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QUÍMICA | FRENTE B

6
ENSINO
MÉDIO
QUÍMICA FRENTE B

Martha Reis

TERMOQUÍMICA
1 Conteúdo calorífico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Entalpia da reação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3 Lei de Hess . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4 Exercícios sobre a lei de Hess . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5 Entalpias-padrão de combustão e de formação . . . 28
6 Cálculo do ΔH a partir da entalpia de formação . . 32
7 Energia de ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
8 Exercícios sobre cálculo do ΔH a partir da
energia de ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
9 Entropia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
10 Energia livre de Gibbs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
11 Exercícios de termoquímica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
12 Taxa de desenvolvimento da reação . . . . . . . . . . . 56
13 Condições para que uma reação ocorra . . . . . . . . . 63
14 Fatores que influenciam a taxa de
desenvolvimento de uma reação . . . . . . . . . . . . . . 68
15 Catalisadores, inibidores e venenos de reação . . . 75
16 Exercícios sobre os fatores que influenciam
a taxa de desenvolvimento de uma reação . . . . . 84
17 Lei da ação das massas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
2137798 (PR) 18 Exercícios sobre a lei da ação das massas . . . . . . 92
MÓDULO
Termoquímica

O primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, foi colocado em


órbita em 4 de outubro de 1957 pela Rússia. Ele orbitou a Terra a
uma altura de 577 km, durante cerca de seis meses antes de cair.
Ele era pequeno, com aproximadamente 58 centímetros, e foi
posto em órbita pelo acoplamento a um foguete de 19 metros
de altura com 153 toneladas, das quais mais de 10 t eram uma
mistura de querosene, o combustível, e de oxigênio líquido, o
comburente, utilizados em sua propulsão.
Ainda hoje, os lançamentos de satélites, como o mostrado
na imagem, usam energia originada a partir das reações quími-
cas para chegar ao espaço. Atualmente, um combustível muito
utilizado para colocar os satélites em órbita é uma mistura de
celulose, o combustível sólido, com óxido nitroso liquefeito e
pressurizado, o comburente.
Observe que em toda combustão há uma reação de oxir-
redução em que o combustível atua como agente redutor e o
oxigênio, como agente oxidante.
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

1. Algumas reações químicas são capazes de


liberar energia sob a forma de calor. Indique
ao menos duas delas que estão presentes
em nosso cotidiano.
2. Liste ao menos três equipamentos que você
conhece que utilizam a energia originada
das transformações químicas para a obten-
ção de outras formas de energia.

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CAPÍTULO

1 Conteúdo calorífico

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: O número de reações cujo calor pode ser medido experimentalmente com precisão é limitado,
pois, para que a determinação seja precisa, é necessário satisfazer às seguintes condições:
c Compreender a relação
entre temperatura,
A reação deve ser rápida, o que permite que o calor possa fluir sem perdas entre o sistema em que
massa e quantidade de
ocorre a reação e o meio que o rodeia, no qual é medida a variação de temperatura.
calor relacionado com A reação deve ser completa, o que dispensa as correções que teriam de ser feitas caso alguma parte
as reações químicas. dos reagentes não participasse do processo.
Não devem ocorrer reações secundárias, o que vai garantir que todo calor envolvido na reação
c Conhecer o venha da transformação dos reagentes nos produtos finais, e não de reações paralelas.
funcionamento de um Um tipo de reação que se enquadra nas condições exigidas é a combustão.
calorímetro. A medida da quantidade de calor liberado na combustão de uma substância é feita em um
calorímetro bomba. Uma amostra da substância que se deseja estudar é colocada na câmara de
c Compreender que
reação onde se processa a combustão, e a medida do calor é feita pela variação da temperatura, Δt,
diferentes substâncias
têm capacidades
da água que circunda essa câmara.
caloríficas diferentes.
A temperatura da água é medida antes de a reação ter início (tinicial) e depois que ela se
completa (tfinal):
Δt 5 tfinal 2 tinicial
Da Física, sabemos que a quantidade de calor, Q, transferida de um corpo para o ambiente
(liberada) ou do ambiente para um corpo (recebida) depende da massa, m, da variação de tem-
peratura, Δt, e do calor específico do material que o constitui, c (valor tabelado, determinado
experimentalmente).

Q 5 m ? c ? Δt

O calor específico, c, é definido como a quantidade de calor que temos de fornecer ou retirar
para que um grama de substância sofra uma variação de temperatura igual a 1 °C. A água, por exem-
plo, apresenta calor específico igual a 1 cal/g ? °C.

A: Câmara de reação
B B: Termômetro de resistência
E
C: Vaso calorimétrico
D: Agitador
E: Contatos elétricos
E
F: Água

C F
LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

D
A

Fig. 1 – Calorímetro bomba.

4 Termoquímica
Na tabela a seguir, temos o valor do calor específico de algumas substâncias:

Substância Calor específico (cal/g ? °C)


Água 1,0

Álcool 0,6

Alumínio 0,22

Ar 0,24

Chumbo 0,031

Cobre 0,091

Ferro 0,11

Gelo 0,5

Hélio 1,25

Hidrogênio 3,4
Fig. 2 – Com base na tabela ao lado,
Mercúrio 0,033 você saberia explicar por que, quando
entramos em um ambiente com ar-
Ouro 0,032 -condicionado (temperatura constante),
os objetos e móveis parecem estar a
Oxigênio 0,22 temperaturas diferentes? Por exemplo,
a mesa de madeira parece estar a uma
Prata 0,056 temperatura maior que a luminária feita
de metal?
A quantidade de calor envolvido em uma reação é proporcio-

ATIKETTA SANGASAENG/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


nal à massa da substância que reagiu; portanto, sabendo-se a massa
da amostra colocada no calorímetro, com uma simples regra de três
é possível calcular o calor liberado por uma massa igual à massa
molar da substância.
A reação química no calorímetro bomba ocorre em recipiente
fechado, isto é, a volume constante.
A partir de alguns cálculos que envolvem a equação de Clapeyron
e a constante universal dos gases, R, é possível encontrar o valor teórico
do calor trocado a pressão constante.
Isso é importante porque a maioria das reações químicas ocorre
em recipientes abertos, ou seja, sob a pressão atmosférica local, que é
constante em determinado intervalo de tempo.
O calor trocado à pressão constante é igual à variação de entalpia,
ΔH, da reação, que representa a quantidade de calor de um sistema.

ΔH 5 QP

Não existe uma maneira de determinar experimentalmente a en-


talpia inicial, HReagentes ou Hr , e a entalpia final, HProdutos ou Hp.
O que podemos determinar, utilizando calorímetros, é a variação FRENTE B
de entalpia, ΔH, da reação.

ΔH 5 HFinal 2 HInicial ∴ ΔH 5 HProdutos 2 HReagentes


QUÍMICA

O valor de Δ H pode ser negativo (se envolver a liberação de


calor para o ambiente) ou positivo (se envolver a absorção de calor
do ambiente).

Termoquímica 5
TOME NOTA
Como o organismo utiliza a energia dos alimentos?
Mesmo quando estamos com a saúde plena e em absoluto repouso, nosso organismo gasta energia para manter nossas funções vitais,
como a temperatura corporal constante, a respiração, a circulação sanguínea, as funções renais e hepáticas, etc. Esse estado é denominado
metabolismo basal.
BELINDA PRETORIUS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

FOTOKOSTIC/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fig. 3 – Criança dormindo. Fig. 4 – Crianças jogando futebol.
Situações como doenças, sustos, estudo, trabalho, prática de exercícios físicos, etc. levam o organismo a consumir mais energia,
acima do requerido pelo metabolismo basal.
A soma da atividade metabólica nessas situações mais o metabolismo basal é chamada taxa metabólica e representa as ne-
cessidades calóricas do organismo de cada indivíduo.
As embalagens de alimentos informam a porcentagem calórica que determinado alimento fornece para suprir a necessidade
calórica média da população em geral, ou seja, “para uma dieta de 2 000 kcal” ou “2 500 kcal”.
Porém, como a necessidade calórica varia de pessoa para pessoa, o ideal é que ela seja calculada por um médico ou nutricionista que
levará em conta, além do metabolismo basal (que chega a representar 70% dos gastos calóricos do organismo em condições normais), o
grau de atividade física e fatores como idade, sexo, massa corpórea, altura, relação entre massa muscular e gordura corporal, etc.
A tabela a seguir, por exemplo, fornece valores mais precisos porque levam em conta a idade e o sexo:

Idade Homem Mulher


12 a 15 anos 2 800 kcal 2 300 kcal
15 a 18 anos 3 000 kcal 2 300 kcal
18 a 22 anos 3 000 kcal 2 200 kcal
22 a 35 anos 2 800 kcal 2 100 kcal

Uma dieta para manter a massa corporal precisa suprir as necessidades calóricas individuais. A ingestão de calorias além da necessidade
leva a um aumento de massa porque o organismo acumula a energia absorvida (e não gasta) na forma de gordura corporal.
Ao contrário, se o individuo tem um gasto calórico maior que o obtido na alimentação, o organismo passa a queimar as reservas de
energia e sua massa corporal diminui.
Existem parâmetros, como o índice de massa corpórea, IMC, calculados a partir da massa atual e da altura do indivíduo:
massa em kg
IMC 5
(altura em m)2
O resultado, obtido em kg/m2, é avaliado da seguinte maneira:
IMC Resultado
até 18,4 abaixo do peso
de 18,5 a 24,9 peso normal
de 25,0 a 29,9 sobrepeso
de 30,0 a 34,9 obesidade grau 1
de 35,0 a 39,9 obesidade grau 2
a partir de 40,0 obesidade grau 3

6 Termoquímica
TROCAS DE CALOR NAS MUDANÇAS DE ESTADO DE Se o corpo (sistema) libe-
AGREGAÇÃO rar energia na forma de calor em
vez de absorvê-la, de tal modo
Quando um corpo ou sistema absorve calor do meio, a energia mecânica total das partículas que a energia cinética média
desse corpo (átomos, íons, moléculas) aumentará de uma das seguintes maneiras: de suas partículas diminua, sua
aumentando a energia cinética média das partículas; temperatura vai diminuir.
aumentando a energia potencial média das partículas;
aumentando simultaneamente as energias cinética e potencial médias das partículas.
O arranjo hexagonal das
Porém, durante uma mudança no estado de agregação, a temperatura do sistema não é alterada, moléculas de água na fase sólida,
pois toda a energia recebida é direcionada para a mudança de estado; nesse caso não ocorre alteração em razão das ligações de hidro-
na energia cinética (temperatura) do sistema. gênio, como mostra a ilustração
Por exemplo, a água entra em fusão à temperatura de 0 °C, sob pressão de 1 atm. Um forne- abaixo, segue uma estrutura rígi-
cimento adicional de calor à água em fusão não provoca aumento de temperatura porque o calor da que faz com que as moléculas
absorvido é totalmente utilizado para romper as ligações de hidrogênio que mantinham as moléculas ocupem um espaço bem maior
unidas na fase sólida. do que ocupariam na fase líqui-
da, livres de tal rigidez. Por esse
motivo, o gelo flutua na água.

Ligações de hidrogênio
entre moléculas no gelo
LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

Ligação de hidrogênio
entre moléculas de água

Gelo ⎯→ Gelo em fusão ⎯→ Água líquida Oxigênio Hidrogênio

Fig. 5 – O gelo flutua na água por causa das ligações de hidrogênio.


NIYAZZ/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

FRENTE B
QUÍMICA

Termoquímica 7
Esse processo aumenta apenas a energia potencial das moléculas de água, enquanto a energia
cinética média dessas moléculas (e, portanto, a temperatura) permanece constante.
O calor envolvido na mudança de fase de uma substância é denominado calor latente, L, e
depende da massa, m, da substância e da fase de agregação para a qual ela vai mudar.
Para a água, por exemplo, temos:
Calor latente de fusão: 79 cal ? g21 ou 0,33 kJ ? g21 ou 1,428 ? 103 cal/mol ou 5,98 kJ/mol.
Calor latente de vaporização: 539 cal ? g21 ou 2,26 kJ ? g21 ou 9,697 ? 103 cal/mol ou 40,6 kJ/mol.
A quantidade de calor latente, Q, é calculada pela equação:

Q5m?L

Note, então, que a quantidade de calor total de um corpo é calculada por:


Q 5 m ? c ? Δt 1 m ? L

Uma aplicação prática para a troca de calor relacionada às mudanças de estado de agregação
das substâncias é a que ocorre nos refrigeradores domésticos.
Você já parou para pensar em como esse eletrodoméstico funciona? Como ele “tira” o calor dos
alimentos e das bebidas guardados em seu interior?
O refrigerador possui um sistema de refrigeração a volume constante (localizado na parte de
trás do aparelho).
O processo é, em resumo, o seguinte: um cano, que fica no congelador, contém um líquido
(normalmente o tetrafluoretano, R134a, cuja fórmula química é CF3CH2F) que evapora e absorve o
calor do interior da geladeira, pois a passagem de líquido para vapor ocorre com absorção de calor.
Ao passar por um compressor, o vapor torna-se líquido novamente, liberando o calor para o
meio ambiente ao circular pela tubulação da parte de trás da geladeira, pois a passagem de vapor
para líquido ocorre com liberação de calor.
Você já viu alguém tentando secar roupa pendurando-a na parte de trás do refrigerador?
Não é uma boa ideia. A roupa seca, mas o sistema de refrigeração, cuja função é retirar o calor
da geladeira e dispersá-lo no meio ambiente, fica sobrecarregado e pode ser danificado.
É importante ainda lembrar-se de deixar um espaço entre a geladeira e a parede, pois dessa
forma a dispersão do calor será otimizada.
CHARNSITR/
SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

3
Fig. 6 – Além dos refrigeradores
LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

domésticos, muitos outros equipamentos


fazem trocas de calor. Por exemplo, os
condicionadores de ar muitas vezes
apresentam equipamentos externos que
dispersam o calor absorvido.

Fig. 7 – Esquema de funcionamento de um refrigerador. 6


1. Congelador 4
2. Tubulação evaporadora
3. Válvula de expansão
4. Vapor refrigerante
5. Compressor e motor
6. Condensador e aleta refrigeradora 5 7
7. Refrigerante líquido

8 Termoquímica
EXPERIMENTANDO Calor e trabalho
O que acontece se colocarmos um copo de papel ou um balão de aniversário sobre a chama de uma vela? Você não precisa
fazer esse experimento para saber que o copo de papel vai pegar fogo e o balão vai estourar. Mas e se o copo de papel ou o
balão tiverem água em seu interior? O que vai ocorrer?
Como esse experimento envolve a manipulação de fogo e isso sempre é muito perigoso, o ideal é que ele seja feito como
demonstração em local ventilado ou capela de exaustão.
Você deve observar atentamente e propor uma explicação para o que acontece.
Material necessário
copo de papel água
balão (bexiga) de aniversário feito de látex uma vela e uma caixa de fósforo
1 metro de fio de arame grosso
Procedimento
Entorte o arame grosso, de modo que forme um suporte para o copo de papel com altura um pouco maior que a da vela a
ser utilizada, com cerca de 20 cm (veja a figura 8).
Coloque água no copo até aproximadamente 1/3 de sua capacidade e posicione-o no suporte. Acenda a vela, coloque-a
sob o suporte e observe o aquecimento. O que ocorre?
Agora, coloque um pouco de água no interior do balão de aniversário, infle o balão e amarre a extremidade. Acenda um
palito de fósforo e direcione a chama diretamente sob a parte do balão em que a água se acumulou.
O que você observa? (Tome o cuidado de não aquecer o balão por muito tempo porque, como se trata de um “sistema
fechado” – desconsiderando-se os poros do látex – e como a temperatura é diretamente proporcional à pressão, o balão pode
estourar com o aquecimento prolongado.)

ATENÇÃO!

O experimento deve ser feito somente pelo


professor, tomando extremo cuidado com a
chama e certificando-se de que não há materiais
inflamáveis por perto. Os alunos devem se man-
ter afastados, fazendo observações e anotações.

Investigue
1. O copo de papel com água queima ao ser colocado sobre a chama da vela? Por quê?
2. Em que momento você acredita que o copo de papel começará a queimar? Por quê?
3. O balão de aniversário com água estoura quando aproximamos o palito de fósforo da região em que a água se acumu-
lou? Por quê? EDUARDO SANTALIESTRA/ARQUIVO DA EDITORA

FRENTE B
EDITORA
UIVO DA

Fig. 8 – No laboratório
URA/ARQ

QUÍMICA

é possível fazer a
montagem indicada
LUIS MO

com suporte universal,


anel de ferro e bico Fig. 9 – Chama colocada diretamente sob a parte
de Bunsen. do balão com acúmulo de água.

Termoquímica 9
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
Ene-2
(UEL-PR) O homem utiliza o fogo para moldar os mais diversos utensílios. Por exemplo, um forno é essencial para o trabalho do
C 6
H- ferreiro na confecção de ferraduras. Para isso, o ferro é aquecido até que se torne moldável.
Considerando que a massa de ferro empregada na confecção de uma ferradura é de 0,5 kg, que a temperatura em que o ferro se
torna moldável é de 520 °C e que o calor específico do ferro vale 0,1 cal/g °C, assinale a alternativa que fornece a quantidade de
calor, em calorias, a ser cedida a essa massa de ferro para que possa ser trabalhada pelo ferreiro.
Dado: temperatura inicial da ferradura: 20 °C.
a) 25
b) 250
c) 2 500
d) 25 000
e) 250 000

RESOLUÇÃO:
Aumento de temperatura do ferro para que ele se torne moldável (Δt): 520 °C 2 20 °C 5 500 °C
0,5 kg 500 g
Q 5 m ? c ? Δt
Q 5 500 g ? 0,1 cal g21 °C21 ? 500 °C
Q 5 25 000 cal
Alternativa d.

PARA CONSTRUIR

(Unioeste-PR) O ferro possui calor específico de 0,46 J ? g21 ?  °C21 e o alumínio, o dobro desse valor. A densidade do ferro é
7,9 g ? cm23 e a do alumínio é 2 700 kg ? m23. Com essas informações, assinale, respectivamente, a alternativa que possui a energia
necessária para aquecer uma panela de ferro e outra de alumínio, ambas com cerca de 500 mL dos metais, em 1 °C. a
a) 1 817 J e 1 242 J.
b) 1 877 J e 1 717 J.
c) 3 726 J e 1 212 J.
d) 1 887 J e 3 634 J.
e) 1 887 J e 1 212 J.
Cálculo das massas de metais a partir de suas densidades (lembrar que 1 cm3 5 1 mL)
Alumínio:
1 mL 2,7 g
500 mL mAl
mAl 5 1 350 g
Ferro:
1 mL 7,9 g
500 mL mFe
mAl 5 3 950 g
Pela calorimetria, calcula-se o calor absorvido para um corpo usando-se a seguinte expressão: Q 5 m ? c ? ΔT
Para o ferro, teremos: Q 5 3 950 ? 0,46 ? 1 5 1 817 J
Para o alumínio, teremos: Q 5 1 350 ? 0,92 ? 1 5 1 242 J

10 Termoquímica
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA PRATICAR

1 (Unimontes-MG) O calor específico é uma propriedade que explica situações do cotidiano envolvendo aquecimento e resfriamen-
m
Ene-6
to de materiais.
C 4
H-2

REPRODUÇÃO/<HTTP://WWW.COTEC.UNIMONTES.BR>
Após a interpretação do esquema anterior, pode-se afirmar:
a) É necessário fornecer mais calor para o ferro, para que ele atinja a temperatura de cozimento.
b) A panela de ferro esfria mais rápido, pois o calor específico do ferro é menor que o do barro.
c) A panela menos apropriada para conservar a comida quente por mais tempo é a de barro.
d) A panela de barro sofre uma variação de temperatura maior do que a de metal ao ser aquecida.

2 (Udesc) Diferentes mecanismos contribuem para dissipar o calor do nosso corpo, sendo um deles a evaporação da água na
m
Ene-6
superfície da pele. Quando se faz um exercício vigoroso durante 1 hora, pode-se produzir até dois litros de suor, que contém pre-
C 1
H-2 dominantemente água. Considerando a entalpia de vaporização da água (44,65 kJ/mol) e a densidade da água líquida (1 g/cm3),
assinale a alternativa que indica quanto calor será necessário para vaporizar 2 litros de água.
a) 8,930 ? 107 J c) 4,961 ? 103 J e) 89,30 kJ
b) 4,961 ? 106 J d) 4,961 J

3 (FGV-SP) A rotulagem nutricional tem como principal função informar o consumidor sobre as propriedades nutricionais dos ali-
m mentos e bebidas.
Ene-5
C 9
H-1 Diferentes unidades como cal, kcal, Cal e kJ são utilizadas para esse fim, deixando as pessoas muito confusas quando procuram
m
selecionar alimentos a partir de seu valor calórico. O sistema Internacional de Unidades (SI) somente reconhece a unidade kJ, que
Ene-3
C 1
H-1
corresponde a 1 000 J. A unidade Caloria (Cal) com C maiúsculo corresponde a 1 000 calorias e é uma unidade praticamente des-
conhecida.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão responsável pela regulamentação de rotulagem nutricional, que
recomenda que os valores calóricos dos alimentos sejam expressos nos rótulos em quilocalorias e que sejam reportados em per-
centuais (%) de valores diários. Assim, temos a relação entre as diferentes unidades utilizadas.
1 kcal 5 1 000 cal 5 1 Cal 5 4,18 kJ 5 4 180 J
As tabelas apresentam partes dos rótulos de três produtos.
Produto I – porção de 30 g Produto II – porção de 40 g Produto III – porção de 15 g FRENTE B

Quantidade por porção % VD* Quantidade por porção % VD* Quantidade por porção % VD*
QUÍMICA

Valor calórico 75 kcal 3% Valor calórico 150 kcal 6% Valor calórico 50 kcal 2%
Carboidratos 18 g 4% Carboidratos 21 g 6% Carboidratos 10 g 2,5%
Cálcio 32 mg 4% Cálcio 16 mg 2% Cálcio 8 mg 1%
*Valores diários de referência com base em uma dieta de 2 500 calorias.

Termoquímica 11
Com base nas informações dos rótulos dos produtos, são feitas as seguintes afirmações:
I. No rótulo II, o valor energético da dieta poderia ser substituído por 2 500 kJ.
II. Três porções do produto II têm igual quantidade de valor energético que quatro porções do produto I.
III. O produto III é o mais rico em carboidratos.
É correto apenas o que se afirma em:
a) II. c) I e II. e) II e III.
b) III. d) I e III.

PARA APRIMORAR

1 (UFPB) A quantidade de energia liberada por um alimento pode ser medida experimentalmente através do aquecimento de uma
massa conhecida de água, provocado pela energia liberada na combustão desse alimento. A ilustração a seguir representa as
etapas de um experimento para determinar a energia liberada pela queima de uma amostra de castanha-do-pará. Nesse experi-
mento, admita que a perda de energia para o ambiente é desprezível.

REPRODUÇÃO/UFPB, 2010
Ti 5 20 °C Tf 5 90 °C

Água
120 g

Castanha

1. Medir a temperatura inicial da 2. Queimar a castanha. 3. Cobrir a castanha com uma lata.
água (Ti). 4. Esperar a castanha queimar
totalmente.
5. Medir a temperatura final
da água (Tf).

Com base nas informações e considerando que o calor específico da água é 1 cal / g ? °C, é correto afirmar que a quantidade de
energia liberada na queima dessa amostra da castanha-do-pará é de:
a) 10 800 cal c) 2 400 cal e) 1 260 cal
b) 8 400 cal d) 1 620 cal

2 (UCS-RS) Uma pessoa de peso médio utiliza cerca de 100 kcal/min ao correr. Supondo-se que essa pessoa tenha consumido uma
m porção composta de 30 g de um cereal com 120 mL de leite desnatado, o que forneceu 8 g de proteína, 25 g de carboidrato e 2 g
Ene-6
C 5
H-2 de gordura e utilizando-se os calores específicos de combustão fornecidos, quantas porções devem ser consumidas para fornecer
o calor específico de combustão necessário para correr 3 minutos?
Dados:

Substância Calor específico de combustão (kcal/g)

Carboidrato 4

Gordura 9

Proteína 4

a) 6 c) 2 e) 5
b) 4 d) 3

12 Termoquímica
CAPÍTULO

2 Entalpia da reação

Objetivos: Uma reação química pode ser classificada de acordo com a liberação ou a absorção de energia
na forma de calor. Reações que liberam calor para o meio são ditas exotérmicas, e reações que ab-
c Entender que as
sorvem calor do meio são ditas endotérmicas.
reações podem ser
classificadas de acordo
com a liberação ou REAÇÕES EXOTÉRMICAS
a absorção de calor O prefixo exo significa “para fora”. Logo, as reações exotérmicas são aquelas que liberam energia
durante o processo. na forma de calor.
c Representar
O esquema geral de uma reação exotérmica pode ser escrito da maneira a seguir, em que A, B,
graficamente a
C e D representam substâncias genéricas:
entalpia dos reagentes A 1 B *( C 1 D 1 calor
e dos produtos e
correlacionar com os Hr Hp
Entalpia dos reagentes Entalpia dos produtos
valores da variação
de entalpia de uma Com base na lei da conservação da energia, podemos afirmar que a energia total dos reagentes
reação.
é igual à energia total dos produtos; portanto, numa reação exotérmica, a entalpia dos produtos é
menor que a entalpia dos reagentes, pois uma parte da energia que estava “contida” nos reagentes é
liberada na forma de calor.
Em uma reação exotérmica:
HReagentes . HProdutos
EKTON/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Sendo ΔH 5 HProdutos 2 HReagentes, concluímos que ΔH , 0.

Reações exotérmicas são aquelas que liberam calor, portanto a entalpia dos reagentes é maior
que a entalpia dos produtos, Hr . Hp, e, consequentemente, apresentam ΔH negativo.

Por isso, é mais comum representarmos uma equação química de uma reação exotérmica
apenas fornecendo o valor de seu ΔH: Entalpia
A 1 B *( C 1 D ΔH 5 2x kcal/mol A1B
Hr
O valor de ΔH normalmente é expresso em
kcal/mol (ou kJ/mol) em relação a algum reagente ou
produto formado. ΔH , 0
Exemplo: combustão do gás hidrogênio
1
1 H2(g) 1 O (g) *( 1 H2O(l) C1D
2 2
FRENTE B
Hp

ΔH 5 268,3 kcal/mol de H2 que reage


O sinal negativo (268,3 kcal/mol de H2) indica
Desenvolvimento da reação
que se trata de uma reação exotérmica.
QUÍMICA

Se representarmos uma reação exotérmica genérica em um gráfico da entalpia em função do


desenvolvimento da reação, teremos um gráfico como o representado acima.

Fig. 1 – Queima de gases. A combustão é um exemplo de reação exotérmica.

Termoquímica 13
REAÇÕES ENDOTÉRMICAS

KA
MO
NR
O prefixo endo significa “para dentro”, logo as reações endotérmicas são aquelas que absorvem

AT
/SH
energia na forma de calor.

UT
T
O esquema geral de uma reação endotérmica pode ser escrito da maneira a seguir, em que A,

ER
ST
B, C e D representam substâncias genéricas:

OC
K/G
LO
A 1 B 1 calor *( C 1 D

W
IM
AG
Hr Hp

ES
Entalpia dos reagentes Entalpia dos produtos
Uma vez que a energia total se conserva dos reagentes para os produtos em qualquer reação
química, podemos afirmar que, numa reação endotérmica, a entalpia dos produtos é maior que a
entalpia dos reagentes, pois uma quantidade de energia é absorvida na forma de calor durante a
reação, ficando “contida” nos produtos.
Em uma reação endotérmica:
HReagentes , HProdutos
Sendo ΔH 5 HProdutos 2 HReagentes, concluímos que ΔH . 0.

Reações endotérmicas são aquelas que absorvem calor, portanto a entalpia dos reagentes é
menor que a entalpia dos produtos, Hr , Hp, e, consequentemente, apresentam ΔH positivo.
Fig. 2 – A fotossíntese é um processo
endotérmico. Por isso, é mais comum representarmos uma equação química de uma reação endotérmica
apenas fornecendo o valor de seu ΔH:
A 1 B *( C 1 D ΔH 5 1x kcal/mol
Se representarmos uma reação endotérmica genérica em um gráfico da entalpia em função do
desenvolvimento da reação, teremos:
Entalpia

C1D
Hp Exemplo: síntese do iodeto de hidrogênio
1 H2(g) 1 1 I2(g) *( 2 HI(g)
ΔH 5 125,96 kJ/mol de HI formado
ΔH . 0
O sinal positivo (125,96 kJ/mol de HI)
indica que se trata de uma reação endotérmica.
A1B
Hr

Desenvolvimento da reação

NOTAÇÃO DE EQUAÇÕES TERMOQUÍMICAS


O valor do ΔH de uma reação varia em função de vários fatores, por isso a equação termoquí-
mica deve trazer as seguintes informações:
As substâncias que reagem e que são produzidas, com os respectivos coeficientes (da equação
balanceada).
A fase de agregação (sólida, líquida ou gasosa) em que se encontra cada substância participante
da reação.
A variedade alotrópica de cada substância simples que participa da reação (no caso das substâncias
apresentarem formas alotrópicas).
A quantidade de calor que foi liberada ou absorvida durante a reação.
Para informar que uma reação é exotérmica ou endotérmica, utiliza-se uma das notações indi-
cadas nos exemplos a seguir:
Reação exotérmica (o calor é liberado, portanto é um produto da reação retirado dos reagentes):
2 H2(g) 1 1 O2(g) **( 2 H2O(l) ΔH 5 2136,6 kcal
2 H2(g) 1 1 O2(g) **( 2 H2O(l) 1 136,6 kcal
2 H2(g) 1 1 O2(g) 2 136,6 kcal **( 2 H2O(l)

14 Termoquímica
MARCELCLEMENS/SHUTTERSTOCK/
Reação endotérmica (o calor é absorvido, portanto é adicionado aos reagentes da reação):
4 C(grafita) 1 1 S8(rômbico) **( 4 CS2(l) ΔH 5 1104,4 kcal
4 C(grafita) 1 1 S8(rômbico) **( 4 CS2(l) 2 104,4 kcal
4 C(grafita) 1 1 S8(rômbico) 1 104,4 kcal **( 4 CS2(l)

GLOW IMAGES
A temperatura e a pressão nas quais a reação ocorreu.
Em Termoquímica, a menos que se faça alguma ressalva, os valores de ΔH fornecidos são
medidos em condições-padrão, que são as seguintes: 1 atmosfera e 298 K ou 25 °C (não
confunda com condições normais ou CNTP, 1 atm e 0 °C).
Substâncias na fase de agregação (sólida, líquida ou gasosa) comum nessas condições de
pressão e temperatura.
Exemplo: o bromo é líquido a 25 °C e 1 atm; portanto, em condições-padrão, trabalha-se
com o bromo na fase líquida, e não nas fases sólida ou gasosa.
Substâncias na forma alotrópica mais estável. Fig. 3 – Em condições-padrão trabalha-se
Exemplo: o enxofre rômbico é mais estável que o enxofre monoclínico, portanto, em condições- com o enxofre rômbico, que é o mais
estável.
-padrão, trabalha-se com o enxofre rômbico.
Em condições-padrão, o valor de ΔH é tabelado para muitas reações.
A quantidade de calor liberada ou absorvida numa reação química é diretamente proporcional aos Considerando as substâncias
coeficientes das substâncias participantes na equação balanceada e, portanto, pode ser calculada em simples formadas pelos elemen-
relação à massa, à quantidade de matéria (número de mols), ao número de moléculas (proporcional tos da tabela periódica, temos:
à constante de Avogadro) ou ao volume de reagentes e produtos que estejam na fase gasosa. São gasosas em condições-
-padrão: N2, O2, F2, Cl2, He, Ne,
Ar, Kr, Xe e Rn.
1 mol X 6 ? 1023 partículas X massa molar em g/mol X 22,4 L (nas CNTP) X
São líquidas em condições-
X ΔH kcal/mol ou kJ/mol -padrão: Br2 e Hg.
São sólidas em condições-
A tabela a seguir fornece um resumo dos fatores que alteram o valor do ΔH de uma reação -padrão: todas as demais.
química e exemplos de como isso ocorre.

Fator Influência Exemplo

A energia liberada em uma reação exotérmica será maior quando o estado de 1


1 H2(g) 1 O (g) *( 1 H2O(g) ΔH 5 257,8 kcal/mol
2 2
Estado de agregação agregação do produto formado for:
1
sólido . líquido . gasoso 1 H2(g) 1 O (g) *( 1 H2O(l) ΔH 5 268,3 kcal/mol
2 2
Partindo-se do reagente na forma alotrópica mais estável (menos energética), 1 C(grafita) 1 1 O2(g) *( 1 CO2(g) ΔH 5 294,0 kcal
Forma alotrópica
obtém-se menor quantidade de energia liberada ao fim da reação. 1 C(diamante) 1 1 O2(g) *( 1 CO2(g) ΔH 5 294,45 kcal

Uma reação que ocorra a uma temperatura X apresenta um ΔHx. a 25 °C: 1 Fe2O3(s) 1 3 H2(g) *( 2 Fe(s) 1 3 H2O(l)
Temperatura da A mesma reação feita a uma temperatura Y . X apresenta um ΔH 5 235,1 kJ
reação ΔHy ± ΔHx. Isso ocorre porque o calor necessário para aquecer os reagentes de X até Y a 85 °C: 1 Fe2O3(s) 1 3 H2(g) *( 2 Fe(s) 1 3 H2O(l)
é diferente do calor necessário para aquecer os produtos de X até Y. ΔH 5 229,7 kJ

Como as reações normalmente são padronizadas sob pressão atmosférica


Só influencia o ΔH de reações que envolvem substâncias gasosas. O valor do ΔH só
Pressão da reação normal (1 atm), a menos que haja alguma ressalva, não levamos em
varia de modo significativo para pressões da ordem de 1 000 atm. conta a variação no valor de ΔH com a pressão.

A quantidade de calor liberada ou absorvida numa reação química é diretamente


FRENTE B
Quantidade de proporcional aos coeficientes das substâncias participantes na equação balanceada e, 1 H2(g) 1 1 Cl2(g) **( 2 HCl(g) ΔH 5 244,2 kcal
matéria portanto, pode ser calculada em relação à massa, à quantidade de matéria, ao número 2 H2(g) 1 2 Cl2(g) **( 4 HCl(g) ΔH 5 288,4 kcal
de moléculas ou ao volume de reagentes e produtos.
1 H2(g) 1 1 Cl2(g) **( 2 HCl(g) ΔH 5 244,2 kcal
QUÍMICA

Quando dissolvemos uma substância em um solvente qualquer, ocorre liberação ou H 2O


absorção de energia na forma de calor. Assim, se fizermos uma reação na ausência de 1 H2(g) 1 1 Cl2(g) **( 2 HCl(aq) ΔH 5 280,2 kcal
Meio reacional A diferença 80,2 2 44,2 5 36,0 kcal é igual à energia liberada na
um solvente, o valor de ΔH será diferente daquele obtido quando fazemos a mesma
dissolução de 2 mol de HCl em água (a dissolução de 1 mol de HCl em água
reação na presença de um solvente.
libera uma energia igual a 18,0 kcal).

Termoquímica 15
Representação e
Linguagem
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

Embalagens que aquecem ou que resfriam para obter ou retirar calor do meio ambiente também está sendo
Em casas de artigos esportivos, é possível encontrar sacos utilizada para aquecer ou resfriar latas de bebidas e alimentos. Em
plásticos que, ao serem agitados, liberam calor. supermercados europeus e americanos é possível encontrar latas ca-
O calor obtido provém de uma reação química, como a rea- pazes de aquecer o seu conteúdo – café com leite, sopa – sem a ne-
ção de oxirredução da limalha de ferro na presença de NaCl e cessidade de qualquer fonte de calor externa, batizadas de Hot when
água. you want (Quente quando você quer).
A lata que aquece funciona da seguinte forma: por fora, não
4 Fe(s) 1 3 O2(g) *( 2 Fe2O3(s) 1 calor difere em nada das demais existentes no mercado, mas por dentro
ΔH 5 2196,5 kcal/mol de Fe2O3(s) possui um compartimento interno com cal, CaO(s), e água.
Ao pressionar um botão na base, as duas substâncias se mistu-
O cloreto de sódio, NaCl(aq), funciona como um eletrólito
ram, gerando energia suficiente para elevar a temperatura do conteú-
(condutor de eletricidade, no qual o transporte de carga se realiza
do interno para aproximadamente 60 °C em três minutos.
por meio de íons), catalisando a reação de oxirreducão.
Também há no mercado produtos que absorvem calor do CaO(s) 1 H2O(l) *( Ca(OH)2(aq)
meio ambiente e são indicados, por exemplo, para compressas ΔH 5 2235,96 kcal/mol de Ca(OH)2(aq) formado
frias. Um desses produtos baseia-se na dissolução do nitrato de
amônio, NH4NO3(s), em água. Também há várias patentes e tecnologias desenvolvidas
com o objetivo de resfriar o conteúdo das latas, mas nenhuma
NH4NO3(s) *( NH411(aq) 1 NO312(aq) disponível no mercado até o momento. Um exemplo é o projeto
ΔH 5 16,14 kcal/mol de NH4NO3(s) dissolvido em água do sul-coreano Suh Won-Gill, que se baseia na expansão do gás
carbônico, CO2(g), e, segundo seu inventor, é capaz de diminuir a
Numa embalagem plástica, um pequeno invólucro selado con-
temperatura da bebida no interior da lata de 30 °C para até 4 °C
tendo nitrato de amônio é colocado num outro recipiente contendo
em apenas 15 segundos.
água. Rasgando-se o invólucro que contém o sal, a embalagem é ati-
Dentro da lata existe uma serpentina oca de metal toda
vada e as substâncias misturam-se. A hidratação do cátion amônio
preenchida com gás carbônico. Sua parte superior fica ligada ao
e do ânion nitrato ocorre com absorção de calor da vizinhança e a
anel usado para abrir a lata. Uma vez aberta, o gás carbônico é
temperatura ao redor diminui.
liberado e, ao ser expelido bruscamente, esfria a serpentina de tal
A ideia de usar as propriedades químicas e físicas das substâncias
forma que a bebida em contato com ela também fica gelada.
ILUSTRAÇÕES: LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

Superfície CO2
que aquece a
bebida
Região em
que fica a
bebida a ser
aquecida

Membrana
isolante

Cal

Botão de
Água plástico
Fig. 5 – Ilustração esquemática
Fig. 4 – Ilustração esquemática de uma lata de um projeto de lata para
Hot when you want. resfriamento de conteúdo.

16 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m (UFSM-RS) Geralmente usados por atletas, existem dispositivos de primeiros socorros que, através de reações endotérmicas ou
Ene-5
C 8
H-1 exotérmicas, podem gerar compressas frias ou quentes. Esses dispositivos, constituídos por bolsas plásticas em que o sólido e a
água estão separados, misturam-se e esfriam ou aquecem, quando golpeados.
Exemplos de compostos usados nas referidas compressas são mostradas nas equações a seguir.
HO
A NH4NO3(s) **( 
NH14 (aq) 1 NO23 (aq)
ΔH 5 126,2 kJ ? mol21

HO
B CaCl2 (s) **(

Ca21(aq) 1 2 Cl2(aq)
ΔH 5 282,8 kJ ? mol21
Em relação às equações, analise as afirmativas:
I. A equação A irá produzir uma compressa fria, e a equação B, uma compressa quente.
II. Na equação B, a entalpia dos produtos é menor que a entalpia dos reagentes.
III. Se na equação A forem usados 2 moles de nitrato de amônio, o valor de ΔH ficará inalterado.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I. d) apenas II e III.
b) apenas III. e) I, II e III.
c) apenas I e II.
RESOLUÇÃO:
I. Verdadeira. A equação A é endotérmica; portanto, ela absorve energia do sistema, o que contribui para diminuir sua tempera-
tura. A equação B é exotérmica; portanto, ela libera energia para o sistema, o que contribui para aumentar sua temperatura.
II. Verdadeira.
III. Falsa. O ΔH fornecido corresponde a 1 mol de nitrato de amônio. Se a quantidade de matéria dessa substância dobra, o valor
de ΔH também dobra.
Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

1 (PUC-RJ) A decomposição de uma amostra de carbonato de d) a acetona sublima.


cálcio consumiu 266 kJ. A partir desse resultado e da equação e) a acetona foi previamente aquecida.
termoquímica abaixo, conclui-se que: b 3 (Unitau-SP) Nas pizzarias há cartazes dizendo “Forno a lenha”.
CaCO3(s) # CaO(s) 1 CO2(g); ΔH 5 1133 kJ ? mol21 m
A reação que ocorre nesse forno para assar a pizza é: b
Ene-6
a) A reação de decomposição do CaCO3 é exotérmica.
C 6
H- a) explosiva.
b) A massa de CaCO3 que se decompôs foi 200 g. b) exotérmica. Toda reação de queima (combustão) libera ener-
gia, é exotérmica.
c) O volume de CO2 formado ocupa 22,4 L a 1 atm e 0 °C. c) endotérmica.
d) hidroscópica.
d) Não há variação de energia nesse processo reacional.
e) catalisada.
e) A massa produzida de CO2 é igual a 44 g.
1 mol CaCO3 100 g consumo de 133 kJ 4 (Uerj) Ao se dissolver uma determinada quantidade de clore-
FRENTE B
x consumo de 266 kJ to de amônio em água a 25 °C, obteve-se uma solução cuja
x = 200 g temperatura foi de 15 °C. A transformação descrita caracteri-
za um processo do tipo: e
2 (Unisinos-RS) Derramando-se acetona na mão, tem-se uma
a) atérmico.
sensação de frio, porque:
QUÍMICA

m
Ene-6
b
C 1 b) adiabático.
H2
-
a) a acetona reage exotermicamente com a pele. c) isotérmico.
b) a evaporação da acetona é um processo endotérmico. d) exotérmico.
c) a evaporação da acetona é um processo exotérmico. e) endotérmico.

2. Ao evaporar (processo endotérmico), a acetona “rouba” calor da pele, o


que causa a sensação de frio.
Termoquímica 17
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR

1 (UFPB) A dissolução de algumas substâncias pode vir acompanhada por aquecimento ou resfriamento. Uma aplicação in-
m
Ene-5
teressante desse fenômeno está nas compressas de emergência, que são usadas sobre o corpo em casos de contusões,
C 8
H-1 inflamação, etc. O recipiente plástico de compressas contém um produto químico seco e uma ampola de vidro com água.
Ao bater na compressa, a ampola se quebra e a água dissolve a substância, conforme processo representado nas equações:
HO
Compressa A CaCl2 **(

CaCl2(aq) ΔH 5 282,7 kJ/mol
HO
Compressa B NH4NO3 **( 
NH4NO3(aq) ΔH 5 123,6 kJ/mol
Em relação ao uso das compressas A e B, separadamente, sobre o corpo, pode-se afirmar:
I. O corpo vai receber calor da compressa A.
II. O corpo vai transferir calor para a compressa B.
III. A compressa A provoca sensação de resfriamento no corpo.
IV. A compressa B provoca sensação de aquecimento no corpo.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I e II.
e) II e IV.

2 (Unimontes-MG) A queima de nitrogênio produz o monóxido de nitrogênio, NO, e ocorre regularmente como uma reação
m
Ene-3
lateral quando os hidrocarbonetos são queimados como combustíveis. Em altas temperaturas produzidas em um motor
C 2
H- funcionando, parte do nitrogênio reage com o oxigênio para formar NO, como expressa a equação:
N2(g) 1 O2(g) # 2 NO(g) ΔHo 5 2180,5 kJ
Se um motor gera 15,7 g de monóxido de nitrogênio durante um teste de laboratório, quanto de calor deve ser liberado nessa produção?
a) 47,20 kJ.
b) 180,5 kJ.
c) 94,50 kJ.
d) 361,0 kJ.

3 (UFSM-RS – Adaptada) O incêndio do dirigível Hindenburg, em Nova Jer-

2010.
m
Ene-1
sey, marcou o fim do uso de hidrogênio em dirigíveis, potencializando o

ÃO/UFSM,
C 2
H- uso de aviões.
O hidrogênio reage ao ar de acordo com a equação:

REPRODUÇ
2 H2(g) 1 O2(g) 2 H2O(g) ΔH 5 2483,6 kJ
Considerando a equação, analise as afirmações:
I. Como o valor de ΔH é negativo, o sistema libera calor para a vizinhança.
II. O valor da variação da entalpia permanece o mesmo, independente da
quantidade de reagentes consumida no processo.
III. A entalpia dos reagentes é maior que a entalpia dos produtos.
IV. A reação é endotérmica.
Estão corretas:
BROWN,
a) apenas I e II. Th
E. Químic eodore L.; LEMAY,
b) apenas I e III. a, a ciênc H. Eugen
ia central. e
Hall, 2005
. p. 151. São Paulo ; BURSTEN, Bruce
c) apenas II e III. : Pearson
Pretince
d) apenas II e IV.
e) apenas I, III e IV.

18 Termoquímica
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (Uncisal) O fósforo existe sob três formas alotrópicas: fósforo branco, amarelo e preto. O fósforo amarelo é uma variedade altamen-
m
Ene-6
te tóxica e instável, que se oxida espontaneamente a temperaturas próximas de 40 oC, liberando grande quantidade de calor. O
C 5
H-2 diagrama apresenta a reação espontânea do fósforo (P4) com o ar.

Energia

P4 1 5 O2
0

ΔH 5 22 980 kJ/mol

P4O10

Coordenada de reação

A quantidade de matéria produzida e o calor liberado (em kJ) pela combustão de 15,5 g de fósforo são, respectivamente,
a) 0,125 e 372,5.
b) 0,250 e 745,0.
c) 0,500 e 1 490,0.
d) 0,800 e 2 384,0.
e) 1,000 e 2 980,0.

2 (PUC-RJ) O mercúrio tem número atômico igual a 80 e é o único metal líquido na temperatura ambiente. O mercúrio pode ser
produzido a partir da decomposição do seu óxido HgO, que tem massa molar igual a 216,6 g mol21. A decomposição de uma
quantidade de HgO liberou 40 kJ de energia. Considerando o mercúrio e a reação de decomposição de seu óxido indicada abaixo,
faça o que se pede.
HgO(s) # Hg(l) 1 1 O2(g); ΔH 5 2200 kJ
2
Dado: R 5 0,082 atm L mol21 K21.
a) Calcule a massa de HgO que se decompôs.
b) Calcule o volume que O2(g) produzido ocupa a 1 atm e 25 oC.
c) Indique o número de nêutrons do isótopo 200Hg.
d) Calcule a percentagem em massa de Hg no HgO.

3 (Fuvest-SP) Para estudar a variação de temperatura associada à reação entre Zn(s) e Cu21(aq), foram realizados alguns experimentos
m
Ene-6
independentes, nos quais diferentes quantidades de Zn(s) foram adicionadas a 100 mL de diferentes soluções aquosas de CuSO4.
C 6
H-2 A temperatura máxima (Tf ) de cada mistura, obtida após a reação entre as substâncias, foi registrada conforme a tabela:

Quantidade de Quantidade de Quantidade de


Experimento Tf (°C)
matéria de Zn(s) (mol) matéria de Cu21(aq) (mol) matéria total* (mol)

1 0 1,0 1,0 25,0


2 0,2 0,8 1,0 26,9

FRENTE B
3 0,7 0,3 1,0 27,9
4 X Y 1,0 T4
*Quantidade de matéria total 5 soma das quantidades de matéria iniciais de Zn(s) e Cu21(aq).
QUÍMICA

a) Escreva a equação química balanceada que representa a transformação investigada.


b) Qual é o reagente limitante no experimento 3? Explique.
c) No experimento 4, quais deveriam ser os valores de X e Y para que a temperatura T4 seja a maior possível? Justifique suas
respostas.

Termoquímica 19
CAPÍTULO

3 Lei de Hess

Objetivos: Germain Henri Ivanovitch Hess (1802-1850) foi um médico e químico que, apesar de nascido
na Suíça, passou toda a sua vida na Rússia, e é considerado um precursor da Termoquímica. Entre
c Compreender que
inúmeros trabalhos nessa área, Hess constatou, em 1840, a seguinte lei:
um processo químico
pode ter várias etapas
intermediárias, mas A variação de entalpia envolvida numa reação química, sob determinadas condições experi-
que a entalpia da mentais, depende exclusivamente da entalpia inicial dos reagentes e da entalpia final dos produtos,
reação depende seja a reação executada numa única etapa, seja em várias etapas sucessivas.
apenas da etapa
inicial dos reagentes
Em outras palavras, o valor de ΔH de um processo não depende do número de etapas inter-
e da entalpia final dos
mediárias nem do tipo de reação que ocorre em cada etapa do processo. Isso reafirma a expressão:
produtos.

c Entender como se ΔHReação 5 HProdutos 2 HReagentes


calcula a entalpia de
um processo químico
Essa constatação é importante porque permite trabalhar com equações químicas como se
composto de várias
fossem equações matemáticas, isto é, permite calcular o ΔH de uma reação x pela soma de reações
etapas intermediárias.
de ΔH conhecidos, cujo resultado seja a reação x.
Considere, por exemplo, a reação de combus-
SUWAN WANAWATTANWONG/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
tão incompleta do carbono produzindo apenas
monóxido de carbono, CO(g):
2 C(grafita) 1 1 O2(g) *( 2 CO(g) ΔH 5 ?
É impossível medir com precisão o ΔH dessa
reação, pois, na prática, não se consegue parar a
oxidação do carbono exatamente no estágio cor-
respondente à formação do CO(g). Sempre se for-
ma um pouco de CO2(g).
REPRODUÇÃO/ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 1 – A combustão
incompleta do carvão vegetal
gera, além de monóxido de
carbono, cinzas e fuligem.

Podemos medir no calorímetro, porém, a variação de entalpia, ΔH, das seguintes reações:
Equação I. 1 C(grafita) 1 1 O2(g) *( 1 CO2(g) ΔH 5 294,1 kcal
Equação II. 2 CO(g) 1 1 O2(g) *( 2 CO2(g) ΔH 5 2135,4 kcal
Obedecendo a algumas regras matemáticas, podemos “manipular” as equações I e II, de modo
que, ao somá-las, o resultado seja a equação da combustão incompleta do carbono, que vamos
chamar de equação x.
Fig. 2 – O químico Germain Henri
Ivanovitch Hess nasceu em Genebra, na Acompanhe:
Suíça, no dia 7 de agosto de 1802. Na equação x, temos como primeiro reagente 2 mol de C(grafita).

20 Termoquímica
O C(grafita) aparece na equação I, porém na quantidade de 1 mol.
Devemos então multiplicar toda a equação I por 2 para obter uma reação em que 2 mol de
C(grafita) sofram combustão completa.

Ao multiplicar ou dividir os coeficientes de uma reação termoquímica por um


número qualquer, deve-se multiplicar ou dividir o valor de ΔH dessa reação pelo
mesmo número.

Equação I ? 2: 2 C(grafita) 1 2 O2(g) *( 2 CO2(g) ΔH 5 2188,2 kcal

Na equação x, temos como produto 2 mol de CO(g). Na equação II aparecem 2 mol de CO(g)
no reagente. Devemos então inverter a equação II para obter uma reação em que se formam
2 mol de CO(g).

Ao inverter uma reação termoquímica, deve-se trocar o sinal do ΔH, pois, se em de-
terminado sentido a reação libera calor, em sentido contrário a reação terá de absorver
a mesma quantidade de calor que havia liberado e vice-versa.

Inverso da equação II: 2 CO2(g) *( 2 CO(g) 1 1 O2(g) ΔH 5 1135,4 kcal


Não consideramos o reagente O2(g) da equação x porque ele aparece tanto na equação I como
na equação II. Frequentemente, quando isso ocorre, o reagente (ou produto) acaba se ajustando
sozinho durante a soma algébrica das equações.
Somando-se as equações I e II, após a aplicação das regras descritas anteriormente, obtemos a
equação x. Observe:

Equação I ? 2: 2 C(grafita) 1 2 O2(g) ( 2 CO2(g) ΔH 5 2188,2 kcal


Inverso da equação II: 2 CO2(g) ( 2 CO(g) 1 1 O2(g) ΔH 5 1135,4 kcal
Equação x: 2 C(grafita) 1 1 O2(g) ( 2 CO(g) ΔH 5 252,8 kcal

Como de fato a soma da equação I multiplicada por 2 com o inverso da equação II


forneceu a equação x, então o ΔH da reação x é igual à soma dos valores dos ΔH dessas x A(s) 1 ..... ( ..... 1 .....
equações. ..... 1 ..... ( x A(s) 1 .....
Observe que o processo para somar as equações químicas segue as etapas: zero de A(s)
Se uma substância aparece na mesma quantidade no reagente de uma equação e no 2 x A(s) 1 ..... ( ..... 1 .....
produto de outra equação, a soma será igual a zero.
..... 1 ..... ( x A(s) 1 .....
Se uma substância aparece em maior quantidade no reagente de uma equação e em me-
x A(s) no reagente
nor quantidade no produto de outra equação, devemos subtrair essas quantidades em
módulo e colocar o resultado no reagente da equação final. x A(s) 1 ..... ( ..... 1 .....

Se uma substância aparece em maior quantidade no produto de uma equação e em me- ..... 1 ..... ( 2 x A(s) 1 .....
nor quantidade no reagente de outra equação, devemos subtrair essas quantidades em x A(s) no produto
FRENTE B
módulo e colocar o resultado no produto da equação final. x A(s) 1 ..... ( ..... 1 .....
Se uma substância aparece no reagente de duas ou mais equações diferentes, devemos y A(s) 1 ..... ( ..... 1 .....
somar todas as quantidades e colocar o total no reagente da equação final. O mesmo
x 1 y de A(s) no reagente
raciocínio deve ser seguido no caso de uma substância que aparece no produto de
QUÍMICA

duas ou mais equações diferentes. .... 1 ..... ( x A(s) 1 .....


..... 1 ..... ( y A(s) 1 .....
Se uma substância aparece no reagente ou no produto de apenas uma equação entre as
várias que estão sendo somadas, devemos colocar essa substância, respectivamente, no x 1 y de A(s) no produto
reagente ou no produto da equação final na quantidade em que ela se apresenta.

Termoquímica 21
Representação e
Linguagem
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

O desenvolvimento do termômetro Fahrenheit descobriu um método especial para purificar o


Em maior ou menor grau, todas as substâncias dilatam-se ou mercúrio e foi o primeiro a utilizá-lo como fluido em termômetros,
expandem-se com o aumento de temperatura. Na Antiguidade, o que gerou progressos significativos nesse campo, pois o mercúrio
os gregos de Alexandria, por exemplo, já sabiam que o ar sofre abrange um intervalo mais amplo de temperatura; as medidas po-
expansão ao ser aquecido. dem ser facilmente reproduzidas nas mesmas condições.
Os termômetros (instrumentos utilizados para medir a tem- Fahrenheit aperfeiçoou sua escala passando a usar como
peratura) contêm um fluido que pode ser um gás (em geral o pontos de referência as temperaturas de fusão do gelo (32 °F) e
ar) ou um líquido (como mercúrio ou álcool). Esse fluido expan- de ebulição da água (212 °F), à pressão atmosférica, e dividiu esse
de-se ou se contrai de acordo com a temperatura do sistema intervalo (212 – 32) em 180 partes (grau Fahrenheit).
que esteja em contato com o termômetro, até que o equilíbrio Em 1742, o astrônomo, físico e matemático sueco Anders
térmico seja estabelecido. Nesse ponto, é só ler a temperatura Celsius (1701-1744) propôs uma nova es-
do sistema na escala do termômetro. Para cada grau Celsius de cala termométrica, publicada pela Real
variação de temperatura, o volume dos fluidos expande-se na Sociedade Sueca. Inicialmente, Celsius es-
seguinte proporção: colheu o “zero grau” como sendo o ponto
de ebulição da água, atribuindo os “100
Substância Expansão aproximada graus” ao ponto de congelamento. Mais
tarde, o biólogo sueco Carolus Linnaeus
Álcool 1,00 parte em 1 000 (1707-1778) inverteu esses pontos, sur-
gindo assim a escala “centígrada” (que
Mercúrio 2,00 partes em 10 000 significa literalmente “dividida em cem
Ar 3,67 partes em 1 000 graus”). Em 1948, o nome dessa escala
foi alterado para “escala Celsius”.
O mercúrio mede uma faixa extensa de temperatura; o álcool Mais ou menos na mesma época
mede uma faixa menor. O gás, cuja capacidade de expansão é em que Celsius publicou sua escala, o
cerca de quatro vezes maior que a do mercúrio, é usado apenas cientista francês René-Antoine Fer-
para detectar pequenas variações de temperatura dentro de uma chault Réaumur (1683-1757), que fazia
faixa bem estreita. experimentos com um termômetro
No século XVIII, o astrônomo dinamarquês Ole Christensen de álcool, concluiu que essa substân-
Römer (1644-1710) percebeu que era necessário utilizar dois pontos cia tem uma expansão da ordem de
fixos para obter uma escala termométrica que pudesse ser utilizada 80 partes por mil entre o ponto de
cientificamente: um “ponto de congelamento” e um “ponto de ebu- congelamento e o ponto de ebuli-
lição” e, em 1708, projetou seu termômetro à base de álcool líquido. ção da água.
Para obter o “ponto de congelamento” optou, após alguns ex- Conversão:
perimentos, por uma mistura de gelo e cloreto de amônio. Para o °C
5 °R 5 °F 2 32
“ponto de ebulição”, ele considerou a temperatura da água fervendo 5 4 9
e dividiu o espaço entre os dois pontos em 60 graus.
Em 1730, Réamur pro-
ES

Römer projetou seu termômetro em 1708, mas não recebeu


W IMAG

o reconhecimento devido por seu trabalho. O crédito para a escala duziu então uma escala ter-
mométrica de 80 graus, que
OCK/GLO

com dois pontos fixos – ou melhor, para uma modificação dela


– é concedido ao físico holandês Gabriel Daniel Fahrenheit (1686- foi muito utilizada durante
UTTERST

1736), que, após uma visita a Römer, em 1708, começou a produzir algum tempo na Europa oci-
seus próprios termômetros. dental.
SIZOV/SH

Fig. 3 – Termômetro
a álcool.

22 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
(FGV-SP) Em um conversor catalítico, usado em veículos au- b) exotérmica e libera 120,5 kcal/mol.
Ene-5
C 8
H-1
tomotores em seu cano de escape para redução da polui- c) exotérmica e libera 67,7 kcal/mol.
ção atmosférica, ocorrem várias reações químicas, sendo que d) endotérmica e absorve 120,5 kcal/mol.
uma das mais importantes é: e) endotérmica e absorve 67,7 kcal/mol.
1
CO(g) 1 O2(g) # CO2(g) RESOLUÇÃO:
2
Sabendo que as entalpias das reações citadas abaixo são: CO(g) ( C (grafite) + 1 O2 ΔH 5 126,4 kcal
2
1
C(grafite) 1 O (g) # CO(g) ΔH 5 226,4 kcal C(grafite) + O2(g) ( CO2(g) ΔH 5 294,1 kcal
2 2
C(grafite) 1 O2(g) # CO2(g) ΔH 5 294,1 kcal CO(g) + 1 O2(g) ( CO2(g) ΔH 5 267,7 kcal
pode-se afirmar que a reação inicial é: 2
a) exotérmica e absorve 67,7 kcal/mol. Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

m
Ene-3
(Unirio-RJ) A água da chuva nunca teve a pureza que o senso comum lhe atribui, mas por obra e graça de nossa civilização,
C 2
H-1 os gases, a matéria orgânica e as fuligens, que resultam de atividades humanas, interferem no processo de formação das nu-
vens, o que resulta em chuva ácida. Com base nas equações I, II e III, a entalpia da reação de formação de chuva ácida
(H2S 1 2 O2 # H2SO4 1 ΔH 5 ?) é: a
3 3
O *( H2O 1 SO2
I. H2O 1 SO2 # H2S 1 O2 ΔH 5 137,5 kJ/mol H2S 1
2 2
ΔH 5 237,5 kJ
2
II. H2O 1 SO3 # H2SO4 ΔH 5 240,8 kJ/mol
SO2 1 1 O2 *( SO3 ΔH 5 124,0 kJ
1 2
III. SO3 # O2 1 SO2 ΔH 5 224,0 kJ/mol
2 H2O 1 SO3 *( H2SO4 ΔH 5 240,8 kJ
a) ΔH 5 254,3 kJ/mol d) ΔH 5 127 kJ/mol
b) ΔH 5 227 kJ/mol e) ΔH 5 220,7 kJ/mol H2S 1 2 O2 *( H2SO4 ΔH 5 254,3 kJ
c) ΔH 5 154,3 kJ/mol

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 2 (Fatec-SP) A fermentação que produz o álcool das bebidas al-
m
Ene-7
coólicas é uma reação exotérmica representada pela equação:
C 5
H-2
1 (Fatec-SP) Em minas de carvão, é comum ocorrer despren- C6H12O6(s) # 2 C2H5OH(l) 1 2 CO2(g) 1 X kJ
m
Ene-7
dimento de metano, que juntamente com o O2 do ar forma
C 6
H-2 uma mistura explosiva conhecida como gás grisu. As equa- Considerando-se as equações que representam as combus-
ções que se seguem representam a combustão desse gás. tões da glicose e do etanol:

FRENTE B
CH4(g) 1 2 O2(g) # CO2(g) 1 2 H2O(g) ΔH 5 2 802 kJ C6H12O6(s) 1 6 O2(g) # 6 CO2(g) 1 6 H2O(l) 1 2 840 kJ
CH4(g) 1 2 O2(g) # CO2(g) 1 2 H2O(l) ΔH 5 2 890 kJ C2H5OH(l) 1 3 O2(g) # 2 CO2(g) 1 3 H2O(l) 1 1 350 kJ
As informações dadas permitem concluir que para ocorrer a
transformação: pode-se concluir que o valor de X em kJ/mol de glicose é:
QUÍMICA

H2O(l) # H2O(g) a) 140


são: b) 280
a) liberados 88 kJ/mol. d) absorvidos 44 kJ/mol. c) 1 490
b) absorvidos 88 kJ/mol. e) liberados 176 kJ/mol. d) 4 330
c) liberados 846 kJ/mol. e) 5 540

Termoquímica 23
Para a reação:
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
Na(s) 1 1 Cl2(g) # NaCl(s)
2
1 (Cesgranrio-RJ) O elemento químico tungstênio, de símbolo W, a variação de entalpia (ΔH), em kcal, a 25 °C e 1 atm, é igual a:
m
Ene-5
é muito utilizado em filamentos de lâmpadas incandescentes a) 298 d) 1153
C 8
H-1 comuns. b) 2153 e) 198
Quando ligado a elementos como o carbono ou o boro for- c) 255
ma substâncias inertes e muito duras.
3 (Fuvest-SP) O monóxido de nitrogênio (NO) pode ser produ-
O carbeto de tungstênio, WC(s), é muito utilizado em pon-
m
Ene-3
zido diretamente a partir de dois gases que são os principais
teiras de ferramentas como perfuratrizes, esmeris, lixas para C 0
H-1 constituintes do ar atmosférico, por meio da reação repre-
metais, etc.
sentada por:
Essa substância pode ser obtida pela reação:
N2(g) 1 O2(g) # 2 NO(g) ΔH 5 1180 kJ
C(grafite) 1 W(s) # WC(s)
O NO pode ser oxidado, formando o dióxido de nitrogênio
A partir das reações a seguir, calcule o ΔH de formação para (NO2), um poluente atmosférico produzido nos motores a
o WC(s). explosão:
Dados: 2 NO(g) 1 O2(g) # 2 NO2(g) ΔH 5 2114 kJ
Tal poluente pode ser decomposto nos gases N2 e O2:
W(s) 1 3 O2(g) # WO3(s) ΔHcombustão 5 2840 kJ/mol 2 NO2(g) # N2(g) 1 2 O2(g)
2
Esta última transformação:
C(grafite) 1 O2(g) # CO2(g) ΔHcombustão 5 2394 kJ/mol a) libera quantidade de energia maior do que 114 kJ.
b) libera quantidade de energia menor do que 114 kJ.
WC(s) 1 5 O2(g) # WO3(s) 1 CO2(g) ΔHcombustão 5 21 196 kJ/mol
2 c) absorve quantidade de energia maior do que 114 kJ.
d) absorve quantidade de energia menor do que 114 kJ.
a) 219 kJ/mol e) ocorre sem que haja liberação ou absorção de energia.
b) 138 kJ/mol
c) 238 kJ/mol 4 (Fuvest-SP) O besouro-bombardeiro espanta seus predado-
d) 12 430 kJ/mol res expelindo uma solução quente. Quando ameaçado, em
e) 22 430 kJ/mol seu organismo ocorre a mistura de soluções aquosas de hi-
droquinona, peróxido de hidrogênio e enzimas, que promo-
2 (PUC-MG) O diagrama a seguir contém valores das entalpias vem uma reação exotérmica, representada por:
m
Ene-5
das diversas etapas de formação do NaCl(s), a partir do Na(s) e
C 7
H-1 do Cl2(g). C6H4(OH)2(aq) 1 H2O2(aq) Enzimas C6H4O2(aq) 1 2 H2O(l)
O calor envolvido nessa transformação pode ser calculado,
H Na(g) 1 Cl(g) Estados iniciais considerando-se os processos:
(kcal)
C6H4(OH)2(aq) # C6H4O2(aq) 1 H2(g) ΔHo 5 1177 kJ ? mol21
1 129,0 kcal
Na(g) 1
2
Cl2(g) H2O(l) 1 1 O2(g) # H2O2(aq) ΔHo 5 195 kJ ? mol21
126,0 kcal 2
1 H2O(l) # 1 O2(g) 1 H2(g) ΔHo 5 1286 kJ ? mol21
Na(s) 1 Cl2(g)
2 2
2153,0 kcal Assim sendo, o calor envolvido na reação que ocorre no or-
ganismo do besouro é:
NaCl(s) Estado final a) 2558 kJ ? mol21 d) 1558 kJ ? mol21
b) 2204 kJ ? mol21
e) 1585 kJ ? mol21
c) 1177 kJ ? mol21

ANOTAÇÕES

24 Termoquímica
CAPÍTULO

4 Exercícios sobre
a lei de Hess

Objetivo:
c Exercitar os conceitos EXERCÍCIO RESOLVIDO
associados à lei de
Hess. (Unimontes-MG) Um inseto conhecido como besouro-bombardeiro consegue afugentar
m
Ene-7
C 4
seus predadores lançando sobre eles um “aerossol químico”, um vapor na forma de fina névoa.
H-2 Esse aerossol resulta de uma reação química entre as substâncias hidroquinona, C6H4(OH)2,
e o peróxido de hidrogênio, H2O2, catalisada por uma enzima. Além do efeito térmico da
reação, a quinona, C6H4O2, produzida atua como repelente contra outros insetos e animais.
A reação de formação do aerossol químico pode ser representada pela equação:
C6H4(OH)2(aq) 1 H2O2(aq) # C6H4O2(aq) 1 2 H2O(l)
Considere as reações representadas pelas equações I, II e III:
I. C6H4(OH)2(aq) # C6H4O2(aq) 1 H2(g) ΔH° 5 177 kJ.
1
II. H2O2(aq) # H2O(l) 1 O2(g) ΔH° 5 294,6 kJ.
2
1
III. H2(g) 1 O2(g) # H2O(l) ΔH° 5 2286 kJ.
2
Relacionando as equações I, II e III, pode-se afirmar que, para afugentar os predadores, o
besouro-bombardeiro libera uma quantidade de calor equivalente a:
a) 557,6 kJ. b) 203,6 kJ. c) 368,4 kJ. d) 407,2 kJ.

RESOLUÇÃO:
Reação I: C6H4(OH)2(aq) # C6H4O2(aq) 1 H2(g) ΔH° 5 1177 kJ
1
Reação II: H2O2(aq) # H2O(l) 1 O (g) ΔH° 5 294,6 kJ
2 2
Reação III: H2(g) 1 1 O2(g) # H2O(l) ΔH° 5 2286 kJ
2
Equação global: C6H4(OH)2(aq) 1 H2O2(aq) # C6H4O2(aq) 1 2 H2O(l)
ΔH° 5 1177 kJ 2 94,6 kJ 2 286 kJ 5 2203,6 kJ
Alternativa b.

PARA CONSTRUIR
FRENTE B
1 (Mack-SP) A hidrazina, cuja fórmula química é N2H4, é um composto químico com propriedades similares à amônia, usado entre
m
Ene-7
outras aplicações como combustível para foguetes e propelente para satélites artificiais.
C 4
H2
- Em determinadas condições de temperatura e pressão, são dadas as equações termoquímicas abaixo.
QUÍMICA

1
I. N2(g) 1 2 H2(g) # N2H4(g) ΔH 5 195,0 kJ/mol II. H2(g) 1 O2(g) # H2O(g) ΔH 5 −242 kJ/mol
2
A variação de entalpia e a classificação para o processo de combustão da hidrazina, nas condições de temperatura e pressão das
equações termoquímicas fornecidas são, de acordo com a equação:
N2H4(g) 1 O2(g) # N2(g) 1 2 H2O(g),

Termoquímica 25
respectivamente, a 2 (Vunesp) A reação entre alumínio e óxido de ferro III pulveri-
a) −579 kJ/mol; processo exotérmico. m zados é exotérmica e fornece, como produtos, ferro metálico
Ene-7
b) 1389 kJ/mol; processo endotérmico. C 6
H-2 e óxido de alumínio sólidos.
c) −389 kJ/mol; processo exotérmico. a) Escreva a equação balanceada da reação, indicando o es-
d) −147 kJ/mol; processo exotérmico. tado de agregação dos reagentes e dos produtos.
e) 1147 kJ/mol; processo endotérmico. 2 Al(s) + Fe2O3(s) # 2 Fe(s) + Al2O3(s)
1a reação invertida:
N2H4(g) # N2(g) + 2 H2(g) ΔH = −95,0 kJ
b) Calcule a variação de entalpia deste processo químico a
2a reação multiplicada por 2: partir das entalpias de reação dadas a seguir:
2 H2(g) + O2(g) # 2 H2O(g) ΔH = −484 kJ
3
2 Fe(s) 1 O2(g) # Fe2O3(s) ΔH1 5 2 824 kJ/mol
Reação global: 2
N2H4(g) + O2(g) # N2(g) + 2 H2O(g) ΔH = −579 kJ 3
2 Al(s) 1 O2(g) # Al2O3(s) ΔH2 5 21676 kJ/mol
2
3
2 Al(s) + O (g) ( Al2O3(s) ΔH 5 21 676 kJ
2 2
3
Fe2O3(s) ( 2 Fe(s) 1 O (g) ΔH 5 1824 kJ
2 2
2 Al(s) 1 Fe2O3(s) ( 2 Fe(s) 1 Al2O3(s) ΔH 5 2852 kJ

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TAREFA PARA CASA


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PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR

1 (Cefet-MG) O carbono pode ser encontrado na forma de alótropos como o grafite e o diamante. Considere as equações termoquí-
m
Ene-6
micas seguintes.
C 1
H2
- 1
C(grafite) 1 O2(g) # CO(g) ΔH 5 2110 kJ
2
C(grafite) 1 O2(g) # CO2(g) ΔH 5 2393 kJ
C(diamante) 1 O2(g) # CO2(g) ΔH 5 2395 kJ
A variação de entalpia da conversão de grafite em diamante, em kJ, é igual a:
a) 2788.
b) 22.
c) 12.
d) 1287.
e) 1788.

2 (Fuvest-SP) Benzeno pode ser obtido a partir de hexano por reforma catalítica. Considere os dados abaixo:
m
Ene-6
C 1
Reação de combustão Calor liberado (kJ/mol de combustível)
H2
-
1
H2(g) 1 O2(g) # H2O(l) 286
2
C6H6(l) 1 15 O2(g) # 6 CO2(g) 1 3 H2O(l) 3 268
2
C6H14(l) 1 19 O2(g) # 6 CO2(g) 1 7 H2O(l) 4 163
2
Pode-se então afirmar que na formação de 1 mol de benzeno, a partir do hexano, há:
a) liberação de 249 kJ.
b) absorção de 249 kJ.
c) liberação de 609 kJ.
d) absorção de 609 kJ.
e) liberação de 895 kJ.

26 Termoquímica
3 (Cesgranrio-RJ) O gás hilariante (N2O) tem características anestésicas e age sobre o sistema nervoso central, fazendo com que as
m
Ene-7
pessoas riam de forma histérica. Sua obtenção é feita a partir da decomposição térmica do nitrato de amônio (NH4NO3), que se
C 5
H-2 inicia a 185 °C, de acordo com a seguinte equação:
NH4NO3(s) **( Δ N2O(g) 1 2 H2O(g)
No entanto, o processo é exotérmico e a temperatura fornecida age como energia de ativação. Sabe-se que as formações das
substâncias N2O, H2O e NH4NO3 ocorrem através das seguintes equações termoquímicas:
N2(g) 1 1 O2(g) # N2O(g) 2 19,5 kcal
2
1
H2(g) 1 O2(g) # H2O(g) 1 57,8 kcal
2
3
N2(g) 1 2 H2(g) 1 O2(g) # NH4NO3(s) 1 87,3 kcal
2
A quantidade de calor liberada, em kcal, no processo de obtenção do gás hilariante é:
a) 8,8 b) 17,6 c) 28,3 d) 125,6 e) 183,4

PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (Uema) A revista Planeta, de agosto de 2009, ano 37, edição 443, publicou como reportagem de capa “Os refugiados ambientais – o
m
Ene-7
grande êxodo já começou. Mudanças climáticas farão milhões de pessoas abandonar seus lares e países em busca de sobrevivência”.
C 5
H2
- Dentre as causas elencadas para esse êxodo estão os clorofluorcarbonos (CFCs) que continuam colocados como redutores da blindagem
do ozônio na estratosfera. O processo consiste na absorção da radiação de alta energia pelos CFCs e o gás oxigênio, com produção de
átomos de cloro, os quais têm efeito catalítico para remover o ozônio. Observando esse processo nas equações termodinâmicas abaixo,
O2(g) 1 Cl(g) # ClO(g) 1 O(g) ΔH 5 164 kcal
O3(g) 1 Cl(g) # ClO(g) 1 O2(g) ΔH 5 230 kcal
indique o valor correto de ΔH, em kcal, para a reação da remoção de ozônio, conforme equação abaixo:
O3(g) 1 O(g) # 2 O2(g)
a) 194 b) 294 c) 134 d) 234 e) 260

2 (FMTM-MG) O gás natural é uma importante fonte energética, utilizado em indústrias e residências. A maior parte do gás utilizado
m
Ene-7
no Brasil é importada da Bolívia. Nesse ano, houve incertezas quanto ao futuro preço e abastecimento de gás no país. Na tabela,
C 6
H-2 são dadas as entalpias-padrão de combustão do metano, carbono e hidrogênio.
Substâncias ΔH°combustão (kJ/mol)
C(grafite) 2394
H2(g) 2286
CH4(g) 2890
A partir desses valores, pode-se afirmar que a entalpia-padrão de formação do metano a partir de seus elementos, em kJ/mol, é igual a:
a) 1360. b) 1210. c) 176. d) 276. e) 2210.

3 (Unifesp-SP) Quando o óxido de magnésio está na presença de uma atmosfera de gás carbônico, este é convertido a carbonato de
m
Ene-7
magnésio.
C 4
H-2
São dadas as entalpias-padrão de formação:
Mg(s) 1 1 O2(g) # MgO(s) ΔH°f 5 −602 kJ/mol
2
C(s, grafita) 1 O2(g) # CO2(g) ΔH°f 5 −394 kJ/mol
Mg(s) 1 C(s, grafita) 1 3 O2(g) # MgCO3(g) ΔH°f 5 −1 096 kJ/mol FRENTE B
2
A formação de um mol de carbonato de magnésio, a partir do óxido de magnésio e gás carbônico, é uma reação:
a) endotérmica, com valor absoluto de entalpia de 100 kJ.
QUÍMICA

b) exotérmica, com valor absoluto de entalpia de 100 kJ.


c) endotérmica, com valor absoluto de entalpia de 888 kJ.
d) exotérmica, com valor absoluto de entalpia de 888 kJ.
e) endotérmica, com valor absoluto de entalpia de 1 304 kJ.

Termoquímica 27
CAPÍTULO

5 Entalpias-padrão de
combustão e de formação

Objetivo: A variação de entalpia de uma reação termoquímica pode ser relacionada com o fenômeno
químico envolvido. Por exemplo:
c Conhecer os conceitos
a variação de entalpia de uma reação de combustão, quando medida para 1 mol de substância
de entalpia de
que sofre combustão, é denominada entalpia-padrão de combustão;
combustão e entalpia
a variação de entalpia de uma reação de formação, quando medida para 1 mol de substância
de formação.
obtida (formada em condições-padrão), é denominada entalpia-padrão de formação.

ENTALPIA-PADRÃO DE COMBUSTÃO
Considere, por exemplo, a reação de combustão do metano, CH4(g).
1 CH4(g) 1 2 O2(g) *( 1 CO2(g) 1 2 H2O(l)
Fig.1 – A chama contínua em uma
refinaria de petróleo provém da Para que a variação de entalpia dessa reação seja considerada uma entalpia-padrão de combus-
combustão do gás metano. tão, é necessário que ela seja medida em condições-padrão (25 °C e 1 atm) para exatamente 1 mol
da substância envolvida, no caso, o metano: ΔH°Combustão 5 2212,8 kcal.
LARRY LEE PHOTOGRAPHY/CORBIS/LATINSTOCK

Como são poucas as reações químicas cujo ΔH pode ser calculado experimentalmente com o
uso de um calorímetro, os valores experimentais tabelados das entalpias-padrão de combustão das
substâncias são importantes, porque, a partir deles, podemos calcular teoricamente o ΔH de reações
que não podem ser feitas em um calorímetro.
A tabela a seguir traz os valores de ΔH° de combustão para uma série de substâncias conhecidas:

Fórmula molecular Entalpia-padrão de combustão


Nome da substância
e fase de agregação kcal/mol kJ/mol
Hidrogênio H2(g) 268,3 2285,8
Grafita C(s) 294,1 2393,3
Monóxido de carbono CO(g) 267,6 2282,8
Metano CH4(g) 2212,8 2890,4
Etino C2H2(g) 2310,6 21 299,6
Eteno C2H4(g) 2337,2 21 410,8
Etano C2H6(g) 2372,8 21 599,8
Propano C3H8(g) 2530,6 22 220,0
Butano C4H10(g) 2688,0 22 878,6
Benzeno C6H6(l) 2781,0 23 267,7
Metanol H3C k OH(l) 2173,6 2726,3
Etanol H3C k CH2 k OH(l) 2326,5 21 366,1
Ácido etanoico H3C k COOH(l) 2208,5 2872,4
Glicose C6H12O6(s) 2673,0 22 815,8
Sacarose C12H22O11(s) 21 348,9 25 643,8

28 Termoquímica
ENTALPIA-PADRÃO DE FORMAÇÃO
Considere os exemplos de reações de formação (síntese) abaixo:
1
1 H2(g) 1 O2(g) *( 1 H2O(l) ΔH°f 5 268,3 kcal
2
1 H (g) 1 1 Cl (g) *( 1 HCl(g) ΔH°f 5 222,1 kcal
2 2 2 2
3 O (g) *( 1 O3(g) ΔH°f 5 134,0 kcal
2 2
A entalpia dessas reações é considerada uma entalpia-padrão de fomação, ΔH°f , porque seu
valor foi obtido na reação de síntese de 1 mol de moléculas da substância, a partir de substâncias Para os valores fornecidos
simples na forma alotrópica mais estável, em condições-padrão. nas tabelas abaixo, a incerteza
A tabela a seguir traz os valores da entalpia de formação de uma série de substâncias. no último dígito é de 11 ou 21.
Esses valores são importantes, porque, por meio deles, é possível calcular teoricamente o ΔH
de muitas outras reações.

Substância ΔH°f /kJ ? mol21 Substância ΔH°f /kJ ? mol21 Substância ΔH°f /kJ ? mol21
O3(g) 1142,3512 PCl3(g) 2306,5575 Fe2O3(s) 2822,7062
H2O(g) 2241,9882 PCl5(g) 2399,2114 Fe3O4(s) 21 117,8756
H2O(l) 2286,0313 Cn(s) diamante 11,8975 FeS2(s) 2178,0227
HF(g) 2268,7926 CO(g) 2110,5973 TiCl4(l) 2750,6932
HCl(g) 292,3734 CO2(g) 2393,7761 Al2O3(s) 21 670,9100
Br2(g) 130,7311 CH4(g) metano 274,8977 MgO(s) 2602,2293
HBr(g) 236,2577 C2H2(g) etino 1226,8994 MgCO3(s) 21 113,6888
HI(g) 125,9582 C2H4(g) eteno 152,3183 CaO(s) 2635,9749
SO2(g) 2297,0953 C2H6(g) etano 284,7241 CaC2(s) 262,8020
SO3(g) 2395,4433 C3H8(g) propano 2104,2513 Ca(OH)2(s) 2987,2474
H2S(g) 220,1594 C4H10(g) butano 2126,4414 CaCO3(s) calcita 21207,6825
H2SO4(l) 2811,8624 C6H6(l) benzeno 182,9824 Na2O(s) 2416,1679
NO(g) 190,4349 H3COH(l) metanol 2238,7313 NaOH(s) 2427,0117
NO2(g) 133,8754 C2H5OH(l) etanol 2277,8193 NaF(s) 2569,4048
N2O(g) 181,6007 HCHO(g) metanal 2115,9744 NaCl(s) 2411,2777
N2O3(g) 183,7360 C2H4O2(l) etanoico 2487,3435 NaBr(s) 2360,1904
N2O4(g) 19,6673 (SiO2)n(s) quartzo 2859,9687 NaI(s) 2288,2193
NH3(g) 246,2223 PbO(s) vermelho 2219,3883 Na2SO4(s) 21 385,4121
HNO3(l) 2173,3503 PbS(s) 293,7843 Na2SO4 ? 10 H2O(s) 24 326,9741

FRENTE B
NH4Cl(s) 2315,6010 AgCl(s) 2127,1196 NaNO3(s) 2466,9957

Observe que pela própria definição de entalpia-padrão de formação, concluímos que a ental-
pia-padrão de qualquer substância simples em condições-padrão é zero.
QUÍMICA

Exemplos:
1 H2(g) *( 1 H2(g) ΔH°f 5 0,0 kcal
1 O2(g) *( 1 O2(g) ΔH°f 5 0,0 kcal
1 C(grafita) *( 1 C(grafita) ΔH°f 5 0,0 kcal

Termoquímica 29
Resolução de Problemas

Acesse o Material Comple-


mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

m (UFRN) O etanol, C2H5OH, é um combustível muito usado no completa de 1 litro de etanol,


Ene-7
C 5
H2
- Brasil. Os valores de entalpia de combustão e da densidade a) absorvem-se, aproximadamente, 23 768,4 kJ de energia
dessa substância estão informados na tabela a seguir. em forma de calor.
b) liberam-se, aproximadamente, 1 093,4 kJ de energia em
Substância ΔH° (kj/mol) Densidade (kg/L) forma de calor.
c) absorvem-se, aproximadamente, 1 093,4 kJ de energia em
C2H5OH 21 366,8 0,8 forma de calor.
Massa molar do etanol: 46 g d) liberam-se, aproximadamente, 23 768,4 kJ de energia em
forma de calor.
Considerando esses valores, quando ocorre a combustão

RESOLUÇÃO:
1 L etanol ⇔ 0,8 kg ⇔ 800 g
1 mol etanol 46 g energia liberada 1 366,8 kJ
800 g x
x 5 23 770 kJ
Alternativa d.

PARA CONSTRUIR

1 (Cesgranrio-RJ) Observe o gráfico. O diagrama a seguir mostra a variação da entalpia da reação


m de combustão de 1 mol de etanol.
Ene-7
C 4 H
H-2
(kcal) H(kJ)
m 3
Ene-6 S(r) 1 O2(g)
C 5 2
H-2
0
C2H5OH(l) 1 3 O2(g)
Reagentes

ΔH 5 21368 kJ/mol

1
SO2(g) 1 O2(g)
2
271
ΔH 5 223 kcal
2 CO2(g) 1 3 H2O(l)
SO3(g)
Produtos
294

Analise as afirmativas:
O valor da entalpia de combustão de 1 mol de SO2(g), em
I. A energia liberada é chamada de calor de formação do
kcal, a 25 °C e 1 atm, é: b
etanol.
a) 271. d) 171.
II. O processo é exotérmico.
b) 223. e) 1165.
III. Na queima de 1 mol de etanol, são liberados 1 368 kJ.
c) 123.
Está(ão) correta(s): e
2 (UFSM-RS) Com o contínuo decréscimo das reservas de pe- a) apenas I. I. Falsa. A energia liberada na reação é cha-
m tróleo mundiais, o uso de outros combustíveis vem aumen- b) apenas II. mada calor de combustão do etanol.
Ene-7 II. Verdadeira.
C 6
H-2 tando cada vez mais. No Brasil, o etanol obtido pela fermen- c) apenas III.
III. Verdadeira.
tação da cana-de-açúcar é usado desde a década de 1980 d) apenas I e II.
m
Ene-6 como combustível em veículos automotores. e) apenas II e III.
C 5
H-2

30 Termoquímica
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA PRATICAR PARA APRIMORAR

1 (Fatec-SP) As reações de combustão do etanol e do heptano 1 (Fadergs-RS) Observe a tabela que apresenta alguns combus-
m
Ene-7
podem ser representadas pelas seguintes equações: m
Ene-7
tíveis e suas respectivas entalpias de combustão.
C 4 C 4
H-2 H-2
C2H5OH 1 3 O2 # 2 CO2 1 3 H2O 1 1,5 ? 10 kJ/mol 3

C7H16 1 11 O2 # 7 CO2 1 8 H2O 1 4,5 ? 103 kJ/mol m


Ene-6 Combustível Entalpia de combustão (kcal/mol)
C 5
Queima-se uma quantidade suficiente de etanol para obter H-2

a mesma energia que se obtém na queima de um mol de Gás natural, CH4 2213
heptano.
GLP, C4H10 2635
Nessas condições, na queima do etanol, a quantidade de mol
de CO2 formado é: Gasolina, C8H18 21 222
a) 2
b) 3 Álcool etílico, C2H5OH 2327
c) 5
Hidrogênio, H2 268
d) 6
e) 9
Qual dos combustíveis apresenta maior quantidade de ener-
2 (PUC-SP) O gás butano (C4H10) é o principal combustível presen- gia liberada por grama consumido?
m
Ene-2
te no gás liquefeito de petróleo (GLP) utilizado em bujões de gás a) Gás natural.
C 6
H- doméstico. No entanto, seu uso não é tão eficiente no maçarico; b) GLP.
neste último, o gás utilizado é o acetileno ou etino (C2H2). c) Álcool etílico.
a) Equacione as reações de combustão completa para esses d) Hidrogênio.
dois gases. e) Gasolina.
b) Sabendo-se que:
ΔH combustão do butano 5 2500 kcal ? mol21 2 (FGV-SP) No Brasil, a produção de etanol vem aumentando,
ΔH combustão do acetileno 5 2250 kcal ? mol21 m impulsionada pelo aumento da frota de carros bicombustí-
Ene-7
calcule a energia liberada por massas aproximadamente C 5
H2
- veis. O uso do álcool como combustível, por ser renovável,
iguais dos mesmos combustíveis (utilize para os seus cál- reduz o impacto da emissão de gás carbônico causado na
m
culos 11,7 g de acetileno e 11,6 g de butano). Ene-6
C 5
H-2
queima da gasolina.
c) Qual combustível possui maior poder calorífico por grama? A entalpia-padrão de combustão completa do etanol, em
3 (FCMMG) A produção de carboidratos na natureza ocorre nas kJ ? mol21, é igual a:
m plantas verdes por um processo chamado fotossíntese. As Dados:
Ene-6
C 1
H-2 plantas contêm o pigmento verde clorofila, que catalisa a con-
versão de dióxido de carbono e água em açúcares. A reação ΔH°f (kJ ? mol21)
simplificada pode ser representada pela seguinte equação:
6 CO2(g) 1 6 H2O(l) # C6H12O6(aq) 1 6 O2(g) C2H6O(l) 2278
Considere as entalpias de formação das seguintes substân-
CO2(g) 2394
FRENTE B
cias, todas a 25 °C e 1 atm de pressão:
CO2(g): 2393 kJ/mol; H2O(l): 2286 kJ/mol; C6H12O6(aq): H2O(l) 2286
21263 kJ/mol
A variação de entalpia (ΔH) da equação acima, é, em kJ, igual a: a) 11 368
QUÍMICA

a) 15 337 b) 1958
b) 12 811 c) 1402
c) 22 811 d) 2402
d) 25 337 e) 21 368

Termoquímica 31
CAPÍTULO

6 Cálculo do ΔH a partir da
entalpia de formação

Objetivo: É possível calcular a variação de entalpia, ΔH, de uma reação pela diferença entre as entalpias
de formação dos produtos e as entalpias de formação dos reagentes. Considere, por exemplo, a
c Compreender como
reação genérica:
são realizados os
cálculos de entalpia a A + b B *( c C + d D
a partir dos valores
em que A, B, C e D são substâncias que participam da reação química, e a, b, c e d são os coe-
associados à entalpia
de formação.
ficientes que tornam a equação balanceada.
Se chamarmos de:
ΔH°f A 5 entalpia de formação de A em kcal/mol;
ΔH°f B 5 entalpia de formação de B em kcal/mol;
ΔH°f C 5 entalpia de formação de C em kcal/mol;
ΔH°f D 5 entalpia de formação de D em kcal/mol;
teremos:
a entalpia dos reagentes, Hr , será ΔHr 5 a ? ΔH°f A + b ? ΔH°f B;
a entalpia dos produtos, Hp, será ΔHp 5 c ? ΔH°f C + d ? ΔH°f D.
Observe que é necessário multiplicar a entalpia de formação das substâncias pelo coeficiente
que elas apresentam na reação, pois a entalpia de formação se refere a apenas 1 mol de moléculas
da substância.
Assim, a variação de entalpia da reação pode ser calculada por:

HProdutos − HReagentes

ΔHReação 5 (c ? ΔH°f C + d ? ΔH°f D) − (a ? ΔH°f A + b ? ΔH°f B)

Como os valores dos ΔH°f de muitas substâncias são tabelados, podemos en-
contrar facilmente o ΔH de diversas reações por esse método.
Suponha que seja necessário conhecer o valor da variação de entalpia da reação
MICH
AL812/SHU
TTE
de redução da hematita, Fe2O3(s), com o monóxido de carbono, CO(g), para obten-
RS
T OC
K/
GL
ção de ferro metálico, Fe(s), e gás carbônico, CO2(g).
O
O primeiro passo é escrever a reação corretamente balanceada:
W
IM
AG

+ *( 2 Fe(s) +
ES

1 Fe2O3(s) 3 CO(g) 3 CO2(g)

Depois, verificamos os valores de entalpia de formação de reagentes e produtos:


ΔH°f Fe2O3(s)
5 −196,5 kcal/mol ΔH°f CO(g) 5 −26,4 kcal/mol
ΔH°f Fe(s)
5 0,0 kcal/mol ΔH°f CO (s) 5 −94,1 kcal/mol
2

Para finalmente podermos calcular a variação de entalpia, ΔH, da reação:


ΔH 5 [2 ? (ΔH°f Fe) + 3 ? (ΔH°f CO )] − [1 ? (ΔH°f Fe O ) + 3 ? (ΔH°f CO)] V
2 2 3
V ΔH 5 [2 ? (0,0) + 3 ? (−94,1)] − [1 ? (−196,5) + 3 ? (−26,4)] V
V ΔH 5 (−282,3) − (−275,7) V ΔH 5 −6,6 kcal
Fig. 1 – Hematita. Logo, o valor do ΔH da reação de redução da hematita é igual a −6,6 kcal.

32 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
Ene-1
(UFSM-RS) O álcool etílico é considerado um desinfetante e antisséptico, com finalidade de higienização das mãos, para prevenir
C 2
H- a gripe H1N1. Esse álcool pode ser obtido pela fermentação de açúcares, como a glicose:
C6H12O6(s) # 2 C2H5OH(l) + 2 CO2(g) ΔH 5 −68 kJ mol−1
Entalpia-padrão de formação de um mol da substância na temperatura de 25 °C e 1 atm:

Substância ΔH°f (kJ ? mol−1)

C6H12O6(s) 21 275
CO2(g) 2394

A entalpia-padrão de formação de um mol de álcool etílico, em kJ ? mol−1, é, aproximadamente,


a) −950 b) −556 c) −278 d) −68 e) −34

RESOLUÇÃO:
ΔHr 5 ΔHf Produtos − ΔHf Reagentes
−68 kJ 5 [2 x + 2 (−394 kJ)] − [−1275 kJ]
x 5 −278 kJ
Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

1 (FGV-SP) O teflon é um polímero sintético amplamente em- 2 (UFF-RJ) A cabeça de um palito de fósforo contém uma subs-
m pregado. Ele é formado a partir de um monômero que se ob- m tância chamada trissulfeto de tetrafósforo. Esse composto in-
Ene-7 Ene-6
C 5
H2
- tém por pirólise do trifluormetano. C 5
H2
- flama na presença de oxigênio, ocorrendo, à pressão normal,
O trifluormetano, CHF3, é produzido pela fluoração do gás a liberação de uma quantidade de calor de 3 677 kJ por mol.
m
Ene-6 A reação referente ao processo está representada abaixo:
C 5
H-2 metano, de acordo com a reação:
CH4(g) + 3 F2(g) # CHF3(g) + 3 HF(g) P4S3(s) + 8 O2(g) # P4O10(s) + 3 SO2(g)
Dados: Calcule a entalpia-padrão de formação do P4S3(s), conside-
rando a seguinte tabela:
ΔH°f (kJ ? mol−1)
Composto ΔH°f (kJ ? mol−1)
CHF3(g) −1 437
P4O10(s) −2 940,0
CH4(g) −75
SO2(g) −296,8
HF(g) −271
ΔHReação 5 ΔHf Produtos − ΔHf Reagentes
A entalpia-padrão da reação de fluoração do gás metano, em −3 677 kJ 5 [(−2 940 kJ) + 3 (−296,8 kJ)] − ΔHf Reagentes
kJ ? mol−1, é igual a: b ΔHReagentes 5 153,4 kJ ? mol−1
FRENTE B
a) −1 633.
b) −2 175.
c) −2 325.
d) +1 633.
QUÍMICA

e) +2 175.
ΔH 5 ΔHf Produtos − ΔHf Reagentes
ΔH 5 −1 437 kJ ? mol−1 + 3 (−271 kJ ? mol−1) − (−75 kJ ? mol−1) 5
5 −2 175 kJ ? mol−1

Termoquímica 33
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TAREFA PARA CASA


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PARA PRATICAR

1 (Udesc) A indústria siderúrgica utiliza-se da redução de minério de ferro para obter o ferro fundido, que é empregado na obtenção
m de aço. A reação de obtenção do ferro fundido é representada pela reação:
Ene-7
C 5
H-2 Fe2O3 + 3 CO # 2 Fe + 3 CO2
m
Ene-6
A entalpia de reação (ΔHºf ) a 25 °C é:
C 5
H2
- Dados: Entalpias de formação (ΔHºf ) a 25 °C, kJ/mol:

Fe2O3 Fe CO CO2
ΔH°f , kJ/mol −824,2 0 −110,5 −393,5

a) 24,8 kJ/mol d) −541,2 kJ/mol


b) −24,8 kJ/mol e) 1328,2 kJ/mol
c) 541,2 kJ/mol

2 (Unicamp-SP) Explosão e incêndio se combinaram no terminal marítimo de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, espalhando
m muita fumaça pela cidade e pela região. O incidente ocorreu com uma carga de fertilizante em que se estima tenham sido decom-
Ene-7
C 6
H2
- postas 10 mil toneladas de nitrato de amônio. A fumaça branca que foi eliminada durante 4 dias era de composição complexa,
mas apresentava principalmente os produtos da decomposição térmica do nitrato de amônio: monóxido de dinitrogênio e água.
Em abril de 2013, um acidente semelhante ocorreu em West, Estados Unidos da América, envolvendo a mesma substância. Infeliz-
mente, naquele caso, houve uma explosão, ocasionando a morte de muitas pessoas.
a) Com base nessas informações, escreva a equação química da decomposição térmica que ocorreu com o nitrato de amônio.
b) Dado que os valores das energias-padrão de formação em kJ ? mol−1 das substâncias envolvidas são nitrato de amônio (−366),
monóxido de dinitrogênio (82) e água (−242), o processo de decomposição ocorrido no incidente é endotérmico ou exotérmi-
co? Justifique sua resposta considerando a decomposição em condições padrão.

3 (Unicamp-SP) O nadador Michael Phelps surgiu na Olimpíada de Beijing como um verdadeiro fenômeno, tanto pelo seu desem-
penho como pelo seu consumo alimentar. Divulgou-se que ele ingere uma quantidade diária de alimentos capaz de lhe oferecer
uma energia de 50 MJ. Quanto disso é assimilado, ou não, é uma incógnita. Só no almoço, ele ingere um pacote de macarrão de
500 g, além de acompanhamentos.
a) Suponha que o macarrão seja constituído essencialmente de glicose (C6H12O6), e que, no metabolismo, toda essa glicose seja
transformada em dióxido de carbono e água. Considerando-se apenas o metabolismo do macarrão diário, qual é a contribui-
ção do nadador para o efeito estufa, em gramas de dióxido de carbono?
b) Qual é a quantidade de energia, em kJ, associada à combustão completa e total do macarrão (glicose) ingerido diariamente
pelo nadador?
Dados de entalpia de formação em kJ ? mol−1: glicose 5 −1274, água 5 −242, dióxido de carbono 5 −394.

4 (PUC-RJ) Um grande problema causado pela poluição atmosférica é a “deformação” que ocorre nas estátuas e nos monumentos,
m sobretudo nas grandes metrópoles. A acidez das chuvas ocasiona uma desintegração lenta e gradual das peças de mármore, con-
Ene-7
C 6
H-2 forme pode ser descrito pela reação:
CaCO3(s) + 2 HCl(aq) # CaCl2(aq) + H2O(l) + CO2(g)
Dados: Calores de formação (kJ/mol, a 25 °C e 1 atm)
CaCO3(s) −1207 H2O(l) −286
HCl(aq) −167 CO2(g) −393,5
CaCl2(s) −876,3 CaO(s) −635,5
De acordo com esses dados, determine:
a) a variação de entalpia da reação entre o ácido e o calcário (carbonato de cálcio).
b) a entalpia de decomposição do carbonato de cálcio (CaCO3). Escreva a reação de decomposição.

34 Termoquímica
a) +42,1 kcal c) −42,1 kcal
PARA APRIMORAR
b) +85,9 kcal d) −85,9 kcal

1 (Vunesp) A areia comum tem como constituinte principal o 3 (UFRJ) O prêmio Nobel de Química de 1995 foi concedido
m mineral quartzo (SiO2), a partir do qual pode ser obtido o silí- a três pesquisadores, F. S. Rowland, M. Molina e P. Crutzen,
Ene-7 m
Ene-7
C 5
H-2 cio, que é utilizado na fabricação de microchips. C 6
que há mais de vinte anos realizaram pesquisas sobre a
H-2
A obtenção do silício para uso na fabricação de processado- destruição da camada de ozônio. Em artigo publicado na
res envolve uma série de etapas. Na primeira, obtém-se o si- revista Nature, em 1974, Rowland e Molina propuseram
lício metalúrgico, por reação do óxido com coque, em forno que átomos de cloro, liberados pela fotólise de clorofluor-
de arco elétrico, à temperatura superior a 1900 °C. Uma das carbonos (CFCs), participaram de reações catalíticas que
equações que descreve o processo de obtenção do silício é destroem o ozônio presente na atmosfera terrestre, como
apresentada a seguir: mostrado a seguir:
SiO2(s) + 2 C(s) # Si(l) + 2 CO(g) Cl + O3 # ClO + O2
Dados: ΔHºf SiO2 5 −910,9 kJ ? mol−1 ClO + O # Cl + O2
ΔHºf CO 5 −110,5 kJ ? mol−1 Essas reações só podem ocorrer em grandes altitudes,
De acordo com as informações do texto, é correto afirmar onde existe uma quantidade suficiente de átomos isola-
que o processo descrito para a obtenção do silício metalúrgi- dos de oxigênio.
co correspondente a uma reação: Sabendo que a entalpia-padrão de formação do ozônio (O3) é
a) endotérmica e de oxirredução, na qual o Si4+ é reduzido a Si. de 142 kJ/mol e a entalpia-padrão de formação do oxigênio
b) espontânea, na qual ocorre a combustão do carbono. atômico é de 249 kJ/mol, determine a variação de entalpia-
c) exotérmica, na qual ocorre a substituição do Si por C. -padrão da reação global desse processo.
d) exotérmica, na qual ocorre a redução do óxido de silício.
e) endotérmica e de dupla troca. 4 (IME-RJ) O consumo de água quente de uma casa é de
m 0,489 m3 por dia. A água está disponível a 10,0 °C e deve
Ene-6
2 (Uece) O cloreto de amônio, considerado um dos quatro es- C 1
H-2 ser aquecida até 60,0 °C pela queima de gás propano. Admi-
m píritos da alquimia islâmica, é usado para limpeza de solda, tindo que não haja perda de calor para o ambiente e que a
Ene-7 m
C 5
fabricação de xampus, em estamparia de tecidos e em ex- Ene-6
H-2 C 5 combustão seja completa, calcule o volume (em m3) neces-
H2
-
pectorantes. Ele é obtido na fase sólida pela reação de amô- sário desse gás, medido a 25 °C e 1,00 atm, para atender à
m
Ene-6 nia gasosa com cloreto de hidrogênio gasoso a 25 °C e 1 atm
C 5
H2
-
demanda diária.
de pressão. Considere os dados constantes na tabela abaixo
e marque a opção que corresponde, aproximadamente, à en- Dados: Substância ΔHf / kcal
talpia do processo.
Dióxido de carbono – CO2(g) −94
Substância Entalpia de formação Água – H2O(g) −58
Amônia (g) −10,9 kcal/mol Propano – C3H8(g) −25
Cloreto de hidrogênio (g) −21,9 kcal/mol Constante dos gases: R 5 0,082 atm ? L / K ? mol
Cloreto de amônio (s) −74,9 kcal/mol Calor específico da água 5 1,0 cal / g ? °C

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Termoquímica 35
CAPÍTULO

7 Energia de ligação

Objetivos: Sabemos que os átomos dos diversos elementos químicos estabelecem ligações entre si para
adquirirem estabilidade.
c Compreender que a
formação da ligação
Quase sempre, adquirir estabilidade significa sair de uma situação de maior energia para
química libera energia
passar a outra situação de menor energia.
e, portanto, é um
processo exotérmico.
Desse modo, concluímos que:
c Entender como se Quando 2 átomos estabelecem entre si uma ligação covalente simples, dupla ou tripla, ocorre
calcula a energia de liberação de uma quantidade x de energia. Os átomos liberam energia e adquirem estabilidade.
ligação e a relação Logo, a formação da ligação química é um processo exotérmico (ΔH negativo).
com os valores de Para romper a ligação covalente simples, dupla ou tripla estabelecida entre dois átomos é neces-
energia de dissociação
sário fornecer a mesma quantidade x de energia que os átomos haviam liberado na formação
das ligações presentes
da ligação. Os átomos absorvem essa energia x e voltam a uma situação de instabilidade. Logo,
na molécula.
o rompimento da ligação química é um processo endotérmico (ΔH positivo).
Na prática, não podemos medir a energia liberada quando 2 átomos estabelecem uma ligação
química, mas podemos medir a energia necessária para romper 1 mol de ligações de mesmo tipo
entre 2 átomos.
Essa energia associada à ligação química é denominada energia de ligação.

A energia de ligação é uma medida da energia média, ΔH, necessária para romper 1 mol
de ligações covalentes (simples, duplas ou triplas) entre 2 átomos a fim de obter esses átomos
isolados na fase gasosa.
GLOSSÁRIO

ICP-OES
Espectrômetro de emissão óptica com O valor da energia de ligação é sempre fornecido em módulo, pois o sinal irá depender de a
plasma acoplado indutivamente. ligação estar sendo rompida (ΔH . 0) ou formada (ΔH , 0). Ou seja:
o processo de rompimento de uma ligação química é sempre endotérmico.
Exemplo: H k H(g) *( H(g) 1 H(g) ΔH 5 1104,2 kcal/mol
o processo de formação de uma ligação química é sempre exotérmico.
Exemplo: H(g) 1 H(g) *( H k H(g) ΔH 5 2104,2 kcal/mol
JAVIER LARREA/EASYPIX

W
BL
AN
CH
AR
D /W
I KI P E D IA / W I KI M E

Fig. 1 – O ICP-OES é um
equipamento que determina
a composição elementar de
DI A

uma amostra promovendo a


CO
M

M
quebra das ligações químicas por
ON
S

aquecimento.

36 Termoquímica
É importante observar que o valor da energia de ligação definida é um valor médio. Se tomarmos a
molécula de metano, CH4, por exemplo, e rompermos sucessivamente as quatro ligações covalen-
tes simples carbono-hidrogênio, encontraremos quatro valores diferentes, denominados energias
de dissociação, D.
CH4 1 energia ( H3C 1 H D(H3C — H) 5 81,0 kcal/mol (quebra da 1a ligação)

H3C 1 energia ( H2C 1 H D(H2C — H) 5 103,9 kcal/mol (quebra da 2a ligação)

H2C 1 energia ( HC 1 H D(HC — H) 5 104,3 kcal/mol (quebra da 3a ligação)

HC 1 energia ( C 1 H D(C — H) 5 106,0 kcal/mol (quebra da 4a ligação)

A energia de ligação associada à quebra da ligação carbono-hidrogênio, entretanto, é um valor


médio de aproximadamente 98,8 kcal/mol.
A tabela a seguir fornece os valores de algumas energias de ligação.

Entalpia de formação da ligação Entalpia de rompimento da ligação


Ligação
kcal/mol de ligações kJ/mol de ligações kcal/mol de ligações kJ/mol de ligações
H−H −104,2 −436,0 1104,2 1436,0
H−F −134,6 −563,2 1134,6 1563,2
H−Cl −103,2 −431,8 1103,2 1431,8
H−Br −87,5 −366,1 187,5 1366,1
H−I −71,4 −298,7 171,4 1298,7
C−H −98,8 −413,4 198,8 1413,4
C−O −84,5 −353,5 184,5 1353,5
C−F −103,8 −434,3 1103,8 1434,3
C−Cl −78,2 −327,2 178,2 1327,2
C−Br −67,1 −280,7 167,1 1280,7
C−I −57,7 −241,4 157,7 1241,4
C−C −82,9 −346,8 182,9 1346,8
ClC −146,8 −614,2 1146,8 1614,2
CmC −199,2 −833,4 1199,2 1833,4
C l O (carbonila) −178,0 −745,3 1178,0 1745,3
C l O (CO2) −192,1 −804,3 1192,1 1804,3
H−O −110,8 −463,5 1110,8 1463,5
O−O −33,2 −138,9 133,2 1138,9
OlO −119,1 −468,6 1119,1 1468,6
NmN −225,8 −945,4 1225,8 1945,4
N−H −93,4 −391,0 193,4 1391,0
FRENTE B
N−F −65,0 −272,1 165,0 1272,1
N−Cl −46,0 −192,6 146,0 1192,6
F−F −36,6 −153,1 136,6 1153,1
QUÍMICA

Cl−Cl −58,0 −242,6 158,0 1242,6


Br−Br −46,1 −192,8 146,1 1192,8
I−I −36,1 −151,0 136,1 1151,0

Termoquímica 37
Observações:
1a) A energia de ligação entre 2 átomos determinados é praticamente constante, qualquer que
seja a substância da qual façam parte. Isso prova que a energia de ligação é uma propriedade intrín-
seca aos átomos ligantes, que sofre muito pouca influência da vizinhança constituída pelos demais
átomos.
2a) Quanto maior a energia de ligação, mais forte serão as forças que unem os 2 átomos.
Com os valores tabelados das energias de ligação entre os átomos, podemos calcular o ΔH
da reação pela somatória de todas as energias de ligações rompidas nos reagentes e formadas nos
produtos:

O 1,2-dicloroetano ocu- ΔHReação 5 S(ΔHLigações rompidas no reagente) 1 S(ΔHLigações formadas no produto)


pa a 14a posição na produção
química dos Estados Unidos. Na relação acima, temos:
Trata-se de um líquido oleoso ΔHLigações rompidas no reagente: indica a soma de toda a energia absorvida para romper as ligações nos
e incolor, de odor forte e sabor reagentes. O processo é endotérmico, e o ΔH é positivo.
doce. É inflamável e altamente
tóxico. É utilizado na produção ΔHLigações formadas no produto: indica a soma de toda a energia liberada na formação dos produtos.
do cloreto de vinila que, por sua O processo é exotérmico, e o ΔH é negativo.
vez, dá origem ao plástico PVC Considere, por exemplo, a reação de adição de gás cloro, Cl2(g), ao eteno, C2H4(g), produzindo
(policloreto de vinila), matéria- o composto 1,2-dicloroetano, C2H4Cl2(l).
-prima, entre outras coisas, para Cl Cl
a fabricação de dutos e de tubos H H
rígidos para água e esgoto. C C 1 Cl Cl *( H C C H
H H H H

A partir das energias de ligação fornecidas na tabela abaixo, podemos calcular o ΔH da reação:

Ligação H− C C lC Cl− Cl C− C C− Cl

Energia/kcal ? mol21 98,8 146,8 58,0 82,9 78,2

  S(ΔHLigações rompidas no reagente): é a energia absorvida (1) no rompimento de:


4 mol de ligações H−C 5 4 ? 198,8
ES
AG

1 mol de ligações C l C 5 1 ? 1146,8


IM
W
LO

1 mol de ligações Cl−Cl 5 1 ? 158,0


K/G
OC

(ΔHLigações rompidas no reagente) 5 1600 kcal


R ST
T TE
/S H U

 S(ΔHLigações formadas no produto): é a energia liberada (2) na for-


T O A5 5

mação de:
2 mol de ligações C −Cl 5 2 ? 278,2
4 mol de ligações C −H 5 4 ? 298,8
1 mol de ligações C −C 5 1 ? 282,9
S(−ΔHLigações formadas no produto) 5 2634,5 kcal
Fazendo a somatória, encontramos o ΔH da reação:
ΔHReação 5 S(ΔHLigações rompidas no reagente) 1
1 S(ΔHLigações formadas no produto) V ΔHReação 5 600 1 (2634,5) V
V ΔHReação 5 234,5 kcal

Fig. 2 – Tubos de PVC.

38 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Mack-SP) O gás propano é um dos integrantes do GLP (gás liquefeito de petróleo) e, dessa forma, é um gás altamente inflamável.
m
Ene-7
Abaixo está representada a equação química não balanceada de combustão completa do gás propano.
C 4
H2
- C3H8(g) 1 O2(g) # CO2(g) 1 H2O(v)
m Na tabela, são fornecidos os valores das energias de ligação, todos nas mesmas condições de pressão e temperatura de combustão.
Ene-6
C 5
H-2
Ligação Energia de ligação (kJ ? mol21)
CkH 413
OlO 498
ClO 744
CkC 348
OkH 462

Assim, a variação de entalpia da reação de combustão de um mol de gás propano será igual a:
a) 21 670 kJ. c) 11 670 kJ. e) 14 160 kJ.
b) 26 490 kJ. d) 24 160 kJ.

RESOLUÇÃO:
Equação da reação de combustão completa balanceada do propano:
1 C3H8(g) 1 5 O2(g) # 3 CO2(g) 1 4 H2O(g)
H H H

H—C—C—C—H15OlO#3OlClO14HkOkH

H H H
ΔH 5 8 (1413 kJ) 1 2 (1348 kJ) 1 5 (1498 kJ) 1 6 (2744 kJ) 1 8 (2462 kJ)
ΔH 5 21 670 kJ
Alternativa a.

PARA CONSTRUIR

(UFC-CE) A natureza atua na fixação do nitrogênio de di- Assinale a alternativa correta. c


m versas maneiras. Uma dessas, que é responsável por cerca a) O processo descrito é acompanhado da formação se-
Ene-7
C 5
H-2 de somente 10% do processo natural total, é proveniente quenciada de espécies de mais baixos estados de oxida-
da ação da descarga elétrica dos raios sobre a massa at- ção do nitrogênio.
mosférica, que transforma o nitrogênio em óxido nítrico e, b) A fixação de nitrogênio é acompanhada de processos se-
posteriormente, em dióxido de nitrogênio. O NO2, por sua quenciados de redução, conduzindo à elevação do esta-
vez, reage com a água das chuvas produzindo HNO3, que do de oxidação do nitrogênio.
é, então, incorporado ao solo. c) Uma dificuldade admitida para a fixação do nitrogênio é a
elevada quantidade de energia requerida para quebrar a FRENTE B
O , hv O HO tripla ligação entre os átomos da molécula de N2.
N2 **(

NO **(

NO2 **(

HNO3
d) Somente com base nos valores das energias das ligações,
Dadas as energias de ligação: espera-se que o processo de formação do NO seja termo-
QUÍMICA

N2: 225 kcal/mol quimicamente espontâneo.


e) O processo descrito constitui-se de uma fonte natural de
O2: 118 kcal/mol inibição da formação de chuvas ácidas, seguido de neu-
NO: 162 kcal/mol tralização.

Termoquímica 39
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

a) 169,4 kJ/mol d) 2309,0 kJ/mol


PARA PRATICAR
b) 1309,0 kJ/mol e) 1154,5 kJ/mol
c) 269,4 kJ/mol
1 (PUC-RJ) O gás cloro (Cl2), amarelo-esverdeado, é altamente
tóxico. Ao ser inalado, reage com a água existente nos pul-
m
Ene-7 PARA APRIMORAR
C 5
H-2
mões, formando ácido clorídrico (HCl), um ácido forte capaz
de causar graves lesões internas, conforme a seguinte reação:
1 (UFMG) Metano, o principal componente do gás natural,
Cl2(g) 1 H2O(g) # HCl(g) 1 HClO(g)
é um importante combustível industrial. A equação ba-
Ligação Energia de ligação (kJ/mol; 25 °C e 1 atm) lanceada de sua combustão está representada adiante.
Consideram-se, ainda, as seguintes energias de ligação,
Cl k Cl 243
em kJ ? mol21:
HkO 464
E (C k H) 5 416
H k Cl 431
E (C l O) 5 805
Cl k O 205
E (O l O) 5 498
Utilizando os dados constantes na tabela acima, marque a
E (O k H) 5 464
opção que contém o valor correto da variação de entalpia
verificada, em kJ/mol. H
a) 1104 c) 152 e) 2104


b) 171 d) 271 C (g) 1 2 O l O(g) O l C l O(g) 1 2 O (g)
H
H H H H
2 (UFRGS-RS) Dadas as energias de ligação em kcal ? mol21
m C l C # 143 Utilizando-se os dados anteriores, pode-se estimar que a en-
Ene-7
C 4
H-2 C k H # 99 talpia de combustão do metano, em kJ · mol21, é:
C k Br # 66 a) –2 660 c) 2122 e) 806
Br k Br # 46 b) 2 806 d) 122
C k C # 80
2 (IFMG) O brometo de metila é um gás que age como fume-
A variação de entalpia da reação de adição de bromo ao alce- gante, utilizado para tratamento de solo, controle de formi-
m
no, representada pela equação: Ene-7
C 5
H-2 gas e tratamentos fitossanitários para fins quarentenários em
H2C l CH2 1 Br2 **( H2C — CH2 produtos de origem vegetal.
m
Ene-6

C 5 Dados os valores de energia média de algumas ligações quími-


H-2
Br Br cas, a energia envolvida no processo de hidrólise do brometo
é igual a: de metila é:
a) 223 kcal. c) 243 kcal. e) 1401 kcal.
b) 123 kcal. d) 2401 kcal. Ligação Energia de ligação (kJ · mol21)
C—H 413
3 (Ufam) A tabela abaixo representa os valores das energias de C — Br 176
m ligação química relativos a processos envolvendo quebras de
Ene-7 C—O 358
C 4
H-2
ligação. Dada a equação não balanceada abaixo, calcule a va-
riação de entalpia no processo e assinale a alternativa correta. H—O 433
m
Ene-6
C 5
H2
- CH4(g) 1 Cl2(g) # CHCl3(g) 1 HCl(g) H — Br 366
Fonte: <www.unep.fr/ozonaction/information/mmcfiles/
Ligação Energia de ligação (kJ · mol21) 6272-p-eliminação_do_brometo_de_metila.pdf>.

C—H 413,4 Dado: CH3Br 1 H2O # CH3OH 1 HBr (equação balanceada).


C — Cl 327,2 a) 15 kJ ? mol21.
b) 7,5 kJ ? mol21.
Cl — Cl 242,6
c) 30 kJ ? mol21.
H — Cl 431,8 d) 5,0 kJ ? mol21.

40 Termoquímica
CAPÍTULO
Exercícios sobre cálculo
8 do ΔH a partir da energia
de ligação

Objetivos:
c Rever os conceitos EXERCÍCIO RESOLVIDO
associados à entalpia
e energia de formação (Mack-SP) A variação de entalpia para a reação, dada pela equação:
de ligação química. 4 HCl(g) 1 O2(g) → 2 H2O(g) + 2 Cl2(g) é:
Dados: (Energia de ligação em kcal/mol)
c Exercitar os conceitos
associados à energia
H k Cl → 103,1
de ligação. H k O → 110,6
O l O → 119,1
Cl k Cl → 57,9
a) 11 089,2 kcal c) 226,7 kcal e) 2114,8 kcal
b) 2467,4 kcal d) 1911,8 kcal

RESOLUÇÃO:
4 H k Cl 1 O l O → 2 H k O k H + 2 Cl k Cl
ΔH 5 4 (1103,1 kcal) 1 (1119,1 kcal) 1 4 (2110,6 kcal) 1 2 (257,9 kcal)
ΔH 5 226,7 kcal
Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

(IF Sudeste-MG) A combustão, desde que foi descoberta pe- a) 1 399 kJ/mol
m los povos primitivos, tem servido a muitos interesses das so- b) 419,7 kJ/mol
Ene-7
C 6
H-2 ciedades humanas. Sua utilização na transformação de subs- c) 199 kJ/mol
tâncias e no processo de aquecimento favoreceu o grande d) 59,7 kJ/mol
m
Ene-6 avanço das sociedades. Considere a combustão do eteno e) 11 751,6 kJ/mol
C 5
H-2
representado pela equação não balanceada abaixo: H—C—C—H1 3OlO → 2OlClO 1 2HkOkH
CH2CH2 1 O2 → CO2 1 H2O

Dados os valores de entalpia de ligação, marque a alternativa H H


que apresenta o valor da combustão de 8,4 g de eteno. b ΔH 5 4 (+413 kJ) + 614 kJ + 3 (+469 kJ) + 4 (−804 kJ) +
+ 4 (−464 kJ)
ΔH 5 −1 399 kJ
FRENTE B
Ligação ΔH° (kJ / mol)
1 mol eteno (C2H4) 28 g 1 399 kJ
CkH 413 8,4 g x
x 5 419,7 kJ
CkC 347
ClC 614
QUÍMICA

OlO 469
ClO 804
HkO 464

Termoquímica 41
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TAREFA PARA CASA


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PARA PRATICAR
Texto para as questões 1 e 2.
Apesar de todos os esforços para se encontrar fontes alternativas de energia, estima-se que em 2030 os combustíveis fósseis repre-
sentarão cerca de 80% de toda a energia utilizada. Alguns combustíveis fósseis são: carvão, metano e petróleo, do qual a gasolina
é um derivado.
1 (Unicamp-SP) O hidrocarboneto n-octano é um exemplo de substância presente na gasolina. A reação de combustão completa
m do n-octano pode ser representada pela seguinte equação não balanceada:
Ene-7
C 4
H2
- C8H18(g) + O2(g) # CO2(g) + H2O(g)
Após balancear a equação, pode-se afirmar que a quantidade de:
a) gás carbônico produzido, em massa, é maior que a de gasolina queimada.
b) produtos, em mol, é menor que a quantidade de reagentes.
c) produtos, em massa, é maior que a quantidade de reagentes.
d) água produzida, em massa, é maior que a de gás carbônico.
2 (Unicamp-SP) No funcionamento de um motor, a energia envolvida na combustão do n-octano promove a expansão dos gases e
m também o aquecimento do motor. Assim, conclui-se que a soma das energias envolvidas na formação de todas as ligações químicas é:
Ene-6
C 1
H-2 a) maior que a soma das energias envolvidas no rompimento de todas as ligações químicas, o que faz o processo ser endotérmico.
b) menor que a soma das energias envolvidas no rompimento de todas as ligações químicas, o que faz o processo ser exotérmico.
c) maior que a soma das energias envolvidas no rompimento de todas as ligações químicas, o que faz o processo ser exotérmico.
d) menor que a soma das energias envolvidas no rompimento de todas as ligações químicas, o que faz o processo ser endotérmico.

PARA APRIMORAR

1 (UFC-CE) Dadas as reações:


m
Ene-7
I. H2(g) + Cl2(g) # 2 HCl(g)
C 4
H2
- II. N2(g) + 3 H2(g) # 2 NH3(g)
m e as energias de ligação:
Ene-6
C 5
H-2
Ligação Entalpia de ligação (kJ/mol)
HkH 432
NkN 942
H k Cl 428
Cl k Cl 240
NkH 386
a) Determine o ΔH para as reações I e II.
b) Baseado apenas nos valores de ΔH, qual das reações é mais favorável?

2 A partir das seguintes energias de ligação:


m
Ene-7
ClC (+146 kcal/mol de ligações)
C 4
H-2 CmC (+200 kcal/mol de ligações)
CkH (+100 kcal/mol de ligações)
CkF (+116 kcal/mol de ligações)
HkF (+135 kcal/mol de ligações)
calcule a energia total envolvida na reação:
F F

H k C m C k H 1 H k F @# C lC
H H

42 Termoquímica
3 (Fuvest-SP) Em cadeias carbônicas, dois átomos de carbono podem formar ligações simples (C  k  C), dupla (C  l  C) ou tripla
m (C m C). Considere que, para uma ligação simples, a distância média de ligação entre os dois átomos de carbono é de 0,154 nm, e
Ene-7
C 4
H2
- a energia média de ligação é de 348 kJ/mol.
Assim sendo, a distância média de ligação (d) e a energia média de ligação (E), associadas à ligação dupla (C l C), devem ser,
respectivamente:
a) d , 0,154 nm e E . 348 kJ/mol.
b) d , 0,154 nm e E , 348 kJ/mol.
c) d 5 0,154 nm e E 5 348 kJ/mol.
d) d . 0,154 nm e E , 348 kJ/mol.
e) d . 0,154 nm e E . 348 kJ/mol.

4 (Unicamp-SP) A hidrazina (H2N k NH2) tem sido utilizada como combustível em alguns motores de foguete. A reação de combus-
m tão que ocorre pode ser representada, simplificadamente, pela seguinte equação:
Ene-6
C 1
H-2 H2N k NH2(g) + O2(g) # N2(g) + 2 H2O(g)
m
Ene-6
A variação de entalpia dessa reação pode ser estimada a partir dos dados de entalpia das ligações químicas envolvidas. Para isso,
C 5
H-2 considera-se uma absorção de energia quando a ligação é rompida, e uma liberação de energia quando a ligação é formada.
A tabela abaixo apresenta dados de entalpia por mol de ligações rompidas.

Ligação Entalpia/kJ mol−1

HkH 436
HkO 464
NkN 163
NlN 514
NmN 946
CkH 413
NkH 389
OlO 498
OkO 134
ClO 799

a) Calcule a variação de entalpia para a reação de combustão de um mol de hidrazina.


b) Calcule a entalpia de formação da hidrazina sabendo-se que a entalpia de formação da água no estado gasoso é de
2242 kJ ? mol21.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Termoquímica 43
CAPÍTULO

9 Entropia

Objetivos: Rudolf Julius Emanuel Clausius (1822-1888), em 1854, introduziu a ideia de que toda reação
espontânea tende a um aumento de desordem no sistema.
c Conhecer o conceito de
entropia.
O termo “desordem” em Química significa uma distribuição mais homogênea da matéria
c Compreender a relação e/ou da energia pelo sistema.
entre entalpia, entropia
e espontaneidade de
uma reação.
Clausius denominou a medida de desordem de um sistema de entropia, S, que deriva do grego
entropé (transformação).
c Conhecer o Terceiro
Princípio da Entropia, S, de um sistema é uma medida de desordem desse sistema.
Termodinâmica.

Considere, por exemplo, as seguintes experiências:


1a) Mantêm-se dois sistemas, A e B, isolados por uma placa móvel.
No sistema A adiciona-se um gás, no sistema B produz-se vácuo.
Se a placa que mantém os sistemas A e B isolados for removida, o gás se espalhará por todo o
espaço disponível.
A entropia do sistema aumenta quando o gás se difunde no vácuo, pois tem-se uma melhor
distribuição de matéria.
Como nesse processo há um aumento de desordem: ΔS . 0.

A B A+B

ILUSTRAÇÕES: LUIS MOURA/


ARQUIVO DA EDITORA
NICKU/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Gás Vácuo Gás em todo o volume

2a) Monta-se um sistema contendo duas barras metálicas, X e Y, de mesma


massa, isoladas uma da outra. Em seguida, a placa X é aquecida a 200 °C e a
placa Y, a 400 °C. Se as placas X e Y forem postas em contato, elas entrarão
em equilíbrio térmico e, após certo tempo, ambas estarão na mesma tem-
peratura: 300 °C.

Fig. 1 – Rudolf Clausius, o


cientista que introduziu o
conceito de entropia.

44 Termoquímica
A entropia aumenta quando as duas placas são postas em contato, pois tem-se uma melhor
distribuição de energia. Como a entropia final é maior que a inicial, temos que ΔS . 0.

X Y X +Y

200 °C 400 °C 300 °C

Desse modo, podemos concluir que a tendência que a entropia de um sistema possui para
aumentar corresponde à tendência do sistema de atingir espontaneamente um estado de equilíbrio
em termos de distribuição de matéria e/ou energia.
Para uma substância qualquer, temos ainda:

SFase sólida , SFase líquida , SFase gasosa


Logo, à medida que a entropia do sistema aumenta, a capacidade de esse sistema realizar uma
transformação espontânea diminui progressivamente.
Não é possível medir diretamente a entropia (desordem) de um sistema, mas é possível deter-
minar a variação de entropia, ΔS, que ocorre no sistema após uma transformação qualquer.
Para um sistema em que ocorre uma reação química, define-se:

ΔSReação 5 SProdutos − SReagentes


Nesse caso, o valor de ΔS é expresso em cal/K ? mol.
Toda reação química que ocorre com aumento de entropia tende a ser mais espontânea e
consequentemente irreversível.
Assim, se uma reação do tipo A + B *( C + D ocorre com aumento de entropia, de modo
que SProduto . SReagente, então a reação inversa C + D *( A + B não ocorrerá espontaneamente.

Uma reação será mais espontânea quanto menor for o valor de ΔH e maior for o valor de
ΔS, ou seja, quanto maior a quantidade de calor liberada e melhor a distribuição de matéria e
energia no final do processo.

Os processos espontâneos jamais se revertem por conta própria.


Assim, por exemplo, no sistema gás-vácuo, o gás ocupa espontaneamente todo o sistema quan-
do a parede móvel é retirada, mas jamais irá se reunir novamente do lado A por conta própria se a
parede for colocada de volta.
Da mesma forma, o sistema constituído por duas chapas metálicas a temperaturas diferentes atinge
o equilíbrio térmico espontaneamente, mas jamais voltará às temperaturas iniciais por conta própria.
Concluímos então:

Para diminuir a entropia de um sistema, é necessário realizar trabalho sobre ele.

FRENTE B
Para se ter um padrão de referência da entropia de uma substância, lançamos mão do Terceiro
Princípio da Termodinâmica, que diz:
QUÍMICA

Uma substância na forma de um cristal perfeito, cujas partículas que o constituem estão o
mais organizadas possível, na temperatura de zero kelvin, tem entropia igual a zero. Fig. 2 – Cristal perfeito a 0 K apresenta
entropia igual a zero.
Mede-se, então, a quantidade de calor necessária para aquecer as substâncias desde as tempe-
raturas mais próximas do zero absoluto (zero K) até 298 K ou 25 °C.

Termoquímica 45
Os valores encontrados são tabelados e correspondem a entropias-padrão das substâncias a
25 °C e 1 atm.
A tabela a seguir fornece os valores da entropia-padrão a 25 °C para algumas substâncias co-
muns conforme a fase de agregação.
Os valores fornecidos estão expressos em J/K ? mol.

Substância Entropia-padrão Substância Entropia-padrão

He(g) 124,604 Pb(s) 64,937


Ar(g) 154,840 Zn(s) 41,659
H2(g) 130,674 Cu(s) 33,327
HF(g) 173,627 Ag(s) 42,730
HCl(g) 186,802 Ni(s) 30,145
HBr(g) 198,609 Fe(s) 27,172
HI(g) 206,468 S8(s) rômbico 255,227
F2(g) 203,478 Cn(s) grafita 5,698
Cl2(g) 223,098 Cn(s) diamante 2,440
Br2(g) 245,510 PbO(s) vermelho 67,826
I2(g) 260,754 PbS(s) 91,272
O2(g) 205,166 ZnO(s) 43,961
N2(g) 191,617 HgO(s) vermelho 72,013
NO(g) 210,759 CuO(s) 43,543
CO(g) 198,040 CuS(s) 66,570
H2O(g) 188,850 AgCl(s) 96,171
O3(g) 237,810 CaC2(s) 70,338
H2S(g) 205,781 NH4Cl(s) 94,622
SO2(g) 248,696 MgCO3(s) 65,733
NO2(g) 240,615 CaCO3(s) calcita 92,947
N2O(g) 220,142 BaCO3(s) 112,206
NOCl(g) 263,768 NaNO3(s) 116,393
CO2(g) 213,782 KClO3(s) 143,063
SO3(g) 256,400 KClO4(s) 151,143
NH3(g) 192,635 (SiO2)n(s) quartzo 41,868
GONTAR/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES

P4(g) 280,097 Cu2O(s) 100,902


PF3(g) 268,458 Cu2S(s) 120,999
PCl3(g) 313,131 Ag2O(s) 121,794
C2H2(g) 200,954 Ag2S(s) rômbico 145,701
CH4(g) 186,313 MnO2(s) 53,172
SiH4(g) 203,897 TiO2(s) rutilo 50,283
SiF4(g) 284,702 Na2O(s) 72,850
N2O4(g) 304,506 Na2SO4(s) 149,594
PCl5(g) 352,947 Al2O3(s) 51,020
C2H4(g) 219,598 Fe2O3(s) 90,016
C2H6(g) 229,646 Fe3O4(s) 146,538
Fig. 3 – Cristal de quartzo.

46 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

[...] Entropia é uma grandeza termodinâmica relacio- – Na dissolução há aumento de entropia e


nada com o grau de desordem dos sistemas. Quanto maior – Quando há aumento de temperatura, a entropia
a entropia, maior a desordem do sistema. [...] também é maior. [...]
Por meio de observações experimentais, percebeu-se Disponível em: <www.qieducacao.com/2010/11/
que nos processos espontâneos a energia do sistema tende termoquimica-ii-entalpia-e-entropia.html>. Acesso em: 29 jan. 2015.
a diminuir, enquanto que a entropia total tende a aumen- Com base no texto acima e nos seus conhecimentos de quí-
tar. Um exemplo disso é passagem da água do estado lí- mica, responda às seguintes questões:
quido para o gasoso. Esse processo ocorre naturalmente a) Indique, para cada item abaixo, a situação em que a entro-
no meio ambiente. No estado líquido, as moléculas estão pia é maior.
mais agrupadas, tendo menor espaço de movimentação,
estando, portanto, mais “ordenadas” que as moléculas de – água no estado sólido / água no estado líquido.
água no estado gasoso. Neste, as moléculas movimentam- – cloreto de sódio dissolvido em água / cloreto de sódio
-se com mais liberdade, estando, portanto, em um estado sólido.
de maior “desorganização”. Logo, na evaporação de um
líquido há aumento de entropia. b) Os processos exotérmicos (que liberam energia) têm ten-
Da mesma forma, a dissolução de qualquer substância dência maior a serem espontâneos do que os processos
em um líquido (sal do mar) também resulta em um siste- endotérmicos (que absorvem energia). A evaporação da
ma de maior entropia. água líquida, entretanto, é um exemplo de processo en-
Algumas situações em que há aumento de entropia: dotérmico espontâneo. Que fator contribui para a espon-
– Aumentando o número de moléculas gasosas de um taneidade da evaporação da água líquida?
sistema, aumenta-se a entropia;
RESOLUÇÃO:
– Íons e moléculas em solução têm normalmente
maior entropia; a) Água no estado líquido; cloreto de sódio dissolvido em
– Quando uma molécula é quebrada em partes me- água.
nores (diminuindo a quantidade de átomos em cada par- b) A evaporação da água é um processo que ocorre com
te), há aumento de entropia; aumento de entropia (aumento do grau de desordem do
– Nos processos de fusão (sólido à líquido) e ebulição sistema). Esse aumento de desordem contribui para a es-
(líquido à gasoso) a entropia aumenta; pontaneidade do processo.

3. Para que a reação seja exotérmica (ΔH , 0),


a entalpia do sistema 2 é menor que a entalpia
PARA CONSTRUIR do sistema 1.
Como no sistema 1 há duas substâncias no es-
1 (UEA-AM) Entre os fenômenos do cotidiano indicados nas al- c) II e IV, apenas. tado gasoso e no sistema 2 há uma substância
no estado gasoso, o grau de desordem (entro-
m ternativas, o único que ocorre com diminuição de entropia é: b d) II, III e IV, apenas. pia) do sistema 2 é menor que do sistema 1.
Ene-6
C 1
H-2 a) fusão do gelo.
b) formação da neve. 3 (Mack-SP) Dada a equação:
c) vaporização da água líquida. N2(g) + 3 H2(g) # 2 NH3(g)
d) dissolução do sal comum em água. Sistema 1 Sistema 2
e) decomposição térmica do fermento químico.
Estando os dois sistemas a 25 °C e 1 atm e sabendo-se que
2 (Unimontes-MG) Dadas as equações: ΔH 5 222,0 kcal, pode-se afirmar que: a
a) a entalpia e a entropia do sistema 1 são maiores que as do FRENTE B
m
Ene-6
I. 2 LiOH(aq) + CO2(g) # Li2CO3(aq) + H2O(l)
C 1
H-2 II. (NH4)2Cr2O7(s) # N2(g) + 4 H2O(g) + Cr2O3(s) sistema 2.
III. 2 N2O5(g) # 4 NO2(g) + O2(g) b) a entalpia e a entropia do sistema 1 são menores que as
QUÍMICA

IV. O2(g) + 2 F2(g) # 2 OF2(g) do sistema 2.


As reações que ocorrem com aumento de entropia (ΔS° . 0) são: a c) a entalpia do sistema 2 é maior, mas sua entropia é menor.
I. Há diminuição de entropia. O grau de desor-
a) II e III, apenas. ganização dos reagentes (com a presença de d) a entalpia do sistema 1 é maior, mas sua entropia é menor.
b) I, II e III, apenas. dióxido de carbono no estado gasoso) é maior e) não há variação de entropia e entalpia na reação.
que o dos produtos (em que não há gases).
II. Há aumento de entropia. O grau de desorganização dos produtos (com a presença de vários gases) é maior que o do reagente
(constituído por uma substância no estado sólido).
III. Há aumento de entropia. Para cada 2 mol de reagente no estado gasoso há 5 mol de produtos no estado gasoso.
Termoquímica 47
IV. Há diminuição de entropia. Para cada 3 mol de reagentes no estado gasoso há 2 mol de produto no estado gasoso.
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

b) Calcule a variação de entropia correspondente à combus-


PARAPARA PRATICAR
PRATICAR
tão completa do propano com base nas entropias-padrão:

1 (UFG-GO) As equações químicas abaixo representam a mes- C3H8: 266,6 J/K ? mol
ma reação em condições experimentais diferentes. O2: 205,2 J/K ? mol
v CO2: 213,8 J/K ? mol
HCl(g) 1 NaOH(s) **( NaCl(aq) 1 H2O(l) ΔH , 0
v
HCl(g) 1 NaOH(s) **( NaCl(aq) 1 H2O(l) ΔH , 0 H2O: 188,8 J/K ? mol
Essas equações representam reações que:
a) ocorrem com v1 5 v2. PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
b) ocorrem com variação de entropia.
c) produzem a mesma quantidade de energia. 1 (PUC-MG) Qual dos seguintes estados é o mais desordenado?
d) são endotérmicas. m a) gás próximo à temperatura de condensação.
Ene-6
e) sofrem redução de volume. C 1
H2
- b) líquido próximo ao ponto de ebulição.
2 (UFPI) Assinale a alternativa que está incorreta no que con- c) sólido próximo ao ponto de fusão.
m cerne à entropia: d) líquido próximo ao ponto de congelação.
Ene-6
C 1
H-2 a) a entropia de gases é geralmente maior que a dos líquidos e 2 (PUC-RJ) Indique, entre as opções abaixo, a alternativa correta.
a entropia de líquidos é geralmente maior que a dos sólidos.
b) a entropia normalmente aumenta quando um líquido
m
Ene-6
C 1
a) O sinal de ΔS para a condensação do vapor de amônia é
H2
-
puro ou sólido se dissolve em um solvente. negativo.
c) a entropia aumenta quando um gás dissolvido escapa de b) O sinal de ΔS para a separação dos componentes do ar é
uma solução. positivo.
d) a entropia do universo está aumentando continuamente. c) O sinal de ΔS para o óleo queimando é negativo.
e) a entropia de um processo complexo é a soma das ental-
d) O sinal de ΔS para o congelamento do ar é positivo.
pias simples desse processo.
e) O sinal de ΔS para a queima da madeira é positivo.
3 É comum provocar uma transformação exotérmica para ob-
m ter energia e, com ela, executar reações endotérmicas que 3 O etino, C2H2, ou acetileno, é um gás obtido da hidratação de
Ene-6
C 1
H-2 nos interessam. m carbureto ou carbeto de cálcio, CaC2.
Ene-6
C 1
É o que ocorre, por exemplo, quando assamos um pão. Pro- H-2
CaC2(s) 1 2 H2O(l) # Ca(OH)2(s) 1 C2H2(g)
vocamos a reação de combustão do gás de cozinha (mistura m
Ene-6
de propano, C3H8, e butano, C4H10). O calor liberado dessa rea- C 5
H-2 Trata-se de um excelente combustível. Sua queima atinge
ção promove as transformações na massa do pão. temperaturas muito elevadas e devido ao seu poder calorí-
a) Com base nas energias de ligação das substâncias envol- fico é usado em maçaricos e soldas.
vidas, determine a entalpia da reação de combustão com- a) Equacione a combustão total do acetileno.
pleta do propano em kJ/mol.
b) Com base nas entropias-padrão das substâncias envolvi-
Dados:
das, calcule a variação de entropia envolvida na queima
Equação de combustão do propano:
de 1 mol de acetileno.
H H H

1 H — C — C — C — H (g) 1 5 O l O(g) # Substância Entropia-padrão (J/K ? mol)


H H H C2H2 201,0

# 3 O l C l O(g) 1 4 H k O k H(g) H2O 188,8


Energias de ligação:
C k H: 413,4 kJ C l O: 804,3 kJ CO2 213,8
C k C: 346,8 kJ H k O: 463,5 kJ
O2 205,2
O l O: 468,6 kJ

48 Termoquímica
CAPÍTULO

10 Energia livre de Gibbs

Objetivos: Vimos que a espontaneidade de uma reação está ligada à variação de entalpia, ΔH, e à variação
de entropia, ΔS, e uma reação será tanto mais espontânea quanto menor for o ΔH (ΔH , 0) e maior
c Conhecer o conceito e
for o ΔS (ΔS . 0).
energia livre de Gibbs
No entanto, em situações em que tanto o ΔH quanto o ΔS são maiores ou menores que zero,
e como essa grandeza
está relacionada à
é difícil prever a espontaneidade da reação.
entalpia e à entropia.
Para resolver esse problema, o cientista americano Josiah Willard Gibbs (1839-1903) relacionou
a entalpia com a entropia, criando uma terceira grandeza, conhecida como energia livre de Gibbs, G,
c Compreender como se que possibilita prever de forma mais precisa a espontaneidade de uma reação.
calcula o ΔG e como Na prática, quando ocorre uma reação espontânea entre determinadas substâncias, uma parte
ele está associado à da energia liberada pela reação é usada para organizar o sistema.
espontaneidade de Prova-se matematicamente (utilizando teorias que só são vistas no Ensino Superior) que a parte
uma reação. da energia gasta na organização do sistema é igual ao produto da temperatura absoluta, T, em que
foi feita a reação pela variação de entropia, ΔS, dessa reação.

ΔUOrganização 5 T ? ΔS

Assim, se uma reação libera uma quantidade de energia na forma de calor ΔH, e gas-
ta determinada quantidade de energia T ? ΔS, para organizar novamente o sistema, o máxi-
mo que podemos retirar de energia livre desse sistema para realizar trabalho útil é a diferença
ΔH − T ? ΔS, que é conhecida como variação da energia livre de Gibbs, simbolizada por ΔG.
ΔUOrganização é a variação de ener-
gia interna relacionada à organi-
zação do sistema. ΔG 5 ΔH − T ? ΔS

O valor de ΔG pode ser expresso em joules, quilojoules, calorias ou quilocalorias; o importante é


que, para calcular o valor de ΔG, os valores de ΔH e ΔS devem estar expressos numa mesma unidade
de energia (ambos em joules ou ambos em quilojoules, por exemplo).
SC
IE N
CE
SO
U
A expressão ΔG 5 ΔH − T ? ΔS só é válida à pressão constante (por causa do ΔH) e à tem-
RC

peratura constante (em razão do produto T ? ΔS).


E/
GE
TT
YI
MA
G ES

A energia livre de Gibbs, G, é uma grandeza termodinâmica cuja variação, ΔG, corresponde à
máxima energia útil que é possível retirar de um sistema.

FRENTE B
ΔGReação 5 GProdutos − GReagentes
QUÍMICA

Como o valor de ΔG está relacionado à energia retirada do sistema, para indicar um processo
espontâneo, por convenção seu valor deve ser negativo, ΔG , 0. Logo, valores de ΔG . 0 indicam
uma reação não espontânea.
Em reações reversíveis cuja reação direta está em equilíbrio com a reação inversa, o valor de ΔG
Fig. 1 – Josiah Willard Gibbs. será igual a zero (as reações reversíveis serão estudadas em detalhes no módulo “Equilíbrios químicos”).

Termoquímica 49
As funções ΔH, ΔS e ΔG são denominadas funções de estado, pois dependem apenas dos
ERWIN NIEMAND/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

estados inicial e final dos sistemas, e não dependem dos estados intermediários.
Como o valor do ΔG depende do valor do ΔH, do ΔS, e da T, podemos resumidamente prever
a espontaneidade do processo de acordo com a tabela abaixo:

ΔH ΔS T Espontaneidade do processo

,0 .0 Qualquer É espontâneo

.0 ,0 Qualquer Não é espontâneo

,0 ,0 Baixa: na ordem de 100 °C ou 373 K. Possivelmente é espontâneo


Fig. 2 – Diamante bruto.
,0 ,0 Alta: na ordem de 5 500 °C ou 5 773 K. Possivelmente não é espontâneo
HARRY TAYLOR/DORLING KINDERSLEY/GETTY IMAGES

.0 .0 Baixa: na ordem de 100 °C ou 373 K. Possivelmente não é espontâneo

.0 .0 Alta: na ordem de 5 500 °C ou 5 773 K. Possivelmente é espontâneo

É importante observar que o fato de uma reação ser espontânea não significa que ela irá ocorrer
num intervalo de tempo mensurável.
A transformação de diamante em grafita, por exemplo, é espontânea, mas leva milhões de anos
para ser concluída.

Fig. 3 – Grafita. Fig. 4 – Para que a fabricação de um produto químico gere lucro, a indústria deve trabalhar consumindo o
mínimo de energia e retirando o máximo de trabalho útil de suas máquinas. Para encontrar as condições ideais
de trabalho, os técnicos utilizam os cálculos de ΔG.
KABAND/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

50 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Ufes) A transformação isotérmica: RESOLUÇÃO:

1 N2O(g) # 1N2(g) + 1 O2(g) 18 cal/K ? mol 0,018 kcal/K ? mol


2 25 °C 298 K
apresenta, na temperatura de 25 °C, variação de entalpia ΔG 5 ΔH − TΔS
de −19,5 kcal/mol e variação de entropia de 18 cal/K ? mol. ΔG 5 −19,5 kcal/mol − (298 K ? 0,018 kcal/K ? mol)
A variação de energia livre desse sistema é:
ΔG 5 −24,9 kcal/mol
a) −29,4 kcal/mol e não espontânea.
b) −19,5 kcal/mol e espontânea. ΔG , 0 ⇒ Reação espontânea.
c) +12,4 kcal/mol e espontânea. Alternativa e.
d) +19,5 kcal/mol e espontânea.
e) −24,9 kcal/mol e espontânea.

2. A reação somente será espontânea se ΔG < 0.


ΔG 5 ΔH − TΔS
ΔH é negativo.
Se ΔS for positivo, TΔS também será positivo PARA CONSTRUIR
e a subtração ΔH − TΔS será negativa.

1 (PUC-RS) O melhor critério para traduzir a espontaneidade ou b) a decomposição de Y é espontânea à temperatura de 298 K.
m não de um processo químico é a sua variação de: a c) acima de 400 K a decomposição de Y passa a ser espon-
Ene-6
C 4 tânea.
H- a) energia livre.
d) acima de 373 K a decomposição de X passa a ser es-
b) entropia.
pontânea.
c) entalpia. ΔG 5 ΔH − TΔS
d) temperatura. Degradação de X:
e) energia interna. X # produtos ΔHº 5 +100 kJ; ΔSº 5 +150 J/K 5 0,150 kJ/K
A 298 K: ΔG 5 +100 kJ − 298 K ? 0,150 kJ/K 5 +55,3 kJ
2 (Unitau-SP) Temos a reação: A 373 K: ΔG 5 +100 kJ − 373 K ? 0,15 kJ/K 5 +44,0 kJ
Degradação de Y:
m
Ene-7
C 4
2 ClO(g) # Cl2(g) + O2(g) ΔH 5 −18,20 cal Y # produtos ΔHº 5 +120 kJ; ΔSº 5 300 J/K 5 0,30 kJ/K
H-2 A 298 K: ΔG 5 +120 kJ − 298 K ? 0,30 kJ/K 5 +30,6 kJ
Pode-se afirmar, apenas com esses dados, que: c
Decomposição de Y a 400 K:
a) a reação é espontânea. ΔG 5 +120 kJ − 400 K ? 0,30 J/K 5 0
b) a reação não é espontânea. Portanto, acima de 400 K, ΔG passa a ser negativo e a reação
c) a reação será espontânea se ΔS for positivo. passa a ser espontânea.

d) a reação somente será espontânea em temperaturas abai-


xo de 0 °C.
e) a reação somente será espontânea em temperaturas su-
periores a 0 °C. 4 (Uespi) A sacarose, C12H22O11, também conhecida como açú-
m car de mesa ou açúcar comum comercial, é encontrada na
3 (UEG-GO) A variação da energia livre de Gibbs (ΔG) é uma Ene-7
C 5
cana-de-açúcar e na beterraba. No Brasil, a sacarose é obtida
H2
-
m função de estado termodinâmica que pode ser utilizada para por cristalização do caldo de cana e utilizada na alimentação,
Ene-6
C 1
H-2 avaliar a espontaneidade de reações químicas. Ela é definida na fabricação de álcool, etc. A combustão da sacarose produz
em função da variação da entalpia (ΔH) e da entropia (ΔS) do dióxido de carbono e água, conforme a equação a seguir:
sistema a dada temperatura T:
C12H22O11(s) + 12 O2(g) # x CO2(g) + y H2O(l)
ΔG 5 ΔH − TΔS ΔG 5 −5 796 kJ/mol FRENTE B

Considerando, hipoteticamente, a degradação dos compos- Com relação a essa reação, é correto afirmar que os coeficien-
tos X e Y, e que ΔH e ΔS são independentes da temperatura, tes x e y são, respectivamente: d
a) 6 e 10 e a reação é espontânea.
QUÍMICA

constata-se que: c
b) 8 e 6 e a reação é não espontânea.
Dados: Composto X: ΔH°298 K 5 100 kJ e ΔS°298 K 5 150 J/K.
c) 11 e 12 e a reação é espontânea.
Composto Y: ΔH°298 K 5 120 kJ e ΔS°298 K 5 300 J/K. d) 12 e 11 e a reação é espontânea.
a) a decomposição de X é espontânea à temperatura de 298 K. e) 8 e 11 e a reação é não espontânea.

Termoquímica 51
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

a) −0,0233
PARA PRATICAR
b) +0,0233
c) −23,3
1 (Uece) Acima de que temperatura (t) a reação: d) +23,3
m
Ene-6 1 I (g) + 1 Cl (g) # 1 ICl(g) e) −50
C 1
H-2 2 2 2 2
torna-se espontânea, sabendo que a variação de entalpia, 2 (UFC-CE) “Um estado mental agitado e perturbado resultará
ΔH, é 8,4 kcal/mol e a variação de entropia, ΔS, é 37 cal/K ? mol? m em vibrações não harmônicas, desorganizadas e aleatórias
Ene-6
C 1
a) t > −46 °C c) t 5 46 °C H-2 das células cerebrais. Isso quer dizer que nesse estado há
b) t > −4,6 °C d) t > −0,46 °C uma predominância da entropia à custa de energia livre.”
Harbans Arora, no texto acima, do seu livro Ciência moderna
2 (IME-RJ) Calcule o valor da variação de energia livre, a 25 °C sob a luz da yoga milenar, p. 29, faz um paralelismo entre
m para a reação representada a seguir: os estados energéticos termodinâmicos (entropia e energia
Ene-6
C 1
H-2 2 Na2O2(s) + 2 H2O(l) # 4 NaOH(s) + 1 O2(g) livre) e os estados mentais.
m
Ene-6
Dados: Marque a(s) alternativa(s) correta(s):
C 5
H-2
Substância: Energia de formação (01) Em termodinâmica, um estado energético de partículas
S° a 25 °C / J ? mol21 ? K21 como átomos e moléculas pode ser caracterizado pelos
fórmula a 25 °C/kJ ? mol21
parâmetros: entropia e energia livre.
H2O(l) −286,0 69,69
(02) A entropia é a medida da desordem de um sistema.
Na2O2(s) −510,9 94,60 (04) Quanto mais desorganizado for o sistema, maior será a
NaOH(s) −426,8 64,18 sua entropia.
O2(g) 0 205,00 (08) Em sintonia com o texto, em um estado mental relaxado e
pacífico, predominam as vibrações harmônicas das células
3 (Unimontes-MG) A equação a seguir representa a preparação cerebrais, resultando em uma diminuição da entropia.
m da ureia a partir dos gases amônia e dióxido de carbono, nas
Ene-7
C 5
H-2 condições padrão, a 298 K. 3 (UFSC) A termodinâmica propõe para o cálculo de ΔG a
m equação ΔG 5 ΔH − TΔS, válida para pressão e temperatura
Ene-6
2 NH3(g) + CO2(g) NH2CONH2 (aq) + H2O(l) C 1
H-2 constantes. Em relação ao processo: H2O(l) # H2O(v), temos:
ΔH 5 9 713 cal/mol (1 atm) e ΔS 5 26,04 cal/K ? mol (1 atm).
Os valores de ΔH° e ΔS° são −119,7 kJ e −0,356 kJ/K, res-
Determine a temperatura, em graus Celsius, a partir da qual a
pectivamente. vaporização da água é espontânea nas condições ambiente
Em análise à equação, pode-se prever que, na preparação da (K 5 °C + 273).
ureia,
a) a transformação ou reação não deve ser espontânea. 4 (Mack-SP) Considerando os sinais de ΔH e ΔS da tabela:
b) a entropia do sistema, ou da reação, deve diminuir. m
Ene-6
C 1
c) a variação da energia livre (ΔG°) deve ser positiva. H-2 Processo ΔH ΔS
d) o consumo de NH3 favorece a produção de ureia. m 1 − +
Ene-6
C 5
H2
-
2 + −
PARA APRIMORAR
3 − −

1 (PUC-SP) A 27 °C a reação: 4 + +
m
Ene-6 1 3 Os processos decisivamente espontâneos e os possivelmen-
C 1 N (g) + H2(g) # NH3(g)
H-2 2 2 2 te espontâneos, a pressão e temperatura constantes, são, res-
tem variação de entalpia igual a −11,0 kcal/mol e variação de pectivamente:
energia livre igual a −4,0 kcal/mol. Calculando-se a variação a) 1; 2. d) 4; 1.
de entropia dessa reação, a 27 °C, temos, aproximadamente, b) 2 e 3; 4. e) 1; 3 e 4.
o seguinte resultado em cal/K ? mol: c) 3; 1 e 2.

52 Termoquímica
CAPÍTULO

11 Exercícios de termoquímica

Objetivo:
c Revisar os conceitos
EXERCÍCIO RESOLVIDO
de entalpia-padrão
de combustão e de (Unirio-RJ) Os romanos utilizavam CaO como argamassa nas construções rochosas.
formação, energia O CaO era misturado com água, produzindo Ca(OH)2, que reagia lentamente com o CO2
de ligação, entropia e atmosférico, dando calcário:
energia de Gibbs.
Ca(OH)2(s) 1 CO2(g) → CaCO3(s) 1 H2O(g)

Substância ΔH°f (kJ/mol)

Ca(OH)2(s) 2986,1

CaCO3(s) 21 206,9

CO2(g) 2393,5

H2O(l) 2241,8

A partir dos dados da tabela acima, a variação de entalpia da reação, em kJ/mol, será
igual a:
a) 1138,2 c) 269,1 e) 22 828,3
b) 169,1 d) 2220,8

RESOLUÇÃO:
ΔHR 5 ΔHf Produtos 2 ΔHf Reagentes
ΔHR 5 21 206,9 kJ 2 241,8 kJ 2 [(2986,1 kJ) 1 (2393,5 kJ)] 5 269,1 kJ
Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

1 (UEL-PR) As bolsas instantâneas, frias ou quentes, usadas nos atletas que sofrem distensões musculares, dividem-se em dois com-
m
Ene-2
partimentos: um contendo água líquida e outro contendo um sal, que absorve ou libera calor quando em contato com a água.
C 6
H-

FRENTE B
As reações químicas que ocorrem nas bolsas instantâneas são representadas nos gráficos a seguir.
m
Ene-6 Gráfico 1 Gráfico 2
C 4
H-2 H H
CaCl2(s)
NH4+(aq) 1 NO3− (aq)
QUÍMICA

ΔH

Ca2+(aq) 1 2 Cl−(aq) NH4NO3(s) ΔH

Caminho da reação Caminho da reação

Termoquímica 53
1. A dissociação em água de cloreto de cálcio tem ΔH < 0. Trata-se, portanto, de um processo exotérmico (que libera calor para o meio ambiente).
Com base no enunciado e nos conhecimentos sobre calor de reação, é correto afirmar: b
a) A bolsa quente é constituída de nitrato de amônio.
b) A dissociação iônica do cloreto de cálcio libera calor.
c) A dissociação iônica do nitrato de amônio é exotérmica.
d) As dissoluções de sais em água são exotérmicas.
e) A bolsa fria é constituída de cloreto de cálcio.

2 (PUC-RS) Considere as informações a seguir e preencha corretamente as lacunas.


m
Ene-7 A reação ocorrida na queima de um palito de fósforo deve-se a uma substância chamada trissulfeto de tetrafósforo, que inflama na
C 4
H-2 presença de oxigênio, e pode ser representada pela equação:
m
Ene-6
P4S3(s) 1 8 O2(g) → P4O10(s) 1 3 SO2(g)
C 5
H-2

Entalpia-padrão das substâncias envolvidas na reação

Composto Δ Hf° (kJ / mol)

P4S3 (s) 2151,0


P4O10(s) 22 940,0
SO2(g) 2296,8

A quantidade de calor na reação de combustão de 22 g de P4S3(s) é, aproximadamente, kJ. a


a) liberado; 367,4 P4S3(s) 1 8 O2(g) → P4O10(s) 1 3 SO2(g)
ΔHReação 5 ΔHfProdutos 2 ΔHfReagentes
b) liberado; 338,4 ΔH 5 (22 940 kJ) 1 3 (2296,8 kJ) 2 (2151,0 kJ)
c) absorvido; 3 384 ΔH 5 23 679,4 kJ
d) absorvido; 3 674 1 mol de P4S3 220 g P4S3 3 679,4 kJ liberados
e) liberado; 3 674 22,0 g P4S3 x
x 5 367,9 kJ

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR

1 (PUC-MG) Quando gorduras e óleos se inflamam produzindo grandes chamas, geralmente causam às donas de casa sérios proble-
m mas. Por isso, muitas cozinheiras cuidadosas têm sempre à mão bicarbonato de sódio (NaHCO3), pois os produtos obtidos de sua
Ene-7
C 5
H-2
decomposição ajudam a apagar as chamas. Sabe-se que as entalpias-padrão de formação do bicarbonato de sódio, carbonato de
sódio, gás carbônico e vapor de água são, respectivamente, 2947 kJ/mol, 21 131 kJ/mol, 2394 kJ/mol, 2242 kJ/mol. A variação
de entalpia (ΔH) da reação de decomposição do bicarbonato de sódio, em kJ/mol, é igual a:
2 NaHCO3 (s)   →
 Na2 CO3 (s)   1  H2 O (v)  1  CO 2 (g)
D

a) 1127 d) 263,5
b) 163,5 e) 2127
c) 1254,0

2 (PUCC-SP) O caroço do açaí possui poder calorífico de 18 830 kJ/kg, em média. Assim, para obter a mesma quantidade de ener-
m gia obtida pela queima de 1 mol de etanol, C2H6O (poder calorífico 5 29 640 kJ/kg), é necessário queimar uma massa de caroços,
Ene-7
C 4
H2
- em gramas, de aproximadamente:
a) 35.
b) 72.
c) 100.
d) 128.
e) 150.

54 Termoquímica
3 (Vunesp) Sob certas circunstâncias, como em locais sem Com base nessas informações, responda:
m acesso a outras técnicas de soldagem, pode-se utilizar a rea- a) No funcionamento do dispositivo há liberação ou absor-
Ene-7
C 4
H2
- ção entre alumínio (Al) pulverizado e óxido de ferro (Fe2O3) ção de energia? Justifique.
para soldar trilhos de aço. A equação química para a reação b) Considerando a decomposição total de 68 quilogramas
entre alumínio pulverizado e óxido de ferro III é: de peróxido de hidrogênio contidos no dispositivo, quan-
2 Al(s) 1 Fe2O3(s) → Al2 O3(s) 1 2 Fe(s) tos metros cúbicos de gases são produzidos? Leve em
conta que nas condições de uso do dispositivo o volume
O calor liberado nessa reação é tão intenso que o ferro pro-
molar gasoso é de 0,075 m3 mol−1.
duzido é fundido, podendo ser utilizado para soldar as peças
desejadas. 2 (UEL-PR) A pirolusita é um dos mais importantes minérios
Conhecendo-se os valores de entalpia de formação para o m que contêm o dióxido de manganês (MnO2). Na indústria
Ene-6
Al2O3(s) 5 21 676 kJ/mol e para o Fe2O3(s) 5 2824 kJ/mol, C 1
H-2 metalúrgica, o manganês puro pode ser obtido por processo
nas condições padrão (25 °C e 1 atmosfera de pressão), calcu- térmico a partir da pirolusita, através da reação:
le a entalpia dessa reação nessas condições. Apresente seus 3 MnO2(s) 1 4 Al(s) → 2 Al2 O3(s) 1 3 Mn(s)
cálculos.
Entalpias de formação a 25 °C e 1 atm em kJ/mol: MnO2(s):
PARA APRIMORAR 2521,0; Al2O3(s): 21 676,0
PARA PRATICAR
Massa molar (g/mol): Mn 5 55,0
1 (Unicamp-SP) Na década de 1960, desenvolveu-se um fogue- Com base nessas informações, é correto afirmar que na pro-
te individual denominado “Bell Rocket Belt”, que fez grande dução de 11,0 g de manganês puro, a partir das entalpias de
m
Ene-7 formação das substâncias, ocorre:
C 4
H2
- sucesso na abertura das Olimpíadas de 1984.
a) Absorção de 358 kJ de energia.
Simplificadamente, esse foguete funciona à base da decom-
b) Liberação de 358 kJ de energia.
posição de peróxido de hidrogênio contido no comparti-
c) Absorção de 119 kJ de energia.
mento 2, onde ele é estável. Abrindo-se a válvula 3, o peró-
xido de hidrogênio passa para o compartimento 4, onde há d) Liberação de 119 kJ de energia.
um catalisador. Nesse compartimento, o peróxido se decom- e) Liberação de 146 kJ de energia.
põe muito rapidamente, de acordo com a equação abaixo: 3 (Fatec-SP) Os carboidratos são uma importante fonte de ener-
1 gia em nossa dieta alimentar. Nas células, as moléculas de
H2O2(l) → H2O(g) 1 O2(g) ΔH 5 254 kJ ? mol−1 m
Ene-7
2 C 4
monossacarídeos são metabolizadas pelo organismo, num
H-2
processo que libera energia, representado pela equação:
REPRODUÇÃO/UNICAMP, 2013

C6H12O6 1 6 O2 → 6 CO2 1 6 H2O 1 energia


Essa equação química corresponde ao processo global po-
pularmente denominado “queima da glicose”. Cada grama
desse açúcar metabolizado libera cerca de 4 kcal de energia,
usada para movimentar músculos, fazer reparos nas células,
manter constante a temperatura corporal, etc.
A massa de oxigênio consumida, em gramas, quando a “quei-
ma” desse açúcar metabolizado liberar 1 200 kcal, é:
a) 300. d) 800.
b) 320. e) 1 800.
c) 400.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Termoquímica 55
CAPÍTULO

12 Taxa de desenvolvimento
da reação

Objetivos: A possibilidade de controlar o tempo em que determinado fenômeno se desenvolve, tornando-


-o mais lento ou mais rápido, é um item de grande importância em qualquer pesquisa científica,
c Conhecer os conceitos
principalmente no que diz respeito às transformações químicas.
de cinética química.
Observe que evitamos utilizar o termo “velocidade” para expressar o tempo que uma reação
c Compreender como química leva para se completar. Esse cuidado se justifica porque, em Física, o termo “velocidade”
se calcula a taxa de define o espaço percorrido em função do tempo.
desenvolvimento de Em Química, o termo “velocidade” está relacionado ao tempo que uma reação química leva
uma reação. para se desenvolver.
Para não usarmos o mesmo termo com sentidos diferentes, a IUPAC recomenda que se use taxa
de desenvolvimento de uma reação ou taxa de rapidez de uma reação no lugar de velocidade. Essa
recomendação, no entanto, não é necessariamente seguida por outros livros e questões de vestibular.
É fácil constatar que cada reação química, feita sob determinadas condições, ocorre em certa
taxa de rapidez, gastando um tempo determinado para se completar.
Algumas reações são muito rápidas e ocorrem quase instantaneamente, como a combustão do
TNT (trinitrotolueno) e a oxidação da hidrazina, N2H4, pelo peróxido de hidrogênio, H2O2 (reação
Em geral, é possível variar
utilizada na propulsão de foguetes).
a taxa de rapidez da reação mo-
Outras reações, ao contrário, são muito lentas e às vezes demoram séculos, como a formação
dificando as condições a que ela
do petróleo e a degradação natural de certos tipos de lixo: os plásticos, por exemplo, demoram cerca
está submetida.
de 120 anos para se degradar, e os vidros, 4 mil anos ou mais.

LUIZA SIGULEM/FOLHAPRESS
JOSE ANTONIO PEREZ/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Fig. 1 – Propulsão de foguetes: reação muito rápida. Fig. 2 – Decomposição do lixo: reação muito lenta.

56 Termoquímica
GE S
AGE
S IMA
IM O W
W GL
LO C K/
/G O
K

ST
OC

ER
T

T
RS

UT
TTE

SH
EO/
HU
NITO/S

HOTO AND VID


EL L P
PAV
Fig. 3 – Apodrecimento da laranja: reação Fig. 4 – Combustão do carvão: reação de
de velocidade moderada. velocidade moderada.

Nesse caso, o estudo de como a taxa de desenvolvimento da reação varia em função de cada
reagente é uma tarefa bastante difícil.
Há, porém, muitas reações que ocorrem com uma taxa de desenvolvimento moderada, como
a decomposição térmica de sais, a combustão de vários compostos orgânicos e a transformação dos
alimentos pela ação de bactérias.
A respeito de reações desse tipo, podemos fazer uma série de perguntas:
Qual é a taxa de desenvolvimento média da reação?
Que fatores influem na taxa de desenvolvimento da reação?
É possível alterar a taxa de desenvolvimento para que a reação se torne mais rápida ou mais lenta?
É possível determinar o caminho pelo qual os reagentes se transformam em produtos, isto é, o
mecanismo da reação?
Responder a essas e a outras perguntas relacionadas à taxa de desenvolvimento das reações é
C ERVO DA PESQ
o objetivo da Cinética química. ÃO/A UIS
UÇ A
OD DO
PR RA
RE

DR
S:
TO

A.
A Cinética química estuda a taxa de desenvolvimento das reações e os fatores que a influen-

FO

SU
ZY
ciam. Estuda ainda a possibilidade de controlar essa taxa de desenvolvimento, tornando as

F
REI
reações mais rápidas ou mais lentas.

S
ABATO
A
Degradar o lixo em poucas horas ou retardar por anos a deterioração de um alimento são
conquistas que todo cientista almeja, e alguns desses objetivos específicos já estão sendo atingidos
em pequena escala.

TAXA DE DESENVOLVIMENTO MÉDIA EM FUNÇÃO DE


REAGENTES E PRODUTOS
Considere, por exemplo, a reação genérica balanceada, esquematizada a seguir, na qual duas
substâncias A e B reagem entre si na proporção a A + b B, produzindo duas novas substâncias, C e
D, na proporção c C + d D:
a A + b B @# c C + d D B
No início da reação (tempo zero), têm-se apenas as substâncias A e B. Uma vez iniciado o FRENTE B
processo, as quantidades dessas substâncias vão diminuindo progressivamente, enquanto começam
a surgir as substâncias C e D, em quantidades que vão aumentando até que a reação se complete.
Define-se então:
QUÍMICA

A taxa de desenvolvimento média, Tdm, é calculada em função de uma das substâncias par- Fig. 5 – Batatas não irradiadas (A) e
ticipantes da reação e é expressa pela razão entre a quantidade consumida ou produzida dessa irradiadas - submetidas a radiação
substância e o intervalo de tempo, Δt, em que isso ocorreu. gama – (B), após 5 meses de
conservação.

Termoquímica 57
A taxa de desenvolvimento média da reação gené­rica esquematizada anteriormente pode ser
calculada por uma das expressões abaixo:
Consumo de reagentes:
quantidade de A consumido quantidade de B consumido
Tdm 5 ou Tdm 5
∆t ∆t
Formação de produtos:
quantidade de C produzido quantidade de D produzido
Tdm 5 ou Tdm 5
∆t ∆t
As quantidades das substâncias consumidas ou produzidas são geral­mente expressas em varia-
ção de concentração em quantidade de matéria, mol/L, que aqui simbolizamos por Δ[ ] (variação
da concentração em quantidade de matéria).
Podem ser expressas também em variação de massa, Δm, variação de quanti­dade de matéria,
Δn, ou em variação de pressão parcial, Δp, no caso de reagentes ou de produtos que estejam na fase
gasosa.
A IUPAC adota o Sistema In- O intervalo de tempo, Δt, é expresso numa unidade adequada ao tipo de reação: segundos (s),
ternacional de Unidades nas suas minutos (min), horas (h) ou dias (d).
publicações, portanto a unidade Considere, por exemplo, que durante a reação genérica citada anteriormente tenha sido medida
da grandeza tempo oficial é o se- a concen­tração em quantidade de matéria da substância A consumida e da substância C produzida,
gundo, s. em intervalos de tempo regulares, obtendo-se o resultado descrito na tabela a seguir:

Tempo/minutos 0 5 10 15 20 25

[A]/mol ? L–1 8,5 7,0 5,5 4,0 2,5 1,0

[C]/mol ? L–1 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Reação de combustão da pa- Com base nesses resultados, podemos calcular a taxa de desenvolvimento média da reação em
rafina: função de A e de C, no intervalo de tempo que quisermos:
121 Taxa de desenvolvimento média da reação em função da substância A consumida no intervalo de
1 C40H82(s) + O (g) →
2 2 tempo entre 5 e 20 minutos:
→ 40 CO2(g) + 41 H2O(v) ∆[A] [A]Final 2 [A]Inicial 2 , 5 2 7,0
Tdm 5 ⇒ Tdm 5 ⇒ Tdm 5 ⇒
∆t tFinal 2 tInicial 20 2 5
⇒ Tdm 5 24,5 ⇒ Tdm 5 20 , 3 mol / L ⋅ min
15

VALEEV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
NEYRO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Fig. 6 – Instantes diferentes da reação


de combustão da parafina de uma vela.
Com o tempo, a concentração de parafina
(reagente) diminui à medida que a
concentração de gás carbônico e água
(produtos) aumenta.

58 Termoquímica
Taxa de desenvolvimento média da reação em função da substância C produzida no intervalo de
tempo entre 5 e 20 minutos:
∆[C] [C] 2 [C]Inicial 2 , 0 2 0,5
Tdm 5 ⇒ Tdm 5 Final ⇒ Tdm 5 ⇒
∆t tFinal 2 tInicial 20 2 5
⇒ Tdm 5 1, 5 ⇒ Tdm 5 10 ,1 mol / L ⋅ min
15
Observe que a taxa de desenvolvimento média calculada em função dos reagentes, no caso A,
tem valor negativo, pois à medida que a reação ocorre a quantidade de reagentes vai diminuindo.
Já a taxa de desenvolvimento média calculada em função dos produtos, no caso C, tem valor
positivo, pois à medida que a reação ocorre a quantidade de produtos vai aumentando.
Para evitar o problema do sinal, costuma-se trabalhar com os valores da taxa de desenvolvimen-
to de qualquer substância que participe da reação em módulo.

TAXA DE DESENVOLVIMENTO MÉDIA EM FUNÇÃO


DA REAÇÃO
Na maioria das reações químicas, a proporção em quantidade de matéria das substâncias que
reagem e das que são produzidas é diferente. Considere, por exemplo, a seguinte reação:
1 H2(g) + 1 I2(g) *( 2 HI(g)
Nessa reação, o consumo de 1 mol de gás hidrogênio, H2(g), ocorre simultaneamente ao con-
sumo de 1 mol de iodo gasoso, I2(g), ao mesmo tempo que se formam 2 mol de gás iodeto de
hidrogênio, HI(g).
Isso significa que, se calcularmos a taxa de desenvolvimento média em função do HI(g), ela
será 2 vezes maior que a taxa de desenvolvimento média calculada em função do H2(g) ou do I2(g).
Para que o cálculo da taxa de desenvolvimento média da reação seja o mesmo em função de qual-

VALEEV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
quer reagente ou produto, no mesmo intervalo de tempo, a IUPAC estabeleceu a seguinte convenção:

A taxa de desenvolvimento média da reação é o módulo da taxa de desenvolvimento de


consumo de um dos reagentes, ou de formação de um dos produtos, dividido pelo coeficiente
da substância na equação da reação corretamente balanceada.

Assim, no caso da reação de formação do HI(g), temos:


TdH2 TdI2 TdHI
Tdm Reação 5 5 5
1 1 2
Se considerarmos a equação genérica:
Fig. 7 – Modelo da molécula de iodeto de
a A + b B *( c C + d D, teremos: hidrogênio, HI.

∆[A] ∆[B] ∆[C] ∆[D]


Tdm Reação 5 5 5 5
a ⋅ ∆t b ⋅ ∆t c ⋅ ∆t d ⋅ ∆t

Se, por exemplo, um químico estiver trabalhando com a reação de obtenção do tetróxido de dini-
trogênio usado em combustíveis para foguetes (1 N2O5(g) *( 1 N2O4(g) + 1 O2(g)) e observar que a
2
concentração de N2O5 (g) varia em função do tempo, conforme os dados da tabela abaixo, poderá calcular FRENTE B
a taxa de desenvolvimento média da reação no intervalo de tempo de 3 min a 5 min da seguinte maneira:

[N2O5]/mol ? L–1 0,233 0,200 0,180 0,165 0,155


QUÍMICA

Tempo/min 0 3 5 9 14

∆[N2 Os ] 0,180 2 0,200 20,02


Tdm 5 ⇒ Tdm 5 ⇒ Tdm 5 ⇒ Tdm 5 0,01 mol/L ? min
1 ⋅ ∆t 1? (5,0 2 3,0) 2,0

Termoquímica 59
ESTUDO GRÁFICO
Em geral, antes que uma reação tenha início, a quantidade de reagentes é máxima e a quanti-
dade de produtos é zero.
À medida que a reação ocorre, os reagentes vão sendo consumidos, portanto a quantidade
de reagentes vai diminuindo com o tempo até se tornar mínima (ou eventualmente zero, para um
rendimento teórico de 100%).
Ao mesmo tempo, os produtos vão sendo formados, e a quantidade de produtos, que no início
geralmente é zero, começa a aumentar, até que, no final da reação, torna-se máxima.
Veja um exemplo na tabela a seguir para a reação:
1 H2(g) + 1 I2(g) *( 2 HI(g)

Tempo/s t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6
[H2]/mol ? L–1 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,10 0
[I2]/mol ? L–1 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,10 0
[HI]/mol ? L–1 0 0,40 0,80 1,20 1,60 1,80 2,0

Se colocarmos esses valores da tabela em um gráfico da concentração em mol/L de reagentes


e produtos, em função do tempo, obteremos as curvas do gráfico da figura 8.
Se fizermos um gráfico da taxa de desenvolvimento da reação em função do tempo para uma
reação genérica, obteremos a curva esquematizada no gráfico da figura 9.

Produtos
2,0
Concentração em mol/L

1,5

1,0

0,5
Reagentes

0
Fig. 8 – Concentração em mol/L 3 tempo. t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 Tempo
Taxa de desenvolvimento
da reação

Fig. 9 – Taxa de desenvolvimento da reação 3 tempo.


Tempo

Experimentalmente, verifica-se que na maioria das reações a taxa de desenvolvimento é máxima


no início da reação e vai se tornando progressivamente menor com o passar do tempo. Isso ocorre
porque, no início da reação, a concentração dos reagentes em quantidade de matéria (mol/L) é máxima.
À medida que a reação ocorre e os reagentes vão se transformando em produtos, a concen­
tração em mol/L de reagentes vai diminuindo e, com ela, a taxa de desenvolvimento da reação.

60 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Uepa) Preparar o sagrado cafezinho de todos os dias, assar d) 2,1 mol/L ? h e 1,5 mol/L ? h
m o pão de queijo e reunir a família para almoçar no domingo. e) −1,5 mol/L ? h e 2,1 mol/L ? h
Ene-7
C 4
H2
- Tarefas simples e do cotidiano ficarão mais caras a partir des-
ta semana. O preço do gás de cozinha será reajustado pelas RESOLUÇÃO:
m
Ene-6
C 5 distribuidoras pela segunda vez este ano; com isso, cozinhar Taxa de desenvolvimento média da queima do gás butano
H-2
ficará mais caro. A equação química que mostra a queima do no intervalo entre 0 a 5 horas:
butano (gás de cozinha) em nossas residências é: TdH2 TdI2 TdHI
13 5 5
C4H10(g) + O (g) → 4 CO2(g) + 5 H2O(l)
2 2 1 1 2
O quadro abaixo ilustra a variação da concentração em mol/L
em função do tempo: Td 5 1,5 mol/L ? h
Taxa de desenvolvimento média da queima do gás butano
[C4H10] (mol/L) 22,4 20,8 18,2 16,6 15,4 14,9
no intervalo entre 1 e 3 horas:
Tempo (horas) 0 1 2 3 4 5 | ∆n |
Td 5
As velocidades médias da queima do gás de cozinha nos in- ∆t
| 16, 6 mol
mol /L 2 20, 8 moll /L |
tervalos entre 0 a 5 e 1 a 3 horas são, respectivamente: Td 5
3 h 2 1h
a) −1,5 mol/L ? h e −2,1 mol/L ? h
b) 1,5 mol/L ? h e 2,1 mol/L ? h Td 5 2,1 mol/L ? h
c) 1,5 mol/L ? h e −2,1 mol/L ? h Alternativa b.

PARA CONSTRUIR

1 (UFV-MG) A decomposição da amônia, um importante insu- 2 (PUC-RS) Uma forma de ingerirmos a vitamina C é através
m mo da indústria moderna, em um recipiente fechado ocorre m do consumo de sucos de frutas. O suco deve ser consumido
Ene-7 Ene-7
C 4
H2
- de acordo com a seguinte equação química não balanceada: C 5
H2
- logo após ser preparado, pois essa vitamina sofre oxidação e

 perde sua ação em pouco tempo.
m
Ene-6
NH3 ( g)  N2 ( g) + H2 ( g) m
Ene-6
C 5 C 5
H-2 H-2 O gráfico a seguir apresenta a curva de decomposição da vi-
As concentrações de NH3, N2 e H2 variam com o tempo, con-
tamina C, presente no suco de acerola, em função do tempo.
forme ilustrado no gráfico abaixo:
Variação do teor de vitamina C
B em suco de acerola
0,12
Concentração em mol/L

0,1
Concentração

0,08
0,06
0,04
A
0,02
C 0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo Tempo (min)

É correto afirmar que as curvas A, B e C representam a varia- Pela análise do gráfico, é correto afirmar que a velocidade FRENTE B
ção das concentrações em função do tempo dos seguintes média de decomposição da vitamina C, em mol/min, nas
compostos, respectivamente: d duas primeiras horas após o preparo do suco é de, aproxi-
Equação balanceada de decomposição da amônia:
a) H2, N2 e NH3 2 NH (g) # 1 N (g) + 3 H (g) madamente: b | ∆n |
QUÍMICA

3 2 2 Td 5
b) NH3, H2 e N2 A concentração de amônia, NH3, diminui com o tem- a) 2,5 ? 10−4 ∆t
| 0,10 mol / L − 0, 025 mol / L |
c) NH3, N2 e H2 po (curva C). As concentrações de N2 e H2 aumentam b) 6,0 ? 10−4 Td 5
 2 h
d) N2, H2 e NH3 com o tempo (a concentração de H2 aumenta numa c) 3,0 ? 10−2
taxa de desenvolvimento 3 vezes maior – curva B – Td 5 0,000625 mol/L ? min (aproximadamente:
que a de N2 – curva A).
d) 4,0 ? 10−2 6 ? 10−4 mol/L ? min)

Termoquímica 61
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Observe os resultados no gráfico:


PARA PRATICAR
24

Quantidade de H2O2 (mol)


22 A
1 (UEL-PR) Se, no decorrer de uma atividade esportiva, um 20 B
m atleta necessitar de mais oxigênio, poderá utilizar uma más-
Ene-2
C 6
H- cara contendo superóxido de potássio, que reage com o
gás carbônico e com a água exalados por ele para formar o gás A ausência de luz (10 °C)
oxigênio. 12 C
B ausência de luz (25 °C)
C presença de luz (25 °C)
A equação química do processo é mostrada a seguir. 10
0 t
4 KO2(s) + 2 H2O(g) + 4 CO2(g) → 4 KHCO3(s) + 3 O2(g) Tempo (ano)

Dados: Na condição em que ocorreu a menor taxa de decomposição


de peróxido de hidrogênio, a velocidade média de formação
Massas molares (g/mol): H 5 1,00; C 5 12,0; O 5 16,0; K 5 39,0.
de O2, em mol ? ano−1, foi igual a:
Se esse atleta exalar 0,62 g de gás carbônico por minuto, a
a) 1
massa, em gramas, de superóxido de potássio consumida em
b) 2
10,0 minutos será:
c) 6
a) 0,25 d) 10,0
d) 12
b) 1,00 e) 12,5
c) 2,50
PARA APRIMORAR
2 (PUC-SP) Em determinada experiência, a reação de formação
m de água está ocorrendo com o consumo de 4 mol de oxigê- 1 (UFMG) Analise este gráfico, em que está representada a va-
Ene-7
C 4
H-2 nio por minuto. Consequentemente, a velocidade de consu- m riação da concentração de um reagente em função do tem-
Ene-6
mo de hidrogênio é de: C 5
H-2 po em uma reação química:
a) 2 mol/min. d) 12 mol/min. Concentração/(mol/L)
b) 4 mol/min. e) 16 mol/min.
c) 8 mol/min. 0,900

3 (Cefet-PI) Considere que um botijão com gás de cozinha de


m 13 kg esteja preenchido exclusivamente com gás butano 0,100
Ene-7
C 4
H-2 (C4H10) e que este, ao queimar com o oxigênio do ar, numa
combustão completa, produza água e gás carbônico. Con- 1,00 5,00 Tempo/minuto
sidere que ao deixar uma chama acesa decorram cinco dias
Considerando-se as informações desse gráfico, é correto afir-
até que todo o gás contido no botijão se acabe. Calcule a
mar que, no intervalo entre 1 e 5 minutos, a velocidade mé-
velocidade média de consumo do butano, em mols por hora.
dia de consumo desse reagente é de:
a) 0,935 a) 0,200 (mol/L) /min.
b) 1,870 b) 0,167 (mol/L) /min.
c) 3,740 c) 0,225 (mol/L) /min.
d) 18,70 d) 0,180 (mol/L) /min.
e) 37,4
2 (Unimontes-MG) A amônia, ao reagir com o oxigênio, produz
4 (Uerj) A água oxigenada consiste em uma solução aquosa de m monóxido de nitrogênio e água, como descrito pela equação:
Ene-7
m peróxido de hidrogênio, que se decompõe, sob a ação da luz C 4
H-2 4 NH3(g) + 5 O2(g) → 4 NO(g) + 6 H2O(l)
Ene-7
C 4
H2
- e do calor, segundo a equação química:
Sob condições de laboratório, a amônia, NH3, foi consumida
m
Ene-6
2 H2O2(aq) → 2 H2O(l) + O2(g) na velocidade de 4,23 · 10−4 mol L−1 s−1. Nas mesmas condi-
C 5
H-2 Em um experimento, foi monitorada a quantidade de peró- ções, pode-se afirmar que a velocidade relativa ao consumo
xido de hidrogênio em três frascos idênticos – A, B e C – de de oxigênio é, aproximadamente:
1 L de água oxigenada, mantidos em diferentes condições de a) 3,38 ? 10−4 mol L−1 s−1 c) 4,23 ? 10−3 mol L−1 s−1
luminosidade e temperatura. b) 2,12 ? 10 mol L s
−3 −1 −1
d) 5,29 ? 10−4 mol L−1 s−1

62 Termoquímica
CAPÍTULO

13 Condições para que uma


reação ocorra

Objetivos: Há duas condições que são fundamentais (embora não sejam suficientes) para que uma reação
química possa ocorrer:
c Compreender a
Os reagentes devem entrar em contato.
importância do contato,
Deve haver afinidade química entre os reagentes.
afinidade química e
Assim, por exemplo, se colocarmos em contato água, H2O(l), e monóxido de carbono, CO(g),
orientação favorável
não haverá reação, pois não há afinidade química entre essas substâncias:
dos reagentes para que
a reação ocorra. H2O(l) 1 CO(g) *( não há reação.
c Conhecer a Mas, se colocarmos em contato gás cloro, Cl2(g), e gás hidrogênio, H2(g), pode haver reação,
representação gráfica pois existe afinidade química.
do desenvolvimento e a
energia de ativação de 1 H2(g) 1 1 Cl2(g) *( 2 HCl(g)
uma reação química. A ocorrência ou não de reação química, nesse caso, passa a depender de duas outras condições,
ditas acessórias:
As partículas (moléculas, átomos ou íons) dos reagentes devem colidir entre si.
A colisão entre as partículas dos reagentes deve ser efetiva, ou seja, deve ocorrer numa orientação
favorável, com energia suficiente para romper as ligações existentes nos reagentes.
Considere, por exemplo, a reação entre gás hidrogênio e gás cloro, utilizando o modelo atômico
de Dalton:

1 H2(g) 1 1 Cl2(g) *( 2 HCl(g)


Hidrogênio Cloro

Para que as moléculas de H2(g) e Cl2(g) possam formar HCl(g), elas devem colidir com energia
suficiente (na presença de energia luminosa) e numa orientação favorável, conforme mostra a tabela
a seguir:

Algumas orientações possíveis durante a colisão Resultado

Orientação desfavorável: a colisão não é efetiva e não


ocorre reação.
FRENTE B
Orientação desfavorável: a colisão não é efetiva e não
ocorre reação.
QUÍMICA

Orientação favorável: a colisão pode ser efetiva e pode


ocorrer reação.

Termoquímica 63
Atividade
Experimental
REAÇÕES ENDOTÉRMICA E EXOTÉRMICA
Os produtos de uma reação química também possuem certa quantidade de energia (energia
Acesse o Material Comple- própria dos produtos, Epp).
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.
Quando o complexo ativado (instável) se rear­ranja para formar os produtos, ocorre sempre uma
liberação de energia, que pode ser calculada pela diferença: E 2 Epp.
Desse modo, podemos concluir:
Se a diferença E 2 Epp for maior que a energia de ativação, a reação será exotérmica: E − Epp .
GLOSSÁRIO

Energia de ativação: Eat , reação exotérmica.


é a quantidade mínima de energia Se a diferença E 2 Epp for menor que a energia de ativação, a reação será endotérmica: E − Epp , Eat ,
necessária para que a colisão entre
reação endotérmica.
as partículas dos reagentes, feita
numa orientação favorável, seja efe-
tiva e resulte em reação.
GRÁFICOS DA ENERGIA DE ATIVAÇÃO
Independentemente de a reação química ser exotérmica ou endotérmica, os reagentes sempre
vão necessitar de uma energia de ativação para atingir o complexo ativado.
Observe os gráficos a seguir:

Reação exotérmica Reação endotérmica

H ..... H H ..... H
Complexo ativado

.....
.....
Complexo ativado
.....
.....

Cl ..... Cl   I .....     I


Energia/kcal ? mol−1

Energia/kcal ? mol−1

E E

Eat Eat
E − Epp , Eat
1H2 + 1Cl2
Epr E − Epp . Eat Epp 2 HI

ΔH ΔH

2HCl 1H2 + 1I2


Epp Epr

Desenvolvimento da reação Desenvolvimento da reação

Fig. 1 – O gráfico mostra a energia envolvida Fig. 2 – O gráfico mostra a energia envolvida
na reação entre gás hidrogênio, H2(g), na reação entre gás hidrogênio, H2(g),
e gás cloro, Cl2(g): e gás iodo, I2(g):
1 H2(g) 1 1 Cl2(g) *( 2 HCl(g)  ΔH 5 244,2 kcal 1 H2(g) 1 1 I2(s) *( 2 HI(g) ΔH 5 112,4 kcal

ENERGIA DE ATIVAÇÃO E TAXA DE


CHONES/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

DESENVOLVIMENTO DA REAÇÃO
A energia de ativação representa um obstáculo na transformação de reagentes em produtos.
A reação só será efetuada se esse obstáculo for transposto, isto é, se as moléculas das substâncias
reagentes adquirirem energia de ativação.
Quanto menor for a energia de ativação a ser adquirida, mais fácil e rapidamente ocorrerá a
reação, e vice-versa.

Quanto menor a energia de ativação, maior a


Fig. 3 – Quanto menor a energia de taxa de desenvolvimento da reação, e vice-versa.
ativação, mais rápida a reação.

64 Termoquímica
Atividade
Experimental
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

Fotografando a reação química


O químico egípcio Ahmed Hassan Zewail (1946-), do Instituto de

JULIEN HEKIMIAN/WIREIMAGE/GETTY IMAGES


Tecnologia da Califórnia (Caltech), recebeu o prêmio Nobel de Química
em 1999 por obter imagens de uma reação química em andamento.
As pesquisas começaram em 1987, quando Zewail construiu o
primeiro laboratório com pulsos de laser da ordem de femtossegundos
(10215 s), que é o “limite de tempo” dos processos químicos e biológi-
cos.
Uma reação que ocorre em uma única etapa se completa entre
10 e 100 femtossegundos.
Para “fotografar” uma reação em andamento, utiliza-se um laser
ultrarrápido que produz dois flashes: o primeiro, mais potente (pulso
bombeador), colide com uma molécula reagente e a excita para um
estado de maior energia, enquanto o segundo, mais fraco (pulso sonda),
detecta a molécula original ou uma forma alterada desta.
O primeiro flash é o sinal inicial para a reação, enquanto o segun-
do examina o que está ocorrendo.
O intervalo de tempo entre os dois flashes permite observar a
rapidez com que a molécula original é transformada.
As novas formas que a molécula assume, quando recebe energia
do primeiro flash, passando por um ou mais estados de transição, têm Fig. 4 – Ahmed Hassan Zewail (2009).
um padrão energético característico (espectro) que pode servir de “impressão digital”.
Essa informação e o tempo decorrido são comparados com simulações teóricas dos espectros e das energias para as moléculas
em seus vários estados.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

m (PUC-MG) O diagrama a seguir representa a evolução da III. O intervalo 3 representa a variação de entalpia (ΔH) da
Ene-5
C 7
H-1 energia potencial em função do caminho de uma reação reação inversa.
química (A + B # C). IV. O intervalo 4 representa a energia de ativação da reação
inversa.
São corretas as afirmações:
a) I e II, apenas.
2 b) I, III e IV.
Energia

A1B
4
c) III e IV.
3 d) I, II e IV.
1

C RESOLUÇÃO: FRENTE B

I. Verdadeira.
Caminho da reação II. Verdadeira.
QUÍMICA

III. Falsa. O intervalo 3 representa a energia do complexo ati-


Considere as afirmações: vado.
I. O intervalo 1 representa a variação de entalpia (ΔH) da reação. IV. Verdadeira.
II. O intervalo 2 representa a energia de ativação da reação. Alternativa d.

Termoquímica 65
2. As reações de combustão são exotérmicas. O atrito do palito contra a superfície áspera da caixa fornece a energia necessária para que a reação tenha
início (energia de ativação). Portanto, a energia fornecida pelo atrito é maior ou igual à energia de ativação da reação.

PARA CONSTRUIR

1 (Cesgranrio-RJ) Com relação a um fogão de cozinha, que uti- 2 (UFMG) Um palito de fósforo não se acende, espontanea-
m liza mistura de hidrocarbonetos gasosos como combustível, m mente, enquanto está guardado. Porém, basta um ligeiro atri-
Ene-2 Ene-6
C 6
H- é correto afirmar que: e C 1
H-2 to com uma superfície áspera para que ele, imediatamente,
a) a chama se mantém acesa, pois o valor da energia de ati- entre em combustão, com emissão de luz e calor.
vação para ocorrência da combustão é maior que o valor Considerando-se essas observações, é correto afirmar que a
relativo ao calor liberado. reação: d
b) a reação de combustão do gás é um processo endotérmico. a) é endotérmica e tem energia de ativação maior que a
c) a entalpia dos produtos é maior que a entalpia dos rea- energia fornecida pelo atrito.
gentes na combustão dos gases. b) é endotérmica e tem energia de ativação menor que a
d) a energia das ligações quebradas na combustão é maior energia fornecida pelo atrito.
que a energia das ligações formadas. c) é exotérmica e tem energia de ativação maior que a ener-
e) se utiliza um fósforo para acender o fogo, pois sua cha- gia fornecida pelo atrito.
ma fornece energia de ativação para a ocorrência da d) é exotérmica e tem energia de ativação menor que a
combustão. energia fornecida pelo atrito.

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA PRATICAR 2 (PUCC-SP)


m
Ene-2
O fósforo branco P4 é tão reativo que deve ser guar-
C 6
1 (UFRGS-RS) As figuras a seguir representam as colisões en- H- dado em água para não se inflamar espontaneamente:
m tre as moléculas reagentes de uma mesma reação em três
P4 1 5 O2 # P4O10 1 calor
Ene-7
C 4
H-2 situações. O fósforo vermelho, muito mais seguro, encontra-se
Situação I na lixa da caixinha de fósforos. Quando riscado, transfor-
1 2 3
NO CO
2
ma-se em P4 que pega fogo.
O calor gerado inicia a reação entre as substâncias
presentes na cabeça do palito. A reação global é:
Situação II P4 1 5 O2 1 3 S 1 2 KClO3 #
1 2 3
NO CO
2
# P4O10 1 3 SO2 1 2 KCl 1 calor
PEREIRA, Luis Fernando. Folha de S.Paulo, 10 jun. 2004. Adaptado.
O fato de o fósforo branco pegar fogo imediatamente, quan-
Situação III
1 2 3
do exposto ao ar, indica que essa transformação química:
NO2 CO a) é muito endotérmica.
b) é catalisada pelo O2 do ar.
c) forma produtos com maior conteúdo energético do que
Pode-se afirmar que: os reagentes.
a) na situação I, as moléculas reagentes apresentam energia d) tem baixa energia de ativação.
maior que a energia de ativação, mas a geometria da coli- e) atinge rapidamente o equilíbrio.
são não favorece a formação dos produtos.
b) na situação II, ocorreu uma colisão com geometria favorá- 3 (UFMG) A elevação de temperatura aumenta a velocidade
vel e energia suficiente para formar os produtos. m das reações químicas porque aumenta os fatores apresenta-
Ene-6
c) na situação III, as moléculas reagentes foram completa-
C 1
H-2 dos nas alternativas, exceto:
mente transformadas em produtos. a) A energia cinética média das moléculas.
d) nas situações I e III, ocorreram reações químicas, pois as b) A energia de ativação.
colisões foram eficazes. c) A frequência das colisões efetivas.
e) nas situações I, II e III, ocorreu a formação do complexo d) O número de colisões por segundo entre as moléculas.
ativado, produzindo novas substâncias. e) A velocidade média das moléculas.

66 Termoquímica
4 (Mack-SP) Uma mistura de vapor de gasolina e ar, à tempera- c) III.
m tura ambiente, não reage. Entretanto, no motor de carros, em d) I e II.
Ene-7
C 4
H2
- presença de faísca elétrica, ocorre a combustão da gasolina. e) II e III.
Dessa constatação, são feitas as seguintes afirmações:
3 (UFC-CE) As reações químicas metabólicas são fortemente
I. A faísca fornece à mistura a energia necessária para iniciar dependentes da temperatura do meio. Como consequên-
m
Ene-4
a reação. C 5
cia, os animais de sangue frio possuem metabolismo re-
H-1
II. A faísca é a única responsável pela combustão da gasolina, tardado, fazendo com que os mesmos se movimentem
uma vez que ela ocorre mesmo em total ausência de ar. muito mais lentamente em climas frios. Isso os torna mais
III. A reação que ocorre é exotérmica. expostos aos predadores em regiões temperadas do que
IV. A faísca faz com que as moléculas de oxigênio se separem em regiões tropicais.
do ar e reajam com a gasolina.
Assinale a alternativa que justifica corretamente esse fe-
Das afirmações feitas, somente são corretas:
nômeno.
a) I e IV. d) I e III.
a) Um aumento na temperatura aumenta a energia de
b) II e III. e) I, III e IV.
ativação das reações metabólicas, aumentando suas
c) III e IV.
velocidades.
b) Um aumento na temperatura aumenta a energia cinética
PARA APRIMORAR média das moléculas reagentes, aumentando as velocida-
des das reações metabólicas.
1 (UFRGS-RS) A “Teoria absoluta da velocidade das reações”, c) Em temperaturas elevadas, as moléculas se movem mais
ou “Teoria do complexo ativado”, foi proposta para explicar o lentamente, aumentando a frequência dos choques e a
comportamento cinético da interação de espécies químicas. velocidade das reações metabólicas.
A respeito dessa teoria, é incorreto afirmar que: d) Em baixas temperaturas, ocorre o aumento da energia de
a) a velocidade da reação será tanto maior quanto maior for ativação das reações metabólicas, aumentando suas velo-
a energia potencial do complexo ativado. cidades.
b) um estado de equilíbrio é estabelecido entre os reagentes e) A frequência de choques entre as moléculas reagentes
e o complexo ativado. independe da temperatura do meio, e a velocidade da
c) o complexo ativado é uma espécie intermediária de ele- reação independe da energia de ativação.
vada energia potencial. 4 (UFMG) O gráfico a seguir representa a variação de energia
d) o complexo ativado se decompõe espontaneamente, for- potencial quando o monóxido de carbono, CO, é oxidado a
m
mando os produtos da reação. Ene-7
C 4
H-2 CO2 pela ação do NO2, de acordo com a equação:
e) a energia de ativação da reação direta corresponde à di-
ferença entre as energias do complexo ativado e dos rea- m CO(g) 1 NO2(g) F CO2(g) 1 NO(g)
Ene-6
C 5
gentes. H-2
H/kJmol−1
200
2 (Fuvest-SP) Ao abastecer um automóvel com gasolina, é pos- 150
m sível sentir o odor do combustível a certa distância da bom- 100
Ene-2 50 CO 1 NO2
C 6
H- ba. Isso significa que, no ar, existem moléculas dos compo-
0
nentes da gasolina, que são percebidas pelo olfato. Mesmo 250
havendo, no ar, moléculas de combustível e de oxigênio, não 2100
há combustão nesse caso. 2150
2200 CO2 1 NO
Três explicações diferentes foram propostas para isso: 2250
I. As moléculas dos componentes da gasolina e as do oxigê- Extensão da reação
nio estão em equilíbrio químico e, por isso, não reagem. Com relação a esse gráfico e à reação acima, a afirmativa
II. À temperatura ambiente, as moléculas dos componentes falsa é:
FRENTE B
da gasolina e as do oxigênio não têm energia suficiente a) a energia de ativação para a reação direta é cerca de
para iniciar a combustão. 135 kJ ? mol−1.
III. As moléculas dos componentes da gasolina e as do oxi- b) a reação inversa é endotérmica.
gênio encontram-se tão separadas que não há colisão en- c) em valor absoluto, o ΔH da reação direta é cerca de
QUÍMICA

tre elas. 225 kJ ? mol−1.


Dentre as explicações, está correto apenas o que se propõe em: d) em valor absoluto, o ΔH da reação inversa é cerca de
a) I. 360 kJ ? mol−1.
b) II. e) o ΔH da reação direta é negativo.

Termoquímica 67
CAPÍTULO
Fatores que influenciam
14 a taxa de desenvolvimento
de uma reação

Objetivos: São diversos os fatores que podem influenciar na taxa de desenvolvimento de uma reação
química tornando-a mais rápida ou mais lenta. Entre eles se destacam: natureza dos reagentes, super-
c Conhecer os fatores
fície de contato, luz, eletricidade, pressão, temperatura, concentração de reagentes, catalisadores e
que influenciam a taxa
inibidores.
de desenvolvimento de
Muitas vezes, controlando esses fatores isoladamente ou em conjunto, é possível alterar a taxa
uma reação: natureza
dos reagentes,
de desenvolvimento de uma reação.
superfície de contato,
concentração de NATUREZA DOS REAGENTES
reagentes, pressão e
Sabemos que, para que uma reação química ocorra, é necessário que as ligações existentes
temperatura.
nos reagentes sejam rompidas, possibilitando a formação de novas ligações que darão origem aos
c Conhecer alguns produtos.
exemplos de processos Desse modo, é fácil concluir que:
químicos em que
é necessária a Quanto maior for o número de ligações a serem rompidas nos reagentes e quanto mais fortes
presença de uma forem essas ligações, mais lenta será a reação, e vice-versa.
energia luminosa e
as que necessitam de
Geralmente, as reações orgânicas, que envolvem moléculas grandes com várias ligações covalen-
passagem de corrente
tes para serem rompidas, são mais lentas que as reações inorgânicas, que em geral envolvem apenas
elétrica.
íons que já estão dissociados ou ionizados em meio aquoso.
Exemplos:
Reação de dupla-troca em meio aquoso: instantânea a 20 °C.
1 HCl(aq) 1 1 NaOH(aq) *( 1 NaCl(aq) 1 1 H2O(l)
Ácido clorídrico Hidróxido de sódio Cloreto de sódio Água
Reação de combustão do carvão: não ocorre a 20 °C.
1
1 Cn(g) 1 n O2(g) *( n CO2(g)
2
Carvão Gás oxigênio Gás carbônico
K/C
TO

SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA


ES RS
AG TE
IM HUT
OW IX/S

PbCrO4: precipitado
GL EXR

insolúvel
M

Fig. 2 – A reação de dupla-troca


Fig. 1 – A reação de combustão entre K2CrO4(aq) e Pb(NO3)2(aq)
do carvão a 20 °C não ocorre. a 20 °C é instantânea.

68 Termoquímica
SUPERFÍCIE DE CONTATO
/
Sabemos que, mais cedo ou mais tarde, o que é de ferro “enferruja”. Mas o que enferruja (oxida) RS
TO
CK
E
TT
mais depressa: uma barra de ferro ou uma palha de aço? Por quê? /SH
U
INS ES
LK MAG
É praticamente certo que você responderá que é a palha de aço. E é verdade, exatamente por- A
B C OW
I
GL
que a superfície de contato do ferro na palha é bem maior que a da barra de ferro.
E o que é superfície de contato? É a área de determinado reagente efetivamente exposta aos
demais reagentes.

E
N
O
T
YS
KE
O/
AR
RU
A LE

EYSTONE
LIN /K
MO
E AS
DR
AN

ES
AG
IM
W
F O X X/A L A M Y/ G L O
TED
Como a realização de uma reação química depende fundamentalmente do contato entre as
substâncias reagentes, conclui-se que, mantendo os demais fatores constantes:

Quanto maior a superfície de contato dos reagentes envolvidos, maior a taxa de desenvolvi-
mento da reação, e vice-versa.

Reação muito lenta em condições ambiente:


Fe(barra) 1 O2(g) 1 H2O(v) *( ferrugem
Reação mais rápida em condições ambiente:
Fe(palha) 1 O2(g) 1 H2O(v) *( ferrugem
Observação:
A ferrugem é um produto da oxidação do ferro metálico que possui constituição complexa e
variável conforme as condições em que foi formada. Pode ser constituída de três camadas de óxidos
de ferro hidratados, em diferentes estados de oxidação, da superfície do ferro para a atmosfera:
FeO ? x H2O
Fe3O4 ? y H2O
Fe2O3 ? z H2O

FRENTE B
em que x, y e z são números que variam conforme as condições locais.

LUZ E ELETRICIDADE
Quando é necessária a presença de energia luminosa para que uma reação ocorra, dizemos que
QUÍMICA

se trata de uma reação fotoquímica.


Em reações fotoquímicas há sempre a presença de um reagente colorido, que é dito fotoqui-
micamente ativo.
As moléculas do reagente fotoquimicamente ativo são ativadas quando absorvem energia lu-
minosa, podendo então dar início à reação.

Termoquímica 69
Algumas reações desse tipo são muito comuns:
Reação entre gás hidrogênio e gás cloro: muito lenta no escuro e rápida na presença de luz.
1 H2(g) 1 1 Cl2 (gás amarelo-esverdeado) *( 2 HCl(g)
Reação de fotólise (quebra pela luz), que ocorre em chapas fotográficas tradicionais:
2 AgBr (sólido castanho-avermelhado) *( Ag(s) 1 1 Br2(l)
Reação de fotossíntese (simplificada) elaborada pelos vegetais verdes clorofilados:
6 CO2(g) 1 12 H2O(l) *( 1 C6H12O6(s) 1 6 H2O(l) 1 6 O2(g)
A reação de fotossíntese acima é simplificada. De fato, a reação entre o gás carbônico e a água
não ocorre diretamente, mas desenvolve-se por meio de uma série de reações, com a participação de
várias enzimas (catalisadores). A fotossíntese pode ser dividida em duas fases: uma que se processa
em presença de luz, a etapa de claro, e outra que independe da luz, a etapa de escuro.
CO2
No esquema da fotossíntese O2
ao lado não está apresentada a
respiração da planta, quando ela
absorve O2(g) e libera CO2(g).
O2

H2O C6H12O6 e H2O

O2
O2 DA
Fig. 3 – Ilustração esquemática IVO
QU
/AR
URA
representando reagentes e MO
LUIS ORA
produtos da fotossíntese. EDIT

Assim como muitas reações são ativadas pela luz, há reações que são ativadas pela passagem
de corrente elétrica (i).
Um exemplo interessante é a reação entre gás hidrogênio e gás oxigênio, formando água.
2 H2(g) 1 1 O2(g) *( 2 H2O(l)
Se os reagentes forem simplesmente colocados em contato, num recipiente de material inerte
(por exemplo, quartzo), isolados do meio externo, a reação será extremamente lenta, podendo levar
séculos para se completar. Mas se fizermos passar por esse recipiente uma faísca elétrica, a reação se
desenvolverá em poucos segundos.

CONCENTRAÇÃO DE REAGENTES
Quanto maior o número de partículas de reagentes por unidade de volume, isto é, quanto maior
a concentração, maior será a probabilidade de haver colisão efetiva entre essas partículas. Consequen-
temente, maior será a taxa de desenvolvimento da reação.
Veja o esquema a seguir:
Volume V Volume V
ILUSTRAÇÕES: LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

Menos partículas Mais partículas


reagentes: reagentes:
menor taxa de maior taxa de
desenvolvimento desenvolvimento
da reação. da reação.

70 Termoquímica
PRESSÃO
A redução do volume pelo aumento da pressão externa em um sistema em reação também
altera a taxa de desenvolvimento da reação.
Com a redução do volume, as partículas dos reagentes ficarão mais próximas umas das outras,
o que possibilita um maior número de colisões entre as partículas e consequentemente uma maior
taxa de desenvolvimento da reação.
Pressão P Pressão P' . P
ILUSTRAÇÕES: LUIS MOURA/
ARQUIVO DA EDITORA

Pressão menor, Pressão maior,


maior volume: menor volume:
menor taxa de maior taxa de
desenvolvimento desenvolvimento
da reação. da reação.

O efeito da pressão só é considerável quando as substâncias que participam da reação se en-


contram no estado gasoso.
Para reações que ocorrem nos estados líquido e/ou sólido, o efeito da pressão, embora exista,
pode ser considerado desprezível.

MICHAEL ROLANDS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


TEMPERATURA
Sendo a temperatura uma medida da agitação térmica das partículas de uma substância, um
aumento de temperatura representa um aumento de agitação dessas partículas.
Agitando-se mais rápida e intensamente, as partículas vão colidir com maior frequência, o que
acarretará um aumento na taxa de desenvolvimento da reação. A cada temperatura, as partículas
das substâncias reagentes possuem uma energia cinética média, o que não significa que todas as
partículas têm a mesma energia cinética.
Se construírmos um gráfico representando o número de partículas das substâncias reagentes
em função da energia cinética, Ec, à temperatura T, poderemos estimar a quantidade de partículas
que possuem energia de ativação necessária para que a colisão entre elas seja efetiva, formando o
complexo ativado.
Nesse caso, obtemos a curva 1.
Número de partículas

curva 1 FRENTE B
QUÍMICA

Ec Eat Ec das partículas

No entanto, se construirmos um outro gráfico, a uma outra temperatura T', com T' . T, a ener- Fig. 4 – O aumento da temperatura
gia cinética média dessas partículas será E'c com E'c . Ec , portanto mais moléculas terão energia de representa um aumento no grau de
ativação necessária para atingirem o complexo ativado. agitação das partículas.

Termoquímica 71
Nesse caso, obtemos a curva 2.

Número de partículas
T
Curva 1
T'
Curva 2

Ec E'c Eat Ec das partículas


Sendo Eat a energia de ativação necessária para que as colisões entre as partículas reagentes
resultem em reação, veremos no gráfico que, à temperatura T', o número de partículas com energia
igual ou superior à energia de ativação é muito maior que à temperatura T. Logo, à temperatura
T' . T, a taxa de desenvolvimento da reação é maior.

Aumento da temperatura ( aumento da energia cinética ( aumento do número de


partículas com energia maior ou igual à energia de ativação ( aumento do número de colisões
efetivas ( aumento da taxa de desenvolvimento da reação.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

(UFSM-RS) O vinho tinto e o leite são benéficos à saúde hu- III. Quanto maior a temperatura, maior a velocidade de uma
mana pois são ótimas fontes de antioxidantes (resveratrol) e reação, pois há uma diminuição da energia de ativação.
de cálcio, respectivamente. Os vinhos azedam mais rapida- Está(ão) correta(s):
mente quando armazenados em locais mais quentes. O leite a) apenas I. d) apenas I e II.
gelado (5 oC) se conserva melhor do que o guardado na tem- b) apenas II. e) apenas II e III.
peratura ambiente (25 oC). Esses fatos cotidianos revelam que c) apenas III.
há uma relação direta entre a temperatura e a oxidação do
vinho tinto e a decomposição do leite. RESOLUÇÃO:
Analise as seguintes afirmativas em relação ao efeito da tem- I. Verdadeira.
peratura sobre a velocidade das reações: II. Falsa. O aumento da temperatura aumenta as taxas de
I. Quanto menor a temperatura, menor a velocidade de desenvolvimento da reação no sentido endotérmico e da
uma reação, pois há menor quantidade de moléculas reação no sentido exotérmico.
com energia suficiente para participar da reação. III. Falsa. A energia de ativação de uma reação não depende
II. O aumento da temperatura aumenta somente a velocida- da temperatura em que ela é efetuada.
de das reações endotérmicas. Alternativa a.

PARA CONSTRUIR

1 (UFJF-MG – Adaptada) Com base nas informações da tabela abaixo, assinale a alternativa que correlaciona corretamente os fenô-
m menos do nosso cotidiano com os fatores que podem afetar a velocidade das reações. e
Ene-2
C 6
H-
Fenômenos Fatores
A – Vela se apaga quando colocada num recipiente fechado I – Superfície de contato
B – Alimentos se estragam mais rápido quando são guardados fora da geladeira II – Concentração
C – Os frascos de água oxigenada costumam ser opacos para evitar a degradação do produto III – Presença de luz
D – Palha de aço enferruja mais rápido que uma barra de aço IV – Temperatura

72 Termoquímica
2. A reação de oxidação ocorre mais rapidamente quando o material (o ferro) está mais finamente dividido (maior superfície
de contato): limalha de ferro; em local de maior umidade: porto de Suape.

a) A – IV; B – III; C – II; D – I Tempo de duração do


b) A – I; B – II; C – IV; D – III Temperatura °C Luz
experimento
c) A – II; B – III; C – I; D – IV
d) A – III; B – I; C – IV; D – II t1 20 Sem
e) A – II; B – IV; C – III; D – I
t2 25 Sem
2 (Ufal) Cinco amostras com 500 g de ferro foram utilizadas t3 35 Com
m
Ene-7
na fabricação de diferentes objetos, que foram transporta-
C 4
H-2 dos para lugares diversos. Assinale a alternativa em que são t4 35 Sem
apresentadas condições para a amostra oxidar-se (enferrujar)
mais rapidamente: c Assinale a opção que classifica, de forma crescente, os tem-
pos de duração dos experimentos. b
a) um martelo numa fazenda próxima a Maceió. a) t1, t2, t4, t3.
b) um martelo no sertão semiárido. b) t3, t4, t2, t1.
c) limalha de ferro no porto de Suape. c) t2, t1, t3, t4.
d) limalha de ferro no sertão semiárido. d) t4, t3, t1, t2.
e) um monte de pregos no porto de Suape. O menor tempo de duração do experimento (t3) corresponde à
reação com maior taxa de desenvolvimento: a que apresenta tem-
3 (PUC-MG – Adaptada) A água oxigenada ou solução aquosa de peratura mais elevada e é efetuada na presença de luz.
m peróxido de hidrogênio (H2O2) é uma espécie oxidante bastan- O segundo menor tempo de duração do experimento (t4) corres-
Ene-2
C 6
te utilizada no dia a dia: descoloração dos cabelos, desinfecção ponde à reação que apresenta a temperatura mais elevada e é
H-
efetuada na ausência de luz.
de lentes de contato, de ferimentos, etc. A sua decomposição O maior tempo de duração do experimento (t1) corresponde à
m
Ene-6 produz liberação de oxigênio e é acelerada por alguns fatores
C 5 reação mais lenta: a que é feita com temperatura mais baixa e
H-2
como a exposição à luz ou a catalisadores Fe21(aq), Fe31(aq) e na ausência de luz.
Pt(s). Um estudo da cinética da reação foi realizado seguindo Assim: t3 , t4 , t2 , t1.

as condições experimentais descritas na tabela a seguir:

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA PRATICAR
PARA PRATICAR 2 (Cefet-MG) Quando uma fita de magnésio é mergulhada em
m
Ene-7
uma solução aquosa de ácido clorídrico, ocorre a reação:
C 4
H-2 Mg(s) 1 2 HCl(aq) # MgCl2(aq) 1 H2(g)
1 (UEMG) Um professor, utilizando comprimidos de antiácido
m efervescente à base de NaHCO3, realizou quatro procedi- m
Ene-6 A temperatura da solução e a concentração do ácido afetam
Ene-7 C 5
C 4
H-2 mentos, ilustrados a seguir: H-2 a velocidade da reação de oxidação do magnésio.
Considere as condições experimentais durante a oxidação da
fita de magnésio, de acordo com os registros abaixo.

Concentração do HCl
Experimento Temperatura (°C)
(mol · L21)
I II III IV
150 mL 150 mL 150 mL 150 mL 1 20 0,2
25 °C 5 °C 25 °C 5 °C
2 20 2,0
FRENTE B
Procedimento I – Comprimido inteiro e água a 25 oC
Procedimento II – Comprimido inteiro e água a 5 oC 3 50 2,0
Procedimento III – Comprimido pulverizado e água a 25 oC 4 50 5,0
Procedimento IV – Comprimido pulverizado e água a 5 oC
QUÍMICA

A reação ocorreu mais rapidamente no procedimento: O magnésio será oxidado, mais rapidamente, no experimento:
a) I. a) 1
b) II. b) 2
c) III. c) 3
d) IV. d) 4

Termoquímica 73
PARA PRATICAR
PARA APRIMORAR 2 (Udesc) Considere que um prego é fabricado apenas com o
m metal Fe. Se esse prego entrar em contato com uma solução
Ene-7
C 4
H-2 aquosa de HCl, irá acontecer a seguinte reação de corrosão:
1 (IFMT) Para deixar os fogos de artifício coloridos, os fabrican-
m tes misturam à pólvora metais finamente divididos ou sais de Fe(s) 1 2 HCl(aq) # FeCl2(aq) 1 H2(g)
Ene-7
C 5
H-2 diferentes elementos para que, quando detonados, produ- A velocidade com que a corrosão do Fe ocorre depende de
zam cores diferentes. Na tabela abaixo, encontram-se alguns alguns fatores. Assinale a alternativa que contém os fatores
m
Ene-6 dos compostos responsáveis pela coloração dos fogos.
C 4
H2
- que podem influenciar a velocidade dessa reação.
a) temperatura – massa molar – pressão
Metais/Compostos Cor b) temperatura – pressão – concentração dos reagentes
c) concentração dos reagentes – pressão – densidade
Sais de cálcio Laranja d) densidade – massa molar – temperatura
e) catalisador – densidade – pressão
Sais de estrôncio ou carbonato de lítio Vermelha
3 (IFMT) Maria, para “ganhar tempo”, optou pelas seguintes prá-
Pó de metal sódio Amarela
m ticas em sua cozinha: cozinhou as espigas de milho em uma
Ene-2
Pó de titânio, alumínio ou magnésio Prata
C 6
H- panela de pressão, cobriu a massa do pão que tinha amassa-
do com um plástico enquanto a esperava “crescer” e trocou a
Ferro Dourada tora de lenha por gravetos em seu fogão a lenha.
Cobre Azul Sobre as explicações referentes às opções de Maria, assinale
a afirmativa correta.
Sobre a velocidade dessas reações, assinale a alternativa correta. a) O milho cozinha mais rápido na panela de pressão, pois
a) Os átomos emitem luz quando seus elétrons são exci- a temperatura aumenta com a diminuição da pressão no
tados e saltam para níveis de energia mais externos do interior da panela.
átomo. b) A massa de pão não “cresce” mais rápido com o uso do
b) Os metais finamente divididos têm menor superfície plástico, é apenas um costume antigo que vai passando
de contato e por isso lentamente emitem luz, quando de geração em geração.
aquecidos. c) A massa de pão “cresce” mais rápido com o uso do plástico
c) A emissão de luz e de diferentes cores pode ser explicada porque com o plástico a temperatura fica maior, diminuin-
a partir do modelo atômico de Dalton. do assim a velocidade da reação de fermentação da massa.
d) A velocidade da queima dos fogos de artifício não é de- d) Tanto faz colocar a tora de lenha ou os gravetos que a ve-
pendente da temperatura, mas depende da pressão at- locidade da reação de queima (combustão) será a mesma.
mosférica. e) Os gravetos fazem com que a reação de queima (com-
e) Os metais finamente divididos têm sua superfície de con- bustão) seja mais rápida do que com uma tora de lenha,
tato aumentada e esse é um dos fatores capaz de acelerar porque nos gravetos a superfície de contato com o gás
a velocidade da queima dos fogos de artifício. oxigênio é maior do que na tora.

ANOTAÇÕES

74 Termoquímica
CAPÍTULO

15 Catalisadores, inibidores
e venenos de reação

Objetivos:
CATALISADORES
c Conhecer o conceito de O catalisador é uma substância que diminui a energia de ativação necessária para a formação
catalisador e inibidor do complexo ativado, aumentando assim a taxa de desenvolvimento da reação.
e como eles estão
presentes no dia a dia.
O catalisador não participa da formação dos produtos da reação, sendo integralmente re-
c Relacionar o uso de cuperado no final do processo (em massa e composição).
catalisador com a
diminuição da energia
de ativação. Observações:
1a) A ação do catalisador só é possível quando existe afinidade química entre os reagentes. Isso
c Conhecer os diferentes
significa que não há catalisador que faça ocorrer uma reação não espontânea.
tipos de catálise.
2a) Se a reação for reversível (os produtos reagem entre si formando novamente os reagentes), a
c Compreender o adição de um catalisador aumentará igualmente as taxas de desenvolvimentos das reações
conceito de ativadores direta e inversa.
e venenos de Reação direta
catalisador.
Reagentes Produtos
Reação inversa

Abaixamento da energia de ativação


Toda reação, exotérmica ou endotérmica, necessita de determinada energia de ativação para
ter início. Em relação a essa energia de ativação, podemos representar graficamente a ação de um
catalisador sobre reações que liberam ou absorvem calor da seguinte forma:

Reações exotérmicas Reações endotérmicas


A 1 B *( C 1 D 1 calor X 1 Y 1 calor *( Z 1 W

E E
Energia/kcal ? mol–1
Energia/kcal ? mol–1

Eat sem
catalisador 1 Eat sem 3
Sem catalisador Sem
catalisador catalisador
Ecat Ecat

Eat com
Eat com
catalisador
catalisador
Com Com
catalisador catalisador
Epr A1B Epp Z1W
FRENTE B
Reagentes 2 Produtos
4
Epp C1D Epr X1Y
Produtos Reagentes

Desenvolvimento da reação Desenvolvimento da reação


QUÍMICA

1. Diminuição da energia de ativação pela ação do catalisador. 3. Diminuição da energia de ativação pela ação do catalisador.
2. Libera calor: ΔH , 0. 4. Absorve calor: ΔH . 0.

O catalisador age na reação mudando seu mecanismo, ou seja, tornando mais curto o caminho
no qual os reagentes se transformam em produto. Para isso, forma, com os reagentes, um sistema que
pode ser monofásico (homogêneo) ou polifásico (heterogêneo).

Termoquímica 75
Catálise homogênea
Quando o catalisador forma com os reagentes um sistema monofásico, dizemos que a ação
catalítica é homogênea.
Por exemplo: considere a reação de combustão do dióxido de enxofre, SO2(g), formando trióxi-
do de enxofre, SO3(g) (uma etapa intermediá­ria na fabri­cação de ácido sulfúrico, H2SO4(aq)).

2 SO2(g) 1 1 O2(g) *( 2 SO3(g)

Na ausência de catalisador, essa reação é bastante lenta, mas na presença de dióxido de nitro-
gênio, NO2(g), a reação torna-se sensivelmente mais rápida.
Como o dióxido de nitrogênio forma com os reagentes um sistema monofásico (geralmente as
misturas de gases são monofásicas), sua ação catalítica, nesse caso, é dita homogênea.
Nessa reação, em uma primeira etapa, o catalisador, NO2(g), reage com o dióxido de enxofre,
SO2(g), formando o monóxido de nitrogênio, NO(g), e o trióxido de enxofre, SO3(g).
Numa segunda etapa, o monóxido de nitrogênio, NO(g), reage com o gás oxigênio, O2(g), para
reconstituir o catalisador.
A reação feita assim, em duas etapas, necessita de menos energia de ativação para prosseguir e,
conse­quentemente, é mais rápida.
Observe como o mecanismo da ação catalítica do NO2(g) pode ser representado por meio de
equações químicas:

Etapa I: 2 SO2(g) 1  2 NO2(g)  *( 2 SO3(g)  1  2 NO(g)


Etapa II: 2 NO(g) 1  1 O2(g)   *( 2 NO2(g)
Reação global:  2 SO2(g) 1  1 O2(g)   *( 2 SO3(g)

Desenvolvimento de reação com catálise homogênea


E
Energia/kcal ? mol–1

1
EcatI 1. Energia de ativação sem NO2(g).
2. Energia de ativação com NO2(g).
EcatII 3. Reagentes: 2 SO2(g) 1 1 O2(g).
2 4. Produto: 2 SO3(g).
5. Etapa I: 2 SO2(g) 1 2 NO2(g) *( 2 SO3(g) 1 2 NO(g).
3
Epr 6. Etapa II: 2 NO(g) 1 1 O2(g) *( 2 NO2(g).
5 6 7. Calor liberado: ΔH 5 222,6 kcal/mol.
7
4
Epp

Desenvolvimento da reação

Catálise heterogênea
Quando o catalisador forma com os reagentes um sistema polifásico, dizemos que a ação ca-
talítica é heterogênea.
Por exemplo: a reação de combustão do dióxido de enxofre, SO2(g), pode ser catalisada pelo
pentóxido de divanádio, V2O5(s), um composto sólido que forma com os reagentes gasosos um
sistema bifásico (heterogêneo).
V2O5 (s)
2 SO2(g) 1 1 O2(g) ***( 2 SO3(g)

Nesse caso, o composto sólido atua adsorvendo (retendo em sua superfície) as moléculas dos
reagentes. Isso enfraquece as ligações nessas moléculas, facilitando a formação do complexo ativado,
o que diminui a energia de ativação e aumenta a taxa de desenvolvimento da reação.

76 Termoquímica
O esquema a seguir é um modelo de como ocorre a catálise heterogênea.
Átomos de oxigênio: [O]

LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA


O2(g) adsorvido no catalisador

Molécula reagente: O2(g)

Molécula de SO2(g)

Ligações enfraquecidas
Molécula de SO3(g)
Catalisador sólido: V2O5(s)

Outro exemplo de catálise heterogênea são as reações de craqueamento térmico do petróleo


(que visam obter gasolina a partir de frações mais pesadas) que são catalisadas por zeólitos.
Exemplo:
Zeólito
1 C12H26 (I) ***( 1 C8H18 (I) 1 2 C2H4 (g)
Fração querosene Fração gasolina Alceno

Os zeólitos são um conjunto de minerais naturais e sintéticos cujas características são: alumi-
nossilicatos de metal alcalino ou metal alcalinoterroso, cristalinos e microporosos. Seus poros têm
diâmetro menor que 2 nanômetros, o que permite a adsorção somente de pequenas moléculas,
atuando, dessa forma, como uma “peneira molecular”.
Além disso, os zeólitos são catalisadores eficientes porque induzem a aproximação forçada de
moléculas reagentes. A influência dos fortes potenciais eletrostáticos existentes no interior dos poros
provoca o abaixamento da energia de ativação da reação.
A produção mundial de zeólitos sintéticos é estimada em 1,5 milhão de toneladas por ano. Já
a produção brasileira é da ordem de 25 mil toneladas por ano e se destina totalmente ao craquea-
mento catalítico de petróleo.

Conversor catalítico
Outro exemplo de catálise heterogênea é a que ocorre nos conversores catalíticos de automóveis.
Os combustíveis utilizados em veículos automotivos no Brasil são basicamente a gasolina e o álcool (etílico e metílico), cuja queima
libera os seguintes produtos:
Gasolina: a queima completa produz CO2(g) e H2O(v); a queima incompleta produz CO(g) e vapores de hidrocarbonetos, como o
etano, C2H6(g). Dependendo das impurezas presentes, a queima da gasolina também pode produzir NO(g) e NO2(g).
Álcool: a queima completa produz CO2(g) e H2O(v); a queima incompleta produz aldeídos, como metanal, CH2O(v), e etanal, C2H4O(v).
Como as substâncias poluentes que causam mais problemas à saúde humana são aquelas provenientes da queima incompleta (ou
da queima de impurezas), os veículos passaram a ser fabricados com dispositivos antipoluição, denominados conversores catalíticos
FRENTE B
(ou catalisadores), que transformam os gases tóxicos em gases não tóxicos, como CO2(g), N2(g), O2(g) e H2O(v).
O conversor é constituído de um suporte na forma de colmeia, em geral de material cerâmico (às vezes metálico) revestido de
óxido de alumínio, Al2O3(s).
Sobre o óxido de alumínio que recobre a colmeia é fixada a substância que atua de fato como catalisador. Em geral, são utilizadas
QUÍMICA

finas camadas, com aproximadamente 1,5 g no total, de uma liga de paládio e ródio para os motores a gasolina ou de uma liga de
paládio e molibdênio para os motores a álcool.
A colmeia é então envolta por uma manta cerâmica termoexpansiva, ou seja, que isola termicamente o catalisador e oferece proteção
mecânica à colmeia. Em seguida, todo o conjunto – denominado conversor catalítico – é montado dentro de uma carcaça de aço
inoxidável e instalado no cano de escape do automóvel.

Termoquímica 77
A
Algumas das reações que transformam os gases tóxicos CO(g),
OD
R QU
IV Saída de gases não tóxicos NO2(g) e NO(g) em gases não tóxicos são representadas pelas equações:
A/A
UR
IS
MO
LU ITOR
A 2 CO(g) 1 2 NO(g) *( 2 CO2(g) 1 1 N2(g)
E D
2 CO(g) 1 1 O2(g) *( 2 CO2(g)
2 C2H6(g) 1 7 O2(g) *( 4 CO2(g) 1 6 H2O(v)
2 NO2(g) 1 4 CO(g) *( 1 N2(g) 1 4 CO2(g)
2 NO2(g) *( 1 N2(g) 1 2 O2(g)
Entrada de 2 NO(g) *( 1 N2(g) 1 1 O2(g)
gases tóxicos

Fig. 2 – Ilustração esquemática de um conversor catalítico.

ATIVADORES E VENENOS
A ação de determinado catalisador pode ser intensificada por uma substância específica que,
sozinha, não exerceria nenhum efeito sobre a reação. Substâncias que apresentam essa propriedade
são denominadas promotoras ou ativadoras de catalisador.
A maioria dos processos industriais utiliza tanto os catalisadores como as substâncias que ati-
vam seus efeitos sobre a reação.
Por exemplo: o processo Haber-Bosch de fabricação de amônia utiliza o ferro como catalisador.
Ocorre que a ação catalítica do ferro pode ser ativada pelas substâncias óxido de potássio, K2O(s), e
óxido de alumínio, Al2O3(s). Por isso, essas substâncias são incluídas no processo.
Fe(s), K2O(s) e Al2O3(s)
1 N2(g) 1 3 H2(g) 2 NH3(g)
Já as substâncias que podem inibir a ação de um catalisador, mesmo que estejam presentes em
quantidades mínimas (como impurezas), são denominadas venenos de catalisador.
O envenenamento de catalisadores (ação anticatalítica) é um problema sério nos processos indus-
triais e chega a paralisar parte da produção por impedir que ela se desenvolva conforme o planejado.
É o que ocorria, por exemplo, quando se usava a platina metálica, Pt(s), como catalisador da
reação de combustão do SO2(g).
Pt(s)
2 SO2(g) 1 1 O2(g) *( 2 SO3(g)
Sua ação é satisfatória, mas pequenas quantidades de arsênio, As(s), por exemplo, são suficientes
para anular a ação catalítica da Pt(s), paralisando o processo de produção de trióxido de enxofre, SO3(g).
Fig. 3 – Planta industrial para obtenção do Isso não ocorre com o pentóxido de divanádio, V2O5(s), que substituiu a platina por ser bem
trióxido de enxofre, SO3(g), utilizado na
produção de ácido sulfúrico.
mais resistente à ação dos venenos de catalisadores.

REPRODUÇÃO/<WWW.OUTOTEC.COM/GLOBAL>

78 Termoquímica
Autocatálise
Uma reação é dita de autocatálise quando um dos seus produtos age como catalisador da rea-
ção. No início, a reação é bastante lenta. Porém, à medida que os produtos começam a se formar e o
produto catalisador começa a agir, a taxa de desenvolvimento da reação aumenta progressivamente.
Por exemplo, reação entre cobre metálico e ácido nítrico catalisada pelo monóxido de nitrogê-
nio, que é um dos produtos da reação:
3 Cu(s) 1 8 HNO3(aq) *( 3 Cu(NO3)2(aq) 1 4 H2O(l) 1 2 NO(g)
Catalisador

INIBIDORES
Os inibidores são substâncias utilizadas para diminuir a taxa de desenvolvimento de uma reação
porque agem de modo inverso aos catalisadores.

Inibidores diminuem a taxa de desenvolvimento da reação porque aumentam a energia


de ativação necessária para que os reagentes atinjam o complexo ativado.

Por exemplo: considere a reação de decomposição da água oxigenada (solução aquosa de


peróxido de hidrogênio).
2 H2O2(aq) *( 2 H2O(l) 1 1 O2(g)
Essa reação torna-se mais lenta em meio ácido, H3O1+(aq), então dizemos que esse meio age
como inibidor da reação.
Os inibidores são importantes para o controle e o estudo de reações que ocorrem muito rápido.
A função principal dos inibidores, porém, está relacionada à ação conservante de produtos pere-
cíveis, retardando a degradação natural de produtos como alimentos, bebidas, cosméticos e remédios.
A tabela a seguir traz uma relação dos conservantes químicos mais comuns, a quantidade má-
xima permitida por lei e o tipo de alimento ou bebida em que são empregados.
Os cosméticos industrializados também usam conservantes específicos, por uma questão de
custos, já que ficam meses nas prateleiras das lojas e são transportados por longas distâncias, sem
haver garantia de que serão guardados e manipulados da forma correta, .
Os conservantes mais comuns para cosméticos são o p-hidroxibenzoato de propila, C10H12O3,
utilizado na fase oleosa e que atua como antifúngico, e o p-hidroxibenzoato de metila, C8H8O3, uti-
lizado na fase aquosa e que apresenta efeito antisséptico.

Substância Quantidade máxima Usos mais comuns

Ácido benzoico 0,10% Sucos de frutas, refrigerantes, molhos.

Benzoato de sódio 0,10% a 0,20% Conservas vegetais, concentrados de frutas.

p-hidroxibenzoato de metila 0,10% Conservas vegetais, fármacos, cosméticos.

p-hidroxibenzoato de propila 0,10% Conservas vegetais, fármacos, cosméticos.

Ácido sórbico 0,10% Chocolates, embutidos, margarinas, confeitaria.

FRENTE B
Sorbato de sódio 0,10% Leite de coco, queijos ralados e fatiados.

Dióxido de enxofre 0,02% a 0,045% Vinhos, vinagres, sucos de frutas, frutas secas.

Propionato de cálcio 0,20% a 0,40% Pães, farinhas, produtos de confeitaria.


QUÍMICA

Nitratos (de Na ou K) 0,02% a 0,20% Carnes, embutidos, enlatados, queijos.

Nitritos (de Na ou K) 0,015% a 0,24% Carnes, embutidos, enlatados, queijos.

Termoquímica 79
Concreto de alto desempenho
O concreto é uma mistura de cimento, água, pedra britada e areia em proporções de-
terminadas, formando um material de elevada resistência mecânica.
Quando o concreto é colocado em armações ou reticulados de ferro ou aço, formam-se
estruturas denominadas concreto armado.
O concreto é um material poroso, repleto de capilares intercomunicantes que permitem
a penetração de fluidos, tais como o ar, os gases, a água e os produtos químicos; por isso, acaba
permitindo a oxidação do ferro.
Os óxidos de ferro formados eliminam a aderência do concreto no aço, o que é percebi-
do pelo desprendimento de pedaços inteiros do concreto e, finalmente, pelo aparecimento
de marcas de óxido de ferro.
Superfluidificantes
Os pesquisadores notaram que, dentro de certos limites, a resistência do concreto era
inversamente proporcional à relação água utilizada: quanto maior a quantidade de água
cimento
utilizada, menor a resistência mecânica do concreto. O problema é que há um limite para a
diminuição de água na mistura, uma vez que ela é essencial para que a massa possa ser traba-
lhada. A solução encontrada foi o desenvolvimento de aditivos superfluidificantes (ou super-
plastificantes), que permitem trabalhar o concreto com uma relação água inferior a 0,3.
cimento
Esses produtos, além de aumentarem a resistência mecânica do concreto, também tor-
nam a massa mais fácil de ser trabalhada.
Os superfluidificantes agem em um período de 30 a 45 minutos, tempo em que a con-
cretagem deve ser realizada.
Os concretos obtidos com adição de superfluidificantes são ditos concretos de alta resis-
tência, pois oferecem uma resistência a compressão de aproximadamente 60 MPa (megapascal).
Sílica ativa
A sílica ativa é composta de cerca de 90% de dióxido de silício (SiO2)n e 10% de uma
mistura de vários óxidos e carbono. É um subproduto da produção do silício e de suas ligas.
Apresenta-se na forma de um pó de extrema finura, cujos grãos são microesferas com
0,5 µm (micrômetro) de diâmetro, em média.
Como os grãos do cimento têm dimensões variando de 30 µm a 100 µm, percebe-se a
importância desses microagregados no preenchimento dos vazios existentes entre os grãos de
cimento.
O concreto obtido pela adição de superfluidificante e de sílica ativa, denominado con-
creto de alto desempenho, é muito resistente e bastante compacto. Por apresentar baixa
porosidade, torna-se praticamente impermeável ao ar e aos fluidos, como a água.
A ação dos aditivos nesse concreto também reduz bastante o problema das micro-
fissuras ou capilares intercomunicantes que se formam no concreto comum. Com isso,
a degradação do concreto é bem mais lenta e superficial, mantendo as estruturas de aço
protegidas.
A resistência à compressão de um concreto de alto desempenho pode atingir valores
iguais a 100 MPa e sua produção pode ser feita tanto na obra como em concreteiras. Contudo,
tendo em vista a precisão da dosagem, é sempre conveniente que a preparação seja feita em
uma usina, onde há um maior controle tecnológico.
O transporte dos concretos no trânsito congestionado das nossas cidades exige
frequentemente o emprego de aditivos retardadores de pega. No caso do concreto
de alto desempenho, o problema é um pouco mais complexo, tendo em vista que a
eficiência dos superfluidificantes, dependendo do tipo, varia de meia a uma hora após
a mistura. Sendo assim, é necessário garantir que a utilização do concreto ocorrerá
dentro desse prazo.

80 Termoquímica
EXERCÍCIO RESOLVIDO

m (Unirio-RJ) O gráfico a seguir refere-se ao diagrama energético de uma reação química (reagentes # produtos), em que se veem
Ene-6
C 1
H-2 destacados dois caminhos de reação:
Caminho 1 – reação normal
m
Ene-6 Caminho 2 – reação com um catalisador
C 4
H-2
Entalpia (H)
1

c H – entalpia
2
a HR – entalpia dos
b HR reagentes
HP – entalpia dos
d produtos
HP

Caminho da reação

Após uma analise das entalpias dos reagentes, dos produtos e dos valores a, b, c e d, podemos afirmar que:
a) a reação é endotérmica e a presença do catalisador diminuiu o ΔH de a para b.
b) a reação é endotérmica e a representa o ΔH com a presença do catalisador.
c) a reação é exotérmica e a energia de ativação, sem a presença do catalisador, é representada por c.
d) a presença do catalisador diminuiu o ΔH da reação representado por c.
e) a presença do catalisador diminuiu a energia de ativação de a para b e mantém constante o ΔH da reação representado por d.
RESOLUÇÃO:
O catalisador provoca um aumento na velocidade da reação porque diminui a sua energia de ativação. O ΔH (d) da reação não é
alterado pelo catalisador.
Alternativa e.

PARA CONSTRUIR

1 (UFRRJ) Observe o gráfico da reação M 1 N # T e responda. aumenta a velocidade de decomposição da água oxigenada
em água e oxigênio gasoso, que é liberado e faz a assepsia do
m Energia
Ene-7 ferimento.
C 4
H-2 (kcal/mol)
50 No gráfico abaixo, são apresentadas as energias envolvidas
m
Ene-6 40 na reação de decomposição da água oxigenada representa-
C 5
H2
-
das pelas curvas I e II.

30 I
Entalpia (kcal)

M1N T
10
II

Caminho da reação H2O2 H2O 1 1 O2


2
a) Qual a energia de ativação da reação com catalisador?
10 kcal Caminho da reação

FRENTE B
Sobre as informações apresentadas, pode-se concluir que a
b) Qual a variação de energia da reação? 220 kcal
presença da catalase na reação de decomposição da água
oxigenada: d
a) diminui a entalpia dos reagentes, conforme a curva I.
2 (IFMT) Sobre um ferimento, a água oxigenada (H2O2) parece
QUÍMICA

b) diminui a entalpia dos produtos, conforme a curva II.


m ferver. As bolhas de gás são os produtos de uma interação c) diminui a variação de entalpia da reação, conforme a curva II.
Ene-7
C 4
H-2 entre a água oxigenada e uma enzima encontrada no sangue d) diminui a energia de ativação da reação, conforme a curva II.
chamada catalase. A catalase é um catalisador biológico que e) aumenta a energia de ativação da reação, conforme a curva I.
m
Ene-6
C 4
H-2

Termoquímica 81
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TAREFA PARA CASA


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PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 3 (UFU-MG) Acredita-se que a decomposição do peróxido de hi-
m
Ene-7
drogênio, na presença de íons iodeto, acontece pelo seguinte
C 4
H-2 mecanismo:
1 (IFMG) Relacione na tabela a seguir os fenômenos descritos
m na coluna I com os fatores que influenciam a sua velocidade H2O2(aq) 1 I2(aq) # H2O(l) 1 IO2(aq) e
Ene-2
C 6
H- na coluna II. H2O2(aq) 1 IO2(aq) # H2O(l) 1 O2(g) 1 I2(aq)
Na proposta de mecanismo, I2(aq) é:
m
Ene-6 a) um produto da reação global.
C 4
H-2
Coluna I Coluna II
b) um reagente da reação global.
1 – Carvão em pó queima mais c) o complexo ativado do mecanismo.
a) temperatura
rapidamente do que em pedaços. d) um catalisador.
2 – Conservação dos alimentos na 4 (Uerj) A fim de aumentar a velocidade de formação do buta-
b) catalisador
geladeira. m noato de etila, um dos componentes do aroma de abacaxi,
Ene-5
C 7
H-1 emprega-se como catalisador o ácido sulfúrico. Observe a
3 – Efervescência da água oxigenada
equação química desse processo:
quando aplicada na assepsia de c) concentração
O O
ferimentos. H2SO4
1 1H2O
OH HO O
4 – Vento forte provoca alastramentos
d) superfície de contato As curvas de produção de butanoato de etila para as reações
de focos de queimadas em florestas.
realizadas com e sem a utilização do ácido sulfúrico como
A alternativa que contém a associação correta entre as duas catalisador estão apresentadas no seguinte gráfico:
colunas é: a)
a) 1 – a; 2 – b; 3 – c; 4 – d.
b) 1 – b; 2 – c; 3 – d; 4 – a.
Concentração

c) 1 – d; 2 – c; 3 – b; 4 – a.
d) 1 – d; 2 – a; 3 – b; 4 – c.
Com catalisador
2 (UFJF-MG) Considere o diagrama de energia da reação de de- Sem catalisador
0 Tempo
m
Ene-7
composição do H2O2 representado.
C 4 b)
H-2
Energia

m A
Ene-6
Concentração

C 4
H-2 B

Com catalisador
Sem catalisador
H2O2(aq) 0 Tempo
Z
H2O(l) 1 0,5 O2(g)
c)
Concentração

Caminho da reação

Assinale a alternativa incorreta: Com catalisador


a) A reação de decomposição do H2O2 é exotérmica. 0
Sem catalisador
Tempo
b) A curva A apresenta maior energia de ativação que a cur-
va B. d)
c) A presença de um catalisador afeta o ΔH da reação.
Concentração

d) A curva B representa a reação com a presença de um ca-


talisador.
e) A letra Z representa o ΔH da reação de decomposição do Com catalisador
H2O2. 0
Sem catalisador
Tempo

82 Termoquímica
c) A equação de velocidade de uma reação química inde-
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
pende da concentração do catalisador.
d) A presença do catalisador altera as concentrações das
1 (UFU-MG) A figura a seguir representa uma reação química
substâncias em equilíbrio.
m na presença e na ausência de um catalisador.
Ene-6
C 1
e) Na catálise heterogênea, a adsorção do reagente na su-
H-2
perfície do catalisador torna mais fácil a transformação
m
Ene-6
dos reagentes em produtos.
C 4
H-2 ΔH2
Energia

3 (IFSP) Um catalisador é uma substância que em reação pos-


ΔH1 m
Ene-7
sibilita um mecanismo com menor energia de ativação, au-
C 4
H-2 mentando assim a velocidade da reação. Abaixo estão re-
ΔH3
presentadas as curvas, obtidas experimentalmente, de um
m
Ene-6
C 4 processo com e sem catalisador. Pode-se afirmar que a curva
H-2
Caminho da reação da reação catalisada está representada pela(s):
ΔH1 – energia de ativação com catalisador
ΔH2 – energia de ativação sem catalisador

Concentração

Energia
dos produtos
D
ΔH3 – entalpia de reação
Analisando a figura podemos concluir que: B
C
a) na ausência do catalisador observaremos a liberação de A
calor, pois ΔH1 . ΔH3.
b) trata-se de um catalisador de efeito negativo, pois provo- Tempo Coordenada da reação
ca um ΔH1 , ΔH2 e, assim, diminui a entalpia da reação. Diagrama 1 Diagrama 2
c) trata-se de um catalisador de efeito positivo, pois facilitou
a reação química diminuindo a energia de ativação. a) curvas A e B no diagrama 1.
d) independentemente da presença do catalisador, trata-se b) curvas C e D no diagrama 2.
de representação de uma reação química endotérmica, c) curva B no diagrama 1 e curva C no diagrama 2.
pois tanto ΔH3 , ΔH1 como ΔH3 , ΔH2. d) curva A no diagrama 1 e curva C no diagrama 2.
e) curva A no diagrama 1 e curva D no diagrama 2.
2 (UEL-PR) Um especialista na área de química industrial afir-
m mou que “a cada ano se fabricam, com auxílio de catalisa- 4 (Fatec-SP) A platina é um metal nobre, encontrada livre na
Ene-7
C 5
H-2 dores sintéticos, mais de um trilhão de dólares em merca- m natureza na forma de pepitas e é muito empregada na pro-
Ene-7
dorias. Sem esses catalisadores, haveria falta de fertilizantes,
C 5
H-2 dução de catalisadores, que são utilizados para:
de produtos farmacêuticos, de combustíveis e de solventes. a) acelerar a formação de compostos gasosos, somente.
Na realidade, em 90% de todos os bens manufaturados os b) aumentar a velocidade de reações químicas específicas.
catalisadores são usados em alguma etapa de sua produção”. c) retardar a produção de compostos indesejáveis, somente.
Sobre catalisadores, é correto afirmar: d) controlar o deslocamento de uma reação química es-
a) A adição de catalisador aumenta a constante de equilíbrio pecífica.
de uma reação química. e) promover a decomposição sólida de reações químicas,
b) O catalisador deve ter a mesma fase dos reagentes. somente.

ANOTAÇÕES

FRENTE B
QUÍMICA

Termoquímica 83
CAPÍTULO

16
Exercícios sobre os fatores
que influenciam a taxa de
desenvolvimento de uma reação

Objetivo:
c Exercitar os conceitos EXERCÍCIO RESOLVIDO
relacionados
m
Ene-5
aos fatores que C 7 ((Fuvest-SP) Foram realizados quatro experimentos. Cada um deles consistiu na adição
H1
-
influenciam a taxa de de solução aquosa de ácido sulfúrico de concentração 1 mol/L a certa massa de ferro.
desenvolvimento de A 25 °C e 1 atm, mediram-se os volumes de hidrogênio desprendido em função do tem-
uma reação e catálise. po. No final de cada experimento, sempre sobrou ferro que não reagiu. A tabela mostra o
tipo de ferro usado em cada experimento, a temperatura e o volume da solução de ácido
sulfúrico usado. O gráfico mostra os resultados.

1
Volume de
hidrogênio 2

Tempo

Experimento Material Temperatura/°C Volume da solução de H2SO4 /mL

A Pregos 60 50
B Limalha 60 50
C Limalha 60 80
D Limalha 40 80
As curvas 1 a 4 correspondem, respectivamente, aos experimentos:
a) 1 – D; 2 – C; 3 – A; 4 – B d) 1 – C; 2 – D; 3 – A; 4 – B
b) 1 – D; 2 – C; 3 – B; 4 – A e) 1 – C; 2 – D; 3 – B; 4 – A
c) 1 – B; 2 – A; 3 – C; 4 – D

RESOLUÇÃO:
1. Reação mais rápida: Fe na forma de limalha (maior superfície de contato); temperatura
60 °C (mais alta) e maior volume de ácido sulfúrico (80 mL).
2. Segunda reação mais rápida: Fe na forma de limalha (maior superfície de contato);
temperatura 40 °C (mais baixa que a anterior).
3. Terceira reação mais lenta: Fe na forma de limalha (maior superfície de contato); tempe-
ratura 60 °C (mais alta) e volume de ácido sulfúrico 50 mL (menor que o volume usado
na experiência 1).
4. Reação mais lenta: Fe na forma de barra (menor superfície de contato).
Alternativa e.

84 Termoquímica
PARA CONSTRUIR

(IF Goiano) A água oxigenada é uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio (H2O2) altamente oxidante utilizada comercial-
m
Ene-7 mente como antisséptico e no clareamento de cabelos e pelos. Ela se decompõe produzindo água e gás oxigênio, de acordo com
C 4
H2
- a equação não balanceada:
H2O2(aq) → H2O(l) + O2(g)
Sobre a velocidade de decomposição da água oxigenada é correto afirmar que: a
a) é reduzida pela diminuição da temperatura.
A diminuição da temperatura
b) é favorecida pela adição de um inibidor que diminui a energia de ativação. diminui a velocidade das
c) é acelerada na presença de catalisador que diminui a variação de entalpia. reações químicas.
d) é expressada pela lei da velocidade v = k ? [H2O]2 ? [O2].
e) é influenciada pela concentração dos produtos.

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PARA PRATICAR Combustível Comburente Temperatura (oC)


a) Carvão em pedaços Ar atmosférico 0
1 (Fatec-SP) Uma indústria necessita conhecer a mecânica das
b) Carvão pulverizado Ar atmosférico 30
m reações para poder otimizar sua produção.
Ene-7
C 4
H2
- c) Carvão em pedaços Oxigênio puro 20
O gráfico representa o mecanismo de uma reação hipotética:
m A2 + B2 → 2 AB d) Carvão pulverizado Oxigênio puro 100
Ene-6
C 5
H-2 e) Carvão em pedaços Oxigênio liquefeito 50
A A
H (kJ)
B B
60 3 (UFMG) Define-se o prazo de validade de um medicamento
Complexo ativado
m como o tempo transcorrido para decomposição de 10% do
Ene-5
A2 e B2 C 7
H-1
princípio ativo presente em sua formulação.
30
Reagentes A–B Neste gráfico, está representada a variação de concentração
A–B do princípio ativo de um medicamento, em função do tem-
210
Produtos po, nas temperaturas I e II:
6

Caminho 5
da reação
Concentração/(g/L)

4
A análise do gráfico permite concluir corretamente que:
a) temos uma reação endotérmica, pois apresenta ΔH = 3

= −10 kJ. 2
Temperatura I
b) temos uma reação exotérmica, pois apresenta ΔH = Temperatura II
= +10 kJ. 1

FRENTE B
c) a energia do complexo ativado é 30 kJ. 0
d) a energia de ativação para a reação direta é 30 kJ. 0 4 8 12 16 20 24
Tempo/ano
e) a energia de ativação para a reação inversa é 40 kJ.
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que:
2 (UFRGS-RS) O carvão é um combustível constituído de uma
QUÍMICA

a) a concentração do princípio ativo, na temperatura I, após


m mistura de compostos ricos em carbono. A situação em que 5 anos, é de 3 g/L.
Ene-7
C 4
H-2 a forma de apresentação do combustível, do comburente e a b) a temperatura II é menor que a temperatura I.
temperatura utilizada favorecerão a combustão do carbono c) o prazo de validade, na temperatura I, é maior.
m
Ene-6 com maior velocidade é:
C 4
H-2 d) o prazo de validade, na temperatura II, é de 22 anos.

Termoquímica 85
c)
PARA APRIMORAR Velocidade
da reação

1 (PUCC-SP) No laboratório, o hidrogênio pode ser preparado


m pela reação de zinco com solução de ácido clorídrico.
Ene-7
C 4
H2
- Observe as condições especificadas nas experiências abaixo.

Temperatura Conc. de ácido


Experiência Zinco
(oC) em mol/L
I 25 Granulado 1,0 215 5 25 Temperatura
II 25 Granulado 0,5 d) Velocidade
III 30 Em pó 1,0 da reação

IV 30 Em pó 0,5
V 30 Em raspas 1,0
A velocidade da reação é maior em:
a) I c) III e) V
b) II d) IV

2 (Vunesp) Nas embalagens dos alimentos perecíveis, é co-


215 5 25 Temperatura
m mum encontrar a recomendação: “manter sob refrigeração”.
Ene-5
C 7
H1
- A carne vermelha, por exemplo, mantém-se própria para o e) Velocidade
consumo por poucas horas sob temperatura ambiente (tem- da reação
peratura próxima de 25 °C), por poucos dias quando armaze-
nada numa geladeira doméstica (temperatura próxima dos
5 °C) e por cerca de doze meses quando armazenada num
freezer (temperatura abaixo de −15 °C). Dos gráficos apresen-
tados a seguir, o que melhor representa a variação da veloci-
dade das reações químicas responsáveis pela decomposição
da carne, em função da temperatura de armazenamento, no
215 5 25 Temperatura
intervalo entre −15 °C e 25 °C, é:
a) Velocidade
da reação 3 (Enem) Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações
m químicas. A seguir, destacam-se três exemplos no contexto
Ene-2
C 6
H- da preparação e da conservação de alimentos:
1. A maioria dos produtos alimentícios se conserva por mui-
to mais tempo quando submetida à refrigeração. Esse
procedimento diminui a rapidez das reações que contri-
buem para a degradação de certos alimentos.
2. Um procedimento muito comum utilizado em práticas de
culinária é o corte dos alimentos para acelerar o seu cozi-
215 5 25 Temperatura mento, caso não se tenha uma panela de pressão.
b) 3. Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite bacté-
Velocidade
da reação
rias produtoras de enzimas que aceleram as reações en-
volvendo açúcares e proteínas lácteas.
Com base no texto, quais são os fatores que influenciam a
rapidez das transformações químicas relacionadas aos exem-
plos 1, 2 e 3, respectivamente?
a) Temperatura, superfície de contato e concentração.
b) Concentração, superfície de contato e catalisadores.
c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
215 5 25 Temperatura e) Temperatura, concentração e catalisadores.

86 Termoquímica
CAPÍTULO

17 Lei da ação das massas

Objetivos: Dois químicos noruegueses, Cato Maximilian Guldberg (1836-1902) e Peter Waage (1833-1900),
estabeleceram, por volta de 1864, a lei da ação das massas, na qual o termo “massa” é utilizado para
c Conhecer a relação
entre a taxa de
expressar concentração em quantidade de matéria, mol/L:
desenvolvimento
de uma reação, as A cada temperatura, a taxa de desenvolvimento de uma reação é diretamente proporcional
concentrações dos
reagentes e produtos ao produto das concentrações em quantidade de matéria dos reagentes, elevadas a expoentes
e seus coeficientes determinados experimentalmente.
estequiométricos.

c Compreender a Considere a seguinte reação genérica, corretamente balanceada:


importância da etapa a A 1 b B *( c C 1 d D
lenta da reação
para a taxa de
De acordo com o enunciado da lei da ação das massas, a taxa de desenvolvimento dessa reação
desenvolvimento da pode ser calculada pela expressão:
reação.
Td 5 k ? [A]a ? [B]β
c Conhecer como se
calcula a ordem de
uma reação. k é uma constante que só depende do valor da temperatura;
a e b são expoentes, cujo valor numérico é determinado experimentalmente.

REAÇÃO ELEMENTAR
Quando uma reação química se desenvolve em uma única etapa, dizemos que a reação é
Guldberg e Waage publicaram elementar.
um trabalho sobre a lei da ação das Numa reação elementar, os expoentes a que devem ser elevadas as concentrações em quantida-
massas em norueguês, o que oca- de de matéria dos reagentes na expressão da taxa de desenvolvimento são os próprios coeficientes
sionou um atraso de quinze anos dos reagentes na equação balanceada. Assim, se a reação:
no meio científico, até que gran-
des químicos alemães e franceses a A 1 b B *( c C 1 d D
tomassem conhecimento da obra. for elementar, a expressão da taxa de desenvolvimento será dada diretamente pela expressão:
Td 5 k ? [A]a ? [B]b
Por exemplo: considere a reação elementar de neutralização entre o cátion
H. RIFFARTH/WIKIPEDIA/WIKIMEDIA COMMONS

H. RIFFARTH/WIKIPEDIA/WIKIMEDIA COMMONS

hidrônio e o ânion hidróxido formando água:


1 H3O1+(aq) 1 1 OH1–(aq) *( 2 H2O(l)
FRENTE B
A taxa de desenvolvimento dessa reação é expressa por:
Td 5 k ? [H3O1+] ? [OH1–]
Tal expressão deve ser lida da seguinte maneira:
QUÍMICA

“A taxa de desenvolvimento da reação de formação da água é proporcional ao


produto de uma constante pela concentração em quantidade de matéria do cátion
hidrônio elevada à 1a potência, multiplicado pela concentração em quantidade de
Fig. 1 – Cato Maximilian Fig. 2 – Peter Waage. matéria do ânion hidróxido, também elevada à 1a potência”.
Guldberg.

Termoquímica 87
O monóxido de nitrogênio, REAÇÃO NÃO ELEMENTAR
NO(g), é um gás incolor, de Quando a reação se desenvolve em duas ou mais etapas distintas, a taxa de desenvolvimento
sabor doce, não combustível e da reação depende apenas da taxa de desenvolvimento da etapa lenta.
ligeiramente solúvel em água. É Em outras palavras, podemos dizer:
uma substância muito versátil e
biologica­mente importante. A etapa lenta é a etapa determinante da taxa de desenvolvimento da reação.

Se considerarmos, por exemplo, a reação entre gás hidrogênio, H2(g), e monóxido de nitrogênio,
NO(g), formando gás nitrogênio, N2(g), e água, H2O(l):
2 H2(g) 1 2 NO(g) *( 1 N2(g) 1 2 H2O(l)
que se desenvolve segundo as etapas:
Etapa I (lenta) 1 H2(g) 1 2 NO(g) *( 1 N2O(g) 1 1 H2O(l)
Etapa II (rápida) 1 H2(g) 1 1 N2O(g) *( 1 N2(g) 1 1 H2O(l)
Equação global 2 H2(g) 1 2 NO(g) *( 1 N2(g) 1 2 H2O(l)
A taxa de desenvolvimento da reação global será determinada pela taxa de desenvolvimento
da etapa I, que é a etapa lenta. Assim, a expressão da taxa de desenvolvimento da reação global será:
Td 5 k ? [H2] ? [NO]2
Não se esqueça: quando uma reação química se
Energia/kcal ? mol21

desenvolve em etapas, a taxa de desenvolvimento da


reação global será proporcional apenas às concentra-
ções em quantidade de matéria dos reagentes, eleva-
das aos respectivos coeficientes que participam da
etapa lenta.

1 H2(g) 1 2 NO(g) *( 1 N2O(g) 1 1 H2O(l)


1 H2(g) 1 1 N2O(g) *( 1 N2(g) 1 1 H2O(l)
  ORDEM DE UMA REAÇÃO
A ordem da reação em relação a um reagente
Etapa I (lenta) Etapa II (rápida)
Barreira energética alta
indica a dependência existente entre a concentração
Barreira energética baixa
em quantidade de matéria desse reagente e a taxa de
Reação global
2 H2(g) 1 2 NO(g) *****( 1 N2(g) 1 2 H2O(l) desenvolvimento da reação global.
Se tomarmos a seguinte reação genérica não ele-
Desenvolvimento da reação
mentar:
a A 1 b B 1 c C *( d D 1 e E 1 f F
cuja expressão da taxa de desenvolvimento é dada por:
STEVE GSCHMEISSNER/SPL/LATINSTOCK

Td 5 k ? [A]a ? [B]b ? [C]g

em que os expoentes a, b e g são determinados experimentalmente, dizemos que a reação genérica


é de:
ordem a em relação ao reagente A;
ordem b em relação ao reagente B;
ordem g em relação ao reagente C.
Sendo que:

A ordem de uma reação é a soma de todos os expoentes que aparecem na expressão da


taxa de desenvolvimento da reação não elementar.

Fig. 3 – Os macrófagos, células brancas


Para a reação genérica descrita anteriormente, a ordem da reação é:
do sistema imunitário, produzem óxido
nítrico, NO, um composto nocivo às
bactérias, pois forma espécies reativas de a1b1g
nitrogênio.

88 Termoquímica
Considere como exemplo específico a reação não elementar:
2 H2(g) 1 2 NO(g) *( 1 N2(g) 1 2 H2O(l)
cuja expressão da taxa de desenvolvimento, conforme visto na página anterior, é dada por:
Td 5 k ? [H2] ? [NO]2
Nesse caso, a ordem da reação é:
1 1 2 5 3 (reação de 3a ordem).
Ordem da reação em relação ao gás hidrogênio, H2(g):
1a ordem, Td 5 k ? [H2]1
Ordem da reação em relação ao monóxido de nitrogênio, NO(g):
2a ordem, Td 5 k ? [NO]2
Isso significa que, se dobrarmos a concentração em quantidade de matéria do gás hidrogênio,
H2(g), e mantivermos a concentração em quantidade de matéria do monóxido de nitrogênio, NO(g),
constante, a taxa de desenvolvimento da reação dobrará.
Td 5 k ? [H2] ? [NO]2
2 Td 5 k ? [2 ? H2] ? [NO]2
Mas se dobrarmos a concentração em quantidade de matéria do NO(g) e mantivermos constante a
concentração em quantidade de matéria do H2(g), a taxa de desenvolvimento da reação vai quadruplicar:
Td 5 k ? [H2] ? [NO]2
4 Td 5 k ? [H2] ? [2 ? NO]2
Desse modo, podemos determinar experimentalmente a ordem de uma reação e consequen-
temente os expoentes que entram na expressão da taxa de desenvolvimento.
Veja como isso é feito a partir da reação genérica:
a A 1 b B 1 c C 1 *( d D 1 e E 1 f F
Suponha que essa reação tenha sido feita várias vezes, medindo-se a taxa de desenvolvimento
em relação à variação da concentração em quantidade de matéria de cada reagente, obtendo-se os
seguintes resultados:

Reações [A] [B] [C] Td/mol ? (L ? min)21


1ª- 2 mol/L 3 mol/L 1 mol/L Td1 5 0,5
2ª- 4 mol/L 3 mol/L 1 mol/L Td2 5 2,0
3ª- 4 mol/L 6 mol/L 1 mol/L Td3 5 2,0
4ª- 4 mol/L 6 mol/L 2 mol/L Td4 5 16,0

Esses resultados experimentais devem ser analisados da seguinte forma:


Comparando a 1a e a 2a reações (experimentos), observamos que, dobrando a concentração em
quantidade de matéria da substância A e mantendo a concentração em quantidade de matéria
dos demais reagentes constante, a taxa de desenvolvimento da reação quadruplica.
Então:
Td 5 k ? [A]2
4 Td 5 k ? [2 ? A]2
Comparando a 2 e a 3 reações (experimentos), vemos que, dobrando a concentração em quan-
a a

tidade de matéria de B e mantendo a dos demais reagentes constante, a taxa de desenvolvimento FRENTE B

da reação permanece constante. Isso significa que a concentração em quantidade de matéria de B


não influi na taxa de desenvolvimento da reação.
Então:
QUÍMICA

Td 5 k ? [B]0
Comparando a 3 e a 4 reações (experimentos), observamos que, dobrando a concentração em
a a

quantidade de matéria de C e mantendo a dos demais reagentes constante, a taxa de desenvolvi-


mento da reação octuplica.

Termoquímica 89
Então:
Td 5 k ? [C]3,
8 Td 5 k ? [2 ? C]3
Logo, a expressão da taxa de desenvolvimento dessa reação é:
Td 5 k ? [A]2 ? [C]3

EXERCÍCIO RESOLVIDO

m
Ene-7
(PUC-SP) A reação redox que ocorre entre os íons brometo (Br2) e bromato (BrO32) em meio ácido, formando o bromo (Br2) é repre-
(P
C 4
H-2 sentada pela equação:
m
BrO23 (aq) 1 5 Br2(aq) 1 6 H1(aq) # 3 Br2(aq) 1 3 H2O(l)
Ene-6
C 5
H-2
Um estudo cinético dessa reação em função das concentrações dos reagentes foi efetuado, e os dados obtidos estão listados na
tabela a seguir.
Exp. [BrO23 ]inicial (mol ? L21) [Br2]inicial (mol ? L21) [H1]inicial (mol ? L21) Velocidade (mol ? L21 ? s21)
1 0,10 0,10 0,10 1,2 · 1023
2 0,20 0,10 0,10 2,4 · 1023
3 0,20 0,30 0,10 7,2 · 1023
4 0,10 0,10 0,20 4,8 · 1023

Considerando as observações experimentais, pode-se concluir que a lei de velocidade para a reação é:
a) v 5 k [BrO23 ] [Br2] [H1] c) v 5 k [BrO23 ]2 [Br2]6 [H1]4 e) v 5 k [BrO23 ] [Br2] [H1]2
b) v 5 k [BrO3 ] [Br ] [H ]
2 2 5 1 6
d) v 5 k [BrO3 ] [Br ] [H ]
2 2 3 1 2

RESOLUÇÃO:
A taxa de desenvolvimento da reação pode, genericamente, ser expressa por:
Td 5 k [BrO32]a ? [Br2]b ? [H1]g
Quando se dobra a concentração de bromato (BrO23 ) – experiências 1 e 2 – a taxa de desenvolvimento da reação dobra. Portan-
to, a 5 1.
Quando se triplica a concentração de brometo (Br2) – experiências 2 e 3 – a taxa de desenvolvimento da reação dobra. Portan-
to, b 5 1.
Quando se dobra a concentração de hidrogênio (H1) – experiências 1 e 4 – a taxa de desenvolvimento da reação quadruplica.
Portanto, g 5 2.
A equação da taxa de desenvolvimento da reação é, portanto: Td 5 k [BrO23 ] [Br2] [H1]2
Alternativa e.

PARA CONSTRUIR

((UEL-PR) O ozônio próximo à superfície é um poluente muito perigoso, pois causa sérios problemas respiratórios e também ataca
m
Ene-7
C 5
as plantações através da redução do processo da fotossíntese. Um possível mecanismo que explica a formação de ozônio nos
H-2
grandes centros urbanos é através dos produtos da poluição causada pelos carros, representada pela equação química a seguir:
NO2(g) 1 O2(g) # NO(g) 1 O3(g)
Estudos experimentais mostram que essa reação ocorre em duas etapas:
Com base na etapa lenta da
Luz
I. NO2(g) —# NO(g) 1 O (lenta) reação, a equação da velocidade
é expressa por: v 5 k [NO2].
II. O2(g) 1 O # O3(g) (rápida)
De acordo com as reações apresentadas, a lei da velocidade é dada por: b
a) v 5 k [O2] [O] c) v 5 k [NO2] 1 k [O2] [O] e) v 5 k [O3]
b) v 5 k [NO2] d) v 5 k [NO] [O3]

90 Termoquímica
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TAREFA PARA CASA


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PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 2 (Unirio-RJ) Num laboratório foram efetuadas diversas expe-
m riências para a reação:
Ene-7
C 4
1 (Ufla-MG) A amônia (NH3) é de grande importância na fabrica- H2
-
2 H2(g) 1 2 NO(g) # N2(g) 1 2 H2O(g)
m
Ene-7
ção de fertilizantes. Ela pode ser obtida a partir de hidrogênio m Com os resultados das velocidades iniciais obtidos, montou-
C 5 Ene-6
H2
- (H2) e nitrogênio (N2). A lei de velocidade para essa reação é: C 5
H-2 -se a seguinte tabela:
v 5 k [H2]3 ? [N2]
Exper. [H2] [NO] v (mol ? L21 ? s21)
Quando a concentração de hidrogênio é duplicada e a con-
centração de nitrogênio é triplicada, mantendo-se constante 1 0,10 0,10 0,10
a temperatura, é correto afirmar que:
2 0,20 0,10 0,20
a) a velocidade final não é alterada.
b) a velocidade final é 24 vezes a velocidade inicial. 3 0,10 0,20 0,40
c) a velocidade final é 6 vezes a velocidade inicial. 4 0,30 0,10 0,30
d) a velocidade final é 18 vezes a velocidade inicial.
e) a velocidade final é 54 vezes a velocidade inicial. 5 0,10 0,30 0,90

2 (Unirio-RJ) Baseando-se na tabela anterior, podemos afirmar que a lei de


m O anúncio da construção de uma usina termelétrica a velocidade para a reação é:
Ene-7
C 6
H -2 carvão na ilha da Madeira, município de Itaguaí, Baixada a) v 5 k ? [H2]
Fluminense, acendeu a luz amarela para o que pode repre- b) v 5 k ? [NO]
sentar um novo problema ambiental para o estado do Rio c) v 5 k ? [H2] [NO]
de Janeiro. A consequência mais grave seria a chuva ácida, d) v 5 k ? [H2]2 [NO]
além da emissão de gases que atacam a camada de ozônio. e) v 5 k ? [H2] [NO]2
(JB, 2001)
3 (UFRJ) O aspartame é um adoçante usado em bebidas lác-
A qualidade da água da chuva pode variar em função do
tipo de carga poluidora e das condições meteorológicas. O m teas dietéticas. A reação de degradação do aspartame nessas
Ene-5
C 7
dióxido de nitrogênio é um dos principais poluentes da at- H-1 bebidas apresenta cinética de primeira ordem em relação a
mosfera. A reação entre o dióxido de nitrogênio e o ozônio, sua concentração. O gráfico a seguir relaciona a velocidade
encontrado na troposfera, foi estudada a 231 K. A experiência de degradação do aspartame com a concentração, nas tem-
mostrou que a reação é de primeira ordem em relação ao peraturas de 4 °C e 20 °C.
dióxido de nitrogênio e ao ozônio. 0,75
Velocidade de degradação [mg/(L · h)]

2 NO2(g) 1 O3(g) # N2O5(g) 1 O2(g) 20 °C


Escreva a equação de velocidade da reação. 4 °C
0,50
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UFRJ) A hidrazina (N2H4) é utilizada, junto com alguns dos 0,25


m seus derivados, como combustível sólido nos ônibus espa-
Ene-7
C 4
H-2 ciais. Sua formação ocorre em várias etapas:
I. NH3(aq) 1 OCl2(aq) # NH2Cl(aq) 1 OH2(aq) (rápida) 0,00
II. NH2Cl(aq) 1 NH3(aq) # N2H15 (aq) 1 Cl2(aq) (lenta) 200 180 160 140 120 100
III. N2H15 (aq) 1 OH2(aq) # N2H4(aq) 1 H2O(l) (rápida) Concentração de aspartame (mg/L) FRENTE B

Indique a opção que contém a expressão da velocidade para


a reação de formação da hidrazina. Dois frascos A e B têm a mesma concentração inicial de
a) v 5 k [NH2Cl] [NH3] aspartame, 200 mg/L, mas o primeiro está armazenado a
QUÍMICA

b) v 5 k [NH3] [OCl2] 20 °C e o segundo a 4 °C.


c) v 5 k [NH3]2 [OCl2] Determine a razão entre as constantes de velocidade da
d) v 5 k [N2H4] [Cl2] [H2O] reação de degradação do aspartame nos frascos A e B. Jus-
e) v 5 k [NH2Cl] [OH2] tifique a sua resposta.

Termoquímica 91
CAPÍTULO

18 Exercícios sobre a lei


da ação das massas

Objetivo:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
c Exercitar os conceitos
associados à lei da
ação das massas. m (UFRGS-RS) O tempo de meia-vida é definido como o tempo necessário para que a con-
Ene-7
C 4
H2
- centração inicial de reagente seja reduzida à metade. Uma reação química do tipo A # B
tem a concentração do reagente A e a velocidade instantânea de decomposição monito-
m
Ene-6 radas ao longo do tempo, resultando na tabela abaixo.
C 5
H2
-

t (min) [A] (mol ? L21) v (mol ? L21 ? min21)

0 1,20 0,0832
5 0,85 0,0590
10 0,60 0,0416
15 0,42 0,0294
20 0,30 0,0208

A ordem dessa reação e o tempo de meia-vida do reagente A são, respectivamente,


a) ordem zero, 5 minutos. d) segunda ordem, 5 minutos.
b) primeira ordem, 5 minutos. e) segunda ordem, 10 minutos.
c) primeira ordem, 10 minutos.

RESOLUÇÃO:
A tabela mostra (comparando os dados para os tempos: 20 minutos, 10 minutos e 0) que
quando a concentração de A cai pela metade a velocidade também cai pela metade.
Portanto: v 5 k [A] (reação de primeira ordem)
tempo: 0 [A] 5 1,20 mol/L
Tempo de meia-vida: 10 minutos
tempo: 10 min [A] 5 0,60 mol/L
Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

m
((UEL-PR) O processo de remoção de enxofre em refinarias de petróleo é uma prática que vem sendo cada vez mais realizada com
Ene-7
C 6
H-2
o intuito de diminuir as emissões de dióxido de enxofre de veículos automotivos e o grau de envenenamento de catalisadores
utilizados. A dessulfurização é um processo catalítico amplamente empregado para a remoção de compostos de enxofre, e que
consiste basicamente na inserção de hidrogênio.
A reação química do composto etanotiol é mostrada a seguir.
C2H5SH(g) 1 H2(g) # C2H6(g) 1 H2S(g)

92 Termoquímica
a) Suponha que a reação de dessulfurização seja realizada b) Considerando que a velocidade média da reação de
em laboratório, na presença de concentrações diferen- dessulfurização, em certo intervalo de tempo, é de
tes de etanotiol e hidrogênio, conforme quadro a seguir. 10 mol/s em relação ao etanotiol, determine a velocida-
de da reação em relação ao gás sulfídrico dada em g/s,
[Etanotiol] [Hidrogênio] Velocidade inicial
Experiências no mesmo intervalo de tempo.
(mol/L) (mol/L) (mol/min)
Para 1 mol de etanotiol consumido há 1 mol de gás sulfídrico
1 2 1 4
que se forma. Portanto, o gás sulfídrico se forma na mesma taxa
2 2 2 8 com que o etanotiol é consumido: 10 mol/s.
3 3 6 8 1 mol H2S 34 g
4 6 6 16 10 mol H2S x
x 5 340 g
Com base nos dados apresentados nessa tabela, deter- Td 5 340 g H2S/s
mine a lei da velocidade e a ordem da reação.
Td 5 k [C2H5SH]a ? [H2]b
Comparando a experiência 2 com a experiência 1 observa-se que, quando
a concentração de hidrogênio é dobrada, a taxa de desenvolvimento da
reação também é dobrada. Portanto, b 5 1. Comparando a experiência 4
com a experiência 3 observa-se que, quando a concentração de etanotiol
é dobrada, a taxa de desenvolvimento da reação também é dobrada.
Portanto, a 5 1.
Lei da taxa de desenvolvimento da reação:
Td 5 k [C2H5SH] [H2]
Ordem da reação: a 1 b 5 2.

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PARA PRATICAR
.

1 (UFPR) Diagramas de energia fornecem informações importantes, tanto termodinâmicas quanto em relação ao mecanismo de
m reação, pois permitem determinar o número de etapas reacionais, a presença de intermediários e ainda reconhecer qual etapa é
Ene-5
C 7
H1
- mais lenta. A lei de velocidade é determinada pela etapa lenta da reação. A seguir são fornecidos diagramas de energia para três
reações hipotéticas.

R
Energia

Energia

Energia

R
R
P P P

Caminho da reação Caminho da reação Caminho da reação


(I) (II) (III)

a) Para cada diagrama de energia, indique se a reação libera (exergônica) ou absorve (endergônica) energia.
b) Para cada diagrama de energia, indique se a reação ocorre em uma ou mais etapas. Nesse último caso, indique quantas etapas
e qual etapa determinará a lei de velocidades.
FRENTE B
2 (Uerj) A reação química entre o gás hidrogênio e o monóxido de nitrogênio, representada a seguir, foi analisada em duas séries de
m experimentos.
Ene-7
C 4
H-2 2 H2(g) 1 2 NO(g) # N2(g) 1 2 H2O(g)
QUÍMICA

m
Ene-6
Na primeira série, a velocidade de reação foi medida em função da concentração de hidrogênio, mantendo-se a concentração de
C 5
H-2 monóxido de nitrogênio constante em 1 mol ? L21. Na segunda série, determinou-se a velocidade em função da concentração de
monóxido de nitrogênio, mantendo-se a concentração de hidrogênio constante em 1 mol ? L21. Os resultados dos experimentos
estão apresentados nos gráficos a seguir.

Termoquímica 93
6 b) Para estudar a cinética de decomposição desse compos-

Velocidade (mol ? L21 ? min21)


[NO] 5 1 mol ? L21
5 to, um estudante preparou duas amostras:
4
Amostra I – Contém somente KClO3;
Amostra II – Contém uma mistura de KClO3 com catalisa-
3
dor, MnO2.
2 Cada uma dessas amostras foi colocada em um cadinho de
1 cerâmica e, em seguida, ao mesmo tempo, os dois cadinhos
0 foram aquecidos.
0 0,5 1 1,5 2 Neste gráfico, estão indicadas as variações de massa observa-
[H2]
das durante o aquecimento das duas amostras:
25
12
Velocidade (mol ? L21 ? min21)

[H2] 5 1 mol ? L 21

9
20

Massa/grama
15
3

0 10
0 0,5 1 1,5 2 Curva A
[NO]
Curva B
5
Determine a ordem de reação de cada um dos reagentes e
calcule o valor da constante cinética.
0
0 4 8 12
PARA APRIMORAR
Tempo/minuto

(UFMG – Adaptada) O composto clorato de potássio, KClO3,


(U Indique a curva que representa a variação da massa da
m
Ene-5
C 7 quando aquecido, decompõe-se, produzindo cloreto de po- Amostra I. Justifique sua resposta.
H-1
tássio e oxigênio molecular. c) Indique se as massas de KClO3 presentes nas duas amos-
a) Escreva a equação química balanceada que representa a tras são iguais ou diferentes. Considere que, nas duas
decomposição do clorato de potássio. amostras, a reação foi completa. Justifique sua indicação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLINGER, N. L. et al. Química Orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna. São Paulo: Bookman, 2006.
BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E. Química geral. Rio de Janeiro: LTC, 1986. v. I-II.
BRUCE, P. Y. Química Orgânica. Rio de Janeiro: Prentice Hall Brasil, 2006. v. 1-2.
BUENO, W. A.; LEONE, F. de A. Química geral. São Paulo: McGraw-Hill, 1978.
CHAGAS, A. P. Como se faz Química: uma reflexão sobre a Química e a atividade do químico. 2. ed. Campinas:
Editora da Unicamp, 1992.
EBBING, D. D. Química geral. Rio de Janeiro: LTC, 1998. v. I.
KOTZ, J. C.; TREICHEL JR., P. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: LTC, 1998. v. 1-2.
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 4. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.
LOURENÇO, M. G. Química, ciências físico-químicas. Porto: Porto Editora, 1996.
MCMURRY, J. Química Orgânica: combo. Rio de Janeiro: LTC, 2004. v. 1-2.
MORRISON, R. T.; BOYD, R. N. Química Orgânica. 13. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.
PERRY, R. H.; GREEN, D. W. Perry’s Chemical Engineer’s Handbook. 6. ed. Kansas: McGraw-Hill, 1984.
(Chemical Engineering Series)
PIMENTEL, G. C. (Org.). Química: uma ciência experimental. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1963.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. Introdução à Química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
SNYDER, C. H. The Extraordinary Chemistry of Ordinary Things. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995.
SPENCER, J. N.; BODNER, G. M.; RICKARD, L. H. Química: estrutura e dinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

94 Termoquímica
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

1 ção. Isso cria grande dificuldade de manuseio”, afirma o quí-


[...] A partir de 21 de setembro de 2001, além de informa- mico Cláudio Di Vitta, da Universidade de São Paulo (USP).
ções gerais, os fabricantes de alimentos começam a disponibi- Para torná-la mais segura, a substância passou a ser misturada
lizar os produtos com as seguintes informações: valor calórico, com outros componentes. Assim foi criada, em 1867, a dina-
carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, mite, o explosivo mais utilizado até hoje para demolição e es-
colesterol, fibra alimentar, cálcio, ferro e sódio. cavações de canais, estradas e túneis. Daí vêm os milhões de
Os rótulos têm que apresentar informações nutricionais dólares distribuídos anualmente aos ganhadores do mais im-
na quantidade que podemos consumir, e, além disso, mostrar portante prêmio científico mundial, que leva o nome do inven-
quanto aquela porção de alimento contribui para o total de tor da dinamite, o químico sueco Alfred Nobel. Ele misturou a
nutrientes que devemos ingerir por dia, ou seja, o Percentual nitroglicerina a um tipo de terra rica em fósseis, chamada
de Valor Diário – %VD. kieselguhr, encartuchada em bananas, como são chamados os
[...] cilindros de papel parafina que contêm o explosivo.
Confira as informações nutricionais do leite integral: GORZONI, P. P. Como funcionam os explosivos? Superinteressante.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/ciencia/como-funcionam-
explosivos-443357.shtml>. Acesso em: 6 abr. 2015. Adaptado.
Informação nutricional
Porção de 200 mL/1 copo 2 A instabilidade da nitroglicerina pode ser relacionada: b
a) Ao valor elevado e positivo da energia de Gibbs, que torna a
Quantidade por porção % VD (*)
reação espontânea.
Valor calórico 130 kcal 5% b) À baixa energia de ativação relacionada à reação de combus-
tão da nitroglicerina.
Carboidratos 10 g 3%
c) À característica de substâncias puras.
Proteínas 7g 14% d) À sua característica como reação endotérmica.
Gorduras totais 8g 10% e) À alta energia de ativação relacionada à reação de combustão
da nitroglicerina.
Gorduras saturadas 5g 20%
Colesterol 30 mg 10% 3 Sobre as reações de combustão é incorreto afirmar que: c
a) São reações de oxirredução.
Fibra alimentar 0g 0% b) Estão associadas com a transferência de elétrons.
Cálcio 245 mg 31% c) São reações endotérmicas.
d) São reações exotérmicas.
Ferro Quantidade não significativa 0% e) A queima do papel é um exemplo de reação de combustão e o
Sódio 100 mg 4% processo não acontece espontaneamente devido à alta ener-
* Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2 500 calorias. Fonte: USDA. gia de ativação do processo.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Rotulagem nutricional obrigatória: manual de 4 A vida só é possível graças à ação das enzimas. Uma série de rea-
orientação aos consumidores. Disponível em: <www.anvisa.gov.br/alimentos/
ções químicas acontece em nosso organismo incessantemente
rotulos/manual_rotulagem.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2015.
a cada segundo. A maioria das enzimas são proteínas, exceto um
Tendo como base os valores diários de referência, qual é a por- pequeno grupo de moléculas de RNA. Elas têm a capacidade de
centagem de energia que os carboidratos presentes no leite for- catalisar as reações.
necem ao organismo? d
É correto afirmar sobre as enzimas: b
Dado: 1 g de carboidrato = 4 kcal a) Como todo catalisador, elas são consumidas nas reações.
a) 2,8% c) 6,25% e) 3% b) Elas são capazes de aumentar a velocidade das reações quími-
b) 40% d) 1,6%
cas que ocorrem nos organismos vivos.
Texto para as questões 2 e 3. c) As enzimas aumentam a energia de ativação de uma reação.
“O problema da nitroglicerina é que ela é altamente instá- d) As enzimas diminuem a energia de ligação dos produtos.
vel, a ponto de explodir com o mínimo calor, contato ou fric- e) Ela transforma uma reação exotérmica em endotérmica.

95
QUADRO DE IDEIAS
Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Termoquímica Reações Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
químicas Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Entropia Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Energia Taxa de Ilustrações: Paulo Manzi

livre de Gibbs desenvolvimento Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita


Guedes
Entalpia de uma reação Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Reações Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
exotérmicas e Espontaneidade Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
endotérmicas da reação Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Condições
Diagramação: lab 212
para que uma Capa: lab 212
Energia reação ocorra Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Energia de
Consultores:
ativação Coordenação: Dr. João Filocre
Catalisadores, Química: Dra. Marciana Almendro David
inibidores e SESI DN
veneno de reação Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Ramacciotti
Diretor de Operações: Marcos Tadeu de Siqueira
Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Contato, afinidade e Gerente de Educação Básica: Renata Maria Braga
Natureza dos
orientação favorável dos Santos
reagentes, superfície Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.
de contato, pressão Avenida das Nações Unidas, 7221
e temperatura Pinheiros – São Paulo – SP
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© SOMOS Sistema de Ensino S.A.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Reis, Martha
Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos
de 1 a 12 : química : frente B : professor /
Martha Reis. -- 2. ed. -- São Paulo : Ática,
2017.

1. Química (Ensino médio) I. Título.

16-08168 CDD-540.7

Índice para catálogo sistemático:


1. Química : Ensino médio 540.7
2016
ISBN 978 85 08 18346 3 (AL)
ISBN 978 85 08 18352 4 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

96 Termoquímica
QUÍMICA FRENTE B

GUIA DO PROFESSOR

MARTHA REIS MARQUES DA FONSECA


Bacharel e licenciada em Química pela Faculdade de Ciências Exa-
tas, Filosóficas e Experimentais da Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
Foi professora dos colégios Mackenzie e Objetivo e do curso prepa-
ratório para vestibulares Universitário, tendo atuado também como
editora de livros didáticos.

FRENTE B
QUÍMICA

MÓDULO
Termoquímica (18 aulas)

Termoquímica
As competências e habilidades do Enem estão indicadas em
questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique

MÓDULO aos alunos que a utilidade deste “selo” é indicar o número da(s)
competência(s) e habilidade(s) abordada(s) na questão, cuja
Termoquímica área de conhecimento está diferenciada por cores (Linguagens:
laranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: rosa; Ma-
temática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Referência
do Enem está disponível no portal.

Plano de aulas sugerido


Carga semanal de aulas: 2
Número total de aulas do módulo: 18 1. CONTEÚDO CALORÍFICO

Objeto do conhecimento
Competências Habilidades Energia envolvida em transformações químicas.
cc Entendero papel da c c Utilizar
a representação Termodinâmica química (1a Lei).
investigação dos fatores simbólica das Objeto específico
que influem na entalpia de transformações químicas Calor; trabalho; entalpia; calor específico; calor latente.
uma reação e os métodos usando textos, equações
para sua determinação no químicas, gráficos, tabelas
contexto de análise do meio e relações matemáticas.
AULA 1 Páginas: 4 a 12
ambiente e das atividades Traduzir a linguagem
urbanas e rurais. discursiva em linguagem
cc Compreender os fatores simbólica e vice-versa. Conteúdo calorífico
que contribuem para a c c Compreender e utilizar os
espontaneidade de uma conceitos químicos dentro Objetivos
reação e os fatores que de uma visão macroscópica Diferenciar temperatura e calor.
influem em sua taxa de (lógico-empírica) e,
desenvolvimento, de também, os fatos químicos Compreender o funcionamento de um calorímetro.
modo a proporcionar (lógico-formal). Entender a variação de temperatura sofrida por certa massa de um
um entendimento de c c Compreender dados material, quando recebe ou libera calor.
acontecimentos históricos e quantitativos, estimativas, Conhecer a influência da natureza do material na relação entre
cotidianos. medidas e relações calor trocado e variação de temperatura.
cc Compreender o impacto na proporcionais presentes Associar calor trocado sob pressão constante à variação de entalpia.
sociedade do estudo dos na Química (raciocínio Conhecer a indicação de ingestão calórica em razão de idade e
catalisadores e inibidores, proporcional).
sexo e relacionar com o índice de massa corpórea.
que podem alterar a taxa de c c Reconhecer tendências e
desenvolvimento de uma Identificar o calor latente de fusão e o calor latente de vaporização
relações a partir de dados
reação. como grandezas específicas que intervêm nas mudanças de estado
experimentais (classificação,
cc Reconheceros limites seriação e correspondência de agregação.
éticos e morais envolvidos em Química).
no desenvolvimento da
Estratégias
c c Selecionar e utilizar ideias e
Química e suas tecnologias. procedimentos científicos Pergunte aos alunos como seria possível medir o calor liberado
cc Reconhecer aspectos (leis, teorias, modelos) para ao ambiente pela reação química entre o ácido clorídrico (em solu-
químicos na interação a resolução de problemas ção) e o hidróxido de sódio (sólido). Desenhe um béquer contendo
individual e coletiva do qualitativos e quantitativos certa quantidade de sólido ao fundo e depois altere-o devido a
ser humano com o meio em Química, identificando e
adição da solução. Explique que a reação é exotérmica, ou seja,
ambiente e nos sistemas acompanhando as variáveis
produtivos industrial e rural. relevantes. que havia maior conteúdo de energia nas substâncias iniciais (rea-
gentes) do que o conteúdo de energia que resta nas substâncias
cc Reconheceras relações c c Reconhecer ou propor
entre desenvolvimento a investigação de um
finais (produtos), e que o calor liberado ao ambiente é justamente
da ciência Química e as problema relacionado à a diferença entre esses conteúdos energéticos. Permita que a dis-
tecnologias aplicadas a Termoquímica, selecionando cussão se desenvolva. Quando necessário, explique que, se houver
produtos e serviços no procedimentos um isolamento do sistema, o calor gerado na reação não “extravasa”
cotidiano. experimentais pertinentes. para o ambiente, o que facilita a medição. Construa a ideia de um
calorímetro e informe que eles irão estudar esse conteúdo em Física

2 GUIA DO PROFESSOR
em módulos subsequentes. A partir dessa ideia monte a relação Sistematizar os fatores que influem no valor da variação de entalpia,
fundamental da calorimetria: enfatizando o estado de agregação, a forma alotrópica e a quanti-
Q 5 m ? c ? Δt dade de matéria.
Explore o significado do calor específico; peça que vejam na página 5 Entender a equação termoquímica como uma representação sintéti-
a tabela com diferentes valores dessa grandeza. ca da reação química, da variação de entalpia e dos fatores influentes.
A noção de variação de entalpia não é tão fácil quando fica des-
colada de uma abordagem termodinâmica. Muitos alunos a tomam Estratégias
como sinônimo de variação de energia interna, o que somente é cor- Proponha que os alunos trabalhem, individualmente, o “Exercício
reto para processos que não envolvem trabalho realizado ou recebido resolvido” e o exercício 1 do “Para construir”.
pelo sistema. Nesses casos as duas variações também equivalem ao Reúna os alunos em grupos e proponha que cada aluno apresente
calor trocado. sua resolução do exercício 1 para o grupo. O grupo deverá discutir
Porém, quando ocorre trabalho (sob pressão constante), o calor as resoluções apresentadas e tentar chegar a um consenso sobre a
recebido pelo sistema, por exemplo, corresponde ao trabalho reali- mais coerente, que deve ser entregue ao professor para que possa,
zado mais a variação da energia interna: quanto menor for o trabalho a critério dele, fazer parte da avaliação. O exercício 1, além de traba-
realizado, maior parcela “sobrou do calor recebido” para se converter lhar conceitos de termoquímica, resgata alguns conceitos de cálculo
em energia interna que fica armazenada no sistema. A variação de estequiométrico.
entalpia nesse caso é justamente esse calor recebido pelo sistema Discuta de forma comparativa os conceitos e as representações
endotérmico. envolvidas em uma transformação exotérmica (por exemplo: reação
Retome, com os alunos, as transformações de estado físico da água: H2 1 O2) e uma transformação endotérmica (reação H2 1 I2). Divida
fusão, ebulição, condensação, solidificação. Peça para que eles classi- a lousa em duas partes e desenvolva a equação termoquímica e o
fiquem esses fenômenos em endotérmicos ou exotérmicos. Para re- diagrama de entalpia junto com os alunos. Ressalte que no primeiro
forçar esses conceitos, trabalhe, com os alunos, o exercício1 do “Para caso houve liberação de calor do sistema para o ambiente, ou seja,
praticar”. Explique o calor latente associado a transformações em que a entalpia dos produtos é menor do que a entalpia dos reagentes, o
não ocorre variação de temperatura, tal como as transformações de que equivale a dizer que a variação de entalpia é negativa. De forma
estado. Apresente o calor latente de fusão e de vaporização da água contrária para o segundo caso. Explore os fatores que influem no
e peça aos alunos que escrevam, sob a forma de um pequeno texto, valor da variação de entalpia, analisando com os alunos a tabela da
uma comparação entre os significados dos dois valores. página 15. Em seguida, resolva um exemplo em que se aplica uma
relação estequiométrica entre massa (ou quantidade de matéria) e
Tarefa para casa variação de entalpia, a partir de uma dada equação termoquímica.
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
nas 11 e 12) e do “Para aprimorar” (página 12) deste capítulo. Tarefa para casa
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
em classe. gina 18) e do “Para aprimorar” (página 19) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe.
2. ENTALPIA DA REAÇÃO
Objeto do conhecimento 3. LEI DE HESS
Energia envolvida em transformações químicas.
Termodinâmica química (1a Lei). Objeto do conhecimento
Objeto específico Energia envolvida em transformações químicas.
Processos endotérmicos e exotérmicos; entalpia; equação Termodinâmica química (1a Lei).
termoquímica.
Objeto específico
Conservação da energia; lei de Hess.

AULA 2 FRENTE B
Páginas: 13 a 19
AULA 3 Páginas: 20 a 24
Entalpia da reação
QUÍMICA

Lei de Hess
Objetivos
Diferenciar processos endotérmicos e exotérmicos quanto aos efei- Objetivos
tos térmicos, aos sinais da variação de entalpia e aos diagramas de Compreender que um processo químico pode ter várias etapas
entalpia. intermediárias, mas que sua variação de entalpia é função apenas

Termoquímica 3
da entalpia dos reagentes da primeira etapa e dos produtos da AULA 4 Páginas: 25 a 27
última etapa.
Entender como se aplica o enunciado (lei de Hess) para o cálculo
da variação de entalpia de um processo de várias etapas reais ou Exercícios sobre a lei de Hess
virtuais.
Objetivos
Estratégias Fixar que um processo químico pode ter várias etapas interme-
Informe aos alunos que eles vão trabalhar um aspecto universal da diárias e que sua variação de entalpia é função apenas da ental-
Física: a conservação da energia, que também se aplica às transfor- pia dos reagentes da primeira etapa e dos produtos da última
mações químicas. Proponha a seguinte analogia: um objeto está sus- etapa.
penso a certa distância do chão e por isso tem certa energia potencial Exercitar como se aplica o enunciado da lei de Hess para o cálculo
gravitacional. Peça aos alunos que considerem então duas situações da variação de entalpia de um processo de várias etapas reais ou
diferentes de queda que o objeto pode sofrer: uma em que ele cai di- virtuais.
retamente ao chão; outra em que cai sobre a mesa e, depois da mesa,
cai ao chão. Peça que comparem a diminuição de energia potencial Estratégias
(ou conversão em energia cinética) nas duas situações. Deixe que Inicie a aula com uma retomada do que é possível/necessário fazer
concluam que o princípio da conservação da energia requer que a com as equações termoquímicas em um problema de lei de Hess.
variação na situação 1 seja igual à soma das duas variações ocorridas Peça aos alunos que lhe informem enquanto sistematiza na lousa: (1)
na situação 2. dividir a equação por certo número; (2) multiplicar a equação por
Transponha essa situação para a Química, trabalhando com os alu- certo número; (3) inverter a equação; indique no resumo como varia
nos os dados fornecidos pelo “Exercício resolvido”. Estabeleça, grafi- o valor da variação de entalpia.
camente, o calor de combustão total do carbono grafita (formando Sugira que nunca iniciem a resolução do problema sem antes es-
dióxido de carbono) e o calor de combustão parcial do carbono gra- crever a equação balanceada do processo cuja variação de entalpia se
fita (formando monóxido de carbono). Coloque esses valores num deseja determinar. Dessa forma, essa equação funciona como diretriz
gráfico (entalpia × progresso da reação). do que se fazer com as equações dadas.
A partir do gráfico, trabalhe o cálculo da entalpia da transformação Selecione alguns exercícios entre os apresentados no “Para
em monóxido de carbono e dióxido de carbono. construir”, no “Para praticar” e no “Para aprimorar”; coloque-os
Associe essa atividade com a lei de Hess: mostre que, quando uma em ordem de dificuldade crescente e proponha que os alunos
reação corresponde à soma de duas outras, a variação de entalpia da os resolvam.
reação final também corresponde à soma das entalpias das reações Alguns alunos optam por fazer somas parciais, ou seja, se precisam,
que foram somadas. por exemplo, somar 4 equações, então somam apenas a primeira
Proponha que os alunos resolvam individualmente alguns exer- com a segunda e chegam a uma reação “global” destas duas, que será
cícios que julgar mais representativos. Posteriormente, quando os somada com a terceira e assim por diante. O processo é mais moroso
alunos já os tiverem resolvido, proponha que façam grupos para e mais sujeito a erros do que se todas as equações forem alteradas e
discutir suas respostas e tentar chegar a um consenso. É importante somadas em um só passo.
corrigir no quadro os exercícios nos quais os alunos apresentarem
mais dificuldade. Tarefa para casa
Tarefa para casa Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
nas 26 e 27) e do “Para aprimorar” (página 27) deste capítulo.
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
gina 23) e do “Para aprimorar” (página 24) deste capítulo.
em classe.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe.
5. ENTALPIAS-PADRÃO DE COMBUSTÃO
4. EXERCÍCIOS SOBRE A LEI DE HESS E DE FORMAÇÃO

Objeto do conhecimento Objeto do conhecimento


Energia envolvida em transformações químicas. Energia envolvida em transformações químicas.
Termodinâmica química (1a Lei). Termodinâmica química (1a Lei).

Objeto específico Objeto específico


Conservação da energia; lei de Hess. Entalpia-padrão de formação; entalpia-padrão de combustão.

4 GUIA DO PROFESSOR
AULA 5 Páginas: 28 a 31 6. CÁLCULO DO ΔH A PARTIR DA
ENTALPIA DE FORMAÇÃO
Entalpias-padrão de combustão
e de formação Objeto do conhecimento
Energia envolvida em transformações químicas.
Objetivos Termodinâmica química (1a Lei).
Conhecer e aplicar a definição de entalpia-padrão de combustão.
Determinar o poder calorífico de um combustível a partir do valor Objeto específico
de entalpia de combustão. Uso da entalpia-padrão de formação para o cálculo de ΔH de
Comparar o poder calorífico de combustíveis. reações.
Compreender e equacionar reações químicas de formação de
1 mol de substância, considerando que os reagentes estejam na
forma de substâncias simples mais estáveis. AULA 6 Páginas: 32 a 35
Assumir a variação de entalpia-padrão de formação de certa subs-
tância como um valor referenciado (arbitrado) da própria entalpia Cálculo do ΔH a partir da entalpia de
da substância. formação
Estratégias Objetivos
Inicie a aula definindo com os alunos o conceito de variação de Analisar e entender tabelas que trazem os valores de entalpia de
entalpia-padrão, ressaltando os aspectos influentes, que, por conse-
formação.
quência, precisam estar determinados na definição do estado padrão.
Calcular a variação de entalpia de uma reação química, por
Pergunte a eles quais substâncias estão envolvidas numa reação de
meio dos valores das entalpias de formação dos seus reagentes
combustão. A partir das respostas que forem surgindo, equacione
e produtos.
algumas reações de combustão e conceitue energia-padrão de com-
bustão. Trabalhe, com os alunos, a resolução do “Exercício resolvido”. Estratégias
Equacione a obtenção de algumas substâncias (água líquida, trió-
xido de enxofre gasoso, ácido sulfúrico líquido) a partir das substân- Retome os valores de entalpia-padrão da água, trióxido de enxofre
cias simples em seu estado padrão. Apresente a convenção central e ácido sulfúrico discutidos na aula anterior. Relembre que esses va-
da termoquímica, entalpia = zero para substâncias simples no estado lores, embora tenham sido medidos como variações de entalpia das
padrão, e diga que pretende explorar com eles a consequência dessa reações que formam tais substâncias, também podem ser tomados
convenção. Peça que façam no caderno o diagrama de entalpia da como os valores de entalpias das próprias substâncias no estado-
formação da água líquida. Represente-o também na lousa e complete -padrão.
com o valor determinado experimentalmente para a variação de en- Equacione a reação de hidratação do trióxido do enxofre geran-
talpia (–286,03 kJ/mol). Pergunte aos alunos qual é o valor da entalpia do o ácido sulfúrico e pergunte aos alunos como poderiam usar os
dos reagentes esperando que apontem o valor convencionado igual valores que estão na lousa para calcular a variação de entalpia da
a zero; pergunte então qual é o valor da entalpia do produto, 1 mol reação. Deixe que resolvam em duplas e depois peça que apresentem
de água líquida, e espere que apontem –286,03 kJ. Dessa construção, como o fizeram. Quando for sistematizar a resolução do exemplo, é
emergem dois aspectos muito importantes: (a) se convencionamos fundamental enfatizar como está usando a definição de variação de
que o valor de partida, nessas reações, é igual a zero, então a entalpia entalpia: “variação de entalpia é igual à soma das entalpias dos pro-
do produto será sempre numericamente igual à própria variação de
dutos menos a soma das entalpias dos reagentes”, que já foi mostrada
entalpia da reação, que pode ser medida, por exemplo, num calo-
na aula anterior.
rímetro; (b) se o valor da entalpia dos reagentes é convencionado
Resolva um exemplo em que algum coeficiente da equação seja
(isto é, não é real), então o valor da entalpia do produto também é
um valor arbitrário, embora o valor da entalpia de formação seja um diferente de 1, depois escolha um ou dois exercícios que achar re-
dado absoluto, que pode ser medido, como já foi dito. presentativos e solicite que os alunos os resolvam individualmente.
Informe que, por raciocínio semelhante, poderia se afirmar que a Posteriormente, quando os alunos já tiverem terminado a resolução,
FRENTE B
entalpia do trióxido de enxofre é igual a −395,44 kJ/mol e a do ácido proponha que façam grupos para discutir suas respostas e tentar
sulfúrico, igual a −811,86 kJ/mol, referindo-se às outras equações. Re- chegar a um consenso. É importante corrigir na lousa os exercícios
meta os alunos à tabela dos valores de entalpia-padrão na página 29. que achar mais difíceis.
QUÍMICA

Tarefa para casa Tarefa para casa


Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
gina 31) e do “Para aprimorar” (página 31) deste capítulo. gina 34) e do “Para aprimorar” (página 35) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe. em classe.

Termoquímica 5
Após sistematizar as conclusões na lousa, apresente uma equação
7. ENERGIA DE LIGAÇÃO que representa a quebra de uma ligação e seu valor de ΔH; em segui-
da represente a reação contrária e seu valor de ΔH.
Objeto do conhecimento
Mostre a quebra progressiva das ligações C–H na molécula de me-
Energia envolvida em transformações químicas.
tano; ressalte que os quatro valores são diferentes e progressivos e
Termodinâmica química (1a Lei).
calcule a média que resulta em –98,8 kcal/mol. Finalmente, peça que
Objeto específico olhem a tabela na página 37, em que as ligações C–H recebem como
Cálculo do ΔH de uma reação a partir das energias de ligação dos valor padrão, para ser em qualquer contexto com substâncias gaso-
compostos envolvidos. sas, justamente a média calculada por você. Trabalhe com os alunos
a resolução de um exercício em que ao menos um dos coeficientes
seja diferente de 1.
AULA 7 Páginas: 36 a 40
Tarefa para casa
Energia de ligação Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
gina 40) e do “Para aprimorar” (página 40) deste capítulo.
Objetivos
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
Associar a ruptura de uma ligação química a reações endotérmicas em classe.
e a formação de uma ligação química a reações exotérmicas.
Representar as substâncias envolvidas em uma reação com fórmu-
las estruturais e determinar a energia gasta nas rupturas de ligações, 8. EXERCÍCIOS SOBRE CÁLCULO DO ΔH
a energia liberada nas formações de ligações e a variação de ental- A PARTIR DA ENERGIA DE LIGAÇÃO
pia da reação.

Estratégias Objeto do conhecimento


Energia envolvida em transformações químicas.
Muitos alunos tendem a julgar que a quebra de ligações é exotér- Termodinâmica química (1a Lei).
mica, talvez porque associem explosões (quebras, rupturas, etc.) com
liberação de energia ou partam das aulas de Biologia em que se sim- Objeto específico
plifica a explicação ao dizer que “a quebra da molécula de ATP libera Cálculo do ΔH de uma reação a partir das energias de ligação dos
compostos envolvidos.
energia”. É importante que a questão seja trabalhada de um ponto
de vista físico e conceitual e que se tenha paciência para retomá-la,
pois é muito comum que os alunos recaiam em seus conhecimentos AULA 8 Páginas: 41 a 43
prévios, ainda que neste caso sejam errôneos.
Faça uma analogia com um sistema gravitacional e um sistema
magnético, para depois passar para o sistema elétrico, que é o caso Exercícios sobre cálculo do ΔH a partir da
das ligações químicas. Pegue um objeto e coloque-o no chão, depois energia de ligação
levante-o até certa altura e pergunte se o afastamento objeto/Terra
Objetivos
causou aumento ou diminuição de energia potencial do sistema. Per-
gunte se é espontâneo o afastamento ou a aproximação do objeto Associar a ruptura de uma ligação química a reações endotérmicas
em relação à Terra. e a formação de uma ligação química a reações exotérmicas.
Tenha dois ímãs grudados e afaste-os. Pergunte se a energia po- Representar as substâncias envolvidas em uma reação com fórmu-
tencial é maior quando os ímãs estavam grudados ou agora que es- las estruturais e determinar a energia gasta nas rupturas de ligações,
tão próximos. Explore a ideia de que a repetição desse afastamento a energia liberada nas formações de ligações e a variação de ental-
por muitas vezes vai lhe deixar cansado porque estará realizando pia da reação.
trabalho que afasta os ímãs, ou seja, a energia que seus músculos
Estratégias
gastam se armazena como energia potencial no sistema com ímãs
afastados. Se soltá-los, espontaneamente podem se juntar: nessa Relembre os alunos que a quebra das ligações é um processo en-
transformação, os ímãs irão de uma situação de maior energia po- dotérmico, enquanto o processo contrário (a formação de ligações)
tencial para uma situação de menor energia: a “perda” se converteu é um processo exotérmico.
em energia cinética. Pensando nos exercícios em que os alunos apresentaram maior di-
Agora, se tiver dois modelos de bolinhas, fale sobre a atração elétri- ficuldade na aula anterior, selecione exercícios entre aqueles do “Para
ca que um átomo exerce sobre o outro, quando estão ligados, e peça construir”, do “Para praticar” e do “Para aprimorar”. Peça aos alunos
aos alunos que digam se a ruptura da ligação é endo ou exotérmica, que os resolvam e, posteriormente, reúnam-se em grupos para com-
enquanto afasta as bolinhas. E se dois átomos estiverem a certa dis- parar as respostas e tentar chegar a um consenso.
tância e se atraírem até o ponto de se ligarem? O que dizer sobre a Mostre rapidamente aos alunos, tomando como base a reação
energia do sistema? Aumentou ou diminuiu? entre o metano e o gás cloro (apenas um átomo H sendo substi-

6 GUIA DO PROFESSOR
tuído por um átomo de Cl), que existem duas formas de proceder Defina a variação de entropia e pergunte aos alunos que sinal (po-
ao cálculo: (a) considerar que todas as ligações dos reagentes são sitivo ou negativo) tem essa variação nas duas transformações co-
rompidas e todas as ligações dos produtos são formadas; (b) con- mentadas anteriormente.
siderar, já que as fórmulas estruturais estão escritas, que é possível Estabeleça a variação de entropia e a variação de entalpia como
contabilizar apenas as ligações que de fato se quebraram e as que fatores determinantes da espontaneidade de uma reação química.
de fato se formaram. Considere o exemplo da queima de papel, cuja variação de entropia é
O primeiro método requer menos análise e mais contas; o segundo positiva e a variação de entalpia é negativa; uma vez iniciada, a reação
método, mais análise e menos contas. vai até o fim e é impossível que os produtos voltem a se combinar
Tarefa para casa para formar os reagentes nesse processo, ou seja, a queima é espon-
tânea, mas seu inverso não é.
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
Enuncie agora a 3a Lei da Termodinâmica como uma referência
na 42) e do “Para aprimorar” (páginas 42 e 43) deste capítulo.
para se medir a entropia dos sistemas. Se assumimos que um cristal
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe. perfeito de certa substância, a 0 K, tem entropia igual a zero, é pos-
sível calcular o aumento de entropia do sistema à medida que sofre
aquecimento até as condições padrão (298 K e 1 atm). A tabela da
9. ENTROPIA página 46 mostra a entropia-padrão de várias substâncias.

Objeto do conhecimento Tarefa para casa


Energia envolvida em transformações químicas. Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
Termodinâmica química (2a e 3a Leis). gina 48) e do “Para aprimorar” (página 48) deste capítulo.
Objeto específico Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
Entropia; variação de entropia; espontaneidade termodinâmica. em classe.

AULA 9 Páginas: 44 a 48 10. ENERGIA LIVRE DE GIBBS

Entropia Objeto do conhecimento


Energia envolvida em transformações químicas.
Objetivos Termodinâmica química (2a e 3a Leis).
Relacionar entropia ao grau de desordem de um sistema. Objeto específico
Conceituar a variação de entropia de uma transformação. Variação de entropia; variação de entalpia; variação de energia livre
Relacionar variação de entropia e a espontaneidade de uma reação de Gibbs; espontaneidade termodinâmica.
química.
Enunciar a 3a lei da Termodinâmica, acerca da entropia de cristais
perfeitos a zero kelvin. AULA 10 Páginas: 49 a 52

Estratégias
Energia livre de Gibbs
Informe aos alunos que irão estudar um conceito muito impor-
tante para as Ciências Naturais, a entropia, a qual algumas vezes é Objetivos
tomada por outras áreas do conhecimento, podendo haver certa Conceituar energia livre de Gibbs.
adaptação ou deformação conceitual. A entropia de um sistema, Numa transformação, relacionar a variação da energia livre de
junto a sua energia, pode determinar se uma dada transformação
Gibbs com a variação de entropia, a variação de entalpia e a tem-
tenderá a ocorrer ou não.
peratura termodinâmica.
Explique o que se entende por desordem em um sistema, seja pela
Relacionar a variação da energia livre de Gibbs com a espontanei-
maior dispersão das partículas, seja por haver maior variedade de
substâncias no sistema, ou ainda por haver maior grau de agitação dade de uma transformação.
das partículas. Apresente um sistema para exemplificar cada caso e Estratégias FRENTE B
defina a entropia em razão da desordem do sistema.
Peça aos alunos que desenhem um cubo de gelo se derretendo Retomar o exemplo da queima do papel, em que a variação de
em um copo de água, estando as duas fases a 0  oC. Pergunte qual entalpia (negativa) e a variação de entropia (positiva) não deixavam
QUÍMICA

das fases tem maior entropia e peça que escrevam a justificativa ao dúvida sobre a espontaneidade da reação. Suponha com os alunos
lado do desenho. Depois, alguns alunos podem ler suas respostas um sistema contendo cinzas, gás carbônico e vapor de água e peça
para haver uma discussão. Peça que façam rapidamente um novo que considerem a possibilidade de que espontaneamente essas subs-
desenho e uma explicação para uma amostra de água fervente, com tâncias, sob aquecimento, formem uma folha de papel. O que dizer
fases líquida e gasosa a 100 oC. sobre as variações de entalpia e de entropia nesse caso? Os sinais

Termoquímica 7
dessas variações, positivo e negativo, indicam claramente que a trans- Peça aos alunos que resolvam, individualmente, os exercícios 1, 2 e 3
formação não irá ocorrer. do “Para praticar”. Uma vez resolvidos esses exercícios, peça a eles que
Mas e quando ambos os sinais forem positivos ou ambos forem se reúnam em grupos e comparem suas resoluções para tentar chegar
negativos? Peça aos alunos que discutam em duplas o exemplo a um consenso.
de um cubo de gelo e sua possível fusão. A que conclusão chega-
ram? ΔH é positivo, supondo que o gelo deva receber calor, e ΔS Tarefa para casa
é positivo. O fator entalpia informa que o processo não deve ser Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para aprimorar”
espontâneo, enquanto o fator entropia informa que a fusão deve (página 55) deste capítulo.
ser espontânea. Como se decidir? Dependerá da temperatura: a partir Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
de certo valor (273 K ou 0 oC), o fator entropia prevalece e a fusão em classe.
ocorre; abaixo dessa temperatura, prevalece o fator entalpia e a fusão
não é espontânea.
A esta altura, os alunos devem se perguntar: “mas como saber a 12. TAXA DE DESENVOLVIMENTO
temperatura que decide cada processo?”. DA REAÇÃO
Apresente então a expressão da energia livre de Gibbs e discuta
o significado de ΔG como o máximo de energia que se pode retirar Objeto do conhecimento
de um sistema (por isso seu sinal deve ser negativo) sob a forma de Rapidez de transformações químicas.
trabalho, já descontados o calor liberado (ΔH) e a energia usada na
Objeto específico
reorganização do próprio sistema após a transformação (TΔS). Taxa de rapidez (ou desenvolvimento); taxa de rapidez média.
Organize uma tabela com os possíveis sinais para as três grandezas.
Tarefa para casa
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- AULA 12 Páginas: 56 a 62
gina 52) e do “Para aprimorar” (página 52) deste capítulo.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Taxa de desenvolvimento da reação
em classe.
Objetivos
Compreender o conceito de taxa de desenvolvimento de uma rea-
11. E
 XERCÍCIOS DE TERMOQUÍMICA ção e calcular essa taxa a partir de valores tabelados das quantida-
des de reagentes formados e de produtos consumidos em função
Objeto do conhecimento do tempo.
Energia envolvida em transformações químicas. Construir e interpretar gráficos de concentração das substâncias
Entropia envolvida em transformações químicas. que participam de uma reação em função do tempo.
Espontaneidade de transformações químicas.
Termodinâmica química. Estratégias
Objeto específico Apresente o estudo da rapidez das reações químicas como mais
Entalpia; variação de entalpia; entalpia de combustão; entalpia de um importante aspecto que complementa a abordagem energética
formação; energia de ligação; lei de Hess; variação de entropia; feita nos capítulos anteriores deste módulo.
energia livre de Gibbs. Antes foi possível tratar as questões: “Como ocorre a troca de ener-
gia entre a reação química e o ambiente?”, “Como varia a energia e a
AULA 11 Páginas: 53 a 55
organização do sistema durante a reação?”, “A reação é espontânea
nestas condições?”.
Agora serão tratadas as questões: “Por que varia a rapidez das rea-
Exercícios de termoquímica
ções químicas?”, “Como é possível alterar a rapidez de uma reação?”,
Objetivos “Quais relações há entre rapidez e espontaneidade de uma reação?”.
Determinar a variação de entalpia de uma transformação por mé- Exemplifique a rapidez de transformações apontando reações
todos distintos: entalpia de formação, energia de ligação, lei de Hess. muito rápidas, outras muito lentas e outras de rapidez intermediária.
Relacionar variação de entalpia, variação de entropia, energia livre Defina a taxa de rapidez de uma reação e faça a distinção com o
de Gibbs e espontaneidade de processos químicos. conceito de velocidade, que é uma grandeza vetorial estritamente
vinculada à variação do espaço que certo objeto sofre em certo inter-
Estratégias valo de tempo. Comente que, apesar dessa grande diferença entre os
Trabalhe com os alunos a resolução do exercício resolvido e dos dois conceitos, foi comum por muito tempo se falar em “velocidade
exercícios 1 e 2 do “Para construir”. Enfatize os conceitos mais impor- de reação” como sinônimo de taxa de rapidez, sendo que ainda se
tantes envolvidos em cada um deles. encontra tal expressão em livros e questões de vestibulares.

8 GUIA DO PROFESSOR
Apresente aos alunos uma tabela das quantidades de matéria dos Sistematize a discussão na lousa, incluindo desenhos, o fator
reagentes e/ou produtos de uma determinada reação em função do energético e o fator geométrico como requisitos da colisão efetiva.
tempo. Escolha um intervalo de tempo qualquer e discuta, com os Faça o diagrama de entalpia da reação exotérmica entre gás cloro
alunos, como a taxa de rapidez da reação pode ser calculada. Mostre e gás hidrogênio e ressalte que a estrutura intermediária (complexo
que a velocidade de uma reação em mol/min pode, também, ser ativado) é mais energética do que os reagentes e do que os produ-
expressa em mol/h, g/min, g/h, etc. tos. A depender da turma, você pode pedir que os alunos apontem
Apresente o conceito de taxa de rapidez média e exemplifique razões para que o complexo ativado seja mais energético e tirar
seu cálculo.
conclusões com eles acerca da influência do maior número de nu-
Faça cálculos de taxa de rapidez partindo de um gráfico que re-
vens eletrônicas em repulsão, ou seja, da deformação da geometria
presente a quantidade de matéria de uma das substâncias envolvidas
molecular “normal” que implica menor estado de energia. Aponte
em função do tempo.
no gráfico a energia de ativação e a variação de entalpia.
Tarefa para casa Faça agora o diagrama da reação inversa e complete os parâ-
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- metros energéticos à medida que os alunos acompanharem o
gina 62) e do “Para aprimorar” (página 62) deste capítulo. raciocínio.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões Caso haja tempo e você julgue interessante, você pode
em classe. apresentar a simulação virtual da Universidade do Colorado
Boudel (PhET) que auxilia na visão dinâmica das colisões e nas
mudanças dos parâmetros energéticos. Disponível em: <https://
13. CONDIÇÕES PARA QUE UMA phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/reactions-and-rates>.
REAÇÃO OCORRA Acesso em: 13 abr. 2015.

Objeto do conhecimento Tarefa para casa


Rapidez de transformações químicas. Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
nas 66 e 67) e do “Para aprimorar” (página 67) deste capítulo.
Objeto específico
Taxa de desenvolvimento de reações; teoria das colisões; energia Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
de ativação. em classe.

AULA 13 Páginas: 63 a 67 14. FATORES QUE INFLUENCIAM A TAXA


DE DESENVOLVIMENTO DE UMA
Condições para que uma reação ocorra REAÇÃO
Objetivos
Objeto do conhecimento
Conhecer os fundamentos da teoria das colisões para explicar a Rapidez das transformações químicas.
rapidez de processos químicos.
Explicar os aspectos energéticos e geométricos como determinan- Objeto específico
tes para haver colisões efetivas. Taxa de desenvolvimento de transformações químicas; teoria
Conceituar complexo ativado e relacionar com energia de ativação das colisões; energia de ativação; fatores cinéticos: temperatura,
e taxa de rapidez. superfície de contato, concentração dos reagentes e pressão.
Construir e interpretar diagramas de entalpia com indicação de
energia de ativação.
AULA 14 Páginas: 68 a 74
Estratégias
Apresentar a ideia de que não pode haver a transformação de duas Fatores que influenciam a taxa de
moléculas A e B em novas moléculas C e D caso não haja interação
entre as moléculas iniciais: A e B precisam colidir para que haja que- desenvolvimento de uma reação FRENTE B
bra de ligações, um rearranjo nas posições dos átomos e a formação Objetivos
de novas ligações. Exemplifique com a reação entre gás cloro e gás
hidrogênio. Explicar a ação dos fatores que influenciam na taxa de desenvolvi-
QUÍMICA

Pergunte aos alunos: “Por que somente certa porcentagem do nú- mento de uma reação com base na teoria das colisões.
mero total de colisões entre as moléculas reagentes acaba formando Relacionar energia de ativação de uma reação e sua taxa de desen-
novas moléculas?” e “O que faz com que algumas colisões sejam efe- volvimento.
tivas e outras não?”. É importante discutir as hipóteses dos alunos, Explicar a ação dos catalisadores e inibidores sobre a energia de
pedindo a uns que comentem ou refutem as hipóteses de outros. ativação de uma reação.

Termoquímica 9
Estratégias Conhecer os diferentes tipos de catálise.
Este é um tópico que se beneficia muito de uma aula prática ou Compreender o conceito de ativador e veneno de catalisador.
demonstrativa como a descrita a seguir. Se possível, siga os passos Estratégias
apresentados; senão, use exemplos similares no quadro.
Informe aos alunos que irão observar a ação de alguns fatores sobre Mostre, com o auxílio de diagramas de entalpia, o efeito da presen-
a rapidez de reações e que o objetivo da aula é explicar cada ação a ça do catalisador no meio reacional. É importante que o aluno saiba
partir do que já sabem sobre a teoria das colisões. identificar a energia de ativação, a energia do complexo ativado
Faça um ensaio para o fator temperatura: coloque água gelada em e o valor da variação de entalpia, na ausência e na presença de
um béquer e água quente em outro; lance em cada béquer (no mes- catalisador.
mo instante) um comprimido efervescente. Peça que observem qual Informe aos alunos que lhes fará duas perguntas e que espera que
comprimido terminará de reagir antes. Pergunte aos alunos como saibam responder ao menos a uma delas.
explicam, a partir da teoria das colisões e da noção de colisão efetiva, Por que a diminuição da energia de ativação torna a reação catali-
que a reação é mais rápida sob temperatura mais alta. Sistematize a sada mais rápida?
resposta após a discussão. De que forma um catalisador pode baixar a energia de ativação?
Para o fator superfície de contato, use dois béqueres com água Após discutirem a primeira questão, sistematize na lousa a resposta
a temperatura ambiente. Pegue novamente dois comprimidos efer- acordada.
vescentes, mantendo um deles íntegro e fragmentando o outro em A segunda questão e as possíveis hipóteses dos alunos devem con-
vários pedaços. O comprimido íntegro e o fragmentado devem ser
duzir para uma diferenciação entre os tipos de catálise como homo-
lançados nos béqueres no mesmo instante; tenha dois bastões para
gênea e heterogênea.
agitar os sistemas, pois os pedaços pequenos acabam flutuando e
perdendo o contato com a água em toda sua área. Discuta o resul- Explique a catálise homogênea a partir da reação de oxidação do
tado e sistematize. dióxido de enxofre a trióxido de enxofre, que pode ser catalisada
Para o fator concentração, você pode usar dois comprimidos ínte- pelo dióxido de nitrogênio. Apresente a equação do processo não
gros, um lançado em água e outro lançado em água acidificada com catalisado (uma etapa) e depois as equações do processo catalisado
vinagre ou suco de limão. Para a compreensão do fator, os alunos (duas etapas mais a reação global); proceda à soma das etapas cuida-
devem ser capazes de entender que a reação química se dá entre dosamente, pedindo aos alunos que o ajudem no processo; evidencie
carbonatos e bicarbonatos que estão no comprimido e substâncias o cancelamento do catalisador e o cancelamento do intermediário,
ácidas que também são liberadas na água pelo comprimido, então mostre que essa igualdade ocorre por razões diferentes. Represente
ao adicionarmos vinagre ou limão aumentamos a concentração dos as duas reações em um mesmo diagrama de entalpia. Explore os pa-
íons H1, que são um dos reagentes em questão. Discuta o resultado râmetros energéticos da reação: A variação de entalpia é a mesma? A
e sistematize. energia de ativação é a mesma? O que cada parâmetro indica sobre
Tarefa para casa a reação em uma perspectiva macroscópica? Peça aos alunos que
escrevam no caderno uma frase para cada parâmetro e depois confira
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- se estão de acordo, ou seja, que o calor liberado é o mesmo e que a
gina 73) e do “Para aprimorar” (página 74) deste capítulo.
rapidez é diferente.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
Explique a catálise heterogênea a partir da reação de hidrogena-
em classe.
ção do eteno, que pode ser catalisada por níquel, platina ou paládio
em pó. Sugere-se representar a superfície de um grão do catalisador
15. CATALISADORES, INIBIDORES E sobre o qual é adsorvida a molécula de eteno, causando enfraque-
VENENOS DE REAÇÃO cimento da ligação carbono-carbono; logo a colisão da molécula de
hidrogênio contra o eteno não precisará ser tão energética, já que
Objeto do conhecimento parte do trabalho de “quebra” da ligação carbono-carbono já foi rea-
Rapidez de transformações químicas. lizado pelo catalisador.
Explique a diferença entre ativadores e venenos de catalisadores
Objeto específico e aponte as situações de aplicação industrial, as quais podem até
Taxa de desenvolvimento de uma reação química; teoria das
levar a casos de segredos, patente, espionagem e sabotagem. Traga
colisões; energia de ativação; catalisadores; inibidores.
a noção de que inibidor de reação é uma espécie de anticatalisa-
dor e que não deve ser confundido com o conceito de veneno de
AULA 15 Páginas: 75 a 83 catalisador.

Tarefa para casa


Catalisadores, inibidores e venenos de reação
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá-
Objetivos gina 82) e do “Para aprimorar” (página 83) deste capítulo.
Conhecer os conceitos de catalisador e inibidor e sua relação com Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
a energia de ativação de uma reação. em classe.

10 GUIA DO PROFESSOR
16. EXERCÍCIOS SOBRE OS FATORES AULA 17 Páginas: 87 a 91
QUE INFLUENCIAM A TAXA DE
DESENVOLVIMENTO DE UMA REAÇÃO Lei da ação das massas
Objetivos
Objeto do conhecimento
Rapidez de transformações químicas. Equacionar a lei genérica da ação das massas para uma reação e
Objeto específico explicar os termos que a compõem.
Taxa de desenvolvimento de uma reação química; teoria das Compreender que a constante cinética k varia em razão: (a) da
colisões; energia de ativação; fatores cinéticos: temperatura, natureza da transformação; (b) da temperatura; (c) da presença ou
superfície de contato, concentração dos reagentes e pressão; não de catálise.
catálise. Diferenciar reação elementar e reação complexa (não elementar).
Compor a expressão da taxa de rapidez de uma reação elementar,
baseando-se nos coeficientes estequiométricos dos reagentes.
AULA 16 Páginas: 84 a 86 Compor a expressão da taxa de rapidez de uma reação complexa
a partir de valores experimentais ou a partir do seu mecanismo.
Exercícios sobre os fatores que influenciam
a taxa de desenvolvimento de uma reação Estratégias
Inicie a aula explicando que a expressão da taxa de rapidez de uma
Objetivos reação tem a forma geral v = k [reagentes]. Pergunte aos alunos: se a ra-
Explicar a ação dos fatores que influenciam a taxa de rapidez de pidez de uma reação depende de vários fatores, entre os quais se inclui
uma reação com base na teoria das colisões. a concentração dos reagentes que está explicitada, que fatores devem
Relacionar energia de ativação de uma reação e sua taxa de rapidez. participar da determinação numérica da constante k? É importante,
Explicar a ação dos catalisadores e dos inibidores sobre a energia neste momento, que haja uma discussão e um levantamento de fatores
de ativação de uma reação. e aspectos que possam ser registrados no quadro. Na sistematização,
Estratégias devem ser considerados: (a) a natureza da reação química que implica
maior ou menor facilidade de formação do complexo ativado, ou seja,
Proponha aos alunos que resolvam os exercícios previamente sele-
devem compor a constante k algum valor que expressa a probabilidade
cionados por você, de forma que estejam em ordem de dificuldade
de haver colisões com orientação espacial adequada e algum valor que
crescente e tenham abrangência sobre os tópicos de Cinética estu-
expressa a energia de ativação; (b) a temperatura em que se procede a
dados. Uma sugestão é que se formem grupos heterogêneos de três
reação, pois isso influi em maior ou menor porcentagem de moléculas
alunos, em que haja sempre um aluno que poderá apoiar os demais
na resolução. que podem sofrer colisões efetivas.
Outra possibilidade é que se formem trios homogêneos e você Assumindo que serão analisados casos e resolvidos problemas em
combine com os alunos que dará maior apoio aos grupos que estão que a natureza da reação se mantém e a temperatura é constante, o
com dificuldade na disciplina. valor da constante cinética k não se altera.
É importante que os alunos desenvolvam, neste momento, um Mostre que a expressão da taxa de rapidez é fácil de ser escrita para
processo de socialização e cooperação com os demais. as reações elementares, ou seja, que ocorrem em uma única etapa.
Nesse caso, as concentrações em quantidade de matéria dos reagen-
Tarefa para casa tes são elevadas a expoentes iguais aos respectivos coeficientes na
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- equação balanceada. Suponha uma reação, mesmo que genérica, do
gina 85) e do “Para aprimorar” (página 86) deste capítulo. tipo “A 1 2 B → produtos”; escreva a expressão da taxa de rapidez e
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões discuta com os alunos o que deve ocorrer com a rapidez da reação
em classe. se, de certa condição em que [A] 5 2 mol/L e [B] 5 2 mol/L, do-
brássemos a [A] mantendo a [B]. E depois discuta o que deve ocor-
rer se dobrássemos a [B] mantendo a [A]. Dessa discussão emerge
17. LEI DA AÇÃO DAS MASSAS FRENTE B
claramente o significado da ordem de cada reagente como sendo o
grau de influência que sua concentração tem na rapidez da reação.
Objeto do conhecimento
Ao tratar de reações não elementares (complexas), que ocorrem
Rapidez de transformações químicas.
QUÍMICA

em mais de uma etapa, os coeficientes a que devem ser elevadas as


Objeto específico concentrações em quantidade de matéria dos reagentes são deter-
Reação elementar; reação não elementar (ou complexa); ordem minados experimentalmente.
de reação; mecanismo de reação; lei da ação das massas (Lei de Copie no quadro dados experimentais da taxa de rapidez de uma
Guldberg-Waage). reação em função da concentração dos reagentes em mol/L e, ana-

Termoquímica 11
lisando essas tabelas, pergunte aos alunos o que ocorre com a taxa AULA 18 Páginas: 92 a 94
de rapidez da reação se a concentração em mol/L de determinado
reagente dobrar, mantendo as demais concentrações constantes. Os Exercícios sobre a lei da ação das massas
alunos devem fazer o raciocínio inverso da discussão anterior para Objetivos
chegarem à ordem de cada reagente. Quando tiverem todos os ex-
Equacionar a lei genérica da ação das massas para uma reação e
poentes determinados, escreva a expressão da taxa de rapidez da explicar os termos que a compõem.
reação e mostre como é possível determinar o valor da constante Compreender que a constante cinética k varia em razão: (a) da
cinética. natureza da transformação; (b) da temperatura; (c) da presença ou
Outra forma de se determinar a expressão da taxa de rapidez de não de catálise.
reações complexas é analisar o seu mecanismo. Explique aos alunos Diferenciar reação elementar e reação complexa (não elementar).
porque a etapa mais lenta do mecanismo é determinante para a ra- Compor a expressão da taxa de rapidez de uma reação elementar,
pidez global da reação. Você pode usar uma analogia com algum baseando-se nos coeficientes estequiométricos dos reagentes.
processo que envolve etapas simultâneas, como a montagem de um Compor a expressão da taxa de rapidez de uma reação complexa
aparelho eletrônico, havendo entre elas uma etapa mais lenta. Dada a partir de valores experimentais ou a partir do seu mecanismo.
a discussão, não fica difícil para os alunos assumirem que a expressão Estratégias
da taxa de rapidez da reação global é a mesma que rege a rapidez da Forme grupos homogêneos ou heterogêneos, de três alunos, a depen-
etapa mais lenta. der da estratégia de atendimento que pretende realizar durante a aula.
Selecione os exercícios similares àqueles em que eles apresentaram
Tarefa para casa maior dificuldade e indique os selecionados. Peça que resolvam, re-
Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pá- gistrando os cálculos, as ideias e os conceitos que os fizeram optar
gina 91) e do “Para aprimorar” (página 91) deste capítulo. por tal forma de resolver.
Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões É importante propor uma sequência abrangente e com grau de
dificuldade crescente. Sugerem-se exercícios em que os alunos te-
em classe.
nham que: (a) determinar a expressão da taxa de rapidez de reações
elementares, calcular a constante e determinar a rapidez em um certo
instante para concentrações dadas; (b) prever como irá variar a ra-
18. EXERCÍCIOS SOBRE A LEI DA AÇÃO pidez de uma reação quando se dobra, triplica, etc. a concentração
DAS MASSAS de certo reagente sem alterar os demais; (c) determinar a expressão
da taxa de rapidez de uma reação a partir da análise de dados ex-
Objeto do conhecimento perimentais; (d) determinar a expressão da taxa de rapidez de uma
Rapidez de transformações químicas. reação a partir da análise do mecanismo de uma reação complexa.

Objeto específico Tarefa para casa


Reação elementar; reação não elementar (ou complexa); ordem Solicite aos alunos que façam os exercícios do “Para praticar” (pági-
de reação; mecanismo de reação; lei da ação das massas (lei de nas 93 e 94) e do “Para aprimorar” (página 94) deste capítulo.
Guldberg-Waage). Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
em classe.

RESPOSTAS

CAPÍTULO 1 – CONTEÚDO CALORÍFICO CAPÍTULO 2 – ENTALPIA DA REAÇÃO


PARA PRATICAR – páginas 11 e 12 PARA PRATICAR – página 18
1. b. 1. d.
2. b. 2. c.
3. b. 3. b.

PARA APRIMORAR – página 12 PARA APRIMORAR – página 19


1. b. 1. a.
2. c. 2. a) 43,32 g HgO

12 GUIA DO PROFESSOR
b) 2,44 L
c)
200
No isótopo 80 Hg há 120 nêutrons. CAPÍTULO 6 – CÁLCULO DO ΔH A PARTIR DA
d) 92,6% em massa. ENTALPIA DE FORMAÇÃO
3. a) Zn(s) 1 Cu21(aq) → Zn21(aq) 1 Cu(s)
PARA PRATICAR – página 34
b) Pela estequiometria da reação, a quantidade de matéria de
zinco deve ser igual à quantidade de matéria de Cu21(aq). 1. b.
Portanto, no experimento 3, o Zn(s) está presente em exces- 2. a) NH4NO3(s) → N2O(g) 1 2 H2O(g)
so (0,7 mol) e o Cu21(aq) é o reagente limite (0,3 mol).
c) Para que a temperatura T4 seja a maior possível, os reagentes b) ΔHr 5 236 kJ
devem estar presentes na proporção estequiométrica: 1 mol A decomposição do nitrato de amônio é exotérmica, pois
de Zn(s) para 1 mol de Cu21(aq). Como a quantidade de maté- apresenta variação de entalpia negativa.
ria total é 1,0 mol, X deve ser igual a 0,5 mol e Y deve ser igual 3. a) 733 g (aproximadamente)
a 0,5 mol.
b) 7 061 kJ
CAPÍTULO 3 – LEI DE HESS 4. a) 214,8 kJ
PARA PRATICAR – página 23 b) 178 kJ
1. d. PARA APRIMORAR – página 35
2. a.
1. a.
PARA APRIMORAR – página 24 2. c.
1. c. 3. 2391 kJ
2. a.
4. 1 221,8 L ou aproximadamente 1,22 m3
3. b.
4. b. CAPÍTULO 7 – ENERGIA DE LIGAÇÃO
CAPÍTULO 4 – EXERCÍCIOS SOBRE A LEI DE PARA PRATICAR – página 40
HESS 1. b.
PARA PRATICAR – páginas 26 e 27 2. a.
1. c.
3. a.
2. b.
3. a. PARA APRIMORAR – página 40

PARA APRIMORAR – página 27 1. b.

1. b. 2. a.
2. d.
CAPÍTULO 8 – EXERCÍCIOS SOBRE CÁLCULO
3. b.
DO ΔH A PARTIR DA ENERGIA
CAPÍTULO 5 – ENTALPIAS-PADRÃO DE DE LIGAÇÃO
COMBUSTÃO E DE FORMAÇÃO
PARA PRATICAR – página 42
PARA PRATICAR – página 31
1. a.
1. d.
2. c.
2. a) Combustão do butano: C4H10(g) 1 13 O2(g) → 4 CO2(g) 1
1 5 H2O(v) 2
PARA APRIMORAR – páginas 42 e 43
Combustão do acetileno: C2H2(g) 1 5 O2(g) → 2 CO2(g) 1 1. a) I. 2184 kJ; II. 278 kJ
FRENTE B
1 H2O(v) 2
b) Levando-se em consideração apenas os valores das ental-
b) 112,5 kcal pias das reações, conclui-se que a reação mais favorável é a
c) O acetileno possui maior poder calorífico por grama. (I), que é mais exotérmica.
3. b. 2. 243 kcal
QUÍMICA

PARA APRIMORAR – página 31 3. a.


1. d. 4. a) 2585 kJ ? mol21
2. e. b) 1 101 kJ ? mol21

Termoquímica 13
CAPÍTULO 9 – ENTROPIA CAPÍTULO 12 – TAXA DE DESENVOLVIMENTO
DA REAÇÃO
PARA PRATICAR – página 48
1. b. PARA PRATICAR – página 62
2. e. 1. d.
2. c.
3. a) 22 190 kJ/mol C3H8
3. b.
b) 104 J/K
4. a.
PARA APRIMORAR – página 48
PARA APRIMORAR – página 62
1. a.
1. a.
2. a.
2. a.
3. a) C2H2(g) 1 5 O2(g) → 2 CO2(g) 1 H2O(g)
2
b) 297,6 J/K CAPÍTULO 13 – CONDIÇÕES PARA QUE UMA
REAÇÃO OCORRA
CAPÍTULO 10 – ENERGIA LIVRE DE GIBBS
PARA PRATICAR – páginas 66 e 67
PARA PRATICAR – página 52 1. b.
1. a. 2. d.

2. 2153,04 kJ 3. b.

O fato de a variação de energia livre, ΔG, ser negativa indica que a


4. d.
reação, nessas condições, é espontânea. PARA APRIMORAR – página 67
3. b. 1. a.

PARA APRIMORAR – página 52 2. b.


3. b.
1. c.
4. d.
2. 01 1 02 1 04 1 08 5 15
3. A 100 oC, a variação de energia livre é zero e o sistema estará CAPÍTULO 14 – FATORES QUE INFLUENCIAM A
em equilíbrio. Para temperaturas acima desse valor, a variação TAXA DE DESENVOLVIMENTO
de energia livre será negativa e a vaporização da água será DE UMA REAÇÃO
espontânea.
4. e.
PARA PRATICAR – página 73
1. c.
CAPÍTULO 11 – EXERCÍCIOS DE 2. d.
TERMOQUÍMICA
PARA APRIMORAR – página 74
PARA PRATICAR – página 54 1. e.
1. a. 2. b.
2. b. 3. e.

3. 2852 kJ CAPÍTULO 15 – CATALISADORES, INIBIDORES


E VENENOS DE REAÇÃO
PARA APRIMORAR – página 55
PARA PRATICAR – página 82
1. a) No funcionamento do dispositivo há liberação de energia: a
reação que ocorre tem variação de entalpia negativa. 1. d.
b) 225 m 3 2. c.
2. d. 3. d.
3. b. 4. b.

14 GUIA DO PROFESSOR
PARA APRIMORAR – página 83 PARA APRIMORAR – página 91
1. c. 1. a. 2. e. 3.
k1
53
2. e. k2

3. c.
CAPÍTULO 18 – EXERCÍCIOS SOBRE A LEI
4. b.
DA AÇÃO DAS MASSAS
CAPÍTULO 16 – EXERCÍCIOS SOBRE
PARA PRATICAR – páginas 93 e 94
OS FATORES QUE
INFLUENCIAM A TAXA DE 1. a) Todos os diagramas representam reações que liberam ener-
gia uma vez que, em cada um deles, a energia dos produtos
DESENVOLVIMENTO DE UMA é menor que a energia dos reagentes.
REAÇÃO b) A reação (i) ocorre em duas etapas, sendo a primeira mais len-
PARA PRATICAR – página 85 ta (tem maior energia de ativação); a reação (ii) ocorre numa
única etapa; a reação (iii) ocorre em duas etapas, ambas com
1. d. energias de ativação da mesma ordem de grandeza, portanto,
2. d. ambas as etapas contribuem de maneira idêntica para a velo-
3. c. cidade da reação.
2. k 5 6 L2 ? mol22 ? min21.
PARA APRIMORAR – página 86
1. c. PARA APRIMORAR – página 94
2. a. a) 2 KClO3(s) → 2 KCl(s) 1 3 O2(g)
b) A amostra I está indicada pela curva B. Trata-se de uma amos-
3. c.
tra em que não está presente o catalisador (MnO2). Por isso,
a decomposição ocorre num intervalo de tempo maior (ao
CAPÍTULO 17 – LEI DA AÇÃO DAS MASSAS redor de 9 minutos – curva B).
PARA PRATICAR – página 91 c) A curva B (amostra I) indica uma quantidade menor de
KCl(s) (resíduo). Considerando que em ambas as amos-
1. b. tras a reação foi completa, a quantidade de KClO3 na
2. Td 5 k [NO2] ? [O3] amostra I é menor que na amostra II.

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16 GUIA DO PROFESSOR
PROFESSOR

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