Você está na página 1de 16

1

10 Dicas para uma boa redação

1. Mantenha-se atualizado em relação aos grandes problemas brasileiros (sociais, políticos, culturais,
ambientais etc.), lendo revistas e jornais. Só assim você enriquecerá seu repertório de informações e
argumentos para opinar, de forma consistente, sobre o tema proposto.
2. Procure conhecer o modelo de redação do ENEM, tomando contato com as propostas dos exames
anteriores e, se possível, desenvolva essas propostas a título de exercício. Peça que seu professor de
língua portuguesa avalie seu desempenho.
3. Na hora da prova, leia com a máxima atenção a proposta apresentada, procurando entender o que
dizem os textos que a compõem. Lembre-se de que esses textos não podem ser ignorados no
desenvolvimento de sua redação.
4. Ao desenvolver seu texto, você deve fazê-lo por meio de uma dissertação argumentativa e não de
uma narração. Evite escrever em forma de diálogo.
5. Use a língua escrita culta, ou, em outras palavras, o português escrito padrão. Evite, pois, a
linguagem popular ou a gíria.
6. Ao redigir seu texto, além de expor informações e argumentos, procure se posicionar diante da
situação-problema presente na proposta.
7. Faça antes um rascunho e, na hora de passar a limpo seu texto, proceda a uma boa revisão.
8. Desenvolva seu texto com coerência e de forma bem articulada. Esses dois aspectos também serão
avaliados e receberão nota.
9. Não se esqueça de incluir em seu projeto de texto uma proposta de solução para o problema tratado
no texto, conforme recomenda a competência 5.
10. Escreva no mínimo 15 linhas e use uma letra legível.

A PALAVRA TEXTO – DE TECER – AMARRADO DE FRASES E PARÁGRAFOS DENTRO


DE UMA LINHA DE PENSAMENTO EM TORNO DO OBJETO PRINCIPAL “TEMA”.

Exemplos de textos do professor:

Texto 1 (Drogas):
Sugestões de título: Drogas: um mal invencível? / Drogas: uma questão de
inteligência

São milhares as vidas humanas que se perdem ou se destroem em decorrência


do uso de drogas. É preciso reconhecer, em função disso, que as estratégias dos
governos e dos organismos internacionais para combater a crescente desenvoltura
do narcotráfico têm colhido mais fracassos que sucessos. Gastam-se bilhões de
dólares anualmente na repressão ao tráfico; em contrapartida, o consumo cresce em
todo o mundo. Então, será mesmo possível superar esse flagelo que tanto atormenta
a humanidade?
2

Não se trata de tarefa simples, por certo. O tema do vício e das drogas mobiliza
toda sorte de emoções. De um lado, jovens descobrindo a vida, movidos pela
curiosidade, que os impulsiona a experimentar novas sensações e prazeres da forma
mais imediata possível. De outro, famílias desesperadas e, por vezes, destruídas, sem
saber direito o que fazer. Nesse conturbado contexto, há uma triste realidade: a
distância entre o prazer e as lágrimas é quase sempre muito curta. O pior é que
alguns só descobrem isso quando é tarde demais.

Infelizmente, as drogas têm um enorme poder de sedução. Em meio à pressa


do mundo moderno, aos problemas, aos conflitos pessoais, existenciais, elas
funcionam como uma válvula de escape, um meio fácil pelo qual se pode fugir e
sentir prazer instantâneo, mesmo que seja efêmero e fantasioso. E isso, certamente,
não é uma característica apenas do mundo contemporâneo. Muitos povos antigos,
segundo relatos históricos, conheciam e utilizavam ervas alucinógenas em rituais
religiosos, o que acontece ainda hoje em algumas culturas consideradas mais
primitivas. Assim, milhares de anos de convivência do homem com as drogas
parecem dar razão ao poeta modernista Thomas Stearns Eliot: “O gênero humano
não consegue suportar muita realidade”.

No entanto, embora essa seja uma verdade aparentemente inquestionável,


não podemos esmorecer, nem desistir de lutar contra as drogas; e não será
impossível se considerarmos que a maioria das pessoas não precisa delas para dar
sentido à vida ou se sentir mais feliz. Entretanto, infelizmente, durante a passagem da
infância para a vida adulta, surge um grande empecilho, pois costuma se manifestar o
que os especialistas chamam de “onipotência juvenil”: o jovem acredita ser imune a
qualquer perigo e não consegue avaliar os riscos de suas ações, ficando, desse modo,
muito mais vulneráveis.

Portanto, para vencermos essa difícil batalha, será preciso apostar na


prevenção, afinal, pelo menos até hoje, nenhuma lei, por si só, foi eficaz. Pessoas
conscientes, bem informadas são capazes de lidar melhor com o prazer, sem ser pela
destruição de si mesmas ou pela dos outros. Para tanto, deveremos construir uma
sociedade menos ingênua, que não acredite que o Estado dará conta de tudo. Todos
são, direta ou indiretamente, responsáveis. Nesse sentido, além de continuar
investindo na repressão ao tráfico, precisaremos educar melhor nossas crianças, para
que consigam, em todas as fases da vida, mesmo diante da iminente possibilidade de
obter prazer com as drogas, pensar racionalmente nos efeitos destrutivos do vício e
dizer não. É uma questão de inteligência, de evolução e é por isso que nós
conseguiremos.
3

Vanderson Caliari – 23 de agosto de 2007

Texto 2 (Redução da maioridade penal):


Maioridade penal

Em função dos inúmeros crimes cometidos por crianças e adolescentes —


principalmente devido ao duplo assassinato, de um jovem casal de namorados,
praticado por um menor, no interior de São Paulo — ficou em evidência novamente
um assunto bastante polêmico: a redução da maioridade penal.
Segundo aqueles que defendem essa idéia, seria fundamental reduzir a
maioridade, já que a falta de punição justa e eficiente tem contribuído para o
aumento da violência na faixa etária inferior a 18 anos. Além disso, muitos dizem que
se o governo considera esses mesmos adolescentes capazes de eleger líderes
políticos para comandar nosso país, teriam também, sem dúvida, condições para
compreender e assumir as conseqüências de um crime. E, ainda, conforme alguns
especialistas, ato infracional — termo técnico usado para se referir às atitudes ilícitas
praticadas por menores — é igual a crime e, portanto, deve ser punido com igual
rigor, independente da idade.

Outros, entretanto, pensam que precisamos apostar no potencial de


recuperação desses jovens, a fim de que sejam mais facilmente reinseridos na
sociedade. Ressaltam também que a atual estrutura do sistema carcerário brasileiro,
além de não ter condições para suportar um número maior de detentos, poderia
fazer com que muitos desses adolescentes, se não houvesse uma separação
adequada, recebessem uma carga extremamente negativa, o que prejudicaria ainda
mais o processo de recuperação. Além do mais, contrariando os que são a favor,
acreditam que um jovem com idade inferior a 18 anos, apesar das amplas
informações divulgadas pela mídia, não tem maturidade, discernimento para
entender a gravidade e as conseqüências de um comportamento criminoso.

Dessa maneira, diante de tantas opiniões divergentes, percebe-se o quanto é


difícil nos posicionarmos categoricamente em relação a esse assunto. Embora haja essa
dificuldade, o bom senso deve prevalecer. As famílias das incontáveis vítimas desses
menores merecem justiça. Cometer atos de violência tão bárbaros e permanecer no
máximo três anos numa unidade de tratamento — ainda com a possibilidade de fugir e
ficar impune, como temos visto inúmeras vezes pela televisão — é vergonhoso,
indecente. Porém, é preciso, antes de criar ou alterar leis, que o governo, além de
implantar verdadeiramente o Estatuto da Criança e do adolescente, faça o sistema
prisional brasileiro cumprir seu papel, porque, do contrário, as sentenças dadas aos
menores infratores não farão diferença alguma.
4

Texto 3 (Cotas nas Universidades):


Uma questão de Justiça / Para que ninguém seja enganado

A deficiência da educação no Brasil é algo bastante notório. Nesse contexto,


entretanto, se focalizarmos as classes menos favorecidas, certamente perceberemos
que a situação é muito mais problemática. Em função disso, o presidente encaminhou
ao Congresso Nacional o projeto de lei que institui o Sistema Especial de Reservas de
Vagas para alunos de escolas públicas, incluindo um percentual mínimo destinados
àqueles auto-declarados negros ou indígenas. Tal fato, evidentemente, tem gerado
discussões acaloradas.
Os opositores do projeto defendem a idéia de que, se o governo garantisse
escolas de boa qualidade, essa política de cotas não precisaria ser implementada.
Argumentam também que os alunos cotistas não conseguiriam, tendo em vista a
preparação insuficiente que tiveram, acompanhar o nível das aulas na universidade.
Além disso, dizem que esse sistema é discriminatório – considerando que os alunos
mais privilegiados socialmente não podem ser penalizados por isso – pois, ao tentar
corrigir erros históricos cometidos contra os menos favorecidos, o governo estaria
praticando outros: conceder privilégios inconstitucionais.

Em contrapartida, especialistas afirmam que a elitização do ensino superior é


hoje a face desigual e injusta da comunidade universitária. Ademais, os que se
posicionam favoravelmente ao projeto sustentam a tese de que ele, além de devolver
a esperança aos alunos mais carentes, vai impulsionar a melhoria da qualidade nas
escolas públicas, já que haverá maior dedicação, competição e cobrança nesse
contexto. E, ainda, acreditam que esse sistema é necessário para, pelo menos,
diminuir a enorme desigualdade social construída ao longo de séculos em nossa
sociedade.

Desse modo, percebe-se como tal projeto realmente divide opiniões. No


entanto se levarmos em consideração que a intenção do governo é promover a
inclusão social e reparar injustiças históricas seculares, será bastante razoável apoiá-
lo, mesmo que ainda contenha falhas. É óbvia a necessidade de melhorar a qualidade
do ensino público, para que as cotas não sejam, num futuro próximo, mais
necessárias. Mas enquanto não for possível conquistar a tão sonhada qualidade no
Ensino Fundamental e Médio, bem como construir mais universidades – a fim de
5

ampliar o número de vagas no 3º grau – esse projeto será uma reparação, uma
questão de justiça.

Exemplo de conclusão contra as cotas:

Desse modo, percebe-se como tal projeto realmente divide opiniões. No


entanto é preciso entender que, embora a tentativa do governo seja louvável, além
de propor uma solução paliativa, está também, certamente, seguindo um caminho
equivocado: reparar falhas do passado cometendo outras. A melhor maneira de
corrigir o atual quadro da educação brasileira é, obviamente, igualar o ensino das
escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio ao das privadas, tornando mais
justo o processo seletivo do Vestibular. É preciso, ainda, ampliar o número de vagas
no 3º grau, pois só assim, depois dessas medidas de longo prazo, ninguém estará
mais sendo enganado.

Texto 4 (Desarmamento):
Um passo fundamental

O Estatuto do Desarmamento, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo


presidente em dezembro de 2003, trouxe à tona uma relevante discussão para a
sociedade brasileira: banir as armas contribuirá para a diminuição da violência? Nesse
contexto, a complexidade e a diversidade dos argumentos são enormes, o que exige,
certamente, bastante discernimento para encontrar a resposta mais sensata.
Os grupos pró-armas alegam que a lei garante ao cidadão o direito de defender
a vida e a família, e a arma seria o principal instrumento para realizar essa defesa.
Além disso, sabendo que as pessoas estão proibidas de portar armas, afirmam que os
criminosos se sentirão mais seguros para agir. Dizem também que se o Estado não é
competente — nem mesmo onipresente — para garantir a segurança de todos, não
poderia proibir o meio mais eficaz para que cada um tentasse alcançá-la.

Em contrapartida, pela ótica desarmamentista, a arma banaliza a vida, pois


situações conflituosas — como brigas em bares, boates, discussões em família ou
entre vizinhos — que poderiam ficar em socos, chutes e pontapés, acabam, por causa
da presença de uma arma, em assassinatos. Além do mais, os que abominam tal
instrumento, baseiam-se em estatísticas comparativas, como estas que foram
divulgadas pela revista Superinteressante, em junho de 2004: “Com só 2,8% da
população mundial, somos donos de 11% dos homicídios por armas de fogo do
planeta”, e 88,4% dos homicídios ocorridos no Brasil, também segundo a revista, são
6

praticados por esse mesmo instrumento. E ainda revelam que armas legais
abastecem o mercado ilegal, já que, seja pelo roubo ou pela compra, acabam
parando, muitas vezes, nas mãos dos bandidos.

Embora haja tantas idéias paradoxais, vê-se claramente a necessidade de que


todos definam uma posição e contribuam para que a violência, pelo menos, diminua
em nosso país. É preciso para isso, antes de tudo, um “desarmamento de espíritos”.
Devemos refletir melhor sobre o modo como estamos resolvendo nossos conflitos,
nossas insatisfações ou indignações e, assim, por mais difícil que seja a situação,
procurar sempre uma via mais pacífica. E, por fim, reconhecermos, independente do
interesse de vender armas ou de promover a autodefesa, que a presença de uma
arma de fogo — em uma situação de violência — potencializa a possibilidade de
ocorrer um assassinato. Nesse sentido, o Estatuto do Desarmamento é um passo
fundamental.

Texto 5 (Desarmamento):
Armas: instrumentos da violência

No dia 23 de outubro de 2005, parte da população brasileira será submetida a


algo inédito no mundo: o plebiscito do desarmamento. As regras serão as mesmas de
uma eleição para presidente. Todos os que estão aptos a votar e obrigados pela lei
deverão responder à seguinte pergunta: “O comércio de armas de fogo e munição deve
ser proibido no Brasil?”
Considerando a proximidade da data e as escassas discussões, através de
veículos de comunicação mais acessíveis, percebe-se que o evento realmente não se
diferenciará em quase nada de uma eleição política: diversas pessoas, desprovidas de
informação – e portanto despreparadas– irão às urnas responder a uma pergunta tão
importante para o nosso país. É, sem dúvida, uma situação preocupante.
Muitos não sabem, por exemplo, que o Brasil, com apenas cerca de 3% da
população do planeta, entre 192 países existentes hoje no mundo, é o lugar onde mais
se mata por arma de fogo. Segundo estatísticas recentes, ocorrem 55 mil assassinatos
por ano em nosso país. E dessas mortes, só em 2004, 38 mil foram através desse
instrumento. Tais informações são imprescindíveis para se tomar uma decisão mais
consciente, pois revelam uma obviedade: quanto mais armas entre nós, maiores são as
possibilidades de ocorrer um assassinato.
Os que se opõem ao desarmamento alegam que a arma é o meio mais eficiente
para assegurar a legítima defesa, prevista na constituição. Porém, estão alheios – ou
pelo menos parecem estar – ao fato de que os criminosos sempre têm a seu favor o
elemento surpresa. Assim, arma que está em casa ou no carro, quase sempre
escondida, dificilmente será acionada com maior rapidez do que aquela que já está nas
7

mãos do bandido. Nesse sentido, conforme um dado da revista Superinteressante, de


junho de 2004, quem reage a um assalto utilizando uma arma tem “57% mais chance
de morrer ou se ferir”.
É claro que o desarmamento não é a única solução para acabar com a violência.
É preciso também, urgentemente, amenizar a desigualdade social, tornar os sistemas
de justiça e segurança públicas mais eficientes. O Estado deve cumprir seu papel social
de garantir a segurança e promover a dignidade humana, pois só assim alcançaremos
uma convivência mais pacífica e harmoniosa. Mas, em relação à iniciativa do governo
de desarmar a população, cabe muito bem uma máxima bastante sensata: se não fazer
tudo é ruim, pior ainda é se omitir e não fazer nada.

Texto 6 (Violência urbana):


Educação equivocada: violência sem limites

Muitos explicam a violência urbana em função da pobreza, da miséria. Mas há


manifestações de violência que não nascem do estômago vazio, das restrições e
adversidades sociais.

O capitalismo, modelo político que prega a busca pelo lucro infinito, sobrevive
de fabricar desejos, ilusões. É preciso, para sua vitalidade, que as pessoas estejam
sempre insatisfeitas com o que são ou com o que têm e, assim, que tudo seja
transitório, descartável. O problema é que, infelizmente, tais características estão
migrando até para as relações humanas. Ocorre, em função disso, nas últimas
décadas, um processo contínuo de desumanização. Muitas pessoas estão perdendo a
sensibilidade, os valores permanentes da moral, da ética, do bom senso, do respeito
ao outro. É a moléstia do consumismo afetando todos. Nesse contexto, a vida está
cada vez mais banalizada: as pessoas ou são um empecilho para conquistar o que se
deseja ou simplesmente um objeto de consumo como outro qualquer que pode ser
descartado.

Nesse sentido, os atos bárbaros de violência cometidos por jovens de classe


média-alta – como no caso do índio Galdino e, mais recentemente, no espancamento
da empregada doméstica Sirlei – têm uma relação com essas idéias. Isso porque
muitas famílias confundem amor e educação com a simples satisfação material de
seus filhos, aceitando o consumo desenfreado, esquecendo de transmitir os valores
éticos, de explicar que o mundo não é um grande parque de diversões ou um mega
shopping, onde tudo e todos podem ser consumidos e descartados. Assim, sob a luz
8

desse paradigma equivocado, muitas crianças chegam à juventude desequilibras


emocionalmente, sem condições de respeitar regras e pessoas, por causa da própria
permissividade dos pais, porque estes, certamente, não souberam impor limites.

Mas o que fazer então com esses jovens nascidos em “berço de ouro”, que
cresceram sem aprender a respeitar a sociedade, as leis, as pessoas. É certo que não
bastará apenas ficarmos perplexos quando a televisão mostrar mais um trágico
episódio. Além da punição exemplar, é óbvio, será necessário ir muito mais adiante.
As famílias desses jovens, que têm o privilégio de uma vida digna, precisarão
entender que amar e educar também significa dizer não, também significa, desde as
fases iniciais da vida, transmitir os valores mais nobres que denotam, em síntese, o
respeito ao próximo. Do contrário, depois, não adiantará apenas pedir desculpas à
sociedade ou chorar na porta de uma delegacia.

Tema: Violência urbana (Exemplos de introdução)

Introdução 1:

A violência urbana já chegou aos limites do absurdo. É um cenário trágico que


acaba produzindo números espantosos. De acordo com estatísticas recentes, o Brasil
é o 4º lugar do mundo em assassinatos; só perde para países que estão em estado de
guerra civil: África do Sul, Colômbia e El Salvador. São 55 mil assassinatos por ano.

Introdução 2:

A violência urbana no Brasil já chegou aos limites do absurdo. Segundo


especialistas, os motivos mais evidentes que justificam o aumento desse grave
problema estão relacionados à corrupção policial, à ineficiência do sistema
carcerário, a um sistema judiciário moroso e incompetente e, além disso, aos diversos
problemas sociais existentes.

Introdução 3 (seguida do texto completo)

Texto 7(violência urbana):


Quando todos saem perdendo
9

Entre os mais graves e complexos problemas brasileiros, a violência urbana


constitui, sem dúvida, um mal que parece indissolúvel. A corrupção policial, a
ineficiência e morosidade da justiça, a incompetência do sistema carcerário e as
inúmeras adversidades sociais são questões que, infelizmente, comprovam isso.

É preciso reconhecer que muitos agentes da lei, ao invés de combater a


criminalidade, acabam se envolvendo com ela. Diversos são os policiais corruptos
que, por exemplo, cedem ao suborno de bandidos, sob o pretexto dos baixos salários
e das péssimas condições de trabalho. A verdade, porém, é que faltam princípios
éticos — honestidade, bom caráter, respeito à profissão que exercem e à sociedade
que, apesar de tudo, ainda deposita certa confiança neles. Quando agem assim,
contribuem com o tráfico de drogas, com o crime organizado e se tornam, sem
dúvida, direta ou indiretamente, responsáveis pela violência em nosso país.

A pouca eficiência da Justiça brasileira também colabora significativamente


para o aumento desse problema. Além de haver um número insuficiente de juízes, a
legislação penal permite ao réu uma infinidade de recursos que protelam a decisão
judicial e, segundo estatísticas, os processos ficam 90% do tempo nos cartórios. Tudo
isso gera uma sensação de impunidade e muitos, impacientes e revoltados, fazem
justiça com as próprias mãos. Assim, não é difícil perceber que a falta de punição
rápida, adequada estimula o surgimento de novos criminosos e, conseqüentemente,
o crescimento dos atos bárbaros de violência, já que a maioria deles acredita que
dificilmente serão ou ficarão presos.

Quando ocorre a prisão, infelizmente, outro problema acontece. Isso porque o


sistema prisional não consegue, em boa parte dos casos, cumprir seu papel. Seja pela
pouca escolaridade ou pela inexperiência profissional, quando o detento finaliza a
pena, as portas da prisão são abertas, mas as da sociedade continuam fechadas. Sofre
preconceito, não consegue uma fonte honesta de renda e, desse modo,
desestimulado, sem perspectiva alguma, procura encontrar novamente na prática de
crimes, na qual a vida é assustadoramente banalizada, a sobrevivência digna que o
próprio Estado deveria lhe oferecer.

Ainda convém ressaltar que o caminho da violência é escolhido por muitos


indivíduos sem nenhum histórico policial. Isso porque diversas pessoas, também em
função das adversidades sociais, como no caso dos ex-detentos, entram em
desespero. Nesse contexto, sem acesso a uma vida digna, esse caminho se torna uma
das poucas alternativas para enfrentar tantas privações, como, por exemplo, o
desemprego, a falta de boas escolas, de bons hospitais e, às vezes, até a restrição
10

alimentar: algo capaz de conduzir o ser humano aos instintos mais primários, de luta
pela sobrevivência, nos quais a vida do outro pode não ter valor algum.

Esse trágico cenário acaba produzindo números espantosos. De acordo com


estatísticas recentes, o Brasil é o 4º lugar do mundo em assassinatos; só perde para
países que estão em estado de guerra civil: África do Sul, Colômbia e El Salvador. São
55 mil assassinatos por ano. Portanto, percebe-se que, para vencermos essa difícil
batalha, será preciso, além de líderes políticos competentes, que saibam atacar
incansavelmente todas as causas desse terrível mal, uma sociedade que se dedique à
cultura do altruísmo, da solidariedade, para aprender a conviver urgentemente de
forma pacífica e harmoniosa. Do contrário, todos nós sairemos perdendo.

Texto 8(violência urbana- A partir do tema do ITA 2009):

Tema – ITA - 2009

Violência urbana: um problema de todos nós

Enfrentar a violência urbana no Brasil se tornou um desafio complexo, pois as


fontes desse mal são inúmeras e, pior, parecem indissolúveis. Esse problema tem
transformado nosso país num ambiente de insegurança, medo e, até mesmo, terror,
já que a vida é constantemente banalizada.

Segundo dados recentes, de todos os assassinatos cometidos no mundo 10%


ocorrem no Brasil; ou seja, são aproximadamente 50 mil homicídios por ano:
números absurdos, que nos colocam, estatisticamente, entre as nações que se
encontram em estado de guerra civil. Nesse contexto assustador, quem pode, é claro,
procura se proteger de todas as formas. O crescimento da quantidade de
condomínios fechados e da utilização de câmeras, cercas elétricas, grades, cães
ferozes, seguranças, carros blindados, entre outros recursos/ por exemplo, são o
reflexo do comportamento de uma minoria rica desesperada. E o pior é que muitos,
alheios a essa realidade que submete a todos, acreditam que conseguirão desfrutar a
vida em uma redoma de vidro, isolados e protegidos pela utópica segurança que o
11

dinheiro pode comprar, como se pudessem viver numa espécie de blindagem


permanente. Mas quando saírem às ruas – seja para o trabalho, estudo ou lazer –
estarão, em diversas situações, tão expostos( frágeis e vulneráveis) quanto qualquer
cidadão sem nenhum centavo no bolso.

É óbvio que todos têm o direito de tentar garantir a proteção que o Estado,
por meio dos agentes da lei, não consegue proporcionar, tanto pela negligência
quanto pela clara incapacidade de ser onipresente. No entanto, é óbvio também que
acreditar e apostar só nisso representa, no mínimo, ingenuidade ou, até mesmo,
egoísmo e alienação. Isso porque a participação da elite no enfrentamento da
violência tem uma importância inquestionável, pois o que existe em excesso para
alguns significa, não raro, o básico que falta para milhares de pessoas que vivem em
situação de extrema miséria. Talvez seja por isso que muitos, não suportando a
exclusão social, na qual há todo tipo de restrição, procurem equivocadamente no
crime e, por conseguinte, na prática da própria violência a dignidade que o Estado,
unido ao bom senso e altruísmo dos mais ricos, deveria oferecer.

Todavia não pode ser apenas isso. Embora a atuação eficaz dos governantes,
para melhor distribuir a renda, bem como o envolvimento e a generosidade dos mais
privilegiados socialmente tenham um papel relevante, será preciso muito mais. Como
acreditar na diminuição da violência, por exemplo, se a polícia não é confiável,
considerando que muitos policiais são corruptos e praticam atrocidades? Se a Justiça,
além de tardar, falha constantemente? Se o tráfico de entorpecentes se tornou fonte
de renda; e o uso, assim como a manutenção do vício, razão para que a vida do outro
não signifique nada? Se em torno de 70% do ex-detentos reincidem na vida
criminosa? Se alguns ainda apostam na ideia de que a posse de uma arma pode evitar
a violência e não, pelo contrário, potencializá-la? Como ter esperanças de que esse
mal será superado, quando incontáveis famílias, desestruturadas emocionalmente,
confundem educação para os seus filhos com a pura e simples satisfação material?

Tais questões, certamente, parecem barreiras intransponíveis. Contudo, se nós


seres humanos já evoluímos em tantos aspectos, ainda é possível acreditar na
transformação desse contexto tão assustador. Precisamos manter a esperança de que
a vida em sociedade pode ser mais harmoniosa e pacífica. Precisamos, ainda, refletir
sobre o modo como estamos resolvendo nossos conflitos, a fim de que ninguém
mais, seja em qual for a situação, aposte na violência como um caminho para
solucionar problemas. Não adiantará simplesmente tentar fugir ou se esconder em
fortalezas residenciais. Será fundamental cada indivíduo contribuir como puder,
12

independente de sua condição social, já que a violência se tornou, sem dúvida, um


problema de todos nós.

Texto 9 (problemas de São Paulo)


Caos em São Paulo

Os habitantes da cidade de (1)São Paulo passam diariamente por algumas


dificuldades, pois o (2)trânsito está cada vez mais congestionado, (3)assaltos ocorrem
a todo instante e, além disso, os índices de (4)poluição estão chegando a níveis
altíssimos.

A estrutura física dessa grande cidade não acompanhou proporcionalmente o


crescimento populacional e, por conseqüência, número de veículos circulando. O
resultado mais óbvio disso é um trânsito extremamente caótico. Os períodos
chuvosos e os constantes acidentes também contribuem para o agravamento desse
problema. Só para se ter uma idéia, em alguns momentos críticos, os
congestionamentos chegam a ultrapassar 100 quilômetros.

Outra preocupação que tanto atormenta os paulistanos são os altos índices de


violência. Para muitos, a miséria é a principal responsável pela maioria dos assaltos,
entre outros crimes, praticados nessa metrópole. *Isso porque diversas pessoas,
diante de um contexto social adverso, no qual o governo não cumpre com as
obrigações constitucionais básicas – moradia, emprego, saúde e educação – entram
em desespero e vêem nos furtos e roubos (na vida ilícita) (criminalidade) o único
caminho para sobreviverem. Mas não é só isso. É óbvio (evidente, claro, lógico) que o
crime organizado e o tráfico de drogas são fatores que também explicam toda
insegurança vivida em São Paulo ( nesse conturbado contexto).

* Isso porque diversas pessoas entram em desespero. Sem acesso a uma vida
digna, os assaltos se tornam uma das poucas alternativas para enfrentar tantas
privações, como, por exemplo, o desemprego e, às vezes, até a restrição alimentar.(:
algo capaz de conduzir o ser humano aos instintos mais primários, de luta pela
sobrevivência, nos quais a vida do outro pode não ter valor algum.)
13

Ainda convém lembrar que a poluição diminui consideravelmente (bastante) a


qualidade de vida nesse gigantesco pólo industrial. Muitos empresários, que visam
apenas ao lucro, não se preocupam com o meio ambiente (a degradação ambiental, o
bem comum). Assim, boa parte das indústrias lança gases e dejetos tóxicos,
contaminando, principalmente, o ar e a água. A imensa frota veicular (O intenso
tráfego de veículos), por sua vez, amplia (intensifica) esse quadro fatídico. Além disso,
(Como se já não bastasse,) a poluição sonora e visual também contribuem ( ajudam
a / colaboram ) para transformar o cotidiano dos paulistas num estressante desafio.

(Parágrafo de uma aluna – Cláudia Castilho) A grande concentração de


fábricas, juntamente com a enorme frota veicular, emite diversos gases poluentes na
atmosfera, fazendo com que a qualidade do ar torne-se péssima. As indústrias
também poluem os rios e o solo, devido ao destino indevido de seus resíduos. Além
disso, a poluição sonora e visual são freqüentes nesse cenário metropolitano.

Dessa forma, percebe-se claramente como a vida dos habitantes da maior


metrópole da América do Sul é muito conturbada (Portanto, pode-se perceber
claramente como esses habitantes metropolitanos vivem num caos urbano). Tal
situação só será invertida ( pelo menos minimizada) quando houver vontade política
(real interesse político). Nesse sentido, (Sob essa perspectiva) a participação (ou
envolvimento) populacional, inquestionavelmente, contribuirá para uma mudança
profunda nesse cenário. Afinal, trânsito organizado, harmonia social e ambiental são
sempre o resultado de uma ação coletiva e não apenas de governantes.

Exemplos de introdução (Sistema carcerário)

1- O sistema carcerário brasileiro não consegue, na maior parte dos casos,


devolver à sociedade homens regenerados. A ineficiência desse sistema ocorre,
principalmente, devido à corrupção, à ociosidade dos presos e, ainda, à superlotação
nas celas.

2- É inegável que as prisões brasileiras não conseguem cumprir seu papel. Só


para se ter uma idéia, segundo dados referentes a 2007, sabe-se que
aproximadamente 70% dos presos, após o cumprimento da pena, reincidem na vida
criminosa.

3- A pena de prisão, que parece à maioria de nós algo natural para segregar os
criminosos, surgiu há 200 anos (a partir do século XIX). Infelizmente, pelo menos no
14

caso brasileiro, mesmo depois de tanto tempo, tal procedimento ainda não alcançou
a eficiência esperada.

Texto 10 (Sistema Carcerário – Texto completo)


Por uma sociedade mais pacífica / Um sistema falido

O sistema carcerário brasileiro não consegue, na maior parte dos casos,


devolver à sociedade homens regenerados. A ineficiência desse sistema ocorre,
principalmente, devido à corrupção, à ociosidade dos presos e, ainda, à superlotação
nas celas.

A corrupção é a principal responsável pela continuidade do crime dentro do


sistema. Além dos próprios parentes, muitos profissionais que têm contato direto
com os presos facilitam a entrada de objetos ilícitos como drogas, celulares e até
armas. Isso, certamente, torna quase impossível a recuperação do detento. E, pior
ainda, faz com que muitas unidades prisionais se tornem centros de comando do
crime organizado.

O tempo que os presidiários passam à toa nesse contexto (durante o


cumprimento da pena) também é um sério agravante. A ociosidade provoca a
sensação de inutilidade, tristeza, depressão, diminuindo ainda mais as chances de
regenerar o indivíduo apenado. (Seja pela pouca escolaridade ou pela inexperiência
profissional, quando o detento finaliza a pena, as portas da prisão são abertas, mas as
da sociedade continuam fechadas. Sofre preconceito, não consegue uma fonte
honesta de renda e, desse modo, desestimulado, sem perspectiva alguma, procura
encontrar novamente na prática de crimes, na qual a vida é assustadoramente
banalizada, a sobrevivência digna que o próprio Estado deveria lhe oferecer.) Prova
disso é que, segundo a CPI do sistema carcerário, realizada no ano passado, cerca de
70% dos ex-detentos reincidem na vida criminosa. Por isso, a inserção de atividades –
educacionais, profissionalizantes, culturais e esportivas – é imprescindível, pois desse
modo seria muito mais fácil o processo de ressocialização. (pois desse modo
conseguirão mais facilmente conviver em sociedade, respeitando regras, leis e
pessoas)

Como se tudo isso não bastasse, a quantidade excessiva de presos (a população


carcerária) já ultrapassou o limite tolerável, tornando o sistema muito mais um
15

depósito de seres humanos do que um local onde alguém consiga se recuperar. São
422 mil presos e um déficit de 185 mil vagas, conforme os dados da CPI. Há celas
comportando mais do que o triplo da capacidade prevista pela lei. Tal situação
submete-os a condições desumanas, nas quais ocorre até revezamento para dormir.
Tudo isso gera revolta e se torna, obviamente, o principal motivo para as rebeliões:
talvez o único meio de reivindicarem os direitos humanos.

Diante desse contexto tão trágico (crítico) e perigoso, não é difícil compreender
porque as prisões brasileiras não cumprem seu papel com a esperada eficiência.
Parece, na verdade, impossível reverter esse quadro, principalmente se
considerarmos a inércia da maioria dos políticos e diretores de presídio. Se por um
lado a necessidade de construir mais unidades prisionais é óbvia, por outro a reforma
do código penal e a maior eficácia da justiça também deve ser. É preciso, acima de
tudo, devolver aos detentos, embora tenham desrespeitado as leis, a dignidade, a fim
de que todos possam conviver em uma sociedade mais pacífica.

Texto 11(Corrupção no Brasil)


Precisamos evoluir

O Brasil está enfrentando novamente uma grave crise política. Em 1992, o


então presidente Fernando Collor de Melo sofreu o processo de “Impeachment”
devido a denúncias de corrupção. Agora, o ex-torneiro mecânico que chegou à
presidência está submerso num cenário vergonhoso para todos nós. E o pior – e mais
temeroso – é que essa crise não é só política. É também uma crise de valores
fundamentais ao desenvolvimento de uma nação.

É inegável que o poder tem a capacidade de transformar as pessoas e, na


maioria das vezes, negativamente. Quanto mais se tem poder, mais tênue e
irrelevante parece ficar a ética, detentora dos valores mais nobres, imprescindíveis
ao ser humano, que deveriam nortear o comportamento, principalmente, daqueles
que têm a honra e o privilégio de governar nosso país. Entretanto, infelizmente, não é
o que os fatos têm nos revelado.

O que aconteceu na era Collor – denúncias de corrupção e tráfico de influências


contra ele e seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias – deveria ter sido uma
16

lição definitiva. Mas não foi. O “mensalão”, suposto esquema de pagamento de


mesada a deputados da base aliada do governo em troca de apoio político, é uma
prova irrefutável de que o passado não tem sido uma lição para se meditar, mas sim
para se reproduzir: uma trágica paródia do sábio conselho de Mário de Andrade, nome
consagrado da literatura brasileira.
Nesse contexto fatídico, a corrupção de alguns, que não conseguem se manter
íntegros no exercício do poder, acaba prejudicando a todos. Segundo a revista Veja,
25 de maio de 2005, a economia brasileira perde, em função disso, de 3% a 5% do PIB
por ano, o equivalente a cerca de 72 bilhões de reais. O uso ilícito do dinheiro
público, portanto, além de atrasar ainda mais o desenvolvimento do país, contribui
para que ele continue sendo um dos campeões mundiais em concentração de renda e
desigualdade social.

É preciso mudar esse quadro. Mas a lentidão e ineficiência da justiça –


responsável por boa parte da impunidade – a falta de fiscalização, o nepotismo, a
ambição desmedida e a má vontade política parecem barreiras intransponíveis. Se
colocarmos holofotes sobre a história, não será difícil percebermos que a corrupção é
algo inerente à fraqueza da condição humana e, por isso, exterminá-la totalmente
seria um ideal utópico. Ainda assim, não se pode esmorecer e perder a esperança,
pois isso significaria desistir de nós mesmos, da nossa capacidade de aprender e
evoluir.

Professor: Vanderson Caliari – 11 de setembro de 2005

Você também pode gostar