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V645p Victora, Ceres Gomes Pesquisa qualitativa em sade: uma introdugao ao tema / Ceres Gomes Victora, Daniela Riva Knauth ¢ Maria de Nazareth Agra Hassen. ~ Porto Alegre: Tomo Editorial, 2000. - 136 p. 1, Antropologia da satide: Pesquisa: Metodologia: Pesquisa qualitativa e quantitativa. 2. Satide: Pesquisa. I. Knauth, Daniela Riva, I. Hassen, Maria de Nazareth Agra. III. Titulo CDD 572.7072 Catalogacao na publicag30: Maria Lizete Gomes Mendes Bibliotecéria: CRB 10/950 A Constr cao do Objeto de} *osquisa f ‘ 11 Introdugie \ pesaitisa cientitica necessita, pata ser exequivel, delimitara amplitude ve seu obycto de estudo, Isto significa que toxla Pesqtisa opera un recorte sobre uma determinada realidade, UM Vex que E impossivel contemplar, atta UIMALSO PES Misa, a totalidade dos fendmenos natutitis ow sociats. Este Scone & NUN PLMeitO Nivel, um tecorte tematic, visto que ele exphieita, den: 1 mulliphicidade dos fendmenos CLUS © Natutatis, qual deles senumvestissa do Emam segundo nivel, ha outto re Otte que podettamtos chamar de “diserplt- nar” no sentido de que a Partirda perspecti (ou drea do conhecimento) que detenninade f outro nivel, temos uma delimitay ide uma disciplina especttica enOmMeNo sent investizado. Em, woempitica do objeto de Vestigaagdo, isto &, onde & pesquisa send desenvolvida ou entio que comunidadle Comporio o universe de investigagio, Por fim, mas vincul recorte que ope tanto privil BMUPO, pessoas Jado do anterior, outro apesquisa estirelacionado A metodologiautilizada, que pode air Un enfoque quantitativo e, portanto, abringer um maior nume- tode sujeitos/processos investigados, como um enfoque qualitative, conten plando poucos sujcitos/processos investigiadas, petdendo, assitn, em Mas sanhando na profundidade dos aypectos estudados, ‘Tomemos 0 exemplo da adolescéncia, Ao escothermos estudar a Hela, ja estamos selecioniando uma tase de Vida especitien, Nao estamos nos Propondo a estudar a vida desde sua concepy Ao até a morte, mas apenas uma Parte desta trajetoria que podemos delimitar attaves de um criterio etario e/ou através de um Conjunto de modilicagdes fisieas © emocionais que acreditantos Caracterizar esta fase de vida, Entietanto, a adoleseéneia possti miltiplos a Pecos que podem ser exploridos env uni pesqutisa cientitica e nos, ct ftwe daa Hossa formagiio académica, devennoy selecionar os aypectos que so pertinen: les para a nossa drea do conhecimento, Asyim, se Formos medicos ou bidlogos, Podemos nos propor a estudiar os aypectos fixicos relictonados a esta fain elitia; se tivermos uma formagao em pyicologia, HeMOS NOs iNteressat Mais amplitude, adoles- * i 46 AC sre h0 10 OBIETO DF Pesquisa dlogos ou antrop6logos, podcremos o Formos see culturais vinculados aes five odor aspee es nent© possi interesses especificos den- da vida; ou SC} . aspectos compéem o fendmeno da Ctr ES ANP Oe deve ee a onto c ofescéncia, entretanto, cada Pe aca partir da drea de conhecimento e do sio posse com Ml is se naio podemos contemplar todos 0s as- referencial tcdrico © m avestio nbn ryestigar tOdOs 0S adalesoerten pte iOS Je ar em rao do que queremos este Ga metodologia utilizada, quantos equais adolescent iremos tovestigat E, embora existam técnicas estatisticas bastamte sofisticadas para arealizagao de amostragens representativas de uma determinada populag 0, temog que ter consciéneia de que nosso recorte empirico val determinar os resultados ea amplitude da pesquis: | ‘Assim, nosso primeiro recorte jaesté dado pelo tema que desejamos en- focar, O segundo vai configurar-se a partir de nossos interesses de investiga- go ¢ de nosso referencial tedrico. O terceiro e 0 iltimo recorte vio estar relacionados 2 metodologia utilizadae ao universo empirico privilegiado. A par- tir destes recortes efetuados na realidade, a pesquisa deve ser lida e compreen- dida. Ea partir deles que os dados ganham significado e podem servir para subsidiar tanto discussées te6ricas como ages concretas € politicas sociais que tenham por objetivo otemaca populagiio estudada. pelosaxpectosemoctonati® espeil os questionar a res} aa ada area do conl Todos esses ad 4.2 Tema e objeto de investigacio fo am eine aap Este, em geral, termina el nfunaido como teats tvestigag.e Esteem geri termina porser confundido com 0 tema da investigagio, cau sandguma see ed ve dades na delimitag’io do universo de pesquisa, n& pele TRE pRiatesiicitemey utilizadas e na prépria andlise dos cificagio do tema, partindo, a see can ae ean lemme gagio propriamentedito. Suir, para a especificaciio do objeto de investi _ Otema éoassunto nao traz, necessariamente, jue se sti q saat investigar. O tema € sempre amplo ma cientifico. Entretanto, a explicita- um TATIVA EM S, pe_47 E importante ter claro que o tema esta colado a re: no é uma abstragdo, mas uma Jeitura patcial e ripida da realidade. Ele define também os primeitos passos de uma pesquisa, visto que é uma primeira delimi- tagio, ainda grosscira, do objeto de investigagao. A partir da definigiio do tema da pesquisa, ji é poss vel percorrer a bibliografia sobre o assunto, conhecer os aspectos do tema que foram mais trabalhados, identificar lacunas no conheci- mento produzido, etc. Nesse sentido, a delimitagdo do tema orienta a constru- gio do objeto propriamente dito, «alidade empirica, ele oO objeto, Por sua vez, nao encontra, necessariamente, uma correspon- déncia imediata com uma realidade empirica, pois 0 ideal é que sua proble- mitica ultrapasse as situagSes concretas, ou melhor, se aplique a diferentes realidades, embora com algumas diferengas, tais como de intensidade, forma de apresentagao, duracio, ete. Assim, ao afirmarmos que 0 objeto de inves: tigagdo cientifica nao é igual 4 realidade empirica, estamos assumindo 0 fato de que a ciéncia trabalha sempre com uma realidade construida. Esta cons- trugdo é determinada pelo seu recorte disciplinar, pelas caracteristicas do campo cientifico da época, pela trajetéria académica e pessoal do pesquisa- dor, pela conjuntura politico-econémica e social, enfim, por um conjunto de fatores que ultrapassam a ciéncia propriamente dita. A concepgao de objeto construido indica, como antes aprofundado, a problematizacao da relagdo entre sujeito e objeto. O sujeito é incapaz de apenas descrever, retratar 0 objeto, como se fosse uma cimera fotografica — até porque nao existe o retrato totalmente objetivo — este depende da qualidade do filme, da maquina, da luz, do enquadramento, etc. . ; O objeto da pesquisa cientifica é, desse modo, distinto do tema, visto que deve apresentar, primeiro, uma delimitagio do tema, ou seja, um recorte preci- so, e, segundo, deve trazer questdes pertinentes a0 campo cientifico ao qual a investigagao se vincula. Assim, podemos dizer que 0 objeto é 0 problema que se quer investigar. Ele € sempre uma construgao tedrica & necessita ser delimi- tado em termos de: populagdo (amostra), nimero de fatores a serem estudados varidveis), espago e tempo. . . ‘ ‘Emton eosin ‘lizer que 0 objeto éo problema a ser investigado, nao podemos confundir um problema cientifico com um problema social. Estes dois “tipos” de problemas podem e mesmo devem estar vinculados, mas so de natureza diferente. Um problema social ¢ a Ieitura que um grupo social ou uma instituigao faz de uma deterininada realidade e trans: forma esta leitura em uma demanda, bandeira de luta ou questo politica. Por outro lado, o problema cientifico pode ser construfdo a partir de um problema social, mas deve romper com 0 senso comum desse, problemati- zando-o, desconstruindo-o, tomando-o como uma visdo especifica. Um pro- blema cientifico deve, assim, considerar como parte da investigagio a pré- pe PESQUISA exo no ONT sblema social (momento hist6rico, agentes envolyj. Jo pre 5 - E16) e problema social e problema eiemttieg area lore gemos considera que a epidernia da Aigg gomaremes 0 exe TAT ge un grande aximero Pe S808 € acartels é um problem sock) Pen ondmicas e sociais em diferentes niveis (pesso_ in seoE ee Aids, diferentemente de outras doengas—que poss. al, familiar, stata). 4 . d ia ¢ gravidade —conseguiu, grag 1080 em igual ou M210 io Governamentais), colocar-se como ym, chamadas ONGs (Ors 07 yssim que, no Brasil, obteve-se a distriby}. problen de toda a Saree para a “aids, 20 mesmo tempo em que falta gio de ina OO as doengas que nao tiveram a mesma capacidade de ic en ial e politica. Mas, se a epidemia da Ai um problema al é, em si, um problema cientifico. Para que esse problema a anion em um objeto de investigag 0, é necessdrio problematj. tao apartir de nosso recorte metodolégico e disciplinar. No caso, por exem- plo, de uma pesquisa na area das ciéncias socials, poderiamos questionar 0s fatores sociais ¢ culturais que agem como fac’ litadores da expansiio da epi- demia entre determinada populagao, ou ainda, poderfamos investigar as re- presentagoes e as praticas relacionadas A doenga e as formas de transmissao do virus, a concepgio de risco e as medidas de prevengao. Entretanto, na andlise dessas quest6es, a investigagao cientifica deverd considerar também os diferentes fatores vinculados 4 emergéncia do problema em jogo. No caso da Aids, nio poderfamos deixar de contemplar a influéncia da mfdia e das campanhas de preven¢do nas representacGes e praticas das pessoas, 0 fi- nanciamento internacional para a doenga, o papel das ONGs, entre outros elementos. medic 4.3 A construgio do objeto trabatt, objeto da investigagio cientifica requer, dessa forma, um elaborado pesquisa Roni (0. Enele que reside, em grande parte, a originalidade da sendo privileging ee do problema a ser investigado, do recorte que est ee ‘0s limites e implicagGes desi é incipais reg Para uma boa pesquisa, iplicag, lesse recorte € um dos princip: construga it . exploracao do Temas abyelo teflete um processo de amadurecimento te6rico, seja, € um caminho Meee empirica que é prépria ao pesquisador, ou © mesmo deve percorrer. Embora tendo claro que cada processo € si Singular, sugerimos, a seui a a Ac ee » ASeguir, a oMaeeiG - ar na construcio do objeto de investiga a ir, alguns passos que podem auxili Prsouiss Quatrraniva ea Sane 49 1, Partir de um tema de interesse 2. Revisara literatura sobre tras fontes de Inform, bastante amplo: oftema, tanto, . GAO (inte 3, Identificar, com base narevis os aspeetos privilepiados revista), aatalidade d. cay 4. Colocar. a partir dom; a literatura cientifica como ou- Net. jomais, revistas, documentos); “10 bibhogritica, as especificidades do tema, Delos diferentes enfoques (cientifico, jornais, “questo, sa relagiio com a realidade empiri. aterial consultado e de tizadas, uM Conjunto de pergunta 5. Confrontar essas pergunt obser agdes no sistema- Para o tema que se quer investigar; ° Tguntas com as questées colocadas pela area de conhecimento especifica da invest 6. Escolher um aspecto do tema que tenha relag T que seja de interesse do pesquisador e ‘ Ao com uma determinada realidade empirica e com as quest6es colocadas pela drea de conhecimento: 7. Elaborara problematica de investigagao, delimitando 0 tema, as ques- (oes a serem investigadas e sua relagio com a drea de conhecimento. Como ja salientamos, é fundamental que 0 objeto a ser investigado seja bem delimitado. Esta delimitagao deve levar em consideragio, além de ques- tes tedricas, aspectos de ordem pratica, tais como o ntimero de pessoas envol- vidas, tempo e verba disponiveis para a realizagao do estudo e da anilise dos dados. Isso no significa que o estudo deva responder apenas a uma questio, mas sim que existe uma questdo principal da qual pode derivar uma série de outras perguntas. Em alguns modelos de projeto de pesquisa, isso aparece na forma de objetivo principal e objetivos especificos. Os objetivos especificos so, na verdade, as hipteses, colocadas no formato de perguntas, construidas para responder o problema de investigagao. A explicitagio dessas perguntas pode melhor direcionar o estudo e auxiliar a elaboragio dos instrumentos de coleta de dados (roteiro de entrevista e observagao). Por exemplo, um projeto de pesquisa pode ter como objeto de investigagio as relugies existentes entre concepsio e pritica religiona e doagdo de dreds ¢ sangue (Borges et. al, 1997). Assim, o objetivo principal é entender, eur 4 concepcao que as diferentes religides possuem a respeito d cea de Srsios ede sangue e, por outro, a atualizagdo desse discurso na pritica dos fies. Os objetivos especificos vinculados ao principal sto: 1. compreender o lugar ocupado pela doagiio de érgdos ¢ de sangue na cosmologia da religiao; / : 2 identifiear ‘os diferentes fatores relacionados & permissZo ou interdigao da doagéo no contexto do discurso e da pritica religiosa; a pp suis 1 ACoxstnncdo pe OHNE PE Prse BOA Cosstelc = jiscurso religioso relativo & doagdo de is ao dise , adesiio dos fie RZ oinvestigar ae wish entagao religiosa e daquele: ganguc © 6120085 centiem aoricntayao religions e daqueles que aro pettilaos ficis de a tan y dos figis a respeHlo da doagio de érgios e pncepy ao dos ptificar a CONCEDS 5. ide! sangue, investigagao nado deve ser tomada, entretanto, Nas pesquisas que privilegiam a metodologia vativa, hd emp dade de redefinir O objeto ora © proprio ata Alvi ento do estudo. 1 redefinigaio pode se dar em fungao das expect hes Jo grupo e/ou local estudado, das mudangas sociais, econ rigeasou ei io mesmo da pertinéncia do objeto para 0 grupo sfinigdo do objeto de manente, > a possibili Ade como estitica ¢ perl especif micas e politicas ou em raz emestudo, 4.4 O universo empirico O objeto de investigagiio deve explicitar, além do problema a ser investi- erso empirico que serd contemplado ¢ 0 recorte temporal privilegi- nas pesquisas quantitativas é, em geral, chamado de amostra ou populagao. Entretanto, na pesquisa qualitativa nao tra- balhamos com a idéia de “amostra”, visto que essa traz implicita a concep¢ao de que uma determinada parte de uma populagao é representativa do todo. Esse pressuposto garante, por sua vez, a possibilidade de generalizagio dos resultados obtidos. Na pesquisa qualitativa, 0 universo empirico refere-se ao grupo que sera estudado ¢ ao local onde serd realizada a investigacao. E, embora nao hajaa preocupagdio com a aleatoriedade desse universo empirico, a escolha deve dar- seem fungio do objeto de investigagdo. Ou seja, o local eo grupo escolhido part esto devem apresentar as melhores condigées de expicitago da pro- tomar um grupo de pessoas com oe a pelo dtiagnéstico ide; Ginbeless irem’ queconvivemcomum diabélica Ane net Ou entdo um grupo de peste objeto de investigagao se tominea oor ne Muito diffi darmos conta dess? minado bairro, a menos que ae tat coms universo os moradores de deter- grande da doenga, Ss TO apresentasse uma incidéncia muito gado, o univ ado, O universo empfrico € 0 que, Pisotsa Quatsrativa em Sadpe 51 actaria (adoles- sse média, alla ou clc.), cnr fungae de diferentes eritérios: uma detenminada céneia, velhive, hud reprodutiva, ete), chasse social ( popular), condigao fisiea (restagao, portador de determinada doen cima (negro, Indio, ili, alemo, cte,), sexo (homens ou mulheres nero (Masculino, feminino), profissdo, condigao marital (casados, soltciros, vitivos, separtdos) © viitios outros fatores que, de alguma forma, podem canacteni za as pessoas estudadas, Em peral, o universo acaba sendo uma combinagao de dois ou mais desses eritérios, como por exemplo, adoles- centes gestintes de classe média ou entio homens soltciros trabalhadores da constiugio civil. O segundo recorte do universo deve indicar o local onde 0 grupo eleito sera reerutado, O fundamental é que o local escolhido garanta as melhores condigdes de acesso ao grupo, tanto no que se refere & disponi- bilidade em grande mimero do perfil desejado, como no que diz respeito aceitigao da presenga do pesquisador por parte dos membros do grupo. Nease sentido, podemos justificar a escolha de um bairro da cidade pelo fato de ele apresentar grande incidéneia da doenga que queremos estudar ou entio podemos privilegiar determinados servigos de satide por termos aaccitagio do responsivel para a realizagao do estudo, ou ainda pode- mos optar por um local em razdo de jd termos vinculos estabelecidos. A terecira delimitagao que deve estar contemplada no universo de investigagao & a temporal. E fundamental explicitar qual 0 perfodo de tempo que sera contemplado no estudo, E bastante diferente acompa- nte do inicio da gravidez até o parto de tomarmos um ‘ar, evidente- nharmos uma gest tinico momento desse processo. O recorte temporal deve e mente, em conformidade com o objeto da investigagao. Por fim, 0 universo empirico deve prever ainda o ntimero de pessoas que sero contempladas na investigagao, o chamado n da pesquisa quan- titativa, Na pesquisa qualitativa esse ntimero nao é determinado por um ciilculo amostral, tampouco rigido. Ble é indicado pela propria saturagio ou recorréncia dos dados, isto 6, aquele momento no qual a busca de Novos sujcilos nao acrescenta mais nenhum dado novo a investigagao. 3 ato de a pesquisa qualitativa (rabalhar com populagdes Menores nio significa que duas ou trés pessoas investigadas conseguirao dar conta do objeto, E fundamental que o pesquisador busque, dentro de seu universo, a maior diversidade possfvel, de forma a contemplar as di- ferentes perspectivas do problema e obter uma saturagiio dos dados ade- quada, SQUISA 52 A Construgao po OmETO DE Pr 52 ‘ ia Coment Ribliogra ON, J. Cj PASSERON, J.C. “La construccign g -y JORED! oan, Juan Pablos: Siglo XXI, 1986, 9 ed. BOURDIEU, P. BOURL — to, Eloficio de socidlog ~ . jo, os autores debatem os principios que nortelam a definigzo qe, * entifica. Para eles, a investigagao cientifica SC Organiza g nio sio iguais Aquelas unidades delimitadas po) pereeprio do real. Nesse sentido, pode-se dizer que hi muita diferenga entre Obie, real ¢ 0 objeto cientifico. Toda a pratic a cientif ca implica Pressupostos teGricos eum corpo de hipsteses metodologicamente construidas com vistas 4 prova xperimental Assim sendo, numa investigagao cientifica, nao existe pergunta neutra, Por exemplo, pergunta: “vocé trabalhou hoje?” implica uma concepgao pré-determinada de trabalh Portanto, o sociélogo deve submeter suas préprias interrogagGes & interrogagio Soci- Os autores avaliam que 0 questionario € apenas um dos instrumentos da , cujas vantagens metodoldgicas nao devem dissimular seus limites episte- objeto de investigs toro de objetos construdos que observ. molégicos. Bibliografia Referida BOURDIEU, P. “Introdugio a uma Sociologi: iva” Co i gia Reflexiva”. O Pod ‘ Janeiro: Bertrand Brasil SA/Difel, 1989, ler Simbélico, Riode

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