Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Olá amigos!
Nestes últimos anos, nos quais escrevi centenas de textos aqui para o site, em meio a
uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado, aprendi algumas coisas sobre os
bloqueios na escrita. Neste texto, quero passar o que aprendi e como você pode superar
tais bloqueios, o famoso writer’s block.
A criatividade tem tudo a ver com novidades. Se você escreve sempre do mesmo
jeito, por exemplo, em um computador, tente escrever a lápis, a caneta. Tente utilizar
aplicativos de tablets e celulares que transformam o som da sua voz em texto. Depois
tente fazer o inverso, utilize programas que transformam o texto em áudio para você ver
como fica a versão na voz de uma outra pessoa (ainda que seja um robô).
Você também pode modificar os lugares nos quais escreve. Se escreve no
quarto, mude para a sala. Ou os horários. Se escreve de manhã, teste a noite. Mas
perceba o porquê de a mudança ter ou não efeito. Por exemplo, algumas pessoas relatam
que preferem escrever à noite. No fundo, não é o horário que importa e sim o fato de
não ter que lidar com interrupções de outras pessoas. Neste caso, também é possível
mudar totalmente de ambiente e ir para uma biblioteca. Bibliotecas são bastante
estimulantes porque vemos outras pessoas estudando, o que traz motivação.
Muitas pessoas preferem escrever um pouco por vez. Um pouco por vez. Um
pouco por vez e ir enchendo uma página, um capítulo, um livro. Como observou muito
bem Isabel Allende, uma página por dia dá origem a um livro de 365 páginas depois de
um ano.
Porém, porque não deixar livre e escrever 10 páginas em um dia? O problema,
argumentam os defensores do “de grão em grão a galinha enche o papo” é que muita
energia em um só dia talvez se transforme em nenhuma energia nos dias seguintes. De
modo que em um mês, em vez de 30 páginas, teríamos 10, 12, 15.
Dica: escreva o máximo que conseguir. Não se limite em um quadrado rígido de
páginas ou de tempo por dia. Mas estabeleça sim um limite mínimo. Pode ser 500
palavras ou 1.000. Ou 8 pomodoros ou 12. Você tem que definir um pouco que não seja
tão pouco. Um pouco que seja desafiador sem ser esmagador.
Aceite: um texto nunca estará bom o bastante. Não existe perfeição na escrita
assim como não existe perfeição na fala (em uma apresentação pública). Por isso gosto
tanto da frase de um mestre zen ao seu discípulo: “Você é perfeito como é, mas ainda
pode melhorar”…
Um texto sempre pode melhorar. Nos cursos em vídeo que dou, vejo como
grandes autores da psicologia sempre acrescentaram e mudaram certos trechos de seus
livros em edições posteriores. Isso significa que eles perceberam falhas e omissões ou a
necessidade de complementar aqui e ali. O que comprova a tese de que não existe algo
como está perfeito para sempre.
Se é assim, escreva, escreva, escreva. Corrija. Revise o melhor que
puder. Enough is enough. Em um ponto você terá que colocar um ponto final.
7) Do elogio ao autoelogio