ALUNO_FUVEST_2022_1DIA_17_9_ALICE.

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Nome
SIMULADO FUVEST 2023
2.a Fase – Primeiro Dia
Número de matrícula

Sala

EXTENSIVO
Unidade

PROVA DE SEGUNDA FASE

1.° DIA
Instruções

1. Só abra este caderno quando o fiscal autorizar.

2. Durante a prova, são vedadas a comunicação entre os alunos e a utilização de qualquer
material de consulta e de aparelhos de telecomunicação.
3. Duração da prova: 4 horas. O(a) aluno(a) poderá retirar-se da sala definitivamente apenas
a partir das 15 h. Não haverá tempo adicional para transcrição de respostas, que deverão
ser redigidas em língua portuguesa.
4. Após a autorização do fiscal da sala, verifique se o caderno está completo. Ele deve
conter 10 questões de Português e uma proposta de Redação. Informe ao fiscal eventuais
divergências.
5. Os espaços em branco nas páginas dos enunciados podem ser utilizados para
rascunho. O que estiver escrito nesses espaços não será considerado na correção.
6. A resposta de cada questão deverá ser escrita exclusivamente no quadro a ela
destinado, utilizando caneta esferográfica de tinta azul. Transcreva o rascunho da
redação para a folha avulsa definitiva. O que estiver escrito na página “Rascunho da
Redação” não será considerado na correção.
7. Preencha a folha definitiva de redação com cuidado, utilizando caneta esferográfica de
tinta azul. Essa folha não será substituída em caso de rasura.
8. Ao final da prova, é obrigatória a devolução deste caderno de questões.

ASSINATURA
O(a) aluno(a) que não assinar a capa da prova será considerado(a) ausente da prova.

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Texto para as questões 01 e 02.

Esbraseia o Ocidente na agonia

O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de ouro e de púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se, além, da serrania

Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia...

Um mundo de vapores no ar flutua...

Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua...

A natureza apática esmaece...

Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.

(Raimundo Correia, 1859-1911)

01
(Unesp)
a) Que processo o soneto de Raimundo Correia retrata?
b) A primeira estrofe do soneto é composta por três períodos simples em ordem indireta (“Esbraseia o Ocidente
na agonia / O sol”; “Aves em bandos destacados, / Por céus de ouro e de púrpura raiados, / Fogem”; e “Fecha-
se a pálpebra do dia”). Reescreva esses três períodos em ordem direta.

02
(Unesp)
a) Há no soneto menção a um sentimento que permeia e circunda a natureza retratada. Que sentimento é esse?
Do que decorre tal sentimento?
b) Verifica-se na terceira estrofe a ocorrência de uma antítese. Que termos configuram essa antítese?

A
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Questão 01

Questão 02
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Texto para a questão 03.

NENHUMA SELEÇÃO TEM TÍTULOS COMO ESTA

Craques são reconhecidos por grandes títulos e

Em pé: Camões, Dante Alighieri, Gil Vicente, Maquiavel e Platão.
Agachados: Homero, Machado de Assis, Kafka, Cervantes, Shakespeare
e Allan Poe.
histórias memoráveis, daquelas que marcam época e
influenciam gerações. São capazes de mexer com os
sentimentos das pessoas, ora arrancando lágrimas,
ora estampando sorrisos, e, em alguns casos, as duas
coisas ao mesmo tempo. Eles fazem do drama sua
inspiração, e, disso tudo, a nossa paixão. Futebol e
literatura podem falar a mesma língua e até mesmo
jogar juntos. Por isso, em homenagem à Copa,
escalamos a Seleção Pólen com 11 grandes craques
da literatura mundial para representar nossa seleção
de todos os tempos. Assim como acontece com todo
técnico da Seleção, sabemos que a nossa lista não
será unanimidade. Infelizmente, grandes nomes
tiveram de ficar de fora. Mesmo assim, temos certeza
de que os leitores concordarão que esses nomes
podem representar uma camisa que carrega tantos
títulos inesquecíveis e histórias que atravessam Copas.
(Quatro cinco um, ano dois, n. 13, julho de 2018, p. 47.)

03
a) O título do texto publicitário se vale da ambiguidade de alguns termos para a construção de sentido. Localize
os termos ambíguos e explique como essa relação se estabelce.
b) Qual característica é atribuída aos autores selecionados que permite a construção da relação entre futebol e
literatura? Como a imagem reforça essa ligação?

Texto para a questão 04.

“ME CORRIGE”, PEDE O PRONOME

Uma das principais marcas do português brasileiro permanece alijada da escrita. Me parece cada vez mais
claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus
normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta. (...)
O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa,
contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa. Argumentava
que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar
espontâneo não coincide com a do falar dos portugueses”. (...)
(Sérgio Rodrigues, Folha de S.Paulo, 2 ago. 2018.)

04
a) Reescreva a frase “o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento
da língua”, de maneira que o agente pratique a ação verbal, e substitua a palavra inexorável por um sinônimo.
b) Explique o sentido que a expressão “à moda da casa” apresenta no contexto em que está inserida e indique
o argumento do gramático Manuel Said Ali para justificar a colocação pronominal brasileira.

A
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Questão 03

Questão 04
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Texto para a questão 05.

HORA DO CAFÉ Tiago Recchia

(Folha de S.Paulo, 16 fev. 2018)

05
a) Ao criar o jogo de palavras na fala da personagem, o autor utilizou um recurso de expressão. Qual é esse
recurso? Justifique.
b) Flexione os verbos na terceira pessoa do singular, de acordo com a norma culta, na frase “enche e não enche”.

Texto para questão 06.

AOS AFETOS, E LÁGRIMAS DERRAMADAS

NA AUSÊNCIA DA DAMA A QUEM QUERIA BEM

Ardor em firme coração nascido;

Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:

Tu, que em um peito abrasas escondido;

Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal em chamas derretido.

Se és fogo como passas brandamente,

Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,

Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.
(Gregório de Matos)

06
a) Faça a escansão dos dois primeiros versos. Baseado neles, classifique o poema quanto à métrica.
b) Considerando-se o contexto do Barroco, como se explica o dualismo amoroso na lírica dessa escola literária?

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Questão 05

Questão 06
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Texto para as questões 07 e 08.

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador*
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

*Cabo no norte da África.

07
a) Faça um comentário sobre o contexto e o sentido destes versos: “Quem quer passar além do Bojador / Tem
que passar além da dor”.
b) A frase do escritor grego Plutarco, “Navegar é preciso, viver não é preciso”, ressignificada por Fernando
Pessoa, encontra correspondência de sentido no poema “Mar português”? Justifique.

08
a) Nos dois versos iniciais, há interpelação direta a um ser inanimado ao qual são atribuídos traços humanos.
Por quais figuras de linguagem são expressos esses conceitos?
b) Nos versos transcritos, o eu lírico manifesta-se em nome do povo português. Aponte dois versos em que,
claramente, o eu poemático se manifesta como coletivo e indique a quem ele se dirige.

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Questão 07

Questão 08
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Texto para as questões 09 e 10.

Rubião estava resoluto. Nunca a alma de Sofia pareceu convidar a dele, com tamanha instância, a voarem
juntos até às terras clandestinas, donde elas tornam, em geral, velhas e cansadas. Algumas não tornam. Outras
param a meio caminho. Grande número não passa da beira do telhado.

(Machado de Assis, Quincas Borba.)

09
a) Considerando o contexto do romance Quincas Borba, qual a frase desse excerto que melhor define o que
sucedeu com o interesse amoroso de Rubião por Sofia?
b) Justifique a resposta anterior.

10
a) Considerando o romance Quincas Borba, faça um comentário comparativo entre a trajetória de Rubião e a de
Cristiano Palha.
b) Pode-se dizer que no relacionamento entre Rubião e Palha se nota a demonstração da filosofia Humanitas ou
Humanitismo? Por quê?

A
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Questão 09

Questão 10
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REDAÇÃO

Texto 1

(Disponível em: https://cristianopilates.com.br)

Texto 2

Em O Mito de Sísifo, o escritor Albert Camus relata: “Os deuses condenaram Sísifo a rolar incessantemente
uma rocha até o alto de uma montanha, de onde tornava a cair por seu próprio peso. Pensaram, com certa razão,
que não há castigo mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança”.
Por acaso essa mecânica nos espanta? O que fazemos em nossa vida senão subir pedregulhos cotidia-
namente? Estamos imersos em processos automáticos nos quais mal sobra tempo para pensar, tampouco viver.
Queiramos nós ter a força de Sísifo ao carregar sua pedra; não podemos nos desvencilhar delas.
(Disponível em: https://razaoinadequada.com/2018/04/18/camus-o-mito-de-sisifo/. Adaptado.)

Texto 3

A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade do desempenho. O
excesso de positividade se manifesta como um excesso de estímulos, informações e impulsos. Até pouco tempo,
as pessoas faziam o que deviam. Agora as pessoas exploram a si mesmas e acreditam que estão se realizando.
Quem falha na sociedade neoliberal do desempenho se responsabiliza e se envergonha, em vez de questionar
a sociedade ou o sistema. No regime neoliberal de autoexploração, a pessoa dirige a agressão a si mesma.
É fundamental parar nossa obsessão com a produtividade e com as conquistas pessoais para abrir caminho
para o dolce far niente (ócio prazeroso e relaxante), o tédio e a presença plena. É uma questão de não esquecer
que “o excesso de aumento no desempenho provoca o infarto da alma”.
(Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, autor de A Sociedade do Cansaço. Adaptado.)

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Texto 4

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a Síndrome de Burnout como um distúrbio exclusivamente
ligado ao contexto profissional, um esgotamento causado pelo trabalho. Para a Organização, o Burnout resulta
de “um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”, e se caracteriza pela “sensação de
esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados ao trabalho e à eficácia profissional reduzida”.
Para Lucia Frigerio, psicóloga consultora da Synergia, “o trabalho é uma das formas de trazer dignidade para a
pessoa. Mas essa dignidade não vem tão fácil. Coisas absurdas são vistas em nome de se ter uma boa produção
e bater uma meta”.
(Disponível em: https://www.synergiaconsultoria.com.br/fique-por-dentro/saude-mental-burnout-depressao-e-suicidio/. Adaptado.)

Texto 5

Um número crescente de pessoas no Brasil (e no mundo como um todo) não têm conseguido trabalhar com
bem-estar e de forma eficaz. As estatísticas não mentem: os índices de colaboradores diagnosticados com a
Síndrome de Burnout já chegam à casa dos milhões no Brasil. Só para se ter uma ideia, somos o 2.o país com
mais casos da doença no mundo! [1 em cada 3 trabalhadores no Brasil sofre de Burnout].
(Disponível em: https://zenklub.com.br/blog/saude-bem-estar/sindrome-de-burnout-no-brasil/. Adaptado.)

Texto 6

A plenitude da atividade humana é alcançada somente quando nela coincidem, acumulam-se, exaltam-se e
mesclam-se o trabalho, o estudo e o jogo – isto é, quando nós trabalhamos, aprendemos e nos divertimos, tudo
ao mesmo tempo…. É o que eu chamo de ócio criativo, uma situação que tende a tornar-se cada vez mais
difundida no futuro.
O ócio é necessário à produção de ideias, e as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade.
Do mesmo modo que dedicamos tanto tempo à educação dos jovens para o trabalho, precisamos nos dedicar
em igual medida a educá-los para o ócio.
(Domenico De Masi, O ócio criativo.)

Texto 7

Em julho de 2021, a ginasta norte-americana Simone Biles desistiu de disputar a final individual de ginástica
artística nas Olímpiadas de Tóquio. A atleta era favorita ao ouro, mas alegou que precisava preservar sua saúde
mental.
“Eu realmente sinto que às vezes tenho o peso do mundo sobre meus ombros. Eu sei que eu ignoro e faço
parecer que a pressão não me afeta, mas às vezes é difícil”, desabafou Biles em um post no Facebook.
Problemas com a saúde mental não ocorrem apenas com atletas: eles também estão na rotina de qualquer
trabalhador de uma empresa.
(Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/a-desistencia-de-simone-biles-as-pressoes-no-trabalho-e-como-se-safar-delas/.
Adaptado.)

Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija
uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: Síndrome de Burnout versus
ócio criativo na sociedade contemporânea.

Instruções:
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
• Dê um título a sua redação.
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Rascunho da Redação
(Título)

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SIMULADO FUVEST 2023

2.a Fase – Primeiro Dia

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