha, Rafael de Andrade

Redação em 10 semanas / Rafael de Andrade Cunha. – Rio de Janeiro: Forense,


2020.

ISBN 978-85-309-9164-7

1. Exame Nacional do Ensino Médio (Brasil). 2. Ensino médio – Avaliação – Brasil. 3.


Língua portuguesa (Ensino médio) – Problemas, questões, exercícios. 4. Método de
estudos. I. Título.

20-64466 CDD: 373.981


CDU: 373.5(81)

Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária CRB-7/6439


Sumário

Agradecimentos
Recadinho dos professores
Semana 1 – Afinal, o que é um texto?
Semana 2 – Tipos textuais
Semana 3 – A redação modelo Enem
Semana 4 – Como planejar a redação
Semana 5 – Como o corretor vai analisar a sua
redação
Semana 6 – Introdução
Semana 7 – Desenvolvimento
Semana 8 – Conclusão
Semana 9 – Como utilizar os métodos de
raciocínio lógico
Semana 10 – Para que serve a coesão textual
Resuminho mara de tudo o que aprendemos
Dicas de gramática
O uso da vírgula
Noções básicas de ortografia e aspectos
linguísticos
Gabarito dos exercícios
Referências
Vem praticar!
Agradecimentos
Em 2019, quando surgiu o projeto de livro do Descomplica,
prontamente Rafael Cunha, nosso vice-presidente e professor de
Redação, topou, e juntos estruturamos todos os grandes caminhos
que os estudantes precisam trilhar para alcançar a nota mil na
redação.
Decidimos dar o pontapé inicial com a disciplina de redação por
alguns motivos: ela, nos vestibulares, é comum a todos os
estudantes, independentemente do curso que pretende escolher;
além disso, com os nossos anos de experiência, vimos que os
estudantes sempre buscam métodos eficientes para estudar essa
disciplina, que, às vezes, pode parecer até um pouco subjetiva,
afinal, não basta só dominar a técnica, é preciso também ter em
mente todos os jogos de cintura – que chamamos de
“conhecimento de mundo” ou “repertório”.
Com o passar do tempo, o projeto foi se tornando cada vez
maior, começamos a pensar não somente na estrutura do conteúdo
e dos exercícios, mas também em como tornar este livro único,
fugindo do óbvio e entregando um conteúdo do jeitinho que você já
conhece: a cara do Descomplica! Por isso, agradecemos a toda
Equipe Descomplica que, direta ou indiretamente, se dedicou muito
para que este livro e todos os seus conteúdos fossem o melhor e o
mais top possível. Em especial a Rafael Cunha, Bruna Basile,
Julyana Mattos, Matheus Pires, Maria Fernanda Borsatto, Ingrid
Oliveira, Carolina Angelici, Priscila Campos, Jéssica Martinho, André
Figueira, Julia Zany, Letícia Almeida, Pedro Julien, Victor Sahate,
Rafael Pereira, David de la Cadena, Barbara Beznosai, Luiz Tropardi,
Cleo Silva e Marina Mairos, que foram essenciais para todo esse
projeto.
Um muito obrigado também aos amigos Mariana Novaes, Vitório
Scheffer e Andrea Ramal, que também com suas agendas lotadas,
foram muito receptivos e colaboraram com vários pontos que
agregaram à versão final do livro.
Por fim, mas não menos importante, obrigado a você, nosso
aluno, que sempre nos faz crescer e nos dá a certeza de que
estamos indo pelo caminho certo.

Nosso muito obrigado!

Madjory Almeida e Marcos Mattana


(Coords.)
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
(MATOS, Gregório de. Obra poética. Org. James
Amado. Prep. e notas Emanuel Araújo. Apres. Jorge
Amado. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992)
Recadinho dos professores
Estamos muito felizes que você decidiu adquirir este livro, nós o
preparamos com muito carinho. Temos algumas recomendações
para você aproveitá-lo 100%. Vamos lá!
O livro está dividido em semanas, como se fosse um curso. O
intuito é que ao longo dessas dez semanas você saia craque para
aplicar todo o conhecimento e tirar nota mil na redação!
Ao final de cada uma dessas semanas, têm exercícios para você
colocar em prática o que acabou de aprender com a teoria, uma
proposta de redação, uma redação 600- e outra 900+. A redação
600- é aquela mediana, comentada e com o intuito de fazer que
você perceba a evolução para a redação 900+. Por isso, você deve
ler, com muita atenção, com todos os seus comentários e depois
entender tudo o que mudou para a redação 900+, de modo que ela
se torne uma redação muuuuito top. Esse tipo de exercício te
ajudará muito a distinguir uma redação ruim/mediana de uma
ótima redação, e você poderá aplicar na sua própria escrita. Legal,
né?!
Você verá também que, ao longo do livro, há vários conteúdos
extras, que estão dentro de um QRCode (estamos muito chiques,
né?!). Esses conteúdos vão ajudar a compreender a matéria, além
de dar várias dicas – tem até um outro e-book com temas que
podem cair na redação do Enem e um hit para você nunca mais
esquecer o passo a passo da redação. Mas não se preocupe, você
não necessariamente precisa deles para chegar ao tão sonhado mil!
Ah, alguns desses conteúdos são exclusivos para os assinantes
do nosso plano de Redação, saiba mais sobre ele ao final destas
instruções.
Além disso tudo, no final do livro temos um apêndice gramatical.
E o que é isso, Descomplica? É um bracinho que auxiliará no quesito
gramática na redação (Hormes, corre aqui!), como, por exemplo,
utilizar crase, vírgula… ou seja, aquele conteúdo de língua
portuguesa que ajuda a não perder preciosos pontos na redação.
Ah! E você também encontrará páginas de redação vazias para
escrever como se fosse no vestibular. Está preparado, marujo?
Vamos lá!

Quer ouvir esse recadinho diretamente da


nossa Equipe? É só clicar no QRCode ao
lado ou abrir a câmera do seu celular e
apontar para o código.
Caso não f uncione, busque por “QRCode”
na loja de aplicativos do seu celular, escolha
e baixe uma das opções de app.
Vale lembrar que, se você deseja ter o curso deste livro inteiro em
videoaulas e aprofundar ainda mais sua preparação, temos o plano
de Redação Descomplica, com vários benefícios para ajudar:
Aulas gravadas teóricas e práticas de redação;

15 correções de redações (quem não quer várias redações


corrigidas por um especialista na área, né?!);

Aulas de atualidades;

Toda nossa biblioteca de aulas gravadas de gramática, literatura e


clube cultural.

Quer saber mais sobre o plano de Redação Descomplica?


Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 1
Afinal, o que é um texto?
Oie! Estou muito feliz que você topou estudar redação com a
gente!! :D Masss, antes de falarmos de todas as partes da redação,
pra você não sair com nenhuma duvidazinha, precisamos primeiro
falar sobre texto. Você já parou para pensar nisso?
O conceito de texto é bastante amplo, ao contrário do que pode
parecer de primeira. Ao pensarmos nele, já imaginamos uma folha
de caderno, com suas linhas escritas a mão de caneta ou lápis, né?!
Mas, pera lá, esse pensamento é um pouquinho equivocado. Deve-
se definir texto como um todo, divisível ou não em partes,
construído em determinada linguagem e que produz sentido
completo para um leitor em certa situação comunicativa. Se liga
aqui:

• Entende-se por referente o contexto em que o leitor está inserido.


Pode ser uma sala de aula, uma festa ou uma reunião de negócios,
por exemplo.
• O emissor ou autor é qualquer indivíduo que se encontra em uma
situação na qual recebe a emissão de uma mensagem – não
necessariamente escrita.

• A referência à linguagem (código) remete a qualquer forma de


comunicação, ou seja, palavras, olhares, gestos, sons, cores,
símbolos, entre outros.
• É indispensável que a mensagem possua sentido, isto é, possa ser
compreendida por alguém – no caso, o leitor, receptor ou
interlocutor.

E como a teoria da comunicação


pode ajudar na redação?
Todas essas classificações que acabamos de ver fazem parte da
Teoria da Comunicação, que estabelece os elementos envolvidos
em uma situação de comunicação e até mesmo em um texto, visto
que transmitimos uma mensagem, ou seja, desejamos nos
comunicar por meio de palavras, imagens, sons ou até mesmo por
gestos. Na redação, por exemplo, o contexto será a situação em que
estamos inseridos, nesse caso, uma prova de vestibular. Para
atingirmos nosso objetivo nessa comunicação, devemos lembrar
que o autor desse texto é você que escreve para um receptor, que é
o corretor da redação. A linguagem (código) utilizada deve ser a
língua portuguesa, combinado?!
Além disso, é importante destacar que na dissertação
argumentativa a mensagem, nossa opinião, deve ser passada de
forma precisa. O canal deve evitar rebuscamentos, ou seja, um
vocabulário mais erudito, o que facilitará o entendimento do texto –
mas lembre-se: sempre devemos respeitar a norma. Utilizar-se de
uma linguagem clara e objetiva é importante para que o leitor
compreenda suas ideias e para que você mesmo tenha clareza
sobre o que está escrevendo.
Observação: É importante destacar, também, que no processo de escrita de
redação devemos imaginar o nosso leitor como universal, visto que devemos
partir do pressuposto de que ele não conheça as nossas referências e
repertórios utilizados e, portanto, não partilhamos de um mesmo conhecimento
de mundo. Assim, ao escrever uma redação, devemos planejar nosso texto de
modo que todas as informações estejam claras e façam sentido para esse leitor.

Podemos inferir, portanto, que àquela noção comum de texto


somam-se outras muito mais amplas. Até mesmo um sinal de
trânsito com a luz vermelha acesa pode ser concebido como texto,
uma vez que se trata de uma unidade (todo), construída em
linguagem visual (cor vermelha, no caso), produzindo sentido
(“PARE”) para o “leitor” (o motorista) no contexto adequado ao
entendimento, que é o do tráfego de veículos.
Esse é o motivo por que, no momento em que nos propomos a
aprender técnicas de interpretação textual, não podemos estar
presos a uma visão restrita, segundo a qual são analisados apenas
textos de grandes autores como Machado de Assis e Manuel
Bandeira. Devemos ampliar ao máximo nossos horizontes,
procurando fazer estudos a partir de textos jornalísticos, orais, ou
até mesmo não verbais e híbridos.
Ah, nos vestibulares atuais, a cobrança da leitura correta de
charges, tirinhas, quadrinhos, gráficos, pinturas etc. tem se tornando
uma das maiores tendências – e não somente na prova de redação.
A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do
ano de 2017, por exemplo, utilizou um gráfico na coletânea de
textos sobre as matrículas dos surdos na educação básica como
fonte para a escrita do texto; assim, a análise correta dos dados
poderia servir como um recurso produtivo para a argumentação.

Classificações de texto
Embora as classificações de texto sejam muitas, iniciaremos
nossos estudos trabalhando duas divisões bastante simples:
quanto à forma e quanto ao conteúdo. Quanto à forma, os textos
podem ser classificados como textos verbais (construídos com
palavras, no sentido estrito do termo); não verbais (imagens,
símbolos, gestos e sons são utilizados na confecção) e híbridos
(associação entre palavras e imagens). No plano do conteúdo, são
divididos em literários (ou artísticos) e não literários (ou técnicos).
A seguir, temos um exemplo de texto híbrido literário, retirado de
um site da Internet.

Disponível em: https://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-06-01-2020-


1.2281369.
Acesso em: 4 mar. 2020.

Pressupostos da escrita, leitura e


interpretação
Você sabe o que é um pressuposto? É uma circunstância ou fato
considerado como antecedente necessário de outro. Ou seja, trata-
se da base necessária ao aprendizado de determinado conteúdo.
Aqui, apresentaremos os pressupostos a serem apreendidos pelos
alunos que pretendem ler, interpretar e, principalmente, escrever
bem. Vamos a eles!

Domínio da linguagem
Você já deve ter se deparado, em sua vida, com inúmeras
situações em que era necessário expressar-se de forma clara,
precisa e gramaticalmente correta, certo?! Pode ter sido na
apresentação de um trabalho na escola ou até em algum discurso
de homenagem no dia das mães. Por outro lado, também
ocorreram situações – provavelmente muitas – em que a utilização
de uma linguagem muito cuidada poderia fazer você soar “pedante”
perante outras pessoas, o que ocorreria em reuniões com os
amigos, por exemplo. Nessa situação e em outras, como falar com
seu chefe, você foi exigido no que diz respeito ao nível de
linguagem a ser empregado. Na verdade, não existe um uso de
linguagem essencialmente adequado. A escolha do nível aplicável
dependerá, fundamentalmente, do contexto em que o falante estiver
inserido. Vamos analisar a seguir os níveis de linguagem existentes
– todos já cobrados, mesmo que indiretamente, no vestibular.
Existem dois níveis macros da linguagem: o registro formal,
utilizado em situações de maior seriedade, por exemplo, trabalhos
acadêmicos, conferências, entrevistas etc. e o registro informal, que
é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação,
também conhecido como coloquial.
Com relação ao registro formal da linguagem, destaca-se o
conceito de norma-padrão como o conjunto de regras gramaticais
que devem ser adotadas em determinada situação comunicativa e
respeitadas as noções de sintaxe, regência e concordância na
produção de determinada mensagem. É, por exemplo, o caso de
uma redação de vestibular que exige a utilização de um registro
formal da linguagem de acordo com as normas gramaticais – sim,
aquelas escritas nos livros.
Podemos também encontrar outros níveis de linguagem na
sociedade, como a regional, a familiar e a especializada:
• A regional são as variações específicas e particulares de
determinadas regiões. O Brasil é um país com território extenso,
por isso há expressões idiomáticas que são características de
dialetos próprios de uma região. Por exemplo, no Rio de Janeiro,
conhecemos uma determinada fruta como “tangerina”, enquanto
em São Paulo é chamada de “mexerica” e na região Sul tem o
nome de “bergamota”. Você sabia? Isso ocorre devido às
influências vocabulares que o nosso idioma recebeu e continua
recebendo em determinada comunidade linguística.
• A familiar, por sua vez, é uma linguagem informal que recebe esse
nome por ser uma fala mais despreocupada em relação à norma-
padrão e conta com a utilização de gírias, vocabulário específico
de determinado grupo social como os skatistas, os surfistas etc.
• Já a especializada é conhecida como técnica e, normalmente,
está presente em textos técnicos, voltados para um grupo
específico de determinada profissão. É o caso dos manuais,
artigos científicos, monografias etc. Por exemplo, informalmente e
até mesmo em alguns comerciais divulgados na televisão, ao
apresentarem informações sobre a dengue, o transmissor dessa
doença é popularmente chamado de “mosquito da dengue”,
porém, no seu livro de biologia, um livro técnico, você deve
encontrar essa informação com outro nome: Aedes aegypti.

Observação: Quanto aos níveis de linguagem, é muito importante falar sobre um


assunto frequente nas provas de vestibular: o preconceito linguístico, o qual
pode ser explicado como todo juízo de valor proferido de maneira negativa, às
variedades linguísticas de menor prestígio na sociedade. É, portanto, uma
diminuição do outro pelo modo como ele fala, seja por uma motivação
socioeconômica (que pode gerar um desrespeito ao registro formal), seja por
uma motivação regional ou cultural.
Olha o conteúdo extra 1 passando pela sua
tela! Você verá aqui uma aula incrível que
aborda todo o conceito de texto, suas
classif icações, variações linguísticas e
registro. Ainda tem acesso a mais um
material de apoio
Daqui pra f rente, sempre que o QR Code
aparecer na página, clique nele ou escaneie
o código com a câmera do seu celular para
abrir o conteúdo.

Conhecimento de mundo
Se, por um lado, é preciso dominar a linguagem para que
possamos ler e interpretar bem ou nos expressar do modo mais
adequado, de outro, isso de nada adiantará, se não tivermos o
conhecimento e as referências necessárias para apresentar o nosso
ponto de vista e convencer o leitor acerca do nosso
posicionamento. Em outras palavras, devemos possuir também o
conteúdo acerca do que desejamos falar, de nada adianta
sabermos “como escrever” uma redação se não soubermos “o que
escrever” nela. Nesse momento, um provável questionamento
invade sua mente: “O que é conteúdo? Como obtê-lo? Eu já não o
possuo?”. Essas dúvidas fazem total sentido a partir do que foi
colocado. Assim, vamos às respostas.
Em primeiro lugar, deve-se considerar conteúdo todo o
conhecimento que pode ser usado no entendimento ou na escritura
de um texto. Desde as referências mais banais (como reconhecer
os “mecanismos” utilizados para que se possa atravessar uma rua
em segurança, ou saber várias frases da trilogia de Star Wars – que
a força esteja com você!) até as mais sofisticadas, como
compreender o que são alimentos transgênicos, a fim de aprofundar
a discussão sobre a sua comercialização.
Em segundo lugar, os meios de obtenção desse conhecimento já
devem ter sido inferidos por você. Qualquer indivíduo que interaja
com a sociedade, assistindo à televisão ou conversando com os
amigos, passa a ter um acúmulo de conhecimento mínimo,
cotidiano, o que por si só já pode ser utilizado. A complementação
mais técnica pode ser obtida de diversas formas: na
escola/universidade, com a leitura de jornais, revistas, livros (que é
uma das principais formas!) e por meio das mais diversas mídias,
com o cinema e a Internet hoje ocupando posições de destaque.
Por fim, a última grande dúvida: você já possui esse
conhecimento? A resposta é sim e não. “Sim”, porque você chegou
ao vestibular com méritos, já tendo absorvido uma gigantesca
carga de conhecimento externo. “Não”, porque, sem dúvida,
diversos aspectos que você terá que dominar ainda serão
abordados ao longo das semanas do nosso livro.

Observação: No Enem, o “conhecimento de mundo” é chamado de repertório


sociocultural e avaliado na competência 2 da grade de correção, a qual tem
como objetivo a compreensão da proposta de redação (tema) e a aplicação dos
conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolvê-lo, dentro dos
limites do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Além disso, uma das
recomendações da Cartilha do Participante do Enem é que o candidato seja um
leitor frequente para auxiliar na diversificação desse repertório e,
consequentemente, contribuir para a seleção de ideias e informações que
possam ser utilizadas na construção de argumentos.

Exercícios
1. (UEG-adaptada)
– Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois.
O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva
miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o
dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais outra. 3 círculos entrelaçados,
cujos centros formavam um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar.
ÉLIS, Bernardo. Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá. In: TELES, Gilberto M. (org.).
Os melhores contos de Bernardo Elis. São Paulo: Global, 2003. p. 27.

A linguagem utilizada no trecho exposto acima revela um


a) registro formal, seguido de um informal.

b) registro informal, seguido de um formal.

c) registro histórico, seguido de um regional.

d) registro regional, seguido de um histórico.

2. (ENEM-PPL) Gaetaninho
Ali na Rua do Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou de carro
só mesmo em dia de enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o sonho de
Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho. [...]
— Traga a bola! Gaetaninho saiu correndo. Antes de alcançar a bola um bonde o pegou.
Pegou e matou.
No bonde vinha o pai do Gaetaninho.
A gurizada assustada espalhou a notícia na noite.
— Sabe o Gaetaninho?
— Que é que tem?
— Amassou o bonde!
A vizinhança limpou com benzina suas roupas domingueiras.
Às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro da Rua do Oriente e Gaetaninho
não ia na boleia de nenhum dos carros do acompanhamento. Ia no da frente dentro de um
caixão fechado com flores pobres por cima. Vestia a roupa marinheira, tinha as ligas, mas
não levava a palhetinha.
Quem na boleia de um dos carros do cortejo mirim exibia soberbo terno vermelho que
feria a vista da gente era o Beppino.
MACHADO, A. A. Brás, Bexiga e Barra Funda: notícias de São Paulo. Belo Horizonte;
Rio de Janeiro: Vila Rica, 1994.

Situada no contexto da modernização da cidade de São Paulo na década de 1920, a


narrativa utiliza recursos expressivos inovadores, como
a) o registro informal da linguagem e o emprego de frases curtas.
b) o apelo ao modelo cinematográfico com base em imagens desconexas.

c) a representação de elementos urbanos e a prevalência do discurso direto.

d) a encenação crua da morte em contraponto ao tom desrespeitoso do discurso.

e) a percepção irônica da vida assinalada pelo uso reiterado de exclamações.

3. (UNESP) Examine a tira de André Dahmer para responder à questão a seguir.

Constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente,


as seguintes falas:
a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a noite inteira no Iraque, meu
rapaz”.

b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim”.

c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e “Posso lhe dar um emprego bem
melhor...”

d) “É cedo para mim”. e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”

e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa, vai...”

4. (ENEM – 2.ª aplicação)

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010.

Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso
de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor,
porque
a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de
uma criança.

b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na


apresentação de sua obra de arte.
c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de
quadrinhos.

d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal.

e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado
por esse último.

5. (ENEM) Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no
Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele
primeiro contato.
Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de
pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo
mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de
índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da
sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o
importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem
precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos
tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.
TERENA, M. Debate; MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro:
Garamond, 2000 (adaptado).

Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma-padrão da língua


portuguesa é empregada com a finalidade de
a) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna.

b) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas.

c) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos.

d) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa.

e) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.

6. (ENEM) O que é possível dizer em 140 caracteres?


Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de compreender a importância da
concisão nos gêneros de escrita.
A máxima “menos é mais” nunca fez tanto sentido como no caso do microblog Twitter,
cuja premissa é dizer algo — não importa o que — em 140 caracteres. Desde que o serviço
foi criado, em 2006, o número de usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como a
diversidade de usos que se faz dela. Do estilo “querido diário” à literatura concisa,
passando por aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc., tudo ganha o espaço de
um tweet (“pio” em inglês), e entender seu sucesso pode indicar um caminho para o
aprimoramento de um recurso vital à escrita: a concisão.
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2013 (adaptado).

O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à comunicação concisa, por isso
essa rede social
a) é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a língua-padrão.

b) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade escrita da língua.

c) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco significativos e, portanto, é pouco útil.

d) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por revelar uma cultura pouco
reflexiva.

e) estimula a produção de frases com clareza e objetividade, fatores que potencializam a


comunicação interativa.

7. (ENEM) O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu
título significa “epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam.

Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2004/2004_amarela.pdf.Acesso
em: 10 jun. 2019.
Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações
objetivas, ao serem incorporados no poema “Epithalamium – II”,
a) adquirem novo potencial de significação.

b) eliminam a subjetividade do poema.

c) opõem-se ao tema principal do poema.

d) invertem seu sentido original.

e) tornam-se confusos e equivocados.

8. (ENEM)

Disponível em: www.separeolixo.gov.br. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado).

Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do


lixo é a utilização da linguagem não verbal como argumento para
a) reaproveitamento de material.

b) facilidade na separação do lixo.

c) melhoria da condição do catador.

d) preservação de recursos naturais.

e) geração de renda para o trabalhador.

9. (ENEM) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do


Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua
portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área
semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias
de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra
pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do
século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não
mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo
existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no
século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento
deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma
única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa
forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos
usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente
para o passado. Cadernos de etras da FF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br.
Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.

b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.

c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da


norma.

d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos
linguísticos.

e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição


linguística.

10. (ENEM-PPL)
Disponível em: https://www.blognerdegeek.com/. Acesso em: 7 mar. 2013.
(adaptado)

Na tirinha, o leitor é conduzido a refletir sobre relacionamentos afetivos. A articulação


dos recursos verbais e não verbais tem o objetivo de
a) criticar a superficialidade com que as relações amorosas são expostas nas redes
sociais.

b) negar antigos conceitos ou experiências afetivas ligadas à vida amorosa dos


adolescentes.

c) enfatizar a importância de incorporar novas experiências na vida amorosa dos


adolescentes.

d) valorizar as manifestações nas redes sociais como medida do sucesso de uma relação
amorosa.

e) associar a popularidade de uma mensagem nas redes sociais à profundidade de uma


relação amorosa.
A partir de agora, ao final de toda semana, você terá uma proposta de redação
para colocar em prática tudo o que está aprendendo ao longo do livro, justamente
por acreditarmos que praticar é requisito essencial para que você consiga evoluir.
Confie na gente que, com prática, até o final do livro sua redação estará top!
Além da proposta de redação, separamos para você em cada semana:
• Redação 600-, um texto mediano, comentado, para você observar os erros mais comuns;
• Redação 900+, texto exemplar para te ensinar a corrigir esses erros;

• Folhas para redigir suas redações (encontram-se nas páginas finais do livro).

Ah, não se esqueça de que você pode ter suas redações corrigidas. Para saber
mais acesse http://livro.descomplica.com.br/redacao.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema Culto à aparência no mundo contemporâneo,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Texto 1
Foi o belo e vaidoso Narciso, personagem da mitologia grega
incapaz de amar outras pessoas e que morreu por se apaixonar
pela própria imagem, que inspirou o termo narcisista. O conceito foi
depois reinterpretado por Freud, o primeiro que descreveu o
narcisismo como uma patologia. Nos anos setenta, o sociólogo
Christopher Lasch transformou a doença em norma cultural e
determinou que a neurose e a histeria que caracterizavam as
sociedades do início do século XX tinham dado lugar ao culto ao
indivíduo e à busca fanática pelo sucesso pessoal e o dinheiro. Um
novo mal dominante. Quase quatro décadas depois ganhou força a
teoria de que a sociedade ocidental atual é ainda mais narcisa.
Esse comportamento parece expandir-se como uma praga na
sociedade contemporânea. E não só entre os adolescentes e jovens
que inundam as redes sociais. “A desordem narcisista da
personalidade – um padrão geral de grandiosidade, necessidade de
admiração e falta de empatia – continua sendo um diagnóstico
bastante raro, mas as características narcisistas estão certamente
em alta”, explica a psicóloga Pat MacDonald, autora do trabalho
Narcissism in the Modern World (narcisismo no mundo moderno).
“Basta observar o consumismo galopante, a autopromoção nas
redes sociais, a busca da fama a qualquer preço e o uso da cirurgia
para frear o envelhecimento”, acrescenta em uma entrevista por
telefone.
Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/03/cultura/1486128718_178172.html.Acesso
em: 7 fev. 2018.

Texto 2
Segundo Codo e Senne (1985), a “Corpolatria” é uma espécie de
“patologia da modernidade” caracterizada pela preocupação e
cuidado extremos com o próprio corpo não exatamente no sentido
da saúde (ou presumida falta dela, como no caso da hipocondria),
mas particularmente no sentido narcisístico de sua aparência ou
embelezamento físico.
Para o corpólatra, a própria imagem refletida no espelho se torna
obsedante, incapaz de satisfazer-se com ela, sempre achando que
pode e deve aperfeiçoá-la. Sendo assim, a corpolatria se manifesta
como exagero no recurso às cirurgias plásticas, gastos excessivos
com roupas e tratamentos estéticos, abuso do fisiculturismo
(musculação, uso de anabolizantes etc.).
Disponível em: http://corpolatria.blogspot.com.br/2009/03/questao-o-que-e-
corpolatria.html.Acesso em: 6 fev. 2018.

Texto 3
O discurso da mídia decorre de uma pluralidade de produtos e
avanços tecnológicos a fim de aprimorar a estética e forma física.
Vemos todos os dias surgirem novos produtos de emagrecimento,
são pílulas, sucos, comidas diet, light e zero, aparelhos de
ginásticas, academias com uma imensidão de aparelhos, vídeos
com séries de exercícios pra se fazer em casa e perder medidas,
revistas especializadas em perda de peso em tantos dias,
cosméticos, cirurgias plásticas, redução de estômago.
O país pode está na maior crise financeira de todos os tempos,
mas a indústria da moda não para de crescer. Para todos os lugares
que se olha, se vê a influência ao culto de um corpo perfeito, uma
barriga saradinha, uma constante luta contra a balança, uma conta
de calorias presente em cada refeição. Os meios de comunicação
apresentam diariamente o glamour da glória e do sucesso, de
pessoas magras e em forma se dando bem em tudo o que fazem,
sem sofrer nenhum tipo de preconceito, apenas bem e com intensa
ascensão social.
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-
academico/_ed794_o_padrao_de_beleza_imposto_pela_midia/. Acesso em: 4 fev.
2018.

Redação 600-
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo
Redação 900+
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo
Sugestão de reescrita
1 Qual o preço da beleza?
2 A cantora norte-americana Beyoncé, em 2014, lançou uma canção que alcançou re-
percussão mundial: “Pret ty Hurts”, a beleza machuca, em português. Tal música reflete
3
sobre
os padrões estét icos impostos pela mídia e alerta, ainda, sobre a necessidade de
4
atentar-se aos
casos de bulimia entre os jovens que cultuam o corpo em detrimento da própria saúde.
5
Nesta
perspectiva, faz-se urgente avaliar as consequências da supervalorização da aparência
6
na con-
7 temporaneidade.
É preciso entender, primeiramente, que os padrões de beleza foram moldados pela
8
his-
tória. Na década de 50, por exemplo, a atriz Marilyn Monroe tornou-se referência: seios
9
fartos
e curvas voluptuosas caracterizam sua beleza física e, ainda hoje, alguns meios de
10
comunicação
insistem em unificar essa aparência. Neste contexto, parte do público feminino enxerga
11
nasci-
rurgias plást icas e na musculação uma forma de “ascensão”, porém, o perigo se alastra
12
quando
os indivíduos encaram as mudanças estéticas como a única maneira de at ingir a
13
felicidade.
Além disso, os chamados influenciadores digitais interferem no comportamento da
14
so-
ciedade. São inúmeros os perfis “fitness” (de aptidão física) que predominam nas redes
15
sociais
e expõem, diariamente, um estilo de vida voltado à prat ica de atividades físicas,
16 tratamentos

estéticos e de uma alimentação saudável. Muitas dessas referências são positivas, pois
17
incitam o
bem-estar corporal, entretanto, há postagens que est imulam dietas e treinos intensos
18
que não
condizem com a rotina e a condição física da maioria dos internautas, que muitas vezes
19
tentam
segui-las sem um acompanhamento médico. Os resultados, por conseguinte, podem ser
20
frus-
trantes e, novamente, nota-se que as pessoas são atraídas pelos conteúdos que veem na
21
internet.
É imprescindível, portanto, alternativas para solucionar esse impasse. O poder
22
midiático
deve, por meio de campanhas, descontruir os padrões e apresentar a coexistência dos
23
diversos
modelos físicos de beleza, a fim de trazer representatividade à população. Para dialogar
24
com os
jovens, a escola deve incitar debates e a reflexão sobre a temát ica. Ademais, os
25
influentes digitais
podem reforçar, em seu discurso, a necessidade de as atividades instruídas serem
26
acompanhadas
por um profissional, tal como o indivíduo ter discernimento na hora de exercê-las. No
27
sistema
capitalista vigente, as influências externas não deixarão de existir, mas é possível contê-
28
las a
29 partir do desenvolvimento do senso crítico da sociedade.
30
Semana 2
Tipos textuais
Já trabalhamos o conceito de texto, a tipologia da linguagem e
os pressupostos da escrita e da leitura. Tudo bem até aqui, né?!
Agora, vamos estudar os tipos textuais também conhecidos como
modos de organização discursiva, que, além de importantes, são
bastante cobrados no vestibular, hein.
Os tipos textuais estão relacionados com a forma como os
textos se organizam, de acordo com elementos de sua composição,
entre eles: tempos verbais, vocabulário, relações lógicas, classes
gramaticais, características específicas etc. Além disso, temos de
lembrar que um texto não é composto exclusivamente de uma
única tipologia, mas sim a partir da mistura desses modos de
organização.
Os cinco tipos estudados na língua portuguesa são: narração,
descrição, exposição, injunção e argumentação. Vamos entender
cada um deles?
O tipo narrativo é responsável por contar uma história, enunciar
fatos, ações de personagens em um tempo e enredo específicos.
Isso significa que, se esse tipo textual é responsável pela passagem
do tempo (psicológico ou cronológico), predominam, aqui, os verbos
de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns momentos, é
provável que você encontre verbos no presente também. Essa é
uma tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, de certa maneira,
destacar mais a ação narrada (será que estamos usando essa
técnica com você? bem aqui neste livro? atenta). Alguns estudiosos
classificam esse uso como presente histórico.
A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando
a narração, tem características diferentes. Imagine que você está
viajando, passeando por um lugar bem bonito e, de repente, resolve
tirar uma foto. Se alguém pedisse a você que apontasse cada ponto
interessante na imagem, como você faria isso? Perceba que,
naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a
marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a
predominância de adjetivos que, você já sabe, caracterizam a cena.
Vamos ver um exemplo de texto misturando narração e
descrição?
NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma
senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite
de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo,
preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A
casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que
fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A
segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem
quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a
estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da
Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns
passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e
duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a
gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. (...)
Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente
suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um
temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas,
nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana;
aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se
a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era
mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa
simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia
odiar; pode ser até que não soubesse amar.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf.
Acesso em: 22 jun. 2020.

O fragmento acima é um trecho do conto “Missa do Galo” de


Machado de Assis. Note que a cena, recheada de ações e, ao
mesmo tempo, características, intercala bastante o uso de verbos
no pretérito perfeito (“pude entender”, “tive”, “combinei”) e no
imperfeito (“era”, “estava”, “vivia”). No início do conto, há
predominância de passagens narrativas devido à sequência
temporal em que o narrador conta a sua história sobre determinada
noite de Natal, por exemplo, pelas expressões “há muitos anos”, “era
noite de Natal”, etc.
Há, também, trechos descritivos quando o narrador descreve a
família e a casa, por exemplo, “Vivia tranqüilo, naquela casa
assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas
relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a
mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da
noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa
dormia”. Além de descrever a mulher com quem teve uma
conversação que nunca pode entender em “era um temperamento
moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes
risos (...) Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era
mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa
simpática”. Note como os adjetivos sublinhados contribuem para
essa caracterização descritiva tanto da casa e da família como da
personagem.
O tipo expositivo tem o foco na informação, isto é, possui a
função apenas de expor determinada ideia a partir de recursos
como a definição de um elemento, conceituação, comparação, entre
outros. Diferentemente dos outros tipos, não há emissão de opinião,
apenas divulgação de um conteúdo (ou seja, ele coloca lá e você
que lute).
Já a injunção também é conhecida como instrucional. Esses
textos indicam uma ordem, uma instrução ou um conselho de
forma que haja uma orientação por parte do emissor para o leitor
daquele texto. Para indicar a ordem, utilizam-se verbos no modo
imperativo. Para indicar a ordem, usam-se verbos no modo
imperativo, os quais são comandos, por exemplo, em uma receita
de bolo: “bata os ovos”, “adicione o fermento”, “mexa a mistura”, ou
até mesmo o conselho que sua mãe dá ao sair de casa “leve um
casaco, vai chover!” (e elas sempre estão certas!).
Derivado do termo latim argumentum, a argumentação consiste
no ato de convencer, comprovar uma proposição ao interlocutor, no
intuito de corroborar aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua
opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias
à outra pessoa pode ser um tipo de argumento. Esse tipo textual é o
que mais nos interessa, pois é o modo de organização mais
cobrado em provas de vestibular, principalmente o Enem.
Um dos problemas mais comuns em uma redação
argumentativa é a apresentação de parágrafos de desenvolvimento
que não cumprem o papel da argumentação e são totalmente
expositivos (pega essa dica do que não fazer). Veja a diferença dos
parágrafos a seguir de uma redação sobre o tema A necessidade de
discussão sobre o autismo no Brasil.
1. Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro
Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de
crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Meios de conscientização e de
informação sobre a causa foram criados no Brasil: o Dia Mundial da Conscientização do
Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno.

O primeiro parágrafo é de caráter expositivo, visto que não expõe


nenhuma opinião acerca da temática, ou seja, não há a presença de
uma tese que norteará a argumentação, apenas o levantamento de
dados e de informações acerca do autismo no Brasil. É, portanto,
um texto com finalidade apenas informativa.
2. Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro
Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de
crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Devido ao número de jovens
portadores dessa condição ser elevado, foi necessário criar meios de conscientização e de
informação sobre essa causa, tais como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o
“Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno. Assim, nota-se que houve
uma grande evolução a favor da causa autista, porém medidas ainda são necessárias para
ampliar o conhecimento sobre essa questão por causa da complexidade para o
fechamento de diagnósticos e para mitigar o preconceito em relação aos portadores desse
distúrbio.

Repare como o segundo parágrafo de desenvolvimento é


argumentativo, pois emite uma opinião sobre o autismo no Brasil:
há discussão sobre o transtorno no Brasil, mas ainda é pouca. Além
disso, essas informações são comprovadas a partir da
apresentação de dados estatísticos, fornecidos por uma pesquisa
realizada pelo IBGE e exemplos de datas voltadas para a
conscientização acerca do distúrbio.
Quer aprof undar um pouquinho mais nos
modos de organização discursiva? Humm...
dá uma olhadinha nessa aula mara que
trouxemos para você. 1

Exercícios
1. (MACKENZIE-Adaptada) A arqueologia não pode ser desvencilhada de seu caráter
aventureiro e romântico, cuja melhor imagem talvez seja, desde há alguns anos, as
saborosas aventuras do arqueólogo Indiana Jones. Pois bem, quando do auge do sucesso
de Indiana Jones, o arqueólogo brasileiro Paulo Zanettini escreveu um artigo no Jornal da
Tarde, de São Paulo, intitulado “Indiana Jones deve morrer!”. Para ele, assim como para
outros arqueólogos profissionais, envolvidos com um trabalho árduo, sério e distante das
peripécias das telas, essa imagem aventureira é incômoda.
O fato é que o arqueólogo, à diferença do historiador, do geógrafo ou de outros
estudiosos, possui uma imagem muito mais atraente, inspiradora não só de filmes, mas
também de romances e livros os mais variados. Bem, para usar uma expressão de Eça de
Queiroz, “sob o manto diáfano da fantasia” escondem-se as histórias reais que
fundamentaram tais percepções. A arqueologia surgiu no bojo do Imperialismo do século
XIX, como um subproduto da expansão das potências coloniais europeias e dos Estados
Unidos, que procuravam enriquecer explorando outros territórios. Alguns dos primeiros
arqueólogos de fato foram aventureiros, responsáveis, e não em pequena medida, pela
fama que se propagou em torno da profissão.
FUNARI, P. P. A. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. Acesso em: 9 mar. 2020.

De acordo com o seu conhecimento acerca dos tipos textuais, é


possível classificar o texto lido como:
a) narrativo.

b) descritivo.

c) injuntivo.

d) informativo.

e) diálogo.
2. (IFPE) Vilarejo
Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão

Terra de heróis, lares de mãe


Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonhos semeando o mundo real
Toda a gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá [...]
Lá o tempo espera Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos
Os destinos e essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Compositores: Marisa Monte/Pedro Baby/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/441705/. Acesso em: 2 ago.
2019.

Com relação aos tipos textuais, em Vilarejo, predominam sequências tipológicas:


a) argumentativas.

b) injuntivas.

c) descritivas.
d) expositivas.

e) narrativas.

3. (ENEM-PPL) Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara,
mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que
sabíamos dele.
O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na
garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio
de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas
atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que,
ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com
os colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:
— Cale-se ou expulso a senhora da sala.
Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão
estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser
objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher
que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente proteger um
adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão
curvos.
LISPECTOR, C. Os desastres de Sofia. A legião estrangeira. São Paulo: Ática, 1997.

Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está a sua própria estrutura


composicional, que pode apresentar um ou mais tipos textuais, considerando-se o objetivo
do autor. Nesse fragmento, a sequência textual que caracteriza o gênero conto é a
a) expositiva, em que se apresentam as razões da atitude provocativa da aluna.

b) injuntiva, em que se busca demonstrar uma ordem dada pelo professor à aluna.

c) descritiva, em que se constrói a imagem do professor com base nos sentidos da


narradora.

d) argumentativa, em que se defende a opinião da enunciadora sobre o personagem-


professor.

e) narrativa, em que se contam fatos ocorridos com o professor e a aluna em certo tempo
e lugar.

4. (ENEM) Prima Julieta


Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a
conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou
trinta e dois anos de idade.
Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio de outra mulher.
Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os belos
braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de
um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos: voz de pessoa da
alta sociedade.
MENDES, M. A idade do serrote. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.

Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o modo como se organiza a própria
composição textual, tendo-se em vista o objetivo de seu autor: narrar, descrever,
argumentar, explicar, instruir. No trecho, reconhece-se uma sequência textual
a) explicativa, em que se expõem informações objetivas referentes à prima Julieta.

b) instrucional, em que se ensina o comportamento feminino, inspirado em prima Julieta.

c) narrativa, em que se contam fatos que, no decorrer do tempo, envolvem prima Julieta.

d) descritiva, em que se constrói a imagem de prima Julieta a partir do que os sentidos do


enunciador captam.

e) argumentativa, em que se defende a opinião do enunciador sobre prima Julieta,


buscando--se a adesão do leitor a essas ideias.

5. (ENEM-PPL) Ser pai faz bem para a pressão!


Uma pesquisa feita pela Brigham Young University, nos EUA, indica que a paternidade
pode ajudar a manter a pressão arterial baixa. Os dados foram medidos em 198 adultos,
monitorados por aparelhos anexados ao braço, em intervalos aleatórios, durante 24 horas.
Comparada às do grupo de adultos sem filhos, a média dos pais foi inferior em 4,5
pontos para a pressão arterial diastólica. Julianne Holt-Lunstad, autora do estudo, diz que
outros fatores (como atividades físicas) também colaboram para reduzir esses níveis e que
o objetivo da pesquisa é comprovar como fatores sociais colaboram para a saúde do
corpo. “Isso não significa que quanto mais crianças você tiver, melhor será sua pressão
sanguínea. Os resultados estão conectados a essa relação de parentesco, mas sem
considerar o número de sucessores ou situação profissional”, pondera Julianne.
ALVES, I. Vivasa de, n. 83, [s.d.]. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2017/provas/P2_01_AZUL.pdf
Acesso em: 9 mar. 2020.

O texto apresenta resultados de uma pesquisa científica, objetivando


a) informar o leitor leigo a respeito dos resultados obtidos, com base em dados
monitorados.

b) sensibilizar o leitor acadêmico a respeito da paternidade, com apoio nos comentários


da pesquisadora.
c) persuadir o leitor especializado a se beneficiar do exercício da paternidade, com base
nos dados comparados.

d) dar ciência ao leitor especializado da validade da investigação, com base na reputação


da instituição promotora.

e) instruir o leitor leigo a respeito da validade relativa da investigação, com base nas
declarações da pesquisadora.

6. (ENEM) O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu
modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica
se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma
“desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se
recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-
se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que
será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de
modo maduro.
Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da
intimidade com os assuntos da alma.
Cláudia, ano 48, n. 7, jul. 2009.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função
específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os
conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos
desse texto demonstra que sua função é:
a) vender um produto anunciado.

b) informar sobre astronomia.

c) ensinar os cuidados com a saúde.

d) expor a opinião de leitores em um jornal.

e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.

7. (UNESP) Leia o excerto do livro “Violência urbana”, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme
Assis de Almeida.
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite,
não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando
estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal
vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo.
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz
tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte
de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades
brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo
sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto
como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O
sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares
de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos
transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo.

A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades,


drena recursos públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as
dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando
nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais
cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer
diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado
diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual
tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de
direito?
PINHEIRO, P. S.; DE ALMEIDA, G. A. Violência urbana. São Paulo: Publifolha, 2003.

O modo de organização do discurso predominante no excerto é:


a) a dissertação argumentativa.

b) a narração.

c) a descrição objetiva.

d) a descrição subjetiva.

e) a dissertação expositiva.

8. (FUNRIO) O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de


Humberto de Campos:
A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde
tomávamos chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente.
Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu,
de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão,
abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da
mesma corrente elétrica, os ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até
que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar de um grande voo.
Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização
predominante é
a) argumentativa.
b) descritiva.

c) expositiva.

d) narrativa.

e) poética.

9. (UNESP-adaptado) Poema tirado de uma notícia de jornal


João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num
barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu

Cantou Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Cite três elementos que evidenciam o caráter narrativo desse poema.
_____________________________________________________________________________________________________

10. (UPE) Vozes da seca


Seu doutô os nordestino têm muita gratidão Pelo auxílio dos sulista nessa seca do
sertão Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Ou lhe mata de vergonha ou vicia o
cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê Home pur nóis escuído para as rédias do
pudê Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê Dê serviço a nosso povo, encha os rio
de barrage Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage Livre assim nóis da ismola,
que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage Se o doutô fizer assim salva o povo
do sertão Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Disponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103.
Acesso em: 2 abr. 2019.

Alguns versos da canção se configuram como enunciados que incitam à ação e, por
isso, são denominados, quanto à tipologia textual, de “injuntivos”. Exemplificam
enunciados injuntivos os seguintes versos:
a) Seu doutô os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos sulista nessa seca do
sertão.
b) Mas doutô uma esmola a um homem qui é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o
cidadão.

c) É por isso que pidimo proteção a vosmicê/ Home pur nóis escuído para as rédias do
pudê.

d) Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê/ Veja bem, quase a metade do Brasil
tá sem cumê.

e) Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage/ Dê cumida a preço bom, não esqueça
a açudage.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema Fome no Brasil: como enfrentar esse problema?,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não
se esqueça que a folha com espaço para você escrever se encontra
ao final do livro.

Texto 1
Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/09/2.png.
Acesso em: 20 out. 2018.

Texto 2
O IBGE classifica o problema da fome em três níveis nomeados
de “níveis de insegurança alimentar”:
- Leve: existe a preocupação com a quantidade, bem como com a qualidade, dos
alimentos.

- Moderada: existe limitação na quantidade de alimentos.

- Grave: existe a fome decorrente da real falta de alimentos.

Embora esteja mais radicado em determinadas regiões, o


problema existe em todo o país. O Nordeste é a região do Brasil
onde esse problema é mais grave, seguindo-se a região Norte. No
Maranhão, mais de 60% da população passa por dificuldades para
de alimentar em condições. Segue-se Piauí, Amazonas e Pará. Em
situação grave, o Acre é o estado que mais se destaca. No que
respeita às zonas, o problema da fome incide em 6,3% na zona rural
contra 3,1% detectado na zona urbana.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/fome-no-brasil/. Acesso em: 13 out.
2018.

Redação 600-
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo
Redação 900+
Tema: Fome no Brasil – Como enfrentar esse problema?
Sugestão de reescrita
Os pilares da democracia possuem a liberdade e a igualdade como direitos
1
fundamentais
2 aos cidadãos. Embora essa afirmação devesse ser aplicada no cenário brasileiro, devido à
Const ituição Cidadã ser baseada nessas premissas, ela não é efet iva no que diz respeito
3
à
questão da fome que at inge a população. A igualdade não é garant ida devido aos
4
obstáculos
tanto na distribuição dos alimentos produzidos em território nacional quanto na falta de
5
polít icas
6 públicas focadas nos mais vulneráveis.
Em primeiro lugar, cabe destacar que o Brasil é um dos maiores exportadores do
7
mundo.
Desde a colonização, o território ofereceu produtos como o pau-brasil, a cana-de-açúcar,
8
o
algodão e até a mineração tanto para a metrópole quanto para outras nações em trocas
9
comerciais.
Mesmo que hoje o povo tupiniquim seja independente de sua ant iga metrópole, a
10
maior parte da
produção agrícola ainda é dest inada para a comercialização exterior e prejudica a
11
distribuição
12 dos alimentos no país, o que acarreta cerca de 5% da população em situação de fome.
Por outro lado, mesmo que já tenham exist ido programas sociais, não foram
13
suficientes para
diminuir essa desigualdade no país. A ext inção da fome, a promoção da agricultura
14
sustentável e
a melhoria da nutrição são objet ivos da ONU no desenvolvimento sustentável dos
15
países. Mas essa
realidade ainda está longe de se Concret izar, visto que programas brasileiros, como o
16 Fome Zero,

que oferecia acesso à alimentação, não teve cont inuidade em trocas de governos e
17
deixam famílias
em condições de necessidade. Logo, é necessário que esses projetos cont inuem
18
independentemente
19 do término de um mandato.
Fica evidente, portanto, que medidas cont inuem sendo tomadas e permaneçam ao
20
longo dos
mandatos para auxiliar na diminuição da fome no território brasileiro. Por meio de
21
incent ivos
fiscais, o governo não deve cobrar impostos de ONGs que forneçam alimentos para
22
pessoas em
situação de rua e aos mais carentes para que cont inuem realizando esse trabalho, visto
23
que
recebem doações de voluntários apenas. É papel do Estado, também, retomar as
24
atividades de
restaurantes populares, que eram oferecidos nas campanhas de Fome Zero, para
25
conseguirem
26 levar alimentação ao maior número possível de pessoas.
27
28
29

1 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 3
A redação modelo Enem
A hora dela chegou! A redação do Enem. Mas, antes de falarmos
tudo sobre o modelo, que tal ouvir um hit da Pocah e dos
professores do Desco para já ir se preparando para o que vem pela
frente? Garanto que ele nunca mais vai sair da sua cabeça e não vai
dar aquele sumiço na hora do vestibular. Aponta a câmera para o
código e vem dançar e cantar com a gente.

“Redaaaaçãaaaaao introduz e desenvolve,


na conclusão cê resolve!”

Como falamos lá atrás, o modelo dissertativo é o preferido pelas


comissões de vestibulares e o adotado oficialmente pelo Enem.
Essa preferência não se dá ao acaso; muito pelo contrário, justifica-
se pelo fato de a dissertação ser a modalidade textual que associa,
com maior evidência, as características de um candidato desejadas
pela banca: domínio da modalidade escrita formal (conhecimento
das regras gramaticais), capacidade de articulação de discursos
(utilização de conectivos e elementos que estabeleçam a ligação
entre as partes do texto) e reflexividade e senso crítico (capacidade
de leitura do tema e argumentação). Em síntese, podemos afirmar
que a dissertação mede a capacidade do aluno de absorver,
interagir com e interpretar o seu mundo, além de produzir tais ideias
sob a forma escrita.
Por esse motivo, estimularemos sempre o pensamento crítico e
consciente, a fim de que você possa escrever qualquer redação, a
partir de qualquer tema e em qualquer circunstância, de modo
adequado e proveitoso.

Você viu que queremos te ajudar a escrever


sobre qualquer tema de redação, né?!
Então, vem que o Vallad vai te dar algumas
dicas infalíveis!
Características gerais da dissertação
Segundo a cartilha do Participante do Enem, “o texto
dissertativo-argumentativo é aquele que se organiza na defesa de
um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado em
argumentos, a fim de influenciar a opinião do leitor, tentando
convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso,
portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é
argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é
dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la” (p. 16).
Na escola, aprendemos que existem duas espécies de textos
dissertativos: o expositivo e o argumentativo.
No primeiro caso, são feitas considerações imparciais sobre o
tema, sem a emissão de qualquer juízo de valor pelo enunciador –
lembra? Já vimos isso na semana anterior. Por exemplo:
“O Festival de Cannes foi criado por Jean Zay, ministro francês da Instrução Pública e
das Belas Artes, em 1946. Até 2002, o festival era conhecido como Festival
International du Film, mas rapidamente ganhou muito prestígio e popularidade e
passou a ser chamado de Festival de Cannes por acontecer na cidade francesa que
leva o mesmo nome. A premiação é organizada anualmente e desde 1952 acontece
sempre no mês de maio no Palais des Festivals”.
Disponível em: http://respirefrances.com/cultura-francesa/cinema-frances/saiba-
tudo-sobre-o-festival-de-cannes/. Acesso em: 6 mar. 2020.

No segundo caso, uma opinião é emitida e, posteriormente,


defendida com o uso de argumentos. Nesse sentido, cuidado: as
bancas dos exames vestibulares não costumam observar com bons
olhos textos meramente expositivos; já dissemos que o senso
crítico é um dos ingredientes de uma boa redação, e somente com a
defesa de uma opinião ou ponto de vista poderemos fazer notar
nossa capacidade crítica. Daqui para frente, lembre-se do seguinte:
quando falarmos em dissertação, pura e simplesmente, estaremos
fazendo referência ao tipo argumentativo. E ele não anda sem seus
dois principais elementos:
• Tese: É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar
relacionada ao tema e apoiada em argumentos ao longo da
redação.

• Argumentos: É a justificativa para convencer o leitor a concordar


com a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta
“por quê?” com relação à tese defendida.
Veja o exemplo abaixo:
Dentre as diversas premiações cinematográficas, o Oscar é a
mais popular. O Festival de Cannes, de Berlin e de Gramado são
premiações tão conhecidas quanto o Oscar, entretanto esta é mais
acessível aos apaixonados pela sétima arte, visto que é
televisionada em diversos canais abertos e disponibilizada nas
redes sociais, enquanto as outras se tornam restritas aos
produtores e atores do cinema.
Note que no primeiro período há a apresentação da opinião do
autor sobre as premiações cinematográficas, “O Oscar é a
premiação mais popular”, enquanto no período seguinte há a
justificativa sobre essa tese: “O Oscar é uma premiação
cinematográfica televisionada em diversos canais abertos”.
Você deve ter notado que a opinião desse parágrafo foi
apresentada e fundamentada a partir de exemplos concretos, ou
seja, informações comprováveis. A redação, por ser um texto
técnico, deve ser uma metodologia de planejamento das ideias. A
partir da leitura de um tema, deve-se observar o problema
apresentado e criar uma hipótese de como aquele problema surgiu
ou por que ainda persiste na sociedade. A argumentação será o
meio de comprovação dessa opinião e justificativa acerca dessas
hipóteses, por isso as estratégias argumentativas são essenciais
para o auxílio dessa fundamentação da tese, a qual será realizada
por meio de provas concretas.
Estrutura
Existem diversas formas de organizar um texto. Porém,
trataremos aqui da forma que utilizaremos na redação do Enem:
trata-se da chamada estrutura ortodoxa da dissertação. Sob esse
escopo, o texto possui três partes bem definidas, cada uma
desempenhando um papel específico. São elas a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão. Essa parece ser a estruturação
mais adequada por diversos motivos, entre os quais se destacam:
• Não é uma tarefa simples organizar as ideias e apresentá-las para
a banca de modo coerente. A estrutura ortodoxa constitui um
meio extremamente eficaz de promover essa organização.
• Todos os exemplos de redações que obtiveram grau máximo
divulgadas pelas comissões examinadoras seguem essa
estrutura. Desse modo, você não vai apenas mostrar capacidade
de ordenação do raciocínio, mas também que entrou em contato
com bons textos ao longo de sua preparação.

Linguagem impessoal
O texto dissertativo deve ser escrito, comumente, na terceira
pessoa. Dito de outro modo, os pronomes “eu”, “meu” ou “minha”
devem ser evitados, bem como formas verbais que contenham em
sua estrutura a desinência número-pessoal da primeira pessoa:
“acredito”, “acho”, “devo”, “quero”.
Mas você deve estar se perguntando “– Por que devo evitar
utilizar a primeira pessoa do singular no meu texto? se é a minha
opinião...”. De fato, parece paradoxal impedir que se utilizem marcas
de personalização em um texto pessoal. Na verdade, a explicação
para essa aparente contradição é bastante simples: de um lado, é
óbvio que o texto pertence a quem o produz; nesse sentido, seria
redundante o enunciador ter, o tempo todo, que “aparecer”. Por
outro lado – e aqui está o motivo maior, pega seu marca-texto! –,
bons argumentadores fazem com que opiniões pessoais pareçam
universais; isso, só mesmo a linguagem impessoal (em terceira
pessoa) pode realizar.

Adequação à norma culta e aos


índices de formalidade
A dissertação, embora totalmente sua, é um texto técnico e,
como tal, deve seguir um conjunto mínimo de regras. Nesse
contexto, o registro formal e culto deve ser empregado. Assim,
todas as modalidades relativas à boa gramática, desde as regras de
acentuação, pontuação, concordância e regência, entre outras, até o
não uso de gírias ou de vocábulos considerados vulgar, deverão ser
observadas.

Agora que você já aprendeu as


características gerais da dissertação, que
tal assistir uma aula para f ixar ainda mais
esses conceitos? 2

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 6


Leia com atenção a redação a seguir, escrita por um aluno sobre o tema Para você, o
que é ser cidadão? e observe que NÃO se trata de um exemplo de boa redação. Ela
apresenta diversos problemas que devem ser verificados – e evitados.
É relat ivo
No dicionário, ser cidadão é ser “um indivíduo no gozo dos
direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus
deveres para com este”. Essa afirmação é difícil de ser entendida,
principalmente porque a política hoje é muito incoerente. Diante
disso, é preciso ver se o conceito de cidadão pode ter uma definição
fixa e universal, sem considerar suas mudanças em cada contexto.
Em um mundo globalizado, é preciso dizer que ser cidadão hoje é
algo difícil de ser cumprido. Isso porque, com a troca entre as novas
formas de cultura, os princípios sociais mudando a todo instante,
tornando mais fácil que uma pessoa não consiga entendê-los, o
que, na teoria, já seria um ataque à ideia de cidadania. Porém, não
se pode exigir que uma população que não sabe nem mesmo os
princípios básicos de convívio social tenha uma atitude coerente em
relação às leis aplicadas, já que elas são feitas por pessoas que não
se importam com as suas necessidades.
Além disso, há uma falta de coerência sobre o que se pensa ser
um cidadão. Ao mesmo tempo que se recrimina o fato de pessoas
não se empenharem para cumprirem seus deveres em relação ao
Brasil, o governo não assegura que os direitos de cada cidadão
sejam cumpridos. Essa postura é o reflexo de uma política que se
diz democrática, mas obedece só aos interesses da elite que manda
no país, já que não dá a igualdade de direitos. Assim, ser cidadão
torna-se confuso, pois o papel de cada um na sociedade fica muito
relativo.
Relativa também é a própria visão que cada um tem da sua visão
quanto ao papel que precisa desempenhar na sociedade. Muitos
acham que suas atitudes não têm reflexo direto em toda a
sociedade, por isso agem apenas pensando em si mesmo. Com
isso, jogam papéis nas ruas, picham muros, roubam monumentos,
sem se importar se estão destruindo um patrimônio público. O
problema é que eles não percebem que, fazendo essas coisas,
estão agredindo a eles próprios, pois também fazem parte da
sociedade. Portanto, ser cidadão é algo muito complicado hoje em
dia, já que o capitalismo impõe o ritmo da vida moderna e os
interesses pessoais são mais importantes do que o convívio social.
Ninguém mais sabe o que deve fazer ou o que pode exigir. Por isso,
pode-se dizer que a definição do dicionário precisa ser revista, de
repente colocando-se logo no início dela algo como “é relativo”.

1. Criar uma adversidade significa, em alguns casos, contrapor uma ideia a outra, o que
pode gerar um erro de coerência, a contradição. Ao utilizar uma ideia adversativa no quarto
parágrafo, o autor comete tal erro? Explique.

2. Por que, ao dizer que “não se pode exigir que uma população que desconhece até
mesmo os princípios básicos de convívio social tenha uma atitude coerente em relação às
leis aplicadas”, o autor torna sua argumentação falha?

3. O chamado “duplo sentido”, na linguagem coloquial, é conhecido na norma culta como


ambiguidade. Pode-se dizer que esse fenômeno ocorre na frase “já que elas são feitas por
pessoas que não se importam com as suas necessidades”. Corrija-a.

4. Pode-se dizer que o segundo parágrafo de desenvolvimento contém um erro quanto à


visão do tema? Por quê?

5. A falta de clareza é um problema estrutural sério, que dificulta a compreensão e


prejudica a defesa de um ponto de vista. Ao observar o primeiro período do terceiro
parágrafo de desenvolvimento, percebe-se que ele está confuso. Reescreva-o.

6. Uma aluna, ao ler o terceiro parágrafo, disse que o autor “falou, falou e não disse nada”.
Ela está certa em sua constatação? Como pode ser chamado esse tipo de erro?

7. (ENEM-PPL) Não adianta isolar o fumante


Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa ir além das restrições. É preciso
apoiar quem quer largar o cigarro.
Ao apoiar uma medida provisória para combater o fumo em locais públicos nos 27
estados brasileiros, o senado reafirmou um valor fundamental: a defesa da saúde e da
vida.
Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 é ainda mais rigorosa que as medidas em
vigor em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, estados que até agora adotaram as
legislações mais duras contra o tabagismo. Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais
fechados, incluindo até tabacarias, onde o fumo era autorizado sob determinadas
condições.
Uma das principais medidas atinge o fumante no bolso. O governo fica autorizado a
fixar um novo preço para o maço de cigarros. O Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) será elevado em 300%. Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará
muito mais ácido. Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013.
A visão fundamental da MP está correta. Sabe-se, há muito, que o tabaco faz mal à
saúde. É razoável, portanto, que o Estado aja em nome da saúde pública.
Época, 28 nov. 2011 (adaptado).

O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a


sua opinião sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor como
uma estratégia de persuasão do leitor é:
a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados”.

b) “O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros”.

c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)”.


d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido”.

e) “Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013”.

8. Leia com atenção o trecho abaixo:

“Com a taxa de obesidade crescendo, a população brasileira vê doenças como a


diabetes e a hipertensão aumentarem, sendo provenientes de uma má alimentação.
Além disso, ingerir alimentos em alta quantidade e não seguir uma dieta alimentar são
problemas existentes na vida de muitos jovens que sofrem de enfermidades
cardiovasculares”.
O parágrafo em destaque é trecho de uma redação relacionada ao tema Alimentação
irregular e obesidade no Brasil, mas possui problemas ao apresentar um caráter
argumentativo. Cite as dificuldades presentes no texto para a validação de um ponto de
vista.

9. (ENEM-2.ª aplicação) O último longa de Carlão acompanha a operária Silmara, que vive
com o pai, um ex-presidiário, numa casa da periferia paulistana. Ciente de sua beleza, o
que lhe dá certa soberba, a jovem acredita que terá um destino diferente do de suas
colegas. Cruza o caminho de dois cantores por quem é apaixonada. E constata, na prática,
que o romantismo dos contos de fada tem perna curta.

VOMERO, M. F. Romantismo de araque. Vida Simples, n. 121, ago. 2012.

Reconhece-se, nesse trecho, uma posição crítica aos ideais de


amor e felicidade encontrados nos contos de fada. Essa crítica é
traduzida
a) pela descrição da dura realidade da vida das operárias.

b) pelas decepções semelhantes às encontradas nos contos de fada.

c) pela ilusão de que a beleza garantiria melhor sorte na vida e no amor.

d) pelas fantasias existentes apenas na imaginação de pessoas apaixonadas.

e) pelos sentimentos intensos dos apaixonados enquanto vivem o romantismo.

10. Leia com atenção o parágrafo abaixo:

“O cientista Karl Marx, durante a Idade Média, defendia o ideal de uma sociedade com
distribuição igualitária de renda, a fim de combater a desigualdade social. No entanto,
ainda estamos longe de uma sociedade que preze pelo bem-estar social de todas as
classes, por isso, inúmeras mudanças precisam ocorrer para alterar este cenário”.
Sabe-se que para construir um texto de cunho argumentativo é
preciso defender um determinado ponto de vista e, além disso, é
necessário que as informações estejam corretas para validar a
perspectiva apresentada. De acordo com os seus conhecimentos,
identifique os erros que o produtor do texto cometeu ao defender as
suas ideias.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema Os efeitos das fake news na sociedade
brasileira contemporânea, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de
seu ponto de vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para
você escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Notícias que aparentam ser verdadeiras, que em algum grau
poderiam ser verdade ou que remontam a situações para tentar se
mostrar confiáveis: isso são as fake news que vemos atualmente.
Por isso, há de ser ter cuidado: as notícias falsas não são apenas
aquelas extremamente irônicas, que têm o intuito de ser engraçadas
e provocar o leitor. As notícias falsas atualmente buscam
disseminar boatos e inverdades com informações que não estão
100% corretas sobre pessoas, partidos políticos, países, políticas
públicas… Elas não vão aparentar ser mentira, ainda mais se nós
acreditamos que elas podem ser verdadeiras – mas não são.
MERELES, Carla; MORAES, Isabela. Notícias falsas e pós-verdade: o mundo das fake
news e da (des) informação. Politize , 16 out. 2019.

Disponível em: http://www.politize.com.br/noticias-falsas-pos-verdade/. Acesso em:


7 fev. 2020.

Texto 2

SUPORTE. A linha (do tempo) entre a verdade e a mentira, 2018. Disponível em:
http://vidadesuporte.com.br/tag/fake-news/. Aceso em: 10 fev. 2020.
Texto 3

FELIX, Fernanda. Como Identificar fake news. Academia do Jornalista, 10 de out. 2017.
Disponível em: https://academiadojornalista.com.br/producao-de-texto-
jornalistico/como-identificar-fake-news/.
Acesso em: 18 fev. 2020.

Redação 600-
Tema: Os efeitos das fake news na sociedade brasileira contemporânea
Redação 900+
Tema: Os efeitos das fake news na sociedade brasileira contemporânea

Sugestão de reescrita
1 Isso não é uma verdade
2 Machado de Assis sempre teve como objetivo promover o senso crítico dos leitores, por
3 meio da escrita, acerca do comportamento humano. Em Dom Casmurro, por exemplo, o
4 autor buscou instigar sobre o problema de ter a verdade estabelecida de acordo com
5 uma única perspectiva por causa da ausência da voz de Capitu sobre sua suposta traição.
6 Entretanto, poucas décadas depois dos ensinamentos do bruxo do Cosme Velho, notícias
7 falsas as fake news se espalham cada vez mais na sociedade brasileira.
8 Cabe destacar a repercussão dessas notícias na internet. Recentemente, após
9 o assassinato da vereadora Marielle Franco, esse assunto se tornou um dos mais
comentados na internet. Além da comoção, houve também a disseminação de
10
informações
11 falsas com o objetivo de difamar o caráter da parlamentar. Devido ao discurso de ódio
12 nas mídias, medidas foram tomadas pelo PSOL, como uma seção no site para desmentir
13 boatos e um local para receber denúncias de notícias falsas com o objetivo de tentar
14 punir os responsáveis.
15 Entretanto, não é de hoje que boatos geram efeitos irreversíveis para a sociedade.
16 Uma notícia compartilhada muitas vezes, mesmo que seja falsa, acaba se tornando uma
17 verdade. Em 2014, uma mulher morreu após ser espancada por moradores do Guarujá
18 a partir de mentiras contadas em uma rede social, acusando-a de praticar magia negra
19 com crianças. Dessa forma, fica claro que o leitor tanto de notícias quanto de mídias
20 sociais como o Facebook, por exemplo, deve assumir uma postura crítica e conferir a
21 veracidade das informações para evitar tragédias como essa.
22 Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para coibir a proliferação

23 de informações que não sejam verdadeiras e prejudiquem a população. É dever do


24 Governo Federal, em parceria com as Secretarias de Segurança de cada estado, criar
25 setores nas delegacias para a denúncia de casos de “fake news”, além de criação de
26 disque-denúncia especializado para fornecer meios em que a população possa erradicar
27 esse problema na sociedade e que possam criminalizá-los quando necessário. Dessa
28 forma, os ensinamentos de Machado de Assis continuarão a estimular a criticidade aos
29 cidadãos e promover o bem.
30

2 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 4
Como planejar a redação
Você já esteve ou se imaginou em uma situação-limite, como o
momento da realização da prova de redação no vestibular? É fácil
imaginar os “estágios” dessa ocasião tão marcante em nossas
vidas: certa tensão no ar, o silêncio imperando na sala, os minutos
do relógio passando tão lenta e, ao mesmo tempo, tão rapidamente,
num paradoxo angustiante. Nesse contexto, apenas um aspecto
vem a sua mente: resolver a prova a todo custo! Escrever é a regra
do jogo, e você deve fazer isso de forma consciente, constante e
organizada. Então, você começa a escrever tudo aquilo que foi
aprendido, todas as referências lidas, todas as reflexões feitas em
sala de aula… Enfim, tudo o que você sabe e que diga respeito ao
tema proposto pela banca. Desse modo, a nota atribuída pelo
corretor será boa, certo? Errado. Infelizmente, a melhor estratégia
não é a descrita acima.
A tarefa de produção textual é complexa e necessita de uma fase
pré-textual, talvez até mais demorada que a fase de escritura em si.
Essa fase pode ser dividida, para fins didáticos, em quatro etapas
distintas, que, se percorridas com o devido cuidado, permitirão ao
candidato um gigantesco salto de qualidade no que tange à
apreciação da banca. É importante destacar que essas etapas não
são regras, mas apenas uma sugestão de como você pode
estruturar seu texto e evitar fugas ao tema ou bloqueios de escrita.
Vamos a elas?

As etapas de preparação

Etapa 1: Leitura e interpretação da proposta de tema


É preciso ressaltar, antes de tudo, que a primeira etapa talvez
seja a mais importante de todas, pois, se você não tiver conseguido
apreender na totalidade aquilo que a banca colocou em discussão,
sempre será aplicado algum tipo de penalidade. Essa “falha” é o que
chamamos de fuga ao tema. A fuga pode ser total ou parcial: no
primeiro caso, a redação é anulada pela banca (como corrigir um
texto que não versa sobre o que foi pedido? Como compará-lo com
os demais?) e, obviamente, a nota correspondente é zero; no
segundo caso, as possibilidades de erro são inúmeras, com as
penalizações variando na mesma medida.
Para que a fuga ao tema não ocorra, é preciso que tenhamos
esses aspectos extremamente importantes em mente:
Dê atenção total a cada uma das palavras que compõem o tema.
A banca teve cerca de um ano para pensar na proposta e, se
aquelas palavras foram utilizadas, cada uma delas desempenha
uma função específica dentro do contexto. Para que a apreensão
dos sentidos da proposta seja completa – impedindo que ocorra
fuga ao tema –, esses sentidos específicos devem ser inter-
relacionados para a composição do todo.

Observação: Muito cuidado para não confundir tema e assunto. A falta de


distinção pode levar o aluno à fuga ao tema, de modo que a redação, em alguns
casos, pode até ser zerada por não contemplar o direcionamento da banca. O
assunto pode ser uma referência genérica ou um fato específico; o que o
diferencia do tema é que este último é uma discussão direcionada, construída a
partir do assunto escolhido.

Vamos prat icar um pouco? Observe o exemplo a seguir:


Tema: Desafio para a formação educacional de surdos no Brasil (Enem 2017)

Você consegue identificar as palavras-chave desse tema? Quais


palavras são essenciais para compreender a proposta da banca?
O tema do Enem 2017 causou muita polêmica acerca dessa
questão de confusão entre tema e assunto. As palavras-chave
essenciais para o entendimento da questão eram “desafios”,
“formação educacional”, “surdos”, “Brasil”. Entretanto, muitos
candidatos ampliaram o sentido da palavra “surdo” para
“deficiente”, no geral. Assim, foram feitas abordagens sobre “cegos”,
“cadeirantes”, entre outros. Isso é configurado como um erro de
fuga ao tema, visto que não abordou as delimitações propostas pela
banca examinadora. Além disso, a palavra “Brasil” é um recorte
geográfico, ou seja, era para tratar a questão da educação no
âmbito brasileiro, o que poderia gerar também um tangenciamento
do tema, caso outro país fosse abordado.
Ademais, nesse caso, o assunto, ou seja, a questão ampla, seria
a educação voltada para os alunos surdos. O que diferencia o
assunto do tema, então, é a palavra-chave “desafio”, que torna essa
questão uma problemática, visto que apresenta um juízo de valor.
Assim, no Enem, a frase-tema sempre será apresentada por
meio de uma problemática. Observe as palavras-chave dos exames
anteriores:
• Enem 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil.
• Enem 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo
controle de dados na internet.
• Enem 2017: Desafios para a formação educacional de surdos no
Brasil.

• Enem 2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no


Brasil.
• Enem 2015: A persistência da violência contra a mulher na
sociedade brasileira.
Note que todos os temas apresentam palavras-chave que
direcionam para a restrição temática desejada pela banca. Caso
não haja uma leitura atenta tanto do tema quando da coletânea de
textos, o candidato poderia tangenciar e escrever sobre um aspecto
que não interessasse à banca examinadora.
Veja as possibilidades de interpretação e alguns erros cometidos
por candidatos:
• Enem 2019: O objetivo do tema era a discussão de como tornar o
acesso ao cinema mais igualitário à população brasileira. No
entanto, a palavra “acesso” apresenta uma ambiguidade de
interpretação, por exemplo, na acepção de como se chegar a uma
sala de cinema (a partir de um meio de transporte e abordagem
sobre mobilidade urbana).
• Enem 2018: O tema pedia uma discussão acerca de como os
algoritmos poderiam manipular os usuários de internet, mas, por
outro lado, muitos candidatos falaram sobre como os usuários
são manipulados na internet a partir de fake news.
• Enem 2017: A questão exigida nesse tema era a abordagem
acerca dos problemas que um surdo pode enfrentar para
completar os seus estudos, porém, em muitos casos, candidatos
escreveram apenas sobre o assunto geral: os surdos. Assim,
apresentando problemas relacionados à mobilidade urbana, falta
de acessibilidade em televisão etc.
• Enem 2016: A temática exigia que a discussão fosse pautada pelo
combate à intolerância religiosa no País, entretanto existia a
possibilidade de escrita de um texto totalmente expositivo apenas
apresentando a intolerância religiosa no Brasil.

• Enem 2015: Assim como no tema anterior, o de 2015 também


possibilitava uma redação totalmente expositiva, apresentando
informações sobre a violência contra a mulher na sociedade
brasileira. É importante, portanto, que a palavra de comando seja
identificada, nesse caso, por exemplo, persistência, para que o
aluno pudesse direcionar a opinião.
A proposta de redação, geralmente, está acompanhada de uma
coletânea de textos que dialogam entre si. Essa coletânea também
pode ser conhecida como “textos motivadores”, os quais têm o
objetivo de te auxiliar a refletir sobre e ativar a lembrança de
informações acerca do tema. É o modelo usado nas principais
provas de vestibulares no Brasil, como o Enem e a Fuvest.

Etapa 2: Listagem de ideias, exemplos, referências e


argumentos
Nesta etapa, você deve elencar em uma folha de rascunho toda e
qualquer referência que sobrevier acerca do tema abordado. É o que
chamamos de listagem de ideias. Esse trabalho possui dupla
função: primeiro, impedir que uma boa ideia seja esquecida no
momento de escritura do texto; segundo, permitir ao candidato que
suas referências sobre o tema sejam mais bem visualizadas e, com
isso, a organização delas possa ser mais eficiente. Essa parte da
pré-produção textual é uma técnica de esquematização de ideias. É
feita de forma enumerativa e em tópicos para facilitar a visualização
acerca do conhecimento de mundo do tema.

Etapa 3: Seleção e organização de ideias


Neste momento, você já passou para o papel todo o seu
conhecimento sobre a proposta de tema. Como você está bem
preparado, as referências são muitas e é praticamente impossível
que todas elas façam parte do texto final, sob pena de este se tornar
muito superficial. Por isso, deve-se proceder à seleção das
melhores ideias, organizadas e associadas entre si, de modo que a
máxima coerência seja obtida.
Agora, como escolher a melhor ideia? O ideal é que, após a
listagem de ideias, você consiga estabelecer a sua tese. A partir da
definição de um ponto de vista, é a vez de selecionarmos as ideias
separadas e organizá-las em cada parte do texto – introdução,
desenvolvimento e conclusão. Por exemplo: Quais exemplos podem
servir para comprovar a tese? Qual contextualização pode ser usada
na introdução?

Etapa 4: Roteirização
O Enem valoriza a etapa de roteirização, a qual ele chama de
projeto de texto. Essa estratégia é importante para evitar que partes
desconectadas do tema proposto sejam utilizadas na redação. Essa
questão avalia a inteligibilidade do seu texto, ou seja, da coerência e
da plausibilidade entre as ideias apresentadas, o que é garantido
pelo planejamento prévio à escrita. A inteligibilidade depende,
portanto, dos seguintes fatores: seleção de argumentos, relação de
sentido entre as partes do texto, progressão temática adequada ao
desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e
organizada em uma ordem lógica e desenvolvimento dos
argumentos, com a explicitação da relevância das ideias colocadas
para a defesa do ponto de vista defendido.
Trata-se do último momento pré-textual. Depois de todo o
processo anterior, você já deve ter percebido que alguns
“parágrafos” começam a se definir. Agora, é necessário preparar as
linhas gerais da introdução, a ordem mais adequada para os
parágrafos argumentativos que vão compor o desenvolvimento e o
encaminhamento da conclusão.
Somente depois de observadas essas quatro etapas que você
deverá começar a escrever. Lembre-se: quanto mais tempo
investido no planejamento do texto, menos tempo gasto na
escritura propriamente dita, pois um texto bem planejado flui muito
mais do que aquele feito na hora – o que leva muuuitas vezes ao
travamento e até bloqueio. 3

Interpretar e planejar a redação não é


uma das tarefas mais fáceis, não é
mesmo?! Tá a f im de mais um vídeozinho
para ref orçar todas essas dicas que te
demos na semana?

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 8

Mal-entendidos
Dividimos a História em eras, com começo e fim bem definidos,
e mesmo que a ordem seja imposta depois dos fatos – a gente vive
para a frente, mas compreende para trás, ninguém na época disse
“Oba, começou a Renascença!” – é bom acreditar que os fatos têm
coerência e sentido, e nos deem lições. Só que podemos aprender a
lição errada.
Falamos nos loucos anos 20, quando várias liberdades novas
começavam a ser experimentadas, e esquecemos que foi a era que
gerou o fascismo. O espírito da “Era do Jazz” de Scott Fitzgerald foi
o espírito totalitário, e prevaleceram não os passos do “Charleston”
mas os passos de ganso. A leitura convencional dos anos 40 é que
foram os anos em que os Estados Unidos salvaram a Europa dela
mesma. Na verdade, a Segunda Guerra salvou os Estados Unidos.
Completou o trabalho do New Deal de Roosevelt e acabou com a
crise econômica que sobrara dos anos 30, fortalecendo a sua
indústria ao mesmo tempo que os poupava da destruição que
liquidou com a Europa, e inaugurou o keynesianismo militar que
sustenta a sua economia até hoje. O fim da Segunda Guerra foi o
começo da Era Americana. Os americanos salvaram o mundo – e
ficaram com ele. Os plácidos e sem graça anos 50 não foram tão
aborrecidos assim. Foram os anos do “existencialismo”, de
revoluções na arte e na literatura, do nascimento do rockenrol... Já
nos fabulosos anos 60, enquanto as drogas, o sexo e a comunhão
dos jovens pela paz e contra tudo o que era velho tomava conta das
praças e das ruas, o conservadorismo careta se entrincheirava no
poder – Nixon nos Estados Unidos, os generais aqui – e Margaret
Thatcher começava a sua própria revolução. O que foi que
aconteceu mesmo nos anos 60?
Nos anos 70 e 80 também houve um desencontro entre a
percepção e a realidade, ou continuou o mal- entendido das
décadas passadas. E quando fizerem a leitura do fim dos anos 90 e
deste começo de milênio, qual será a conclusão errada? A que o
mundo está se tornando mesmo uma aldeia global ou está se
dividindo cada vez mais entre ricos e pobres, entre inteligência
excludente, burrice generalizada e estupidez institucionalizada?
Com as maravilhas conseguidas pela ciência e a técnica estamos
vivendo o auge do ideal iluminista ou estamos em plena regressão
obscurantista, com o fundamentalismo religioso e o espírito tribal
em guerra aberta contra a razão? E no Brasil? O que é que está
acontecendo, exatamente? Daqui a 30 anos saberemos. Ou talvez
não.
VERISSIMO, Luiz Fernando. Mal-entendidos. O Globo, 13 fev. 2005.

1. Verissimo afirma que “a gente vive para a frente, mas compreende para trás”. Explique.

2. De acordo com o autor, ao analisar os fatos históricos, a lição aprendida pode não ser a
mais acertada. Partindo da leitura integral do texto, pode-se afirmar que ele defende esse
ponto de vista? Justifique.
3. Para construir sua argumentação, Verissimo opta por uma estratégia bastante
interessante, a qual se repete cada vez que ele fala de uma década. Caracterize-a.

4. O que o autor quis dizer com a expressão “passos de ganso”, no 2.º período do 2.º
parágrafo?

5. Pode-se dizer que o uso de travessões no 1.º parágrafo e ao final do 2.º parágrafo
possui a mesma finalidade? Por quê?

6. Ao caracterizar algumas décadas, Verissimo utiliza termos que explicitam sua visão – e
às vezes até mesmo a visão coletiva – sobre elas. Destaque três exemplos.

7. Ao final do 2.º parágrafo, Verissimo deixa uma pergunta: “O que foi que aconteceu
mesmo nos anos 60?” Qual a sua intenção ao fazer isso?

8. O último parágrafo do texto levanta uma série de questões a respeito dos anos 90 e do
início do milênio. Partindo da postura adotada pelo autor ao longo do texto, é correto
afirmar que ele não vê uma saída positiva? Fundamente com uma passagem do texto.

Leia as frases-tema abaixo e


responda às questões 9 e 10
Tema 1: Democratização do acesso ao cinema no Brasil (Enem 2019).
Tema 2: Publicidade infantil em questão no Brasil (Enem 2014).

9. Identifique o assunto das propostas temáticas.

10. Faça a interpretação dos temas apresentados.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema A xenofobia em discussão no século XXI,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não
se esqueça de que a folha com espaço para você escrever se
encontra ao final do livro.

Texto 1
Xenofobia é o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação
aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas
ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país com
uma cultura, hábito e religião diferente. A xenofobia pode
manifestar-se de várias formas, envolvendo as relações e
percepções do endogrupo em relação ao exogrupo, incluindo o
medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas atividades,
agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma
suposta pureza.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Xenofobia. Acesso em: 16 de abr. 2018.

Texto 2
Mohamed Ali, refugiado sírio residente no Brasil há três anos, foi
hostilizado e agredido verbalmente em Copacabana, região nobre
do Rio de Janeiro, onde trabalha vendendo esfihas e doces típicos.
Em vídeo publicado nas redes sociais é possível ver um homem
exaltado que grita repetidas vezes “sai do meu País!”, ostentando
dois pedaços de madeira nas mãos e ameaçando o refugiado. “O
nosso país tá sendo invadido por esses homens-bomba, que
matam crianças”, diz, em discurso xenofóbico.
Carta Capital, 4 de ago. 2017. Disponível em:
https://www.cartacapital.com.br/politica/saia-do-meu-pais-agressao-a-refugiado-
no-rio-expoe-a-xenofobia-no-brasil. Acesso em: 14 abr. 2018.

Texto 3
Uma nova charge do semanário satírico francês “Charlie Hebdo”
provocou revolta nas redes sociais. A peça sugere que Alan Kurdi,
menino refugiado que morreu afogado ao tentar chegar à Europa, se
tornaria um agressor sexual quando crescesse, em referência à
recente onda de denúncias contra imigrantes na Alemanha.

Charge do “Chalie Hebdo” sobre imigrantes provocou polêmica nas redes sociais.

“O que o pequeno Alan seria se ele se tornasse adulto?”, pergunta a charge, ao lado
uma caricatura do corpo do menino afogado em uma praia. “‘Apalpador’ de bundas na
Alemanha”, acrescenta.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/01/1729460-charlie-
hebdo-e-criticado-por-retratar-menino-refugiado-como-estuprador.shtml. Acesso
em: 19 abr. 2018.

Texto 4
Alemanha promete lutar contra xenofobia após ataques a
refugiados
O Ministério do Interior da Alemanha liderou neste domingo (23)
os pedidos para que se reprimam os racistas e militantes de direita,
depois da segunda noite de confrontos entre manifestantes e a
polícia do lado de fora de um abrigo para refugiados, numa cidade
do leste da Alemanha, perto de Dresden. [...]

Cotas para imigrantes


O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã,
Angela Merkel, vão discutir durante uma reunião na segunda-feira
(24) sobre as cotas para receber imigrantes, disse o ministro de
Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, neste domingo. Em
junho, a União Europeia rejeitou uma iniciativa do presidente da
Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para estabelecer cotas
nacionais obrigatórias para receber parte dos milhares de
refugiados e imigrantes que chegam às costas da Itália e da Grécia.
Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/08/alemanha-promete-
lutar-contra-xenofobia-apos-ataques-refugiados.html. Acesso em: 15 abr. 2018.

Redação 600-
Tema: A xenofobia em discussão no século XXI
Redação 900+
Tema: A xenofobia em discussão no século XXI
Sugestão de reescrita
Discussões envolvendo xenofobia têm sido levantadas há muito tempo. Mas é fato
1
que, nos últ imos
anos, em um contexto de mundo globalizado, com tráfego cada vez maior de pessoas
2
entre
nações, este problema tem se agravado. No âmbito brasileiro, essa questão é ainda
3
recente e vem
ganhando espaço nas discussões com a vinda de refugiados. A ideia do brasileiro
4
enquanto
“homem cordial”, cunhada por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, parece
5
ser menos
válida quando se discute a xenofobia em âmbito nacional: a hospitalidade e recept
6
ividade dão
7 lugar à frieza, à marginalização e, frequentemente, à violência.
Esta rejeição ao estrangeiro parece vir de generalizações. Discursos como
8
muçulmanos são
terroristas”, contendo uma visão muito despersonificada de um grupo de pessoas, são
9
comuns e
contribuem para a disseminação da violência, tanto física quanto verbal e estrutural –
10
esta últ ima
referente à não inserção do estrangeiro nos espaços geográficos e sociais do país para
11
onde
12 emigra..
O filme Era o Hotel Cambridge, da diretora Eliane Caf fé, ilustra muito bem esta últ
13
ima
questão ao retratar, através de uma narrat iva que mistura ficção e documentário, o dia a
14
dia de
refugiados sírios que, sem lugar para ir, acabam em uma ocupação do Movimento sem
15
Teto. O
que o filme apresenta são situações bem próximas da realidade: uma tendência a
16
rejeitar o
17 estrangeiro e o marginalizar nos centros urbanos.
A principal saída para essa questão está na educação. No ensino básico, seria
18
interessante
levar imigrantes de diferentes países para palestrarem, conscient izando os alunos
19
acerca da
problemát ica dos discursos xenofóbicos e dos efeitos negat ivos que esses discursos
20
representam no
dia a dia daqueles que buscam refúgio no Brasil. Somente assim seria possível retornar
21
ao
“homem cordial” e instaurar na mentalidade colet iva a ideia de que seres humanos não
22
são ilegais.
23
24
25
26
27
28
29
30

3 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 5
Como o corretor vai analisar a
sua redação
Dissemos que as mudanças estruturais na educação brasileira,
sobretudo nos últimos tempos, têm causado enorme influência
sobre os modelos de vestibular. Uma das consequências mais
evidentes é a forma de apresentação das propostas de redação.
Antes limitados a duas ou três frases, muitas vezes enigmáticas
(descubra), os temas passaram a incluir fragmentos de textos
teóricos, trechos de leis, letras de música, poemas, charges e
fotografias, enfim, uma coletânea de ideias e informações para
ajudar você a construir o texto.
Dessa maneira, o ato de redigir é antecedido de um ato de leitura.
É, geralmente, com o material fornecido pela Banca que você saberá
orientar sua redação sem se perder nos inúmeros caminhos que lhe
ocorrem ao ler o tema. Ao mesmo tempo, deverá exercer – e
demonstrar – sua capacidade de absorver o conteúdo apresentado,
adaptando-o a seu projeto de texto, como que numa atividade de
reciclagem criativa.
Mas é com certa frequência que os alunos confundem uso com
cópia ou citação literal (mas você não vai cair nessa, né, docinho?).
Vale lembrar que os fragmentos fornecidos precisam ser
interpretados para que se aproveite deles apenas o essencial. A
partir daí, você passa a associar as informações e ideias
apresentadas, somando-as às suas. Só assim terá utilizado de
forma inteligente e ativa a coletânea. Mais uma vez, portanto, não
existe uso fácil; eis uma excelente oportunidade de enriquecer a
redação.

Esse conteúdo é imperdível. Vamos te ensinar


a como usar os textos motivadores e você
ainda pode baixar um mapa mental!

As competências do Enem
O modelo de redação utilizado no Enem já foi mencionado por
nós – a redação dissertati-va-argumentativa. No entanto, além de
saber tudo sobre a estrutura da redação, você precisa entender as
competências que a banca cobra para avaliar o seu aprendizado,
afinal, vale a pena pensar um pouco com a cabeça do corretor. São
cinco competências, valendo de 0 a 200 pontos em cada e ter
clareza do que cada uma delas cobra é essencial para que você
conquiste a sua nota da melhor forma. Vamos entender a seguir
como o corretor utiliza das competências para avaliar sua redação.

Competência 1 – Demonstrar domínio da modalidade escrita


formal da língua portuguesa
O primeiro critério de pontuação está diretamente ligado à
correção gramatical e à escolha de registro no texto. Isso significa
que, na produção, é importante que você siga as normas formais da
língua portuguesa e que, após a sua escrita, faça uma revisão
atenta do texto, de forma a evitar problemas de cunho gramatical e,
também, a supressão das letras nos vocábulos. É crucial, também,
que a redação mantenha um registro, ou seja, o mesmo nível de
linguagem – formal – evitando as misturas e desvios dessa norma.
Vejamos:
• Convenções da escrita: acentuação, ortografia, uso de hífen,
emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica
(translineação);
• Gramaticais: regência verbal e nominal, concordância verbal e
nominal, pontuação, paralelismo, emprego de pronomes e crase;
• Escolha de registro: adequação à modalidade escrita formal, isto
é, ausência de registro informal e/ou marcas de oralidade;
• Escolha vocabular: emprego de vocabulário preciso, o que
significa que as palavras selecionadas são usadas em seu sentido
correto e são apropriadas ao contexto em que aparecem.
Veja os critérios de avaliação da banca para a competência 1:

Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios
200 pontos gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem
reincidência.

Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos
160 pontos
desvios gramaticais e de convenções da escrita.

Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com
120 pontos
alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita.

Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua portuguesa, com muitos desvios
80 pontos
gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.

Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua portuguesa, de forma sistemática, com
40 pontos
diversificados e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registo e convenções da escrita.

0 ponto Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

Competência 2 – Compreender a proposta de redação e


aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para
desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertat
ivo-argumentat ivo em prosa
Nessa competência, que pode ser a mais difícil para alguns, os
objetivos são três: em primeiro lugar, é importante deixar claro para
a banca que você entendeu o tema e seus comandos. Além disso,
espera-se que o texto esteja dentro dos limites da dissertação
argumentativa – com introdução, desenvolvimento, conclusão e a
defesa de uma tese clara. Por fim, apresente um conhecimento de
mundo produtivo a respeito do tema, ou seja, reúna informações
relevantes e pertinentes acerca da proposta temática que foram
adquiridas ao longo da sua formação acadêmica para comprovar a
tese. Esse último aspecto é conhecido como interdisciplinaridade,
ou seja, você pode utilizar um conceito de geografia, uma referência
biológica ou até mesmo um livro de literatura para evidenciar esse
caráter interdisciplinar do seu texto.
Veja os critérios de avaliação da banca para a competência 2:
200 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e
apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.

Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-
160 pontos
argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.

Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta domínio mediano do texto dissertativo-
120 pontos
argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.

Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trecho dos textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto
80 pontos
dissertativo- argumentativo, não atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão.

Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio precário do texto dissertativo-argumentativo,


40 pontos
com traços constantes de outros tipos textuais.

Fuga ao tema/não entendimento à estrutura dissertativo-argumentativa. Nesses casos, a redação recebe nota zero e
0 ponto
é anulada.

Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar


informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto
de vista
A competência 3 exige, basicamente, o trabalho da
argumentação do texto. Isso envolve, é claro, a coerência, o sentido
que as informações passam – tanto a própria construção do texto
quanto o mundo em que ele está inserido. É essencial, então,
trabalhar a comprovação das ideias, da tese, com explicações,
relação de causa e consequência, argumentos de autoridade, dados
estatísticos, exemplos, saindo sempre do senso comum – ou seja,
utilizando referências e argumentos além dos apresentados nos
textos motivadores, configurando a sua autoria. Lembra que esse
também é um critério importante para a competência 2? Fique
atento, pois as competências estão interligadas. Veja o que
recomenda a Cartilha do participante:
• Reúna todas as ideias que lhe ocorrem sobre o tema – fazendo
uma espécie de mapa/ fluxograma – e depois selecione as que
forem pertinentes para a defesa do seu ponto de vista, procurando
organizá-las em uma estrutura coerente para usá-las no
desenvolvimento do seu texto;
• Verifique se informações, fatos, opiniões e argumentos
selecionados são pertinentes para a defesa do seu ponto de vista;

• Na organização das ideias selecionadas para serem abordadas


em seu texto, procure definir uma ordem que possibilite ao leitor
acompanhar o seu raciocínio facilmente, o que significa que a
progressão textual deve ser fluente e articulada com o projeto do
texto;
• Examine, com atenção, a introdução e a conclusão para ver se há
coerência entre o início e o fim. Também observe se o
desenvolvimento de seu texto apresenta argumentos que
convergem para o ponto de vista que você está defendendo – não
podemos nos contradizer, correto?
• Evite deixar informações, fatos e opiniões soltos no texto, sem
desenvolvimento e sem articulação com as outras ideias
apresentadas.
Portanto, você deve apresentar claramente a tese e utilizar
argumentos que se sustentem, adotar um encadeamento de ideias
de forma coerente e sem repetições e desenvolver sua ideia por
meio de explicitações e/ou exemplificações das informações, fatos
e opiniões, de modo que o leitor defenda também o ponto de vista.
Veja os critérios de avaliação da banca para a competência 3:

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada,
200 pontos
configurando autoria, emdefesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em
160 pontos
defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados aos argumentos dos textos motivadores e
120 pontos
pouco organizados, em defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas desorganizados ou contraditórios e limitados aos
80 pontos
argumentos dos textos motivadores, em defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema ou incoerentes e sem defesa de um ponto de
40 pontos
vista.

0 ponto Apresenta informações, fatos e opiniões não relacionadas ao tema e sem defesa de um ponto de vista.
Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos
linguíst icos necessários para a construção da argumentação
Essa competência avalia dois mecanismos importantes da
coesão textual: a capacidade de evitar repetições e trabalhar
ligações no texto, a fim de não repetir palavras na redação e
trabalhar referências, além de variar o uso de conectivos e de
ganchos no texto, desenvolvendo a conexão entre as orações,
períodos e parágrafos. É importante lembrar que esse mecanismo é
avaliado ao longo de toda a redação, e não em apenas uma parte
específica.
Como a coesão é um assunto superimportante não só para a
redação do Enem, mas para a construção de qualquer texto, vamos
aprofundar mais sobre esse assunto na semana 10.
Veja os critérios de avaliação da banca para a competência 4:

200 pontos Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.

160 pontos Articula as partes do texto, com poucas inadequações, e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.

Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e apresenta repertório pouco diversificado de
120 pontos
recursos coesivos.

Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas inadequações, e apresenta repertório limitado de
80 pontos
recursos coesivos.

40 pontos Articula as partes do texto de forma precária.

0 ponto Não articula as informações.

Competência 5 – Elaborar propostas de intervenção para o


problema abordado, respeitando os direitos humanos
A última competência avalia a produção de uma proposta de
intervenção para a situação-problema do tema. Isso significa que,
na redação do Enem, criar uma medida detalhada para resolver um
problema é uma exigência! Essas soluções precisam ter três
características necessárias: é importante que estejam ligadas ao
tema, ou seja, que falem sobre a temática apresentada pela prova,
levando em consideração todas as suas especificidades; precisam
estar ligadas à discussão presente na redação – suas causas,
consequências, argumentos expostos; por fim, é essencial que
sejam detalhadas, ou seja, que falem não só do que pode ser feito,
mas de como as medidas podem ser tomadas e, é claro, quem pode
colocar isso em prática.
Ao elaborar sua proposta, tenha em mente os seguintes critérios
e procure responder as perguntas:
• O que é possível apresentar como AÇÃO para resolução do
problema?
• Qual AGENTE deve ser responsável por executar a ação?
• Qual é o MODO pelo qual essa ação deve ser realizada?
• Qual FINALIDADE ou OBJETIVO a ação pode alcançar?
• Que DETALHAMENTO pode ser acrescentado para pormenorizar a
proposta?
Veja os critérios de avaliação da banca para a competência 5:

Elabora muito bem a proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articula à discussão desenvolvida no
200 pontos
texto.

160 pontos Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articula àdiscussão desenvolvida no texto.

Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e articula à discussão desenvolvida no
120 pontos
texto.

Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao tema, ou não articulada com a discussão
80 pontos
desenvolvida no texto.

40 pontos Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada apenas ao assunto.

0 ponto Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não relacionada ao tema ou ao assunto.

Ao longo dessas cinco semanas você já aprendeu o que é um


texto e como ele é organizado em diferentes tipos, entendeu que a
dissertação argumentativa é o modelo de redação mais cobrado em
provas de vestibulares e algumas técnicas essenciais para
demonstrar um projeto de texto: o bom uso da coletânea de textos e
como planejar a sua redação. Certo?

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 4


Leia os textos motivadores da prova de redação do Enem 2019.

Texto 1
No dia da primeira exibição pública de cinema – 28 de dezembro
de 1895, em Paris –, um homem de teatro que trabalhava com
mágicas, Georges Mélies, foi falar com Lumière, um dos inventores
do cinema; queria adquirir um aparelho, e Lumière desencorajou-o,
disse-lhe que o “Cinematógrapho” não tinha o menor fragme como
espetáculo, era um fragment4343 científico para reproduzir o
movimento e só poderia fragme para pesquisas. Mesmo que o
público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida
breve, logo cansaria. Lumière enganou-se. Como essa estranha
máquina de austeros cientistas virou uma máquina de contar
estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante já
quase um século?
BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. In: BERNARDET, Jean-Claude; ROSSI,
Clóvis. O que é jornalismo, o que é editora, o que é cinema. São Paulo: Brasiliense,
1993.

Texto 2
Edgar Morin define o cinema como uma máquina que registra a
existência e a restitui como tal, porém levando em consideração o
indivíduo, ou seja, o cinema seria um meio de transpor para a tela o
universo pessoal, solicitando a participação do espectador.
GUTFREIND, C. F. O filme e a representação do real. E-Compós, v. 6, p. 11, 2006.
Adaptado.

Texto 3
Disponível em: www.meioemensagem.com.br.Acesso em: 12 jun. 2019 (adaptado).

Texto 4
O Brasil já teve um parque exibidor vigoroso e descentralizado:
quase 3 300 salas em 1975, uma para cada 30 000 habitantes, 80%
em cidades do interior. Desde então, o país mudou. Quase 120
milhões de pessoas a mais passaram a viver nascidades. A
urbanização acelerada, a falta de investimentos em infraestrutura
urbana, a baixa capitalização das empresas exibidoras, as
mudanças tecnológicas, entre outros fatores, alteraram a geografia
do cinema. Em 1997, chegamos a pouco mais de 1 000 salas. Com
a expansão dos shopping centers, a atividade de exibição se
reorganizou. O número de cinemas duplicou, até chegar às atuais 2
200 salas. Esse crescimento, porém, além de insuficiente (o Brasil é
apenas o 60.º país na relação habitantes por sala), ocorreu de forma
concentrada. Foram privilegiadas as áreas de renda mais alta das
grandes cidades. Populações inteiras foram excluídas do universo
do cinema ou continuam mal atendidas: o Norte e o Nordeste, as
periferias urbanas, as cidades pequenas e médias do interior.
Disponível em: https://cinemapertodevoce.ancine.gov.br. Acesso em: 13 jun. 2019.
(Fragmento).

1. Quais informações podem ser retiradas do texto 1? Em qual parte da redação elas
podem ser utilizadas?

2. Construa uma contextualização do tema com base nas informações do texto 1.

3. Quais informações podem ser retiradas do texto 3? Em qual parte da redação elas
podem ser utilizadas?
4. Quais informações podem ser retiradas do texto 4? Em qual parte da redação elas
podem ser utilizadas?

Texto para as questões de 5 a 8


Analise a frase-tema Democratização do acesso ao cinema no Brasil (Enem 2019)

5. Construa um argumento sobre o tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”


com base nas informações do texto 4.

6. Quais são as palavras-chave que direcionam para a interpretação correta do tema?

7. Leia o parágrafo abaixo:


Em primeiro lugar, cabe destacar como a popularização dos aplicativos de “streaming”
prejudicou o acesso da população ao cinema. A Netflix, por exemplo, possui diversos
filmes e séries disponíveis em sua plataforma que facilitam para os espectadores o
entretenimento em qualquer ambiente, seja na própria casa ou até mesmo em meios de
transporte. Como consequência disso, houve a diminuição da frequência em salas de
cinema, o que tornou o espaço menos democrático.
O parágrafo acima pode ser considerado uma fuga ao tema? Justifique sua resposta.
8. Em qual competência o candidato perderia ponto caso houvesse uma fuga ao tema?

Observe abaixo o tema da UEL 2019:

Disponível em: https://bityli.com/RZhHR. Acesso em: 8 abr. 2020.

9. Qual é a crítica presente na charge?

10. Analise o trecho de uma redação sobre o tema Ética e respeito do vestibular da
Universidade Estadual de Londrina:
“A charge em questão aborda comportamentos hipócritas, muito comumente
observados na sociedade atual. Como representado nos desenhos, as pessoas que pedem
ética e respeito, em determinada situação, são as mesmas que, em outras situações,
desrespeitam a sociedade e o meio ambiente ao jogar lixo na rua. Paralelamente ao
cenário abordado na charge, podem-se citar outros exemplos: pessoas que reclamam da
corrupção, mas, ao mesmo tempo, furam filas de bancos e outros atendimentos; pessoas
que pedem tolerância para com sua própria opinião, mas que não toleram opiniões alheias.
Todas essas situações são demonstrações de típicos comportamentos hipócritas, assunto
retratado e criticado na charge”.
O fragmento lido contempla as exigências do tema de acordo com a análise da charge?
Justifique sua resposta.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema A questão do índio no Brasil
contemporâneo, apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de
vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para você
escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
A cultura indígena está presente na língua materna, nos
costumes, cantos, danças, pinturas corporais, ritos, narrativas,
saberes e tecnologias. Ela é uma das raízes ou matrizes da cultura
brasileira atual. Seus traços são encontrados em diferentes
momentos cotidianos dos brasileiros: em nossa alimentação (em
comidas como mandioca, pipoca e tapioca), em objetos, como a
rede de descansar, no conhecimento das ervas medicinais, na
nomenclatura de animais, no folclore, religiões, em manifestações
culturais tradicionais e na relação com a natureza.
Em aldeias mais isoladas, a cultura indígena é forte e está
“preservada”. Mas a grande realidade hoje é que a maioria dos
índios está imersa em duas culturas e dois mundos: a convivência
com os brancos e a vivência da cultura tradicional.
Historicamente, quanto maior é a convivência com os brancos,
maior o risco de se perder as tradições. No atual contexto, a
preservação do território e da cultura constituem os principais
desafios dos povos indígenas.
Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/o-
indigena-no-brasil-uma-luta-historica-para-existir.htm. Acesso em: 08 maio 2018.

Texto 2
Os Povos Indígenas estão presentes nascinco regiões do Brasil,
sendo que a região Norte é aquela que concentra o maior número
de indivíduos, 305.873 mil, sendo aproximadamente 37,4% do total.
Disponível em: http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao?
start=1#. Acesso em: 06 maio 2018.

Texto 3
Nas terras indígenas, a exploração e o aproveitamento dos
recursos hídricos e das riquezas minerais só podem ser feitos com
a autorização do Estado brasileiro. Mas as áreas de preservação
ambiental e os territórios indígenas são alvos da extração ilegal de
recursos.
O avanço do agronegócio também é um fator que pressiona os
territórios indígenas. No Parque do Xingu, ao longo dos anos se
formou um cinturão de fazendas de soja em seu entorno,
transformando o parque indígena em uma “ilha verde de floresta”.
Grandes obras hidrelétricas na Amazônia também são alvos de
críticas. A maior delas é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Baixo
Xingu, em Altamira (PA), que será a segunda maior do país. A
barragem gerou um forte movimento de oposição entre os povos
indígenas da bacia do Xingu, que temem que a hidrelétrica afete os
rios e sua sobrevivência. Recentemente a FUNAI autorizou o IBAMA
a conceder a licença para a barragem operar.
Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/o-
indigena-no-brasil-uma-luta-historica-para-existir.htm. Acesso em: 11 maio 2018.

Texto 4

Disponível em: https://latuffcartoons.wordpress.com/2013/11/11/charge-


ciminacional-espaco-reservado-aos-indigenas-no-brasil/. Acesso em: 15 maio
2018.

Redação 600-
Tema: A questão do índio no Brasil contemporâneo
Redação 900+
Tema: A questão do índio no Brasil contemporâneo

Sugestão de reescrita
1 Em sua obra modernista Macunaíma, Mario de Andrade descreveu a caracterização
do povo brasileiro, sendo influenciada por traços indígenas, afrodescendentes e
2
europeia.
3 Dessa maneira, o popularmente conhecido como herói sem nenhum caráter é uma ana-
4 logia ao retrato do início de uma nação, sendo primit iva quando se trata dos índios e,
glorificada, com os europeus. Esse livro, apesar de ser ficcional, não se distancia da
5
realida-
de, uma vez que na contemporaneidade a valorização cultural e representat iva dos
6
povos
indígenas é esquecida, devido ao descaso populacional e governamental sobre os nat
7
ivos do
8 país.
Em primeiro lugar, é necessário descrever o processo de colonização do Brasil.
9
Tendo
nascido por meio de exploração, a dominação de povos e culturas ocorreu, da mesma
10
for-
11 ma. Assim como afirma o antropólogo Darcy Ribeiro, a cultura do europeu se sobrepôs
12 à ident idade nat iva, perdendo-se muitos traços indígenas. Esse comportamento é visto
até os dias atuais, de forma que o índio, além de esquecido pela sociedade, é
13
ridicularizado
14 nos canais de informação e mídia.
15 Essa forma de ridicularizar, vista em programas de televisão, é ainda mais reafir-
mada ao transformar a cultura e ident idade desse povo em fantasias e forma de
16 diversão.

17 Esse processo deu início ao trabalho da art ista indígena Katú Mirim #índionãoéfantasia,
18 que defende que o uso dos trajes, além de ser ofensivo, é modo de reforçar o
preconceito.
Ao que é visto no cenário contemporâneo, o indígena, além de não ter reconhecimento
19
his-
tórico sobre o processo de formação do Brasil, é desvalorizado e zombado pela
20
disparidade
21 e sobreposição de culturas.
Assim, que o Brasil atual é miscigenado e diversificado, quanto às influências, é
22
fato.
Entretanto, não se pode desprender dos primeiros influenciadores de ident ificação
23
cultural.
Por esse mot ivo, é necessário que o índio seja não somente valorizado, mas
24
representado e
aproximado da cultura atual, com part icipações midiát icas, como programas de
25
entrevis-
tas e novelas que representem essa população hodierna. Além disso, deve haver uma
26
cons-
cient ização no âmbito escolar para que as crianças e jovens interpretem o indígena
27
como
28 parte da história brasileira, de modo a promover palestras para apresentar os costumes e
característ icas, com representante de tribos e aldeias, para uma valorização de quem
29
ini-
30 ciou a história há mais de 500 anos.
Semana 6
Introdução
A introdução
Cara, mas de onde surgiu a introdução da redação? pra quê? A
palavra introdução é formada a partir do verbo latino ducere (levar,
transportar, puxar sem descontinuidade, conduzir) e do prefixo
intro-, derivado do advérbio latino intro “dentro” (especialmente de
casa). A partir da etimologia, fica nítido o entendimento do que seria
o ato de introduzir o texto: conduzir o leitor para o seu interior,
dando noções sobre sua orientação geral e sua organização.
Em outras palavras, o leitor deve “sentir-se em casa” já na
introdução, de modo que possa identificar o tema em discussão e
prever, genericamente, qual o posicionamento defendido pelo
enunciador.

Objetivos e funções
Como acabamos de ver, uma introdução eficiente deve revelar
apenas o necessário para situar o leitor no texto, estimulando-o a
prosseguir com a leitura e atiçando a sua curiosidade. Para que isso
aconteça, o parágrafo deve conter os dois aspectos anteriormente
mencionados:
• A contextualização do tema, ressaltando a relevância da questão
em debate. Essa função é de suma importância, uma vez que é a
partir dela que o enunciador revela para a banca ter compreendido
integralmente a proposta.
• A apresentação de uma tese para o tema, especificando qual o
ponto de vista a ser defendido ao longo do texto. Essa é uma das
partes mais importantes da dissertação argumentativa, visto que,
se não há tese, ou seja, se não há a emissão de opinião, não há
sobre o que argumentar. Por isso, um texto sem tese torna-se
expositivo, e não argumentativo.
Observe o exemplo a seguir:
Tema: As manifestações populares no Brasil como ferramenta
de mudança social
A crise econômica e a falta de representatividade democrática,
em alguns países do norte da África, estimularam uma série de
protestos populares denominados “Primavera Árabe”. Esses
acontecimentos provocaram a retirada de ditadores do poder,
mostrando que a participação ativa dos cidadãos pode mudar a
realidade de um cenário político. As insatisfações do povo em
relação à política acontecem ao redor do mundo, inclusive no
Brasil, que também exerce este direito de livre manifestação com
o objetivo de promover mudanças sociais.
Note que o parágrafo contempla as duas funções da introdução:
a contextualização do tema e a apresentação da tese. É importante
destacar que na introdução não se devem incluir argumentos ou
explicá-los, é realmente uma prévia do que será aprofundado no
desenvolvimento (é só aquele gostinho, sabe?! Afinal, queremos
cativar o leitor para ler o restante do texto). Assim, note que no
primeiro período, “A crise econômica e a falta de representatividade
democrática, em alguns países do norte da África, estimularam uma
série de protestos populares denominados ‘Primavera Árabe’”, há
uma contextualização acerca das manifestações populares; no
segundo período, “Esses acontecimentos provocaram a retirada de
ditadores do poder, mostrando que a participação ativa dos
cidadãos pode mudar a realidade de um cenário político”, há uma
aproximação entre o contexto utilizado para mostrar a relevância do
tema e a tese; e, por fim, no terceiro período, “As insatisfações do
povo em relação à política acontecem ao redor do mundo, inclusive
no Brasil, que também exerce este direito de livre manifestação com
o objetivo de promover mudanças sociais”, há a apresentação da
tese que será fundamental para o desenvolvimento da
argumentação.

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E como elaborar a tese?


Como a tese é responsável por apresentar a opinião global do
texto e a melhor forma de criar uma é a partir de uma linha de
raciocínio. Sendo assim, ela deve vir sempre na introdução, pois
esta é a parte do texto responsável por levar o leitor para dentro da
redação. Logo, a tese nada mais é que a essência da redação, a
forma como a redação poderia ser sintetizada em apenas uma
linha.

Tese analítica ou organizadora


Nesse modelo, apresentam-se separadamente os argumentos
que serão desenvolvidos ao longo do texto. Por exemplo, se seu
texto possui dois parágrafos de desenvolvimento, sua tese deve
possuir duas partes. Isso significa que cada informação
apresentada na tese precisa aparecer no desenvolvimento do seu
texto.
“Embora seja direito assegurado a todos os cidadãos pela Constituição Federal, a
liberdade religiosa não é garantida de modo isonômico aos brasileiros. Ora velada, ora
implícita, a intolerância quanto ao diferente faz parte da realidade do país. Infelizmente,
o desconhecimento da população em relação ao processo de formação da nação (1)
e a falta de punição sob os que atentam contra a religião do próximo (2) impedem
que o respeito à diversidade cultural brasileira seja consolidado”.

O autor apresenta sua posição global do texto: há problemas que


impedem que o respeito à diversidade cultural brasileira seja
consolidado. Para fundamentar sua ideia, ele apresenta dois
argumentos, duas razões para que esse problema se perpetue na
sociedade: o desconhecimento da população sobre o processo de
formação da nação (1) e a falta de punição sob os que atentam
contra a religião do próximo (2).

Tese sintética ou sugestiva


Nesse segundo exemplo, a tese com sugestão dos pontos de
vista aparece quando, por meio de uma palavra ou expressão-
chave, o autor sugere seu posicionamento. Esse modelo é mais
elaborado e precisa de um bom planejamento de texto para que o
desenvolvimento esteja alinhado com os argumentos apresentados.
“Segundo a atual Constituição Federal, o Brasil é um país de Estado laico, ou seja, a
sociedade possui o direito de exercer qualquer religião, crença ou culto. Entretanto,
essa liberdade religiosa encontra-se afetada, uma vez que é notório o crescimento da
taxa de violência com relação à falta de tolerância às diferentes crenças. Assim,
diversas medidas precisam ser tomadas para tentar combater esse problema,
incitando uma maior atenção do Poder Público, juntamente com os setores
socialmente engajados, e das instituições formadoras de opinião.”

O autor apresenta um posicionamento contrário à prática da


intolerância religiosa. Entretanto, diferentemente do parágrafo
anterior, o que foi apresentado nesse fragmento não divide a tese
em argumentos organizados, mas deixa, apenas, o ponto de vista
sugerido. Além disso, há uma indicação da proposta de intervenção
como forma de solução do problema.

Estratégias da introdução
É preciso ressaltar, antes de tudo, que não existe uma “receita”
única e infalível para se construir uma boa introdução (poxa, não
podemos só colocar aquela receita top de miojo?). Isso vai depender
de fatores, entre eles o seu conhecimento de mundo e o
entendimento do tema propriamente dito, como apresentado ao
longo das semanas. Por isso, é importante que você cultive o hábito
de leitura para adquirir repertório e inovar tanto nas estratégias de
contextualização quanto de argumentação. Contudo, algumas
técnicas introdutórias podem (e devem) ser assimiladas, a fim de
que as funções da introdução sejam cumpridas com a maior
eficiência possível e que a banca examinadora possa observar o
texto com bastante “simpatia” (lembre-se: a primeira impressão
conta muito!). Vamos a elas.

Introdução por citação dos


argumentos
É a mais tradicional das modalidades de introdução. Consiste
em, após fazer uma contextualização genérica do tema, construir
um rápido “resumo” dos pontos que serão aprofundados no
desenvolvimento, normalmente com palavras-chave. Costuma-se
associar essa estratégia à que vem a seguir (“contextualização
específica”).

Exemplo do tema: Estatuto do Desarmamento


Atualmente, os brasileiros parecem ter que se conformar com uma triste realidade no
momento em que ligam a TV ou leem os jornais: o grande número de crimes
cometidos com a manipulação de armas de fogo. No intuito de dificultar essa prática, o
governo criou um projeto de lei que prevê grandes restrições à comercialização desses
armamentos em nosso país. Nessa perspectiva, aspectos comerciais, sociais e,
principalmente, humanos devem ser avaliados para que se chegue a uma conclusão
minimamente polêmica sobre a questão.

Introdução por contextualização


específica
A introdução a partir de uma contextualização específica
consiste em relacionar o tema ao assunto. Essa associação é uma
forma de apresentar o repertório do autor e enfatizar a importância
do tema. Os tipos são diversos, e entre eles destacam-se: a
introdução por base histórica, a alusão a situação concreta, a
enumeração de flashes e a apresentação de dados estatísticos. A
seguir, temos alguns exemplos:

Base histórica – tema: A consciência política do brasileiro


Durante mais de duas décadas, desde o golpe militar de 64 até a
eleição de Fernando Collor de Mello como Presidente da
República no fim dos anos 80, o brasileiro manteve-se distante
das urnas. Não é difícil imaginar que, nesse contexto de
afastamento eleitoral, a maior parte da população também tenha
acabado por distanciar-se da própria política. Hoje, o que vemos
é uma população descrente e desinteressada, que vota mais por
receio das punições do que por dever cívico consciente e direito
cidadão.

Situação concreta – tema: A intolerância no mundo


contemporâneo
Onze de setembro de 2001. Nesse dia, o mundo parava –
completamente atônito – em frente à tela da televisão. As torres
gêmeas caíam e, com elas, simplesmente desmoronava a
sensação de segurança que certos grupos e países possuíam.
Contudo, uma nova grande realidade emergia juntamente com a
ameaça terrorista: a questão da intolerância no mundo
contemporâneo e as formas de se combater, em todos os níveis,
esse mal.

Flashes – tema: Como o brasileiro deve lidar com um país em


crise?
Crise econômica. Crise política. Crise ambiental. Crise de valores.
Até mesmo crise de energia. Infelizmente, é nesse contexto de
crise em que vive (sobrevive?) o brasileiro contemporâneo. Para
lidar com essa situação, diversas medidas são – ou deveriam ser
– tomadas, desde o investimento em educação, passando pelo
combate aos corruptos até a atenção à Floresta Amazônica.
Somente desse modo se pode evitar a saída derradeira: a porta
do avião.

Dados estatísticos – tema: Analfabetismo funcional no Brasil


De acordo com pesquisas feitas pelo Ibope, 29% dos brasileiros,
entre 15 a 64 anos, en-quadram-se, com maior ou menor grau
de intensidade, em um dos maiores problemas educacionais de
nosso país: o analfabetismo funcional. Essa disfunção ocorre
quando a pessoa lê e escreve, mas não é capaz de entender
aquilo que foi lido. Sem dúvida, tal malefício traz diversos
prejuízos ao indivíduo e à sociedade, devendo ser combatido em
sua raiz mais profunda – a educação de base.

Introdução por sugestão


Consiste em fazer alusões culturais, ou seja, fazer referências a
questões relacionadas à cultura – filmes, séries, documentários,
música etc. – ou citações alegóricas (calma, não são as alegorias
de carnaval não, hein. Essas alegorias são comparações
estabelecidas a partir da citação de um argumento de autoridade,
ou seja, um estudioso referência em determinado assunto), a fim de
chamar a atenção do leitor para a importância da questão.

Citação alegórica – tema: A transgressão às leis no contexto


contemporâneo
Segundo o filósofo grego Aristóteles, “a lei é a razão livre da
paixão”. A julgar pelo panorama atual, esse precioso
ensinamento vem sendo constantemente desvirtuado. Para
muitos, a paixão – como sinônimo de interesses e desejos
pessoais – revela-se elemento inerente à observância de uma lei,
e, o que é pior, pode ser o pretexto necessário para que esta não
seja sequer cumprida.
Alusão cultural – tema: Manipulação do comportamento do
usuário pelo controle de dados na internet
O filme “O jogo da imitação” retrata a história do matemático
Alan Turing na construção de uma máquina capaz de
descriptografar os códigos nazistas na 2.ª Guerra Mundial,
produzidos pela “Enigma”, responsável por enviar mensagens
aos submarinos alemães. A invenção dele foi tão importante que
os computadores utilizados hoje foram originados a partir de
seus estudos. Entretanto, atualmente, o problema causado por
uma codificação não é mais o exército de Hitler, mas sim os
algoritmos capazes de manipular, negativamente, o
comportamento dos usuários na internet.

Introdução por conceituação


A construção de uma introdução a partir da estratégia de
conceituação consiste em apresentar um conceito ou uma
definição, seja literal ou não, acerca de determinada expressão ou
vocábulo.

Exemplo do tema: A importância da família


Em sua etimologia, educar significa elevar, conduzir a um
patamar superior. No contexto contemporâneo, a condução do
indivíduo a um plano mais elevado depende de diversos elementos,
seja a escola, seja o meio social, seja a índole de cada um. No
entanto, tudo indica que um fator é mais essencial que todos os
outros: a presença da família.

Introdução por questionamento(s)


A estratégia de contextualização da introdução a partir de um
questionamento é propor uma reflexão acerca do tema a partir de
perguntas para, posteriormente, ao longo do texto, buscar respostas
para a problemática.

Exemplo do tema: Identidade cultural brasileira


Muito se discute sobre a existência de uma identidade cultural
do brasileiro. De fato, em um contexto de globalização como o
que vivemos, as dúvidas sobre as marcas de uma verdadeira
“brasilidade” tendem a surgir. Nesse sentido, cabe perguntar: o
que é identidade cultural? Estamos sendo vítimas de dominação
estrangeira? Podemos perder nossas principais características?
É possível se opor à globalização, reafirmando nossos traços?

Fórmulas desgastadas
Foi dito que uma pitada de originalidade é sempre bem-vinda em
qualquer redação, conferindo uma espécie de bônus – em termos
de nota. Mas é aquela linha beeem tênue, do mesmo modo, evitar
construções previsíveis, se não permite ganhos, ao menos evita
perdas. Por isso, procure ao máximo evitar construções com
formato clichê, como “Desde a Antiguidade, o homem [...]” ou “A
humanidade, desde os primórdios, [...]”. Esse tipo de alusão, além de
desgastada, não revela qualquer tipo de base cultural, já que as
referências são extremamente genéricas ou inexatas. Então é
importante sairmos da caixinha!

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 3


Em “A literatura e a formação do homem”, o sociólogo e
professor Antônio Cândido fala sobre a função humanizadora da
literatura considerando as suas três funções: a psicológica, a
formativa de tipo educacional e a de conhecimento de mundo e de
ser. Nesse sentido, ela é indispensável a quem quer que seja, pois
contribui não somente com o enriquecimento intelectual e cultural,
mas também desenvolve o senso crítico e amplia a visão de
sociedade.

1. Sobre qual tema a introdução fala?

2. Que trecho apresenta a contextualização do tema?

3. Que trecho mostra o posicionamento do texto?

Texto para as questões 4 e 5


Leia a introdução a seguir sobre o tema A cordialidade brasileira e suas consequências
em questão no século XXI
Em sua obra A casa e a rua, Roberto DaMatta revisita a ideia do homem cordial ao
mostrar que, na teoria, o ambiente privado é o lugar do uso da emoção acima da razão,
enquanto, no meio público, a moral, as leis coletivas regem o indivíduo. É possível, por meio
de sua produção, discutir a cordialidade brasileira e seus efeitos hoje.
4. O parágrafo está completo, do ponto de vista das duas funções da introdução?

5. Identifique a estratégia de contextualização utilizada no trecho.

Texto para as questões de 6 a 8


No drama Preciosa, que se passa em 1987, a personagem Claireece comprova que, há
29 anos, os Estados Unidos já discutiam o tão perigoso bullying. Violentada pelo pai e
negligenciada pela mãe, a menina de 16 anos, já com um filho, ainda precisava lidar com
os duros deboches em sala de aula, alimentando o seu isolamento e, consequentemente, o
distanciamento do aprendizado escolar. No Brasil, a realidade não é diferente; porém, a
verdadeira preocupação só chegou às instituições de ensino em 2016, ano em que a
prevenção e o combate à prática virou lei no país. Isso confirma que, diferentemente da
situação norte-americana, a luta aqui é recente e precisa ser valorizada, tanto no ambiente
escolar quanto no familiar.

6. Identifique, no parágrafo, a contextualização e a estratégia apresentadas pelo autor.

7. Sabendo como se constrói uma tese, mostre que trecho define o posicionamento do
texto e que estratégia foi utilizada na sua formulação.

8. Que outra estratégia poderia ter sido utilizada nessa mesma temática?
Texto para as questões 9 e 10
Na obra Dom Quixote, do escritor Miguel de Cervantes, o personagem Alonso Quijano
cultivava o prazer pela leitura e explorava sua inclinação imaginária ao projetar seus
sonhos, temores e emoções para o mundo fictício. Assim como ocorre com Alonso, as
crianças também usufruem da fantasia e, a partir dela, criam novas visões e
questionamentos; neste contexto, a literatura contribui na construção da formação infantil.
No entanto, um empecilho ao desenvolvimento dos pequenos é que nem sempre há o
estímulo à leitura, ficando clara a necessidade de alterações.

9. Sabendo que a introdução é exemplar, identifique elementos que a tornaram um


parágrafo nota mil.

10. Identifique outras duas estratégias de contextualização que poderiam ser utilizadas em
um tema sobre “a importância da literatura na formação da criança”.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema O poder do jovem na sociedade brasileira,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não
se esqueça de que a folha com espaço para você escrever se
encontra ao final do livro.

Texto 1
A participação dos jovens esteve presente em momentos
históricos muito importantes para o nosso país, como a briga para o
Brasil se tornar uma República, a resistência à ditadura através do
movimento estudantil, a luta pelas Diretas Já, quando
reconquistamos o direito ao voto etc. No entanto, os adultos ainda
têm grande dificuldade de ver o jovem como um sujeito que tem
muito com o que contribuir.
Na época da ditadura militar (1964-1984), o governo tentava, a
todo custo, fazer a sociedade pensar que os jovens eram
bagunceiros, sonhadores e que suas propostas eram um perigo
para todos. Essa ideia está n a cabeça de muita gente até hoje, e
não só por causa do Regime Militar no Brasil, mas de tantos
questionamentos e lutas que os jovens já zeram no mundo todo.
Lutas que deixaram muita gente poderosa com medo do que a
juventude pode propor. Não levar o jovem a sério é uma forma de
tentar desmotivá-lo e evitar as mudanças.
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/pt/br_politica_vira.pdf. Acesso em: 24
maio 2018.

Texto 2
Disponível em:
https://istoe.com.br/380009_O+QUE+OS+JOVENS+PENSAM+SOBRE+A+POLITICA/.
Acesso em: 20 maio 2018.

Texto 3
A preocupação dos jovens adolescentes em geral com a
corrupção na política mais uma vez se evidencia em 27% das
respostas sobre qual seria o principal fator que causa problemas
sociais do País. Esse número sobe para 35% entre os moradores da
região Centro-Oes-te, que acompanham com mais proximidade o
que s e passa na capital da República. Quando os entrevistados
devem apontar três itens para a mesma pergunta, o tema da
corrupção política atinge 51% das respostas.
Este descrédito nos políticos já havia sido diagnosticado por um
estudo realizado pelo Instituto Polis e Instituto Brasileiro de Análise
Sociais e Econômicas (Ibase) em 2005. Entre os 8 mil jovens de oito
regiões metropolitanas do Brasil ouvidos por essas organizações,
65% afirmaram não acreditar que os políticos representem os
interesses da população. Entretanto, o estudo mostra que eles
creem na política como caminho para transformações sociais mais
profundas. Ambas as pesquisas afastam a ideia do jovem alienado,
que não se preocupa com o próprio país. Em Adolescentes e Jovens
do Brasil, os entrevistados mostraram-se dispostos a ir além da
crítica aos escândalos, posicionando-se em questões objetivas.
Disponível em:
https://www.unicef.org/brazil/media/3596/file/Adolescentes_e_jovens_do_Brasil_Participacao_Social_
Acesso em: 16 maio 2018.

Redação 600-
Tema: O poder do jovem na sociedade contemporânea
Redação 900+
Tema: O poder do jovem na sociedade contemporânea

Sugestão de reescrita
1 No filme “Cidade de Deus”, Buscapé conta a história do crescimento do crime
organizado na favela que se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro no
2
início
dos anos 80. O protagonista, que cresceu em um ambiente violento, consegue mudar a
3
sua
realidade e não seguir o caminho do tráfico ao retratar o cenário vivido na comunidade
4
aos
jornais por causa de uma câmera fotográfica. Assim, pode-se perceber o poder do jovem
5
na
sociedade brasileira, visto que mesmo com adversidades enfrentadas no dia a dia é
6
possível
7 superá-las em busca de um futuro melhor.
8 Em primeiro lugar, cabe destacar como as novas mídias sociais auxiliam o jovem no
combate a problemas da sociedade. Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão,
9
pelos
10 policiais do Rio de Janeiro, com o objet ivo de recuperar o território dominado pelo poder
paralelo. Nesse contexto, surge o portal chamado “Voz das Comunidades” que transmit
11
iu os
primeiros registros da ocupação, não só com o compromisso de informar sua vizinhança,
12
mas
também de levar a voz da favela para fora dos seus limites. Por esse mot ivo, hoje, Renê
13
Silva,
criador do veículo de notícias, é um dos jovens mais influentes do mundo por causa
14 desse feito.
Além disso, outro aspecto importante em relação ao jovem é a atuação em
15
manifestações
16 populares em busca de melhorias sociais. Desde que o novo presidente Jair Bolsonaro foi
eleito, uma série de ações desagradam à sociedade. O cont ingenciamento de verbas
17
para as
universidades e inst itutos federais levou milhares de estudantes às ruas com o objet ivo
18
de
19 protestar contra a ação. Assim, de encontro à modernidade líquida de Zygmunt Bauman,
pode-se perceber que, mesmo que as relações estejam efêmeras na sociedade, o
20
brasileiro
21 ainda possui senso de colet ividade em prol de uma causa.
22 Portanto, fica claro que a atuação do jovem na sociedade possui papel importante
23 para a mudança dos cenários contemporâneos. Dessa forma, é necessária uma ação do
Ministério da Educação e Cultura, que deve, por meio da oferta de oficinas e seminários
24
nas
25 escolas, no contraturno das aulas, orientar os alunos a buscar informações sobre o país e
aprender sobre o uso de mídias sociais, com o objet ivo de desenvolver tanto o senso crít
26
ico
quanto a capacidade de mobilização por meio das redes. Assim, novos projetos
27
poderiam ser
criados para beneficiar a comunidade, além de uma maior part icipação polít ica dos
28
jovens.
29
30

4 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 7
Desenvolvimento
Agora que você já viu a introdução, vamos partir para o
desenvolvimento. Você já sabe que ele constitui a maior parte do
texto dissertativo, e é nele que a introdução é expandida, ou seja, é a
hora de arrasar e ampliar tudo aquilo que você levantou lá no
começo para prender seu leitor. A função principal consiste em
defender a sua visão de mundo, explicitada ou sugerida no primeiro
parágrafo do texto. É importante dizer que o desenvolvimento é a
parte mais importante da dissertação, pois é nele que surgem os
principais recursos argumentativos – aqueles que serão
responsáveis pelo convencimento do leitor. Vamos por partes.

Parágrafo
O parágrafo é a unidade do texto que desenvolve um núcleo
semântico principal, associado a núcleos acessórios, que devem ser
articulados entre si para produzir sentido. Em outras palavras, o
parágrafo de desenvolvimento jamais poderá desenvolver duas
ideias principais. Cada uma dessas ideias, separadamente, deverá
estar contida em um único parágrafo.
Além disso, devemos considerar também como deve ser a
estrutura interna de um parágrafo-padrão de desenvolvimento.
Nesse sentido, podemos afirmar que duas partes são inerentes a
um bom parágrafo: o tópico frasal – um período-síntese da ideia
que será desenvolvida – e a ampliação –, que nada mais é do que o
“desembrulhar” do tópico frasal.
Leia com atenção o parágrafo abaixo, retirado de uma redação
sobre a Criminalidade no Brasil:
“Além disso, deve-se atentar para os fatores socioeconômicos implicados no
processo. Ao contrário do que pensa a maioria, não é a pobreza, mas sim o contato
desta com a riqueza, que faz com que a criminalidade seja tão presente em nossa
sociedade. De fato, em um país em que crianças descalças, sem qualquer perspectiva
de ascensão social, fazem malabarismos para pessoas trancadas no interior de seus
confortáveis veículos, é mais provável que o crime surja como uma grande ‘válvula de
escape’”.
Nesse desenvolvimento, note que o primeiro período constitui o
tópico frasal: apresentação da ideia central que será aprofundada,
ou seja, os fatores socioeconômicos que impactam a criminalidade
no Brasil. Enquanto os demais períodos são responsáveis pela
ampliação – no caso, feita pelo processo de exemplificação. É,
portanto, um período resumitivo, cujo objetivo é organizar as ideias
de forma lógica a partir de uma síntese do argumento.

Coerência
Em uma análise superficial, ser coerente significaria “não cair em
contradição”. Entretanto, uma análise mais aprofundada permitiria
trabalhar a coerência como a produção de sentido para o texto
dissertativo. Essa “produção de sentido” deve ser buscada sob duas
perspectivas distintas, mas complementares; é o que chamamos de
coerência interna e de coerência externa.
Entende-se por coerência interna o conjunto de informações não
contraditórias e sequenciadas logicamente que compõem o todo
textual. Por exemplo, em um texto em que se busca avaliar as
causas, as consequências e propor soluções para uma
determinada questão – cada um desses tópicos desenvolvidos em
um parágrafo –, parece coerente fazer com que os parágrafos do
desenvolvimento sigam exatamente a ordem anunciada. Do
contrário, teríamos uma situação no mínimo “estranha”: a
proposição de soluções para um problema pouco conhecido em
profundidade (devido à ausência das causas) pelo leitor.
A coerência externa, por sua vez, trata da associação do texto
com o mundo em que vivemos. Em outras palavras, de nada vale
uma redação que produz sentido internamente, se ela não tem um
vínculo de razoabilidade com a realidade exterior. Um exemplo
disso ocorreria em uma redação em que, ao buscar soluções para a
democratização do acesso ao cinema no Brasil, o autor propusesse
que órgãos como o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça
pudessem intervir nessa problemática. Essa “possibilidade” destitui-
se de coerência externa por diversos motivos: a) A democratização
do acesso ao cinema no Brasil é uma questão relacionada à cultura
do cidadão; b) O Ministério da Saúde corresponde, no Brasil, ao
setor governamental responsável pela administração e manutenção
da saúde pública do país; c) O Ministério da Justiça e Segurança
Pública é um órgão do Poder Executivo Federal para gerir os
assuntos nacionais pertinentes ao Poder Judiciário (polícia,
manutenção e defesa dos Direitos Humanos) e outros temas
institucionais pertinentes ao Direito. Assim, é claro que o grau de
apreciação do corretor sobre uma informação desse tipo seria
baixa, o que implicaria uma nota ruim.

Coesão
Provavelmente, você sempre viu “coesão e coerência” andando
juntas, isso se dá por serem intimamente ligadas. Se a segunda é
responsável pela parte do conteúdo, pode-se dizer que à primeira
cabe a responsabilidade sobre o plano formal do texto. Sem dúvida
alguma, é impossível um texto produzir sentido sem que haja algum
tipo de ligação entre suas partes. É aí que entra o conjunto de
mecanismos conhecido como recursos de coesão.
É válido ressaltar dois principais recursos de coesão: os
conectivos (ou conectores), entre os quais se destacam as
conjunções coordenativas e subordinativas, as palavras ou
expressões denotativas e os advérbios; e os chamados “ganchos”
semânticos, que são espécies de “pontes” para a continuação do
raciocínio. Ficou um pouco em dúvida de como tornar seu
desenvolvimento coeso? Não se preocupe, a semana 10 fala só
desse assunto.

Observação: Cabe destacar que a coesão e a coerência são habilidades que


devem ser utilizadas ao longo de toda a redação, visto que são avaliadas a partir
da relação entre todas as partes do texto.
Argumentação
Argumentação é um conjunto de procedimentos linguísticos que
você deve utilizar para convencer o leitor, obtendo sua adesão. A
seguir, listamos alguns dos principais recursos argumentativos de
que o aluno pode dispor para construir seu desenvolvimento.
Analise-os com cuidado.

Observação: A coerência, a coesão e a argumentação são os principais itens


avaliados pelas competências da prova de redação do Enem. A coerência e a
argumentação são avaliadas na competência 3, visto que se devem apresentar
argumentos para comprovar a tese, mas organizados de forma que haja uma
ordenação entre as informações expostas. Já a coesão é avaliada na
competência 4 a partir da progressão textual de uma redação, ou seja, as
ligações entre as partes do texto, a sequenciação de ideias sem a repetição de
palavras etc.

Estratégias argumentativas
Para fundamentar as ideias no desenvolvimento, utilizamos as
chamadas estratégias argumentativas, que são elementos que nos
ajudarão a defender uma determinada perspectiva e contribuem
para a validação das informações apresentadas nos parágrafos e o
aprofundamento do texto, como o uso de: dados estatísticos,
comparações, alusões literárias e artísticas, referências musicais,
dados informativos de jornais e noticiários, abordagem entre causa
e consequência, argumentos de autoridade, uso de citações, entre
outros.
Veja, a seguir, a construção dos tópicos frasais e como as
fundamentações são realizadas a partir de estratégias
argumentativas:

Argumento de Autoridade – tema: Os efeitos das fake news na


sociedade brasileira
Cabe destacar, em primeiro lugar, como os brasileiros são
consumidores de notícias on-li-ne. A preferência pela leitura de
informações na internet surgiu com a facilidade de compra de
celulares, que passou a ser o principal aparelho para acessar a
rede no Brasil, segundo pesquisas do IBGE. Entretanto, devido ao
fácil acesso e ao excesso de informações disponíveis, a
repercussão de notícias falsas se tornou mais comum pela falta
de senso crítico na leitura. Segundo Carlos Heitor Cony, jornalista
brasileiro, a internet provoca uma “poluição espiritual” por
fornecer informações repetidas e inúteis para o leitor.

Conhecimentos geográficos – tema: Fome no Brasil: Como


enfrentar esse problema?
Em primeiro lugar, é importante ressaltar os fatores que
contribuem para esse mal. Um deles é o crescimento econômico,
insuficiente para acabar com a pobreza no País. Isso acontece,
principalmente, devido à concentração de renda, que faz com
que perpetue a desigualdade social, gerando a fome. Além disso,
devemos destacar a instabilidade política, a má administração
dos recursos públicos e a injusta estrutura fundiária, que
impossibilitam o acesso dos trabalhadores aos meios de
produção e concentram as terras nas mãos de poucos. Ademais,
as próprias causas naturais, como clima, desastres ambientais,
pragas e inundações, são responsáveis por acentuar o problema
da fome, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, apesar de
não serem tão expressivas quanto a ação humana.”

Dados estatísticos – tema: A saúde da mulher grávida em


discussão no Brasil
Outro fator importante a ser analisado é a qualidade dos serviços
de saúde destinados a atender as gestantes, tanto no âmbito
público quanto no privado. Um dos pontos mais levantados
recentemente sobre o sistema diz respeito à violência obstétrica.
Práticas feitas durante o parto prejudicam sua boa evolução,
aumentando o risco de sequelas graves ou morte para mãe e
bebê e que atinge uma em cada quatro mulheres no Brasil, de
acordo com a pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos
Espaços Público e Privado, divulgada em 2010. Como fica claro
no título da apuração da Fundação Perseu Abramo, esse cenário
não se limita à rede pública, sendo, portanto, e infelizmente, um
problema ‘democrático’ em sua abrangência.

Analogia/Comparação – tema: O sistema carcerário brasileiro e


os seus efeitos no século XXI
Primeiramente, a má infraestrutura na maioria das cadeias faz
com que os presos firmem uma luta diária pela sobrevivência.
Mesmo que eles vivam em um regime fechado, a superlotação e
deterioração das celas, e até a falta de água potável, provam a
falta de subsídio à integridade humana, visto que os indivíduos
são postos à margem do descaso. Ademais, tal condição supre a
visão determinista do século XIX, que afirma que o homem é
fruto de seu meio. Porém, se esse olhar não for combatido, ao
final da pena o indivíduo terá dificuldades para se reintegrar na
sociedade e tenderá a viver do trabalho informal ou, em muitos
casos, voltar ao crime.”

Você achou que eu não ia te dar um e-book


com citações que podem ser usadas na
redação? Achou errado, meu bem! Aponta
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todas as estratégias que mostramos na
prática. Vai perder?

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 4


Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil – Enem 2019
Destaca-se, primeiramente, que a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas
de cinema. As regiões metropolitanas do País têm acesso a diversos tipos de produções,
inclusive as premiadas internacionalmente, enquanto cidades periféricas recebem apenas
os chamados “blockbusters” – projeções que são recordes de bilheteria. Isso pode ser
explicado a partir do conceito de “indústria cultural” dos sociólogos Adorno e Horkheimer
porque há uma seleção do que determinados espectadores podem assistir, restringindo a
apenas o que é considerado cultura de massa.

1. De acordo com as funções do desenvolvimento, pode-se considerar que o parágrafo é


exemplar? Justifique sua resposta.

2. Que trecho apresenta o tópico frasal do argumento desenvolvido?

3. Que trecho mostra a fundamentação desse tópico? Qual estratégia foi utilizada na
organização dos argumentos?
4. Identifique as estratégias argumentativas que foram utilizadas no parágrafo.

Texto para as questões 5 e 6


Tema: A necessidade de discussão acerca do autismo no Brasil
Cabe destacar, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do
Espectro Autista (TEA). Devido ao número de jovens portadores dessa condição ser
elevado, foi necessário criar meios de conscientização e informação sobre essa causa, tais
como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos
que vivem com o transtorno.

5. De acordo com as funções do desenvolvimento, pode-se considerar que o parágrafo é


exemplar? Justifique sua resposta.

6. Reescreva o parágrafo anterior de modo que contemple as funções do desenvolvimento.

Texto para as questões de 7 a 9


Tema: O poder do jovem na sociedade brasileira
Em primeiro lugar, cabe destacar como as novas mídias sociais auxiliam o jovem no
combate a problemas da sociedade. Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão,
pelos policiais do Rio de Janeiro, com o objetivo de recuperar o território dominado pelo
poder paralelo. Nesse contexto, surge o portal chamado “Voz das Comunidades” que
transmitiu os primeiros registros da ocupação, não só com o compromisso de informar
sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora dos seus limites. Por esse
motivo, hoje, Renê Silva, criador do veículo de notícias, é um dos jovens mais influentes do
mundo por causa desse feito.

7. Que palavra ou expressão permite perceber a ordem do parágrafo acima na redação?

8. Sintetize em uma frase o argumento desenvolvimento no parágrafo acima.

9. Identifique as estratégias argumentativas que foram utilizadas no parágrafo.

10. Enquanto isso, nos bastidores do universo


Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o
universo está preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que
fará você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira.
Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas
pernas intactas na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a experiência da
frustração.
O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você é que
escuta vozes.
No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação
mais bombástica dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca
sua rotina de cabeça para baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa,
e tampouco imaginou que justo sua grande paixão não iria. Quando achou que estava bela,
não arrasou corações. Quando saiu sem maquiagem e com uma camiseta puída, chamou
a atenção. E assim seguem os dias à prova de planejamento e contrariando nossas
vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e estejamos preparados para
a melhor cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de última hora,
tornando surpreendente a nossa vida.
MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015.

Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada nesse


fragmento, destaca-se a recorrência de
a) estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças da vida.

b) marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela autora.

c) formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de concretização das


ações.

d) construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas pelo


inesperado.

e) sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as situações


apresentadas.

Redação da semana

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua
portuguesa sobre o tema As manifestações populares no Brasil
como ferramenta de mudança social, apresentando proposta de
ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a
defesa de seu ponto de vista. Não se esqueça de que a folha com
espaço para você escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Disponível em: https://imagens.usp.br/?attachment_id=18614. Acesso em: 20 maio
2019.

Texto 2
A julgar pelo tom médio dos comentários que li no fim de
semana, estamos em uma situação pré-revolucionária a partir da
qual nada mais será o mesmo na política brasileira. Até gostaria que
fosse verdade, mas receio que a realidade seja um pouco mais
pesada. [...] Os protestos não durarão para sempre. Como escrevi
numa coluna da semana passada, manifestações dão trabalho,
impõem um ônus às cidades e acabam enjoando. Se democracia
direta fosse bom, assembleias de condomínio seriam um sucesso.
Não são. E esse é um dos motivos por que inventamos a
democracia representativa. É claro que algo desse movimento
permanecerá, mas é cedo para uma avaliação definitiva. Se o
passado serve de guia para o futuro, o quadro não é dos mais
promissores. Após o impeachment de Fernando Collor, em 1992,
boa parte dos brasileiros acreditávamos que o país abraçara um
novo – e melhor – paradigma no que diz respeito à tolerância para
com os desmandos da classe política. Ainda que isso tenha
ocorrido em algum grau, não foi o suficiente para evitar os muitos
escândalos que se sucederam. A política mudou, mas muito menos
do que desejaríamos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paywall/login.shtml?
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/115676-o-tamanho-das-
mudancas.shtml. Acesso em: 17 maio 2019.

Texto 3
Ficou conhecido no Brasil inteiro, durante o início da década de
90, o movimento dos “ca-ras-pintadas”, que consistiu em multidões
de jovens, adolescentes em sua maioria, que saíram às ruas de todo
o país com os rostos pintados em protesto devido aos
acontecimentos dramáticos que vinham abalando o governo do
então presidente Fernando Collor de Mello. [...]
De qualquer modo, os caras-pintadas tornariam-se ícones de um
novo modo que o povo descobriu de se fazer democracia: a
deposição de seus dirigentes incompetentes ou corruptos.
Disponível em: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/caras-pintadas/.
Acesso em: 13 maio 2019.

Redação 600-
Tema: Manifestações populares no Brasil como ferramenta de mudança
Redação 900+
Tema: Manifestações populares no Brasil como ferramenta de mudança

Sugestão de reescrita
1 Deitado eternamente em berço esplêndido?
2 Em março de 2018, milhares de cidadãos se reuniram diante da ALERJ (Assembleia
3 Legislat iva do Estado do Rio de Janeiro) para um ato em memória da vereadora Marielle
4 Franco e seu motorista, Anderson Gomes, assassinados quando voltavam de um evento.
A mistura de tristeza e indignação impulsionou manifestações populares que cobravam
5
a
apuração do crime e prestavam solidariedade num momento tão last imoso. Nesse sent
6
ido,
nota-se a importância das manifestações para alterar o cenário de inércia polít ica dos
7
in-
8 divíduos e incitar melhorias.
9 Em primeiro lugar, a força colet iva tem enorme impacto no âmbito social. A Histó-
ria comprova que a mobilização dos indivíduos contribuiu para combater a opressão,
10
como
11 visto durante as “Diretas Já”, movimento que ocorreu na década de 80 em torno da luta
12 pela democracia frente ao período ditatorial no Brasil. Tal fato, posteriormente, impul-
13 sionou a restauração do poder civil e a retomada das eleições diretas, evidenciando que a
14 part icipação da comunidade é uma ferramenta de transformação polít ica.
15 Por outro lado, a violência ut ilizada para reprimir protestos também é uma reali-
16 dade. Em 2015, por exemplo, professores do Paraná tentaram acompanhar a votação de
17 um projeto de lei que mudava o custeio do Fundo da Previdência do Estado, mas foram
barrados na porta da Assembleia e covardemente agredidos por policiais. Esse episódio
18
foi
19 apenas um, dentre vários, que confirma o abuso de poder das autoridades, ferindo a li-
berdade de expressão garant ida pela Const ituição de 1988. Por conseguinte, a sensação
20 de

medo se instaura e faz com que muitos cidadãos tenham receio de manifestações, sendo
21
que
22 estas são uma forma legít ima de preservar a cidadania.
23 É preciso, portanto, conter esse impasse e valorizar as marchas populares em prol
dos direitos democrát icos. Para tal, polít icas de segurança pública são imprescindíveis
24
para
oferecer novos treinamentos aos policiais, a fim de que estes tenham uma perspectiva
25
mais
humana e respeitosa acerca dos indivíduos. Ademais, na escola, os professores de
26
ciências
humanas devem incitar a reflexão por meio de documentários e promover debates sobre
27
a
relevância das manifestações populares para a manutenção do bem-estar social. Só
28
assim
29 os brasileiros se erguerão do berço esplêndido e caminharão em busca de mudanças.
30

5 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 8
Conclusão
Depois dessas duas semanas intensas sobre a introdução e o
desenvolvimento, chegamos à parte final da redação – a conclusão
(uffa!), mas não vá pensando que ela é a parte mais fácil, não... aliás,
terminar a redação de um jeito fantástico é um dever e tanto.
É comum você, no momento em que se prepara para escrever o
último parágrafo do texto, sofrer de um mal súbito de relaxamento.
Isso porque, após ter quebrado a cabeça na introdução e ter criado
argumentos coesos, coerentes e consistentes para embasar seu
pensamento durante o desenvolvimento, é normal que se tenha a
impressão de que o pior já passou. Mas não é bem assim não, meu
anjo. Sem dúvida, a falta de preocupação com as últimas linhas que
compõem o texto é uma estratégia totalmente falha, na medida em
que a nota pode ser diminuída nessa etapa. Se o grau atribuído pela
banca examinadora só vem após a leitura de toda a Redação,
parece claro que uma má impressão ao fim do texto pode diminuir
sua nota. Por isso, devemos atentar para a conclusão, que pode ser
convertida em mais um instrumento de aquisição de pontos. Nesse
sentido, uma boa conclusão é aquela que cumpre três objetivos, dos
quais vamos falar tim-tim por tim-tim.

Objetivos e funções
Em primeiro lugar, deve-se ter a preocupação de fazer o leitor
perceber que o texto acabou. Do mesmo modo que é frustrante
assistir a um filme em que o final só é percebido no momento em
que as letras dos créditos começam a aparecer na tela (quem
nunca, né?! e a gente fica naquele modo “rindo de nervoso”), uma
conclusão que mais parece outro parágrafo do desenvolvimento
jamais será apreciada pelo examinador. O que fazer então? As
possibilidades são inúmeras, mas uma boa dica (pegou o marca
texto?) é começar o parágrafo com uma palavra ou expressão que
tenha valor conclusivo. Palavras e expressões denotativas como
“desse modo”, “sendo assim”, “portanto”, “então”, “dessa forma”,
“tendo em vista” e outras constituem ótimas sugestões.
Em segundo lugar, a boa conclusão deve buscar ser uma
decorrência natural daquilo que foi dito ao longo do texto. Em outras
palavras, ela deve ser uma espécie de síntese ratificadora da
argumentação do enunciador. A dica aqui consiste em tentar
parafrasear aquilo que foi sugerido como tese ou ponto de vista na
introdução. Sem dúvida, trata-se de uma excelente pedida para
iniciar o parágrafo final.
Por fim, devemos sempre nos preocupar com aquela boa
impressão – já mencionada – que deve ter a banca examinadora.
Por isso, no espaço que ainda estiver disponível para a confecção
do texto, o aluno deverá, no mínimo, manter (e, se possível, elevar) o
nível de interesse do leitor. Trata-se de um “algo mais” em relação
aos outros candidatos, o que, com certeza, renderá bons frutos na
nota. Sobre o cumprimento dessa função, falaremos um pouquinho
a frente.
Você pode, como ferramenta de fechamento, seguir o passo a
passo:
1. Utilizar um conectivo conclusivo para evidenciar o fim do texto.

2. Retomar, por meio de uma paráfrase, a tese apresentada na introdução.

3. Sintetizar os argumentos apresentados ao longo do texto.

4. Criar uma tentativa de melhoria para a questão abordada no texto ou uma reflexão
provocada a partir da análise dos argumentos citados.

Proposta de Intervenção
Mas... pera lá, ainda temos a proposta de intervenção! Pois é...
Ela consiste no modo de finalização da redação modelo Enem.
Essas propostas precisam ter duas características muito
importantes: em primeiro lugar, é preciso que elas sejam aplicáveis
ao tema e ao que foi dito no texto. Não faz sentido propor soluções
de algo que não foi discutido ao longo da redação, né?! Fora isso,
elas precisam ser detalhadas. A ideia é: além de dizer o que é
necessário fazer, é importante mostrar quem pode ajudar nisso e, é
claro, como isso pode ser feito.
De acordo com a Cartilha do Participante do Enem, a proposta de
intervenção é avaliada na competência 5 da grade de correção.
Nessa parte do texto, espera-se que você elabore uma proposta de
intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos
humanos. O objetivo é sugerir uma iniciativa que busque enfrentar o
problema apresentado na frase-tema. Essa proposta deve estar
relacionada ao tema e integrada ao seu projeto de texto, ou seja, aos
argumentos e informações apresentadas ao longo da redação.
Para elaborar a proposta você deve responder às questões:
1. O que é possível apresentar como proposta de intervenção para o problema? (AÇÃO

2. Quem deve executá-la? (AGENTE)

3. Como viabilizar essa proposta? (MEIO/MODO)

4. Qual efeito ela pode alcançar? (FINALIDADE)

5. Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta? (DETALHAMENTO

A avaliação da competência é feita a partir da presença ou


ausência da proposta. Caso você não apresente uma intervenção
para o problema proposto no tema, receberá a nota zero. No
entanto, quando há a presença de uma ação, você receberá 40
pontos por cada elemento presente na conclusão, entre eles: a ação,
o agente, o meio, a finalidade e o detalhamento. É importante
destacar, também, que o detalhamento é uma informação
complementar na proposta sobre qualquer um dos outros
elementos anteriores destacados anteriormente.
Para entendermos melhor a avaliação de uma proposta de
intervenção, veja alguns fragmentos de conclusão, com atribuição
de nota zero e de nota 1000 sobre o tema Manipulação do
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet,
presentes na Cartilha do Participante 2019.
• Nota zero: “Para prevenir o cidadão de tal erro, as publicações,
reportagens, notícias e etc., deve-se fiscalizar antes da publicação
e, caso haja intervenção na notícia verdadeira ou censuras em
ideias realistas, o publicador deve ser punido com 1 ano de
cárcere privado, sem ter direito a se comunicar com nada ou com
ninguém através da internet”.
• Nota mil: “Torna-se evidente, portanto, a complexa situação que
envolve a manipulação do indivíduo com a seleção de dados na
rede virtual. Para amenizar o quadro, cabe ao Poder Legislativo
reformular o Marco Civil, que é responsável por regularizar o uso
do meio digital. Essa medida deverá ocorrer por intermédio da
inclusão de uma cláusula a qual irá reforçar os limites no controle
dos conteúdos expostos, de forma a ampliar o espectro de
escolhas do usuário. Tal ação objetiva impedir que a internet seja
utilizada para a moldagem de comportamentos.”
• Nota mil: “Portanto, fica evidente a necessidade de combater o
uso de informações pessoais por empresas de tecnologia. Para
tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de caráter
punitivo às companhias que utilizarem dados privados para a
filtragem de conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por
meio da criação de uma legislação específica e da formação de
uma comissão parlamentar, que avaliará as situações do uso
indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por
finalidade evitar a manipulação comportamental de usuários e,
caso aprovada, certamente contribuirá para otimizar a experiência
dos brasileiros na internet.”
• Nota mil: “Assim, faz-se necessária a atuação do Ministério da
Educação, em parceria com a mídia, na educação da população –
especialmente dos jovens, público mais atingido pela influência
digital acerca da necessidade do posicionamento crítico quanto ao
conteúdo exposto e sugerido na internet. Isso deve ocorrer por
meio da promoção de palestras, que, ao serem ministradas em
escolas e universidades, orientem os brasileiros no sentido de
buscar informação em fontes variadas, possibilitando a
construção de senso crítico. Além disso, cabe às entidades
governamentais a elaboração de medidas que minimizem os
efeitos das propagandas que visam incentivar o consumismo.
Dessa forma, será possível tornar o meio virtual um ambiente
mais seguro e democrático para a população brasileira.”
Note que as propostas de intervenção que receberam a
pontuação máxima – 200 pontos – apresentam uma ação
interventiva acerca do tema com as formas de realização e
detalhamentos bem definidos, enquanto a proposta que recebeu
nota mínima – 0 pontos – desrespeitou os direitos humanos de
forma que propôs uma fiscalização instaurada a partir de uma
censura que cercearia a liberdade de expressão.
Lembre-se que o respeito aos direitos humanos é uma premissa
básica para a construção da proposta de intervenção. Portanto,
para que não haja o desrespeito, deve-se prezar pela dignidade
humana; igualdade de direitos; reconhecimento e valorização das
diferenças e diversidades; laicidade do Estado; democracia na
educação; transversalidade, vivência e globalidade; sustentabilidade
socioambiental.

O texto-circuito
O que é, onde vive, o que come? O texto-circuito tem como
principal característica, assim como de um circuito, voltar ao início,
ou seja, precisamos retomar, então, a opinião global do texto. O
texto-circuito é, portanto, uma estratégia que evidencia como o
texto foi pensado e planejado anteriormente, o que o diferencia das
outras redações produzidas por inspiração, e não por estruturação
de ideias. É uma estratégia em que você pode usar uma informação
como forma de contextualização na introdução ou até mesmo no
título e retomá-la na conclusão como fechamento das ideias.
Por mais que o Enem exija uma proposta de intervenção que é
sugestivamente incentivada a ser colocada na conclusão do texto
para cumprir de modo efetivo essa competência, é interessante que
a finalização do texto retome também as ideias apresentadas ao
longo da redação. Portanto, a utilização de um texto-circuito é uma
maneira de finalizar as ideias apresentadas e mostrar que o texto foi
estruturado de forma planejada.
A estratégia é simples: não é interessante copiar literalmente a
tese apresentada na introdução. Nesse sentido, sugerimos, sempre,
a construção de uma paráfrase, ou seja, de um período que diga
exatamente a mesma coisa que a tese disse, mas com outras
palavras, em outros termos. Vamos aos exemplos:
Tema: O valor dos animais de estimação no mundo de hoje.
• Direcionamento (Introdução): Nos últimos tempos, porém, a mídia
tem veiculado casos extremos de maus-tratos e até morte de
animais, o que nos leva a uma discussão que precisa ser
prioridade no coletivo: se esses seres são tão importantes, por que
não cuidar e respeitar?
• Retomada do direcionamento (Conclusão): Fica claro, portanto,
que o valor dos bichos de estimação na sociedade de hoje, apesar
de grande, não é compartilhado por todas as pessoas.

Tema: O valor da educação nas transformações sociais do


Brasil.
• Direcionamento (Introdução): Tal destaque dado pela campanha
evidencia a necessidade de integrar a educação nessas
transformações, relação que, apesar de fundamental, não é tão
expressiva na atualidade.
• Retomada do direcionamento (Conclusão): Fica claro, portanto,
que, apesar de crucial, o papel transformador da educação não
tem sido aproveitado no Brasil.
O título
Certamente, você já ficou com essas dúvidas “coloco o título ou
não?”, “será que ele é obrigatório?” Então vamos lá: Toda banca
organizadora de uma prova de vestibular vai estabelecer a
obrigatoriedade ou não nas recomendações da prova. No caso do
Enem, não devemos nos preocupar, ele não é um elemento
obrigatório.
Poréééém, o título funciona como uma síntese sugestiva da
redação. Isso significa que, de forma curta e sintética, apresenta a
mensagem que a redação quer passar. Seu objetivo é o de
interessar o leitor, seduzindo-o a continuar a leitura e descobrir o
que será defendido no texto.
Além disso, um bom título comprova um bom planejamento. Dá
a impressão de que você pensou bem no que estava escrevendo –
e organizou bem suas ideias. Trata-se de um tipo de mensagem
cifrada, que será decifrada, desembrulhada ao longo do texto, daí o
valor da circularidade citada anteriormente.

Observação: Aqui também vale evitar ao máximo fórmulas desgastadas. O


uso da conjunção “ou” e do sinal que indica “versus”, como em “Homens ou
robôs” e “Criador x criatura” é um exemplo dessa prática. Slogans
publicitários, provérbios copiados literalmente, referências muito genéricas
ao tema (“Amor”) e títulos que repetem palavras já presentes no tema
também são dispensáveis. Seja criativo!

Chegamos à conclusão, caramba! Essa aula


te ajudará a condensar todas as estratégias
de conclusão e além disso, daremos dicas
para fazer o título per f eito! 6
Exercícios
1. Leia a proposta de intervenção a seguir referente ao tema do Enem (2018) Manipulação
do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet:

“Para reduzir essa manipulação em determinados locais, deveria ser cortado qualquer
sinal de transmissão de internet, assim reduziria a influência de certos dados no
comportamento desses usuários”.
Analise a proposta de intervenção e indique se ela pode ser considerada exemplar.
Justifique sua resposta.

Texto para as questões de 2 a 6


Tema: O legado da cultura funk para o processo de identidade brasileiro

“Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para que o funk continue a ser
transmitido nacional e internacionalmente como patrimônio cultural da identidade
brasileira. Dessa forma, é necessário que o Ministério da Educação, órgão regulador da
educação nacional, inclua na Base Nacional Comum Curricular a valorização das
manifestações artísticas de língua portuguesa, por meio da utilização do repertório
musical de funk nas aulas de artes, produção textual, sociologia, entre outras, com o
objetivo de incluir a música popular brasileira nas salas de aulas de forma que haja
representatividade aos alunos que vivem essa realidade.”

2. Identifique o agente da ação interventiva.

3. Qual trecho pode ser considerado o detalhamento da proposta? Qual item é detalhado
por ele?
4. Qual é a ação interventiva apresentada no fragmento?

5. Qual é o efeito da proposta de intervenção?

6. Qual é o meio de realização da proposta de intervenção?

Texto para as questões 7, 8 e 9


Tema: A necessidade de discussão sobre o autismo no Brasil
Portanto, fica evidente a necessidade de discussão acerca do autismo no Brasil. Dessa
forma, é necessário que ONGs promovam a difusão de informação sobre o tema. Isso
pode ser feito por meio de palestras e campanhas de conscientização em escolas e
instituições sociais que recebam pessoas autistas com o objetivo de integrá-los cada vez
mais sociedade.

7. Quais são os elementos básicos presentes na intervenção?

8. Comente os principais erros do fragmento anterior.


9. Reescreva o parágrafo de conclusão desfazendo os principais erros.

Texto para a questão 10


Tema: Um mundo por imagens (FUVEST 2010)
Título: Narcisos do século XXI
Assim, podemos perceber que é da natureza do homem preocupar-se com a sua
imagem. No entanto, a preocupação doentia iniciada no século XX não pode se tornar
obsessiva a ponto de dominar a juventude e espalhar-se por toda a raça humana, que um
dia pode vir a ser um grande Narciso e matar-se em busca de sua imagem perfeita.
(Disponível em: https://abrilguiadoestudante.files.wordpress.com/2016/10/1
131001. jpg?quality=100&strip=all&strip=info).

10. De acordo com o tema, o título e o fragmento de conclusão, é possível considerar que o
fragmento é um texto-circuito? Justifique sua resposta.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema A questão das drogas como desafio no
Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de
vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para você
escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Drogas: um problema nosso

O Brasil possui uma medalha de prata da qual não deve se


orgulhar. Segundo relatório da ONU (Organização das Nações
Unidas), o país é o segundo maior mercado das Américas, com 870
mil usuários, atrás apenas dos Estados Unidos, com cerca de seis
milhões de consumidores. Estes dados foram divulgados em 2005
(última pesquisa feita no Brasil sobre a quantidade de usuários de
entorpecentes), e de lá para cá as coisas não mudaram muito, pois,
segundo relatório da mesma entidade (ONU) divulgado em junho de
2012, o número de usuários, de cocaína e crack, por exemplo, vem
crescendo no Brasil.
Disponível em: https://destrave.cancaonova.com/drogas-um-problema-noss/.
Acesso em: 21 mar. 2018.

Texto 2
Criança usando crack em ruas de SP

Não há muito investimento do governo em recuperar essas


pessoas. O sistema público de saúde não possui infraestrutura para
acolher e tratar os viciados em drogas, ficando esta tarefa para
clínicas particulares – na sua maioria de cunho religioso – no
tratamento de dependentes químicos. Todos nós, de forma direta
ou indireta, já enfrentamos o problema. Não são poucos os
testemunhos de pessoas que viveram este pesadelo causado pelas
drogas e conseguiram sair. Mas, infelizmente, a história não termina
feliz para milhões de pessoas.
Todos os dias vemos e ouvimos notícias de jovens que são
dizimados pelas drogas; ora pelo próprio vício, ora pela violência
gerada pelo tráfico de drogas, ora pela mistura de álcool e direção
(esta a que mais mata).
Disponível em: https://destrave.cancaonova.com/drogas-um-problema-noss/.
Acesso em: 21 mar. 2018.

Texto 3
Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/09/brasil-e-o-
segundo-maior-consumidor-de-cocaina-e-derivados-diz-estudo.html. Acesso em:
14 mar. 2018.

Texto 4

Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/158075/001020512.pdf?
sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 mar. 2018.
Redação 600-
Tema: A questão das drogas como desafio no Brasil
Redação 900+
Tema: A questão das drogas como desafio no Brasil

Sugestão de reescrita
Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o fato social consiste em maneiras de agir e
1
pensar que contribuem
para que os indivíduos sigam um comportamento coletivo generalizado. A partir dessa
2
ideia, muitos jovens
veem no uso de drogas uma forma de integração social, marcada pela fase da
3
experimentação, fazendo com
que o indivíduo acredite ter poder e controle sobre si mesmo. Embora as consequências
4
de seu consumo sejam
ignoradas por parte dos usuários, é preciso reconhecer as drogas como um problema de
5
saúde pública no
6 Brasil e analisar alternativas para contê-la.
Primeiramente, a mídia teve alta influência no estímulo às drogas lícitas. Durante
7
os anos 90, em
países do continente americano, como o Brasil, houve um “boom” na comercialização do
8
tabaco: personagens
de novelas e filmes que fumavam cigarros atrelavam-se a um perfil de descontração e
9
poder o que propiciou a
glamourização da nicotina, vista pelos interlocutores como uma válvula de escape à
10
realidade. Por conseguinte,
parte significativa da população aderiu ao consumo e, hoje, segundo a Organização
11
Mundial da Saúde, o
câncer de pulmão muitas vezes relacionado ao uso frequente de cigarro é uma das
12
doenças que mais matam
13 no mundo, revelando a necessidade de políticas públicas para combater esse mal.
14 Além disso, a proibição de substâncias ilícitas é o modelo mais adotado nos países,
porém o número
de usuários aumenta todos os anos. A frase popular “Tudo que é proibido é mais
15
gostoso” parece fazer sentido
nesse contexto e, segundo o site BBC, o narcotráfico é a principal atividade do crime
16
organizado e a que mais
rende faturamento no mundo. Neste sentido, medidas são necessárias para a sociedade
17
brasileira com o objetivo
de melhorar esse desafio, assim como foi feito no governo uruguaio que, em 2016,
18
liberou a legalização da
planta Cannabis como estratégia para combater o tráfico e diminuir o índice de
19
criminalidade no país; tal ação
resultou na diminuição do consumo de drogas, tendo uma intervenção mais efetiva do
20
que a do proibicionismo.
Portanto, as drogas são desafiadoras no cenário brasileiro, mas há formas de retê-
21
las. Mesmo que,
atualmente, vários países coíbam propagandas televisivas que incitem o tabagismo, é
22
imprescindível que a mídia
e o Ministério da Saúde reforcem campanhas que alertem sobre os prejuízos do cigarro e
23
que haja mais postos
de saúde que ofereçam tratamento àqueles que queiram se livrar do vício. Ademais, o
24
Brasil deve reforçar suas
políticas públicas com intensa fiscalização para conter o narcotráfico. Seria bem-visto,
25
ainda, se o Governo se
inspirasse em intervenções internacionais, visto que o proibicionismo contém falhas e
26
que a redução do consumo
27 pela legalização possui comprovações científicas.
28
29
30
6 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 9
Como utilizar os métodos de
raciocínio lógico
Sabemos que, com toda a pressão do vestibular, às vezes,
raciocinar de forma clara fica complicado, né?! Mas vamos te ajudar
a utilizar todos os métodos de raciocínio para escrever a redação e
você vai conseguir tirar de letra. Podemos dizer que todo texto deve
possuir uma organização lógica de encadeamento de ideias para
garantir a coerência, de forma que facilite a leitura, a apreensão de
sentido e o seu objetivo principal seja cumprido. Em um texto
argumentativo, por exemplo, a intenção da redação é voltada para o
convencimento do leitor sobre um ponto de vista. Para isso, pode-
se adotar uma estratégia de organização dos argumentos ou
método que facilite a progressão textual.
Etimologicamente, a palavra método significa o caminho por
meio do qual se chega a um fim ou objetivo, ou seja, são os meios
empregados para a investigação, descoberta e comprovação da
verdade. Por isso, os métodos de raciocínio são utilizados para tal
função organizacional. Entre eles, os dois principais são: a indução
(caso particular para um caso geral) e a dedução (caso geral para
um caso particular).
É importante destacar que os métodos de raciocínio lógico são
formas de estruturar os parágrafos e podem ser utilizados tanto na
introdução, quanto no desenvolvimento. Lembre-se também de que
não são as únicas formas de estruturação de um parágrafo, mas é
importante conhecê-las para que haja uma possibilidade de escolha
de estratégia de organização.

Método indutivo
O método indutivo, também conhecido como generalização, é a
estratégia que se parte da observação e da análise de fatos de
afirmações particulares para atingir conclusões gerais, universais.
Por exemplo:
• Os livros são capazes de modificar a vida humana, assim como a
televisão, o jornal e outros meios de comunicação.
• Ora, os livros, a televisão, o jornal, o rádio e os outros meios são
fontes de informação.

• Logo, as fontes de informação são capazes de trazer


transformações à vida humana.
No entanto, a indução apresenta vantagens e desvantagens. O
principal benefício desse tipo de raciocínio é o fato de ele permitir
que se façam novas descobertas por meio de sua apresentação. As
grandes invenções da humanidade surgiram a partir de raciocínios
essencialmente indutivos. Por outro lado, a maior desvantagem que
podemos apontar está no fato de que o método indutivo atua no
campo das probabilidades, ou seja, se uma das evidências não for
condizente com a verdade universal anunciada, todo o raciocínio
deve ser revisto.

Método dedutivo
O método dedutivo, denominado particularização, é a estratégia
que se parte de um caso geral para um particular. É o inverso do
que acontece na indução. Esse método se torna mais conhecido
pelo famoso raciocínio de Aristóteles sobre Sócrates.
• Todo homem é mortal;
• Ora, Sócrates é homem;
• Logo, Sócrates é mortal.
Esse é um exemplo básico de como funciona o método dedutivo.
A dedução é aquela que se organiza do geral para o particular, ou
seja, parte de uma verdade universal, geral, para chegar a
afirmações e conclusões mais individuais. Tal ideia geral é
conhecida como premissa inicial, ou premissa maior. Depois disso,
com uma ou mais premissas intermediárias (menores), é possível
alcançar uma conclusão, de caráter particular.
• Fontes de informação são capazes de trazer transformação à vida
humana (premissa inicial).

• Ora, a leitura é uma inegável fonte de informação (premissa


intermediária).
• Logo, a leitura é capaz de trazer transformação à vida humana
(conclusão dedutiva).
Cabe dizer, por fim, as vantagens e desvantagens do raciocínio
dedutivo, de forma que você seja capaz de identificar o que utilizar
em qual momento do texto e de que maneira apresentar sua
argumentação. Como principal vantagem está o fato de que, se
forem escolhidas boas premissas, a conclusão atingida será
inquestionável. Por outro lado, a desvantagem está –
principalmente em textos dissertativos – na previsibilidade
existente no processo de construção do raciocínio. Trabalhar muito
a argumentação, transformando a conclusão em uma persuasiva
apresentação da opinião, é o grande desafio.

Você já deve ter sacado que ao f inal dos


conteúdos estamos indicando um conteúdo
extra, né?! Hehe... Nesse, você verá as
melhores f ormas de aplicar os métodos
dedutivo e indutivo na redação. 7

Método dialético
A palavra dialética significa a capacidade para falar de
dualidades, ou seja, contradições. Diferentemente da indução e da
dedução, a dialética não se baseia em evidências ou premissas,
mas em três elementos muito importantes: a tese, a antítese e a
síntese. É importante ressaltar que a tese dialética (chamaremos
assim para evitar qualquer tipo de dúvida) é diferente da tese que
você apresenta na introdução do seu texto.
Recomenda-se utilizar essa estrutura dialética no
desenvolvimento para a organização da argumentação. A tese
dialética é uma afirmação inicial com relação à tese da redação; a
antítese é um elemento oposto, contraditório à tese dialética; e, por
fim, a síntese é o momento em que as afirmações da tese dialética e
da antítese se associam para chegar a uma conclusão de ideias. A
dialética é, portanto, fruto de uma combinação e de oposição de
pensamentos.
Agora, vejamos um exemplo sobre a dialética. Em um tema de
redação em que se pergunte se as adaptações de clássicos da
literatura no Brasil são válidas ou não, é muito comum
encontrarmos benefícios e prejuízos acerca desse tema, ou seja,
podemos tanto apresentar argumentos favoráveis à adaptação dos
clássicos da literatura quanto argumentos contrários. Percebe-se,
então, que certas situações ou questões, às vezes, podem ser e não
ser ao mesmo tempo. Portanto, a dedução, a indução e a não
contradição se tornam limitantes do raciocínio humano, sendo
necessário o método dialético. Eis um exemplo: o tema é A
influência da TV na sociedade brasileira do século XXI:
“É fácil perceber que os efeitos negativos da televisão nascem na difusão de valores
como o individualismo e a violência, veiculados por imagens a que estão submetidas
muitas pessoas sem senso crítico. Paradoxalmente, esse mesmo meio de
comunicação de massa permite um contato com o mundo distante, possibilitando ao
público ter acesso ao poder da informação. Na verdade, a discussão sobre a influência
da TV só fará sentido se for considerado o uso que cada telespectador faz do veículo, o
que depende de sua formação prévia, e não do que é reproduzido.”

Note que o tema trata de dois lados da discussão acerca da


influência da televisão na sociedade. Por um lado, podemos
identificar a difusão de valores negativos, que podem ser
prejudiciais (tese dialética). Entretanto, há também um lado positivo
que precisa ser levado em conta (antítese). Dessa forma, a
discussão se desloca, um impasse é superado: o debate, aqui, não é
sobre o que é veiculado nesse meio, mas a respeito do uso que se
faz dele (síntese).
Veremos agora os dois principais tipos de síntese: conciliadora e
reafirmadora.

A síntese conciliadora
O primeiro tipo de síntese é a conciliadora que, como o próprio
nome diz, traz harmonia, associação aos elementos que, a princípio,
são contraditórios. Na discussão sobre o tema anterior, A influência
da TV na sociedade brasileira do século XXI, podemos, por exemplo,
concluir que tudo depende do veículo e do programa em questão,
afinal, a TV é um meio com múltiplos usos, alguns positivos, outros
negativos. Esse seria um exemplo de síntese conciliadora, na qual
esclarecemos os termos, mostrando que, de certa forma, não há
uma contradição no que está sendo apresentado. Podemos,
também, nessa síntese, deslocar a questão, como uma fuga à
discussão anterior, o que fica muito claro no parágrafo que vimos
anteriormente sobre o mesmo tema.

A síntese reafirmadora
A síntese reafirmadora (como o próprio nome diz!) reafirma a
tese apresentada, desbancando o argumento antitético. Assim,
apresenta-se um argumento, tenta-se contestar tal argumento com
a antítese e, por fim, usa-se a síntese para reafirmar e convencer o
leitor da invalidez da antítese. Vamos ao exemplo.
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que o investimento em
educação é fundamental para o nosso país, pois constitui a principal
base para o desenvolvimento. Há quem sustente, no entanto, que a
“chave” para o sucesso está na escolha de bons administradores
como governantes. Os defensores dessa ideia parecem se esquecer
de que, por mais capacitada que seja a autoridade governante, o
verdadeiro desenvolvimento só ocorrerá com indivíduos realmente
qualificados em todos os setores. Esse ideal somente a educação
de qualidade permitiria atingir.
No exemplo, podemos perceber facilmente os três elementos do
raciocínio:
• Tese: O investimento em educação é fundamental para o nosso
país, pois constitui a principal base para o desenvolvimento.
• Antítese: Não é a educação, mas a escolha de bons
administradores como governantes que permite o
desenvolvimento.
• Síntese (reafirmadora): Ainda que o governante seja competente,
o verdadeiro desenvolvimento só virá de indivíduos qualificados
em todos os setores – o que só pode ser atingido com boa
educação.
A síntese reafirmadora, então, anula o argumento antitético e
reforça a tese, ou seja, o seu ponto de vista.

Opa! Olha mais um conteúdo extra pra você


ver as melhores estratégias para aplicar as
sínteses na redação do Enem . 8

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 5


Tema: A redução da maioridade penal no Brasil

Mais uma lição de Pitágoras


Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos
brasileiros a defender a redução da maioridade penal para 16 anos.
O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à
frequente associação de menores aos atos de violência expostos
pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a
prisão desses transgressores das regras morais que regem a
sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades internacionais
condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade.
Devemos, então, analisar os dois extremos para resolver esse
impasse e encontrar a melhor forma de mostrar que diminuir a
maioridade não é o caminho mais interessante.
Em primeiro lugar, é importante considerar os principais pontos
levantados por quem é favorável a esse projeto de lei. É relevante
entender isso, pois grande parte da população tem se mostrado
simpática à proposta. Esse grupo aponta que em vários países do
mundo a idade para ser julgado como adulto é inferior à do Brasil.
Além disso, destaca que, se um jovem de 16 anos é consciente para
votar, também o é para responder criminalmente por seus atos,
principalmente aqueles cometidos contra a vida. Os defensores da
redução, porém, se esquecem de alguns dados importantes nessa
discussão, levantados por quem é contrário ao projeto.
Quem discorda da ideia, então, rebate esses argumentos se
baseando em estatísticas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e
da Unesco, provando, respectivamente, que o sistema prisional é
ineficiente – possui índice de reincidência de 70% – e não reduz a
violência, pois nenhum país teve queda nas taxas de criminalidade
depois de reduzir a maioridade. Além disso, ainda segundo o CNJ,
menos de 10% das infrações cometidas por menores são atentados
à vida – os mais apontados pelos defensores. Destaca-se, também,
que o cidadão brasileiro é responsabilizado penalmente a partir dos
12 anos e que aos 16 o voto é facultativo, não sendo critério
definidor de “consciência plena”. Apontam, ainda, a tendência de se
elevar a maioridade em vários países no mundo, inclusive em
alguns pontos dos EUA. Tais dados confirmam a necessidade de
manutenção da atual lei e a inconsistência dos argumentos dos
favoráveis à mudança.
Torna-se claro, portanto, que a redução não é a solução mais
adequada e que, a fim de resolver os problemas e extinguir de vez
essa possibilidade, algo precisa ser feito a curto prazo. Quanto à
questão emergencial, é importante que as autoridades responsáveis
façam valer as medidas presentes no ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente), que preveem, inclusive, a privação de liberdade, mas
visam à reeducação social desses infratores. A escola também tem
papel fundamental na formação de cidadãos que respeitem os
valores de sua sociedade. Por isso, o governo deve observar os
ensinamentos de Pitágoras e “educar as crianças para que não
precisemos punir os adultos”. Assim, poderemos vislumbrar um
futuro mais esperançoso e seguro para todos.

1. Apresente a tese do texto.

2. Qual seria a antítese, partindo do pressuposto dialético?

3. Com exemplos retirados do texto, indique qual foi a síntese utilizada no parágrafo
4. Quanto às falhas na argumentação, quais são apresentadas na redação?

5. Em um contexto geral, como foi a construção do método de raciocínio no texto?

6. (FUVEST) Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a


sistemas e subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar
a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade
conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades
regionais, sociais e estilísticas. A língua-padrão, por exemplo, embora seja uma entre as
muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo,
como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua
função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força
contrária à variação.
CUNHA, C; CINTRA, L-F. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro:
Lexikon editorial: 2017. 7ª ed. n. 1. Adaptado.

Considere as seguintes afirmações sobre os quatro períodos que compõem o texto:


I. Tendo em vista as relações de sentido constituídas no texto, o primeiro período
estabelece uma causa cuja consequência aparece no segundo período.

II. O uso de orações subordinadas, tal como ocorre no terceiro período, é muito comum
em textos dissertativos.

III. Por formarem um parágrafo tipicamente dissertativo, os quatro períodos se organizam


em uma sequência constituída de introdução, desenvolvimento e conclusão.

IV. O procedimento argumentativo do texto é dedutivo, isto é, vai do geral para o particular.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I e II.

b) I e III.

c) III e IV.
d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

7. (UERJ-adaptada) Nós, escravocratas


Há exatos cem anos, saía da vida para a história um dos maiores brasileiros de todos
os tempos: o pernambucano Joaquim Nabuco. Político que ousou pensar, intelectual que
não se omitiu em agir, pensador e ativista com causa, principal artífice da abolição do
regime escravocrata no Brasil.
Apesar da vitória conquistada, Joaquim Nabuco reconhecia: “Acabar com a escravidão
não basta. É preciso acabar com a obra da escravidão”. [...]. Mas a obra da escravidão
continua viva, sob a forma da exclusão social: pobres, especialmente negros, sem terra,
sem emprego, sem casa, sem água, sem esgoto, muitos ainda sem comida; sobretudo
sem acesso à educação de qualidade.
Cem anos depois da morte de Joaquim Nabuco, a obra da escravidão se mantém e
continuamos escravocratas. [...]
Somos escravocratas ao jogarmos, sobre os analfabetos, a culpa por não saberem ler,
em vez de assumirmos nossa própria culpa pelas decisões tomadas ao longo de décadas.
Privilegiamos investimentos econômicos no lugar de escolas e professores. Somos
escravocratas, porque construímos universidades para nossos filhos, mas negamos a
mesma chance aos jovens que foram deserdados do Ensino Médio completo com
qualidade. Somos escravocratas de um novo tipo: a negação da educação é parte da obra
deixada pelos séculos de escravidão. A exclusão da educação substituiu o sequestro na
África, o transporte até o Brasil, a prisão e o trabalho forçado. Somos escravocratas que
não pagamos para ter escravos: nossa escravidão ficou mais barata, e o dinheiro para
comprar os escravos pode ser usado em benefício dos novos escravocratas. Como na
escravidão, o trabalho braçal fica reservado para os novos escravos: os sem educação.
Negamo-nos a eliminar a obra da escravidão. [...]
BUARQUE, C. Nós, escravocratas. O Globo, Rio de Janeiro, 30 de jan. 2000. Disponível
em: http://educacao.globo.com/provas/uerj-2-exame-de-qualificacao-
2013/questoes/5.html. Acesso em: 11 mar. 2020. Adaptado.

No desenvolvimento da argumentação, o autor enumera razões específicas, facilmente


constatadas no cotidiano, para sustentar sua opinião, anunciada no título, de que todos
nós seríamos ainda escravocratas.
Esse método argumentativo, que apresenta elementos específicos da experiência
social cotidiana, para deles extrair uma conclusão geral, é conhecido como:
a) direto.

b) dialético.

c) dedutivo.
d) indutivo.

8. (UERJ-adaptada) Há alguns meses fui convidado a visitar o Museu da Ciência de La


Coruña, na Galícia. Ao final da visita, o curador 1 anunciou que tinha uma surpresa para
mim e me conduziu ao planetário. 2 [...] Mas naquela noite algo especial me aguardava.
De repente a sala ficou inteiramente às escuras, e ouvi um lindo acalanto de Manuel de
Falla. Lentamente (embora um pouco mais depressa do que na realidade, já que a
apresentação durou ao todo quinze minutos) o céu sobre minha cabeça se pôs a rodar. Era
o céu que aparecera sobre minha cidade natal – Alessandria, na Itália – na noite de 5 para
6 de janeiro de 1932, quando nasci. Quase hiper-realisticamente vivenciei a primeira noite
de minha vida.
Vivenciei-a pela primeira vez, pois não tinha visto essa primeira noite. Provavelmente
nem minha mãe a viu, exausta como estava depois de me dar à luz; mas talvez meu pai a
tenha visto, ao sair para o terraço, um pouco agitado com o fato maravilhoso (pelo menos
para ele) que testemunhara e ajudara a produzir. [...]
Talvez eu tivesse encontrado a história que todos nós procuramos nas páginas dos
livros e nas telas dos cinemas: uma história na qual as estrelas e eu éramos os
protagonistas. Era ficção porque a história fora reinventada pelo curador; era História
porque recontava o que acontecera no cosmos num momento do passado; era vida real
porque eu era real e não uma personagem de romance.
Umberto Eco. Adaptado de Seis passeios pelos bosques da ficção. Tradução Hildegard
Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

1
curador − responsável pelo museu dia.
2
planetário − local onde é possível reproduzir o movimento dos astros.
Talvez eu tivesse encontrado a história que todos nós procuramos nas páginas dos
livros e nas telas dos cinemas: uma história na qual as estrelas e eu éramos os
protagonistas. (l. 24-27)
Na frase acima, o autor procura delimitar um sentido para a palavra história por meio
dos trechos destacados. Esses trechos apresentam uma formulação do seguinte tipo:
a) exemplificação.

b) particularização.

c) modalização.

d) dedução.

9. (UERJ simulado) Brasil será país de maioria idosa em 2030, revela IBGE
Na esteira dos países desenvolvidos, o Brasil caminha para se tornar um país de
população majoritariamente idosa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o grupo de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de
crianças com até 14 anos já em 2030 e, em 2055, a participação de idosos na população
total será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos.
A tendência de envelhecimento da população já foi observada no Censo de 2002 e
ganhou força nos últimos dez anos. Em comparação com o último Censo, verifica-se que a
participação do grupo com até 24 anos de idade cai de 47,4% em 2002 para 39,6% em
2012. Essa mudança também fica clara no aumento da idade média da população, que
passou de 29,4 anos em 2002 para 33,1 anos em 2012.
Os idosos, segundo a pesquisa, são em sua maioria mulheres (55,7%) brancas (54,5%)
e moradores de áreas urbanas (84,3%) e correspondem a 12,6% da população total do país,
considerando a participação relativa das pessoas com 60 anos ou mais.
Os números do IBGE mostram ainda que a principal fonte de rendimento dos idosos de
60 anos ou mais foi a aposentadoria ou a pensão, equivalendo a 66,2%, e chegando a
74,7% no caso do grupo de 65 anos ou mais.
A coordenadora da pesquisa, Ana Lúcia Saboia, destaca a necessidade de atenção a
essa mudança na composição da população. “Hoje em dia a população de idosos que
recebe benefícios é muito expressiva, grande parte recebe contribuições de transferência
de renda. Os trabalhadores (que irão se aposentar no futuro e têm carteira assinada) têm
mais garantias. O sistema previdenciário tem que estar atento ao envelhecimento”, afirma.
BIANCHI, P. Brasil vai se tornar um país de idosos já em 2030, diz IBGE. Terra, São
Paulo, 23 nov. 2013. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/brasil-
vai-se-tornar-um-pais-de-idosos-ja-em-2030-diz-
ibge,91eb879aef2a2410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html. Acesso em: 9 mar.
2020.
Adaptado.

No último parágrafo, a pesquisadora Ana Lúcia Saboia chega a uma conclusão


valendo-se de raciocínio indutivo. Tal raciocínio se estrutura com o seguinte recurso:
a) opiniões refutadas.

b) argumentos falaciosos.

c) proposições implícitas.

d) observações particulares.

10. (UERJ-adaptada) Por que ler?


Certas coisas não basta anunciar, como uma verdade que deve ser aceita por si só.
Precisamos dizer o porquê. Se queremos fazer os brasileiros lerem mais de um livro por
ano, essa trágica média nacional, precisamos de fato conquistar o seu interesse.
Listo [...] benefícios fundamentais que a leitura pode trazer.
O primeiro: ler nos faz mais felizes. É um caminho para o autoconhecimento, e o
exercício constante de autoconhecimento é um caminho para a felicidade. A vida, também
no plano individual, é mais intensa na busca. Os personagens de um livro de ficção, os
fatos de um livro-reportagem, as ideias de um livro científico, interagem com os nossos
sentimentos, ora refletindo-os, ora agre-dindo-os, e portanto servindo de parâmetro para
sabermos quem somos, seja por identidade ou oposição. [...] Teríamos menos escândalos
de corrupção, se lêssemos mais; construiríamos uma sociedade menos injusta, se
educássemos melhor os nossos espíritos; eu acredito nisso.
LACERDA, R. Por que ler?. Disponível em: https://www.vestibular.uerj.br/wp-
content/uploads/2019/04/2014_2eq_prova.pdf. Acesso em: 13 de jan. 2019.
Adaptado.

Ler nos faz mais felizes. É um caminho para o autoconhecimento, e o exercício


constante de autoconhecimento é um caminho para a felicidade.
Neste argumento, Rodrigo Lacerda formula uma premissa geral e uma premissa
particular, para relacioná-las na conclusão. Essa estrutura caracteriza o argumento como:
a) indutivo.

b) dialético.

c) dedutivo.

d) comparativo.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema O problema da violência urbana no Brasil,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não
se esqueça de que a folha com espaço para você escrever se
encontra ao final do livro.

Texto 1
A violência urbana também consiste em um tipo de violação da
lei penal. Consiste na prática de crimes diversos contra pessoas
(assassinatos, roubos e sequestros), e contra o patrimônio público,
influenciando de forma negativa o convívio entre as pessoas e a
qualidade de vida. Esse tipo de violência manifesta-se
particularmente nas grandes cidades.
Disponível em: http://www.significados.com.br/violencia/. Acesso em: 20 abr. 2018.

Texto 2

Disponível em: https://sociologialegal.files.wordpress.com/2012/05/82.jpg. Acesso


em: 13 abr. 2018.
Texto 3
Em 5 anos, violência no Brasil mata mais que a guerra na Síria

(28/10/2016)

Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015, o Brasil teve um total


de 278.839 assassinatos, o que, grosso modo, leva a uma média
mensal de 4.647,3 vítimas. Os dados incluem as ocorrências de
homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão
corporal seguida de morte e morte decorrente de ações policiais.
Já na Síria, entre março de 2011 e novembro de 2015, a guerra
causou 256.124 mortes, segundo estimativa da Agência da
Organização das Nações Unidas para os Refugiados. A média para
esse período é de 4.493,4 mortes por mês.
Segundo a diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, o elevado
número de mortes no Brasil “evidencia o fracasso do país em
políticas públicas de segurança. É absolutamente vergonhoso o
governo federal não ter uma política nacional para reduzir o número
de crimes violentos letais intencionais. Essas mortes mostram que
existe uma total omissão por parte da União”, afirma Samira.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/brasil/violencia-brasil-mata-mais-guerra-
siri.Acesso em: 10 abr. 2018.

Texto 4
O Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública nesta segunda-feira, 5, revela que homens, jovens, negros e
de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas
no País. A população negra corresponde à maioria (78,9%) dos 10%
dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/atlas-da-violencia-2017-
negros-e-jovens-sao-as-maiores-vitimas. Acesso em: 19 abr. 2018.
Redação 600-
Tema: O problema da violência urbana no Brasil
Redação 900+
Tema: O problema da violência urbana no Brasil

Sugestão de reescrita
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2015, uma pessoa é
1
assassinada a cada
nove minutos no Brasil, dentre eles estão civis e, também, policiais. Sendo assim, é
2
possível perceber que esse
dado reforça a temática de que a criminalidade no país, apesar de extremamente
3
relevante nos debates midiá-
ticos, ainda necessita de atenção no que se refere à falta de infraestrutura do sistema
4
carcerário, assim como
5 políticas efetivas de segurança pública.
Em primeiro lugar deve-se ressaltar a dificuldade do país em estabelecer uma
6
relação coerente com o
sistema carcerário e suas possibilidades de ressocialização. Compreendendo o quarto
7
lugar no ranking dos países
com maior população carcerária do mundo, através do Ministério da Justiça, o Brasil não
8
possui processos de
ressocialização dos detentos e, com isso, a reincidência no cenário do crime se torna uma
9
opção, sendo um em
cada quatro pessoas. Isso ocorre porque, além do Estado não incentivar a população
10
reclusa a novas oportu-
nidades de vida, não há um ambiente propício dentro dos presídios, uma vez que, além
11
de superlotados, são
deliberadamente focos de doenças, como tuberculose, HIV e hepatite, por conta do
12
descaso governamental.
Essa despreocupação por parte do governo se estende, também, no âmbito das ruas
13
para com os
profissionais da área da segurança pública, por não haver certa compreensão estatal de
14
que a violência mútua
proporciona soluções para a problemática. Isso pode ser visto pelo fato de que, no Rio de
15
Janeiro, por exemplo,
um policial é morto a cada dois dias em decorrência da violência nas ruas, através do G1.
16
Através desse dado,
é possível entender que a polícia também é um coletivo que sofre com a falta de
17
políticas que assegurem a efe-
18 tivação do trabalho e, sobretudo, da segurança dos indivíduos.
Sendo assim, é notório entender que a problemática da guerra nas ruas é um ciclo
19
vicioso que prejudica
a população como um todo, de modo a caracterizar um tema totalmente reflexivo sobre
20
a atuação governa-
mental no país. Desse modo, políticas efetivas na melhoria do sistema carcerário como
21
um todo, desde a im-
plementação da privatização deste meio, para fins trabalhistas, como empresas do setor
22
têxtil, é imprescindível
para a construção de uma nova realidade. Além disso, a necessidade de uma atenção
23
exclusiva, por meio de
assistentes sociais e psicólogos especializados em ex-detentos, deve ser mais enfatizada
24
para a ressocialização
dessa parte da população na sociedade. Por fim, essa problemática social conseguirá ser
25
diminuída e a ocor-
rência de mortes de policiais também, além de impulsionar um aumento salarial nos
26
cargos de profissionais
que, diariamente, também sofrem com o medo de ser acometidos pela violência.
27
Somente desta forma o país
começará a mudar suas perspectivas sobre uma temática histórica e extremamente
28
difícil de erradicar.
29
30

7 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.

8 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Semana 10
Para que serve a coesão textual
Você chegou à semana 10 \o/. É hora de comemorar, você está
quase na linha de chegada para dar check em tooodas as técnicas
de redação (só consigo pensar naquela musiquinha de linha de
chegada, com as bandeirinhas preto e branco).
Em nossas primeiras aulas (parece que já faz 21 anos), falamos
rapidamente sobre a importância de o texto produzir sentido e de as
ideias estarem sequenciadas de modo lógico. Chamamos a esses
processos, genericamente, de coerência textual. Também falamos
sobre a necessidade de fazer com que as partes desse texto
estivessem amarradas, interligadas entre si. Tratava-se da coesão
textual. Entretanto, embora as colocações tenham sido inicialmente
pertinentes, é necessário agora trabalharmos mais profundamente
a questão da coesão, competência 4 da grade de correção do Enem.
A coesão de um texto pode ser definida como um conjunto de
mecanismos utilizados com o objetivo de estabelecer ligações ou
nexos entre as partes e de evitar as repetições de palavras.
Dependendo do objetivo para o qual for utilizado o recurso de
coesão, ele fará parte de um grupo específico, que veremos a seguir.
Vale destacar os três níveis de ligações que podem ser
estabelecidos pelos recursos de coesão: o nível intrafrasal, criando
nexos entre os elementos de um mesmo período; o interfrasal, em
que pelo menos dois períodos são interligados; e o interparagrafal,
em que o elo ocorre entre parágrafos distintos

Tipos de mecanismos

Coesão referencial
A coesão referencial é responsável por anunciar ou retomar
informações presentes no texto. Essa estratégia é importante para
evitar repetições entre as palavras por meio da utilização de
recursos anafóricos e catafóricos. A anáfora é um mecanismo que
faz referência a um termo ou expressão citada anteriormente no
texto, enquanto a catáfora faz alusão a um termo que será citado
posteriormente.
Observe o exemplo abaixo:
“Em sua obra ‘Vigiar e punir’, Foucault elabora a imagem da vigilância constante,
representada por uma prisão denominada Panóptico. Hoje, esse seu conceito não se
concretiza no controle da segurança, mas na observação permanente e invasiva das
ações e dos gostos dos usuários dos meios virtuais. Essa ressignificação decorre
destes fatos: a excessiva exposição do sujeito e os interesses comerciais de grandes
empresas”.

O pronome possessivo “sua” é um termo catafórico porque


antecipa a palavra “Foucault”. Por outro lado, o pronome “seu” é um
elemento anafórico porque retoma um termo citado anteriormente:
“Foucault”. O pronome “essa” retoma o fragmento “observação
permanente e invasiva das ações e dos gostos dos usuários dos
meios virtuais”, caracterizado como “ressignificação” do controle de
segurança. Já o pronome “destes” antecipa os fatos: “a excessiva
exposição do sujeito e os interesses comerciais de grandes
empresas”. Esses recursos servem para garantir a progressão de
um texto e evitar a repetição desnecessária de palavras.
Existem algumas estratégias de coesão para se referir a
elementos que já apareceram no texto, os mais comuns são:

Substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais,


possessivos e demonstrativos, advérbios que indicam
localização e artigos.
“Além disso, outro aspecto importante sobre o funk é que esse
estilo musical se tornou produto de importação e valorização da
cultura brasileira no exterior. De acordo com Pierre Bourdieu,
sociólogo francês, o conceito de ‘capital cultural’ estabelece que
os ativos sociais de uma pessoa promovem a sua ascensão
social em uma sociedade estratificada. Dessa forma, nota-se
que ele funciona como uma forma de ascender na sociedade por
conta das letras de música, do ritmo, do vestuário e,
consequentemente, muitos também se desenvolvem
internacionalmente levando a cultura brasileira para o mercado
estrangeiro.”

Substituição de termos ou expressões por sinônimos,


hipônimos, hiperônimos ou expressões resumitivas.
“Além disso, há poucas instituições que reintegram o preso na
sociedade. A Lei de Execução Penal tem como um dos objetivos
proporcionar condições para a integração social do condenado,
entretanto, a reincidência penitenciária é um fator preocupante
no Brasil, visto que muitos saem das prisões sem opção para se
sustentar e recorrem novamente ao crime como forma de vida.
Assim, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça,
ressocializar um detento custa menos que mantê-lo em
presídios e, por isso, é necessário integrá-lo a uma rotina de
trabalho e educação durante o cumprimento da pena.”

Substituição de verbos, substantivos, períodos ou fragmentos


do texto por conectivos ou expressões que retomem o que já
foi dito.
“Em primeiro lugar, cabe destacar como as novas mídias sociais
auxiliam o jovem no combate a problemas da sociedade. Em
2010, houve a invasão do Complexo do Alemão, pelos policiais
do Rio de Janeiro, com o objetivo de recuperar o território
dominado pelo poder paralelo. Nesse contexto, surge o portal
chamado ‘Voz das Comunidades’ que transmitiu os primeiros
registros da ocupação, não só com o compromisso de informar
sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora
dos seus limites. Por esse motivo, hoje, Renê Silva, criador do
veículo de notícias, é um dos jovens mais influentes do mundo
por causa desse feito.”
Elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados ou
que sejam facilmente identificáveis.
“A leitura é, primeiramente, uma ferramenta útil para discutir
sobre a inclusão. A literatura, por exemplo, tem o poder de
simbolizar as diferenças, aludindo à realidade e aproximar o
leitor incitando-o à conscientização e ao combate de
preconceitos. Nos anos 2000, o autor Maurício de Souza inseriu
novos personagens ao gibi ‘A turma da Mônica’, com a presença
de deficientes visuais e físicos em diálogo com o público infantil.
Assim, a naturalização dessa temática e a forma que [os
personagens] lidam com a diversidade reforçam o
companheirismo e uma maior integração social, em vez de
despertar olhares de repulsa. Porém, o presente obstáculo é a
falta de incentivo à leitura e a ausência de debate sobre tais
questões em sala de aula.”

Coesão sequencial
Os elementos de coesão sequencial são responsáveis pelo
sequenciamento ou andamento do texto. Eles servem para conectar
segmentos textuais e, normalmente, criam nexos semânticos entre
eles. Assim, estabelecem as principais ligações entre as partes da
redação, de forma que a coesão textual se manifeste mais
notoriamente. Entre os principais recursos, destacam-se as frases
de apoio, os termos conectivos (portanto, dessa forma, assim etc.) e
os ganchos semânticos. Veja o exemplo abaixo:
“Em primeira instância, é preciso avaliar o comportamento humano na busca pela
diferenciação. Visto que a massificação e a globalização tendem a homogeneizar os
indivíduos, busca-se a exposição como meio de destaque. Com isso, vidas privadas
são descortinadas, e pensamentos são materializados em curtidas e
compartilhamentos. Essa conduta, de certa forma, reflete a transferência para as
mídias digitais daquilo que evita expor interpessoalmente. Nesse contexto, o monitor
se converte no diário onde se imprime a essência pessoal e se constrói a
autoafirmação”.
Exercícios
1. (UEFS) Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se.
Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou.
Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou. Assentou-se.
Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou.
Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou.
Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou.
Depositou. Depositou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou.
Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou.
Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Saiu.
Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Dormiu. Roncou. Sonhou.
Sobressaltou--se. Acordou. Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Bebeu. Dormiu.
Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se...
MINO. Como se conjuga um empresário. Disponível em:
<http://docslide.com.br/documents/como-se-conjuga-um-empresario.html. Acesso
em: 18 jan. 2016.
Adaptado.

Considerando-se o conceito de coesão e coerência, é correto concluir que o texto


analisado:
a) se revela coerente essencialmente por meio da pontuação e da manutenção de um
único tempo verbal.

b) perde a progressão temática na medida em que a ausência de elementos coesivos não


garante sua coerência.

c) não possui uma relação lógica entre as palavras, que é garantida, unicamente, por meio
de elementos de conexão.

d) não permite o reconhecimento de pressupostos e subentendidos que possam


assegurar seu teor crítico pela falta de coesão.

e) apresenta a ordem e a carga semântica dos vocábulos sustentando a coerência do


enunciado, ainda que não existam elementos coesivos explícitos.

2. (UNIFESP) Enlace
No convento da senhorita Sandra Carvalho e cirurgião plástico Nóbrega Pernotta,
contraíram carmelitas ontem as próprias testemunhas sendo seus pais os laços
matrimoniais.
Millôr Fernandes
A graça, no texto de Millôr, decorre da:
a) alteração dos sentidos das palavras, já que a forma de organizá-las sugere outro
significado, diferente de enlace, proposto no título.

b) transgressão do princípio sintático de articulação das palavras, o que acaba por criar
associações inusitadas e singulares.

c) desorganização total do texto, que faz com que o leitor tente ordenar as palavras para
enten-dê-lo, o que não é possível.

d) organização das palavras segundo os padrões sintáticos da língua, o que garante a


manutenção do sentido do texto.

e) articulação das palavras dentro das convenções da língua, mas com outros matizes de
significação, o que altera, por exemplo, o sentido do título.

3. (UERJ) A namorada Havia um muro alto entre nossas casas.


Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da
goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.

Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail.


O pai era uma onça. (v. 2-4)

O primeiro verso estabelece mesma relação de sentido com


cada um dos dois outros versos. Um conectivo que expressa essa
relação
a) porém

b) porque
c) embora

d) portanto

4. (ENEM) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer


uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado
entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca
tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo
Botafogo na frente da sua área. No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol.
Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o
meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan.
Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase
que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2010/dia2_caderno5_amarelo_com_gab.
Acessado em: 18 de mar. 2019.
Adaptado.

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado
em 2009, contém vários conectivos, sendo que
a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a
bola de cabeça.

b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para
serem aplicadas no jogo.

c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em


ordem cronológica de ocorrência.

d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é
algo naturalmente esperado.

e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo


motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.

5. (ITA-adaptado) As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer


para manter nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças americanas vão
para a escola sozinhas hoje em dia. Mesmo quando vão de ônibus, são levadas pelos pais
até a porta do veículo. Chegou a ponto de colocarem à venda vagas que dão o direito de o
pai parar o carro bem em frente à porta na hora de levar e buscar os filhos. Os pais se
acham ótimos porque gastam algumas centenas de dólares na segurança das crianças.
Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho está numa cadeira de rodas,
você vai querer estacionar em frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos
portadores de deficiência. Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser
tratado como um inválido. Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em dia.
Isto É, 22 jul. 2009.

A palavra “isso” retoma o fato de


a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola.

b) Pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos.

c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola.

d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da escola.

e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os leva à escola.

6. (ENEM) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o


risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que
manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si
só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle
da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a
diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as
chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e
moderação, é altamente recomendável.
ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na


construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.

b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.

c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.

d) do termo “Também” exprime uma justificativa.

e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

7. (ENEM) Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma
série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que
disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano
influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia,
que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma
nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo
violento como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES, S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça
a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente
pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há
coesão por elipse do sujeito é:
a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas”.

b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”.

c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava


‘influência dos astros sobre os homens’”.

d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”.

e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do


organismo infectado”.

8. (IFSUL) Spine poetry, ou poesia de lombada, é a arte – pelo menos no sentido travesso
da palavra – de empilhar livros de tal forma que os títulos formem um todo inteligível.
Observe o poema de Sérgio Rodrigues:

Disponível em: <http://www.legal.adv.br/20130223/poesia-de-lombada-muito-


prazer/>. Acesso em: 28 de ago de 2018.

Sobre o poema produzido por Sérgio Rodrigues, é correto afirmar que


a) as palavras foram dispostas de forma aleatória, visando à construção de um texto
coerente.

b) o texto apresenta coerência, no entanto não possui coesão.

c) a coesão é estabelecida através dos nexos oracionais.

d) o poema possui coerência e coesão, as quais são obtidas através da semântica das
palavras.
9. (IME) Onde estou?
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço


De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes


Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era:


Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
SECCHIN, Antônio Carlos. Antologia temática da poesia brasileira – Faculdade de
Letras, UFRJ, 1.º semestre de 2004. (Obras, 1768)

O lugar a que se refere o autor na primeira estrofe é definido e referenciado pelos


elementos sublinhados em:
a) sítio e contemplá-lo. (versos 1 e 4)

b) prado e natureza. (versos 2 e 3)

c) diferente e tímido. (versos 2 e 4)

d) outra e tímido. (versos 3 e 4)

e) natureza e esmoreço. (versos 3 e 4)

10. (ENEM) Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de
jornal eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica
algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos
dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua
cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que
parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu
exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso
que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos
pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo também eu
preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De
modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar
neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando
parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há
muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de
calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a


articulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o
elemento a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em
crônica de jornal”.
b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.

c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.

d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.

e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

Redação da semana

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema O excesso de lixo no cenário brasileiro e os problemas
para o meio ambiente, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu
ponto de vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para
você escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Brasil produz lixo como primeiro mundo, mas faz descarte como nações pobres

O Brasil tem uma produção de resíduos sólidos por habitante por


ano semelhante à de países desenvolvidos, mas ainda tem um
padrão de descarte equivalente ao dos países pobres, com envio
para lixões a céu aberto e pouca reciclagem. É o que mostra uma
análise feita pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) por ocasião dos seis anos da
Política Nacional de Resíduos Sólidos, comemorados no começo do
mês.
O Brasil produz em média 387 quilos de resíduos por habitante
por ano, quantidade similar à de países como Croácia (também
387), Hungria (385) e maior que a de nações como México (360),
Japão (354) ou Coreia do Sul (358). Mas só destina corretamente
pouco mais da metade do que coleta (58%), enquanto esses países
trabalham com taxas mínimas de 96%. Em termos de destinação do
lixo, o Brasil está mais parecido com a Nigéria (apenas 40% vai para
o local adequado).
Dividindo os países por faixas de PIB per capita, é possível ver
que o Brasil produz lixo num ritmo semelhante a de outros países
que têm PIB per capita semelhante ao nosso, em torno de US$ 10
mil por ano. Mas a destinação é semelhante a de países com renda
bem inferior, de até US$ 1.000 por ano.
Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/brasil-
produz-lixo-como-primeiro-mundo-mas-faz-descarte-como-nacoes-pobres/.
Acesso em: 16 jun. 2019.

Texto 2
Apenas 3% de todo o lixo produzido no Brasil é reciclado

30% do lixo produzido no Brasil poderia ser reaproveitado.


Número de municípios que implantaram programas de reciclagem
aumentou.
No final do ano passado entrou em vigor o Plano Nacional de
Resíduos Sólidos como uma forma de incentivar a reciclagem de
todo tipo de lixo. O de casa, das ruas, da indústria e do comércio,
mas oito em cada dez municípios brasileiros ainda não têm
programa de coleta seletiva e os que têm poderiam reciclar muito
mais do que fazem hoje.
Desde domingo (5) supermercados de São Paulo só podem usar
sacolinhas feitas de matéria-prima renovável, menos prejudicial ao
meio ambiente. Os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas
de lixo – 30% poderiam ser reaproveitados, mas só 3% vão para a
reciclagem.
Em dez anos, o número de municípios que implantaram
programas de reciclagem aumentou de 81 para mais de 900. Mas
isso não representa nem 20% das cidades. Curitiba é a capital com
melhor programa de reciclagem. Das mais de 1,5 mil toneladas
diárias, cento e dez têm potencial pra reciclagem e quase 70% são
reaproveitadas.
Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/04/apenas-3-de-todo-
o-lixo-produzido-no-brasil-e-reciclado.html. Acesso em: 19 jun. 2019.

Texto 3
Dá para transformar lixo em energia?

Dá, sim. Se separarmos direitinho o lixo que tem bom potencial


energético, os dejetos de uma cidade como São Paulo seriam
suficientes para gerar energia para 400 mil casas! O principal
segredo é tascar fogo no lixo – afinal, o calor das chamas também
é uma forma de energia. Se o fogaréu for bem aproveitado em um
processo controlado, a energia calorífica pode ser usada para
produzir eletricidade, por exemplo. Até agora, essa tecnologia não
aportou no Brasil. O país até tem incineradores, mas eles servem
apenas para se livrar da sujeira – nenhum deles é adaptado para
produzir energia.
“No Brasil, 99% dos dejetos seguem para aterros sanitários, sem
gerar energia ou passar por qualquer reciclagem. Nas grandes
cidades, a escassez de áreas para novos aterros se tornou um
problema administrativo para as prefeituras”, afirma o biólogo
Hamilton João Targa, da Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (Cetesb) de São Paulo. Mas, mesmo nos aterros, daria
para aproveitar pelo menos uma parcela do potencial energético do
lixo. Bastaria pegar o metano gerado pelo processo de
decomposição do lixo orgânico, encanar o gás e abastecer casas e
indústrias, por exemplo. Há mais de 50 anos, os chineses
empregam esse método utilizando biodigestores, equipamentos
que fermentam controladamente o lixo orgânico. No Brasil, até esse
tipo de iniciativa é raridade.
No Japão, 62% do lixo vira energia. Na Suíça, 59%, na França,
37%.
No Brasil? Zero.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/da-para-transformar-
lixo-em-energia/. Acesso em: 18 jun. 2019.

Redação 600-
Tema: O excesso de lixo no cenário brasileiro e os problemas para o meio ambiente
Redação 900+
Tema: O excesso de lixo no cenário brasileiro e os problemas para o meio ambiente

Sugestão de reescrita
1 O documentário Lixo extraordinário retrata o trabalho do art ista
2 plást ico Vik Muniz no Jardim Gramacho, maior aterro sanitário da América
3 Lat ina. Embora a arte feita com resíduos de material reciclável tenha encantado
4 diversos espectadores no mundo, o excesso de dejetos ainda é um problema
5 para o meio ambiente no cenário brasileiro devido a fatores polí t icos e sociais.
6 Em primeiro lugar, cabe destacar a ausência de polí t icas públicas acerca do
7 descarte sustentável de lixo. Segundo dados divulgados pela revista Época, 85%
8 dos brasileiros não têm acesso à coleta selet iva. Dessa forma, devido à falta de
9 incent ivo e ao desconhecimento sobre a separação de resíduos, muitas pessoas
10 descartam irregularmente determinados produtos que podem contaminar os
11 solos, por exemplo, as pilhas e baterias. Isto se torna um problema à medida
12 que modelos de celulares são lançados anualmente e a população compra sem
13 necessidade.
14 Além disso, a ineficácia do controle e da fiscalização do descarte irregular
15 de dejetos prejudica o meio ambiente. Desde 2014, a Polí t ica Nacional de
16 Resíduos Sólidos estabeleceu o fechamento de lixões a céu aberto, entretanto,
17 essa proposta ainda não é eficaz, visto que o território brasileiro ainda possui
18 diversos ambientes inadequados para dest inar o lixo. Além disso, segundo
19 dados da WWF, o Brasil é um dos maiores produtores de lixo do mundo.
20 Assim, medidas são necessárias para consolidar as resoluções governamentais
21 sustentáveis.
22 Fica evidente, portanto, que o excesso de lixo é um problema no cenário
23 brasileiro. Dessa forma, o Ministério do Meio Ambiente deve fiscalizar e proibir
24 a atuação de lixões a céu aberto e subst ituí-los por aterros sanitários, visto que
25 são locais mais apropriados para o descarte de resíduos. Isso pode ser feito a
26 part ir de operações de órgãos públicos e fiscais da natureza com o objet ivo de
27 multar, fechar espaços irregulares e preservar o meio ambiente.
28
29
30
Resuminho mara de tudo o
que aprendemos

Você achou que eu não ia te dar um passo a passo hoje? (eu


quero ver você ga-ba-ri-tar). Bora fazer uma revisão geral da
redação no Enem?! Elaboramos um passo a passo no sentido de
evitar esquecimentos de última hora.
Após receber o caderno de questões com o tema da redação,
sua prova vai começar. Muitos alunos perguntam: devo iniciar pela
redação? A verdade é que não existe resposta pronta e absoluta
para essa questão. O que sempre costumamos dizer é que não
necessariamente você precisa começar por ela, mas também não
deve deixá-la por último. Em outras palavras, comece pela prova
que traz maior conforto, mas lembre-se de que, na falta de tempo, a
redação não pode ser escrita em forma de chute. Quando decidir
começar a escrever seu texto, se liga nas etapas a seguir:
1. Leia com atenção a proposta do tema. Normalmente, ela aparece na parte superior, em
negrito. Pare por alguns segundos e reflita sobre cada palavra que aparece na
composição da proposta, em separado e no contexto. Se for o caso, anote algumas
ideias que lhe surgem à mente, mesmo que de modo desordenado (ainda não é a hora
de se preocupar com isso). Depois, prossiga para a coletânea.

2. Leia os textos da coletânea. Sublinhe trechos que pareçam significativos para seu
texto. A leitura da coletânea nunca deve ser passiva; muito pelo contrário, você deve
buscar sempre interpretar e “processar” as informações ali presentes, de modo a criar
argumentos e referências úteis para a redação. Além disso, lembre-se de que, em
temas de abordagem muito ampla, a coletânea tem outra importante função: direcionar
o entendimento do tema e os aspectos que, no texto, devem ser trabalhados.

3. Faça uma listagem de ideias, argumentos e exemplos. Tudo o que vier à sua mente
deve ser colocado no papel, de modo que você possa, depois, selecionar e organizar os
elementos que parecem mais interessantes para a construção textual.

4. Produza um roteiro bem definido. Nesse roteiro, devem constar os tópicos


concernentes à introdução, ao desenvolvimento e à conclusão do texto. Para cada uma
dessas estruturas, leia os passos seguintes.

5. Introdução – as duas funções do parágrafo introdutório você já conhece: contextualizar


o tema e apresentar sua tese. Para isso, avalie o uso de referências interdisciplinares
(conhecimentos de história, geografia, literatura, física, biologia, entre outros, sempre
podem enriquecer sua redação) e seu grau de conhecimento de mundo acerca do tema.
Vale lembrar que a tese é uma ideia central a partir da qual são desenvolvidos os
argumentos. O mais importante, aqui, é deixar bem claro qual o “caminho” que seu texto
pretende seguir, fazendo a conexão com o desenvolvimento.

6. Desenvolvimento – defina se vai trabalhar com dois ou três parágrafos de


desenvolvimento, as duas formas são plausíveis em um texto de cerca de 30 linhas. O
que vale, aqui, é que, de maneira clara, coerente e organizada, você se mostre capaz de
problematizar a proposta do tema. Para isso, organize cada parágrafo com um tópico
frasal bem definido seguido de uma estratégia de ampliação inteligente. Além disso,
pense sobre de que modo o tema pode ser abordado em suas esferas social, cultural,
política, comportamental, científica, ambiental. Avalie também a pertinência de
propostas de intervenção específicas para a problemática apresentada em cada
parágrafo. Os “agentes” dessas propostas já nos são conhecidos, certo? O próprio
indivíduo, a família, a sociedade civil organizada, a iniciativa privada, o governo e a mídia
não só podem como devem fazer algo para atenuar um quadro que se revela negativo.

7. Conclusão – mais uma vez, é válido lembrar cada uma das funções do parágrafo de
conclusão: a) reafirmar o seu ponto de vista sobre o tema; b) apresentar a proposta de
intervenção com os cinco elementos: ação, meio, finalidade, agente e detalhamento; c)
por último, estabeleça um “diálogo” com a introdução – e com o título, se você tiver
feito – para garantir a circularidade do texto.

8. Escreva o rascunho em até quarenta e cinco minutos – você terá vinte minutos para
passar o texto a limpo e ainda um tempinho para revisar o texto. Lembre-se de que
controlar o tempo (e a redação deve “gastar” cerca de uma hora/uma hora e meia da
sua prova) é fundamental.

9. Releia o texto, preocupando-se com vírgulas, acentos, palavras “comidas” e afins. Faça
as últimas correções que se mostrarem necessárias.

O Descomplica, além de aulas das matérias


tradicionais que caem no vestibular, ainda
conta com o GEP Guia do estudo per f eito. O
Vallad, idealizador do GEP, quer te ensinar
como fazer a redação em 1 hora! Af inal, é
esse mais ou menos o tempo que você terá
no Enem. Uffa!

E tem mais! a Carol tem várias dicas


para aquele momento da redação que a
gente acha não saber nada sobre o tema.
Fica calmo, pega uma pipoquinha e vem
assistir essa aula comigo.

E para fechar com chave de ouro! Olha esse mapa mental


que preparamos para você sempre ter em mente o que precisa para
escrever a redação perfeita no Enem.
Olha aqui o vídeo que deu origem a esse
mapa mental lindíssimo!

Lembra quando falamos que teria um e-


Book com 25 possíveis temas de redação
no Enem? Chegou esse momento! o/ não vai
perder, né?!

Propostas de redações extras


Para garantir que você ficará craque na redação, separamos
mais 5 temas para você praticar. 9
Redação 1

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema Mobilidade urbana no século XXI: os desafios do ir e
vir na sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de
seu ponto de vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para
você escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Disponível em: http://www.ivancabral.com/2014/03/charge-do-dia-imobilidade-
urbana.html.
Acesso em: 15 jan. 2020.

Texto 2
Em meio à crescente frota de automóveis nas grandes cidades
do País, as bicicletas lutam para conquistar espaço. Levantamento
feito pelo G1 junto às prefeituras das 26 capitais do Brasil mostra
que, juntas, elas possuem 1.118 km de ciclovias – o que representa
apenas 1% do total da malha viária das cidades (97.979 km de
ruas).
O Brasil tem hoje cerca de 70 milhões de bicicletas, mas quase
não há lugares exclusivos e seguros para se trafegar, especialmente
nas metrópoles. Para o especialista em mobilidade Alexandre
Delijaicov, da Universidade de São Paulo (USP), o problema é que
não é dada prioridade a quem realmente precisa. “Mais de um terço
das viagens no país é feita a pé, a maior parte por uma população
que não tem dinheiro para se locomover. Não construir calçadas
mais largas e ciclovias é um absurdo”, diz.
O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) diz
que há um estímulo ao uso do carro por todos os lados. “Trata-se
de um urbanismo mercantilista, que só colabora para piorar a
construção coletiva da coisa pública.”
Disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/03/ciclovias-representam-
apenas-1-da-malha-viaria-das-capitais-no-pais.html. Acesso em: 22 jan. 2020.

Texto 3
O rodízio municipal de veículos de São Paulo ou também
chamado de Operação Horário de Pico pela CET é uma restrição à
circulação de veículos automotores na cidade de São Paulo.
Implantado de forma experimental a partir de 1996 com o propósito
de melhorar as condições ambientais reduzindo a carga de
poluentes na atmosfera, se consolidou como um instrumento para
reduzir congestionamentos nas principais vias da cidade, nos
horários de maior movimento. Para mitigar os efeitos dos
congestionamentos no trânsito e na qualidade do ar da cidade, a
Prefeitura de São Paulo estendeu o rodízio para a circulação dos
caminhões dentro do Centro Expandido a partir do dia 30 de junho
de 2008.
O rodízio foi estabelecido pela Lei Municipal 12.490, de 3 de
outubro de 1997, e regulamentada pelo Decreto 37.085 e suas
alterações.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rod%C3%ADzio_de_ve%C3%ADculos_de_S%C3%A3o_Paulo.Acesso
em: 18 jan. 2020.

Redação 2

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema O legado da cultura do funk para o processo de
identidade brasileiro, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu
ponto de vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para
você escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Funk pode ser reconhecido oficialmente como manifestação cultural popular

18/03/2019, 18h08
A proposta (PLC 81/2018) já aprovada pela Câmara dos
Deputados reconhece oficialmente o funk como manifestação
cultural popular e digna do cuidado e proteção do poder público. O
relator na Comissão de Educação no Senado, Humberto Costa (PT-
PE), lembrou que o movimento musical e cultural nascido nos
Estados Unidos chegou ao Brasil na década de 1970 e ganhou um
ritmo próprio. Ele lamentou que o funk carioca seja representado
nos meios de comunicação de forma preconceituosa.
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2019/03/funk-pode-
ser-reconhecido-oficialmente-como-manifestacao-cultural-popular. Acesso em: 10
fev. 2020.

Texto 2
“Fico chateado quando falam que funk não é cultura”

MC Leonardo, autor da trilha de Projeto Produção Cultural no Brasil

Criado na Rocinha, o cantor e compositor MC Leonardo é hoje


um dos mais articulados porta-vozes do funk carioca. Filho do
forrozeiro Chico Mota, que gravou com Jackson do Pandeiro,
conheceu cedo o coco e a embolada. Mas sua carreira coincide com
a origem e evolução do funk no Rio de Janeiro. É autor de Rap das
Armas, hit nacional do filme Tropa de Elite. Leonardo sintetiza seu
mundo cultural: “Dê ouvido ao funk, que voz a gente tem”. Ele
preside a Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk).
“Falam que as favelas do Rio têm facção. Quem tem facção é o
crime organizado, não as favelas. A favela sorri, chora, fica tensa. É
todo mundo junto”. Sua mobilização conseguiu pressionar os
parlamentares fluminenses a reconhecer o funk como manifestação
cultural e também a derrubar uma lei usada pela polícia para
reprimir os bailes. “Foi a saída do funk da segurança pública para
chegar à cultura”. MC Leonardo postula que, na verdade, a onda do
funk poderia ter sido aproveitada de forma positiva pelas
autoridades. “O governo devia ter se aproximado, ver o que poderia
fazer para a cidade poder lucrar com aquele acontecimento. E não
fez”. Ele garante não se chatear com quem diz que o funk é uma
cultura feia ou pobre, porque “gosto não se discute”. “Só quando
falam que não é cultura”, critica. “O funk colocou as favelas dentro
do mapa do Rio de Janeiro”.
Disponível em: https://diplomatique.org.br/fico-chateado-quando-falam-que-funk-
nao-e-cultura/.Acesso em: 18 fev. 2020.

Redação 3

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da
língua portuguesa sobre o tema A necessidade de discussão acerca
do autismo no Brasil, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu
ponto de vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para
você escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1

Art. 1.º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos


Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e
estabelece diretrizes para sua consecução.
§ 1.º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com
transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome
clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
I – deficiência persistente e clinicamente significativa da
comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência
marcada de comunicação verbal e não verbal usada para
interação social; ausência de reciprocidade social; falência em
desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de
desenvolvimento;
II – padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
interesses e atividades, manifestados por comportamentos
motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos
sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de
comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.
§ 2.º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada
pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12764.htm.Acesso em: 30 set. 2019.

Texto 2
Apesar de o autismo ter um número relativamente grande de
incidência, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada à
Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da
Saúde. A demora na inclusão do autismo neste ranking é reflexo do
pouco que se sabe sobre a questão. Ainda nos dias de hoje, o
diagnóstico é impreciso, e nem mesmo um exame genético é capaz
de afirmar com precisão a incidência da síndrome. “Existe uma
busca, no mundo todo, para entender quais são as causas
genéticas do autismo”, explica a Professora Maria Rita dos Santos e
Passos Bueno, coordenadora do núcleo voltado a autismo do
Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco do
Instituto de Biociências (IB) da USP.
Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-
no-brasil.Acesso em: 02 out. 2019.

Texto 3
Fake News! Um estudo apresentado em 1998, que levantou
preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o
sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo, foi posteriormente
considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que
o publicou. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico
que levou à queda das coberturas de vacinação e subsequentes
surtos dessas doenças. Não há evidência de uma ligação entre essa
vacina e o autismo/transtornos autistas.
Disponível em: http://www.saude.gov.br/fakenews/44429-vacinas-causam-
autismo-fake-news.Acesso em: 27 set. 2019.

Texto 4
Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/todas-as-
noticias/2018/abril/2-de-abril-dia-mundial-da-conscientizacao-do-autismo. Acesso
em: 8 out. 2019.

Redação 4

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema Desafios da Educação a Distância no Brasil,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não
se esqueça de que a folha com espaço para você escrever se
encontra ao final do livro.

Texto 1
Apesar de ser uma modalidade de ensino que está crescendo no
País, a educação a distância ainda possui dificuldades. As
mudanças aceleradas que vêm ocorrendo no mundo, aliadas ao
rápido desenvolvimento das tecnologias da informação, têm
aumentado a capacidade de modernização dos processos
educacionais e ampliado as possibilidades de interação entre
indivíduos separados geograficamente. A utilização da tecnologia
no ensino, através de meios eletrônicos e computacionais, pode
contribuir na resolução de muitos problemas educacionais.
O Ensino a Distância (EAD) é um método que permite a
realização de cursos de graduação, pós-graduação, especialização,
entre outros, sem a necessidade de comparecer às salas de aulas
convencionais. Ainda permite uma flexibilidade enorme em relação
ao horário de estudos e a realização das atividades.
Porém, o desenvolvimento de projetos de EAD exige mudanças
de hábitos, seja do professor, ao desenvolver o processo, seja da
equipe, que precisa valorizar o trabalho participativo, seja dos
alunos, que necessitam melhorar a sua capacidade de
autoformação, de modo a desenvolverem um processo de
aprendizagem em que a presença física do professor é eventual.
Apesar da modalidade de ensino a distância ter apresentado uma
grande quantidade de adeptos, existem vários obstáculos que
podem provocar desilusão do aluno e do tutor on-line.
Disponível em: https://www.ead.com.br/ead/possiveis-obstaculos-dos-cursos-a-
distancia.html.Acesso em: 04 maio 2019.

Texto 2
Infelizmente, grande parte da população não tem acesso aos
meios digitais ou à internet. Além disso, apesar das novas gerações
se adaptarem aos recursos digitais com maior facilidade, pessoas
nascidas antes da década de 1980 apresentam muitas vezes
dificuldades em lidar com as novas linguagens e os novos recursos
digitais.
A solução seria mais investimentos ao acesso destes recursos
na educação de base, integrados aos conteúdos comuns e políticas
públicas que tornem possível o acesso à internet e aos aparelhos
tecnológicos. A adaptação das gerações anteriores parece que a
cada dia avança mais e é uma questão de tempo e de oportunidade.
Disponível em: https://canaldoensino.com.br/blog/5-desafios-da-educacao-a-
distancia-no-brasil.Acesso em: 13 maio 2019.

Redação 5

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema A democratização do acesso à cultura em questão no
Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de
vista. Não se esqueça de que a folha com espaço para você
escrever se encontra ao final do livro.

Texto 1
Sabe-se que a Constituição é a lei fundamental e suprema de
uma nação, ditando a sua forma de organização e seus princípios
basilares.
Os Direitos Culturais, além de serem direitos humanos previstos
expressamente na Declaração Universal de Direitos Humanos
(1948), no Brasil encontram-se devidamente normatizados na
Constituição Federal de 1988 devido à sua relevância como fator de
singularizarão da pessoa humana. [...]

Nesse sentido, com o intuito de garantir o direito à cultura, assim


diz a Constituição:
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais.
§ 1.º O Estado protegerá as manifestações das culturas
populares, indígenas e afro-brasi-leiras, e das de outros grupos
participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2.º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de
alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
Disponível em: http://observatoriodadiversidade.org.br/site/o-direito-de-acesso-a-
cultura-e-a-constituicao-federal. Adaptado. Acesso em: 01 mar. 2020.

Texto 2
Desigualdades no acesso à produção cultural:
Entretenimento: a minoria dos brasileiros frequenta cinema uma
vez no ano. Quase todos os brasileiros nunca frequentaram museus
ou jamais frequentaram alguma exposição de arte. Mais de 70% dos
brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, embora
muitos saiam para dançar. Grande parte dos municípios não possui
salas de cinema, teatro, museus e espaços culturais multiuso.
Livros e Bibliotecas: o brasileiro praticamente não tem o hábito
de leitura. A maioria dos livros estão concentrados nas mãos de
muito poucos. O preço médio do livro de leitura é muito elevado
quando se compara com a renda do brasileiro nas classes C/D/E.
Muitos municípios brasileiros não têm biblioteca, a maioria destes
se localiza no Nordeste, e apenas dois no Sudeste.
Acesso à Internet: uma grande porcentagem de brasileiros não
possui computador em casa, destes, a maioria não tem qualquer
acesso à internet (nem no trabalho, nem na escola).
Profissionais da Cultura: a metade da população ocupada na
área de cultura não tem carteira assinada ou trabalha por conta
própria (Fonte: Ministério da Cultura – IBGE – IPEA).
Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/culture-and-
development/access-to-culture/. Acesso em: 13 mar. 2020.

9 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Dicas de gramática

Você verá nesse apêndice algumas normas, conceitos e dicas


com relação à gramática para lhe ajudar a não perder preciosos
pontos na redação. Ah! Esse e os demais conteúdos completos de
língua portuguesa você pode ver no nosso plano de redação, acesse
aí: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Crase
Você já conhece todas as competências de análise da sua
redação do Enem, certo? Então você entende bem a competência 1,
que analisa a norma culta. Assim, para que você garanta cada vez
mais pontos nessa competência, apresentaremos dicas
fundamentais de compreensão e utilização de um dos recursos
mais errados no vestibular, a crase, a fim de que você, de fato,
garanta os 200 pontos nessa competência. Vamos juntos?

O acento grave e o fenômeno de


crase
O fenômeno de crase é composto pela junção de duas vogais
iguais, no caso, a vogal A, uma funcionando como preposição e
outra como artigo definido. Quando houver a exigência de uma
preposição obrigatória e um termo definido pelo artigo, marca-se o
encontro dessa repetição por meio do acento grave. Veja alguns
exemplos:
Vou à igreja.

No exemplo, há a junção da preposição a, exigência do verbo ir, e


do artigo definido a, necessário na definição do substantivo igreja.
Por essa necessidade de colocação de duas vogais a, utiliza-se o
fenômeno da crase. Note que, se o substantivo utilizado fosse
masculino, o artigo necessário seria o definido o. Dessa forma, não
se colocaria o acento grave, uma vez que não haveria a
superposição de vogais idênticas:
Vou ao shopping.

E a decoreba?
Na escola, é comum que os professores ensinem diversos casos
gerais e exceções para o uso da crase. Aqui, como queremos
descomplicar de vez a sua vida e, é claro, facilitar a sua lembrança
na hora do vestibular, abriremos mão de todos os casos específicos
e faremos a análise do fenômeno da crase partindo de três
condições. Todas as três precisam ser satisfeitas, ou não teremos o
fenômeno da crase. Vamos ver?
1. Deve haver uma preposição “a” obrigatória;

2. O termo posterior ao “a” precisa estar no gênero feminino;

3. O termo posterior ao “a” precisa ser definido ou definível.

Observação: Para identificarmos se uma palavra do gênero feminino pode ser


definida ou definível é só colocarmos o artigo definido “a” antes dela. Se o “a”
puder ser aplicado corretamente, a terceira e última condição para o uso da
crase será realizada. Ou seja, se a palavra for do gênero feminino e se puder ser
definida, haverá a utilização da crase.

Vamos para os exemplos:


Solicitei à agência um novo cartão de crédito.

Utilizando as três condições apresentadas, podemos perceber: 1.


que o verbo solicitar pede uma preposição a (afinal, quem solicita,
solicita alguma coisa a alguém, certo?); 2. que o substantivo
agência, aqui funcionando como objeto indireto, está no feminino; e
3. o mesmo termo, agência, é definido ou definível (tanto podemos
falar “agência bancária” ou “a agência bancária”). Assim, o termo
agência, por ser um substantivo feminino, pode ter um artigo que
preceda sua utilização. Sacou?
Nas próximas férias, Eduardo Valladares irá à Bahia.

Assim como no exemplo anterior, é possível identificar a crase


pelas três condições: 1. o verbo ir pede uma preposição a (quem vai,
vai a algum lugar, não é?); 2. Bahia está no feminino; e 3. Bahia é
um termo definido ou definível (“A Bahia é linda!”). Usamos, então, o
acento grave.
Casos importantes
Sabe quando você vai almoçar fora, abre o cardápio e encontra
um festival de crases? Sim, há casos importantes ali. Acontece que
muitas nomeações deixam subentendida a expressão “à moda (de)”
ou “ao estilo (de)” e o acento grave é obrigatoriamente usado nas
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas pela
preposição “a”. Por isso, utilizamos crase e, muitas vezes, não
percebemos esse fenômeno. Vamos ver alguns exemplos?
Filé à gaúcha (= à moda gaúcha, dos gaúchos)
Arroz à grega (= à moda grega, dos gregos)
Bife à milanesa (= à moda milanesa, de Milão)
Bife à Oswaldo Aranha (= à moda de Oswaldo Aranha)

Se houver um artigo indefinido antes de um substantivo, analise


com cuidado!
No próximo sábado, irei a uma grande exposição.

Note que, ainda que o verbo ir peça uma preposição a e que


grande exposição esteja no feminino, o artigo uma impede que
ocorra o fenômeno da crase, uma vez que ele é indefinido, ou seja,
não podemos satisfazer a terceira condição.
Referiu-se a ele.

Referiu-se à Juliana.

Note que temos aqui duas frases parecidas, mas que, ainda
assim, se comportam de forma diferente com relação ao uso da
crase. Na primeira frase, não utilizamos o acento grave. Aqui, a
terceira condição não foi satisfeita. Não usamos o artigo a antes de
pronomes, de qualquer classificação.
Ajoelhou-se perante a mulher.

Perante é uma preposição. Dessa forma, o a que vem depois já é


um artigo. Não precisamos, aqui, utilizar a preposição a, uma vez
que já temos outra preposição.
Fui até a lanchonete.

Aqui, a preposição é facultativa. O até é a única preposição que


admite o uso de outra preposição associada a ela. Portanto,
também poderemos dizer “fui até à lanchonete”.

E a crase associada a lugares?


Há um “macete” interessante na identificação da crase quando
falamos de lugares. Sempre que você encontrar alguma frase
relacionada a algum lugar, tente usar a expressão “Vim de/do
(lugar)”. Se você utilizar o da (ou o do), quando construir a
expressão “Vou à”, você colocará a crase ( já que do ou da é a
junção da preposição de com um artigo o/a). Entretanto, se você, na
frase, utilizar o de, a construção não apresentará crase (uma vez
que o de é apenas uma preposição, não havendo um artigo). Vamos
ver exemplos?
Fui à Argentina. (Vim da Argentina)
Vou à Bahia. (Vim da Bahia)
Vou a São Paulo. (Vim de São Paulo)
Fui a Paris. (Vim de Paris)

Dica
Assim como citamos anteriormente, em vários casos, substituir
o substantivo que vem depois da vogal a por uma palavra no
masculino pode ajudar na definição da crase. Veja:
Referiu-se à mulher. Referiu-se ao homem.

Crase diante de pronomes relativos a


qual e as quais
Ocorrerá crase com os pronomes relativos a qual e as quais
quando esses pronomes vierem antecedidos pela preposição a,
exigida por um termo da oração que tais pronomes introduzem.
A cidade à qual iremos possui praias às quais chegaremos.

Quem e cuja
Os pronomes quem e cuja não admitem a anteposição do artigo;
portanto, diante deles não ocorrerá crase.
Esta é a mulher a quem obedeço.

Que
Diante do pronome relativo que, normalmente não há crase, pois
esse pronome não admite a anteposição do artigo.
Esta é a faculdade a que aspiro.

Horário/tempo
Antes de locuções adverbiais de tempo, cujo núcleo é a palavra
“hora” (ou seu plural, “horas”), ocorre crase.
Chegarei domingo às 18 horas.

O acidente ocorreu ontem às 13:30.

• Não há crase depois das preposições: para, até, após, desde


entre.
Antecipei minha consulta para as 14h. Só vou esperar por você até as 15h. Podemos nos
encontrar após as 19h.

• Não há crase quando a preposição de aparece sozinha, ainda que


ela esteja implícita.
A minissérie será exibida de 3.ª a 6.ª.

• Há crase quando a preposição de aparece combinada com artigo,


ainda que ela esteja implícita.
A aula de dança acontece das 15 às 17 horas.

Que tal assistir esse vídeo para tirar


qualquer duvidazinha que tenha f icado e
aprender de uma vez por todas as usar
crase? Ah! E ainda tem um mapa mental
lindão para você baixar.

Exercícios
1. Em alguns nomes de lugares femininos não é correto utilizar a crase. Assinale a
alternativa em que ocorre esse uso incorreto:
a) Marta foi à Itália.

b) Joana foi à Bahia.

c) Jonas foi à Argentina.

d) Marcos foi à Londres.

e) Não há alternativa incorreta.

2. (PUC) A frase em que o acento grave indica corretamente a ocorrência de crase é:


a) Ele deve muito aos pais, que sempre lutaram ombro à ombro para garantir-lhe um bom
tratamento médico.

b) Puseram a vítima e o acusado frente à frente, para o possível reconhecimento do


agressor.
c) Acompanhou-o à passo durante sua estada no Brasil.

d) Quero que você fique bem à vontade para negar meu pedido, se não puder atendê-lo.

e) Ele sempre vem à pé, por isso costuma atrasar-se.

3. (UFMS) Avalie as duas frases que seguem:


I. Ela cheirava à flor de romã.

II. Ela cheirava a flor de romã.


Considerando o uso da crase, é correto afirmar:
(01) As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto.

(02) As duas frases são ambíguas em qualquer contexto.

(04) A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã.

(08) A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã.

(16) O “a” da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase.

4. (PUC) Assinale a alternativa que preencha, pela ordem, corretamente as lacunas.


“____seis da manhã, já estávamos____esperar o trem que nos levaria____cidadezinha,
onde iríamos ________ ____ cavalo, ____ fazenda do Sr. Juca.”
a) às – à – a – à – à

b) às – a – à – à – a

c) as – a – à – a – à

d) às – a – à – a – à

e) as – à – à – a – a

5. (UFSCar) Leia as frases a seguir.


I. A conclusão do inquérito foi prejudicial ____ toda categoria.

II. Mostrou-se insensível ____ qualquer argumentação.

III. Este prêmio foi atribuído_____melhor aluna do curso.

IV. Faço restrições ____ ter mais elementos no grupo.


Indique a alternativa que, na sequência, preenche as lacunas acima corretamente.
a) a – a – à – a

b) à – à – à – à

c) à – à – a – a

d) à – à – a – à

e) a – a – à – à

6. (EEAR) Leia o texto abaixo e responda à questão a seguir:

Salve, lindo pendão 1 da esperança,

Salve, símbolo augusto 2 da paz!


Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz.
(trecho do Hino à Bandeira – letra de Olavo Bilac, música de Francisco Braga)
Glossário:

1
pendão: bandeira, flâmula
2
augusto: nobre

No fragmento do texto “Tua nobre presença à lembrança; A grandeza da pátria nos


traz”, ocorre crase:
a) por haver um verbo, embora posposto, que reclama a preposição “a”.

b) por conta da presença da preposição “traz” que reclama a ocorrência de crase.

c) para evitar a ambiguidade gerada pela inversão dos versos, tratando-se de uso de
acento diferencial.

d) para que o leitor reconheça o sujeito “à lembrança”, por meio do acento grave em seu
adjunto adnominal “a”.

7. (FUVEST) Leia a frase a seguir:


O progresso chegou inesperadamente ______ subúrbio. Daqui ______ poucos anos,
nenhum dos seus moradores se lembrará mais das casinhas que, ______ tão pouco tempo,
marcavam a paisagem familiar.
Indique a alternativa que preenche as lacunas acima corretamente
a) aquela – a – a

b) àquele – à – há

c) àquele – à – à

d) àquele – a – há

e) aquele – à – há

8. (PUC) Foi mais ____ de um século que, numa região de escritores, propôs-se a maldição
do cientista que reconduziria o arco-íris ____ simples matéria: era uma ameaça ____ poesia.
a) a – a – à

b) há – à – a

c) há – à – à

d) a – a – a

e) há – a – à

9. (UFPI) Assinale a alternativa em que haveria acento grave, indicativo de crase.


a) Simão Bacamarte preferiu a ciência ao conforto dos amigos.

b) Os amigos pediram a ele que reconsiderasse.

c) Simão Bacamarte obedeceu a voz da razão.

d) Ele respondeu a tudo com muita convicção.

e) Dirigiu-se logo para a Casa Verde.

10. ____ noite, todos os operários voltaram ____ fábrica e só deixaram o serviço____ uma
hora da manhã.
a) há – à – à

b) a – a – a

c) à – à – à

d) à – a – há
e) a – à – a
O uso da vírgula

O uso da vírgula é um recurso muito importante não só para a


organização, mas também para a progressão textual. Muitas vezes,
pode gerar bastante dúvida, mas nosso objetivo é solucioná-las!
Queremos tornar o estudo do uso das vírgulas realmente eficiente,
para isso vamos mostrar algumas regras e dicas de utilização! Ah,
também tem exercícios para você praticar e tudo ficar o mais claro
possível na hora de utilizar na redação.

Principais usos da vírgula


1. Isolar o vocativo
Todo mundo conhece o vocativo, né? Sim, aquele termo utilizado
como forma de chamamento no discurso direto. O vocativo precisa
ser isolado por uma vírgula, sempre. Quando estiver no início da
frase, por uma; no meio, por duas. Sabe quando a sua mãe quer lhe
dar uma bronca, esquece logo o apelido fofo e parte para o nome
completo? É nesse momento que ela usa a vírgula com vontade:
“Pedro Henrique Silva, venha aqui agora!”.

2. Isolar o aposto explicativo


Sabe quando você precisa explicar, tornar mais clara alguma
coisa na sua redação? É exatamente nesse momento, quando você
for utilizar um aposto explicativo, que a vírgula deve aparecer.
Quando o Rafa for dar essa aula, podemos anunciá-la assim: “Hoje,
o Vallad, rei da organização, vai lhe ensinar a nunca mais esquecer
o planejamento da redação!”.

3. Enumerar mais de dois elementos


Um exemplo já explica bem este uso: “No Descomplica, você
encontra aulas ao vivo diárias, correção de redação, monitorias e
muito mais!”. Muitas vezes, ao mostrar dados, exemplos, fatos, é
necessário enumerar algumas coisas. A vírgula, aqui, funciona
muito bem.
4. Omitir uma palavra por meio da elipse
Lembra-se da aula de coesão? Quando citamos a coesão
referencial, que trabalha evitando repetições, sempre citamos a
vírgula. Com um bom uso da vírgula podemos evitar a repetição de
verbos em uma oração, por meio de um recurso denominado elipse.
A elipse é, portanto, a omissão de um termo que já foi dito
anteriormente e pode ser entendido pelo contexto. Veja o exemplo:
“Minha irmã faz faculdade de Direito; eu, de Medicina”.

5. Isolar expressões explicativas


Quando você precisa explicar ou exemplificar alguma coisa, a
vírgula sempre funciona bem. Expressões como “ou melhor”, “ou
seja”, “isto é”, “por exemplo” etc., precisam ter a vírgula por perto,
acompanhando, para que tenham o destaque merecido. Elas são
importantes na retificação de algumas informações, deixando tudo
mais claro. Apesar desse uso interessante, vale uma dica: evite
utilizar tais expressões na redação. Quando, no texto, surge um “ou
melhor”, por exemplo, é como se você estivesse admitindo para o
leitor que tudo o que foi dito antes não ficou tão claro, ou seja, é
como se estivesse desmerecendo suas próprias palavras.

6. Anteceder conjunções coordenativas


As conjunções coordenativas são divididas em adversativas,
conclusivas, explicativas e alternativas. Alguns exemplos são:
“mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “pois”, “porque”, “logo” e
“portanto”. Veja: Nós sabemos que o vestibular cansa, mas é só
este ano! Depois passa!.

7. Anteceder a conjunção “e” quando o sujeito das orações for


diferente
Por exemplo: “Bruna foi ao shopping, e Manoel foi à praia”.
Olha o último conteúdo extra aí, minha gente!
Aqui você verá uma aula com diversas
dicas sobre como aplicar da melhor
maneira as vírgulas na redação. 10

Exercícios
1. Atendo-se aos enunciados que seguem, sua tarefa consistirá em analisá-los, levando
em consideração o uso ou não da vírgula. Em seguida, ative seus conhecimentos no
sentido de deixar registradas as impressões obtidas por meio de tal análise.
A mãe da garota eufórica resolveu buscá-la mais cedo no colégio.
A mãe da garota, eufórica, resolveu buscá-la mais cedo no colégio.

2. (FAAP) Justifique as vírgulas empregadas nas seguintes frases:


a) “Em 1695, sete mil homens veteranos marcharam sobre Palmares.”

b) “E vive ainda a lembrança do último Zumbi, o rei de Palmares, o guerreiro que viveu na
morte o seu direito de liberdade e de heroísmo...”

3. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação
que devem preencher as lacunas da frase ao lado: Quando se trata de trabalho
científico____ duas coisas devem ser consideradas____ uma é a contribuição que o trabalho
oferece____ a outra é o valor prático que possa ter.
a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula.

b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula.

c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula.

d) ponto e vírgula, dois pontos, ponto e vírgula.

4. (IBGE) Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas
lacunas da frase abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência.
Aos poucos___a necessidade de mão de obra foi aumentando ___ tornando-se
necessária a abertura dos portos ___para uma outra população de trabalhadores___os
imigrantes.
a) O – ponto e vírgula – vírgula – vírgula

b) O – O – dois-pontos – vírgula

c) vírgula – vírgula – O – dois pontos

d) vírgula – ponto e vírgula – O – dois-pontos

e) vírgula – dois-pontos – vírgula – vírgula

5. Assinale a alternativa cujo período dispensa o uso de vírgula:


a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens frente à nova situação.

b) O autor busca um meio capaz de gerar um conjunto potencialmente infinito de formas


com suas propriedades típicas.

c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora examinava o documento.

d) Suas palavras embora gentis continuam um fundo de ironia.

e) Tudo isto é muito válido mas tem seus inconvenientes.

6. (ITA) Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as


prescrições das regras gramaticais da norma culta:
a) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao
vestibular convencional, baseado, principalmente, na avaliação dos conteúdos. (Folha
de S. Paulo, 24/8/1999.)

b) Elevar-se é uma aspiração humana a que música, essa arte próxima do divino, assiste
com uma harmonia quase celestial. (Bravo!, 7/1998.)
c) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. (IstoÉ,
5/11/1997.)

d) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos


males do sono. (Época, 3/8/1998.)

e) Acho impossível, e mesmo raso, analisar que é o teatro infantil fora de um contexto
social. (O Estado de S. Paulo, 4/7/1999.)

7. (FGV - adaptada) Em cada um das lacunas abaixo, você poderá colocar ou não um sinal
de pontuação. Sua decisão não deverá contrariar as regras de pontuação vigentes.
Quem ensina ou orienta ___ precisa desenvolver __ a habilidade de ser empático __ a
empatia __ consiste __ na capacidade de colocar-se __ no lugar do outro __ de ver as coisas
da perspectiva dele __ por exemplo __ uma professora __ ao avaliar um novo jogo de
palavras cruzadas destinado a ampliar __ o vocabulário de suas crianças __ pode achá-lo
fascinante __ mas deve perguntar-se __ se as crianças lidarão bem com o novo jogo __
será que elas vão gostar __ será que vão entender as regras de funcionamento __ será que
o vocabulário vai realmente ser ampliado __

8. (FGV) Leia o fragmento abaixo, do conto A Cartomante, de Machado de Assis. Depois,


responda às perguntas.
“Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada;
Camilo, não só o estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes,
e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. A casa do
encontro era na antiga Rua Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo
desceu pela da Guarda Velha, olhando de passagem para a casa da cartomante.”
Justifique o uso da vírgula depois da conjunção e, no seguinte trecho do texto: “... e, por
mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado...”

9. (UNICAMP)
Na tira de Garfield, a comicidade se dá por uma dupla possibilidade de leitura.
a) Explicite as duas leituras possíveis e explique como se constrói cada uma delas.

b) Use vírgula(s) para discernir uma leitura da outra.

10. (MACKENZIE) E se baratas, ratos, moscas e mosquitos fossem exterminados?


O mundo seria bem menos nojento – essa é a opinião de muita gente. Mas pense bem:
as consequências ruins seriam maiores que as boas. Lembre-se das aulas na escola sobre
equilíbrio ecológico. Baratas, ratos, moscas e mosquitos são elos fundamentais da cadeia
alimentar da qual você também faz parte. Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua
vida depende dos pernilongos. Odair Correa Bueno dá um exemplo: “Larvas de mosquitos
se alimentam de partículas em suspensão na água e também servem de comida para
peixes. Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios e faltaria alimento
para os peixes”.
Disponível em: https://super.abril.com.br/ideias/e-se-baratas-ratos-moscas-e-
mosquitos-fossem-exterminados/. Acesso em: 19 jun. 2020

Assinale o par de frases em que as vírgulas foram empregadas de acordo com a


mesma regra.
a) E se baratas, ratos, moscas e mosquitos fossem exterminados?
Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua vida depende dos pernilongos.
b) Baratas, ratos, moscas e mosquitos são elos fundamentais da cadeia alimentar…
Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios…
c) Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua vida depende dos pernilongos.
Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios…
d) Baratas, ratos, moscas e mosquitos são elos fundamentais da cadeia alimentar…
Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua vida depende dos pernilongos.
e) E se baratas, ratos, moscas e mosquitos fossem exterminados?
Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios…

10 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Noções básicas de ortografia e
aspectos linguísticos
A ortografia é forma convencional pelo qual se representa na
escrita uma língua. Em geral, o sistema de grafia oficial das línguas
é estabelecido pela tradição oral e a origem e história das palavras.
Além disso, o sistema ortográfico oficial do Brasil é o que foi
estabelecido nas bases do novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, acordo entre os países falantes de Língua Portuguesa,
entre eles: Portugal, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, Brasil,
Moçambique, Timor Leste e São Tomé e Príncipe.
Caso haja dúvidas sobre a escrita de palavras da Língua
Portuguesa, utilize o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
(VOLP) para tirar suas dúvidas. O VOLP é elaborado pela Academia
Brasileira de Letras, em consonância com o novo Acordo
Ortográfico.

Acentuação gráfica
São utilizados acentos agudo ou circunflexo na 3.ª pessoa de alguns verbos: ele vem,
eles vêm; ele tem, eles têm; ele contém, eles contêm; ele convém, eles convêm; ele crê, eles
creem; ele revê, eles reveem.

• Leva acento agudo ou circunflexo a forma verbal terminada em


e, o tônicos, seguida de lo, la, los, las: fá-lo, movê-lo-ia, sabê-lo-ia
• Leva acento agudo a vogal tônica i das formas verbais oxítonas
terminadas em -air e -uir, quando seguidas de -lo(s), -la(s) no
caso de perderem o r final: atraí-lo (s) [de atrair--lo(s)], possuí-
la(s).
• Leva acento circunflexo diferencial a sílaba tônica da 3.ª pessoa
do singular do pretérito perfeito pôde, para distinguir-se de pode
forma da mesma pessoa do presente do indicativo.

Grafia de palavras
• As flexões dos verbos e nomes mantêm o s ou o z das formas
básicas: fazia, fiz → fazer; analisamos, analisarei → analisar.

• Escrevem-se com s as formas dos verbos pôr e querer e


derivados: pus, pusesse → pôr; dispus, dispusera → dispor; quis,
quisesse → querer.
• Escrevem-se com ç (ção) substantivos derivados dos verbos da
1.ª conjugação: armação → armar; demonstração → demonstrar;
doação → doar.

• Escrevem-se com ç (ção) substantivos da família de verbos em -


gir, -guir, -quirir, pôr, ter e torcer: ação → agir; reação → reagir;
deposição → depor.

Aspectos linguísticos
• A fim de ou afim de? A palavra “a fim” indica finalidade e significa
“para”, “com o propósito”, “com o intuito”. “Afim” é um adjetivo que
significa “igual”, “semelhante” ou “parecido”.
• A ou há? O “há” vem do verbo haver, que é utilizado somente no
sentido de indicar tempo decorrido ou de “existir”. Já o “a” se
refere a alguma coisa que ainda vai acontecer.

• Acerca ou cerca de? “Acerca” é sinônimo de “a respeito de” ou


“sobre”, enquanto “cerca de” significa “aproximadamente”, “mais
ou menos”.
• Em vez de ou ao invés de? “Em vez de” indica substituição ou
troca. “Ao invés de” indica algo inverso e supõe uma oposição.
• O uso dos porquês: por que > pode ser substituído por “por qual
razão”, “por qual motivo”; por quê > é utilizado em final de frases,
antes de um ponto; porque > pode ser substituído por “pois”, “já
que”, “uma vez que” e resposta para explicação ou causa; porquê >
é um substantivo e pode ser substituído por “causa”, “razão”,
“motivo” e é sempre acompanhado por um determinante (numeral
ou artigo).

• Onde ou aonde? “Onde” indica o lugar em que algo ou alguém está


e serve para expressar a ideia de lugar. “Aonde” também é usado
para indicar lugar em que algo ou alguém está, contudo, deve-se
observar se o verbo com o qual ele se relaciona exige a preposição
“a”. O advérbio aonde transmite a ideia de lugar para o qual se vai,
ou seja, destino ou movimento.

Exercícios

Texto para as questões de 1 a 9


Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Aspctos arcáicos entranhados na violência

A hierarquia social da qual a mulher não ocupava, foi sendo


rompida apartir do fim do voto censitário em 1930, grandes revoltas
feministas e uma rica literatura romantica – sendo enfática as
obras de José de alencar – ajudaram no ganho do espaço da
mulher na sociedade. Porém valores arcáicos como a violência
feminina vem sendo adquiridos por uma sociedade do século XXI.
É alarmante o crescimento de forma absurda, diga-se de
passagem, da violência diária que milhões de mulheres vem
enfrentando. Violências de caráter físicos e psicológicos foram as
mais registradas no balanço de 2014.
O governo diante de tal situação foi obrigado a tomar medidas
sérias. A separação dos vagões de trem, foi uma das inúmeras
medidas que houveram de ser tomadas a fim de minimizar a
violência apartir do assédio que vinham sendo relatadas a central de
atendimento a mulher, da qual 70% das mulheres ligavam.
Levando em consideração os aspectos arcáicos ainda
entranhados naqueles que ainda praticam a violência vemos
medidas tanto publicitárias como legislativas sendo tomadas com
intuito de extinguir a persistência da violência feminina em nosso
País. Inúmeras publicidades vem ganhando adesões de proporção
escalar da sociedade em busca do fim da violência contra a mulher
na sociedade brasileira.

1. Cite os desvios de norma-padrão cometidos na redação.

2. Em qual competência o candidato será avaliado pelos desvios de norma-padrão?


Justifique sua resposta.

3. A partir dos seus conhecimentos acerca do fenômeno da crase, analise a expressão


“central de atendimento a mulher” e indique se deve haver ou não a utilização do acento
grave.

4. Indique se a introdução pode ser considerada exemplar. Justifique sua resposta.


5. Identifique os problemas apresentados nos parágrafos de desenvolvimento.

6. Explique por que os recursos coesivos são importantes para a redação. Cite um
fragmento do texto que ilustre uma falha coesiva devido à ausência desses recursos.

7. O título apresentado na redação foi bem empregado? Justifique sua resposta.

8. Comente acerca da quantidade de linhas utilizada em cada parte do texto.

9. Quais são os problemas apresentados na proposta de intervenção?

10. Leia o fragmento a seguir:


“A separação dos vagões de trem, foi uma das inúmeras medidas que houveram de ser
tomadas a fim de minimizar a violência apartir do assédio que vinham sendo relatadas a
central de atendimento a mulher, da qual 70% das mulheres ligavam.”

Comente a falha argumentativa acerca da utilização do dado estatístico.


Gabarito dos exercícios

SEMANA 1
1. B

Nota-se que o trecho exposto apresenta, primeiramente, um


registro informal, marcado por uma linguagem familiar de uma
mensagem transmitida de um pai para o seu filho e, depois, um
registro formal que é a sequenciação das ações narradas de acordo
com as regras gramaticais.
2. A
Para combater o formalismo parnasiano e a mentalidade
acadêmica, a linguagem utilizada no trecho revela que optaram pela
representação do cotidiano da cidade de São Paulo a partir da
utilização de uma linguagem informal, próxima do jornalismo,
usando como recurso a transcrição de períodos curtos e
fragmentados na própria sequência do discurso.
3. E
São exemplos de linguagem formal e coloquial as frases “Posso
lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa, vai...”,
respectivamente. A primeira obedece às normas da gramática
normativa e a segunda é uma situação de próclise em início de
oração (pronome antes do verbo) é um caso de fala do cotidiano.
4. D
De acordo com a tirinha, a última frase de Calvin rompe com a
expectativa do leitor, pois o uso da locução interjetiva “qual é!”, típica
da linguagem informal, se opõe ao registro linguístico altamente
especializado que é utilizado até o momento.
5. B
“Quando eu falo com vocês procuro usar o código de vocês”
apresenta uma posição de respeito por parte do emissor (no caso, o
indígena) perante o código linguístico (no caso, a Língua
Portuguesa). Assim, o emissor, ou seja, quem fala, demonstra
respeito e quer ser respeitado também.
6. E
De acordo com o texto, como o Twitter limita o uso de apenas
140 caracteres na emissão de mensagens, exige, também, a
produção de frases claras e objetivas, o que potencializa a
comunicação de forma interativa e direta.
7. A
O Concretismo é um movimento vanguardista brasileiro que
surgiu em 1950, reagindo aos padrões estéticos tradicionais,
visando à exploração de todas as potencialidades das palavras no
âmbito semântico, fonético e a disposição na página. Nesse sentido,
cada poema é uma espécie de enigma a ser decifrado, o que
depende da sensibilidade e criatividade de cada leitor. No poema em
questão, as letras que compõem as palavras “he” e “she” estão
dispostas de forma significativa, de maneira a sugerir a ligação
entre o “homem” e a “mulher”, fazendo uma referência ao contrato
social que é o casamento.
8. A
Na questão, há a presença de linguagem verbal, a qual tem como
objetivo mostrar como a reciclagem na garrafa pet pode se tornar
um novo produto, por exemplo, um tecido. Assim, a imagem é
utilizada como uma estratégia argumentativa para influenciar o
comportamento do leitor.
9. E
Ao explicar os usos do “ter” e do “haver” ao longo da história, a
autora critica o comportamento normativo ao questionar uma visão
hierárquica do uso da língua sobre apenas um dos verbos.
Comprova, assim, que os comportamentos puristas são prejudiciais
à compreensão da constituição linguística na seguinte passagem:
“nada é categórico e um purismo estreito só revela um
conhecimento deficiente da língua”.
10. A
O termo “curtir”, usado anteriormente pela mulher com o sentido
de aproveitar ou desfrutar o relacionamento de ambos, foi entendido
de forma incorreta pelo rapaz, no último quadrinho, visto que ele se
apressa para entrar na rede social e pressionar o botão “curtir”,
demostrando que gostou e aprovou determinada publicação. Nesse
sentido, o objetivo da tirinha é criticar a superficialidade com que as
relações amorosas são expostas nas redes sociais.

SEMANA 2
1. D

O texto pode ser classificado como informativo, por apresentar


uma série de informações sobre a arqueologia, visto que o foco é na
mensagem que será transmitida ao leitor.
2. C
O eu-lírico presente na canção de Marisa Monte escreve um
vilarejo, apresentando seus principais elementos e características.
Portanto, podem-se identificar, no texto, sequências tipológicas
predominantemente descritivas.
3. E
Clarice Lispector apresenta – por meio de verbos de ação no
pretérito perfeito e no pretérito imperfeito do indicativo, por exemplo,
“passei”, “falava”, “mexia”, “interrompia”, “respondia”, “exasperava” –
uma sequência de ações que revelam as estratégias usadas pela
narradora para irritar o professor a fim de chamar a sua atenção.
Assim, trata-se de uma narrativa em que se contam fatos ocorridos.
4. D
O excerto é um exemplo de texto descritivo pela predominância
de verbos no pretérito imperfeito do indicativo (“irradiava”, “era”,
“percebe-se”, “caminhava”, “incluía”, “borboleteavam”), pela
enumeração de características marcadas de subjetividade (“fascínio
singular”, “feminilidade em pessoa”, “deusa”, “belos braços
brancos”, “ancas poderosas”) e pelo uso de imagens sugestivas
(“cabeleira loura incluía reflexos metálicos”, “olhos de um verde
azulado borboleteavam”).
5. A
O texto tem como objetivo fornecer informações sobre os
resultados obtidos, ao apresentar dados monitorados pelos
aparelhos medidores de pressão arterial de homens que
participaram da pesquisa (com ou sem filhos).
6. E
Pode-se dizer que os diferentes gêneros textuais, seu contexto
de uso, sua função social específica, seu objetivo comunicativo e
seu formato estão ligados aos conhecimentos construídos
socioculturalmente. Nesse caso, o texto em questão, por se tratar
de uma previsão astrológica, tem a função de transmitir um
aconselhamento sobre o modo de vida. É uma função típica das
colunas de astrologia frequentes na imprensa.
7. A
O texto pode ser classificado como uma dissertação
argumentativa, pois utiliza vários recursos característicos desse
gênero textual, por exemplo, como a defesa de um ponto de vista a
partir de argumentos.
8. B
Ao entender a trama apresentada no texto, vê-se que há a
predominância da descrição do cenário, compreendendo
majoritariamente por texto descritivo. Entretanto, é válido lembrar
que pode haver tipos textuais diferentes em um mesmo texto.
9. Os textos de caráter narrativo são caracterizados pela
presença de personagens, cujas ações ocorrem em determinado
espaço e tempo. O poema de Manuel Bandeira, por sua vez, narra a
trajetória de João Gostoso, personagem apresentado como um
carregador de feira livre que morava no morro da Babilônica,
ocupando, portanto, um espaço determinado. Suas ações são
inscritas dentro do tempo “uma noite” e seguem uma ordem
cronológica: “chegou ao bar”, “bebeu”, “cantou”, “dançou”, “se atirou”
e “morreu afogado”.
10. E
Uma frase pode ser classificada como injuntiva quando exprime
uma ordem de execução ou não execução de uma determinada
ação, configurando a função apelativa da linguagem. Assim, o uso
do verbo imperativo nas formas “dê”, “encha”, “não esqueça”.

SEMANA 3
1. Não, pois ele dá continuidade à defesa de seu ponto de vista,
apresentando apenas uma ressalva quanto às exigências da
sociedade com relação ao comportamento de cada indivíduo.
2. Porque ele cria uma generalização, afirmando que toda a
população desconhece os princípios básicos de convívio social, o
que se aplica apenas a uma parcela dela.
3. “Já que elas são feitas por pessoas que não se importam com
as necessidades dos menos favorecidos.”
4. Sim, já que o tema trata da ideia de cidadão de forma ampla,
não apenas no que diz respeito à situação brasileira. Há, portanto,
uma restrição ao enfoque do tema.
5. “Relativa também é a visão que uma pessoa possui quanto ao
seu papel em uma sociedade.”
6. Sim. A abordagem circular é um erro cometido por muitos
vestibulandos na escrita de uma redação. Isso ocorre devido ao
mau planejamento do texto, visto que o aluno começa a escrever
sem saber como começar e terminar as ideias, por isso torna-se um
texto repetitivo que fala sempre sobre as mesmas questões e não
conclui nenhuma informação. Por outro lado, não se pode confundir
abordagem circular com texto-circuito. O texto-circuito é uma boa
estratégia de redação, a qual evidencia um planejamento de texto. É
quando um texto utiliza uma boa referência na contextualização ou
até mesmo no título e o aluno consegue retomá-la na conclusão,
mostrando um circuito fechado de ideias.
7. D
O autor do texto defende um ponto de vista: o cigarro faz mal à
saúde. Para convencer os usuários a deixarem de adquirir esse
produto, o emissor fala sobre os gastos financeiros, pois, se houver
um aumento do preço para a venda de maço de cigarros, o custo
para bancar o fumo será mais alto e muitos indivíduos não vão
querer manter esses custos.
8. O produtor do texto focou a exposição de informações e não
soube defender seu argumento. É preciso abordar quais são os
empecilhos da obesidade e da má alimentação, justificando a
necessidade de os indivíduos cuidarem de sua saúde a fim de
prevenirem doenças cardiovasculares.
9. C
No texto, a personagem feminina acredita que a sua beleza
serviria de “porta-voz” para possibilidades de ascensão social, no
entanto o texto evidencia que ela se enganou com esse
pensamento, pois isso não lhe garantiu necessariamente sorte na
vida e nos relacionamentos.
10. Para validar uma determinada perspectiva, é preciso que as
informações contidas no texto estejam corretas. O primeiro erro é
afirmar que Karl Marx era um cientista e o segundo consiste em
relacionar o filósofo Karl Marx dentro da Idade Média, uma vez que
este fez parte do século XIX. O conhecimento de mundo é muito
importante para a produção de textos argumentativos.

SEMANA 4
1. O ser humano tende sempre a viver projetando o futuro,
preparando para o que ainda está por vir, mas, para entender o
funcionamento de tudo, busca sempre respostas no passado.
2. Sim, pois toda a sua argumentação tem como base as
interpretações equivocadas do significado de cada década, o que
comprova, dentro de sua visão, que isso pode, de fato, ocorrer.
3. Ele trabalha com oposições, apresentando como cada década
ficou conhecida historicamente e o que ocorreu em cada uma delas.
4. Passos lentos e curtos.
5. Não. No 1.º caso, ele utiliza como forma de inserir um
comentário paralelo, uma opinião do autor. No 2.º caso, a ideia é
acrescentar uma informação a mais sobre um termo já
mencionado, substituindo os parênteses.
6. Possibilidades: “loucos” / “plácidos” / “sem graça” /
“aborrecidos” / “fabulosos”.
7. Resposta pessoal. Sugestão: ele insinua que os
acontecimentos dos anos 60 não são tão significativos, apenas
reproduções do que acontece em toda a década.
8. Sim, ele apresenta uma visão negativa. Isso pode ser
comprovado quando ele utiliza “qual será a conclusão errada?”,
colocando como inevitável sua ocorrência.
9. Tema 1: Assunto: cinema e democratização. Tema 2: Assunto:
publicidade infantil.
10. As duas frases-tema têm como recorte o cenário brasileiro,
porém com enfoques em temas diferentes. No tema 1, é pedida
uma análise da democratização do cinema, ou seja, o quanto se é
possível afirmar ou não a popularização das suas formas de
acesso. Já no segundo tema a reflexão crítica é acerca da
publicidade direcionada ao público infantil, poden-do-se explorar as
regulamentações, a funcionalidade e como o público-alvo dessas
ações publicitárias é afetado.
SEMANA 5
1. O texto 1 apresenta informações sobre a primeira exibição
pública de cinema, em Paris. Essas informações poderiam ser
utilizadas na introdução do texto como um recurso para
contextualização do assunto para depois restringir o tema.
2. Sugestão de contextualização: A primeira exibição pública de
cinema ocorreu em Paris, em 1985. Os irmãos Lumière, inventores
do cinema, revolucionam a forma de transmitir cultura aos seus
telespectadores, a partir das grandes telas.
3. O gráfico apresenta dados sobre o público que frequenta as
salas de cinema e a relação com os filmes na televisão. A partir dos
dados, pode-se inferir que mais da metade dos telespectadores que
assistem a filmes nas salas de cinema também assistem-nos na
TV; menos da metade dos telespectadores de televisão vão ao
cinema, menos de 20% da população frequenta o cinema etc. Essas
informações podem ser utilizadas no desenvolvimento de uma
redação como embasamento para justificar opiniões e ideias.
4. O texto 4 informa o número de salas de cinema no Brasil
durante o período de 1975 e 2019. Assim, nota-se que o Brasil já
investiu muito em salas de cinema, mas, hoje, populações inteiras
são excluídas do cinema. Assim, nota-se que as áreas privilegiadas
são as de renda mais altas nas grandes cidades.
5. Sugestão de argumentação: De acordo com dados divulgados
pela Ancine, nota-se que desde o ano de 1975 o Brasil perdeu
muitas salas de cinema, restringindo o acesso aos espectadores
que moram em áreas de renda mais alta nas grandes cidades e
excluem populações inteiras do cinema, por exemplo, das periferias
urbanas ou cidades pequenas do Norte e do Nordeste. Assim, nota-
se que o acesso às salas de cinema não é democrático no Brasil e
medidas devem ser tomadas para mudar esse cenário.
6. As palavras-chave que auxiliam no entendimento do tema
são: “democratização”, ou seja, que apresenta uma problemática
acerca da questão, pois, se o aluno deve falar sobre os meios de
tornar o cinema acessível e democrático, significa que a realidade
atual não é essa. Além disso, a palavra “cinema” direciona para o
assunto central da discussão.
7. O parágrafo apresentado tem como justificativa para a falta de
democratização no acesso às salas de cinema a criação de
plataformas de streaming, as quais podem ser acessadas de
qualquer ambiente, a qualquer momento. Entretanto, esses
aplicativos popularizam o acesso à cultura devido ao preço, porém
exige um recurso que muitas pessoas podem não ter: acesso à
internet. Além disso, outro fato que se torna incoerente com relação
ao tema e, portanto, uma fuga é que os problemas relacionados ao
cinema não são culpa dessa plataforma, pois, mesmo que ela
possibilite o acesso aos filmes, o ambiente cultural do “cinema”
ainda não se torna acessível à grande parte da população por
outros motivos, por exemplo: a distância até uma sala de cinema, a
ausência de salas de cinemas em determinadas regiões e o preço
do ingresso.
8. O candidato que escreve uma redação e não contempla as
palavras-chave exigidas no tema perde ponto na competência 2, a
qual avalia que o candidato compreenda a proposta de redação.
9. A charge chama a atenção para o ditado popular segundo o
qual “falar é fácil, difícil é fazer”. Muitas vezes as pessoas defendem
enfaticamente valores que não têm. Em uma sociedade, para ser
um representante da ética, é preciso seguir valores e princípios
morais positivos que conduzam o indivíduo a sempre ter condutas e
práticas exemplares. A ética, assim como o respeito, norteiam o
comportamento de uma pessoa ou mesmo de um grupo, gerando
consequências para si e para os outros. Cultivar o respeito por si e
pelos outros permite que haja reconhecimento, aceitação,
apreciação e valorização das qualidades do próximo e de seus
direitos.
10. O texto apresenta, de modo claro e conciso, a crítica
proposta pela charge em questão. Assim, entre as linhas 1 a 4, o
candidato resume o assunto do qual trata a charge, isto é, por meio
das mensagens, o autor chama a atenção para o comportamento
contraditório das pessoas que se manifestam favoravelmente aos
direitos civis e que, em determinadas situações, posicionam-se de
maneira rigorosamente contrária àquela que defenderam. Desse
modo, o candidato demonstra ter compreendido o conteúdo
denunciado pelas imagens.

SEMANA 6
1. O tema fala sobre o papel da literatura na nossa formação,
hoje.
2. De “Em ‘A literatura’” até “e de ser”.
3. De “Nesse sentido” até “de sociedade”.
4. Não. Apesar de apresentar uma contextualização, não há
posicionamento claro. É, portanto, expositivo.
5. A contextualização é cultural, uma vez que usa a obra de
Roberto Da Matta na apresentação do tema.
6. A contextualização termina em “lei no país” e tem como
estratégia a utilização de um filme, sendo, portanto, reconhecida
como cultural.
7. A tese, a partir de “isso confirma”, tem construção de maneira
analítica, visto que apresenta, na sua formulação, os dois
argumentos a serem defendidos no desenvolvimento: o que de (1) a
escola e (2) a família têm papel na resolução do problema.
8. O aluno poderia apresentar uma análise histórica da ideia de
bullying nas escolas, comparando a sua presença nesse meio
ontem e hoje.
9. Além do cuidado gramatical, o parágrafo apresenta uma
contextualização muito interessante, levando em consideração a
história e os desafios de Dom Quixote, bem como uma tese bem
construída e clara.
10. Dados sobre o hábito de leitura entre as crianças poderiam
ser interessantes na contextualização. Além disso, o aluno poderia
criar uma comparação entre a forma como a leitura é levada em
consideração aqui, no Brasil, e fora do País (e os resultados disso).

SEMANA 7
1. Sim. O parágrafo de desenvolvimento pode ser considerado
exemplar, pois apresenta uma justificativa sobre a tese no tópico
frasal – “a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de
cinema” – e a fundamentação, elementos necessários para a
construção de um parágrafo-padrão.
2. “Destaca-se, primeiramente, que a exibição de certos filmes é
restrita a algumas salas de cinema.”
3. A fundamentação do tópico frasal foi feita a partir de uma
estratégia de consequência – “As regiões metropolitanas do país
têm acesso a diversos tipos de produções, inclusive as premiadas
internacionalmente, enquanto cidades periféricas recebem apenas
os chamados ‘blockbusters’ – projeções que são recordes de
bilheteria” – e causa – “Isso pode ser explicado a partir do conceito
de ‘indústria cultural’ dos sociólogos Adorno e Horkheimer porque
há uma seleção do que determinados espectadores podem assistir,
restringindo a apenas o que é considerado cultura de massa”.
4. As estratégias utilizadas para fundamentação do argumento
foram: exemplificação (explicação sobre os “blockbusters”) e
argumento de autoridade (sobre o conceito de “indústria cultural” de
Adorno e Horkheimer).
5. De acordo com o tópico frasal do primeiro parágrafo de
desenvolvimento, pode-se notar que serão aprofundadas ideias
sobre a falta de informações a respeito do transtorno. No entanto,
as ideias foram apresentadas de modo superficial porque se fala
sobre o “número de jovens dessa condição ser elevado”, mas não
há nenhuma evidência que comprove esse dado. Além disso, é
necessário estabelecer o início, meio e o fim das ideias do
parágrafo, o qual se encontra sem a finalização das ideias.
6. Sugestão de reescrita: Destaca-se, primeiramente, a escassez
de informações acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA). De
acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de
crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Devido ao
número de jovens portadores dessa condição ser elevado, foi
necessário criar meios de conscientização e informação sobre essa
causa, tais como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o
“Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno. Assim,
nota-se que houve uma grande evolução, porém medidas ainda são
necessárias para ampliar o conhecimento sobre essa questão por
causa da complexidade para o fechamento de diagnósticos e para
mitigar o preconceito em relação aos portadores do distúrbio.
7. A expressão “em primeiro lugar” indica que o parágrafo
apresentado é o primeiro de desenvolvimento. Além disso, funciona
como importante recurso coesivo na organização do texto.
8. Sugestão de resposta: A internet possibilita a mudança de vida
de diversos jovens brasileiros.
9. As estratégias argumentativas utilizadas para o
aprofundamento da argumentação foram: pequena narrativa
ilustrativa – “Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão,
pelos policiais do Rio de Janeiro, com o objetivo de recuperar o
território dominado pelo poder paralelo” – e exemplificação – “surge
o portal chamado “Voz das Comunidades” que transmitiu os
primeiros registros da ocupação, não só com o compromisso de
informar sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para
fora dos seus limites”.
10. D
Ao longo da argumentação, a narradora usa recursos
argumentativos que reforçam os contrastes, como o uso da
conjunção adversativa “mas”, de ideias contrastantes. Isso
corrobora também o caráter argumentativo pelo uso do operador
argumentativo, introduzindo o argumento mais forte.

SEMANA 8
1. A proposta de intervenção não é considerada exemplar e
recebe nota zero pois desrespeita o critério básico de uma
conclusão modelo Enem: o respeito aos direitos humanos. Em uma
proposta, quaisquer fragmentos que constituem desrespeito aos
direitos humanos e incitem as pessoas à violência, ou seja, aqueles
em que transparece a ação de indivíduos na administração da
punição, por exemplo, os que defendem a “justiça com as próprias
mãos”, devem ser desconsiderados.
2. O agente da proposta de intervenção é o Ministério da
Educação.
3. O detalhamento da proposta de intervenção deve ser uma
complementação, ou seja, uma informação extra sobre algum dos
elementos da intervenção. No fragmento destacado, percebe- se
que a frase “órgão regulador da educação nacional” é uma
complementação com relação ao antecedente. Assim, o
detalhamento é uma informação complementadora do agente da
proposta.
4. A ação interventiva para o tema do legado do funk como
elemento de identidade nacional é a valorização das manifestações
artísticas de língua portuguesa na Base Nacional Comum Curricular.
5. A finalidade de implementar a proposta de intervenção sobre o
legado do funk é a inclusão da música popular brasileira nas salas
de aula, de forma que haja representatividade dos alunos que vivem
essa realidade.
6. O meio de realização da proposta de intervenção acerca do
legado do funk é a utilização do repertório musical do funk em aulas
de arte, produção textual e sociologia.
7. Na intervenção analisada, há alguns elementos essenciais
para sua construção, por exemplo: agente (“ONG”), ação
(“promovam a difusão de informação acerca do tema”), meio (“isso
pode ser feito por meio de palestras e campanhas de
conscientização em escolas e instituições sociais que recebam
pessoas autistas”), finalidade (“com o objetivo de integrá-los cada
vez mais na sociedade”).
8. No fragmento de intervenção apresentado falta o
detalhamento – uma informação extra sobre algum elemento da
proposta. Todavia, não há também um período de retomada a
elementos da introdução que auxilia na circularidade do texto.
9. Portanto, fica evidente a necessidade de discussão acerca do
autismo no Brasil. Dessa forma, é necessário que ONGs
relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista tenham médicos,
psicólogos e psicopedagogos especializados nessa condição para
promover a difusão de informação sobre o tema. Isso pode ser feito
por meio de palestras e campanhas de conscientização em escolas
e instituições sociais que recebam pessoas autistas com o objetivo
de integrá-los cada vez mais sociedade. Somente assim os autistas
poderão conviver normalmente em sociedade, assim como o
personagem da série da Netflix.
10. O fragmento pode ser considerado um exemplar de texto-
circuito porque a conclusão estabelece uma retomada com o título,
visto que retomam a ideia do Mito de Narciso.

SEMANA 9
1. A redução não é a solução mais adequada.
2. Os que defendem a redução apontam que, em vários países
do mundo, a idade para ser julgado como adulto é inferior à do
Brasil. Além disso, destacam que, se um jovem de 16 anos é
consciente para votar, também o é para responder criminalmente
por seus atos, principalmente aqueles cometidos contra a vida.
3. A síntese do tipo reafirmadora consiste em que a redução não
é a solução mais adequada, pois o sistema prisional é ineficiente e
não diminui a violência, já que nenhum país que reduziu a
maioridade teve queda nas taxas de criminalidade. Além disso,
menos de 10% das infrações cometidas por menores são atentados
à vida – os mais apontados pelos defensores. Destaca-se também
o fato de que o cidadão brasileiro é responsabilizado penalmente a
partir dos 12 anos e, aos 16, o voto é facultativo, não sendo critério
para a definição de “consciência plena”. Há também o fato de que,
no mundo, existe uma tendência de elevar a maioridade em vários
países, inclusive em alguns pontos dos EUA.
4. O texto supera o impasse da argumentação de forma
reafirmadora, destruindo a antítese e reforçando o ponto de vista
apresentado na tese: a redução da maioridade penal não é a
solução mais adequada. A reafirmação fica por conta do segundo
parágrafo de desenvolvimento, que apresenta dados e reflexões que
confirmam a ideia apresentada na tese.
5. A construção da dialética no texto é perceptível por meio dos
três elementos-base (tese, antítese e síntese) muito bem
desenvolvidos durante toda a escrita. Como pode ser observado nas
questões anteriores, a reafirmação do ponto de vista pela antítese e
pela finalização do texto com a síntese de ideias, de modo claro e
muito bem argumentado, prevê um bom entendimento por parte do
autor.
6. E
Com relação às alternativas, apenas a afirmativa I é inadequada,
pois o primeiro período do texto apresenta uma constatação
genérica sobre a diversidade linguística de cada idioma (“Todas as
verdades linguísticas são estruturadas...”) seguida de uma oposição
introduzida no segundo período pela conjunção coordenativa
adversativa “mas”. O terceiro, formado essencialmente por orações
subordinadas (concessiva e causal), constitui a exemplificação, que
levam à conclusão coerente sobre a particularidade da variedade-
padrão.
7. D
Em um texto de caráter argumentativo, a conclusão é
estabelecida pela combinação lógica dos axiomas já existentes. Por
outro lado, pelo método dialético, interpretam-se os processos com
a oposição de premissas que tendem a se resolver numa solução
(tese + antítese = síntese, conciliação de contrários). Já o método
dedutivo parte da análise geral para o particular. O método indutivo
estabelece um raciocínio que parte do particular para o geral, como
o que Cristovam Buarque aplica no texto “Nós, escravocratas”, ao
enumerar razões específicas, facilmente constatadas no cotidiano,
para sustentar sua opinião.
8. B
(Comentário UERJ) Ao apresentar o sentido de história que
emergiria da experiência vivida, o autor emprega expressões
linguísticas com estruturas de mesmo tipo (que todos nós
procuramos nas páginas dos livros e nas telas dos cinemas; na qual
as estrelas e eu éramos os protagonistas). Esses trechos cumprem
o papel de particularizar o sentido da palavra “história”.
9. D
O método de raciocínio indutivo é caracterizado a partir da
observação de casos particulares para estabelecimento de uma
conclusão geral. Assim, a partir de observações particulares, a
pesquisadora Ana Lúcia Saboia, em seu texto, chega à conclusão de
que é preciso ficar atento ao envelhecimento da população.
10. C
A argumentação no texto de Rodrigo Lacerda é apresentada sob
a forma de silogismo, ou seja, são expostas duas proposições
(premissas) e, por elas, por inferência, chega-se a uma terceira,
chamada conclusão. Assim, parte-se do geral para o particular e
deduz-se algo a respeito. No trecho, “ler nos faz mais felizes” é a
premissa geral; “ler é um caminho para o autoconhecimento”, a
premissa particular e; “o autoconhecimento é um caminho para a
felicidade”, a conclusão.

SEMANA 10
1. E

Mesmo que o texto não apresente elementos coesivos entre


diversos verbos conjugados no pretérito perfeito do indicativo – o
que se torna dispensável, considerando a carga semântica de tais
ações. Esse procedimento indica que o comportamento da
personagem é rotineiro – o que se confirma pela repetição das
sequências inicial e final do texto.
2. B
Apesar da desordem, o leitor consegue estabelecer nexo entre as
palavras para captar a coerência do texto: um convite de
casamento, visto que os elementos que compõem o texto são
característicos desse gênero textual.
3. B
Em relação ao texto, pode-se perceber que o poeta tem
dificuldade de mandar recado para a sua namorada porque,
primeiro, não havia e-mail naquela época e, depois, porque o pai
tornava difícil a relação entre os apaixonados. Assim, o elemento
coesivo é expresso pelo termo “porque”.
4. D
O sentido expresso pelo conectivo “mesmo” indica uma
concessão no texto, uma vez que “o time dirigido por Cuca tinha
grande dificuldade de chegar à área” contrária, do time opositor,
mesmo tendo “mais posse de bola”.
5. B
O pronome “isso” indica uma retomada a partir de uma anáfora.
Dessa forma, o pronome retoma a ideia anterior “você assegurou ao
seu filho saudável a chance de ser tratado como inválido”.
6. A
“Além disso” é uma expressão que acrescenta informações (“é
importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de
colesterol e de glicose no sangue”) ao que havia sido anteriormente
sobre as atitudes recomendáveis para se ter um estilo de vida
benéfico à saúde (“manter uma alimentação saudável e praticar
atividade física regularmente”).
7. E
O verbo “fizer”, na forma verbal “fizesse” tem seu sujeito oculto,
fazendo referência ao termo gripe. Caso o fragmento fosse reescrito
com o sujeito explícito, deveria haver a frase “Supõe-se que o
vocábulo grippe fizesse referência ao modo violento como o vírus se
apossa do organismo infectado.”
8. D
No poema de Sérgio Rodrigues, as palavras (títulos dos livros) se
relacionam a partir de sua semântica, formando um poema coeso e
coerente, que trata do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro.
9. A
Os elementos sublinhados são recursos coesivos utilizados no
texto de modo que não haja repetição de palavras e melhore a
clareza e fluidez textual. Assim, o substantivo “sítio” volta ao texto
através do pronome “lo”, de modo anafórico.
10. A
O pronome “nisso” antecipa o fragmento “botar a cara na janela
em crônica de jornal”, ou seja, é um pronome catafórico porque
indica algo que será mencionado.
DICAS DE GRAMÁT ICA
Crase
1. D

Para descobrir qual nome de lugar feminino vai levar crase,


pode-se aplicar o “vou a/volto da = uso de crase” e “vou a/volto de =
sem crase”. No caso, vou “a Londres”, volto “de Londres”, por isso
não há crase.
2. D

A alternativa está correta por se tratar de uma locução verbal


feminina, portanto necessita de crase.
3. 1 + 4 = 5
(01) Está correto.
(02) As frases não são ambíguas.
(04) Está correto.
(08) A frase I tem esse significado. A frase II significa que alguém
pratica a ação de inalar o perfume da flor de romã.
(16) Se o “a” tivesse crase, o sentido ficaria igual ao da frase I.
4. D
A frase deveria ser escrita da seguinte forma: “Às 6 horas da
manhã, já estávamos a esperar o trem que nos levaria à (a aquela)
cidadezinha, de onde iríamos, a cavalo, à fazenda do Sr. Juca”.
5. A
Com relação à explicação das alternativas, têm-se que:
I e II: podem ser entendidos como complemento nominal, não
tendo crase.
III – possui crase por ser verbo transitivo indireto.
IV – não possui crase por anteceder a um verbo.
6. A
O verbo “trazer”, posposto, exige a preposição “a”; logo, seu
complemento apresenta acento indicativo de crase por fundir
preposição e artigo feminino. As demais alternativas estão
incorretas, pois: “traz” é uma forma conjugada do verbo “trazer”; o
acento indicativo de crase tem emprego obrigatório no contexto;
segundo a norma culta, sujeito não pode ser acompanhado de
acento indicativo de crase, uma vez que não apresenta preposição.
7. D
A frase correta seria: “O progresso chegou inesperadamente
àquele subúrbio. Daqui a poucos anos, nenhum de seus moradores
se lembrará mais das casinhas que, há tão pouco tempo, marcavam
a paisagem familiar”. Na primeira lacuna, se empregarmos
“naquele”, veremos que faz todo o sentido, o que indica que há
preposição no pronome, logo, há crase. No segundo caso “pouco”
dispensa artigo, por ser um pronome indefinido, portanto o correto é
a preposição “a”. Por fim, o verbo haver é usado por indicar um
tempo passado.
8. E

Com relação à grafia das palavras, têm-se:


há – Utilizado com sentido de faz (de “um tempo”);
a – Quem reduz, reduz alguém (não se utiliza a preposição, é um
verbo transitivo direto) e/ou a alguma coisa (utiliza-se a preposição
“a”, pois, nesse caso, é um verbo transitivo indireto);
à – Contração da preposição a com o artigo definido feminino a
(a + a = à).
9. C
A crase ocorre pela regência do verbo transitivo indireto e por
causa do substantivo feminino “voz”.
10. C
O acento grave indicativo do fenômeno da crase deve ser
utilizado em “à noite”: expressão adverbial feminina; “à fábrica”:
voltaram de algum lugar, sendo este substantivo feminino.

O uso da vírgula
1. Com relação ao primeiro enunciado, não identificamos o uso
da vírgula, fato perfeitamente compreensível, de modo que o
adjetivo “eufórica” seja um adjunto adnominal. Nesse sentido, cabe
ressaltar que o termo faz referência à garota, não à mãe.
Já no segundo deve-se fazer uso da vírgula, pois é o caso de um
aposto explicativo que, necessariamente, deve aparecer precedida
desse sinal de pontuação. Nesse caso, o termo traz referência à
mãe da garota.
2.
a) O uso da vírgula está em concordância com o padrão formal da
linguagem, por se tratar de um adjunto adverbial de tempo.
b) Adequado ao padrão formal da linguagem, deve-se utilizar a
vírgula, que se trata de um aposto explicativo, fazendo referência
ao termo anterior, “último Zumbi”.
3. C
Com relação às alternativas, a primeira vírgula separa os termos
sintáticos de uma mesma caracterização; os dois-pontos trazem
uma explicação ao texto (sendo as duas coisas que devem ser
consideradas); por fim, o ponto e vírgula separa termos quando
enumerados.
4. C
As duas vírgulas iniciais separam, novamente, termos de uma
mesma caracterização sintática, não tendo necessidade de colocar
vírgula no espaço seguinte. Por fim, trazer a explicação de algum
termo por conta dos “dois-pontos”.
5. B

As frases estariam corretas, se fossem escritas da seguinte


forma: Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens,
frente à nova situação; O autor busca um meio capaz de gerar um
conjunto potencialmente infinito de formas com suas propriedades
típicas; Apreensivo, ora se voltava para a janela, ora examinava o
documento; Suas palavras, embora gentis, continuam um fundo de
ironia; Tudo isto é muito válido, mas tem seus inconvenientes.
6. A
A frase estaria correta, se fosse escrita da seguinte forma: “Com
a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos
alternativos ao vestibular convencional baseado, principalmente, na
avaliação dos conteúdos”.
7. O fragmento deveria ser escrito da seguinte forma: “Quem
ensina ou orienta, ou precisa desenvolver a habilidade de ser
empático. A empatia consiste na capacidade de colocar-se no lugar
do outro, de ver as coisas na perspectiva dele; (ou , ou .) por
exemplo, uma professora, ao avaliar um novo jogo de palavras
cruzadas destinado a ampliar o vocabulário de suas crianças, pode
achá-lo fascinante, (ou ;) mas deve perguntar-se se as crianças
lidarão bem com o novo jogo: (ou .) será que elas vão gostar? Será
que vão entender as regras do funcionamento? Será que o
vocabulário vai realmente ser ampliado?”.
8. Usa-se a vírgula para separar a oração adverbial “por mais
que a repreendesse”, a qual aparece intercalada.
9. A
A frase estaria correta, se fosse escrita da seguinte forma: “Com
a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos
alternativos ao vestibular convencional baseado, principalmente, na
avaliação dos conteúdos”.
10. C
A vírgula foi empregada com a finalidade de separar os termos
deslocados.

Noções básicas de ortografia e aspectos linguíst icos


1. De acordo com as habilidades exigidas na competência 1, há
muitos desvios cometidos em relação à norma-padrão, entre eles: a
grafia incorreta das palavras “aspectos”, “arcaicos”, “a partir”;
ausência de letra maiúscula da palavra “Alencar”; ausência de
acentuação “romântica”, “vêm” (indicação de plural); utilização
incorreta de inicial maiúscula: “País”; utilização incorreta do
pronome relativo “da qual”, visto que o verbo não exige a preposição
“de”; e ausência de crase na expressão “atendimento à mulher”.
2. Os desvios de norma-padrão são avaliados na competência 1
da grade de correção do Enem. De acordo com essa competência,
deve-se demonstra o domínio da modalidade escrita formal da
língua portuguesa. Dessa forma, avalia-se o domínio da modalidade
escrita formal, o que inclui o conhecimento das convenções da
escrita, entre as quais se encontram as regras de ortografia e de
acentuação gráfica. Além disso, avalia-se também a adequação do
texto quanto às regras gramaticais e fluidez de leitura.
3. O vocábulo “atendimento” é derivado do verbo “atender”.
Nesse caso, levando-se em consideração a regência do verbo
“atender” (Quem atende, atende a alguém ou a algo), o verbo rege a
preposição “a” e o substantivo regido é do gênero feminino “mulher”
e pode ser acompanhado pelo artigo definido “a”. A expressão
deverá, portanto, ter uma crase: “central de atendimento à mulher”.
4. A introdução contém informações sobre as conquistas das
mulheres ao longo do tempo, entretanto não apresenta a tese
(opinião sobre o tema), nem aborda a restrição exigida pela banca
examinadora, ou seja, não fala sobre a persistência da violência
contra a mulher. Portanto, não cumpre com as duas funções
exigidas pela introdução.
5. Os dois parágrafos de desenvolvimento apresentam
pesquisas, mas não revelam a fonte delas, ou seja, não demonstram
a veracidade dos fatos. Além disso, são utilizados de modo
expositivo, visto que não se articulam com uma opinião na defesa
de um ponto de vista.
6. Os recursos coesivos são importantes para a ligação entre as
partes de um texto, responsáveis pelas relações semânticas
construídas ao longo do texto, avaliados na competência 4 da grade
de correção do Enem. É possível perceber, na redação analisada,
que a falta de conectivos entre as partes do texto prejudica as
relações semânticas e organizacionais do texto, visto que não há
uma ordem lógica para a leitura dos parágrafos.
7. Embora o título não seja obrigatório na redação do Enem, é
importante que, caso ele seja utilizado, faça referência ao texto de
forma que seja uma síntese sugestiva acerca do que vai ser
encontrado no texto. Por outro lado, o texto fala sobre a violência
contra a mulher, mas não informa sobre essa especificidade no
título, apenas generaliza como “violência”. Portanto, por mais que
tenha uma relação com o texto, é superficial.
8. Não há uma regra em relação à quantidade de linhas em cada
parágrafo da redação, mas é importante que haja uma simetria
entre as partes do texto. Assim, é importante que em um texto com
no máximo de 30 linhas, deve-se estabelecer uma média para cada
parágrafo, portanto, em média, 7 linhas. Porém, na redação
analisada percebe-se que além de ter sido desenvolvida de modo
superficial, não estabelece essa simetria paragrafal.
9. A conclusão, por sua vez, apresenta medidas que estão sendo
realizadas para diminuir a violência contra a mulher, mas essa
informação não está articulada ao texto. No entanto, não cumpre
com as exigências de uma proposta de intervenção bem definida
porque não apresenta os elementos necessários: agente,
meio/modo de realização, finalidade, ação e detalhamento.
10. Há uma falha argumentativa no parágrafo de
desenvolvimento, visto que há a apresentação de um dado
estatístico acerca das ligações atendidas pela central de
atendimento à mulher, mas não é apresentado a fonte dessa
informação, nem a instituição a qual as mulheres ligavam. Portanto,
há um trecho expositivo sem a comprovação de dados.
Referências

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa.


São Paulo: Publifolha, 2012.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep). A redação no Enem 2019: cartilha do
participante. Brasília, 2019. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redaca
nte.pdf.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. 2. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
CARTILHA DO PARTICIPANTE – ENEM. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redaca
nte.pdf.
MARCUSHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
Vem praticar!
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como se fosse a redação do vestibular.
Lembre-se de que a prática é um dos pontos mais importantes para alcançar a nota 1.000
na redação!

Semana 1
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo

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Semana 2
Tema: Fome no Brasil – Como enfrentar esse problema?

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Semana 3
Tema: Os efeitos das fake news na sociedade brasileira contemporânea

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Semana 4
Tema: A xenofobia em discussão no século XXI

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Semana 5
Tema: A questão do índio no Brasil contemporâneo

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Semana 6
Tema: O poder do jovem na sociedade brasileira

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Semana 7
Tema: As manifestações populares no Brasil como ferramenta de mudança social

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Semana 8
Tema: A questão das drogas como desafio no Brasil
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Semana 9
Tema: O problema da violência urbana no Brasil

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Semana 10
Tema: O excesso de lixo no cenário brasileiro e os problemas para o meio ambiente

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PROPOSTAS DE REDAÇÕES EXT RAS

Texto 1
Tema: Mobilidade urbana no século XXI: os desafios do ir e vir na sociedade brasileira

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Texto 2
Tema: O legado da cultura do funk para o processo de identidade brasileiro

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Texto 3
Tema: A necessidade de discussão acerca do autismo no Brasil

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Texto 4
Tema: Desafios da Educação a Distância no Brasil

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Texto 5
Tema: A democratização do acesso à cultura em questão no Brasil

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