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Escrevendo

para o
outro
Um guia para se tornar invisível

João Balduino
João Balduino
João Balduino
João Balduino
João Balduino
Olá!

Primeiramente, gostaria de agradecer a sua


paciência em esperar esse material ficar pronto.

Quando falei para as pessoas me pedirem por direct


esse material, pensei que viriam cinco ou seis
pessoas, mas vieram mais de vinte!

Não poderia, de modo algum, enviar um link do


Google Docs com uma série de perguntas e pronto.
E o branding? E a minha marca pessoal? E tudo
que venho aprendendo nos últimos meses sobre
marketing digital?

Decidi então criar esse “mini" e-book que vai um


pouco além do prometido.

Trouxe o modo como faço, e coloquei exemplos a


fim de criar um material que pudesse ajudar não só
Copywriters, mas qualquer pessoa que escreva para
terceiros: Ghostwriters, Social Medias, Redatores e
por aí vai.

Espero de coração que gostem e que seja útil.

Sem mais demora, vamos ao que interessa!


Introdução
ou a arte de ser invisível

Durante muito tempo trabalhei como Ghostwriter e


Social Media, antes de me tornar Copywriter - e
uma das principais habilidades que esses
profissionais precisam desenvolver é:

a arte de ser invisível.

Sim, quando somos contratados a ideia é que


façamos o nosso trabalho da maneira mais discreta
possível. E isso tem um motivo.

A escrita é uma das formas mais antigas de atestar


a autoridade das pessoas. Até hoje há um fascínio
por pessoas que têm artigos, livros, ou qualquer
material escrito que possa comprovar o
conhecimento do indivíduo.
Do mesmo modo, sabemos que escrever demanda
um tempo danado. É preciso investigar, pesquisar,
escrever - sim, isso mesmo -, revisar, corrigir até que
saia algo que mereça ser lido.

E, convenhamos, poucas pessoas conseguem fazer


isso.

Aqui entra a figura do profissional da escrita


(chamarei assim esse grupo de doidos que passam
horas sentados em frente ao computador tatilando
as teclas como se não houvesse tendinite no
mundo).

O profissional que sabe criar textos que chamam a


atenção pela beleza das palavras, pela exposição
clara das ideias e pela fluidez da leitura é altamente
valorizado.

Mas existe um preço a ser pago - na maioria dos


casos.

Esse preço é a renúncia, por um pequeno intervalo


de tempo, à sua própria escrita. Ou à sua escrita
própria.
Nesse caso, a escrita se assemelha a um processo
mediúnico (sem emoção, por favor) em que você
cede lugar à pessoa para a qual você está
prestando serviço.

Você é uma peça no processo todo.

O Especialista possui o conhecimento que você não


tem e você possui a habilidade de escrever que ele
não tem (ou não tem tempo para aplicar).

É preciso ter isso claro na mente enquanto escreve:

Você é o meio, e não a mensagem.

Mesmo que pareça meio místico e nebuloso no


momento, não há nada de misterioso nesse
processo.

Pelo contrário, existe um método, simples e fácil de


aplicar, para captar essa essência ou “espírito” do
especialista.

É o que vamos ver no próximo tópico.


Captando o Espírito do Expert

Eu quis criar essa atmosfera sobrenatural para vir


com um balde de água fria e frustrar todos os
“escritores” que restaram por aqui.

Não romantize essa relação - ou só colherá


frustração.

Eu sei que a maioria das pessoas que estão lendo


esse e-book são jovens ou estão há pouco tempo
escrevendo profissionalmente.

Vamos ser sinceros um com o outro?

Nesse tipo de trabalho não existe espaço para


vaidades e egos inflados. Não quero ser rude, mas
existe uma chance nada pequena de que você
apenas goste de escrever. O que é bem diferente
de “escrever bem”.

GOSTAR DE ESCREVER

ESCREVER BEM
Para deixar as coisas claras, eu me enquadro
perfeitamente na categoria dos que apenas gostam
de escrever, mas escrevem razoavelmente.

Isso é normal e dá pra fazer muita grana só tendo


isso.

Você não precisa saber tudo, apenas o necessário.

Antes de partirmos para as perguntas-chave a


serem feitas para o expert, existe um trabalho
prévio a ser desenvolvido. E é nele que nos
concentraremos por enquanto.

Quando você estiver prestando o seu serviço, a


demanda tácita é a de que você se passe por
alguém.

Escrever para alguém é um ato performático. É um


exercício teatral.

Não vou me arriscar na seara do Teatro, mas preciso


que saiba que escrever para alguém é um processo
de mimese, de imitação.

Por isso, a investigação é tão importante.


Estudar o Especialista é o primeiro passo para
escrever textos que transmitem o que ele quer
passar.

Essa investigação se dá em três passos simples:

Mergulhe no mundo dele e encontre as suas


referências

Pode parecer meio absurdo, mas só de buscar


entender o mundo do especialista, já é possível tirar
conclusões sobre como ele escreve - ou pelo menos
sobre como ele gostaria de escrever (essa também
é uma informação importante).

Exemplo: Alguém que siga e admire a "tríade" Ícaro


de Carvalho, Ítalo Marsili e Lara Nesteruk já dá
indícios do tipo de comunicação que gosta. Direta,
incisiva e que defenda seus princípios e valores.
Analise o que já foi escrito

O óbvio que precisa ser dito. Ler aquilo que já foi


escrito pelo especialista é a tarefa básica. Porém,
como dito ali em cima, há a possibilidade do
especialista não gostar da própria escrita ou,
simplesmente, nunca ter escrito nada que o desse
orgulho.

Mesmo assim, procure a forma com que ele se


comunica. Veja os vídeos, anote expressões, observe
a estruturação das frases.

Observe esses três posts do Samer Agi.


Perceb
e co
esta fo mo é possíve
rma de l
escrita replicar
?*

Nos três dá para per


ceber
um padrão. Dois
parágrafos, contend
o uma
tese e uma conclusão
sobre temas universa
is da
existência humana.

*Não estou dizendo que é fácil e não quero soar


pretensioso - só quero mostrar que é possível.
Converse com o especialista

Esse ponto vai garantir o entendimento correto da


comunicação do especialista. Os dois pontos acima
são especulações. Ainda que assertivas, continuam
sendo apenas inferências.

Nada substitui uma boa conversa - e quanto mais


natural e descontraída for, melhor.

É aqui que entram as famigeradas perguntas.

Quero deixar claro que essas perguntas são guias.


Se você chegar em tom de entrevista para o
especialista, é possível que ele não se abra como
deveria e o seu trabalho fique ainda mais difícil.

Tenha um pouco de jogo de cintura, seja simpático,


gentil e descontraído.

Não confunda profissionalismo com chatice.


Leve is
so par
a a vid
a!
As Perguntas
Abaixo, o roteiro que costumo utilizar para guiar a
investigação do "espírito" do especialista.

Aqui, meu querido médium, você tem que


entender uma coisa: é um norte.

É essencial que você não esqueça o que eu disse


acima: simpatia e descontração são a regra para
que você consiga, de fato, acessar o entrevistado.

Ah, um ponto de atenção: se você perguntou algo


no começo que ele não te respondeu
satisfatoriamente ou foi evasivo, volte a pergunta
depois, quando ele estiver mais relaxado.

Minha experiência mostra que, muitas vezes, essas


respostas truncadas do começo tendem a mudar
depois que o "clima" muda.

Todo mundo tem u


tomar o primeiro m plano até
soco na cara

Mike Tyson
A intenção aqui é simples, porém complexa:
entender a cabeça de alguém.

Na medida em que você entra no universo da


escrita, você percebe que no fim das contas
entender de pessoas é o que faz realmente a
diferença, independente de qual seja o objetivo do
texto.

Logo, qualquer ajuda nesse sentido é válida, desde


que não consuma a sua atenção de maneira
prejudicial.

Entender os arquétipos de Carl G. Jung é


interessante?
Sim, pode ajudar.
Entender de Temperamentos é interessante?
Sim, pode ajudar.
Entender de Astrologia é interessante?
Sim, pode ajudar.
Entender de Monomito é interessante?
Sim, pode ajudar.

hehehehe
Mas, entenda - acima de qualquer coisa - nada disso
é fundamental.

São chaves de compreensão do ser humano que


podem te ajudar a desenvolver uma sensibilidade
maior em relação ao outro.

Do mesmo modo que podem te jogar em uma


armadilha na qual você esquece de escutar e
observar atentamente.

Use esse tipo de informação com parcimônia e


humildade.

Vamos às perguntas, organizadas em uma


crescente:

Me conta um pouco da sua história? Como você


chegou aonde está hoje?

São dois os objetivos dessa pergunta: entender


mais da história do especialista e quebrar a barreira
da primeira pergunta e fazer com que ele se sinta à
vontade na conversa.
Você tem livros favoritos? E filmes? Música?

Além do intuito de deixar a conversa mais leve,


essas perguntas vão confirmar ou apurar o que
você encontrou no seu trabalho de investigação
enquanto buscava pelas referências do especialista.

Voltando à sua biografia, como começou sua


formação ou experiência profissional nessa sua
trajetória?[Caso ele não tenha incluído na resposta
da primeira pergunta]

Voltando à sua biografia, como você explicaria suas


características de destaque em relação a quem faz
a mesma coisa, profissionalmente, que você?[Caso
ele já tenha falado de sua formação na primeira
pergunta]

Você tem muitos concorrentes?

Essa pergunta é interessante para identificar o


modo como ele enxerga os seus pares profissionais.
Se possui uma postura mais agressiva ou
colaborativa.
Quem são os profissionais que você admira?
Algum deles tem presença na internet? Qual?

Ainda sobre a busca pelas referências, aqui focado


no aspecto profissional.

Quem são as pessoas que você admira? O que elas


têm que fazem com que ganhem a sua
admiração?

Já nessa pergunta, é aberto um leque maior, mas


perceba que a resposta sempre tenderá a outros
profissionais mesmo que de outras áreas.

Qual é o seu principal objetivo, pensando no


impacto causado no seu cliente?

O objetivo dessa pergunta é extrair o que move o


especialista.

Como você explicaria a sua personalidade?

As pessoas não estão muito acostumadas a


responderem esse tipo de pergunta, então pode ser
que você revisite ela mais adiante
Qual o comportamento humano que mais te
incomoda? Por quê?

Qual é o seu principal objetivo com a sua


comunicação? Como você quer que te percebam
ao lerem os textos que produziremos?

Essa resposta você vai imprimir em tamanho A3 e


pregar na parede do seu quarto com luzes de neon
em volta!

Tudo bem, não precisa de tanto. Mas esse é o guia


maior dos seus textos.

As pessoas geralmente dizem que querem ser


reconhecidas, querem ter a sua mensagem
propagada ou algo bem abstrato. Tente trazer para
a realidade.

Exemplo: Quero dar palestras em eventos físicos,


quero ser respostado por tal pessoa, quero receber
mais mensagens de apoio, ou qualquer resposta
que dê para mensurar.

O importante aqui é que não fique no campo das


abstrações.
Você tem um momento marcante na sua vida?
Um episódio em que você percebeu que nada seria
como antes...

Aqui é para você perceber a forma com que ele


conta esse momento. Se ele se emociona, se ele
acha graça, se ele tende a ir para a lição de moral,
etc.

Lembra que eu te falei sobre a imitação? Então...

Agora um momento mais profundo: por que você


contratou alguém para escrever os seus textos?

As pessoas tendem sempre a falar que é por falta


de tempo. Essa é apenas uma justificativa. Tente
encontrar outras.

Alguma coisa que você queira me contar que


tenha ficado de fora? Estou aberto para te ouvir.

Ouça.
Agradecimento

Se você é um dos fortes que chegaram até essa


página, meus parabéns!

Agradeço imensamente a confiança que você


depositou em mim, doando o seu bem mais
precioso: o tempo.

Agora que você está aqui, como bom copywriter,


não posso deixar de fazer o meu pitch...

Brincadeira. Não vou te vender nada.

A única coisa que te peço é que você me ajude a


fazer esse material chegar a mais pessoas.

Pode ser me enviando um direct dizendo se foi útil


ou não, pode ser postando stories e me marcando,
pode ser indicando para alguém que precise desse
conhecimento... Enfim, faça do jeito que você
preferir!

E, mais uma vez, muito obrigado!

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