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Teste de avaliagdo 8 Nome ‘Ano Turma N. Grupo! Texto A L€ 0 poema seguinte. Lembrangas que lembrais o meu bem passado Lembrangas que lembrais o meu bem passado para que sinta mais o mal presente, deixai-me (se quereis) viver contente, no me deixeis morrer em tal estado. 5 Masse também de tudo € ordenado Viver (como se v8) tao descontente, Venha (se vier) 0 bem por acidente, € dé a morte fim a meu cuidado, Que muito melhor & perder a vida, 10 perdendo-se as lembrangas da meméria, pois fazem tanto dano ao pensamento. Assi que nada perde, quem perdida a esperanga traz de sua gléria se esta vida ha de ser sempre em tormento, Luis de Canes - Rimas (texto estabelecto prefs por Alvaro. 5. da Costa Pimp) Coimbra; Ofcnas da wAntidan, 1953, p89 Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Na primeira quadra, o sujeito poético exprime uma vontade. Apresenta-a, relacionando-a com o assunto expresso na segunda estrofe. {20 pontos) 2. Este poema & de caréter autobiogréfico. Confirma a veracidade desta afirmacdo e transcreve exemplos textual (20 pontos) 3. Explicita o contetido da uitima estrofe enquanto conclusao do poema. (20 pontos) 136 Eelitvel efotocopisvel © Texto | Mensogens 10. ano 465 L8 0 excerto seguinte. Latdo Nam fai eu também contigo tu e eu nam somos eu? Tu judeu e eu judeu nam somos massa dum trigo? Vidal Si somos juro al Deu. Lato Deixa-me falar Vidal Ji calo, Senhora hi jé trés dias. Lato Falas-Ihe tu ou eu falo? Ora dize 0 que dizias que foste que fomos que ias buseé-lo esgaravati-to. Vidal Vs amor quereis marido discreto e de viola Lato Esta moga nam € tola que quer casar por sentido, Vidal Judeu queres-me leixar? Latdo Deixo, nao quero falar. Vidal Buscimo-to. Latao Demo foi logo”. Crede que 0 vosso rogo vencera 0 Tejo € 0 mar. Eu cuido que falo ¢ calo calo eu agora ou ndo? Ou falo se vem & mao? Nam digas que nam te falo. Inés Pereira Jesu guarde-me ora Deos nam fatari um de vos? J queria saber isso® Texto B Mae Que siso Inés que siso tens debaixo desses véus' Inés Diz.0 exemplo da velha* © que nam haveis de comer dexai-o a outrem mexer’ Mae Eu nam sei quem t? aconselha, Inés Enfim que novas trazeis? Vidal © marido que quereis de viola e dessa sorte nam no ha senam na corte que c4 no no achareis’ Falmos a Badajoz® miisico discreto solteiro este fora 0 verdadeiro” ‘mas soltou-se-nos da noz". Fomos a Villacastim!' e falou-nos em latim’”: vinde c4 daqui a tia hora « trazei-me essa senhora Inés ‘Tudo é nada enfim"* Vidal Esperai, aguardai ora Soubemos dum escudeiro de feigdo de atafoneiro'* que vird logo essora. Que fala e com’ora fala'® Estrogira'® esta sala tange e com’ora tange aleanga quanto abrange"” ese preza bem da gala". Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, vol. Il, drop cientifica de José Cami Lisboa, Impressa Nacional-Casa da Moeda, 2001, pp. 573-575 * y, 483: nfo somos igus? *v, 469: foros logo (procure). *v. 474: Inds ests cans de tanta conversa, sem que eles digam o se el pretends. * vy. 479-180: intervengSo indica da Mio: Que fala de juizo tens tl ® ‘4: diz a experincts (vehice ~ sabedoria txperigncs). "wv. 482-485: nlo meus onariz onde no és chamds. "wy. 488-489: o pretndnte que procurs existe na corte (eres Social aos habitos eonesig) * Badajoz: Foto de Badajoz, misico da corte de Dodo IIL” vv. 492: este o ras aproprado (de condo com © peril tragado por Inés) *v, 498: no estavainlerestado, Fillacastim: misio castlhano ao servigo da corte pores, 495: flow fm linguagem poco clara e pada Thes que Tevasser Ins sua presena,embora as suas intenesfossem poco ears. v.498:desbato Ae Inés: tudo fou igual (portance som pretendent sua altura." Atafonetro: foe. *v. 503: bem-alnte ™ Bsrogrd: etordoard (com & Seu discursoe canto). v. S06: consegus tudo o que quer. ™ v.07: se orglha de se galante Eelitvel efotocopisvel © Texto | Mensogens 10. ano 137 4, Localiza 0 excerto na ago da obra a que pertence. {20 pontos) 5. Explicita um dos efeitos expressivos produzidos pelos versos «Crede que 0 vosso rogo / vencera 0 Tejo e 0 mar» (w. 470-471), dentro do contexto da aco. (20 pontos) Grupo Il L8 0 texto seguinte. O canto lirico Cantar sem desfalecimento, corresponder ao impulso primordial que as motivagdes humanas © sobrenaturais indicam, eis a vocagdo sublime do Poeta [Camées] E, pois, com o melhor dos propésitos que sujeito lirico se propde cantar a doce harmonia do Amor, de modo a suscitar no «peito» mais insensivel o efeito surpreendente ¢ galvanizante de «dous 5 mil acidentes namorados». Visando um destinatério universalizante, tal canto, compulsando as artes migicas de «mil segredos delicados», pintaré com os recursos desconcertantes da hipérbole e do ‘oximoro os sentimentos mais agudos: dbrandas iras, suspiros magoados, / temerosa ousadia e pena ausente». Na aplicago ao destinatirio particular do canto, porém, os tercetos restringem o alcance de tal pintura devido & modéstia retérica do sujeito cantor, como € timbre das convengdes socioculturais 10 da época: «Porém, para cantar de vosso gesto / a composigao alta e milagrosa, / aqui falta saber, cengenho e arte» [versos do soneto «Eu cantarei de amor tio docemente>). Dedicado vassalo do Amor, 0 sujeito motivagio necesséria para 0 registo postico dos seus efeitos. Trata-se, todavia, de uma motivagio limitada pela «Fortuna», jf que «o gosto de um suave pensamento» cedo se transforma em «tormento» 15 consciéncia de wenganos». Entdo, a escrita poética como fica tolhida pela censura inquisitorial de Eros', como adverte 0 Poeta ao leitor de seus versos, numa dentineia de tal tirania, Mas, como se infere do proceso psicolégico do conhecimento, o entendimento de «casos to diversos» depende da experiéncia do proprio leitor ¢ nao apenas da sua ingénua boa vontade: «O vos, que Amor obriga a ser sujeitos / a diversas vontades! Quando lerdes / num breve livro casos tio diversos, / verdades puras 20 so, endo defeitos.../ E sabei que, segundo o amor tiverdes, / tereis o entendimento de meus versos» [versos do soneto «Enquanto quis Fortuna que tivesse»] sntor encontra na «esperanga de algum contentamenton * Bros: deus grege do Amor. Antonio Moniz, Para uma leitura da lirica camoniana, Lisboa, Editorial Presenga, 1998, pp. 37.38 1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a op¢o correta. Escreve, na tua folha de respostas, o nlimero de cada item e a letra que identifica a opcao escolhida. (35 pontes) 1.1 Com 0 adjetivo «galvanizante» (|, 4), 0 autor afirma que, através da poesia, Camées pretende (A) reanimar o sentimento do amor no leitor mais insensivel. (8) bloquear o sentimento do amor no leitor mais insensivel (C) requalificar 0 sentimento do amor no leitor mais insensivel {D) surpreender o sentimento do amor no leitor mais insensivel. 138 Eelitvel efotocopisvel © Texto | Mensogens 10. ano 1.2 0 antecedente de «tal canto» (|. 5) & {A) «Cantar sem desfalecimento» (I. 1). (8) «vocagdo sublime do Poeta [Camées} (|. 2) (C) «a doce harmonia do Amor» (I. 3-4}. {0) «as artes magicas de “mil segredos delicados”» (Il. 5-6). 1.3 Utilizando o adjetivo «desconcertantesn (I. 6), 0 autor manifesta {A) uma opiniéo desfavordvel ao uso da hipérbole e do oximoro, (8) imparcialidade relativamente ao uso da hipérbole e do oximoro, {C) uma opiniao favordvel ao uso da hipérbole e do oximoro. {D) uma opiniso bastante favordvel ao uso da hipérbole e do oximoro. 1.4 Na expresso «Dedicado vassalo do Amor» (|, 12), 0 autor recorre a uma {A) metonimia. {B) metafora. {C) apéstrofe, {D) alegoria. 1.5 0 conector «Entdo» (|. 15) introduz uma (A) conclusao. (B) concessao. {C) consequencia. {0) sintese, 16 Na frase «E, pois, com o melhor dos propésitos que o sujeito lirico se propée cantar» (I. 3), © pronome pessoal aparece anteposto ao verbo porque aparece integrado (A) numa oracao subordinada. {B) numa frase com um advérbio. {€) numa frase com um pronome indefinido. {D) numa frase que apresenta um tempo verbal composto. 1.7 segmento sublinhado na frase «..a escrita poética como que fica tolhida pela censura inquisitorial de Eros» (II, 15-16) desempenha a funcio sintatica de {A) complemento oblique (8) modificador. {C) modificador restritivo do nome. (0) complemento agente da passiva 2. Responde de forma correta aos itens apresentados. (15 pontos) 2.1 Divide e classifica as seguintes orages: «Trata-se (...] de uma motivagdio limitada pela “Fortuna”, Ja que "0 gosto de um suave pensamento” cedo se transforma em “tormento”» (Il. 13-14) . 2.2 Indica a fungdo sintatica dos elementos sublinhados na seguinte frase: «como é timbre das convengées socioculturais da época> (II. 9-10). 2.3 Cria duas frases que demonstrem o campo seméntico da palavra «canto» (|. 5). Eelitvel efotocopisvel © Texto | Mensogens 10. ano 139 140 Grupo III Num texto bem estruturado, com um minimo de cento e vinte e um maximo de cento e cinquenta palavras, desenvolve uma apreciagio critica em que demonstres que o pasado, individual e coletivo, influi sobre o presente e que, por isso, ndo deverd ser ignorado. Segue o plano de texto proposto. (50 pontos) Introdugao: ~ apresentago do tema, Desenvolvimento: 0 passado individual: argumento e respetiva exemplificacao; =o passado coletivo: argumento e respetiva exempliicasso. Conclusao: —ponto de vista pessoal acerca da tematica. Observagbes: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequéncia delimitada por espacos em branco, mesmo quando esta integra elementos ligados por hifen (ex:/¢irse-a/). Qualquer numero conta como uma dnica palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex: /2015/) 2. Relativamente 20 desvio dos limites de extensio indicados - um minimo de 120 e um maximo de 150 palavras-, hé que ‘tender 20 seguinte: um desvio dos limites de extenséo indicados implica uma desvalorizaglo parcial (até 5 pontos) do texto produido; um texto com extensio inferior 250 palavras & classficado com zera pontos. Eelitvel efotocopisvel © Texto | Mensogens 10. ano

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