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MÓDULO IV
1. AUTOCONHECIMENTO
Às vezes, no silêncio do meu quarto, eu busco esvaziar minha mente e estabelecer
uma conexão entre meus hábitos e princípios, ao buscar identificar a existência de um elo de
bronze, prata ou ouro entre eles. Sob outra ótica, o que procuro fazer é identificar (medir) se
minhas atitudes são condizentes com meus valores intrínsecos. Eu pratico essa ação porque
preciso me conhecer intimamente (autoconhecimento).
Tenho observado que muitas pessoas sabem muito sobre os outros e nada sobre elas
mesmas. Isso é uma tremenda beligerância, pois a primeira busca do homem deve ser a de
moldar seu próprio caráter e criar suas singulares convicções, ao fazer com que suas ações
sejam pautadas naquilo que ele acredita que seja justo e bom para o universo.
Assim, teremos um foco maior e também uma certeza do real motivo de estarmos
aqui. Reflita comigo: você realmente se conhece? Tem controle sobre as próprias emoções?
Sabe o que lhe causa inveja e ódio? Infere os estímulos que lhe causam prazer e
contentamento? Deduz as coisas que são benéficas para sua alma e maléficas para seu
espírito? Percebe as variáveis que influenciam negativamente sua força física e sua energia
existencial?
Certamente essas respostas somente podem ser conhecidas após uma autoanálise
minuciosa de nossa inerente particularidade pessoal, de modo que quando voltamos nossos
olhares para nossa casa, podemos facilmente captar toda a obra que edificamos: afinal de
contas, eu sou uma criatura cordial ou hostil? Sensível ou racional? Amorosa ou fria? Triste ou
alegre? Resistente ou frágil? Inteligente ou ignorante? Virtuosa ou estulta? Sábia ou insensata?
Avarenta ou pura? Autêntica ou bajuladora?
Precisamos registrar que essas questões machucam nossa vaidade e faz com que
sejamos seres menos preocupados com superficialidades e tabuleiros genéricos. Certamente,
essa nossa nova atitude fará com que as heresias propagadas pelos falsos mestres sejam
rapidamente apagadas de nossas vidas, porque quando destruímos nosso egocentrismo
passamos a ter humildade, a chave suprema para abrir todas as portas.
Em outras palavras, admitir nossa insapiência é o primeiro passo para sermos grandes
e para encontrarmos a excelência, ao fazer com que o caminho da verdade seja aberto para
podermos andar em estradas erigidas na rocha e não em pontes alçadas em cordéis delgados.
Devemos entender que tudo depende apenas de como lidamos com nosso espelho
pessoal, obviamente, não com o intuito fétido de reparar uma imperfeição na face e sim
buscando compreender aquilo que não está visível. É como costumava dizer Charles Chaplin:
“Ei! Não corra. Para que tanta pressa? Corra apenas para dentro de você.”
Paulo Francis disse: “A ignorância é a maior multinacional do mundo.” Certamente, o
que o pensador quis defender é que o ser humano é atrasado não no sentido de não saber
realizar uma coisa e sim de não saber identificar suas limitações em determinadas ocasiões.
Em outras palavras, o problema não é ter um amontoado de defeitos e sim ter medo de olhar
para dentro de si e descobri-los.
Desta forma, o homem possui aversão à dúvida e não admite criticar a si mesmo, vez
que tem pavor e total angústia em identificar possíveis falhas morais e éticas em seu caráter, o
que pode estagnar a sua evolução e criar universos negativos simplesmente pelo receio de
tentar ser melhor. E é exatamente nessa esfera que se encontra a resposta para todas as
perguntas existentes. A essência da felicidade de uma pessoa está em trabalhar suas falhas e
em contemplar seu progresso, paulatinamente, de forma que um homem com autoestima alta
tem certeza absoluta que reuniu todas as suas forças em busca de uma evolução.
Sendo assim, comece a confrontar seus obstáculos e não se feche para eles, haja vista
que somente covardes e fracos agem dessa forma. Além disso, o que diferencia um ser comum
de um extraordinário é exatamente a capacidade que cada um tem de não perder seu foco
diante das calamidades alicerçadas. Deste modo, em primeiro lugar defina seus desejos:
comece respondendo as perguntas óbvias: qual seu objetivo profissional? É ser gerente de
uma grande corporação? É ser um empreendedor de sucesso? É ser um Constelador, para
desenvolver e ajudar pessoas? É ser um renomado palestrante? O que realmente te move? O
que te faz ter brilho nos olhos? Você precisa definir com clareza e objetividade esses conceitos
para que posteriormente você possa elaborar meios que possam fazer você atingir essas
realizações.
Em seguida, estabeleça um plano para sua carreira e trace metas para serem atingidas
cronologicamente. Trabalhe reunindo as ferramentas necessárias para atingi-las. Isso o ajudará
a montar um planejamento estruturado, cuidar da organização do mesmo e fazer com que a
visão inicial não seja transmudada (como já mencionado no parágrafo anterior). Nesse
contexto, é fundamental externar que é impreterível ter metas de curto, médio e longo prazo.
Para compreender melhor isto, pense em um jogador de futebol amador que busca
crescer em sua profissão e alcançar o topo. Ao usar o bom senso, sua meta de curto prazo
seria se tornar um jogador profissional de futebol e atuar em um clube modesto do país
(reconhecimento regional). Sua meta de médio prazo seria de atuar em um grande clube do
futebol brasileiro, vestindo uma camisa mais “pesada” (reconhecimento nacional) e, por fim, a
de longo prazo, seria jogar na Europa para em seguida vestir a camisa da seleção brasileira
(reconhecimento mundial).
Certamente uma pessoa que planeja suas passagens tem totais chances de vencer seus
medos e alcançar seus sonhos, ao elaborar uma gama variada de pontos fortes e gerar uma
força maior para seus projetos e alvos. Logo, como vimos nos parágrafos acima, essas três
questões o ajudarão a guiá-lo em sua entusiasmante e motivadora caminhada: admitir sua
ignorância (pontos fracos), otimizar sua capacidade de tolerância as adversidades (visão
futurista e estratégica) e elaboração de metas (foco).
Hoje os ciclos de mudança são muito curtos, o que nos obriga a sermos cada vez mais
voláteis, ágeis e adaptativos, de modo que possamos nos adequar mais rapidamente às
variáveis imprevistas que chegam ao nosso ambiente e para que saibamos responder com
mais eficácia a essas atmosferas tempestuosas.
Aprendi com Peter Drucker que não devemos esperar as coisas acontecerem e sim
fazer com que elas aconteçam. Obviamente, quando voltamos nossos hábitos e pensamentos
para a inovação, estamos caminhando para um desenvolvimento constante que tornará nossa
organização uma instituição de qualidade total e excelência incomparável, ao fazer com que a
equipe seja geradora de conhecimentos ímpares e ideias fabulosas.
Lembre-se: as pessoas sempre irão criticar aquelas que são melhores do que elas em
qualquer tipo de atividade, principalmente, se tal tarefa conceder algum tipo de destaque para
o ator em questão. Esses estultos tentarão ridicularizá-lo e colocá-lo para baixo, ao tentar
convencer os demais de sua “loucura” e de sua total falta de coerência nas ações executadas.
Por esse motivo, ser considerado lunático (surtado) no cenário empresarial é uma
grande qualidade. As pessoas não têm coragem de realizar algumas coisas e rapidamente
criticam (por inveja) aquelas que tiveram, ao fazer com que ninguém possa prosperar
intelectualmente diante delas, além de criar uma esfera negra de imbecilidade total. Por isso,
Oscar Wilde sabiamente disse: “Ser grande significa ser incompreendido.”
Seja livre e não queira ser modelo para ninguém, adaptando sua vida a conceitos
padronizados e a efeitos ultrapassados. Ao invés disso, seja um ser moderno, intrépido e
ousado para que o universo possa lhe proporcionar a potência singular de transformá-lo e de
germinar novas concepções dentro dele.
Todos nós temos sombras. Você já viu algum homem sem sombra? Assim, somos luz,
pois somos pessoas maravilhosas, incrivelmente capazes, bondosas, amáveis, inteligentes,
iluminadas. De outra forma, somos igualmente terríveis, cruéis, muito ruins e obscuros. São
nossas polaridades e tudo na vida é dividido em ambiguidades.
Além disso, todas as experiências pelas quais passamos também foram fundamentais
para nos moldar, para nos transformar e para implementar as mudanças necessárias em favor
das melhorias que precisávamos para sermos ainda melhores. Foram nossos erros, fracassos e
frustrações, que nos ensinaram a levantar, a lidar com as adversidades e a dar a volta por cima
como nós mesmos merecemos.
Quando entendemos esta importância, passamos a nos enxergar com mais amor, com
mais carinho, sendo menos duros e nos culpando cada vez menos, já que passamos a saber
que tudo o que fizemos e fazemos é o que está ao nosso alcance com os recursos internos e
externos que temos. É por tudo isso e com muito mais motivos, que se faz importante honrar e
respeitar tudo o que foi vivido e o que ainda vai ser vivenciado ao longo de nossa história
6 - A LEI DO DESPRENDIMENTO
Desenvolver o desprendimento significa aceitar que o universo e seu campo quântico
permitem infinitas possibilidades. Assim é preciso ter o entendimento da incerteza em que se
vive e que absolutamente tudo está aberto à sua frente. Não é necessário estar preso a apenas
um caminho, pois o infinito está ao seu alcance. Abra espaço em sua visão para que a
consciência aja com todas as possibilidades disponíveis.
Não condeno a raiva. Sempre digo que a raiva, bem direcionada, faz nos mover rumo
aos nossos objetivos. A questão é que, nestes casos, a raiva surgia em assuntos que não me
dizem respeito e diante dos quais não tenho nada a fazer.
Aprendi a julgar, a condenar e a executar com meus pais e com meus avós. Meu avô,
por exemplo, falava mal de tudo e de todos. Racista, condenava negros, nordestinos, judeus,
gays. Os únicos que prestavam eram os italianos, sua origem. Meu pai, anarquista, falava mal
dos patrões, dos líderes, dos políticos, dos ricos, dos espiritualistas desonestos. Minha avó,
cheia de moralismo, falava mal dos que traíam, dos que mentiam, dos que roubavam, dos que
agrediam, dos que mostravam sua sexualidade. Minha mãe falava mal das pessoas que
gritavam, que pressionavam, que eram duras e severas e falava mal principalmente dela
mesma.
Eu sou uma somatória destes padrões herdados da minha família. Com algumas
diferenças, sou imensamente crítico e julgador. Como Bert Hellinger, o pai da constelação
familiar, ensina somos frutos do sistema e, para nos sentirmos parte dele, precisamos seguir os
padrões. Somos fiéis, cúmplices àquilo que a família diz que é o correto. Se eu fosse originário
de um sistema de corruptos e ladrões, eu me sentiria parte da família, roubando. Portanto,
energeticamente, roubar significa inocência.
Os padrões escondem sentimentos, emoções e fatos antigos, que não temos a menor
consciência. O padrão da crítica, dentro de mim, esconde a raiva. Uma raiva não exposta, não
gritada, não exercitada. Sim, papai era uma pilha de nervos. Vovô também. Vovó, nem se fala.
Era tanta raiva não expressa, que virou depressão e crises intermináveis de fígado.
Só que tem um detalhe: neste momento, torno consciente minha raiva. E vejo o
padrão do julgamento e condenação como o estopim desta raiva. Percebo que não preciso
mais julgar e condenar estas pessoas, afinal, a vida é delas. Não me afeta em nada se elas não
têm ética, são infantis, imaturas, etc., etc., etc. Aprendo a colocar os limites na minha vida e
cuidar dos meus assuntos. Os assuntos que não são meus, que importam?
Tomo uma decisão: a cada vez que perceber minha mente julgando e condenando, irei
mentalizar: papai, mamãe, vovó, vovô… eu deixo os julgamentos que aprendi com vocês, para
vocês. Eles foram importantes para me tornar quem eu sou, mas, agora, não fazem mais
sentido. Aprendi a me posicionar, a tomar posse da minha raiva e agora vou usá-la do meu
jeito nos padrões que fazem sentido na minha vida. Vou cuidar somente dos meus assuntos e
deixar que os outros cuidem dos assuntos deles. E vocês cuidem de suas críticas e de seus
julgamentos e da raiva não expressa de vocês.
Eu os liberto. Eu me liberto.
Na primeira fase da vida, que vai do útero até por volta de sete anos de idade, uma
pessoa irá registrar as emoções vividas, interpretá-las subjetivamente, de acordo com suas
experiências e, então, criar padrões de sentimentos e comportamentos. Um indivíduo que,
durante este período, foi encorajado pelos pais sobre suas qualidades, tem grandes chances de
se tornar um adulto mais seguro e consciente de seus talentos.
Por outro lado, aqueles que criaram seus padrões de comportamento com base em
sentimentos de repressão e rejeição, por exemplo, podem se tornar inseguros e ter problemas
de autoestima. A boa notícia é que é possível ressignificar esses sentimentos e encontrar
mesmo nestas experiências negativas aspectos que levem ao crescimento, o que se torna
possível através do autoconhecimento.
Já as necessidades surgem na raiz de nosso corpo e alma, desde as mais básicas como
alimentação, ar e sexo, como as secundárias como amor, evolução, paz. O fato é que cada vez
que não conseguimos contemplar nossas necessidades, novos sentimentos podem surgir de
forma negativa ou de forma positiva quando temos estas necessidades atendidas.
Com base nos dois conceitos, é possível identificar as principais diferenças. A primeira
delas é que as emoções dificilmente conseguem ser escondidas, pois costumam ser visíveis no
corpo de uma pessoa quando ela está sentindo raiva, medo, tristeza ou alegria, por exemplo.
Além disso, são sensações que têm uma duração mais curta. Quando se trata de sentimentos,
eles acontecem na mente, então podem passar despercebidos por outras pessoas e durar
muito mais tempo, como é o caso do amor.