patrimônio
cultural
Françoise Benhamou
Tradução
Fernando Kolleritz
Nota à edição brasileira
Introdução
2 O “consumo” do patrimônio
Um consumo pouco popular
Interdependências de consumo e star-system patrimonial
A estimativa do valor e do consentimento em pagar
O método dos valores contingentes
O método pelos custos de deslocamento
O método dos preços hedônicos
O problema da tarifação
A elasticidade-preço da despesa
A variedade das políticas tarifárias
Gratuito, pago. As incertezas das políticas tarifárias dos museus
Gratuidade e democratização. Um debate recorrente, resultados enviesados
5 As políticas patrimoniais
A decisão de preservar
A definição do perímetro da preservação
O nível correto da decisão. Financiamentos centrais ou locais?
A inalienabilidade do domínio público
O debate sobre a inalienabilidade no mundo: posições ainda polêmicas
Formas e montantes da intervenção pública
O problema do “passageiro clandestino”
A despesa pública patrimonial. O montante do empenho público na França
A produção de normas e de padrões de preservação
Os incentivos fiscais aos particulares
O pequeno patrimônio: auxílio sem proteção
Análise econômica dos dispositivos de auxílio e proteção
Risco moral, efeito de vantagem e efeito sobre a distribuição dos patrimônios
Avaliação do efeito de tombamento sobre o preço dos bens como legitimação econômica do subsídio
Avaliação do esforço desenvolvido
Na França, o Tribunal de Contas avalia dez anos de gestão de 37 museus nacionais (março de
2011)
O mecenato e a loteria, substitutos do empenho público?
Os fundos de doação
Exemplo de financiamento misto: o financiamento da arqueologia preventiva
Conclusão
Referências
Sobre a autora
Introdução
“A palavra é antiga, a noção é imemorial.” Como resumir melhor do
que André Chastel1 o caráter elusivo do patrimônio, um conceito que flutua
no tempo e no espaço? Quando o economista Guido Guerzoni define o
patrimônio cultural como um “conjunto de bens heterogêneos que se
transformam ao longo do tempo, que se encontram no cerne de um processo
de historização e que aparecem como o veículo de tradições culturais
específicas”2, os contornos do patrimônio parecem vagos e instáveis.
Mansões e moradias antigas, relíquias, castelos, dólmens, gastronomia,
línguas e saberes. O patrimônio cultural constitui-se de bens heterogêneos
tangíveis e intangíveis cuja base comum é a referência à historia ou à arte. O
patrimônio é vivo, permanentemente em processo, e sua configuração
constitui-se por meio das relações que uma sociedade mantém com sua
história. O termo “patrimônio”, que designa monumentos, obras e sítios,
estendeu-se ao patrimônio industrial e ao patrimônio ecológico. Quanto ao
patrimônio natural, é pensado como um dos elementos do patrimônio
cultural: quem poderia negar que a fisionomia de determinada paisagem
remete a uma cultura, a saberes e a tradições que contribuíram para moldar a
terra e o ambiente construído que nela se enraíza? O Japão, que foi um dos
primeiros países a adotar uma legislação de proteção das obras arquiteturais
e artísticas antigas (a partir de 1868), avança uma etapa ao assimilar homens
a “tesouros nacionais vivos” porque possuem competências e saberes
artísticos de cuja transmissão são encarregados: desde 1950, “Ningen
Kokuhō” é o título atribuído pelo governo japonês a esses artistas e artesãos
detentores e transmissores de saberes e de bens culturais intangíveis. O
patrimônio, assim, depende do passado, conta sua história e nos traz até o
presente, cuja criatividade nutre.
Além do âmbito dos bens, o patrimônio remete a serviços, a toda uma
simbólica, àquilo que constitui o fermento das sociedades. Essa extensão do
conceito não enfraquece seu alcance. O patrimônio é objeto de interesses
coletivos que podem expressar-se, dependendo das circunstâncias e dos
acontecimentos, nos planos local, nacional e até mundial. No mesmo
momento em que uma mera associação reúne os defensores de um pequeno
patrimônio rural, monumentos são designados como representativos da
história nacional, e é o mundo quase inteiro que descobre em 2001 a
destruição espetaculosa dos budas de Bamiyan pelos talibãs. A ferida
aumenta porque se trata de uma “destruição premeditada”, para retomar a
expressão de Fernando Báez (2008) a propósito da destruição intencional de
livros.
Atentados e guerras destroem riquezas insubstituíveis: a destruição das
cidades de Dresden e do Havre durante a Segunda Guerra Mundial, os
atentados à Galeria dos Ofícios em Florença (1993) e contra o mausoléu Al-
Askari da cidade de Samarra no Iraque em 2006 e 2007 etc. O cuidado
patrimonial fortalece-se com o triste espetáculo dessas perdas e com as
emoções coletivas que desencadeia.
Este livro atém-se principalmente às construções urbanas e rurais
(castelos, edifícios civis, patrimônio religioso, patrimônio industrial,
“pequeno patrimônio” – quiosques, capelas, escadas, casas tombadas etc.),
aos sítios arqueológicos, aos museus. Trata também das bibliotecas, dos
produtos da arte, dos arquivos e do patrimônio científico e técnico.
Interessa-se finalmente pelo patrimônio imaterial, o savoir-faire, as
tradições, as línguas etc. A área é gigantesca e a economia de cada um
desses campos não obedece necessariamente à mesma lógica. Ela está
relacionada com as atividades de turismo, com o artesanato artístico e, como
a difusão do patrimônio transita pela internet, com a economia das redes e da
informação. A articulação entre os modos de financiamento, o peso das
regulações e o peso das obrigações ligadas à valorização apresenta-se de
modo bastante diferente conforme os campos abrangidos.
A economia do patrimônio não se resume à questão dos impactos que
produz sobre outras atividades; todavia, a tentação de referir-se a esses está
sempre presente, e corre-se o risco, então, de instrumentalizar a cultura
concebida como mera criadora de empregos e geradora de rendas.
Discutiremos a pertinência e os limites da temática desses impactos.
O primeiro capítulo do livro desenha os territórios do patrimônio.
Mostra os fatores da sua amplificação e especifica as características
econômicas de bens e serviços. No segundo capítulo, mencionam-se os
elementos que determinam o consumo do patrimônio. Este sofre a influência
da alta dos custos de preservação (capítulo 3), frequentemente sob a
justificativa dos impactos econômicos do patrimônio e das perspectivas de
valorização de sítios e locais particularmente atrativos (capítulo 4).
Assumindo que o patrimônio depende da memória e da história, a questão de
saber a quem pertence e o enquadramento jurídico mais apropriado evolui
no tempo. Como articular instrumentos jurídicos e reguladores e
subvenções? Até onde os poderes públicos devem intervir? Que políticas
conduzir, como otimizar a despesa pública avaliando sua razão de ser, e em
que nível intervir (capítulo 5)? Essas questões colocam-se hoje no plano
mundial, notadamente no quadro da política patrimonial conduzida pela
Unesco com meios bem reduzidos; é aconselhável encaminhar-se para o que
podemos chamar de direito de ingerência patrimonial (capítulo 6)?
1 Chastel, 1986.
2 Guerzoni, 1997, p. 107.
Os territórios flutuantes
do patrimônio
Uma palavra-ônibus?
Só podemos constatar a irresistível ascensão da inquietude patrimonial,
que remete a valores simbólicos, à ideia de nação e também à vontade de
preservar um quadro de vida e obras transmitidas pela história. Por um lado,
o patrimônio engloba obras e construções cada vez mais recentes. É o que
poderíamos qualificar de extensão natural do patrimônio. Ao mesmo tempo,
por outro lado, o campo abrangido continua progredindo para novos
territórios materiais (cafés, jardins, comércios, piscinas, alojamentos
sociais, elementos do patrimônio industrial ou marítimo) e imateriais.
Enraizada nos territórios, a noção emancipa-se mediante um interesse
coletivo crescente pela preservação do patrimônio intangível.
O Inventário Geral
Proteção e inventário estão ligados. O conhecimento é o primeiro
tempo da preservação e uma condição do acesso ao patrimônio. Quando
Guizot preconiza em 1830 a criação do cargo de inspetor-geral dos
monumentos históricos, pretende confiar ao ocupante do cargo um
trabalho de recenseamento e de catalogação dos edifícios “que merecem
uma atenção especial por parte do governo”. Mas a ideia de um Inventário
Geral só é posta em execução em 1964 por André Malraux e André
Chastel, com o objetivo de “recensear, estudar e divulgar toda obra que,
pelo seu caráter artístico, histórico ou arqueológico, constitui um
elemento do patrimônio nacional”. O Inventário abrange, segundo o
Ministério da Cultura e da Comunicação, “o conjunto dos bens criados
pela mão do homem na totalidade do território nacional: arquitetura e
urbanismo, objetos e mobiliário, públicos ou privados, por um período
datando do século V até trinta anos antes da data da pesquisa”.
Pesquisadores de campo descrevem as obras in situ, e cada fração do
território nacional é submetida a uma exploração sistemática.
A fim de adiantar esse trabalho gigantesco e quiçá um pouco
delirante (segundo André Chastel, o patrimônio abrangeria “da
colherzinha à catedral”), várias bases foram criadas: base Mérimée
(patrimônio monumental), base Palissy (patrimônio mobiliário), base
Archidoc (patrimônio arquitetônico dos séculos XIX e XX), base
Memória (fundos gráficos e fotográficos) e repertório das obras
arquiteturais e mobiliárias. Os serviços do Inventário têm também por
missão divulgar o patrimônio. Publicam regularmente os resultados dos
seus trabalhos. Em 2010, 35% do território está recenseado.
Hoje, as Regiões e a coletividade territorial da Córsega ficam
encarregadas, no respectivo território de competência, do Inventário
Geral, pelo qual têm plena e inteira responsabilidade científica e técnica,
da programação até a valorização. O papel do Estado limita-se ao
controle científico e técnico; define as normas que “dizem respeito aos
métodos de operacionalização, ao léxico, aos esquemas e formatos de
dados”.
Os valores do patrimônio
Número 1.918 1.060 890 543 788 1.139 1.299 1.299 629
Um despacho pode incluir partes dos monumentos, e é possível aplicar vários despachos de proteção a
alguns imóveis.
Entre 2002 e 2007, algumas áreas tombadas de um mesmo monumento foram reagrupadas em uma
única unidade.
Fonte: MCC/Dapa/Deps.
Escavações programadas
272 258 280 340
Escavações preventivas
228 379 354 502
Fonte: Deps.
A política francesa pode ser considerada prudente. A Alemanha soma
um milhão de monumentos históricos. Na Itália, os edifícios públicos e as
obras pertencentes às coleções públicas com mais de cinquenta anos são
protegidos, qualquer que seja seu interesse artístico ou histórico22. No Reino
Unido, onde os primeiros dispositivos legislativos foram definidos a partir
de 1882, são também considerados vários patamares de proteção. A
dimensão histórica prevalece: todos os imóveis datando de antes de 1700
são protegidos, assim como a maior parte daqueles que foram construídos
entre 1700 e 1840; um edifício deve datar de mais de trinta anos para ser
protegido. Os imóveis datando do pós-guerra devem ser excepcionais para
serem tombados. Em 2010, 394.043 imóveis estão protegidos, assim como
1.606 parques e jardins, 9.080 zonas, 43 campos de batalha, 46 destroços de
naufrágio e 18 sítios tombados pela Unesco. Esse número importante advém
da sistematicidade dos tombamentos sobre a base de critérios históricos
assim como da não sistematicidade dos subsídios públicos em caso de
tombamento (o que reduz a demanda de proteção para edifícios privados23).
A proteção vale como rótulo, mas não impossibilita certas transformações,
ampliações e demolições, sob a condição de que tenham recebido
autorização da administração pública.
Os critérios da rotulação são plurais e pouco estáveis no decorrer do
tempo. Heinich (2009) propõe uma tipologia a partir do trabalho do
Inventário, a qual contrapõe, entre os critérios prescritos, os que são
unívocos (antiguidade, possibilidade de ser datado e documentado,
coerência com os procedimentos em curso, preservação da identidade,
estado de preservação) a aqueles que são ambivalentes (raridade,
originalidade). Certos critérios são proscritos (em especial a beleza, sempre
subjetiva), enquanto outros são latentes (acessibilidade).
Por toda parte, a vontade de preservar traduz-se também pela recusa da
exportação das obras de arte julgadas mais prestigiosas, que têm significado
para a história do país ou das suas coleções. Essa noção de que algumas
obras são vocacionadas a permanecer em dado território é antiga: Gombrich
(1992) lembra que o grão-duque Ferdinando de Médici havia constituído na
virada do século XVII uma lista de 18 pintores célebres cujas obras não
podiam ser vendidas no exterior.
O anseio pela preservação do patrimônio científico e técnico aparece
no século XIX. Como sublinha Robert Halleux24, a constituição desse
patrimônio é, ao mesmo tempo, acidental e deliberada: a obsolescência dos
utensílios e das máquinas é rápida e atiça a vontade de preservação dentro
de uma lógica de restituição do progresso da ciência e das técnicas. Em
contrapartida, no século XX, com a importância das revoluções científicas,
há menos preocupação com a preservação do passado. É nos Estados Unidos
que essa preocupação ganha força nos anos 1950, representada na França
pela ação do Conservatoire des Arts et Métiers (Cnam), consagrado como
local essencial da preservação e da valorização da história da pesquisa
científica.
Bens únicos
Bens públicos
Ingressos
pagos 6.979 6.905 6.787 6.196 5.490 5.937 6.237 6.081 5.923 5.577 - 20 %
Ingressos
gratuitos 1.097 1.998 1.941 1.890 1.746 1.643 2.091 2.215 2.695 2.830
158%
Total
8.076 8.903 8.728 8.086 7.263 7.580 8.328 8.296 8.618 8.407
Gratuito/
14% 22% 22% 23% 24% 22% 25% 27% 31% 34% 4%
total (%)
Fonte: MCC/Deps.
Conjunto 24 3 9 30 29
Homens 24 3 11 30 31
Sexo
Mulheres 24 3 7 29 28
15 a 19 anos 21 3 8 37 36
20 a 24 anos 26 2 6 34 36
25 a 34 anos 21 3 7 29 32
35 a 44 anos 25 3 10 34 32
Idade
45 a 54 anos 28 3 10 29 30
55 a 64 anos 27 3 12 31 31
65 anos ou
19 3 7 21 19
mais
Nenhum, CEP 12 1 4 15 14
CAP, BEP 18 3 7 23 24
BEPC 24 2 9 26 30
BAC 31 4 14 37 40
Diploma41 BAC + 2 ou +
40 4 15 47 47
3
BAC + 4 e
61 8 20 72 64
além
Ensino médio
ou 29 4 9 47 45
universitário
Tamanho da Comunidades
17 2 7 22 24
aglomeração rurais
Menos de 20
19 2 9 23 26
mil habitantes
Sobre 100
Exposição Centro
pessoas de Sítio Monumento
(pintura, de Museu
cada grupo, arqueológico histórico
escultura) arquivos
visitaram:
De 20 mil a
100 mil 21 2 9 26 26
habitantes
Mais de 100
27 3 9 34 32
mil habitantes
Paris
62 11 16 65 52
intramuros
Restante da
área
28 4 8 40 35
metropolitana
parisiense
Profissões e Independentes 20 5 8 22 25
categorias
Quadros e
socioprofissionais
prof. intelec. 55 7 20 68 63
sup.
Profissões
37 3 14 44 45
intermediárias
Empregados 19 2 8 26 25
Operários 11 1 4 16 17
Antigos
17 4 8 19 20
independentes
Antigos
53 5 18 47 41
quadros
Antigos
profission. 34 6 19 38 40
inter.
Antigos
16 1 4 19 19
empregados
Antigos
8 1 4 13 8
operários
Sobre 100
Exposição Centro
pessoas de Sítio Monumento
(pintura, de Museu
cada grupo, arqueológico histórico
escultura) arquivos
visitaram:
À procura de
18 2 5 27 26
emprego
Estudantes 36 4 11 50 51
Colegiais 20 4 7 42 37
Donas de
17 2 5 16 18
casa
Outros
12 2 2 16 19
inativos
Fontes: pesquisa Práticas culturais dos franceses, 2008, MCC e Deps.
O problema da tarifação
A tarifação obedece a vários objetivos parcialmente opostos. Trata-se
de gerenciar o congestionamento de certos estabelecimentos levando o
público para outros locais esquecidos, de otimizar as receitas e de respeitar
critérios sociais para públicos em dificuldade. A política tarifária fica em
função, portanto, do acúmulo de gente, das quantidades compradas e também
dos perfis dos visitantes. As políticas inspiradas no yield management estão
bastante em voga atualmente. Aplicadas em muitos setores de atividade,
consistem em propor tarifas diferenciadas para gerir do melhor modo
possível as capacidades e maximizar a contribuição dos usuários. Nos
monumentos históricos e museus, visam uma melhor repartição dos ingressos
observando horários e dias da semana, sem deixar de praticar uma tarifação
“discriminada” e estruturada de maneira a se adequar – o mais fielmente
possível – ao consentimento em pagar por parte das diversas categorias de
visitantes. Nem por isso devem negligenciar a facilitação do acesso à
população mais desfavorecida.
A elasticidade-preço da despesa
Índice geral dos preços 86,2 96,2 102,2 112,4 114,2 115,9 119,2 38%
Visita de museus e
61,4 88,0 105,3 122,2 125,6 129,9 129,0 110%
monumentos
Teatros, concertos 72,0 92,6 101,1 115,8 118,7 123,2 127,2 77%
37 Ver capítulo 5.
38 Segundo o Deps.
39 Netherlands Museums Association, 2011.
40 Tribunal de Contas, 2001.
41 CEP corresponde a uma ação de consultoria a fim de melhorar a qualificação profissional de quem já
trabalha. CAP e BEP correspondem a certificações de qualificação para o exercício de uma profissão.
BEPC corresponde à conclusão do Ensino Fundamental e BAC, do Ensino Médio. O nível de instrução
formal BAC + 2 corresponde a curso universitário tecnológico de curta duração concluído; o nível Bac
+ 3, à licenciatura concluída; e o nível BAC + 4, à pós-graduação finalizada. [N.E.]
42 Veblen, 1918.
43 Benhamou, 2002.
44 Lévy-Garboua e Montmarquette, 1996.
45 Ashworth e Johnson, 1996.
46 Segundo o MCC e os relatórios de atividades dos estabelecimentos.
47 Desaigues e Point, 1993; Navrud e Ready, 2002.
48 Allison et al., 1996.
49 Frey, 1997.
50 Clawson e Knetsch, 1966.
51 Nicolau, 2010.
52 Pulido-Fernandez e Sanchez-Rivero, 2010.
53 Para uma survey sobre esses assuntos, ver em especial Luksetich e Partridge (1997), Bailey e
Falconer (1998) e Benhamou (2008).
54 Chaguiboff e Teisserenc, 2000.
55 Maresca e Poquet, 2003.
56 Benhamou e Thesmar, 2011.
57 Rosen e Rosenfield, 1997.
58 Maddison e Foster, 2003.
Os custos da preservação
e dos serviços patrimoniais
Os custos da preservação
A restauração dos edifícios tombados requer o emprego de trabalho
qualificado (conhecimentos aprofundados dos métodos de construção
antigos, trabalho em grande parte artesanal) e o emprego de materiais raros e
caros. Todavia, técnicas sofisticadas que exigem forte presença de capital
podem ser utilizadas eventualmente para construções de maior vulto. Os
custos de conservação, numa biblioteca ou num centro de arquivos, são
correlatos ao tamanho dos estoques de documentos assim como à sua
fragilidade. Mas os custos vão além da preservação: incluem um conjunto de
serviços científicos e de valorização cujas fontes de financiamento são
variadas: bilheteria, locação de espaços, produtos derivados, valorização
das marcas, fundraising, venda dos serviços patrimoniais (genealogia, por
exemplo).
O patrimônio monumental e a “doença de Baumol”
O ingresso múltiplo
As políticas de marcas
Os estabelecimentos patrimoniais são ao mesmo tempo ricos e pobres.
São ricos em razão do valor dos tesouros que conservam. São pobres
quando se trata de organizar as atividades dos empreendimentos, de oferecer
serviços pedagógicos, acolhimento, preservar, restaurar, expor e enriquecer
fundos. Segundo Jouyet e Lévy (2006), o patrimônio cultural francês é pouco
valorizado, considerando que as restrições orçamentárias impõem a criação
de recursos próprios e que as marcas culturais contribuem tanto para a
difusão da França como para sua atratividade turística. Quando, em 2004-
2005, a Universidade Paris-IV negocia o direito de uso da marca
“Sorbonne” com o emirado de Abu Dhabi, a falta de prática no assunto
termina com um contrato que rende apenas 15% dos direitos de inscrição (13
mil dólares) dos quatrocentos estudantes. Bastante diferente do caso do
Louvre que vai negociar o uso temporário do seu nome por um montante bem
mais significativo65.
O emprego patrimonial
As profissões do patrimônio incluem os pesquisadores e os peritos, os
criadores (arquitetos, urbanistas, artesãos de alto nível), os operadores
(empresários, artesãos, operários, mestres de obra etc.) e os gestores e
mediadores (recepção, gestão, formação).
As estatísticas oficiais sobre emprego patrimonial na França
compreendem apenas os empregos diretamente associados ao patrimônio:
atividades ligadas à conservação e ao acesso (em todos os campos onde
chegam a ser exercidas), entre elas a manutenção cotidiana, a pesquisa, a
recepção, ou seja, 46 mil dos 588 mil empregos recenseados nas profissões
culturais em 200781. Não são levados em conta nem os empregos da
construção destinados à recuperação do patrimônio, nem o emprego turístico
ligado ao patrimônio. O quadro 8 propõe uma visão mais ampla que inclui
os profissionais da moda, da decoração e também os arquitetos.
Efeitos multiplicadores?
Um dos primeiros estudos sobre os impactos econômicos do
patrimônio86 diz respeito à cidade de Baltimore. Inúmeros estudos se
seguiram87, entre os quais, em 1988, o de Myerscough, que desenvolve um
modelo de mensuração do impacto econômico dos gastos beneficiando as
artes no Reino Unido. Do estudo é deduzido um coeficiente multiplicador
que permite a avaliação do efeito de despesa pública ou privada inicial. O
sucesso desse tipo de trabalho chegou também aos Estados Unidos88.
2003, toda a
524
França 44 mil 220 mil 260 mil -
mil
(Greffe, 2003)
2004, somente 3 mil 27 mil a 28 18 mil a 19 mil 48 mil 1,3 bilhão de euros
Provença-Alpes- mil a 50
Costa Azul mil
(Paca)
1 euro investido no
patrimônio → 19
2008, euros gerados (5
Languedoc- 6.400 12 mil - 18.400 diretos, 14
Roussillon indiretos) e 2,70
euros de impactos
fiscais
VN direto: 55
2009, toda a
313 milhões de euros;
França 33 mil 280 mil -
mil VN indireto: 21,2
(Dapa)
bilhões de euros
* Empregos públicos no setor patrimonial (recepção, gestão, formação) e privados (trabalhando no
quadro dos monumentos privados abertos à visita).
** Empregos nas empresas especializadas na restauração e preservação do patrimônio protegido,
artesãos, arquitetos ocupados com o patrimônio, empregos na rede turística.
*** Empregos atinentes à indústria cultural.
Fontes: Montgolfier (2010) e Benhamou e Thesmar (2011).
Chegadas Receitas
Total 2009
Posição Posição Total 2009 Posição Posição
(milhões de
1995 2009 (milhões) 1995 2009
dólares)
Estados
2 2 54,9 1 1 93,9
Unidos
Reino
5 6 28,8 5 6 30,1
Unido
Malásia – 9 26,6 - - -
México 6 10 21,5 - - -
Total
880,5 852,2
mundo
Fonte: OMT.
O efeito Guggenheim
Fonte: Insee.
Esse “efeito Guggenheim” explica-se pelo voluntarismo econômico de
que o museu é apenas o elemento mais visível. A reflexão estratégica
conduzida com a ajuda de Michael Porter, especialista em clusters, abrangia
a economia e o território na sua totalidade; tratava-se de reanimar o
crescimento sobre a base de uma imagem nova e de uma rede de empresas
de serviços ligadas entre si. Os canteiros compreendiam os transportes, as
redes de água, a reabilitação dos cais marítimos, além de uma sala de
concerto, um viveiro para jovens artistas, a intervenção de arquitetos de
renome mundial a fim de remodelar as margens do rio (Zaha Hadid),
redesenhar o aeroporto (Santiago Calatrava) e o metrô (Norman Foster):
lógicas patrimoniais, urbanas e de museu ecoam num mesmo anseio
amplamente fomentado por objetivos econômicos. Quanto ao próprio museu,
ele desenvolve desde o início uma política comercial orientada para a
valorização da imagem, a venda de bens e serviços, a organização de
exposições voltadas ao grande público solidamente patrocinadas.
1997* 259.234
1998 1.307.065
1999 948.875
2000 930.000
2001 851.628
2002 869.022
2003 869.222
2004 909.144
2005 950.000
2006 1.008.774
Total 9.143.237
Visitantes não bascos 7.314.567
*De outubro a dezembro.
Fonte: Museu Guggenheim Bilbao.
A decisão de preservar
Bibliotecas
e 866 124,96 - 30,2 2,1 -
midiatecas
Os fundos de doação
Os fundos de doação são pessoas jurídicas de direito privado sem
fins lucrativos que gerenciam bens e direitos de toda sorte a título gratuito
e irrevogável. Completam as fontes de financiamento para atividades de
interesse geral (atividades filantrópicas com vocação educativa,
científica, humanitária, esportiva, artística, cultural). Em princípio e salvo
derrogação, o capital da doação não pode ser consumido. Só os
rendimentos podem ser despendidos. A criação de fundos requer apenas
uma simples declaração na prefeitura, com depósito dos estatutos. O
Estado exerce um controle a posteriori sobre as contas. A lei não impõe
doação mínima.
Em janeiro de 2010, o Louvre é dotado de um fundo de 120 milhões
de euros graças ao convênio firmado com os Emirados Árabes Unidos,
projetando criar o Louvre Abu Dhabi. Os rendimentos são destinados
especialmente para financiar um centro de pesquisa e de preservação do
patrimônio e à reinstalação das salas etruscas e romanas. Em 2011, o
Roshan Cultural Heritage Institute, financiado pelo fundador da eBay,
Pierre Omidyar, oferta 3 milhões de dólares a programas educativos e de
pesquisa sobre a arte e a cultura iranianas.
O patrimônio ameaçado
A lógica da emergência
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Conselho Editorial
Ivan Giannini
Joel Naimayer Padula
Luiz Deoclécio Massaro Galina
Sérgio José Battistelli
Bibliografia
ISBN 978-85-9493-000-2 (e-book)
CDD 305.8