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Apêndice 1: Símbolos, Unidades

e Técnicas Matemáticas

1A SÍMBOLOS juntamente com suas unidades (veja também o Apêndice


1B). Os símbolos podem ser modificados por subscritos,
As quantidades físicas são representadas por um símbolo como estabelecido na Tabela 2. As constantes fundamentais
itálico ou grego (como m para massa, não m). A Tabela 1 não foram incluídas nas listas, mas podem ser encontradas
lista a maior parte dos símbolos usados neste livro-texto ao final do livro.

TABELA 1 Símbolos e unidades comuns


Símbolo Quantidade física Unidade SI
␣ (alfa) polarizabilidade C2·m2·J⫺1
␥ (gama) tensão superficial N·m
⫺1

␦ (delta) deslocamento químico —


␪ (teta) colatitude grau, rad
␭ (lambda) comprimento de onda m
␮ (mu) momento de dipolo C·m
␯ (nu) frequência Hz
⌸ (pi) pressão osmótica Pa
␴ (sigma) seção transversal m2
o
␾ (fi) azimute grau ( ), rad
␹ (chi) eletronegatividade —
␺ (psi) função de onda m⫺n/2 (em n dimensões)
a atividade —
parâmetro de van der Waals L2·atm·mol⫺2
parâmetro da célula unitária m
A área m2
número de massa —
constante de Madelung —
b molalidade mol·kg⫺1, “m”
parâmetro de van der Waals L·mol⫺1
B segundo coeficiente do virial L·mol⫺1
C capacidade calorífica J·K
⫺1

2
terceiro coeficiente do virial L ·mol⫺2
c concentração molar, molaridade mol·L⫺1, “M”
c2 segunda constante de radiação K·m
d densidade kg·m⫺3 (g·cm⫺3)
comprimento da diagonal da célula unitária m
E energia J
potencial de eletrodo V
Ea energia de ativação J·mol⫺1 (kJ·mol⫺1)
Elig energia de ligação nuclear J
Ecélula potencial de célula V
Eae afinidade eletrônica J·mol⫺1 (kJ·mol⫺1)
Ec energia cinética J
Ep energia potencial J
e carga elementar C
F força N
G energia livre de Gibbs J
(continua)
794 Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas

TABELA 1 Símbolos e unidades comuns (continuação)


Símbolo Quantidade física Unidade SI
H entalpia J
h altura m
I energia de ionização J·mol⫺1 (kJ·mol⫺1)
corrente elétrica A (C·s⫺1)
i fator i —
[J] molaridade, concentração molar mol·L⫺1, “M”
k constante de velocidade (depende da ordem)
constante de decaimento s⫺1
kb constante do ponto de ebulição K·kg·mol⫺1
kf constante do ponto de congelamento K·kg·mol⫺1
kH constante da lei de Henry ⫺1
mol·L ·atm
⫺1

K constante de equilíbrio —
Ka constante de acidez —
Kb constante de basicidade —
Kc constante de equilíbrio —
Kf constante de formação —
KM constante de Michaelis mol·L⫺1
Kp constante de equilíbrio —
Kps produto de solubilidade —
Kw constante da autoprotólise da água —
l, L comprimento m
m massa kg
M massa molar kg·mol⫺1 (g·mol⫺1)
N número de entidades —
n quantidade de substância mol
p momento linear kg·m·s⫺1
P pressão Pa
PA pressão parcial Pa
q calor J
Q carga elétrica C
quociente de reação —
eficiência biológica relativa —
r raio m
R função de onda radial m⫺3/2
S entropia J·K⫺1
solubilidade molar mol·L⫺1
s solubilidade molar adimensional —
t tempo s
t1/2 meia-vida s
T temperatura absoluta K
U energia interna J
v velocidade m·s⫺1
3
V volume m ,L
w trabalho J
xA fração molar —
Y função de onda angular —
Z fator de compressão —
número atômico —

TABELA 2 Subscritos dos símbolos


Subscrito Significado Exemplo (unidades)
a ácido constante de acidez, Ka
b base constante de basicidade, Kb
em ebulição temperatura de ebulição, Tb (K)
B ligação entalpia de ligação, ⌬HB (kJ·mol⫺1)
lig em ligação energia de ligação, Elig (eV)
(continua)
Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas 795

TABELA 2 Subscritos dos símbolos (continuação)


Subscrito Significado Exemplo (unidades)
c concentração constante de equilíbrio, Kc
combustão entalpia de combustão, ⌬Hc (kJ·mol⫺1)
crítica temperatura crítica, Tc (K)
e trabalho de não expansão (extra) trabalho elétrico, we (J)
f formação entalpia de formação, ⌬Hf (kJ·mol⫺1)
constante de formação, Kf
congelamento temperatura de congelamento, Tf (K)
fus fusão entalpia de fusão, ⌬Hfus (kJ·mol⫺1)
H Henry constante da lei de Henry, kH
In indicador constante do indicador, KIn
c cinética energia cinética, Ec (J)
L rede entalpia de rede, ⌬HL (kJ·mol⫺1)
m molar volume molar, Vm ⫽ V/n (L·mol⫺1)
M Michaelis constante de Michaelis, KM
mis mistura entalpia de mistura, ⌬Hmis (kJ·mol⫺1)
P potencial energia potencial, EP (J)
P pressão constante capacidade calorífica sob pressão constante,CP (J·K⫺1)
r reação entalpia de reação, ⌬Hr (kJ·mol⫺1)
s específica capacidade calorífica específica, Cs ⫽ C/m (J·K⫺1·g⫺1)
sol solução entalpia de solução, ⌬Hsol (kJ·mol⫺1)
ps produto de solubilidade produto de solubilidade, Kps
sub sublimação entalpia de sublimação, ⌬Hsub (kJ·mol⫺1)
tot total entropia total, Stot (J·K⫺1)
V volume constante capacidade calorífica em volume constante, CV (J·K⫺1)
vap vaporização entalpia de vaporização, ⌬Hvap (kJ·mol⫺1)
viz vizinhança entropia da vizinhança, Sviz (J·K⫺1)
w água constante de autoprotólise da água, Kw
0 inicial concentração inicial, [A]0
estado fundamental função de onda, ␺0

1B UNIDADES E CONVERSÃO DE segundo, s O segundo, a unidade de tempo, é igual a


9.192.631.770 períodos de uma determinada transição
UNIDADES espectroscópica de um átomo do césio-133.
As quantidades físicas são apresentadas como um múltiplo ampère, A O ampère, a unidade de corrente elétrica, é
de uma unidade definida: definido em termos da força exercida entre dois fios para-
lelos que transportam corrente.
Quantidade física ⫽ valor numérico ⫻ unidade kelvin, K O kelvin, a unidade de temperatura, é igual a
1/273,16 da temperatura absoluta do ponto triplo da
Por exemplo, um comprimento deve ser expresso como um
água.
múltiplo da unidade de comprimento, o metro, m; logo, es-
mol O mol, a unidade da quantidade química, é a quanti-
crevemos l ⫽ 2,0 m. Todas as unidades são expressas em dade de substância que contém um número de entidades
letras romanas, como m para metro e s para segundo. especificadas igual ao número de átomos que existe em
O Sistema Internacional (SI) é a forma do sistema mé- exatamente 12 g de carbono-12.
trico aceita internacionalmente. Ele define sete unidades candela, cd A candela, a unidade de intensidade luminosa,
fundamentais a partir das quais todas as quantidades físicas é definida em termos de uma fonte de luz cuidadosamente
devem ser expressas: escolhida. Não usamos a candela neste livro.
metro, m O metro, a unidade de comprimento, é a dis- Qualquer unidade pode ser modificada por um dos
tância percorrida pela luz durante um intervalo de tempo prefixos dados na Tabela 3, que implicam multiplicação ou
igual a 1/299.792.458 de um segundo. divisão por uma potência de 10 da unidade. Assim, 1 mm ⫽
quilograma, kg O quilograma, a unidade de massa, é a 10⫺3 m e 1 MK ⫽ 106 K. Note que todos os prefixos estão
massa de um cilindro padrão mantido em um laboratório
em letras romanas, não itálicas.
na França.
796 Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas

TABELA 3 Prefixos SI típicos


Prefixo deca- quilo- mega- giga- tera- peta-
Abreviação da k M G T P
Fator 10 103 10
6
10
9
10
12
10
15

Prefixo deci- centi- mili- micro- nano- pico- femto- atto- zepto-
Abreviação d c m μ (mu) n p f a z
Fator 10⫺1 10
⫺2
10
⫺3
10
⫺6
10
⫺9
10
⫺12
10
⫺15
10
⫺18
10
⫺21

As unidades derivadas são combinações das unidades rivadas que correspondem a nomes de pessoas começam
fundamentais (Seção A). A Tabela 4 lista algumas dessas sempre com letra minúscula, mas a abreviação começa com
unidades derivadas. Note que os nomes das unidades de- letra maiúscula.

TABELA 4 Unidades derivadas com nomes especiais


Quantidade física Nome da unidade (plural) Abreviatura Definição
dose absorvida gray(s) Gy J·kg⫺1
dose equivalente sievert(s) Sv J·kg⫺1
carga elétrica coulomb(s) C A·s
potencial elétrico volt(s) V J·C⫺1
energia joule(s) J N·m, kg·m2·s⫺2
força newton(s) N kg·m·s⫺2
frequência hertz* Hz s⫺1
potência watt(s) W J·s⫺1
pressão pascal(s) Pa N·m⫺2, kg·m⫺1·s⫺2
volume litro(s) L dm3
*O plural não recebe o s.

É frequentemente necessário converter um conjunto de comprimento) em unidades SI. A Tabela 5 lista algumas das
unidades (por exemplo, calorias para energia, polegadas para conversões mais comuns. Os valores em negrito são exatos.

TABELA 5 Relações entre unidades


Quantidade física Unidade comum Abreviatura Equivalente SI
massa libra lb 0,453 592 37 kg
tonelada t 103 kg (1 Mg)
tonelada (curta, EUA) ton 907,184 74 kg
tonelada (longa, Inglaterra) ton 1.016,046 kg
comprimento polegada in. 2,54 cm
pé ft 30,48 cm
volume quarto (EUA) qt 0,946 352 5 L
galão (EUA) gal 3,785 41 L
quarto imperial qt 1,136 522 5 L
galão imperial gal 4,546 09 L
tempo minuto min 60 s
hora h 3.600 s
energia caloria (termoquímica) cal 4,184 J
elétron-volt eV 1,602 177 ⫻ 10⫺19 J
quilowatt-hora kWh 3,6 ⫻ 106 J
litro-atmosfera L·atm 101,325 J
pressão torr Torr 133,322 Pa
atmosfera atm 101 325 Pa (760 Torr)
bar bar 105 Pa
libras/polegada quadrada psi 6894,76 Pa
potência cavalo-vapor hp 745,7 W
momento de dipolo debye D 3,335 64 ⫻ 10⫺30 C.m
Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas 797

Como explicado na Seção A, para converter uma uni- Usamos


dade em outra, usamos um fator de conversão da forma

Ao usar um fator de conversão, as unidades são tratadas


como se fossem quantidades algébricas: elas podem ser
multiplicadas ou canceladas. Assim, as unidades do deno- e assim por diante. Note que o número de zeros que segue 1
minador ou do fator de conversão cancelam as unidades é igual à potência de 10.
dos dados originais, deixando as unidades do numerador Os números entre 0 e 1 são expressos da mesma manei-
do fator de conversão. ra, porém a potência de 10 é negativa. Eles têm a forma A
A conversão de temperaturas é feita de forma ligeira- ⫻ 10⫺a, com 10⫺1 ⫽ 0,1, e assim por diante. Logo, 0,0333
mente diferente. Como o grau Fahrenheit (oF) é menor do na notação decimal é 3,33 ⫻ 10⫺2, porque
que o grau Celsius por um fator de (porque existem 180oF
entre o ponto de fusão e o ponto de ebulição da água, mas
somente 100oC entre os mesmos dois pontos), e porque 0oC
coincide com 32oF, usamos e, portanto,

(O número 32 é exato.) Por exemplo, para converter 37oC Usamos


(a temperatura do corpo) em graus Fahrenheit, escrevemos

e a temperatura é registrada como 99oF. Uma forma mais


elaborada de escrever a mesma relação é Quando uma potência negativa de 10 é escrita como um
número decimal, o número de zeros que segue a vírgula
decimal é um a menos do que o número (não levando em
Nessa expressão, tratamos as unidades de temperatura conta o sinal) ao qual 10 é elevado. Por isso, 10⫺5 é escrito
como números e as cancelamos quando apropriado. A mes- como uma vírgula decimal seguida por 5 – 1 ⫽ 4 zeros e
ma conversão passa a ser depois o algarismo 1:

Os dígitos de uma medida a ser registrada são chama-


e multiplicando por oF temos dos de algarismos significativos. Existem dois algarismos
significativos (escritos 2 as) em 1,2 cm3 e 3 as em 1,78 g. A
Temperatura ⫽ 99oF
Seção A dos fundamentos descreve como encontrar o nú-
A expressão correspondente para a conversão entre as esca- mero de algarismos significativos em uma medida.
las Celsius e Kelvin é Alguns zeros são dígitos medidos legitimamente, mas
outros só servem para marcar a posição da vírgula decimal.
Zeros que seguem a vírgula decimal, como em 22,0 mL, são
(O 273,15 é exato.) Note que o tamanho do grau Celsius é significativos porque foram medidos. Assim, 22,0 mL tem
igual ao do Kelvin. três as. O zero “interior” em 80,1 kg é um dígito medido;
logo, 80,1 kg tem 3 as. Porém, os dígitos iniciais de 0,0025
1C NOTAÇÃO CIENTÍFICA g não são significativos, porque eles só indicam a posição da
potência de 10, não são números medidos. Podemos verificar
Na notação científica, os números são escritos na forma A isso escrevendo a massa como 2,5 ⫻ 10⫺3 g, que tem 2 as.
⫻ 10a. Aqui, A é um número decimal com um dígito dife- Fazemos distinção entre os resultados de medidas, que
rente de zero na frente da vírgula decimal e a é um número são sempre incertos, com os resultados de contagens, que
inteiro. Por exemplo, 333 é escrito como 3,33 ⫻ 102 na são exatos. Por exemplo, se dizemos “12 ovos”, isso signifi-
notação científica, porque 102 ⫽ 10 ⫻ 10 ⫽ 100: ca que existem exatamente 12 ovos, não alguma coisa entre
11,5 e 12,5.
Ocorre ambiguidade quando números inteiros termi-
nam em zero. Por exemplo, um comprimento igual a 400 m
798 Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas

tem 3 as (4,00 ⫻ 102), 2 as (4,0 ⫻ 102) ou 1 as (4 ⫻ 102)? Essa regra também se aplica quando as potências de 10 são
Em casos como este, o uso da notação científica elimina negativas:
todas as ambiguidades. Se não é conveniente usar a notação
científica, usa-se um ponto decimal final para indicar que
todos os dígitos à esquerda do ponto decimal são signifi-
cativos. Assim, 400 m é ambíguo e não se pode dizer que Os resultados desses cálculos são então ajustados para que
tenha mais do que 1 as, a menos que outras informações se- um dígito preceda a vírgula decimal:
jam dadas. Entretanto, 400. m tem 3 as, sem ambiguidade.
Diferentes regras de arredondamento são necessárias
para a adição (e seu inverso, a subtração) e a multiplicação
(e seu inverso, a divisão). Em ambas, arredondamos os va-
lores para o número correto de algarismos significativos. Ao dividir dois números na notação científica, divida as
partes decimais dos números e subtraia as potências de 10:
Arredondamento Nos cálculos, arredonde para cima se o
último dígito for superior a 5 e para baixo se for menor
do que 5. Quando o número termina em 5, arredonde
sempre para o número par mais próximo. Por exemplo, Um exemplo é
2,35 é arredondado para 2,4 e 2,65 para 2,6. Em um
cálculo com muitas operações, só arredonde na última
etapa. Se possível, deixe todos os dígitos na memória da
calculadora até chegar ao final.
Adição e subtração Na adição ou subtração, certifique-se
de que o número de casas decimais do resultado é igual Antes de adicionar ou subtrair números na notação
ao menor número de casas decimais dos dados. Por exem- científica, é preciso reescrever os números como números
plo, 0,10 g ⫹ 0,024 g ⫽ 0,12 g. decimais multiplicados pela mesma potência de 10:
Multiplicação e divisão Na multiplicação ou divisão,
tenha certeza de que o número de algarismos significati-
vos do resultado é igual ao menor número de algarismos
significativos dos dados. Por exemplo, (8,62 g)/(2,0 cm3) Ao elevar um número na notação científica a uma de-
⫽ 4,3 g·cm⫺3. terminada potência, eleve a parte decimal do número àque-
Inteiros e números exatos Na multiplicação ou divisão
la potência e multiplique a potência de 10 pelo valor daque-
por um inteiro ou um número exato, a incerteza do
la potência:
resultado é dada pelo valor medido. Alguns fatores de
conversão de unidades são definidos exatamente, ainda
que não sejam números inteiros. Por exemplo,
1 in. é definido como exatamente 2,54 cm, e o 273,15 da Por exemplo, 2,88 ⫻ 104 elevado à terceira potência é
conversão entre temperaturas Celsius e Kelvin é exato.
Assim, 100,000oC é igual a 373,150 K.
Logaritmos e exponenciais A mantissa de um logaritmo
comum (os dígitos que seguem a vírgula decimal, veja o Essa regra baseia-se em que
Apêndice 1D) tem o mesmo número de algarismos significa-
tivos que o número original. Assim, log 2,45 ⫽ 0,389. Um
antilogaritmo comum de um número tem o mesmo número O logaritmo comum de um número x, log x, é a po-
de algarismos significativos que a mantissa do número
tência à qual 10 deve ser elevado para igualar x. Assim, o
original. Assim, 100,389 ⫽ 2,45 e 1012,389 ⫽ 2,45 ⫻ 1012. Não
logaritmo de 100 é 2, escrito como log 100 ⫽ 2, porque 102
existe uma regra simples para obter o número correto de
⫽ 100. O logaritmo de 1,5 ⫻ 102 é 2,18 porque
algarismos significativos quando são usados logaritmos
naturais: um modo é converter os logaritmos naturais em
logaritmos comuns e usar as regras já mencionadas.
O número à esquerda da vírgula decimal do logaritmo (o 2
em log (1,5 ⫻ 102) ⫽ 2,18) é chamado de característica do
1D EXPOENTES E LOGARITMOS logaritmo: é a potência de 10 no número original (a potência
Para multiplicar números na notação científica, multiplique 2 em 1,5 ⫻ 102). A fração decimal (os números à direita da
as partes decimais dos números e adicione as potências de 10: vírgula decimal, o 0,18 do exemplo) é chamada de mantissa
(do nome latino para “ajuste ao peso, contrapeso”). Ela é o
logaritmo do número decimal escrito com um dígito diferen-
Um exemplo é te de zero à esquerda da vírgula decimal (o 1,5 do exemplo).
Distinguir a característica da mantissa é importante
quando temos de decidir quantos algaritmos significativos
reter em um cálculo que inclui logaritmos (como no cálculo
do pH). Como a potência de 10 em um número decimal
Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas 799

indica somente a posição da vírgula decimal e não afeta a e, usando a relação dada na tabela acima, podemos escrever
determinação dos algaritmos significativos, a característica
de um logaritmo não é incluída na contagem dos algarit-
mos significativos de um logaritmo (veja o Apêndice 1C). Portanto,
O número de algarismos significativos da mantissa é igual
ao número de algarismos significativos do número decimal.
O antilogaritmo comum de um número x é o número
que tem x como logaritmo comum. Na prática, antilogarit-
mo comum de x é simplesmente outro nome para 10x; logo, 1E EQUAÇÕES E GRÁFICOS
o antilogaritmo comum de 2 é 102 ⫽ 100 e o de 2,18 é
Uma equação do segundo grau é uma equação da forma

O logaritmo de um número maior do que 1 é positivo e o


As duas raízes da equação (as y
logaritmo de um número menor do que 1 (porém maior do
soluções) são dadas pela ex-
que 0) é negativo:
pressão
Se
Se
Se y=0
As raízes da equação também
Os logaritmos não são definidos para 0 ou para núme- podem ser determinadas gra-
ros negativos. ficamente (usando uma calcu- 0 x
O logaritmo natural de um número x, escrito ln x, é a ladora gráfica, por exemplo)
potência à qual o número e ⫽ 2,718. . . deve ser elevado verificando quando o gráfico
para igualar x. Assim, ln 10,0 ⫽ 2,303, significando que y(x) ⫽ ax2 ⫹ bx ⫹c passa por FIGURA 1 O gráfico de uma
e2,303 ⫽ 10,0. O valor de e pode parecer uma escolha arbi- y ⫽ 0 (Fig. 1). Quando uma função da forma y(x) ⫽ax2 ⫹
trária, mas ele ocorre naturalmente em muitas expressões equação do segundo grau apa- bx ⫹ c passa por y ⫽ 0 em
matemáticas e seu uso simplifica muitas fórmulas. Os loga- rece em um cálculo químico, dois pontos que são as duas
ritmos comuns e naturais são relacionados pela expressão só aceitamos as raízes que dão raízes da equação do segun-
2
resultados fisicamente plausí- do grau ax ⫹ bx ⫹ c ⫽ 0.
veis. Por exemplo, se x é uma concentração, então tem de
Na prática, uma aproximação conveniente é ser um número positivo e podemos ignorar a raiz negativa.
Um cálculo pode levar a uma equação cúbica:

O antilogaritmo natural de x é normalmente chamado de ax3 ⫹ bx2 ⫹cx ⫹ d ⫽ 0


exponencial de e; isto é, é o valor de e elevado à potência É tedioso resolver as equações cúbicas exatamente;
x. Assim, o antilogaritmo natural de 2,303 é e2,303 ⫽ 10,0. logo, é melhor usar programas matemáticos ou uma cal-
As seguintes relações entre os logaritmos são úteis. Es- culadora gráfica, ou mesmo um registrador e identificar as
tão escritas aqui para os logaritmos comuns, mas também posições em que o gráfico de y(x) contra x passa por y ⫽ 0
se aplicam aos logaritmos naturais. (Fig. 2).
Com frequência, os dados experimentais podem ser
Relação Exemplo
analisados de forma mais efi-
caz por meio de um gráfico. y
Em muitos casos, o melhor
procedimento é encontrar
uma maneira de lançar o grá-
fico como uma linha reta. É
mais fácil verificar se os dados y=0
caem mesmo em uma linha
reta, porque pequenos desvios
de uma curva são muito mais 0 x
Os logaritmos são úteis na resolução de expressões da forma
difíceis de reconhecer. Além
disso, é muito fácil calcular a
inclinação de uma reta, extra-
para o desconhecido x. (Esse tipo de cálculo pode aparecer FIGURA 2 O gráfico de uma
polar (estender) uma linha reta
no estudo da cinética química quando a ordem do reagente função da forma y(x) ⫽ax3 ⫹
além dos dados e interpolar bx2 ⫹cx ⫹ d passa por y ⫽
está sendo determinada.) Tomemos os logaritmos de ambos
entre pontos (isto é, encontrar 0 em três pontos que são as
os lados
um valor entre dois valores três raízes da equação cúbica
medidos). ax3 ⫹ bx2 ⫹cx ⫹ d ⫽ 0.
800 Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas

y y = mx + b A fórmula de um gráfico movermos os dois pontos, pelo mesmo valor, na direção do


em linha reta de y (o eixo ver- ponto de interesse e desenharmos uma nova reta. A tan-
y2
tical) lançada contra x (o eixo gente exata é obtida quando os dois pontos virtualmente
y2 − y1
horizontal) é coincidem com o ponto de interesse. Nesse momento, a in-
clinação é igual à inclinação da curva no ponto de interesse.
y2 − y1
m= x −x Essa técnica pode ser usada para determinar a velocidade
y1 2 1
Aqui b é o intercepto da li- de uma reação química em um dado instante.
nha com o eixo y (Fig. 3), isto
b x2 − x1 é, o valor de y quando a linha 1F CÁLCULO AVANÇADO
corta o eixo vertical em x ⫽ 0.
0 A inclinação do gráfico, isto O cálculo diferencial é a parte da matemática que trata das
x1 x2 x inclinações das curvas e das quantidades infinitesimais. Su-
é, seu gradiente, é m. A incli-
FIGURA 3 Linha reta y(x) ⫽ nação pode ser calculada pela ponha que estamos estudando uma função y(x). Como vi-
mx ⫹ b. Sua interseção com escolha de dois pontos, x1 e x2, mos no Apêndice 1E, a inclinação do gráfico em um dado
o eixo vertical em x ⫽ 0 é b e seus valores correspondentes ponto pode ser calculada obtendo-se a linha reta que liga
e a inclinação é m. no eixo y, y1 e y2, e pela substi- dois pontos x e x ⫹ ␦x, em que ␦x é pequeno. A inclinação
tuição dos valores na fórmula dessa linha é

Inclinação

Como b é o intercepto e m a inclinação, a equação da linha No cálculo diferencial, a inclinação de uma curva é en-
reta é equivalente a contrada fazendo-se a separação dos pontos ficar infinitesi-
mal. A primeira derivada de uma função y com respeito a x
é, então, definida como
Muitas das equações que encontramos no texto podem
ser rearranjadas, para dar uma linha reta quando colocadas
em gráfico, como se vê na tabela a seguir.
em que “lim” significa o limite do que segue o símbolo –
Aplicação y inclinação intercepto
neste caso, quando x se aproxima de zero. Por exemplo, se
conversões entre es- y(x) ⫽ x2,
calas de temperatura
lei do gás ideal
lei de velocidade
integrada de primeira
ordem
lei de velocidade
integrada de segunda
ordem
equação de Arrhenius
Portanto, a inclinação de um gráfico da função y ⫽ x2
A inclinação da linha em qualquer ponto x é 2x. O mesmo procedimento pode
y Aproximação 1 reta é a mesma em todos os ser aplicado a outras funções. Na prática, entretanto, em
pontos. Em uma curva, po- geral é mais conveniente consultar tabelas de primeiras de-
rém, a inclinação muda a rivadas que já foram obtidas. Uma seleção de funções co-
Aproximação 2 cada ponto. A inclinação em muns e suas primeiras derivadas é
um dado ponto é dada pela
inclinação da tangente à cur- Função, y(x) Derivada, dy/dx
Tangente
va naquele ponto. A tangen- nxn ⫺ 1
n
x
verdadeira
te pode ser encontrada por ln x 1/x
uma série de aproximações, eax aeax
como se vê na Fig. 4. Pode- sen ax a cos ax
mos começar (aproximação cos ax ⫺a sen ax
0 x 1) por desenhar um ponto na
curva em cada lado do ponto A segunda derivada de uma função, representada por d2y/
FIGURA 4 Aproximações su-
cessivas da tangente verdadei-
de interesse (colocados em dx2, é definida do mesmo modo da primeira derivada, mas
ra são obtidas quando os dois distâncias iguais no eixo x) é aplicada no mesmo ponto da função obtida quando se
pontos que definem a linha e ligá-los por uma linha reta. toma a primeira derivada. Por exemplo, a segunda derivada
reta se aproximam e finalmen- Uma melhor aproximação de uma função x2 é a primeira derivada da função 2x, isto
te coincidem. (aproximação 2) é obtida ao é, a constante 2. De forma semelhante, a segunda derivada
Apêndice 1: Símbolos, Unidades e Técnicas Matemáticas 801

2
de sen ax é ⫺a sen ax, como se pode ver na tabela de deri- função, em contraste com as y
vadas. A segunda derivada é uma indicação da curvatura da integrais “definidas”, descritas y(x)
função. Quando d2y/dx2 é positivo, o gráfico tem forma de a seguir. Tabelas de integrais
Quando é negativo, o gráfico tem a forma de Quanto indefinidas podem ser con-
maior for a magnitude de d2y/dx2, maior será a curvatura sultadas para exemplos mais
do gráfico. complexos, e programas ma-
O cálculo integral permite a determinação da função temáticos ou calculadoras grá-
b
original, dada sua primeira derivada. Assim, se sabemos ficas podem ser usados para Área = ∫ y(x)dx
que a primeira derivada é 2x, então o cálculo integral per- avaliá-las. a

mite deduzir que a função original é y ⫽ x2 ⫹ constante. A Uma integral tem uma
constatnte é incluída porque quando diferenciamos x2 ⫹ outra interpretação importan-
constante obtemos 2x para qualquer valor da constante. te: a integral de uma função 0 a b x
Formalmente, escrevemos avaliada entre dois pontos é a
FIGURA 5 A integral defini-
área sob o gráfico da função
da da função y(x) entre x ⫽ a
constante entre os dois pontos (Fig. 5). e x ⫽ b é igual à área sob a
Por exemplo, a área sob a cur- curva, definida pela curva, o
Segue-se que as funções da coluna à esquerda da tabela va y(x) ⫽ sen x entre x ⫽ 0 e eixo x e as duas linhas verti-
precedente são as integrais das funções da coluna à direi- x⫽␲é cais que passam em a e b.
ta. Mais formalmente, elas são as integrais indefinidas da

Uma integral com os limites definidos, como neste exemplo,


é chamada de integral definida (porque a constante desco-
nhecida foi cancelada).

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