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CADERNO DE PROJETOS DE TELHADOS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA Feta revichn, hd muita clctadla, da canhecida wa Cosarnn da projet do tathadoe em extruturas de madeira, do falecido Professor Antonio Moliterno, mantém 3s ‘aracteristica bisicas do original. ‘rata-se de um texto prtico que objetiva anlar o engenheira ou arquiteto, bem como os estudantes dessa Areas, no projeo e cdlculo de tas estruturas. Para tanto, além da linguagem e apresentt-io diiticas, inculu-se um grande nlmero de figuras ‘que detalham os copiosos exemplos dados. {As revisoer, om geral, foram realizadas em razko das alteragSes ocorridas mas [Normae Brasileiras ao longo do tempo decorrido desde a primeira edigho até a tual principal mudanea é a da flesofia de cielo por tensGes admissvels do ‘orignal para 0 procedimento de Estados Limits, previsto pela atual NBR 7190 de projeto de estruturas de madeira, Tanbém a norma de esforgos devidos 20 vento frudou, assim, fl necessério adaptar o texto & NBR 6123, Da dlstincia temporal que nos separa dos primeiros esritos deste lio, verifcase ‘que os programas computacionas de cilulo estrutural sto imprescindives, tomando ‘obsoletos 05 engenhosos métodos grficos de outrora, eliminados desta edicSo, assim ‘come outros elementos datados, por exempo,tabelas de fungSes trigonométricas {ete Julgou-se também importante madar as unidades ants utilzadas para adoquislas conforme as cispostas no Sistema Internacional (S1), que sf ofciais no Brasil (© resultado final é uma ferramenta awalizada e de fel uro seja por profisionals ‘especalizados, soja por estudantes, que se deparem com a necessidade de conceber ‘e dimensionar, bom como de verificareelhados em estruturas de madeira. Alm eis, pode ser utilizada parcialmente no que dz respeito a outros ipos de estruturas && ‘madeira ede tlhados em estruturas de outros materas. we blucher come ONwaLNOW VulIQWW 3d SVENLAYLSA Wa SOGWHTAL 30 SO13/O’d IG ONYIAYD Jeupnig ANTONIO MOLITERNO CADERNO DE PROJETOS DE TELHADOS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA REVISAO: Reyolando Manoel L. R. da Fonseca Brasil Blucher , Hhoha! Hi bli Zou SM an 4 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Modeira Antonio Molitemo Cademo de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira 4# edigao revista Revisdo: Prof. Dr. Reyolando M. L. R. F. Brasil Livre-docente Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica Escola Politécnica da Universidade de Sdo Paulo Ex-professor Titular da Escola de Engenharia cla Universidade Mackenzie cosern de projets de tenads en estes de madre {©2010 Arnie Mele frei -2010 ator gar ther ts. Blucher aa perase Avareng, 195, andar Betncanesaotaulo- bl ‘russ 9078s3e6 Siitoraeblackercombr ‘rw inacharcom Seoundo Novo Acordo Onayric, conform Se ‘bat Orgies de Uwe fortunes, Messin roe de stra mare de 209. prota a rproduto ttl ou arial por quater ‘non sm aurea eet a Eo “Todos 0 is vexerados ora Ear che Lda FICHA CATALOGRARICA eskeno, Arona “arn de pnetos de thas em estas feyoinda oR Bras Suhr 2010. ‘igen isan s7ees2i20ss6-8 1. Toads vo-00K29 indice para caiogs sstecn, (tsps de mages Tethaos Projets Prefacio & 3° edicdo eae) (© meu quetido Mestre Moliterno foi uma influéncia muito importante em ‘minha vida, Com ele me iniciei, na Escola de Engenharia da Universidade Mackenaie, na década de 1960, em varias das disciplinas da Engenharia de Bstruturas, como Estruturas de Madeira, de Alvenaria e de Ago. _Ainda por indicagao dele, entre na carreira de docente universitério, tam- ‘bém nas diseiplinas da Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, na década de 1970. ‘Aos poutcos fui progredindo nos meus estudos pés-graduados na Escola Po- litéenica da Universidade de S80 Paulo, onde, apés meu Doctorado em 1990, passei a atuar com dedicagao exclusiva como Professor e Pesquisador, e fui perdendo 0 contato com meu Mestre. Quis o destino que por indicagao do colega Eng. Dalamebrt, viesse a ser encarregado pela Editora Blucher de revisar o excelente livro de Estruturas de Madeira para Coberturas do prematuramente falecido Prof. Antonio Moliterno. Bra necessério manter & maravilhosa didética da obra original, refuzendo totalmente a filosofia de eéleulo, em virtude de a Norma Brasileira de Projeto de Estruturas de Madeira, a NBR 7190: 1997, ter adotado o método dos estados limites no iugar do de tensdes admissfveis da NB-11/1951 utilizada pelo Mestre. ‘Assim, 0 Capitulo 4 teve que ser inteiramente reescrito do zero, com repercus- ‘s6es muito trabalhosas no Capitulo 6. Também a atual Norma de Forgas Devidas ‘ap Vento em Edificagoes, NBR 6123: 1988, mucou um pouco em relagao & antiga 'NB-599, implicando em alteragoes em varios capitulos, em especial o segundo, ¢ também no Capitulo 6. Da época em que o texto foi preparado pelo Mestre para agora, os progr ‘mas computacionais de eélculo estrutural vieram para ficar, tarnando obsoletos (08 engenhiosos métodlos gréficos que o Mestre tanto amava, Com uma certa dor no coragio, me permiti eliminé-los desta edigHo, junto com coisas como tabelas de fungdes trigonométricas... Ejé que estava com a mao na massa, achet impor- tante mudar as unidlades utilizadas para as do Sistema Internacional (SI) que sho oficiais no Brasil. Agradeco colaboracio na digitagao da Profa, Juliana Freire e nos desenhos layout da Arata. Alessandra Pissardo. Este trabalho de amor ¢ dedicado aos meus alunos e orientadlos passaclos, presentes e futuros, entre os quis esta meu filho mais velho e talvez venha a estar um de meus netos, ‘Sao Paulo, 2008 Prof. Dr Reyolando M. L. R. F Brasit Prefacio & 2.° edicdo Sear See] Nesta segunda edigéo, estamos apresentando em apendice matéria ainda pouco divulgada no nosso meio téenico, que é 0 caso de Vigas formadas por Liminas de Madeira Coladas. Objetivamos com isto colaborar com os ecologistas, atenvdendo aos justos re- clamos na luta contra a agdo predatéria que vém sofrendo as nossas florestas na- ‘turais da. AmazOnia Legal, devido a exploragio gananciosa das titimas décadas. Estamos dando aos arquitetos uma opcao desejada, no sentido de tirarem melhor partido do emprego da madeira nos telhados, substituindo as risticas ‘religas, localizadas no desvao entre o forro e a cobertura, por vigus retas apare- Ihadas e aparentes, permitindo com facilidade pregar o forroparalelamente com. a inclinagdo da eobertura Queremos também colaborar pelo incentivo social no que tange ao desen- volvimento da nossa engenhariaflorestal, através de programas mais amplos nos reflorestamentos da “Araucéria Angustifolia", popularmente conhecida entre ‘6s como pinho do Parand e, internacionalmente, como pinho brasileiro. Deve ser esclarecido que o pinho do Parana tem o privilégio de possuir todas as qualidades especificadas para a adequada fabricagao de produtos trata- {dos e colacios em madeira (vigas laminadas placas de compensados), Antonio Moliterno Prefacio & 1° edicdo Se i eed As razdes que me encorajaramn em publicar este modesto trabalho, Caderno de Projetos de Tethados em Estruturas de Madeira, fol atender as dificulda- des dos estudantes, quando se deparam com a necessidade de projetar peque- nas estruturas para telhados. Por essa razdo, procure me limitar aos assuntos essenciais da prética pro- fissional, que envolvem o projeto es detalhes construtivos, sem perder de vista que ¢ muito importante ao engenheiro: a conceituacdo teérica fundamental, ‘Quero registrar minhas homenagens péstumas a quatro mestres-engenhei- +0, pelo legado téenico-clentifico que nos deixaram, Prof. Antonio Lulz Ippolito, ‘mou mestre na EBUM ~ Bscola de Engenharia da Universidade Mackenzie; Prof ‘Stephan Prokofleviteh Timoshenko, o engenheiro do século XX; Prof. Antonio Alves Noronha, pelas suas divulgagdes; e Prof. Erwin Haul, exemplo de unm grande engenheiro, autor de projetos obras em estruturas de madeira. Aaradeso ao ilustre colega eng, Enio Perilo, pelo incentivo e ajuda que sem- _pre me proporcionou, nos meus problemas com telhados. Antonio Moliterno Contetdo __ A. Irodgs0. ses : Ti Notagi @ sistema de unidades... 12, Terminologia nae = 12.1. Terminologla dos construtores.. 4122, Terminologia estrutural 122.1 Telnado de duas aguas. 4222, Tethado de quatro sguas..- 1223. Telhado de v 1.3. Madeiras empregadis WS. Madeira serrada.. 132, Madeira laminada 6 colada. 2. Cargas nas estruturas —— 2A Carga permanente ve : =a S14. Carga equivaiente em projegso horizontal. 21.2! Peso proprio das estruturas. ist 22. Efeito do vento sobre estruturas de madeira 2.21. Cargasestaticas equivalentes da norma 2221 Fatores que afetam a velocidade caracteristice 223 Coeticientes de press3o, de forma e de arasto 3, Estétea das estruturas plana... 3.1. Treligassosttices. : 32, tatildade 32.1. Quadros ros. 322) Trelica hipostatica 5223. Resumo — trelqasplanas, 433. Exquemas de treligas isostaticas.. 314, Calelo dos esforcas nas barras SAT. Hipoteses fundamentals. 3.42. Metodes de cicul. 342.1, Método das ju 34.22. Metodo das secoes (Ritter sn 3.42 Programas de computador para chic 43.5, Treligas assocladas@ contraventamentos. 4. Verifiagio de dimensionomento de estruturas de madelra. SSENSGBS Segue nos exrtoras de made. aa Defies renee ITZ! AgBes CCederna de Projetoe de Tethados sn Estuturas de Maer (AND Condes 9088 nnn eae eae ap SNE, sess eases os 1135, ps deeming de abs 13. Concer epetiens = & STS Contigo ae segiranga cna 413.2. Combinacdes das 2685 «... : #133. tins pong ira mbna ina. Ses 42, Rosistoncas., — = 70 45.1, Resisténcia dos material. = 7 2321 Valores representatives 423, Valores de céleuo... : =e ul 42.4. Partcularidades para estruturas de madeira... 143, Varficagao de resistencia de pecas de madera... saab normals = |. Estado-limite de deformacao excessive 4a, Ligacbes. : 441, LigagBes com pinosrietlicos(pregot © parafisos) ncn 88 £42) Ligagoes com cavilhas de madeira ws. cma ty 4413. Ligagbes com conectores.-.. a 4a. Espagamento entre elemenios de ligagao.. cy 4.45. Ligagses excentricas por pines. 34 5. Estruturas de madeira para telhados Si TEs "esata par cobras ede = 515 Tesoure Howe Sm Wn 512) Teoura Fink : ‘ne 13. Vign armoded de ie dei 7 Sta fe 105 5.14. Estrutura pontaletada 5.15. Estrutura em arco invertda (tihado com quebra em rabo de pate) 106 5.2. 2° Caso ~Estruturas para cobertura de galpoes industrials, cinemas e ‘Quadras de exports. eee 52 522 523) 52a. 525. 526. ‘Viga em trllga. sn ccunnann Estrutura Uipe shed Estruturas com balaniga Estrutura com banza cutvo = vige ou ave Bowstring Conaideaqies gray do pojetoe de execu. ontraventamento de tesoures 527. Espigao. 5.2.8. Notmas de seguranca no 5, Pésticos 5a, Conkraventamenta de parties 5.4, Arcos 553, 3° caio ~ Cobertures expecta. 7 56, Exide lateral de Weigas plana, prices aa Sib. Treligos « 5.62. Portcos ¢arcos 563. Flambagem tongituial de aeonn 584. Teligas pré-fabricadas... oo 6. Projetos.. 5 ‘igamento de el eer oader " $12, Geurma sia pda, 613. Prjto ce arma = CS hits preliinars rojo de amar de i ead para cberiras com elas armies. 157 24 622 623. 025. 627. 628, 6209, 62. 63, Pro 63h 32, 33, 65. 52, Princplo Principio 2 Principio 3 Principio & Principio 5: Principio 6 Principio 7: Principio & Principio &: 62, Projto da armas de um tina para coberisrs Com ches ‘ondulada de fribocmento. 10. Calcul das untibe5 (985) ence jet de um area de aima chela = 6.4, Tesoura sobre 18s apoios 655, Projeto de uma cobertura para abrigo de automdvel 7. Fortos (tarugamento). Tr. Forros de madeira sree 72. Forro de plocas prétabricadas, a z 73. Apoio do tarugamento nas tes0Uras = Princplose critrios do Consetho de Manejo Florestal (SC) - Peinelpio 10: Plantages essen Referencias bibliografias... 6.13.2. Caleulo das cargas untérias 6133. Verificagao das ipas 6.1134. Verifcagao dos eaibras 6.135. Verifcagao das tercas 6.13.6. Céleulo da tesoura. 613.7, Caleulo dos detalhes Dados ens Especitcacbes = Projeto da coberturd nnn 62.3.1, Marcha das operages Anteprojeto da tesour Projeto da tesoura. 62.51. Calculos preliminares. 62.52. Céleulo das eargas unitdrias Projeto das tergas.ncn ‘Clevo das tesouras ~ forcas concentiadas nos nds, Caleulo das tesouras ~ esforgossolictantes nas barras Clevo das tesouras — verfeacao das barras. ‘Consideragdes preiminares.. Clevo estatieo dos arcos Projeto de um arco biaricuiado de alma cheia Dados - : Verifeagao das vigas principais de cobertura (6 x40 cm). 6521 cargas.. 65.22. Veriicacdo de tensao e establidade lateral 65.23. VerificagS0 de MeCh3. enn 65.24 Verificagdo dos pares 65.25. Verficagao dos parafusos ‘Obediéncia sles e aos principios do FSC... Responsablidade e diretos de posse e uso da tera. Direitos dos povos indiana... Relagoescorunitiris dios dos abainedres Beneficios da Floresta. Impacto ampientat. Plano de manejo. Monitoramento © avaliacio. ‘Manutengée de forestas de sito valor de onsen 0 telhado destina-se a proteger 0 edificio contra a agio das intempéries, tais como chuva, vento, raios solares, neve e também impedir a penetragiio de ppoeiras ¢ rufcos no seu interior, A origem do nome tethado provém do uso das telhas, mas nem tado 0 sis- tema de protecao superior de um edificio, obrigatoriamente, constitui-se numa telhado como, por exemplo, lajes com espelho d' gua, lerracos e jardins suspen- 808. 0 telhado compde-se de duas partes principais: Cobertura — Podendo ser de materiais diversos, desde que impermedveis is €guas pluviais e resistentes & acdo do vento e intemnpéries. A cobertura pade ser de telhas cerdmicas, telhas de concreto (planas ou capa e canal) ou de cha- pas onduladas de fibrocimento, ago galvanizado, madeira aluminizada, PVC fberglass. As telhas de ardésia ¢ chapas de cobre foram praticamente banidas da nossa arquitetura, Armasdo— Corresponde ao conjunto de elementos estruturais para sus- tentago da cobertura, tais como: ripas, ealbros, tereas, tesouras e contra- ventamentos, As estruturas que compdem a armagio dos telhados podem ser total mente ou patcialmente executadas em madeira, ago, aluminio ou coneteto armado, A armagio dos telhados exeeutados em madeira denomina se bem madeizarvento, 2 adoro de Projetos de Tehados em Estruturas de Madera ‘Algumas coberturas podem dispensar a armagio, quando empregamos per- | fis especiais autoportantes em Sbrocimento, ago galvanizado, concreto proten- dido ou fiberglass, 'A superficie do tethado pode ser formada por um ou mais planos (uma dus, dduas Aguas, quatro dguas ou miltiplas sguuas) ou por uma ou mais superficie ccurvas (arco, etipula ou areos miiltiplos), 0 eseopo deste trabalho ¢ apresentar as informagoes necessdrias para a cla- Doragdo dos projetos das anmacdes em madeira, para telhados planos em duas ‘guas e telhados em superficie curva eilindrica, com o sistema estrutural em reo, mais usuais na maioria das edilicagves, 1.1, Notagao e sistema de unidades As notagdes utilizadas neste livro obedecem, na medida do possivel, aquelas ‘empregadas pela Norma Brasileira ~ NBR 7190: 1997, definidas oporturamente durante a abordagem dos virios assuntos. Por forga do Decreto n.63.233 de 12/09/1968, foram legalizadas no Brasil as unidades ¢ notagoes do Sistema Inter- nacional de Unidades, SI", 0 “SI” parte da relagio fundamental: Forca = Massa. X Aceleragéo, Nesse sistema, emprega-se o quilograma apenas para exprimir a ‘Massa, ¢ o Newton (N) 6 reservado a Forga (1 kgf = 9,81 N). Binbora as gran- dezas mecinicas devain obedecer ao citado decreto-vel, o melo wenico vert se mantendo relutante em aceitar 0 SI, niio s6 no Brasil, como em muites paises estrangeiros, em especial os de Iingua inglesa, 1.2. Terminologia A terminologia das pecas que compdem os elementos de um tethado 6 mutto diversa nas vétias regides do Brasil, isto provavelmente por heranga dos primel- 10s earpinteiros oriundos de varios pontos de Portugal e outros pafses da Hu- ropa Central, Para ndo se fazer confusdo de nomes, 0 que é comum na pritica, achasnos melhor dividir 0 assunto em dois itens: a) ‘Terminologia dos construtores — serve para comunicago com 0 pessoal «das obras, embora bastante diversa, b) Terminologia estrutural — para ser adotada na comunicagdo entre en- genheiros. 1.2.1, Terminologia dos construtores 1) Ripas — Pecas de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os cai Dros, para sustentagia das telhas, Figura 1.1 Tesoursewama Intwogucto 3 2) Caitros — Pevas de madeira de pequena esquadria, apoiadas gobre as ter ‘gas para sustentagdo das ripas, 3) Terga — Viga de madeira apoiada sobre as Lesouras ou sobre paredes para a sustentagao dos caibros, As coberturas executadas em chapas onduladas de fibrocimento, aluminio uPVC apresentam a vantagem econdmica de dispensar o emprego de rias © caibros, pois se apolam dirctamente sobre as tergas, permitinda, ainda, ‘maior distanciamento entre as tergas. 1185) Tramo,¢ 0 conjunt formado pela rpas,calbrosetecan, qu Server de lotr a0 material 4s cobertue. 6 Freche. 7) Chapuz, pedaco de mada, ge/lment de forms angler, prog to na asna a tesours, destinado a suster ou apotaraterge, Conjunto de eeas 8.912 eave, ae am ela olan wre ormads bare dots de mana a compari ee de ‘Hngulos, tomando 0 sstoma esrutural indeslocive!. 8) Ana, perma, empena ou members ‘Retr 9 inka rahi rat tensor ove membre 0 Pe pare ‘antral 11) scora. 12) Pontalete, mantante,suspensoro oy pendural. 13) Fertagens oer 605. 119 Ferragem ou cabrojunea. 15} Tstetn ou 350, 6) Mio franceen 3 cavderno de Projetos de Tethedos em Estruturs de Madeira 4). Cumecira —Terga da parte mais alta do telhado, 5) Contrafrechal — Terca da parte inferior do telhado, '8) Frechal — Viga de madeira colocada em todo o periraetro superior da pa- rede de alvenaria de tjolos (respaldo), para amarracao ¢ distribuigao da ‘carga concentrada da tesoura, Afualmente 0 contrafrechal de madeira fot substituido pelas eintas de amarragio de concreto, sendo utilizade apenas tum bloco de madeira para o nivelamento e distribuigao da carga da tesousa ‘sobre pilares ou paredes. Isso tem criado o habito costumeiro de chamar a terga de extremidade simnplesmente de *frechal”, Também ja se tomou hi- bilo deneralizar de “tergas”, sem fazer diferenciagao as vigas da cumecira e do contrafrechal, isto na comunicagio entre engenheiros estruturais. ante —_Tatugo ou eva Figura 12 ‘Dotervqao: Empregarnse consol para aumenta a essénla do trante no apo devido 20 eet ode momento M = Re Guarda-p6-— Forto pregado sobre 0s calbros, numa largura de 30 a 60 cr, junto a platibanda, destinada ao apoio da ealha. Platibanda — Prolongamento do aliniamento da parede externa, acima dos frechais, para camuflagem do telhado, A platibanda € sempre contornada por ealha e rufo, oweabror “Ss. Forto pendurade a evar st) Introducto Lanternio — Emyrogato en eifeos indus, ’ los Industral, quando uminagio e | venlagetraldas els nas foro consderadasinouteenee, Pode estar Innis com alos, wenezianas ou com anos Figura a Beiral — Prolongamento da cobertura, fora do alinhamento da parede. ‘Tipos de beirais: 8) Caibros aparentes (inconveniente por possibilitar levantamento das telhas pela agio do vento). b, 6d.) Beirais revestidos b) Revestimento fixado nos caibros. ©), Revestimento fixado numa trama de caibros e sarrafos. | a) Revestimento com elemento decorative (cachorre). } Beiral em laje de conereto armado, cere de. Projets Tethados em Estuturas de Madeira @ » ipa dupe i wo cana debe Moldor, cords ou taba ® tae condi Figura 15 Mansarda — tipo de tesoura que permite o aproveitamento do desvao do {elhado, constituindo um ebmodo denominado sétao, O nome mansarda deve-se a Mansard, arquiteto de Luts XIV. 0s telhados tipo Mansard eam geralmente cobertos com telhas de ardésia, fe dispunham de janelas denominadas trapeira, para iluminagio, ventilagio € acesso ao telluudo, Esyema da wap Su dguo nade Sra} u Lf Figura 6 Ponto do tethado —¢ a relacdo entre sua altura e a largura ou vo. 0 ponto varia, em geral, entre os limites de 1 :2a 1:8, as Becht 36 ian Cecemno de Projetoe de ehador em esrutuas de Madera Inerodusto 4.2.2. Terminologia estrutural Oreoue 4.22.1. Telhado de duas aguas (Figura 1.8) Considerando-se as telhas, ripas ¢ caibros como elementos componentes ‘da cobertura, visto que em algumas coberturas estes dois ultimo elementos podem ser dispensados, a sustentaglo da cobertura depende dos seguintes cle- mentos estruturas: 1) Tergas~ Vigas apoiadas sobre as tesouras. 2) _Mos-francesas ~ Para aliviar a flexto das tergas, emapregaimos escoras, de- nominadas maos-francesas, As mos-francesas servem também como ele- mento de travejamento dos nds inferiores da tesoura. 3) Tesoura.— Viga principal em treliga ou viga-mestra, que serve para trans- oy ries ferir o carregamento do telhado aos pilares ou paredes da ediicagio. Ele- Opresemon He -% gener rmentos quecompdem uma tesoura, segundo a terminologia de projeto resi oe estrutura: 8 ~ Banzo superior I~ Banzo inferior | V ~ Barras verticais ou simplesmente verticais | _D~ Barras diagonais ou simplesmente diagonais, 4 N—N6 ow junta —ponto de intersegao de barras | p~ Painel - disténcta entre dois nés he Altura da tesoura L ~ Vao da tesoura ~ distancia entre os apoios extremos ‘a Inclinagao da tesoura 4) Contraventamento vertical — Bstrubura plana vertical formada por barras cruzadas, dispostas perpendicularmente ao plano das tesouras. Essa bat ras serve de sustentagdo para a agao das forcas que atuam no seu plano, travando as tesouras, de maneira a lmpedir sua rotagao e deslocamento, prineipaimente contra a agao do vento, come também sendo elemento de vyineulagio do banzo inferior / contra a lambagem lateral 5) Contraventamento horizontal - Estrutusa formada por barras cruzadas co- Jocadas no plano abaixo da cobertura, para amarragéo do conjunto formado pelas tesouras e tercas, Bssas barras server para transferira agdo do vento, atuando na direpio esconsa ao edificlo para as tesouras ao eontraventa- mento vertical, Oitdes ~ Paredes extremas paralelas &s tesouras, que multas vezes server de apolo para as tergas (pelo conceito antigo, eram as paredes laterais da ‘casa situadas na divisa do lote). Figura 1.8 Telhado de dune agus. Cader de Projetoe de Tehados em Estuturas de Madea Sectors iat camecien joe) Aa Agu Panta de coberura Figura 1.9 Telhado de quatro dguas. 6) Meia tesoura 7) Tesoura de canto 8) Espigdo — Aresta saliente inclinada do telhado; quando horizontal & cumesira, 1.2.2.3. Telhado de varias Aguas (Figura 1.10) Bespigio Beumesia © Rincio cant formado or das comergento ‘lgura 1.0 Tethad de varios aguas, 1.3, Madeiras empregadas 1.3.1. Madeira serrada No centro-sul do Pais, madeiramento dos telhados tem sido executado com muita frequéncia, empregando-se a peroba, como também o pinho brasi- lei, principalmente nos Estados do Parand ¢ Santa Catarina, possuidores que foram de extensas florestas nativas desta espécie de coniferas, O custo eadia ver mais elevado dessas espécies botanicas tem propiciado o emprego dos produtos de reforestamento, com 2 opeao pelo Eucalipto Citriodora em substituige & peroba, Entre as numerosas arvores nativas, ainda existentes na nossa flora, ‘muitas delas so adequadas a carpintaria dos telhados, cujos pardawettos de trabalho podem ser medidos pela sua dureza e peso eapecificn (entre 0.6 © 1.2 g/em®), mn (2b ‘gua 1.1 Thad Shed. von ena, reaizado com vis epécesotiica pels nasoos 1 eases gone, procreram stender as oromendagies do Anex0 Bde sa ob, clo ature ea detentinagin das propredades fics mech Mone dada para ree ex Oy anexo B da mesma Norma fornece valores uss de resist eid oe eis ate ee efaresareno, gue crease apo prin no Capito ese io, Dimensées minimas das secSes transversais 1a das seges transversais das vigas ou barras Jongitudinais ‘a espessura minima de 5 em. Nas pecas 5 em, podendo cair a ‘A fea minim Is de treligas principals sera de 50 em? © socundarias o5 limites reduzem-se a, respectivamente 2 1,8 cm para pegas secundarias multiplas. Inwodusto 13 Bitolas comerciais usuais de madeira serrada 6316 26323 ‘Media transversal em) ine wean 7353510 14 pés (27 m) en ieeaaie sce a Comprimento basico 753152 ama 1.3.2. Madeira laminada e colada Pecas laminadas em tébuas de 2 © 4 em de espessura, coladas de modo a formar perfis, em que todas as fibras sejam paralelas, sem divida representam a tendéncia futura das estruturas de madeira, onde a matéria-prima proveniente {das drvores nativas passard a ser substituida pelos produtos de reflorestamento, ‘Temos com isso umm produto industrializado, com melhor controle de qualidade, 2. exemplo de outros materiais fabricados em usinas, caso do conereto. ‘Além da pré-fabricagio de pegas retas ou curvas, poderemos contar eom ‘uma série de bitolas) semelhantes as ds pecas serradas (Figura 1.12) — Sega minima de 6 % 10 em até a maxima de 85 x 90 cm (conforme o Timber Cons truction Manuat da AITC— American Institute of Tunber Construction). mil 14 Ccederno de rojtoe de Tethados om Estruturas de No Brasil jé contamas com esses produtos, fabricados para vigas @ arcos, cjetivandosatisfaer projetosarquitetOnicos especie, mas na Buropa e ros HUA, por necessidade, existe um amplo comércio de bitolas padronizadas de ‘pecas de sogdo retangular de madeira laminada e colada, assim como entre nés rote, em substuigi as tradllonas i rs trplacas para fms de conereto, em 8 Sas te pnbo, Do corelurse qe oenprego das poss class tao mals em Guta sen a dnponblidade da arama eo se custo no meteado de consumo. Cargos steuluios _ Na elaboragio do memorial de célculo, de acordo com os prineipios da esta tica das construgées, devem ser consideradas as seguintes influéncias, aléma de ‘outras, que possam surgir em casos especiais: a) Carga permanente, b) Ago do vento (NBR 6123: 1988). ©) Cangas acidentais vorticais (NBR 6120: 1980), 2.1. Carga permanente A carga permanente sera constituida pelo peso proprio da estrutura supos- ta de madeira verde, e por todas as sobrecargas fixas. 0 peso proprio avaliado, {depois do dimensionamento detinitivo da estrutura, nao deve diferir de mais dé 10% do peso préprio inicialmente admitido. A cobertura © o forro eonscltuery ‘cargas fixas, sendo este ultimo muitas vezes dispensado, ou mesmo indepen- dente do telhado, fazenco parte da estrutura do edict. Para avaliagio do peso da cobertura, podemos contar com os valores das. ‘Tabelas 2.1 e 22, Os pesos apresentados nessas tabelas devem ser verificados ‘com o material recebido na obra antes da sua aplieagao, cu tolersineia en ‘lores admitidos ¢ os confirmadios deve fiear entre mais ou menos 5%. =] 7 angasnasestrauras Ccaserna de. Projetos de Telhedos em Estuturas le Madea ‘Tabela 2.2 — caractevstias« peso dechapas onduladas (Cntinuecéo) adem de Projtor de Tehados em Estruturas de Masa 8 a a \ 3 m Te se 705 Nota: Chapes ondulads de cimento-amiante ou focimento — ver Anexo 3. Carges nas estrturas 19 Outras cargas que poderdo surgir devem ser obtidas através de projetos elaborados por profissionais especializados, Essas eangas podem ser provenien- tes do peso das lumindrias, dutos de renovagdo de ar, protect contra incéndia Gpinkler), caixa-d'4gua, monovias, painéis de propaganda comercial sobre a cobertura; nestes casos necessariamente, teremos também eargas dos passadi- {908 para inspecio © manutencdo desses equipamentos. 2.1.1. Carga equivalente em projecao horizontal Quanto maior for a inclinagdo do Lelhado, maior também seré a quantidade do material da cobertura, e consequentemente aumentaré a ago do seu peso proprio. Para simplificagio do célculo estético, costuma-se considerar a carga per- manente atuando em projecio horizontal (planta). Nessas condigdes, torna-se necessario dividir a carga unitéria da cobertura pelo seu cosseno do Angulo de inelinagdo. ia Peso ds cobertura Py ohn? o a © gn ) LITT >-gese % = a] me azol” TF Figura 2.4 20 Cadena de Projtor de Tehados em Estruturas de Mader Tebela2.3— Psa de plas para foro eo eee 600 600 15| eee eee ee eee ergasnasestrouras 2 _— b) Comparagio com projetos executados e apropriados Alguns cadernos de encargos nos fornecem elementos para quantificar 0 volume da madeira para 0 orgamento do telhado; ista permite avatiar © peso préprio por metro quadrado de telhado em projecao horizontal, pois bastard | ‘ultiplicar o Volume pela massa espectfica aparente da espécie botdnica da ma deira escolhida. 2.1.2. Peso proprio das estruturas Para estimarmos no projeto © peso proprio dos elementos estruturais que compaem 0 madeiramento, poderemos langar mao dos seguintes recursos: a) Experiéncia projissional e anteprojeto 8 vezes, tra ‘Um profissional com boa experiéneia nessa atividade, muitas vezes, tando-se de tum projeto simples, tem condigdes de fazer todas 0s desenhos na forma de anteprojeto, e depois elaborar 0 eélculo de verificagio da esta- bilidade, aceltando ou alterando as dimensées das sees adotadas inicial- mente por intuigéo. "no0 90 | eee ay | ee oss | eae i === | | fees 1 Aluminio 08 ©) Formulas empiricas | =z 1). Peso priprio da tesoura e contrxsentamento ——s Ago SAE 1010 0,09 Formula de Howe: | Fechado y jon Gr= 245 (140332) | Nim? wit {Peso prOprio da tesoura (inchuive contraventamenta), meuewo | om 1 Vao wético da tesoura, ome | ILE = = 2) Peso préprio das tergas Avuninio al Para cobertura com telhas tipo marselha: ‘Vao maximo = 3,00:m — dq = 60 Nim? Cobertura com telhas tipo colonial Yao maximo = 2,50 m — gp = 80 Nim? ‘Chapas onduladas de cimento-amianto: Vio maximo = 4,00.m — gg = 45 Nina? 8) Peso préprio da cobertura Para cobertura com telhas ceramicas, inclulmos 08 caibros e ripas no peso da cobertura: 9,= Telhas + tipas + calbros + absorgao d'égua 4 im projecao horizontal : a1= Inclinagtio do telhada 22 Ccadeino de Protos de Telnaes em Esruturas de Mads ‘Telhas — Conforme Tabela 2.1 Ripas — 20 Nin® (3 ripas por m) Caibros — 0 Nim? (2 eaibros por m) “Absorgao — Conforme Tubela 2.1 Para eobertura de chapas onduladas — dispensam-se ripas ¢ caibros. 4) Foro ‘gp = Peso das chapas + estrutura de sustentagao ‘gp — Ni Peso das chapas — conforme Tabela 2.3 Estrutura de sustentagio — Deverd ser projetada para avaliagdo do seu peso proprio. Para forros de euicatex — Peso da estrutura de sustentagao com ‘madeira do tipo conffera, 100 a 120 N/m® — sustentagdo + chapas = ge = B50 Nit, 5) Caryas adicionais ‘Gonforme projetos dos profissionais especializados gq — Nit 6) Carga permanente total por m* 9= 0+ fo-+ 1+ 9p + 94 — Nim? em projegao horizontal. 2.2. Efeito do vento sobre estruturas de madeira 0 vento nada mais € que o movimento de massas de ar devido Bs variagdes de aquecimento delas pelo sol. Certas regides so mals aquecidas e 0 ar sabe, Sendo substituido por outras massas de ar mais frio que para lé se dirigem ortae velocidades. Como essas massas de ar em movimento sofrem atrito com ‘superficie da terra, as velocidades tambyén variam com a altura, crescendo até atingirem altitudes em que so mais ou menos constantes. ‘Quando uma estrutura é colocada no caminho do fiuxo de um fuido, ri- tos fendmenos complexos acontecer. Forgas aerodinamicas de magnitude ¢ diregBes varidveis atuam sobre a estrutura. Tais fendmenos so considerados ts mais complicados problemas de dindmica dos fuidos ainda em aberto para pesquisa e temos que nos contentar em usar modelos bastante primitives para anilise de seus efeitos Quando uma massa 6 colocada em movimento linear ou em rotacio, ela adquire Energia Cinética, Podemos lembrar da Fisica elementar onde a Energia Cinética é a metade do produto da massa pela sua velocidade wo quadrado, (0 vento, portanto, também possul energia cinética em virtude da massa de ‘ar que foi posta em movimento, Se um corpo ou estratura é colocado em set ef Corges nas estrturas 23 ccaminho, toda ou parte de sua energia cingtica ¢ transformada em pressio sobre a superficie da estrutura. A intensidade da pressdo num ponto dessa superficie € fungdo da forma do obsticulo, o dnguto de incidéncia do vento, a velocidade do vento. De uma forma bastante dbvia, a pressdo, como a energia cinética, varia cont 0 quadrado da velocidade do vento. Este € o primeiro conceito importante: 3 pressio nde é proporcional a velocidade do vento. Ela cresce muito mais rapi- damente que ela, 0 segundo conceito ¢ que a massa em movimento pode ser desviada pela estmutura de formas diferentes, conforme o angulo com que ela atinge a estru- tura, resultando em intensidade de pressbes diferentes (como no caso sempre comumm de coberturas inelinaclas). De qualquer forma, a pressdo do vento é sem- pre perpendicular & superficie em que atua, E, principalmente, a forma da estrutura, sua rugosidade, a presenca de ou- {ros corpos na imediagao € muitos outros fatores afetam a pressio, Assim, a prossio devida ao vento pode ser estimada por un coeficiente de pressiio vezes a massa do ar ¢ a velocidade do vento ao quadrado, 1 day! po 3 Pe) onde o, € 0 coeficiente de pressao, que leva em conta a forma, o angulo de in- cidéneia do vento e cutras fatores, p é a massa especifica do ar (kg/m) e Va velocidade do vento, No estado presente de conhecimento da ciéneia ¢ da tecnologia, modelos te6rioos sto inadequados para determinar esse coeficiente de presstio, ano ser para as mais elementares formas simétricas, Tio complexas © assimétricas so as formas das construcbes e suas orientagdes com respeito as ariavels diregdes do vento que solucdes matematicas para a distribuigdo das pressGes sobre elas sao ainda completamente fora de questao. Com vistas a essas dificuldades, teros que nos valer de meios experimentals ‘como ensaios em tiinel de vento para determinar os coeficientes de pressio, Feliamente, para os tipos mais usuais de construgies, esses coeficientes jé foram determinados e esto disponiveis nas Normas. No Brasil, a NBR 6123. A norma NBR 6123: 1988 fornece diretrizes para se determinar forgas est4-- teas equivalentes devidas a0 vento em edifieagbes dentro de uin contexto mais cade de Projetos de Tohedes em Fsruturas de Minders sgeral, Petonde-se, portanto,diseriminar os principals pont relacionados for ecidog pela norma brasileira, completando com as sugestes deste curso, N30 ce pretende esgotar o assunto, dada a sua complexidade, ras fornecer substdios para trabalhos futuros na rea, sta seco traz um procedimento de projeto para o céleulo das forgas estiticas equivalentes do vento ¢ seus efeitos em estruturas, A segio ¢ separa- Ga em duas partes: a primeira parte refere-se aos pardmetros meteorol6gieos Como a velocidade do vento, rugosidade do terreno ¢ topografia; a segunda parte refere-se a determinacio dos coeficientes de pressao. Para isso, seguem-se as recomendagies da norma NBR 6123. Nao ¢ objetivo cestudar 0 mérito de todos os coeficientes da norma referenciados que so ust dos no procedimento de calculo, admitindo-se sua vali, 2.2.2. Fatores que afetam a velocidade caracteristica 0s fatores meteorol6gicos siio determinadas a partir da norma NBR 6123: 1988. Nesse assunto, muito hé ainda por fazer para aprimorar os dados existen- tes, como uma atualizagao das medidas da velocidade basica do vento no terri- toro nacional, Ela ¢ definida como a velocidade de uma rajaca de 3 segundos, fexeedida ern média uma vez. em 60 anos, a 10 metros acima do solo em eampo ltberto € plano. As isopletas de velocidad basica, Figura 2.2, retirada da NBR 6328: 1988, permitem sua determinagéo. A velocidade caracteristica € determinada por Vi = VoS 3525s onde S, 6 0 fator topogréico; So depencle da rugosidade do terreno, dimensies tia eificagko e altnra sobre o terreno; ¢ 3 € 0 fator estatistico, Bases fatores sto ‘determinados a partir das recomendagdes da NBR 6129: 1988, 0 fator topografico S, leva em consideragao © aumento da velocidade do vento na presenga de morros ¢ taludes, mas nao considera a diminuigto da turbuléneia com o aumento da velocidade do vento. A turbuléncia é importante para a determinagao da resposta dinfimica de estruturas esbeltas. Sio necessé tos novos estudos experimentais e numéricos para determinar essa diinlgao ddaintensidade dé turbuléncia cansada pela presenca de actives. Este coeficiente ‘vale 1,0 para terreno plano ou fracamente acidentado, 0,9 para vales profundos, protegidos pelo vento, e sofre uma variagao para construgdes & beira de taludes fe morros, segundo Figura 2.3, orgs nas estruturas 25 a 30 fs Figura 22 open Salads na Va WT 8) vince mae 3 un pcs edn em mau es én anos, a 10 m sobre o nivel do terreno em lugar aberto e plano, 2 26 casero de Rojetos de Tethades em Estururas de Madero ay Toude IE EST'TS?”~=~™ Oe Cangas nas estraturas 27 Categoria IV — terrenos cobertos por obsticulos numerosos € pouco ¢s- pagados; Categoria V—terrenos cobertos por obstiiculos numerosos, grandes, altos © pouco espagacios, 0 fator 8, também considera a duragao da rajada para que o vento englobe toda a estrutura, Nesse caso, a norina brasileira fornece trés tipos de edlficagdes: Classe A — edificagoes menores que 20 metros, ou tnidades de vedagio (duragiio da rajada de 3 segundos); Classe B — edificagées entre 20 © 50 metros (duragio da rajada de 6 se- ‘gundos); Classe C —dimenstes da edificagao maiores que 60 metros (rajadas de 10 segundos). A variagao da presso do vento ao longo da altura se deve A vvariagdo do fator 5, obtida pela expresso a) 6, p: parémetros meteorolégicos obtidos na Tabela 21, Anexo A; Py: fator de rajada referente a Categoria Il de terreno, Tabela 21, Anexo A. | 5, | Eee RP | ut3 125 | 20 Figura 2.3 Fator poor 5, eteranca NOR 123.1988. 0 fator S, leva em considerngio o perfil de velocidade do vento ma atmos- ie i fora conforme a altura da construgio e do tipo de terreno, A norina brasileira = separa rugosidade do terreno em 5 categoria: ' Categoria! — superticies lisas de grandes dimenstes; | Gategoria. Il — terrenos abertos com poucos obstclos, 4 a : Gategoria. Ii! — terrenos planos on ondulados com obstéicules, tais como ee sebes € muros; : Cader de Projetor de Tehador em estruturas de Moda. “A TTubels 2 da Norma dé-uma ideia dos valores da NBR 6123, para velocidade _média medida ero 3 segundos. A Tabela 22, Anexo A, € mais completa, conside- rando varias duragdes de rajadas, Nota-se nessas Tubelas que , ¢ considerado Constante para z entre 0 e 50m, nas Categorias Ia TV ¢ entre 0a 10,0 m na Ca- tegorla V. Nas quatro primeiras, porque a turbuléncia causada pela rugosidade fdo terreno e as trocas térmicas em certos tipos de ventos violentos fazem com ‘que a velocidad do vento seja aumentada junto ao terreno, Na Categoria V, a festas causas deve ser adictonada a deflexfio do vento para baixo, causada por lobstdculos de grande altura, originando altas velocidudes médias préximas a0 ‘terreno, 5). fator estatistico que considera o grau de seguranga requerido ¢ @ vida siti da edificagaa. A Tubela 3 da Norma da uma ideia dos valores. corgasmnasestratueas 29 [rabeta 2 wR 6123)— rater, (continuagio) aa ae #0] - | - | fp pe Frabels 2 sR 61231 Fator edie dies atleGendnrni cm bao oar doce (dporton 3 | silos, constragies rurais ete) a | velco ha vidios, ain de vedarao ate) 5 | eitcagdis tempor, xtruturas dos Grupos 143 durante a constugso Dispondo-se da velocidade caracteristica, a pressio dinamica € calculada, a partir da energia elnétiea, pela expressao: = 0613 V2 em unidades do SI, isto é, g em Nin ¢ Vy em mis, A seguir, ealeula-se a forga devida ao vento multiplicando essa pressio pela area em que atua e por um coeficiente de pressio (ou forga, ou arrasto) adequado: y Feo ee | 30 {adeno de Projetos de Tethados em Esrturas de Medelra argos nas estrturas 3 2.2.3, Coeficientes de pressiio, de forma e de arrasto eb an 8) — cots pro ome tron pa pee eons ' de planta retangular ‘Chegamos, agora, & parte mais empitica deste tema do efeito do vento sobre cestruturas. A Norma 6 bastante falha no que diz respeito a coeficientes de pres- sio, forma ou arrasto para estruturas mais complexas. Bla remete ao dbvio, que seria a obtengdo dos inesimos em ensalos de modelos em tiineis de vento. Caso sso nao soja eeonomicamente visvel temos quo fazer adaptacbes mais ou menos confveis de tabelas que constam da Norina para outros fins ou de artigos publi- : catlos sobre ensaios feitos em outras estruturas semelhantes. | De qualquer forma, os coeficientes de pressao referem-se ao cilculo de pressdes sobre superficies qualaquer de eatruturas © tm as seguintos regras eaboun de sina 22 oun ortad | 222 1) Valores postivos dos coeticientes de pressio extema ce ou interna ei eee | acteal op calalaen|len len ||, : cortespondem a sobrepressbes, e valores negatives correspondem a a : suegoes = 2).-O.coeficiente de pressdo efetiva atuando sobre uma superficie € a diferenga entre os coeficientes de pressio externa ¢ a interna, isto = e.-c 8) Um valor positive para 0 coeficiente de pressio efetiva total indica ‘uma pressao efetiva com o sentido de uma sobrepressao externa, e um valor negativo indica uma pressdo efetiva com o sentido de una | sucetio externa. Os coeficientes de forma externos e internos permitem a determinagao da {orga do vento erm um elemento plano de edifleagio de area A atniando perpen- dicularmente a ela, com rogras de sinals idénticas ‘Taos coefielentes de arrasto referem-se 2 forga global do vento sobre uina ; a edificagio na diregao do vento, a) Cogficientes externos Esses coeficientes estdo dispontvels nas Tabelas 417 e anexos D, Be F da Norma. Em particular, para projeto de eoberturas usuais de edifictos 880 deis fas seguintes tabelas: Hi See eee eee eee eee Congasnasestruturas 33 Caseme de ojtos de Tehados em tsruturas de Madera [fatola 5 Quan 6123) — Coefidentes de pressto «de forma extern, para elhados com duas| Tubela 6 (NR 6123) — Cocfiientes de presse ode forme externes, para tlhados com uma rion de difiengoes de planta etangulae =n 0.15 (tomar 9 menor dos dois alre) AssuperilesH 6 referee 3 todo o respectivo quadante is ae uma profundade gual 2 oeuvre {© considera valores simetics do outro lado doe de sie parsieo so vento efrem ss respectvor usar @coetclenta Beer Imota: Pare vento anos partes), que le forma cy sem or sequites valores afb 1, mesma valor das partes He nterpolariinearmente para valores intermediros de a. Cader de rojetos de Telhedes em fstuturas de Mee argas nas etr “abla 7 (NER 6122) imescor, de amos bela (uBR 6123) smos igual — Coefcentes depress ede forma estamos, para telhados milo, Primeiro ‘rome. os 36 casero de Projetos de Telhados em Estruturas de Madera | Conger nas estruturas 37 36 ater de mojo de Tena em Ese de ate _ eens 8 permeabilidade 1ifo ultrapassar os limites indicadas em III, pode ser admitido que a pressao externa nao 6 modificada pela permeabilidade, devendo a pressao interna ser caleulada de acordo com as especifica ‘9bes dadas a seguir: [Favela 17 BR 6123) — Cocficenter de pressto em coberturassladas = uma égua plas 2) S80 considerados impermedveis os seguinttes elementos constratives € ‘vedagées: lajes e cortinas de concreto arinada ou protendido; paredes de alvenaria, de pedra, de tijolos, de blocos de concreto e afins, sem portas, Janelas on quaisquer outras aberturas. Os demais elementos eonstrati vos e vedagées sto consideraclos permesvels. A permeabilidade deve-se & bresenca de aberturas, tais como juntas entre palnéis de vedacto ¢ entre teolhas, frestas em portas e janelas, ventilagées em telhas € telhados, vos abertos de portas e janelas, chaminés, lanternins ete, 3) 0 indice de permeabilidade de uma parte da edificacao € definido pela relagdo entre a drea das aberturas e a area total desta parte. Este indice deve ser determainado com toda a precisia possivel. Como indicagao eral, o indice de permeabilidade tipico de urna edificagao para moradia ou escritorio, com todas as janelas e portas fechadas, est compreendi- do entre 0,01% ¢ 0,05%, Para aplicacao desta, exeetnando-se 0 caso de [ramela 48 (MBR 6123) — Cooficonts de press abertura dominante, 0 indice de permeabilidade de nenhuma parede ou simetrias ‘gua de cobertura pode ultrapassar 30%. A determinagao deste indice | q dove ser feita com prudéncia, tendo em vista que alteragies na perme- ee abilidade, durante a vida ttl da edificagdo, podem conduzir a valores viele mals nocivos de carregamento, < 4) A abertura dominante é uma abertura, euja Area 6 igual ou superior & a rea total das outras aberturas que constituem a permeabilidade con- a siderada sobre toda a superficie externa da edificagao (ineluindo aco- | bortura, se houver forro permefval ao ar ou na auséneia de forto). Esta eae, - abertura dominante pode ocorrer por acidente, como a ruptura de vi- reso . {dros fixos causada pela pressiio do vento (sobrepressiio ou stiegao), por objetos langados pelo vento ou por outras causas, 5) Para edificagdes com paredes internas permesvels, a pressio interna pode ser considerada uniforme. Neste caso, dever ser adotados os 82 guintes valores para o coeficiente de pressao interna op 1b) Goeficientes Internos ess no sou in- 1). Se a etlfcagio for totalmente impermedvel 20 ar, a pressio n terior sera invaridvel no tempo e independente da velocidade da cor- rente de ar extema, Porém, usualmente as paredes e/ou a eobertara dluas faces apostas igualmente permedvets; as outras faces imper- edicts: + vento perpendicular a uma face permedvel: ‘ie es norma Jo A eileagoeo considera como feu, em conalgbs norma fervgo ou como consemuincin de aldentes, penitem a passage do + vento perpendicular a una face impermeel tr moditcand seas condgoes des supsts nos enstos. Enguanto cae -08 38 Cader de Projeton de Tehados em Estruturas de Makita quatro faces iquatmente permedveis: Cys = ~0,8 ow 0 (considerar 0 valor mais nocivo); abertura dominante em wma face; as outras faces de igual permea- bitidade: = abertura dominante na face de barlavento. Proporcao entre a rea de todas as aberturas na face de barlavento a rea total das aberturas em todas as faves (paredes e cobertura, ras condig5es 4) submeticas a suegdes externas; 1 sos sonnet = #0 is : gua 2 : : cpi= +04 3 = cu = + 08 6 ou mais. eg = + 08 ‘© abortitra dominante na face de sotavento. [Adotar 0 valor do coeficiente de forrna externo, C., correspondente acesta face (ver Tabela 4), ‘+ abertura dominante em uma face paralela ao vento, + abertura dominante niio situada em zona de alta suegio externa. Adotar 6 valor do coeficiente de forma externo, C,, correspondente a local da abertura nesta face (ver Tabela 4 da Norma). ‘© abertura dominante situada em zona de alta sucgio externa. Proporgio entre a drea da abertura dominante (ou érea das albertu- ‘as situadas nesta zona) e a Area total das outras aberturas situadas tem todas as faces submetidas a sucgdes externas: 025 50 0,75 10 15 8 oumais, Zonas de alta sucgio externa sio as zonas hachuradas (nas Tabelas 45 Ce médio da Norma). 6) Para edificagses efetivamente estanques e com janelas fixas que tenharn uma probabilidade desprezivel de serem rompidas por acidente, consi- derar o mais nocivo dos seguintes valores: 6p; = 0,2 010 EEE S'SSCRSS Cargas nae etruturas 39 7) Quando nio for considerado necessirio (ou quando ndo for possivel determinar com exatidav razoavel a relagio de permeabilidade de V.c), eve ser adotado para valor do coeficiente de pressio interna o mesmo valor do coeficiente de forma externo, C, (para incidéncia do vento de ede 90%, indicado nesta Norma para a zona em que se situa a aber- ‘ura dominante, tanto em paredes como em coberturas, 8) Aberturas na cobertura influirao nos esforgos sobre as paredes nos ca- 808 de forro permesivel (porosidade natural, algapoes, ealxas de luz no estanques etc.) ou inexistente. Caso contraio, estas aberturas vio inte- ressar somente ao estudo da estrutura do telhado, seus supartes ¢ sua eobertura, bem como ao estudo do proprio fore. 8) O valor de ¢9e pode ser limitado ou controlado vantajosamente por is- luibuigho deiberada de permeabilidade nas paredes e cobertura, ou por Aispositivo de ventilago que atue como abertura dominante em uma Dosielo com valor adequado de pressio externa, Bxemplos de tais dia positives sa: + cumeeiras com ventilagio em telhados submetidos a sucgdes para todas as orientagoes do vento, causando reduc da forca ascensio- nal sobre o telhado; ‘+ aborturas permanentes nas paredes paralelas & diregdo do vento e situadas préximas as bordas de barlavento (zonas de altas sucgées externas), cansando redusiio consideravel da forga aseensional s0- bre o telhado, 10) No campo de aplicagao da Tabela 9 da Norma, para o edlculo das Forgas devidas ao vento na parede de una edificagao cilindrica, quando esta for de topo(s) aberto(s), devem ser adotados os sequintes valores para cy Bld 2 OB .eacsenennnnn son Cpt == 0,8 Wide OB ron sn ys = O15 | a ié@4#ééé@é=4é@éé=£é=—_—_— pode ser detemunado deacon cmt a ndagoes contdas no Axa da Norma Estatica das estruturas 3.1, Trelicas isostaticas As vigias em treligas sto empregadas por opetio dos projetistas com relagao 4s vigas de alma chela, principalmente nas estruturas metdlicas ¢ de madeira, ‘dadas as vantagens priticas © econdmicas em face a0s vilos tedricos e cargas apresentadas, Podemos definir uma trelica como um sisterma de barras situarlas ‘num plano e articuladas uroas as outras em suas extremidades, de modo a for- mar urna cadeia rija, Consideremos os dois eonjuntos de barras formaclos pelas cadeias indicadas nas Figuras 3.1 © 32, A cadeia da Figura 3.1 consiste de 4 baras, articuladas umas nas outras fem suas extremidades; nao é rija, pois pade se deformar, conforme as linhas Pontilhadas, Por outro lado, as 3 barras da Figura 8.2, também articuladas nas suas extremidades sob forma de trifngulo, constituern uma eadeia rija, que nio ode se deformar. Isso significa que, desprezancdo-se as pequenas variagdes das eformagdes elésticas das barras, as posigdes relativas das articulagées A, B, C nfo poclem variar, Concluimos que uma eadeia de barras triangular isolada comporta-se como ‘um sélido rio e pode ser considerada como forma mais simples de treliga, Comentario: Limitamos o'nosso estudo as treligas de pequeno porte, usuais na cconstructo de edificios industriais, apresentando alturas escolhidas com certs {olga, para que nio tenhiam flechas ou deslocamentos pronunciades, adorned. rojetos de Telhados em Estruturas de Mal Figura 31 Figura 3.2 Nao podemos deixar de mencionar o caso das influénelas secundérias nas treligas de pouca altura com cargas elevadas (Figura 3.3), ou mesmo 0 caso {das chapas dos ngs, que criam rigidez de modo a provocar flexto das batras (@igura 3.4). Figura 2.3 Desocamento verti lech). Figura 3.4 Flexdo nas paras nos rildos d= ‘mals clam engastamentcs po 3.2, Estaticidade elo exposto anteriormente, uma treliga plana pode sempre ser formada partindo de 3 barras articuladas nas suas exiremidades e, adicionando-se a es- tas, duas novas rias para cada nova articulagdo, Seja a Figura 3.5, admitindo o tridngula A com os n6s ou vértices 1, Ile I, {ormado pelas barras 1, 2 e 8. Adicfonando as barras 4 e 5, temos o triangulo B ea articulagaa ou n6 TV. Do mesmo modo, adicionando as barras 6 e 7, temos o tridngulo @'e.a articulagio ou né V. Procedendo nessa sucessio, formamos a treliga da Figura 3.5. Durante essa formagdo, observainos que sio necessérios 3 ‘barras para 08 3 primeiros nés, ¢ cada né seguinte mais duas barras, [ ree eee erence ae eee ere ee eee site das ett planas 43 ‘Uma vex que este processo pode ser estendido indefinidamente, concluimos tarabém que uma treliga plana pode sempre ser formade, partindo de 3 barras articuladas umas as outras nas suas extremidades e, adicionadas a estas, das nnovas barras, para cada nova articulaco, Nessas condigdes: Sendo b: ndinero de barras (lados dos tridingulos) 2: ntimero de nds (vérti- ces dos tridngulos), Na formagso da treliga temos: B barras B6s. tridnguto A Sbarras = 4 nés.... triangulod +B ‘Taras = 6 nés langue A ++ 11 barras = 7 nés _ Exprimindo-nos matematieamente, temos: b=8+2(n-9) B+ 2n-6 I b=2n—3 | Expressdo que se verifica na Figura 3.5: ! =8Xx7-8211 | Portanto, todas as vezes que aquela rela se verificar, ea treliga for com: posta de triangtalos suscetiveis de serem formados pela lei da justaposigao cita- da, estaremos diante de uma estrutura indeformével, estaticamente determina- da ou isostatic sthhica das etaturas planes 45 Cadno de Prajtos de Teas em Estruturas de Madera Para tornar a estrutura estaticamente determinada, devemos introduzir ‘mais umna barra, isto é, uma diagonal, para tornar a estrutura indeslacével Cigura 83), Podemos ter o caso da Figura 3.6, em que a relagto seja: b> 2n-B neste caso haveré barras superabundantes e dizemos que a estrutura é hiperes- ttiea, pots, além das equacoes da estatica, devemos recorter aos teoremas dos sistemas elisticos, para resolver o problema da determinagao dos esforgos nas ‘barras. i | | | Figura 38 3 Quadros rijos Caso milo seja possivel, por exigéncia do projet, adicionar a barra emt dia- onal, o ediculo nao seré elaborado como treliga, mas sim eomo um quadro rijo (Figura 3,9). Isto 6, devemos aumentar a rigidez dos nés, de modo a elimiinar os deslocamentos (teoria das estruturas hiperestéticas continuas). | Figura 36 Estamos com uma barra superabundante ou redundante (para se resolver pelas equagées da estatica seria desnecesséria a barra 6), Finalmente se b > 2n ~ 8, temos uma estrutura deformavel ou hipostatica (Figura 3.0). Exemplo, Figura 3.9 Qundro fecha, 3.2.2, Trelica hipostatica 4d também um caso em que a trelica satisfaz a relagio b= 2n 3, mas 8 fstaticamente indeterminada pela falta de um paine! triangular, portanto, Talla. ‘no esquema (Figura 8.10), torna-se hipostatioa, . 46 Coderno de ProjtordeTehados em Estruturas de Magers Figura 3.10 3.2.3. Resumo — trelicas planas Para determinagio dos esforgos nas barras das treligas plana, primeiramente devemos vetificar a natureza da estrutura quanto ao sen grau de indeterminacéo, Para aplicagio das equacées da estética, admitimos ainda as seguintes hipéteses: 1° Hépétese: As juntas ou n6s serio considerados articulagiees. Desprez mas 6 alrite 2° Hipdtese: ‘Todas as eargas sfio consideradas concentradas nos nés ‘ou juntas. Caso contrério, devemos considerar vigas continuas ou quadros, ‘Comentario — Em alguns casos da pratica (fergas deslocadas) ocorre a carga. fora de um dos nés, ou 2 necessidade de considerar uma eoncentragio no meio ao painel (Lerga intermedisria) . ee, | stiica da erature plas a7 ‘Toleram-se esses casos isolados, desde que seja verificada a barra solicitada a flexao composta, visto que, na 2" hipdtese, s6 se acmitem as barras solicitadas por esforgos axiais de tragao ou compressio. 3° Hipotese: Todas as barras sao retas. Se tivéssemos barras curvas, 08 es- forgos axiais deverian ser decompostos também em direc tangencial e normal, 4° Hipdtese; As treligas pertencem ap plano das forgas. Serd utiizada ‘sempre outta estrutura para cada plano de forga, isto 6, outra treliga. ‘Como, por exemplo, o vento fora do plano da tesoura do telhado ou fora da trave da ponte, que nos obriga a executar outra estrutura, que cha- ‘mamos de “contravertamento”, 3.3, Esquemas de trelicas isostaticas 2) Trelias para tethados — tesouras Ingles ou Pratt, Francesa, Wiegman ay Polonceas

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