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‘Titulo do criginat ANTHROPOLOGIE POLITIQUE PREFACIO 1s exigéncias, conse ‘ao tardia da antropolo- as. contr ‘uma melhor de- ‘que o tornam ne fro no sagrado € i ia eludir © proble Ewropéis Zo Lior, Sio Paulo contrem e, de certo modo, se renovem as preocupasées da filo- sofia politica generilidade, as preocupagses dé Vestigagbes efetuadas no dominio africanista, Considera as socie. | no $6 sob o aspecto. dos’ princfpios que thes regem a otganizagio, mas também em fungi tégias © manipulag ‘gio a defasagem duzem ¢ a realidade roximativa © vu sulea da agio dos homens — de sua politica tureza do ol qual se {antreoloia pl propria na problemas que encara, principiam a. se concorre, dessa mancira, para uma renavacio do ensamento socioligico, exigida no s6 pela frga das coisas mas tanbém pelo devir das ciéacias sociais("). GB. de pesguis peacis fe cAPrruLo 1 CONSTRUGAO DA ANTROPOLOGIA POLITICA. das experigncias € ‘Tende assim a fundar uma ci- do politico, que encara o homem sob a forma do bom politicus 1s propriedades comuns a t6das as organi o ss em sua divers dade his 0 € visa an nto de leis do que a def 0 da melhor constituiglo concebivel para todo Estado possiv 0b 0 segundo aspecto, a antropologia polite delimita umn campo le estudos no seio di a trugio ao mesmo tempo que lamentav balhos antropolégicas em matéria pol é s8e8 realizadas nos Estados Unidos em 1962 Symposium om Anthropology — no The dio aten- fo alguma. Em datas ainda mais recentes, os antropélogos com. tinuam a passar atestados de indig¢ clusio da especiliaagio © do pensamento politicos de grande rimero de sociedades. 7 tre sociedades pr seepoloi lita desde ico dos “si questies sugere a i a que péde visar a antropologia p 2) Uma determina do smutarGes emprestam um sentido suplementar ao: jugados da antropologia ¢ di sociologia estudo, atual e nao retrospective, dos processos que asseguram a ppassagem do moderno, do ‘momento propicio ao est «que Saint Simon procurav 1 formagio de um nbvo tipo de 10 Se a antropologia politica icito lugar, 0 politico ¢ pela anélise compa due em parte the explic ) Os precugores. — Reconstituind> o itinerdtio de sua cincia, os antropilogos descobrem amide idos que consituem prove do carter petmanens busea das causas que pro- 1 degradacio dos governo iva de determinar as leis da mudanca tengle if concedida por Trance Bacon as provas rlativas 3 Lloyd Fallers recorda que “sultanismo’ , todavia, entre os criadores do pensamento politico do século XVIIT gue convém procurar os iniciadores do tentame fantropol6gico. | precursor privilegiado continua sendo Montes: Subliabeo D. F. Pocock reportardose ao Espirito der entirio da di GB) DF Pocoe, Sect Autbropology, Londtes, 1961. as de govémno, essa conteibuigio prepara 0 € da anttopologia politica. Entretento, se encontrar do prefiguracio "parte dos ‘da Terra; ¢ muda sua maneita de ser, Parkinson denomina “retérica do sé. sm cientificamente 08 usos dos “po- 0 de {etoma por sus centa o reconhece que o estudo compa que se compreenda ue ressurgem certas correntes -0 do século XVIII, A obra déles contem reli spond, — em gu ge pie Seu empreei obedece a dupla exig cia: procurar o provesso de formagio das classes sociais ¢ do Es- tad’ por dissolugio das comunidades primitivas; determina os cas de uma sociedade “ articulas. considerados & parts, ‘tGria — condenada i estagnaco relativa, a imutabilidade. Essa dificuldade subsiste no seio das primciras pesquisas antropol6gi- ‘eas: de uma parte, visam estas ao estudo das géneses, dos pro- vindicarmos como ‘vez porque as pet no terreno da antropol sem consegradas as sociedades em pequens da Austrélia, da Occania e da India.” (1861 lnstitugoes indo-curopéias, que revel dlevir das sociedades: a passagem das jatus para a5 socicdades fundadas no conto; a passagem das anizagdes sociaiscentradas no parentesco para as organizagbes pio. — notadamente o da “conti pai reves logos modernos. Ele reconhece duas espécies B de govérno “{undamentalmente distintas” e significativas da evo- Tugie antiga das sociedades: “A primeira, na ordem do tempo, fundise nas pessoas nas relagées puramente pessoais; pode ser consilecada como sociedade (societas)... A segunda funda-se no tertitério e na propriedade; pode ser considerada como Estado (civitas)... A sociedade politica € oF ia sobre estrutu ,, toma em comideracio relagoes de propriedade ¢ ‘que o territério estabelece entre as pessoas”. Este erpretagdo conduz priticamente @ antropologia a pri- izago essencialmente po- atistocraci equia), Suscitou também uma contro- {que tenasce 4 todo fastante no selo da teorin antropolé- oltistas, — B depois de 1920 que se diferenciada, exp a ‘0 Estado, sua origem € suas expresses , ques: tio ja retomeda por Franz Oppenheimer no principo do séeulo (Der Seaat, 1907). Com alguns anos de intervalo, publicam-se porsantes, que correspondem. A mesma preocupass MacLeod, que utiliza a documentagio reunida pelos etnégrafos The Origin of the State Ré red_in the Ode R, — que determé nos (gue provocam a di- (que resoltam da nos de er, que encara as tre magia, religio e realeza, ‘pando-se assim 0 iniciador dos trabalhos que eluddam a rela- le entre o poder e o sagrado. Abrem-se novos terrenos de pesquisa; alguns vio desaguar no reconhecimento ¢ na interpre: “4 cursées antropolégicas; 724) de A. A. Golden ema politico dos iroque- antropologia corferem lugar limi ‘0 de F, Boas (Ceneral Anthropo- is problemas do govémno; o de R. sistematiza as teses do autor © apre- loldpicas que gradas is sociedades segment $5 estruturas do parentesco e aos modelos de relagSes que re- conduz Jimitagia melhor do cam- of the Anuak & ext sobre wqvemor or de U. TN. G, Bandyopidhaya (1927) 1 cientficg 2 artopologia politica. verdade que os te a s pela obra narcam suas ditincias em relarfo ss one ee spedos cm “descrever” do todo. pologia politica se tora tum projeto cientifico que vise a um ‘objetivo e a finalidades bem determinadas. Softem entio a in- regio oriental i em 1962 por L. a que re. se definem su cos, que cons- ‘estabelecem tea (Apter, Jet), mostrance « neceesilede uma obra domina a ‘Systems of ‘procesto de con Este estado valoriza 9 aspecto poll m das sociedades co “parentesco lades poitcas etc. E ilusttado por uma sézie de que ten competisio, pode ©). 0 determinagio dos tipos de formas de organizasso da vida ia politics. fy pode ue. dependem da govémo minimo até os si ndo de um tipo para os out izase de manel raapos.. Se nos ativermos 3 ras politicas — como tOda ‘apresenga de elemen: mas politicos re- iio. déstes é io das. catego- sn delimitagio do campo Conclufda, Num enssio que versa sobre antropologia politica, 0 (3) Ver o capitlo M1: “Terseno do 6 19 B temas” que cotrespondem a0 conjunto das no create Sopa un sen dh sven” 9 ge se considera capaz de definr © poder bedjeral Dalos dott ‘mento do enuo: Princo tempo, lealtagto das "tlagbe ee ier os oa ord oo un Si cma"; sudo topo, interpreta Jo eonfnte day, Oranits {Get estos como "se foes Prodate de sn coho 0 tod poe sobseolo ee desta ts ines crural, diferencagio parca ach, tuo vce) dos pods relpooe plc, Jogo de oma ei sc frat divert no ini de mee gem eae variaates podem assim mostrar os “estados” “Alicdo wo estado & ce, 0 tentame str acta clade guste lo pri em nel ma fel E nonelanone que cca PR. tea, xe Barn do edit de que Serene Paka plo antropdlogo sio modelos que existem apenas como See Iggicas, ime « formolato de uma primeise pergunts: como tera certs de que 0 malelo formal ¢ 9 mals nictundo? Por oso ind, Len examin ume fede mae sen. “Or sinter as conn o» epdeg ce Seen sete nea eyo non db ei So am um estado de coeréncia e equilfrio acentuado, dha reliade nso tem o eter de urn todo cocrente, poss caeeh dificagdes de est lades de £) O temame dinamicta, — Completa de um lado 0 prece- dente, conigindoo em algins pontos. Tenciona apreender a di das estruturas tanto quanto o sistema des relagSes que as to é, tomar em consideragio as ircompatibilidades, es, as tensBes ¢ 0 m inerente a téda soci “Tmpde-se tanto mais em antropologia politica quanto o fereno politico € aquéle em que estas sitimss se apreendem melhor ¢ em que a histiria imprime mais nitidamente sua marca. . R. Leach contribuiu diretamente para a elaboragio désse tentame, depois de haver buscado as razies de seu aparecimento tardio. ‘Implica a influgneia dominante de Durkheim — em de- trimento da influéncia de Pareto ou Max Weber — permitindo tama concepeio que acentua os equilbrios estratursis, as unifor midades culturais, as formas de solidariedade; de tal sorte que fs sociedades portadaras de conflitos aparentes € fmudangas se feriam tornado “suspeitas de anomi os “preconcitos canis” ¢ o etnocentio dos antrono. fot que eliminaram alguns dados de fato para tratar apenas fins sociedades estaveis, ndo ameacadas pelas contradigSes inter- fas ¢ isoladas no interior de suas fronteiras. Em suma, Leach ro € 0 relacional externa, te revela necessiria a0 progresso da antropol politico se define cm primeiro Ingar pela defrontacio dos inte rstes e da competisio. ‘Sob 0 impulso de Max Gluckman, os antropélogos da es- In de Manchester orientam suas pesquisas ro sentido de uma Glock “a das relagdes existentes entre 0 “cos Custom and Corflict in Alrica, 1955), a “ordem” & (Order and Rebellion in Tribal Africa, 1963) ‘a0 mesmo tempo, a teoria geral das fe areaicas e a0 mécodo da antropologia, fiste timo encontra sugestées em sua teoria da rebe- Neus estudos consagrados a certos Estados aft ‘como processo permanente, que inte nas relagses politicas, ao passo que o Fi srado como meio de exprimir 0s conflitos ¢ ul unidade da sociedade. O Estado afti- parece instavel © portador ce uma contestacio ibui antes para ‘modificagio; a instabilidade rela- == ts sojedade dependents dat considers an a0 ual nfo hi fugit, interésse crescente ‘Apés longo ambigdes desmesure isa_antropolégica Pritchard (Anthropology and History, reabilitagio da hi O debate 6 encor formas assumides pelo. dev iS que recobremn 4 hi clagSes manifestada das sociedades set ignorade, Toman em con indo o ponto de spina ab ET estudo do Nupe prea de cally minded), que oper Novas esq (8) Ver A Black Bycontim, Londres, 1942. 2 respectiva das duas africana: no plano da histra chamade iados o tempo ¢ a mudanca; no plano da empo € aboldo e as modificagdes Bes ¢ interésses dos grupos slo, por outro Tad iencia do sapel do acontecimen- 2 € aparente, até no caso das nas antro>olégicas. A partir do sociedades abendonadas is, Iméveis, o parentesco essencial de sua dita j€ nto pede ser desconhecido, brea ainda: os mer ue se apreene, com nitider, 4 8 ice ave fslidades de ia ‘@ encaminhamento dos re e . @ de uma necessidade que 2B CAPITULO 1 O TERRENO DO POLITICO A antropologia politica viuse, desde o prinespio, « tada com os debates tio essencisi 9 existence de flecode nat locaram em perigo a tal ponto que R. Polin, entre stra a necessidede © a urgéncia de apresentardhe a madera ¢ 4 “defes”, Em suas ambigoes exe is disciplines colimam atingir a prépria esséncia dk politico sob a diversidade das formas que o tornam manifest, as relagdes, nio obstante, parecem assinaladas pela ambigi dade. Os princios antropélogos denunciaram 9 Ccnvomtnees la maiotia das tcorias politicas: R. Lowie vé nestas uma refle. xio principalmente centreda no Estado, que secorre A conee $40 unilateral do govérno das socied Nesse sent do Estado ¢ esultantes do estudo das sociedades 30s modernos opiem o canster cien- p das filosofias politi- os is conclasdes no provades dos Se essas crticas nfo bastaram a dar 2 antop dar a anttopologia indamentos tiga, todavia, 4 cause ais, como a de C. N. Parkinson, que quer _itimos dos eaminos bats" onic a os trait “uma hist6ria mundial do pensamento politico”. Seu pro. jeto junta-se, de certo modo, 4 exigéncia dos especilista, que Pretendem fazer da antropologia politica uma verdadeira ciéneia comparativa do govérno. Esse projeto comum, de um conhech cja objetivo, e de uma desocidentalizagéo dos is a téda filosdfia pol Como determinate a fangiesespctica se weal 24 diversos_ antro — que certas sociedades primitivas so desprovidas de organizagio politica? 1. MAXIMALISTAS E. MINIMALISTAS Fundamentada por pe fica revela ga quer se trate s, a informaco etnogré- formas’ politicas ‘primitivas” io americano — desde os bandos de es dos incas do Peru —, uais, como 0 stem, Se essa de Ganda, ages € tipologias, tudo, a questio prévia da marcagio e delimitaczo do ico, Nese sentido, opSem-se dois campos: de um lado, os stas; de outro, os minimalistas. O primeiro, cujas te feréncias sio antigas e ainda reverenciadas, poderia ter por di visa a afirmagio de Bor te sociedade sem govétno. Jia Politica de Avistételes encara o homem como um set “natu: ralmente” polio ¢ identifica 0 Estado com o aprupamento so ial que, abrangendo todos os outros ¢ ultrapassando-os em ca pacidade, pod: lefinitivamente por si mesmo. Esse modo de interpretacio, em seu resultado extremo, leva a assimilat a le politica 4 sociedade global. Assim, em seu estudo sdbte os fundamentos da antropologia social, escreve S. F. Nadel \do se examina uma sociedade, encontra-se a unidade poli a, considera-se de fato esta tlti- jas sio as que assegu sociedade"”. E.R. Leach retém essa assimilagéo ¢ famente a igt fica definida por sua capacidade méxima de ‘onalistas no contradizem essa Quando I. Schapera define @ orga mo o “aspecto da organizacio total que asse- fzura o estabelecimento ¢ a manutengio da cooperacéo interna © da independéncia externa”, estabelece 0 parentesco, pela se- funda dessas fungdes, entre sua nocio do politico e as precedentes. malistas mostram-se negativos ou ambfguos no to- ‘io de um govérno a t6das as sociedades primici- 25 vas. Muitos hostoriadotes ¢ soci logos se encontram ent ¢ soube lembrar a anterioridad eno WC. MacLeod, encarn os pow 4 la — turoques da Califérnia — desprovides de organizacio ndo num estado de anatquia (The and » 1931). |B. Malinowski admite que os “gr fausentes” entte os vedas e ld sublinha que as in no caso das sociedades own, no estudo sobre os andams s 1922), reconhece que ésses ilhéus nto di num “govérno organizado”, orfgenes aust s sociedades de govérno Tais empreendimentos operam de Podem catacterizar 0 campo po. tinas de organizagio do que pelas fan. so, nesse caso, amplia-se, Elas tendem também dament congderaiam esta aveslta do paen pence onde tetmina a do pare: enti tada de frente, 0 ‘fae do parentesco e, 0. Tnduzido a co la vida social e nfo como pro- ades ou strutras espectias,recsa a pertngkca ny Lineage Sy 1356, 8, in Journal of 140 rigida estabelecida entre “sociedades de Estado” & -m Estado”, Mas essa interpretagio também é con- consagrado da “sociedades ite que se apre- A incerteza, 2, CONFRONTAGAO DOS METODOS ‘A ambigiiidade encontra-se, ao mesmo tempo, nos fatos, nos J de organizagio do de aco que con- gio dos negéci tam da competigio dos convitia acrescentar uma quarta cai em os mos de jerpretagio e gio aos quais recozre a vida pol sss diversos aspectos nao sfo sempre diferengados nem sio sempre tratados da mesma mancira. O destaque emprestado a um € @ dentre éles acarreta definigdes diferentes do terreno Determinacio pelas formas de organizacio espacial. — e Lewis Morgan arti- © campo politico se sma de organizagio que idade dca on exparo que suporta uma comunidade politica Betcha apareee ma maioia das definigdes da organizagio pall do Estado. atividade politica, fora se desenvolver no intetior de insure assim ua nite, separa € 0 “exterior” ¢ orienta de mancira sigaific Radeliffe-Brown conserva igualmente 0 “quadro centre os elementos que definem a organiza¢l0 pol is I. Scha- organizam a Lowie quando & compatibi principio territorial ee Hee pee ra = pa ie i i a ‘es. — Fora dessa determinacio organiza, 0 po- garantias da idade da sociedade co fem para a “sobrev; ila de Nade re E 0 caso da She Politics of Developing Areas (1960). 0. ‘Rela se define como executor, em iia 2 las fungtes de integracao adm FRR, 04 pela ameaca do rec campo pol Fuso, ao emp legis dee interpretacgo ampla Permite que se mo tin Efi co as orpaniagdes © Situten EX. Summon, Re in Comper. Scud. in Soe. and't 28 8 elaboracio de categorias apliciveis a tédas as sociedades ¢, por- tanto, @ construgio de uma ciéncia politica comparativa. < Entre as caracteristicas comuns a todos os sistemas politi : a realizacio das mes- ‘mas fungdes por todos os sistemas 8; 0 aspecto multi- funcional de tédas as estruturas politicas — nenhuma das quais € totalmente especializada. A comparagio pode set varem em conta o grau de especializa para exercer as “fungi taco das estru- sgdes; concebido nesses térmos, éle seria tio insu logis. com: arandes categorias de respeito a compreendida Jato ‘socializagio" dos indivfduos e a preparagio liticos, confrontacéo © 0 boracio fungdes permite encontrar os pectos do campo pol facilita 0 cotejo, reduzindo a man ao observar que essa coesio depende da dade em séries de grupos opostos, ‘que preservam rengélas, Radcliffe Brown as caracer lade do emprégo, da forca fisica”. Ble endossa’a de Hobbes ¢ a de Max Weber, para quem a forca € 0 1 da politica, a ul E pela cocrcio — legitimamente empregada — que as fun- {Bes com intropélogos da nova geracio, , io da das fungdes para os aspectos a Depois de haver notady as ton, fusdes do vocabui politico 'é simplesmente impre determina a para 2 controlar oi negécios piblicos — a policy he dio of anglosaxtes, 0 conti vatia de aco com ox ise as unidadessocinis cm evo seis nc sam sempre e ape- individvos e entre os teressadas nessa compet nas no quadro da competigio e grupos. Tédas as unidades si0 possuem, por ith opde a ago polftica a agio ie fut estcite associo no govesno das pitblicos. O govérno de toda a par sempre, ¢ em sistemas pol na deseo, Por conseguint, 08 rau de diferet de ago. Sua ton formula dupla critica em rel le comporta um “postulado” sistemas de ‘Nao. obstante, mas politicos. A agi pode chamar-se pol ‘mais ou menos diretamente ligada & formulagi i, grupos de parentesco, lades da © politico por certa comada ¢ execugio das ds sma social mais inclusivo’ ciedade como todo”. Easton considera requeridas para que possa operar a io das perguntas © a reducio de suas contradigdes, a exis Sr de um costume ou de ua lepsagio, of meios administer origem a novas comunidades dessarte, dados especfica troducio implicita da dicotomia que pretendia ido pelas caracteristicas formais, — Cada wma enta descobrit 0s aspectos mais ge- onteiras que 0 deli- ‘anto Nadel quanto Max essa necessidade. am em certas situagdes. ccrevem num ca 5 As fronteiras do politico no devem ser tragadas smente em relagio as diversas ordens de relagies so lade ow em alguns No estudo sobre a sociedade ) E.R. Leach destacou uma correlagio smas: quanto m tal, tanto mais eficaz € a Pol trou éle 0 mito e o ritual como “linguagem qu. gumentos justificadores das reivindicagées em mat tos, de status comport, parte de ideologia; consoante a expresso de’B. Mall que garante “a forma exi tema de distribuigio do poder, do priv ima funcio 0s guardiies da tradigio e os administradores do ap Situa-se, portanto, no campo de estudos da antropologia 3 em algumas de suas de rituais que so excl te (caso do culto dos antepassados) os instrumentos sagrados do poder. As dificuldades de identificagio do politico encontramse também no nivel dos fendmenos econémicos, quando se con sidera a parte a telagio muito aparente existente entre as rela- ses de producio, ses de poder.” Certos pri sobre a terra, direito sObre as prestagées de t sobre os mercados etc.) ¢ ce gagio de genetosidade ¢ as cicio do poder e da autoridade. Hi também defrontagbes eco- nndmicas ca mesma natureza que o potlatch hindu, qu ago 0 prestigio ¢ a capacidade de dominacéo dos che is, Hustragdes africanas e melanesianas mostram-no com , em primeiro lugar, “uma for- ma de organizagio © ‘autor dessa reavaliagéo, J. P. ” cessitiamente, que © por que poder & apenas individuos, mas aparece sob um aspecto es ico — sua capacidade de produzir efeitos, ide dada a um ator, de se ver em condi wm quais forem as formas que reconhecido em toda soctedade ina, ainda que rudimentar. Na medida em que se revela s0- bretude’ pelos seus convém estudar éstes ultimos antes de examinarihe os aspectos e atributos esti sempre se niio pode manter pela por uma espécie de Mair recordouo pro- ras sejam cieda co”. © poder, portanto, tem por funglo defender « sociedade contra as proprias fraquezas, conservécla em “bom estado”, como se poderia dizer; e, se necessério, preparar as adaptagies que ndo Ihe contrariem os principios fundamentais. Enfim, desde o ins- tame em ave os elases socials ultrapassm es relics de pe rentesco, sobrevém entre os individuos ¢ os grupos uma compe- ticio mais ou menos aparente; cada um dos quais visa a orien- tar as decisdes da coletividade no sentido de seus interdsses par- ticulares ci ) surge, por conseguinte, como pro- de contéla, acarretam uma primeira ico & inerente a 16da sociedade: provoca 0 respeito as rearas que a fundam; defende-a contra as préprias im- perfeigées; limita, em seu selo, os efeitos da compet i $ € 08 grupos. So essas as fungdes conse ralmente consideradas. Recorrendo a uma formula si Jinir-sed 0 poder como resultante, para téda sociedade, sidade de lutar contra a entropia que a ameaca de desordem — como ameaga todo sistema. Mas nio se deve concluir dat que essa defesa recorre a um meio s6 — a coergio — e 96 pode ser assegurada por um govérno bem diferenciado. Todos os mecenismos que contribuem para manter ou rectiar a coopers: 0 interna devem também ser implicados ¢ considerados. Os ri- sociedade sio, tanto quanto os sobera- nos € sua “burocracia”, os instrumentos de uma aio politica assim compreendida, Se 0 poder obedece a determinismos internos, que 0 reve: Jam como necessidade a que téda sociedade esté sujeita, no surge menos como resultante de uma necessidade externa. "Téda global esté em relagio como o exterior; relaciona-se, ente ou a distancia, com outras sociedades, que consi- mo estrangeiras ow hostis, perigosas para a sua seguran- Em decorréncia dessa ameaca do exterior, cla se vé obrigada nfo s6 a organizar sua defesa ¢ suas aliangs mas também a exaltar sua unidade, sua coeso ¢ seus tracos di forma ¢ se reforga sob a pressio efou supostos. aque Ihe estio ligados dio, mat a coesio interna e exprimir a propria “‘personalidade”, meios de se situar e proteger em relagio a0 que Ihe ¢ estranho. 36 Estudando as ‘“representagées politicas”, F. X. Sutton sublinha 44 importincia dos simbolos que asseguram a diferenciagio em re lagio a0 exterior, bem como a dos grupos ¢ individuos “repte- sentativos”, Certas circunsténeias mostram bem ésse duplo sistema de relagées, &se duplo aspecto do poder sempre orientado para © interior e para o exterior. Em grande mimero de sociedades 0, em que o poder € uma espécie de energia ‘ordem dos fates politicos se apreende tanto pel lagdes externas quanto pelo estudo das relagoes interna. tracio désse caso pode encontrarse entre os nuer do Sudio oriental. Os diferentes niveis de expressio do fato po- Titico definem-se primeira, em sua sociedade, segundo a natu reza das relagdes externas: oposi¢io controlada e arbitragem entre linhagens ligadas pelo sistema gencaldgico, 0 parentesco ‘ou a alianga; oposigio e hostilidade regulamentada (que, visa apenas 20 gado) no quadro das relacdes tribais; descontianca permanente e guerra em busca de cativos, de gado ¢ das provisées dos celeitos, em detrimento dos estrangeiros, dos que nfo sio nuer. Em sociedades de outro tipo, a dupla’orientasio do po- der pode exprimir-se por dupla polarizacao, Um exemplo (af cano, mas existem muitos outros alhures) concretiza essa. ve ficacio. © da chefia tradicional dos bamilequés, nos cam: ocidentais, cujas duas figuras dominantes sio: 0 chefe (fo) ¢ © primeiro dignitério (wipu), que desempenha o papel de chefe guerreiro, Aquéle aparece como fator de unidade, guardiéo da ordem estabelecida concilindor e intercessor junto’ dos antepas- € das divindades mais atuantes. Este se acha mais vo!- tado para o exterior, encarregado de vigiar as ameacas de fora ce assegurar a manutengio do potencial militar. Os dois podéres encontramse, de certo modo, em regime de competiclo € te- presentam, reciprocamente, um papel de contrapéso; constituem (5 dois centros do sistema politico. Vése assim 0 quanto esto estreitamente associados em matéria de qualificagio © organiza ‘sio do poder os fatdres internos ¢ extetnos. A andlise permaneceria incompleta se nio se levasse em condigio: © poder — por mais difuso que ica uma dissimetria no seio das relagoes sociais. Se dade, 0 eq social seria automético ¢ 0 poder estaria vo. tado ao deperecimento. Mas nfo é isso 0 que acontece; e uma sociedade perfeitamente homogénea, em que as relagdes reci- 37 , dispdem de um pode regado de suas ameagas de seus riscos. Quan: 2. Cl iagio politica de ce as qualida preeminéncias € Bias é nas socielades em que So patentes as desigualdades ¢ as hierarquias — que evocam classes) ou castas — que se apreende, pilicita destas dltimas: o poder, em sua essén ‘transcendéncia con tem, portanto, @ fa inocéncia de sua fungio. rio, potém conservado dentro de limites isos. Requet 0 or reciprocidade. Es contrapartida & um con} 3 10 diversas segundo 7 do. poder. € apreendida como unidade — a organizacio pol dor —, ordem ¢ p. forma ides verdade que el Estabelece uma 205 grupos ps etomar, « propésito do ppeder, a argum ‘Durkheim ro estudo das ss elementares da relacio entre 0 poder zagio por base a crenga no cariter sagmdo das legitimidade do poder conservado de a dominacio carismatica, de cardter emt fiance e supoe a com em razio de (13) Ver capitulo V “Religiio € poder” a 39 imidade, que deve set considerada cot 10 da eutoridade. Dai uma definigio que a aspectos: “A autoridade pode ser definida como 0 conhesido de uma pessoa ou de um grupo, por consentimento da sociedade, de tomar decisées relativas aos demais membros dda sociedade’ da ““aguieteéncia” © ‘says on Social Organi Lembra éle que o poder nio pode ser completamente autorética. Este procura e reccbe ma parte governados: seja por apatia lade de conceber uma al de alguns valores comuns reputados_inco ‘qualquer maneica, 0s gov tam manté mais” (cons. dio a conhecer pblica). Assim voltamos a encontrar jf evocada: 0 poder tende a desenvolve-se como Tais movimentos conteérios ex: plicam por que ‘nenhum sistema politico € equilibrado Firth afiema com vigor que 1 € a alianca, o respeito a0 sistema existente € 0 des de modifict-lo, a Ja ou reinterpretéla segundo at vantagens patti ‘Ao con: trdrio da interpretacio hegel :a iio realza neces shriamente a ultrapassagem das particularidades e dos interésses particclares, yuto fundamental do poder, que, ia desigualdade social ontestgio. , ao mesmo tempo, acito (como g dem e da see (em zizio de suas impli bes sagradas) c contestado (porque ‘¢ mantém a desi fualdade). Todos os repimes' politics dem de manifesto est Je, quer se conformem a tradigzo, quer te conformem iV raconalidade burocitca. Nas sociedades aficanas sem ce tralizagio do poder — por exemplo, as dos fangues ¢ dos po- inhos do Calsio © do Congo’— mecinismos corrtivos, de acio incdiona, ameagam de morte quem quer que abuse do futoridade ou da rigueza, Em ccrtos Estados tradcionas da Africa negea, as tensGes resultantes da desigualdade das condi- Ges so Tibcradas cm circuntincis determinades — e afigura Se entio que as relacoes sols se acham, repcntina © provis- samen, iver Mas veo & dni permare ganizade'no quads de ritis apropriados, que podem, sab ésxe fspecto, denomina:se rtuas de ebeito,sngundo a exprestzo de Max Giuckiman. A astécia suprema do poder consiste em coniy~ testarse rifuaente para tmellor consoles efetivamente, 4, RELACOES E FORMAS POLITICAS Em sua obra intitulada Tribes without Rulers (1958), J. Middleton e D. Tait se propéem definir as “relagSes politica’ independentemente das formas de governo que as organizam, Qualificam-nas pe'as fungies exercidas: sto as relagBes “‘pelas quais pessoas grupos exercem o poder, ou a autoridede, para f manttencio da ardem social no interior de um quadro terri corientagio, interna ou ex: fas operam entre unidades cialmente de tipo antagonista. No lentficava as relagics politicas pela regu- clas instauram, e mostrava que podem ope to no seio dos grupos. artindo de sa prépria experiéneia de pesquisa — as so- ciedades centralizalas da Africa oriental — ¢ recorrendo a um J Menuet ditingue rts ondens, de slags que podem enconitarse associadas no processo politico, ¢ que ppossuem uma caricteistica formal comum, cuja importincia jf al iculdades inerentes ap tentame at le separa elementos que as formas de organizagio e justificacio (Os antropélogos modernos.tropega- rudaram sistemas © organiza spectos, modos de agio e processos qualificados Simi aque formal. A tegarias de relagdes s0- 1 flosofia politica nto pode ser dispensada pela antropologia politi tdo comodamente quanto o deram a entender E, Evans-Pritchard e M. Fortes na introdugdo a Africas Pol Passando do formas da organi debate que opse cios piblicos, A forma mais elaborada, que se escora num po: alizado, & a do govérno De mais a mais, nenhuma tipologia estabelecer tipos des: smente quando cons ‘uma escala de diferenciacio de 0 obtide ao testa ma assumida pel de necesstriamente da exis tad. O'tipo de dom (AT) Ver Political Anthtopotony, op. ct rade de mancira mais adequada pela burocracia os come Li nizagio ignora a admis mo. Recorse mais a cig id i ea, pareeigulmente “sssociar, em combinagées va arezs do pod, modo de_deteagio do, pode temas monérquicos ainda nio € rigorosa. © tamanbo da uni- dade politica nfo basta a determinar-lhe o tragado embora tenha incidéacias diretas sObre a organizagio do govérno: existem che- fias de grandes dimensOes (nos Camat os bamilequés, sncia do espago nal nis sociedades dade do poder que exercem, senio Sugereo R. Lowie 20 ane- ar 4 ofganizacio politica le opie o “chefe fe fort ea E amide distinta da do no Teifera (mas vela pela manutengio do costume) e aio tem o monopélio do poder crizse pel dom ) © de classes (on pseudocasses) cor ipal da sociedade e a desigualdade nel: ‘predominantes. A. tipologia politica deve, por conseguinte, ferenciagio que nao depen- dem bnicamente da ordem po aparecem ocial que rege a 3s governantes ¢ governadk 10 de telegio com o sagrado funda a I ordens ce to das relagSes '¢ proc vés de um extme sstemitico de suas mil 19) J. Vaxsina, A Compariion of African Kingdoms, in Af 4,198 = A prdpria natureza dos fend- tempo 0 obsticulo, e caracteriam pelo 2 organizagio da sociedade dame na desigualdade e na com: Para serem adequades, os modelos necesirios sua ficagdo devem poder exprimis relagoes entre elementos he- os e explicar o dinamismo Bem dessa dupla exigéncia que os m em as ambigOes da antrcpologia pol sem matéria de tipologi. Impende, por enquanto, que nos mitemos ao estudo compa temas aparentados, que apresentem, de certo modo, ¥ bre 0 mesmo “tema” & 4 Essa busea propor temas de formalizaga0 — expe- aprofundar 0 a cAPEULO PARENTESCO E PODER sma rege 0 estado de ‘modo que, consoante a nx moda, uma evoca as fa dicotomia é manifesta. Surge fem que a sociedade de fo das comunidades

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