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EXCELENTÍSSIMO (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS

______________________________________________ por seus


procuradores que a presente subscrevem, os advogados
____________________________________________________________, onde recebem as
notícias judiciais, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no Art.
319 e seguintes do Código de Processo Civil, bem como na Lei nº 8.213, de 24 de julho de
1.991, propor a presente

AÇÃO DE CONHECIMENTO COM PEDIDO DE CONCESSÃO


DE AUXÍLIO DOENÇA E APONSENTADORIA POR INVALIDEZ
(COM TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA)

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia federal


criada pela Lei nº 8.029, artigo 14, de 12 de abril de 1.990, e pelo Decreto nº 99.350, de 27 de
junho de 1.990, com sede na Capital Federal e representação judicial na Cidade de Goiânia,
na Av. Goiás, nº 371, Centro, Goiânia - GO, CEP 74005-010, pelos fatos e fundamentos
abaixo expostos:
I - DOS FATOS

A autora sofre de complicações de natureza ortopédica, ficando incapacitada para as


atividades laborativas.

De acordo com os relatórios médicos anexados, a autora foi acometida por lumbago
com ciática (CID-10 - M54.4) e deslocamento discal invertebrado (CID-10 – M51.2).

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Por três vezes o auxílio doença lhe fora concedido (NIT nº 13390679315; número do
benefício 6132776315). Entretanto, em 10/05/2017, um novo pedido foi feito, mas indeferido
pelo INSS baseando-se em pareceres contrários da perícia médica (número do benefício
6184757346).

Ademais, a autora precisa de ajuda constante de terceiros para desenvolver várias


atividades, em razão das sequelas trazidas pela enfermidade.

Por fim, cabe ressaltar que a autora é segurada da Previdência Social e preencheu
todos os requisitos de carência e qualidade de segurado, configurando-se assim a situação em
que vive a autora em um verdadeiro absurdo, uma vez que, especialmente nesse caso em que
há exames e perícias, foi comprovada ser permanente a invalidez.

II - DOS FUNDAMENTOS

Preliminarmente, a autora é hipossuficiente, não tendo condições para arcar com as


custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, fazendo jus ao
benefício da gratuidade da justiça, previsto no art. 98 e seguintes do Código de Processo
Civil. Para tanto, apresenta declaração de hipossuficiência anexa.

Os benefícios previdenciários destinados a assegurar a cobertura de eventos


causadores de doenças, lesões ou invalidez, encontram-se previstos na Lei nº. 8.213, de 24 de
julho de 1991, nos arts. 42 e 59, respectivamente, dependendo da caracterização da
incapacidade ser temporária ou definitiva caracterização de um ou de outro.

Diz o art. 59, in verbis:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,


havendo cumprido, quando for o caso, o período de

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carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.”.
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao
segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social já portador da doença ou da lesão invocada como
causa para o benefício, salvo quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa
doença ou lesão.

Por sua vez, o art. 42, enuncia que:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,


quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença,
for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.
§ 1º. A concessão de aposentadoria por invalidez
dependerá da verificação da condição de incapacidade
mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência
Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se
acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2º. A doença ou lesão de que o segurado já era portador
ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe
conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão
ou agravamento dessa doença ou lesão.

Da análise dos dispositivos legais acima transcritos, se extrai os requisitos necessários


para concessão dos benefícios, são eles:

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a) qualidade de segurado;
b) carência ao benefício;
c) incapacidade temporária (auxílio-doença) ou permanente (aposentadoria por
invalidez), ou seja, que o segurado se apresente insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.

Ocorre Excelência, que a negativa do benefício ocorrida está infundada, uma vez
que não há qualquer possibilidade de a autora exercer qualquer profissão devido à
gravidade de sua enfermidade. Enfermidade esta que resultou em invalidez permanente.

Desta forma, podemos afirmar, sem medo de errar, que a autora, durante todo o tempo
que esteve afastada, sempre esteve inapta ao trabalho, desde os primeiros sintomas que
acometiam sua coluna vertebral.

Conforme se percebe da análise dos fatos e dos requisitos legais, a autora preenche
todos os requisitos que autorizam a concessão da aposentadoria por invalidez e,
liminarmente, o benefício de auxílio-doença, porquanto não possui mais condições de
exercer seu labor, preencheu, à época da negativa do benefício, os requisitos de qualidade de
segurado e carência, bem como quanto à situação clínica.

Até que ponto o INSS tem o direito de negar um benefício previdenciário sem que isso
gere dano moral? Mesmo diante de doenças graves, a Previdência Social tem adotado uma
postura de sair negando a todo custo o direito de trabalhadores doentes. Justamente na hora
em que a pessoa mais precisa receber o dinheiro do seguro social, em razão do desemprego e
da doença, o Instituto vira as costas para o segurado.

O fato, Excelência, é que, diante da negativa do réu em conceder o benefício, a autora


vive uma situação de penúria, se desgastando e abalando sua frágil saúde para conseguir
algum sustento. Sua integridade física está sendo flagrantemente violada. O dano moral por
negativa de benefício previdenciário decorre da responsabilidade civil objetiva do INSS, que
pode ser condenado independentemente da presença do dolo ou culpa. Sendo o dano moral

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uma violação aos direitos da personalidade, não resta dúvida que a autora faz jus à
indenização.

Além da aposentadoria por invalidez, a autora faz jus ao adicional de 25% (vinte
e cinco por cento), conhecido popularmente por “Grande Invalidez”, pois depende
constantemente da ajuda de familiares e terceiros em seu cotidiano.

A denominada “Grande Invalidez está prevista no artigo 45 da Lei nº 8.213/1991, que


trata dos aposentados por invalidez, e se traduz naquele segurado que necessita de assistência
permanente de outra(s) pessoa(s) para auxiliá-lo nas suas atividades diárias mais elementares.
Assim, a grande invalidez caracteriza aquele segurado que, além de não conseguir realizar
qualquer atividade laboral para seu sustento, também não possui condições clínicas para
sequer cuidar de si próprio em relação a atividades diárias elementares.

Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do


segurado que necessitar da assistência permanente de
outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento).

III - DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Verificada a presença dos requisitos para a satisfação antecipada do direito pleiteado


pela autora, demonstrando o dano real que ainda sofre a mesma, torna-se imperativo o
deferimento da antecipação de tutela para que este juízo determine o pagamento do benefício
de auxílio-doença, in limine, até a prolação da sentença.

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A medida antecipatória, objeto de liminar na própria ação principal, representa
providências de natureza emergencial, executiva e sumária, adotadas em caráter provisório,
eis que a parte autora não consegue trabalhar.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

A verossimilhança das alegações pode ser corroborada simplesmente com a análise da


documentação em anexo, a qual demonstra incapacidade laborativa permanente da autora.

Diante de todo o exposto, está evidente a prática abusiva na relação de seguro social,
devendo ser concedido o benefício de auxílio-doença para o período de suspensão até o
julgamento da procedência da concessão da aposentadoria por invalidez. Ademais, são
inegáveis os danos causados à autora, decorrentes da conduta ilícita da parte ré.

IV - DO PEDIDO

Portanto, requer:

1. seja deferida a tutela de urgência em caráter antecipado para implementar


imediatamente o pagamento mensal e contínuo do auxílio doença durante o curso
do processo até o julgamento da lide;

2. seja julgado procedente o pedido de APOSENTADORIA POR INVALIDEZ,


diante da constatação da irreversibilidade do quadro do requerente no que tange à
capacidade laborativa, bem como o reconhecimento do adicional de 25% (vinte
e cinco por cento), a título de “Grande Invalidez”;

3. o pagamento das parcelas de AUXÍLIO DOENÇA RETROATIVO, desde a


data do indeferimento em 10/05/2017;

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3. a condenação por danos morais, em quantia a ser arbitrada por Vossa
Excelência, ficando como sugestão o valor mínimo de R$ 15.000,00 (quinze mil
reais);

3. honorários advocatícios a serem arbitrados na porcentagem que melhor


entender este Douto Juízo, bem como as custas processuais, despesas emergentes,
correção monetária e juros de mora sobre o total da condenação;

4. a autora demonstra interesse na realização de audiência de conciliação a ser


designada por Vossa Excelência.

5. os benefícios da Justiça Gratuita, em concordância com o art. 98, do Código de


Processo Civil, pelo fato de ser a autora hipossuficiente financeiramente.

Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,


especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão,
oitiva de testemunhas, perícias, vistorias, juntada de novos documentos e demais provas que
se fizeram necessárias.

Por fim, requer que as intimações sejam veiculadas em nome dos advogados
Manoel Pereira Machado Neto – OAB/GO nº 42.382 e Breno Delfino Amaral Freitas –
OAB/GO nº 49.533, sob pena de nulidade.

Nestes termos, estando ciente de que os valores postulados perante este Juizado
Especial Federal não poderão exceder a 60 (sessenta) salários mínimos e, dando-se à causa o
valor de R$ 14.055,00 (catorze mil e cinquenta e cinco reais).

É o que se pede, esperando deferimento.


Goiânia, 17 de julho de 2017.

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7
ADVOGADO
OAB N

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