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Diário da República, 1.ª série — N.

º 171 — 2 de setembro de 2015 6653

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Decreto do Presidente da República n.º 98/2015


de 2 de setembro
Decreto do Presidente da República n.º 95/2015
O Presidente da República decreta, nos termos do ar-
de 2 de setembro tigo 135.º, alínea a) da Constituição, o seguinte:
É nomeada, sob proposta do Governo, a ministra ple-
O Presidente da República decreta, nos termos do ar-
nipotenciária de 1.ª classe Maria José Teixeira de Morais
tigo 135.º, alínea a) da Constituição, o seguinte: Pires como Embaixadora de Portugal não residente no
É exonerado, sob proposta do Governo, o ministro ple- Kosovo.
nipotenciário de 2.ª classe João Manuel Mendes Ribeiro
de Almeida do cargo de Embaixador de Portugal não re- Assinado em 10 de agosto de 2015.
sidente no Panamá. Publique-se.
Assinado em 10 de agosto de 2015. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Publique-se. Referendado em 28 de agosto de 2015.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. — O Mi-
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
nistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Manuel
Referendado em 28 de agosto de 2015. Parente Chancerelle de Machete.

O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. — O Mi- Decreto do Presidente da República n.º 99/2015
nistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Manuel
de 2 de setembro
Parente Chancerelle de Machete.
O Presidente da República decreta, nos termos do ar-
Decreto do Presidente da República n.º 96/2015 tigo 135.º, alínea b) da Constituição, o seguinte:
É ratificado o Acordo entre a República Portuguesa
de 2 de setembro
e a Universidade das Nações Unidas relativo à Criação,
O Presidente da República decreta, nos termos do ar- Funcionamento e Localização da Unidade Operacional de
tigo 135.º, alínea a) da Constituição, o seguinte: Governação Eletrónica Orientada para Políticas da Uni-
É nomeado, sob proposta do Governo, o ministro pleni- versidade das Nações Unidas em Guimarães, Portugal,
potenciário de 2.ª classe Pedro Maria Santos Pessoa e Costa assinado em Lisboa, em 23 de maio de 2014, aprovado
para o cargo de Embaixador de Portugal no Panamá. pela Resolução da Assembleia da República n.º 128/2015,
em 3 de julho de 2015.
Assinado em 10 de agosto de 2015. Assinado em 20 de agosto de 2015.
Publique-se. Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendado em 28 de agosto de 2015.
Referendado em 28 de agosto de 2015.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. — O Mi-
nistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Manuel
Parente Chancerelle de Machete. ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Decreto do Presidente da República n.º 97/2015 Lei n.º 123/2015


de 2 de setembro de 2 de setembro

O Presidente da República decreta, nos termos do ar-


Primeira alteração ao Estatuto da Ordem dos Engenheiros, aprovado
tigo 135.º, alínea a) da Constituição, o seguinte: pelo Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho, em conformidade
É nomeado, sob proposta do Governo, o ministro pleni- com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o
potenciário de 2.ª classe Paulo Jorge Sousa da Cunha Alves regime jurídico de criação, organização e funcionamento das
como Embaixador de Portugal não residente no Vanuatu. associações públicas profissionais.

Assinado em 10 de agosto de 2015. A Assembleia da República decreta, nos termos da


alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
Publique-se.
Artigo 1.º
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Objeto
Referendado em 28 de agosto de 2015. A presente lei altera o Estatuto da Ordem dos Engenhei-
ros, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho,
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. — O Mi- em conformidade com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro,
nistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Manuel que estabelece o regime jurídico de criação, organização
Parente Chancerelle de Machete. e funcionamento das associações públicas profissionais.
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Artigo 2.º selho diretivo nacional, sob proposta do conselho diretivo


Alteração do Estatuto da Ordem dos Engenheiros
regional, uma vez domiciliados 80 membros efetivos na
circunscrição em causa.
O Estatuto da Ordem dos Engenheiros, aprovado pelo 2 — São desde já instaladas as seguintes delegações
Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho, passa a ter a reda- distritais:
ção constante do anexo I à presente lei, da qual faz parte
integrante. a) Na região norte: Braga, Bragança, Viana do Castelo
e Vila Real;
Artigo 3.º b) Na região centro: Aveiro, Castelo Branco, Guarda,
Leiria e Viseu;
Licenciaturas em engenharia anteriores à aplicação c) Na região sul: Évora, Faro, Portalegre e Santarém.
do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março
Para efeitos do disposto no Estatuto da Ordem dos Enge- Artigo 7.º
nheiros constante do anexo I à presente lei, designadamente Republicação
para efeitos de inscrição, determinação do período de está-
gio, e atribuição de títulos profissionais, considera-se que É republicado no anexo II à presente lei, da qual faz
satisfazem igualmente a condição prevista na alínea a) do parte integrante, o Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho,
n.º 1 do artigo 15.º do referido Estatuto numa especialidade com a redação atual.
do domínio da engenharia, os que satisfaçam uma das
seguintes condições: Artigo 8.º
a) Ser titular do grau de licenciado num domínio da Entrada em vigor
engenharia conferido por uma instituição de ensino su- A presente lei entra em vigor 120 dias após a sua pu-
perior portuguesa no quadro da organização de estudos blicação.
anterior à aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de
março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 Aprovada em 3 de julho de 2015.
de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 A Presidente da Assembleia da República, Maria da
de agosto; Assunção A. Esteves.
b) Ser titular de um grau académico superior estrangeiro
num domínio da engenharia a que tenha sido conferida Promulgada em 13 de agosto de 2015.
equivalência ao grau referido na alínea anterior, ou que
Publique-se.
tenha sido reconhecido com o nível daquele.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Artigo 4.º
Referendada em 17 de agosto de 2015.
Regulamentação
Pelo Primeiro-Ministro, Paulo Sacadura Cabral Portas,
1 — Os regulamentos emanados pela Ordem dos En- Vice-Primeiro-Ministro.
genheiros que contrariem o disposto na Lei n.º 2/2013,
de 10 de janeiro, ou no Estatuto aprovado em anexo à ANEXO I
presente lei, devem ser objeto de alteração no prazo de
180 dias, a contar da data da entrada em vigor da presente (a que se refere o artigo 2.º)
lei, sob pena de caducidade das disposições afetadas pela
incompatibilidade. ESTATUTO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS
2 — Os regulamentos aprovados ao abrigo do Estatuto
da Ordem dos Engenheiros, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 119/92, de 30 de junho, que não contrariem o disposto TÍTULO I
na Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e no Estatuto da Or-
dem dos Engenheiros constante do anexo I à presente lei, Da Ordem
mantêm-se em vigor até à publicação dos novos regula-
mentos. CAPÍTULO I
Artigo 5.º Disposições gerais
Disposições transitórias
Artigo 1.º
1 — O disposto na presente lei não afeta a atual com- Denominação, natureza e sede
posição dos órgãos da Ordem dos Engenheiros, os quais
desempenham o seu mandato até ao final do mesmo. 1 — A Ordem dos Engenheiros, adiante designada, abre-
2 — A limitação de mandatos dos órgãos consagrada viadamente, por Ordem, é a associação pública profissional
no presente Estatuto apenas produz efeitos para os órgãos representativa dos profissionais, que, em conformidade
eleitos após a entrada em vigor da presente lei. com os preceitos do presente Estatuto e as demais dispo-
sições aplicáveis, exercem a profissão de engenheiro.
Artigo 6.º 2 — A Ordem é independente dos órgãos do Estado e
goza de autonomia administrativa, financeira, científica
Delegações distritais e insulares
e disciplinar.
1 — A Ordem dos Engenheiros institui delegações nos 3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito pú-
distritos, ilhas ou grupos de ilhas, por deliberação do con- blico e no exercício dos seus poderes públicos pratica os
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atos administrativos necessários ao desempenho das suas lheiro, e pela participação ativa na sua formação contínua,
funções e aprova os regulamentos previstos na lei e no emitindo os competentes certificados e cédulas profissio-
presente Estatuto. nais;
4 — Ressalvados os casos previstos na lei, os atos e j) Prestar a colaboração técnica e científica na área da
regulamentos da Ordem não estão sujeitos a homologação engenharia que seja solicitada por quaisquer entidades,
governamental. públicas ou privadas, quando estejam em causa matérias
5 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa. relacionadas com os seus fins e atribuições ou com a pros-
secução de fins de interesse público relacionados com a
Artigo 2.º profissão de engenheiro;
Tutela administrativa k) Participar na elaboração de legislação que diga res-
peito ao acesso e exercício da profissão de engenheiro;
Os poderes de tutela administrativa a que se refere o l) Desenvolver relações com associações afins, nacio-
artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, são exer-
nais e estrangeiras, podendo constituir ou aderir a uniões
cidos pelo membro do Governo responsável pelo setor da
construção. e federações internacionais;
m) Exercer jurisdição disciplinar sobre os engenheiros
Artigo 3.º e todos os que, registados na Ordem, exerçam a atividade
de engenharia no território nacional;
Missão n) Elaborar e manter atualizado o registo dos mem-
É missão da Ordem exercer, nos termos do presente bros;
Estatuto, o controlo do acesso à atividade profissional de o) Reconhecer as qualificações profissionais para o exer-
engenheiro e do seu exercício, contribuir para a defesa, a cício da profissão de engenheiro obtidas fora de Portugal
promoção e o progresso da engenharia, estimular os esfor- por cidadãos de Estado membro da União Europeia ou do
ços dos seus membros nos domínios científico, profissional Espaço Económico Europeu e, em condições de reciproci-
e social, e defender a ética, a deontologia, a valorização e dade, por cidadãos de países terceiros, nos termos da lei,
a qualificação profissionais dos engenheiros. do direito da União Europeia, de convenção internacional
ou com base em acordo de cooperação entre a Ordem e
Artigo 4.º entidade afim estrangeira;
Atribuições
p) Estabelecer formas de colaboração ou de cooperação
com entidades europeias e estrangeiras que visem facilitar
1 — A Ordem tem como escopo fundamental contribuir e incentivar a mobilidade dos profissionais, nomeadamente
para o progresso da engenharia, estimulando os esforços através da emissão, validação e utilização da carteira pro-
dos seus associados nos domínios científico, profissional fissional europeia;
e social, bem como o cumprimento das regras de ética q) Regulamentar a atividade profissional dos engenhei-
profissional. ros, nos termos do presente Estatuto;
2 — Na prossecução das suas atribuições, cabe à Ordem: r) Criar, sempre que se justifique, formas de represen-
a) Assegurar o cumprimento das regras de ética profis- tação na União Europeia, no Espaço Económico Europeu
sional e o nível de qualificação profissional dos engenhei- e no estrangeiro, de modo a poder prestar serviços de
ros, bem como dos demais que, registados na Ordem, exer- apoio aos engenheiros que aí exerçam a sua atividade
çam a atividade de engenharia no território nacional; profissional;
b) Atribuir, em exclusivo, o título profissional de en- s) Promover formas e meios de comunicação com o
genheiro; objetivo de prestar aos seus membros e ao público em
c) Defender coletivamente os legítimos interesses, di- geral informação atualizada nas áreas técnica, científica,
reitos e prerrogativas dos seus membros e prestar-lhes deontológica, jurídica e cultural, e, bem assim, promover,
serviços de formação e informação sobre as matérias patrocinar ou apoiar a edição de publicações ou artigos
diretamente relacionadas com o exercício da atividade com relevância na área da engenharia;
profissional; t) Celebrar protocolos com entidades públicas ou priva-
d) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da das destinados a obter condições vantajosas e benefícios
profissão de engenheiro e atribuir distinções e títulos ho- para os seus membros relativamente aos bens fornecidos
noríficos; e ou serviços prestados por aquelas entidades;
e) Fomentar o desenvolvimento do ensino e da forma- u) Defender os interesses dos destinatários dos servi-
ção em engenharia e participar nos processos oficiais de
ços;
acreditação e avaliação dos cursos que dão acesso à pro-
fissão, ou em outros promovidos por entidades nacionais v) Exercer as demais funções que resultem da lei e das
ou estrangeiras; disposições do presente Estatuto.
f) Contribuir para a estruturação das carreiras dos en-
genheiros; 3 — Incumbe à Ordem representar os engenheiros junto
g) Proteger o título e a profissão de engenheiro, pro- dos órgãos de soberania e colaborar com o Estado e demais
movendo o procedimento judicial contra quem o use ou a entidades públicas.
exerça ilegalmente, podendo, designadamente, constituir- 4 — A Ordem pode intervir, como assistente, nos pro-
-se assistente em processo penal; cessos judiciais em que seja parte um dos seus membros
h) Promover a cooperação e solidariedade entre os seus e em que estejam em causa questões relacionadas com o
associados; exercício da profissão de engenheiro.
i) Valorizar a qualificação profissional dos engenheiros 5 — A Ordem tem direito a utilizar insígnias, bandeira
pela atribuição de títulos de especialista, sénior e conse- e selo próprios.
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Artigo 5.º em causa tenham sido obtidas fora da União Europeia ou


Autonomia patrimonial e financeira
do Espaço Económico Europeu.
2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
1 — A Ordem dispõe de património próprio e de fi- nos termos do número anterior e que preste serviços, de
nanças próprias, bem como de autonomia orçamental, forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de só-
sem prejuízo da sua sujeição à jurisdição do Tribunal de cio ou que atue como gerente ou administrador no Estado
Contas nos termos da lei. membro de origem, no âmbito de organização associativa
2 — A autonomia financeira inclui o poder de fixar o de profissionais, observado o disposto no n.º 4 do artigo 37.º
valor da quota mensal ou anual dos seus membros, bem da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, deve identificar a or-
como as taxas pelos serviços prestados. ganização em causa no pedido apresentado nos termos do
artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
CAPÍTULO II 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
Membros anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
mento de qualificações, deve a organização associativa em
Artigo 6.º causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo
de 60 dias.
Inscrição Artigo 9.º
Sem prejuízo do disposto no artigo 9.º, a atribuição do Livre prestação de serviços
título, o seu uso e o exercício da profissão de engenheiro
dependem de inscrição como membro efetivo da Ordem, 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro Es-
seja de forma liberal ou por conta de outrem, e independen- tado membro da União Europeia ou do Espaço Económico
temente do setor público, privado, cooperativo ou social Europeu e que aí desenvolvam atividades comparáveis à ati-
em que a atividade seja exercida. vidade profissional de engenheiro regulada pelo presente Es-
tatuto, podem exercê-las, de forma ocasional e esporádica, em
território nacional, em regime de livre prestação de serviços,
Artigo 7.º
nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
Título de engenheiro e exercício da profissão n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
1 — O engenheiro ocupa-se da aplicação das ciências e 2 — Os profissionais referidos no número anterior
técnicas respeitante às diferentes especialidades de enge- são equiparados a engenheiro para todos os efeitos legais
em que tal qualificação profissional seja exigida para o
nharia nas atividades de investigação, conceção, estudo,
exercício de uma determinada atividade, exceto quando o
projeto, fabrico, construção, produção, avaliação, fisca-
contrário resulte das disposições em causa.
lização e controlo de qualidade e segurança, peritagem e
3 — O profissional que preste serviços, de forma subor-
auditoria de engenharia, incluindo a coordenação e gestão
dinada ou autónoma ou na qualidade de sócio, ou que atue
dessas atividades e outras com elas relacionadas.
como gerente ou administrador no Estado membro de ori-
2 — São atos próprios dos que exercem a atividade de gem, no âmbito de organização associativa de profissionais
engenharia os constantes da Lei n.º 31/2009, de 3 de julho, e pretenda exercer a sua atividade profissional em território
e de outras leis que especialmente os consagrem. nacional nessa qualidade, em regime de livre prestação de
3 — O exercício da atividade profissional por conta serviços, deve identificar perante a Ordem a organização
de outrem não afeta a autonomia técnica do profissional associativa, por conta da qual presta serviços, na declara-
nem dispensa o cumprimento pelo mesmo dos deveres ção referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março,
deontológicos. alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
4 — O uso ilegal do título de engenheiro ou o exercício de 2 de maio.
da respetiva profissão sem o cumprimento dos requisitos Artigo 10.º
de acesso à profissão em território nacional são punidos
nos termos da lei penal. Comércio eletrónico
5 — Os trabalhadores dos serviços e organismos da Os profissionais legalmente estabelecidos em Estado
administração direta e indireta do Estado, das regiões autó- membro da União Europeia ou do Espaço Económico
nomas, das autarquias locais e das demais pessoas coletivas Europeu que aí desenvolvam atividades comparáveis à
públicas, que pratiquem, no exercício das suas funções, atividade profissional de engenheiro regulada pelo presente
atos próprios da profissão de engenheiro, e realizem ações Estatuto, podem exercê-las, através de comércio eletrónico,
de verificação, aprovação, auditoria ou fiscalização sobre com destino ao território nacional, observados que sejam
atos anteriores, devem estar validamente inscritos como os requisitos aplicáveis no Estado membro de origem,
membros efetivos da Ordem. nomeadamente as normas deontológicas aí vigentes, as-
sim como a disponibilização permanente de informação
Artigo 8.º prevista no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de
Direito de estabelecimento janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 62/2009, de 10 de
março, e pela Lei n.º 46/2012, de 29 de agosto.
1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
de nacional de Estado membro da União Europeia ou do Artigo 11.º
Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal para a
Sociedades de engenheiros
sua inscrição como membro da Ordem é regulado pela Lei
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, 1 — Os engenheiros estabelecidos em território nacio-
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem prejuízo de nal podem exercer em grupo a profissão, constituindo ou
condições especiais de reciprocidade caso as qualificações ingressando como sócios em sociedades de engenheiros.
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2 — Podem ainda ser sócios profissionais de sociedades em causa e ou a outras organizações associativas cujo
de engenheiros: capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
profissionais podem inscrever as respetivas representações
a) Sociedades de engenheiros previamente constituídas permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
e inscritas como membros da Ordem; comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
b) Organizações associativas de profissionais equipara- equiparadas a sociedades de engenheiros para efeitos do
dos a engenheiros constituídas noutro Estado membro da presente Estatuto.
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujo 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
capital e direitos de voto caibam maioritariamente aos rior não são aplicáveis caso a organização associativa não
profissionais em causa. disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o
requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- profissionais ali referidos.
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
capital social. regido:
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b)
do n.º 2 é regido: a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2
do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada de maio;
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
de maio; cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- de reciprocidade internacionalmente vigente.
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
de reciprocidade internacionalmente vigente. 4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
associativas de profissionais de outros Estados membros
5 — As sociedades de engenheiros gozam dos direitos consta do regime jurídico da constituição e funcionamento
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais das sociedades de profissionais que estejam sujeitas a
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua associações públicas profissionais.
natureza, com exceção do direito de voto, estando nomea-
damente sujeitas aos princípios e regras deontológicos Artigo 13.º
constantes do presente Estatuto.
6 — Os membros do órgão executivo das sociedades Nacionais de países terceiros
profissionais de engenheiros, independentemente da sua 1 — Podem inscrever-se na Ordem, para efeito do exer-
qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os cício em território nacional da profissão de engenheiro,
princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e os nacionais de países terceiros, ao abrigo de acordos em
científica e as garantias conferidas aos engenheiros pela condições de reciprocidade.
lei e pelo presente Estatuto. 2 — Aos candidatos mencionados nos números anterio-
7 — As sociedades de engenheiros podem ainda desen- res pode ser exigida a realização de estágio profissional, a
volver quaisquer outras atividades que não sejam incom- frequência da formação em ética e deontologia profissional
patíveis com a atividade de engenheiro, nem em relação e a realização de provas de avaliação, nos termos previstos
às quais se verifique impedimento, nos termos do presente no presente Estatuto e nos regulamentos aprovados pela
Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao controlo Ordem para os candidatos cujas qualificações tenham sido
da Ordem. obtidas em Portugal.
8 — A constituição e funcionamento das sociedades de
profissionais consta de diploma próprio. Artigo 14.º
9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a Membros
maioria do capital social com direito de voto de sociedades
de engenheiros, quando exista, pertence a engenheiros Os membros da Ordem distribuem-se pelas seguintes
estabelecidos em território nacional, a sociedades de en- categorias:
genheiros constituídas ao abrigo do direito nacional, ou a a) Membro efetivo;
outras formas de organização associativa de profissionais b) Membro estagiário;
equiparados constituídas noutro Estado membro da União c) Membro honorário;
Europeia ou do Espaço Económico Europeu inscritas na d) Membro estudante;
Ordem nos termos do artigo seguinte. e) Membro correspondente;
f) Membro coletivo.
Artigo 12.º
Organizações associativas de profissionais Artigo 15.º
de outros Estados membros
Membro efetivo
1 — As organizações associativas de profissionais equi-
parados a engenheiros constituídas noutro Estado membro 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 8.º, a admissão
como membro efetivo depende da satisfação cumulativa
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
das seguintes condições:
para o exercício de atividade profissional cujo gerente
ou administrador seja um profissional e cujo capital com a) Ser titular do grau de mestre numa especialidade do
direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais domínio da engenharia conferido por uma instituição de
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ensino superior portuguesa, ou de um grau académico su- genharia enquadrados no n.º 1 do artigo 7.º, especificados
perior estrangeiro num domínio da engenharia a que tenha no anexo ao presente Estatuto; ou
sido conferida equivalência àquele grau, ou que tenha sido b) Adquiram a titularidade do grau de mestre numa
reconhecida com esse nível; especialidade do domínio da engenharia conferido por
b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro- uma instituição de ensino superior portuguesa, ou de um
vado em estágio com duração não inferior a seis meses, grau académico estrangeiro num domínio da engenharia
ou dele ter sido dispensado; a que tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou
c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de que tenha sido reconhecido com esse nível.
deontologia para o exercício da profissão de engenheiro.
Artigo 17.º
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, pode
ainda ser admitido como membro efetivo o que satisfaça, Engenheiros seniores e conselheiros
cumulativamente, as seguintes condições: 1 — Para além do título de especialidade profissional
a) Ser titular do grau de licenciado num domínio da reconhecida ao membro aquando da sua inscrição na Or-
engenharia conferido por uma instituição de ensino su- dem em determinado colégio de especialidade, de acordo
perior portuguesa no quadro da organização de estudos com a sua formação académica, podem ainda ser atribuídos
decorrente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 aos engenheiros os seguintes títulos:
de março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de a) Engenheiro sénior;
25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de b) Engenheiro conselheiro.
7 de agosto, ou de um grau académico superior estrangeiro
num domínio da engenharia a que tenha sido conferida 2 — O título profissional de engenheiro sénior é atri-
equivalência àquele grau, ou que tenha sido reconhecido buído aos engenheiros que:
com esse nível;
b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro- a) Sendo titulares do grau de mestre numa especialidade
vado em estágio com duração não inferior a 18 meses, ou do domínio da engenharia conferido por uma instituição
dele ter sido dispensado; de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico
c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de superior estrangeiro num domínio da engenharia a que
deontologia para o exercício da profissão de engenheiro. tenha sido conferida equivalência àquele grau ou que tenha
sido reconhecido com esse nível e tenham cinco anos de
3 — Relativamente ao exame de estágio, formação experiência em engenharia;
deontológica e provas de avaliação a que se referem os b) Não sendo titulares da qualificação académica men-
números anteriores, cabe à Ordem, em regulamento ho- cionada na alínea anterior, tenham 10 anos de experiência
mologado pelo membro do Governo responsável pela área em engenharia.
das infraestruturas, definir as condições em que os mesmos
se realizam, pelo menos, uma vez anualmente. 3 — O título profissional de engenheiro conselheiro é
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 54.º, os atribuído aos engenheiros seniores que:
membros efetivos são inscritos no colégio de especialidade
correspondente ao seu curso. a) Sejam titulares do grau de mestre numa especialidade
5 — Uma sociedade de engenheiros ou organização do domínio da engenharia conferido por uma instituição
associativa de profissionais equiparados a engenheiros de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico
pode inscrever-se como membro de determinado colégio superior estrangeiro num domínio da engenharia a que
de especialidade quando, pelo menos, um dos seus sócios, tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou que
gerentes, administradores ou colaboradores a tempo inteiro tenha sido reconhecida com esse nível e tenham 15 anos
for membro efetivo desse mesmo colégio. de experiência em engenharia;
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o re- b) Não sendo titulares da habilitação académica men-
gime jurídico de inscrição das organizações associativas de cionada na alínea anterior, tenham 20 anos de experiência
profissionais de outros Estados membros consta do regime em engenharia.
jurídico da constituição e funcionamento das sociedades de
profissionais que estejam sujeitas a associações públicas Artigo 18.º
profissionais. Local de inscrição
Artigo 16.º A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio
Exercício da profissão após ingresso com licenciatura fiscal do candidato.
1 — Os engenheiros inscritos como membros efetivos Artigo 19.º
na Ordem nos termos do n.º 2 do artigo anterior, desig-
nados engenheiros de nível 1, podem praticar todos os Membro estagiário
atos próprios de engenharia, excetuados os que lhes sejam 1 — Tem a categoria de membro estagiário o candidato
expressamente vedados por lei, sem prejuízo do disposto que, para acesso a membro efetivo, efetua o estágio pre-
no número seguinte. visto no presente Estatuto, nos termos a definir pela Ordem
2 — Os engenheiros referidos no número anterior pas- por regulamento homologado pelo membro do Governo
sam à condição de membros inscritos nos termos do n.º 1 do responsável pela área das infraestruturas.
artigo anterior, designados engenheiros de nível 2, logo que: 2 — Os profissionais nacionais de Estados membros
a) Tenham cinco anos de experiência profissional efe- da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
tiva, em que demonstrem ter efetuado os trabalhos de en- cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal e
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6659

pretendam realizar o estágio em território nacional podem c) Guardar lealdade e respeito para com o orientador;
inscrever-se como membros estagiários da Ordem. d) Prestar todas as informações que lhe sejam solicitadas
pelos órgãos competentes da Ordem sobre a forma como
Artigo 20.º está a decorrer o estágio;
e) Cumprir com zelo e competência as suas obrigações
Estágio
para com a entidade onde está a realizar o estágio.
1 — O estágio tem como objetivo a habilitação pro-
fissional do estagiário, implicando não só a integração Artigo 23.º
dos conhecimentos adquiridos na formação académica Deveres do orientador de estágio
e a experiência da sua aplicação prática, mas também
a perceção das condicionantes de natureza deontoló- É dever do orientador orientar a atividade do engenheiro
gica, legal, económica, ambiental, de recursos humanos, estagiário, no sentido de complementar a sua formação,
de segurança e de gestão em geral que caracterizam o aconselhando-o e informando-o sobre o exercício efetivo
exercício da profissão de engenheiro, de modo a que a da profissão e o cumprimento das respetivas regras de-
profissão possa ser desempenhada de forma competente ontológicas.
e responsável.
2 — O estágio rege-se pelo disposto na lei, no presente Artigo 24.º
Estatuto e no regulamento dos estágios aprovado pela Or- Seguro profissional
dem e homologado pelo membro do Governo responsável
pela área das infraestruturas. A subscrição de seguro de responsabilidade civil profis-
3 — Os membros estagiários inscrevem-se no colégio sional pelo engenheiro estagiário não é obrigatória.
de especialidade correspondente ao seu curso.
4 — A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio Artigo 25.º
fiscal do candidato. Seguro de acidentes pessoais
5 — A inscrição no estágio pode ser feita a qualquer
momento e a sua realização, a efetuar dentro dos parâ- O estagiário está dispensado de realizar seguro de aci-
metros definidos pela Ordem, é da responsabilidade do dentes pessoais, nos casos em que o estágio profissional
membro estagiário, sem prejuízo dos poderes de organi- orientado decorra no âmbito de um contrato de trabalho.
zação, supervisão, controlo e avaliação da Ordem e dos
Artigo 26.º
poderes de direção e supervisão do orientador do estágio
cuja indicação é obrigatória. Membros honorários
6 — A Ordem realiza, pelo menos uma vez em cada Podem ser admitidos, por deliberação do conselho
ano, exames finais de estágio. diretivo nacional, na qualidade de membros honorários,
7 — O estágio é dispensado aos candidatos que possuam os indivíduos ou coletividades que, exercendo ou tendo
cinco ou seis anos de experiência em engenharia, conforme exercido atividade de reconhecido interesse público e
sejam titulares das habilitações académicas referidas no contribuído para a dignificação e prestígio da profissão
n.º 1 ou no n.º 2 do artigo 15.º de engenheiro, sejam considerados como merecedores
8 — O estágio considera-se concluído com a apresen- de tal distinção.
tação do relatório do estágio com avaliação positiva e
respetiva homologação, nos termos previstos no regula- Artigo 27.º
mento dos estágios.
9 — Os estágios profissionais de adaptação enquanto Membros estudantes
medida de compensação são regidos pela Lei n.º 9/2009, Os estudantes de cursos de engenharia podem ser ad-
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de mitidos na qualidade de membros estudantes.
agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
Artigo 28.º
Artigo 21.º
Membros correspondentes
Suspensão do estágio
Como membros correspondentes podem ser admitidos
A pedido fundamentado do interessado, o estágio pode pelo conselho de admissão e qualificação:
ser suspenso.
a) Profissionais com o grau académico de licenciado
Artigo 22.º que, não exercendo a profissão de engenheiro, nem tendo
a respetiva formação escolar, exerçam atividades afins e
Deveres do estagiário apresentem um currículo valioso, como tal reconhecido
O engenheiro estagiário deve cumprir os seguintes de- pelo órgão competente;
veres: b) Membros de associações congéneres europeias ou
estrangeiras que confiram igual tratamento aos membros
a) Participar nas ações de formação deontológica obri- da Ordem;
gatórias e realizar as respetivas provas de avaliação e o c) Profissionais de engenharia diplomados por institui-
exame final de estágio; ções de ensino superior portuguesas onde sejam atribuídas
b) Colaborar com o orientador sempre que este o soli- licenciaturas em engenharia e que exerçam a sua atividade
cite e desde que tal seja compatível com a sua atividade na União Europeia, no Espaço Económico Europeu ou no
de estagiário; estrangeiro.
6660 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Artigo 29.º 2 — O domínio territorial de jurisdição dos órgãos pró-


Membros coletivos
prios das regiões referidas no número anterior integra as
áreas dos atuais distritos, da forma seguinte:
1 — Como membros coletivos podem inscrever-se
na Ordem as pessoas coletivas que com ela estabeleçam a) Região norte: Braga, Bragança, Porto, Viana do Cas-
acordo escrito e que desenvolvam atividade relevante de telo e Vila Real;
formação, investigação ou difusão do conhecimento em b) Região centro: Aveiro, Castelo Branco, Coimbra,
área diretamente relacionada com a engenharia. Guarda, Leiria e Viseu;
2 — Quando se trate de associações, é ainda necessá- c) Região sul: Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre,
rio, para efeito do disposto no número anterior, que pelo Santarém e Setúbal.
menos 50 % dos seus membros se encontrem inscritos na
Ordem. 3 — Os territórios das regiões autónomas constituem
Artigo 30.º regiões da Ordem.
Suspensão e cancelamento da inscrição Artigo 34.º
1 — São suspensos da Ordem os membros que por sua Estruturas locais
iniciativa requeiram a suspensão da respetiva inscrição nos
termos aprovados pela Ordem e, bem assim, os membros que, 1 — No território do continente, as estruturas locais
na sequência de procedimento disciplinar, sejam punidos com correspondem aos distritos.
a sanção de suspensão ou com suspensão preventiva. 2 — No território da Região Autónoma da Madeira, as
2 — É cancelada a inscrição na Ordem aos membros que estruturas locais correspondem às ilhas.
a solicitem e aos membros estagiários que não concluam o 3 — No território da Região Autónoma dos Açores, as
estágio profissional dentro do período de tempo aplicável. estruturas locais correspondem aos grupos de ilhas.
3 — O cancelamento da inscrição na Ordem não obsta
a nova inscrição, a efetuar nos termos previstos nos regu-
lamentos da Ordem. CAPÍTULO IV
4 — Nos casos previstos nos números anteriores, a cé- Órgãos
dula profissional deve ser sempre devolvida à Ordem,
pelo titular. Artigo 35.º
CAPÍTULO III Órgãos

Organização 1 — São órgãos nacionais da Ordem:

Artigo 31.º a) A assembleia magna;


b) O bastonário;
Organização c) A assembleia de representantes;
1 — A Ordem, quanto à sua organização, está dividida d) O conselho diretivo nacional;
em dois planos: e) O conselho fiscal nacional;
f) O conselho jurisdicional;
a) Territorial; g) O conselho de admissão e qualificação;
b) Por especialidades. h) Os conselhos nacionais de colégio;
i) O conselho coordenador dos colégios;
2 — A Ordem organiza-se, no plano territorial, em três j) As comissões de especialização.
níveis:
a) Nacional; 2 — São órgãos regionais da Ordem:
b) Regional; a) As assembleias regionais;
c) Local. b) Os conselhos diretivos das regiões;
c) Os conselhos fiscais das regiões;
3 — A organização da Ordem, no plano das especiali-
d) Os conselhos disciplinares;
dades, opera-se pela constituição de colégios, agrupando
e) Os conselhos regionais de colégio.
os engenheiros de cada especialidade.
Artigo 32.º 3 — São órgãos locais da Ordem:
Território a) As assembleias distritais e insulares;
b) As delegações distritais e insulares.
A Ordem abrange, a nível territorial, o continente e as
regiões autónomas. Artigo 36.º
Artigo 33.º Competências dos órgãos nacionais
Continente
1 — As competências dos órgãos nacionais da Ordem
1 — No território do continente, as regiões da Ordem devem ser exercidas de forma a estimular a iniciativa das
são as seguintes: regiões, cabendo-lhes garantir:
a) A região norte, com sede no Porto; a) O carácter nacional da Ordem, enquanto associação
b) A região centro, com sede em Coimbra; que representa aqueles que exercem em Portugal a pro-
c) A região sul, com sede em Lisboa. fissão de engenheiro;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6661

b) A necessidade de fomentar a unidade dos engenhei- 3 — A mesa da assembleia magna é constituída pelo
ros; presidente da mesa da assembleia de representantes, que
c) O respeito pelas características e interesses próprios preside, e pelos presidentes das mesas das assembleias
dos colégios de especialidades; regionais, podendo o presidente da assembleia de repre-
d) O respeito pela individualidade e autonomia das sentantes ceder a presidência ao presidente da mesa da
regiões; assembleia regional onde a assembleia magna tiver lugar.
e) A necessidade de integrar as ações regionais, inserindo- 4 — A assembleia magna destina-se ao debate aberto
-as em planos nacionais. sobre os problemas da Ordem e à aprovação de recomen-
dações aos demais órgãos da Ordem.
2 — Os órgãos nacionais da Ordem exercem as suas
competências em matérias de carácter nacional, nomea- Artigo 38.º
damente as que se anunciam a seguir: Bastonário e vice-presidentes
a) A defesa e melhoria das condições de exercício da 1 — O bastonário é o Presidente da Ordem e, por ine-
profissão de engenheiro, designadamente pela participação rência, o presidente do conselho diretivo nacional, sendo
na elaboração de disposições legislativas e regulamenta- coadjuvado pelos dois vice-presidentes, membros do con-
res; selho diretivo nacional.
b) A intervenção junto dos órgãos da administração 2 — Compete ao bastonário:
central ou outras entidades de âmbito nacional, quando os
problemas em causa excedam a capacidade de intervenção a) Representar a Ordem;
direta das regiões; b) Presidir ao conselho diretivo nacional, ao conselho
c) O desenvolvimento das relações internacionais da de admissão e qualificação, ao conselho coordenador dos
Ordem; colégios, à comissão executiva do congresso e à convenção
d) O acompanhamento da situação geral do ensino da dos delegados distritais e insulares;
engenharia; c) Conferir posse aos membros eleitos para os órgãos
e) A apreciação dos níveis de formação, competência e nacionais e apreciar os seus pedidos de exoneração ou de
experiência compatíveis com os níveis de qualificação e suspensão do mandato;
os títulos de especialização conferidos pela Ordem, bem d) Convocar a assembleia magna;
como a admissão de associados; e) Requerer a convocação da assembleia de represen-
f) A identificação dos problemas nacionais cuja resolu- tantes;
ção justifique o empenhamento dos engenheiros; f) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional;
g) A avaliação das necessidades de valorização da en- g) Mandatar qualquer membro efetivo da Ordem para
genharia nacional, quer no plano científico e técnico, quer o exercício de funções específicas;
no plano da sua intervenção social; h) Propor a proclamação de membros honorários e a
h) A preparação de planos genéricos, coordenando, a atribuição da Medalha de Ouro da Ordem;
médio e longo prazos, o conjunto das atividades a desen- i) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra de
volver pelas regiões; âmbito nacional previstos nos regulamentos da Ordem;
i) O desenvolvimento de iniciativas culturais, desig- j) Assistir, querendo, às reuniões de todos os órgãos
nadamente as relacionadas com a atividade editorial e o colegiais da Ordem, só tendo direito a voto nas reuniões em
congresso; que, nos termos do presente Estatuto e dos regulamentos,
j) Todas aquelas que o presente Estatuto expressamente o mesmo lhe esteja atribuído;
preveja ou que lhes venham a ser cometidas. k) Fazer executar as deliberações dos órgãos nacio-
nais, em especial, as da assembleia de representantes e
3 — Os órgãos nacionais são apoiados na sua atividade do conselho diretivo nacional, bem como, dar seguimento
por um secretário-geral, designado por livre escolha de às recomendações da assembleia magna e do congresso
cada conselho diretivo nacional, de entre os membros da Ordem;
efetivos da Ordem. l) Velar pelo cumprimento da legislação respeitante à
4 — Ao secretário-geral, que é remunerado pelo desem- Ordem dos Engenheiros e respetivos regulamentos e zelar
penho das suas funções, cabe a coordenação dos serviços pela realização das suas atribuições;
da Ordem e a execução das diretivas do bastonário e do m) Apresentar anualmente ao conselho diretivo nacional
conselho diretivo nacional. os projetos de orçamento e do plano de atividades para o
5 — Para apoiar a ação dos colégios existe um secre- ano civil seguinte e o projeto de relatório e das contas refe-
tariado próprio, com uma estrutura por eles proposta e rentes ao ano civil anterior, do conselho diretivo nacional,
aprovada pelo conselho diretivo nacional. bem como o orçamento e as contas de toda a Ordem para
efeitos de cumprimento de obrigações legais;
Artigo 37.º n) Usar o voto de qualidade, em caso de empate, em
todas as reuniões dos órgãos colegiais em que tenha direito
Assembleia magna
a voto e a que presida;
1 — A assembleia magna é composta pela totalidade o) Enviar para homologação da tutela os regulamentos
dos membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos e a que se refere o n.º 5 do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de
reúne uma vez por ano. 10 de janeiro;
2 — As reuniões da assembleia magna têm lugar na p) Exercer, em casos urgentes, as competências do con-
região que, de acordo com o sistema de rotatividade, se selho diretivo nacional sem prejuízo de poder ser requerida
encarregue da sua organização e realizam-se, sempre que a ratificação pela maioria dos membros que compõem o
possível, no dia designado como Dia do Engenheiro. conselho;
6662 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

q) Exercer as demais funções que as leis e os regula- 6 — A assembleia de representantes, convocada pelo
mentos lhe confiram. seu presidente, reúne:
a) Em sessões ordinárias, até 25 de março e 20 de de-
3 — O bastonário pode delegar nos vice-presidentes e zembro de cada ano, para os fins previstos nas alíneas b)
nos presidentes dos conselhos diretivos regionais qualquer e c) do número anterior, respetivamente;
uma das suas competências. b) Extraordinariamente, sempre que o presidente o re-
4 — Compete aos vice-presidentes: pute necessário, ou a pedido do bastonário, do conselho
a) Coadjuvar o bastonário nas suas funções, diretivo nacional, do conselho fiscal nacional, do conselho
substituindo-o nas suas ausências ou impedimentos; jurisdicional, do conselho coordenador dos colégios, de
b) Executar as atribuições de competência do bastonário uma assembleia regional ou de um terço dos membros
que por ele lhes forem delegadas. que a constituem.

Artigo 39.º 7 — As reuniões extraordinárias devem ser convocadas


nos 60 dias subsequentes à decisão do seu presidente ou
Assembleia de representantes ao pedido a que se refere o número anterior.
1 — A assembleia de representantes é constituída por: 8 — Na reunião ordinária podem ser tratadas matérias
não referidas no n.º 5 desde que se encontrem mencionadas
a) 60 membros eleitos em lista por sufrágio universal, na ordem de trabalhos que acompanha a convocatória.
direto, secreto e periódico; 9 — A assembleia de representantes funciona com a pre-
b) Os cinco presidentes das mesas das assembleias re- sença da maioria absoluta dos membros que a constituem,
gionais. podendo contudo, se à hora marcada na convocatória não
comparecer o número de membros suficiente para consti-
2 — A mesa da assembleia de representantes é formada tuir aquela maioria, funcionar meia hora depois com, pelo
pelo presidente, vice-presidente e secretário, indicados e menos, um terço dos seus membros.
eleitos na lista que obtiver o maior número de votos para 10 — As deliberações da assembleia de representan-
a assembleia. tes carecem do voto favorável da maioria dos membros
3 — A reunião da assembleia de representantes tem presentes.
lugar na sede nacional e da região sul da Ordem, podendo, 11 — O bastonário e os restantes membros do conselho
porém, por proposta do bastonário e decisão do presidente diretivo nacional participam nas reuniões da assembleia
da mesa, realizar-se noutros locais do território nacional. de representantes, sem direito a voto.
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, no 12 — Os membros do conselho fiscal nacional parti-
decurso de cada mandato, deve realizar-se, pelo menos, cipam nas reuniões da assembleia de representantes, sem
uma reunião da assembleia de representantes nas sedes direito a voto, quando se tratarem de matérias relativas à
das regiões norte e centro da Ordem. gestão financeira da Ordem, incluindo os orçamentos e
5 — Compete, em especial, à assembleia de represen- contas anuais.
tantes:
Artigo 40.º
a) Deliberar sobre os assuntos da competência do con-
selho diretivo nacional que lhe forem submetidos; Conselho diretivo nacional
b) Deliberar sobre o relatório e contas do conselho dire- 1 — O conselho diretivo nacional é constituído pelo bas-
tivo nacional relativo ao ano civil transato, tendo em conta tonário, que preside, pelos dois vice-presidentes nacionais,
o parecer do conselho fiscal nacional; pelos presidentes e secretários dos conselhos diretivos das
c) Deliberar sobre o plano de atividades e o orçamento regiões norte, centro e sul e pelos presidentes dos conselhos
do conselho diretivo nacional, tendo em conta o parecer diretivos regionais dos Açores e da Madeira.
do conselho fiscal nacional; 2 — O funcionamento do conselho diretivo nacional
d) Tomar conhecimento do orçamento e das contas obedece ao seu regimento, o qual deve contemplar as se-
anuais da Ordem, que incluem os orçamentos e as contas guintes regras:
do conselho diretivo nacional e das regiões, para efeitos
de cumprimento de obrigações legais, acompanhados do a) As deliberações do conselho diretivo nacional são
parecer do conselho fiscal nacional; tomadas por maioria simples;
e) Fixar as quotas a cobrar pelas regiões, e as taxas, b) Os membros do conselho diretivo nacional agem a tí-
bem como fixar a percentagem da quotização destinada tulo individual, e não como representantes de qualquer dos
ao conselho diretivo nacional; conselhos diretivos das regiões, salvo quando tenham sido
f) Aprovar os regulamentos; expressamente mandatados para o efeito pelos conselhos
g) Deliberar, mediante proposta do conselho diretivo diretivos respetivos ou pelas assembleias regionais;
nacional, sobre a realização de referendos; c) O conselho diretivo nacional não pode reunir sem a
h) Aprovar o seu regimento, elaborado pela mesa; presença da maioria dos seus membros.
i) Organizar os colégios de especialidade, de acordo
com os novos domínios técnicos e científicos da atividade 3 — Compete, em especial, ao conselho diretivo na-
de engenharia; cional:
j) Deliberar sobre projetos de alteração do presente a) Desenvolver uma atividade orientada para a prossecu-
Estatuto; ção dos objetivos da Ordem, para o prestígio da associação
k) Deliberar sobre quaisquer questões que não sejam e da classe e para o integral cumprimento das diretrizes
atribuídas a outros órgãos. emanadas dos órgãos competentes;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6663

b) Definir as grandes linhas de atuação comum a serem t) Disponibilizar os meios para a realização dos atos
seguidas pelas regiões; eleitorais, incluindo os que lhe sejam solicitados pela co-
c) Desenvolver as relações internacionais da Ordem; missão eleitoral nacional, e fixar as comparticipações para
d) Arrecadar receitas e satisfazer despesas, adquirir e as listas concorrentes aos órgãos nacionais;
alienar imóveis e administrar os bens nacionais da Ordem u) Deliberar sobre a propositura de ações judiciais, con-
e orientar superiormente os serviços da Ordem de âmbito fessar, desistir, transigir, alienar ou onerar bens, contrair
nacional cuja direção compete ao bastonário, incluindo empréstimos e aceitar doações e legados;
a contratação e demissão do pessoal de apoio aos órgãos v) Decidir, ouvido o conselho de admissão e qualifica-
nacionais; ção, sobre as dúvidas que surjam relativamente à inscrição
e) Fixar os subsídios de deslocação dos membros das dos membros efetivos nas especialidades reconhecidas
mesas das assembleias e dos órgãos da Ordem, bem como pela Ordem;
das comissões e grupos de trabalho criados no âmbito da w) Atribuir a Medalha de Ouro da Ordem;
Ordem, e dos membros que forem nomeados para repre- x) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra de
sentarem a Ordem, tendo em conta os valores abonados âmbito nacional previstos nos regulamentos da Ordem;
na Administração Pública para deslocações e ajudas de y) Constituir comissões e grupos de trabalho com fins
custo; específicos;
f) Elaborar anualmente o orçamento e o plano de ativi- z) Elaborar, nos termos do disposto no presente Estatuto,
dades do conselho diretivo nacional e submetê-lo à apro- os regulamentos de eleições e referendos, de admissão e
vação da assembleia de representantes, acompanhado do qualificação, de estágios, das especialidades, das especia-
respetivo parecer do conselho fiscal nacional; lizações, dos atos de engenharia, das insígnias e galardões
g) Elaborar anualmente o relatório e contas do conselho da Ordem, das delegações distritais e insulares e o estatuto
diretivo nacional e submetê-lo à aprovação da assembleia do membro eleito;
de representantes, acompanhado do respetivo parecer do aa) Pronunciar-se sobre os regulamentos cuja elaboração
conselho fiscal nacional; esteja cometida a outros órgãos nacionais e cuja aprovação
h) Elaborar o orçamento e as contas anuais da Ordem, seja da competência da assembleia de representantes;
que incluem os orçamentos e as contas do conselho dire- bb) Marcar a data das eleições para os órgãos da Or-
tivo nacional e das regiões, para efeitos de cumprimento dem;
de obrigações legais, acompanhados do parecer do con- cc) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm-
selho fiscal nacional, e dar conhecimento à assembleia de bito internacional e nacional, de acordo com as atribuições
representantes; da Ordem;
i) Organizar os congressos; dd) Requerer a convocação da assembleia de repre-
j) Aprovar as linhas gerais dos programas de ação dos sentantes;
colégios; ee) Elaborar e aprovar o seu regimento.
k) Aprovar, sob proposta do conselho de admissão e qua-
lificação, tabelas e respetivas atualizações das correspon- 4 — O conselho diretivo nacional deve ouvir previa-
dências dos cursos de engenharia professados em escolas mente o conselho coordenador dos colégios sobre as ma-
nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem; térias referidas nas alíneas c), f), g), n), o) e v) do número
l) Decidir da dispensa de estágio, nos termos do n.º 7 anterior.
do artigo 20.º; 5 — O conselho diretivo nacional pode delegar no bas-
m) Confirmar a inscrição dos membros efetivos e es- tonário as competências previstas nas alíneas m), n), o) e
tagiários, registar os prestadores de serviços e zelar pela t) e na subalínea ee) do n.º 3, podendo também delegar-lhe
boa conservação, atualização e operacionalidade do registo competências para contrair despesas, efetuar pagamentos
geral de inscrições de membros e profissionais em livre e celebrar e alterar contratos, com faculdade de subdele-
prestação de serviços; gação.
n) Exercer as competências definidas na lei relativa- 6 — O conselho diretivo nacional pode ainda delegar
mente aos nacionais de Estados membros da União Eu- em qualquer dos seus membros competências para tratar
ropeia e do Espaço Económico Europeu que pretendam de assuntos específicos.
exercer em Portugal a atividade profissional de engenheiro, 7 — O conselho diretivo nacional reúne quando con-
incluindo os prestadores de serviços, sob proposta do con- vocado pelo bastonário, por iniciativa deste ou mediante
selho de admissão e qualificação; solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo
o) Apresentar à assembleia de representantes, para pa- menos uma vez por mês.
recer ou deliberação, propostas sobre matéria de especial
relevância para a Ordem; Artigo 41.º
p) Propor à assembleia de representantes a realização Conselho fiscal nacional
de referendos;
q) Promover e realizar referendos em colaboração com 1 — O conselho fiscal nacional é constituído por um
a comissão eleitoral nacional, as mesas das assembleias presidente e um vogal, eleitos por sufrágio universal, direto
regionais e os órgãos executivos regionais e locais; e secreto, em lista.
r) Decidir da organização de novas especialidades, bem 2 — O conselho fiscal nacional integra ainda um revisor
oficial de contas, após prévio processo público de contra-
como decidir a criação de especializações e outorgar os
tação promovido pelo conselho diretivo nacional.
respetivos títulos;
3 — Compete ao conselho fiscal nacional:
s) Atribuir aos membros da Ordem os níveis de quali-
ficação profissional e os títulos de especialista e conferir a) Examinar a gestão financeira da competência do
a qualidade de membro honorário; conselho diretivo nacional;
6664 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

b) Dar parecer sobre o orçamento e contas anuais do m) Requerer externamente os pareceres especializa-
conselho diretivo nacional; dos que considerar necessários ao desempenho das suas
c) Dar parecer sobre o orçamento e as contas anuais da funções;
Ordem, que incluem os orçamentos e as contas do conselho n) Requerer a convocação da assembleia de represen-
diretivo nacional e das regiões, para efeitos de cumpri- tantes;
mento de obrigações legais; o) Elaborar e aprovar o seu regimento.
d) Assistir às reuniões do conselho diretivo nacional,
sempre que o julgue conveniente ou este o solicite, sem 3 — O conselho jurisdicional é assessorado por juristas
direito a voto; com mais de cinco anos de experiência profissional e dis-
e) Requerer a convocação da assembleia de represen- põe do pessoal administrativo necessário para o respetivo
tantes; secretariado de apoio.
f) Elaborar e aprovar o seu regimento. 4 — O conselho jurisdicional reúne quando convocado
pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante soli-
4 — O conselho fiscal nacional reúne quando convo- citação da maioria absoluta dos seus membros.
cado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante 5 — Os restantes órgãos da Ordem colaboram com o
solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo conselho jurisdicional, quando por este solicitado, no âm-
bito das suas funções disciplinares e de supervisão.
menos uma vez por trimestre.
Artigo 43.º
Artigo 42.º
Conselho de admissão e qualificação
Conselho jurisdicional
1 — O conselho de admissão e qualificação é consti-
1 — O conselho jurisdicional é independente no exer- tuído pelo bastonário, que preside, e por dois membros
cício das suas funções e é constituído por um presidente, efetivos eleitos de cada uma das especialidades reconhe-
um vice-presidente e cinco vogais, eleitos por sufrágio cidas pela Ordem.
universal, direto e secreto, em lista fechada, funcionando 2 — O conselho pode ser assessorado por personali-
em duas secções. dades de reconhecido mérito científico ou profissional, a
2 — Compete ao conselho jurisdicional: título permanente ou eventual, e solicitar pareceres a co-
a) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto, dos missões especializadas da Ordem ou a entidades exteriores
respetivos regulamentos e das decisões tomadas pelos à mesma, sempre que julgar conveniente.
órgãos competentes; 3 — Compete ao conselho de admissão e qualificação,
b) Verificar a conformidade legal e estatutária das pro- ouvido o conselho coordenador dos colégios:
postas de referendo e das propostas de regulamentos; a) Pronunciar-se sobre as condições de admissão de
c) Exercer, de forma independente, a ação disciplinar membros efetivos, designadamente sobre a dispensa de
relativamente a infrações cometidas por membros ou ex- estágio, bem como sobre as condições de admissão de
-membros dos órgãos dirigentes da Ordem e por profis- membros estagiários;
sionais em livre prestação de serviços; b) Propor ao conselho diretivo nacional o reconheci-
d) Instruir os processos disciplinares referidos na alí- mento das qualificações profissionais de nacional de Es-
nea anterior; tado membro da União Europeia ou do Espaço Económico
e) Julgar em plenário os recursos das decisões das suas Europeu obtidas fora do território nacional e a sua inscrição
secções nos processos disciplinares referidos na alínea an- como membro efetivo, bem como o registo de profissionais
terior e os recursos interpostos das decisões dos conselhos em livre prestação de serviços;
disciplinares; c) Propor ao conselho diretivo nacional as condições
f) Declarar a existência de conflitos de interesses sus- da prestação dos exames finais de estágio dos membros
cetíveis de gerar incompatibilidade para o exercício de estagiários;
cargos na Ordem; d) Propor ao conselho diretivo nacional a atribuição do
g) Julgar os recursos sobre a validade das decisões rela- título de engenheiro especialista e dos níveis de qualifica-
tivas a perda ou suspensão de mandato dos membros dos ção de engenheiro sénior e de engenheiro conselheiro;
e) Propor ao conselho diretivo nacional o reconheci-
órgãos da Ordem, a requerimento dos interessados;
mento de especialidades;
h) Julgar os recursos sobre a validade das decisões dos f) Decidir da admissão de membros correspondentes,
demais órgãos da Ordem que afetem diretamente direitos sob proposta do respetivo conselho diretivo regional;
dos membros da Ordem, a requerimento dos interessa- g) Pronunciar-se sobre o reconhecimento de novas es-
dos; pecialidades;
i) Julgar os recursos das decisões em matéria eleitoral h) Pronunciar-se sobre a criação e reconhecimento de
tomadas pelas mesas das assembleias regionais, nos termos especializações e a atribuição do título de especialista;
do n.º 2 do artigo 82.º; i) Propor ao conselho diretivo nacional a especialidade
j) Dar parecer que lhe seja solicitado pelo bastonário em que devem ser agrupados os titulares de cursos de
ou pelo conselho diretivo nacional sobre o exercício pro- engenharia que permitem o acesso à Ordem, que não te-
fissional e deontológico; nham correspondência direta com as especialidades nela
k) Elaborar a proposta de regulamento disciplinar; estruturadas;
l) Requerer a qualquer órgão da Ordem os pareceres j) Elaborar e propor à aprovação do conselho diretivo
e as informações que, no âmbito das suas competências nacional tabelas e respetivas atualizações das correspon-
disciplinares ou de supervisão, se tornem necessários para dências dos cursos de engenharia professados em escolas
o desempenho das suas funções; nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6665

k) Apresentar ao conselho diretivo nacional a proposta d) Os vogais regionais, um por região, que estejam
de regulamento de admissão e qualificação; encarregados dos assuntos profissionais;
l) Apresentar ao conselho diretivo nacional a proposta e) Os coordenadores de grupos constituídos para tratar
de regulamento das especialidades; de assuntos profissionais específicos, quando convoca-
m) Pronunciar-se sobre o regulamento das especiali- dos.
zações;
n) Elaborar e aprovar o seu regimento. 10 — Fazem parte da secção de assuntos culturais:

4 — Das decisões do conselho de admissão e qualifi- a) O presidente do colégio;


cação cabe recurso para o conselho diretivo nacional, ao b) O vogal nacional para os assuntos culturais;
qual compete a respetiva homologação. c) Os coordenadores regionais de colégio;
5 — O conselho de admissão e qualificação pode de- d) Os vogais regionais, um por região, que estejam
legar no seu presidente as competências previstas nas encarregados dos assuntos culturais;
alíneas a), b), c), d), f) e i) do n.º 3. e) Os coordenadores de grupos constituídos para tratar
6 — O conselho de admissão e qualificação reúne de assuntos culturais específicos e os representantes das
quando convocado pelo seu presidente, por iniciativa deste coletividades filiadas, quando convocados.
ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus mem-
bros, pelo menos uma vez por cada trimestre. 11 — Compete a cada conselho de colégio:
7 — O presidente do conselho de admissão e qualifi- a) Discutir e propor planos de ação relativos a questões
cação goza de voto de qualidade, em caso de empate nas profissionais no âmbito da especialidade do colégio;
votações do órgão. b) Discutir e propor planos de ação relativos às ques-
tões culturais da especialidade do colégio, incluindo as de
Artigo 44.º formação, atualização e especialização, bem como as de
Conselhos nacionais de colégio admissão e qualificação;
c) Dar parecer sobre matérias da especialidade do colé-
1 — Para cada colégio de especialidade referido no ar- gio, ou outras referentes à Ordem, quando solicitado pelo
tigo 54.º é constituído um conselho nacional de colégio. bastonário, vice-presidentes nacionais ou pelo conselho
2 — Constituem os conselhos nacionais, eleitos em diretivo nacional;
lista pelo respetivo colégio em sufrágio universal, direto, d) Desenvolver atividade editorial própria, dentro das
secreto e periódico: diretivas gerais do conselho diretivo nacional;
a) O presidente do colégio; e) Apoiar o conselho diretivo nacional nos assuntos
b) Dois vogais, sendo um para os assuntos profissionais profissionais e culturais, no domínio da respetiva espe-
e outro para os assuntos culturais, compreendendo a for- cialidade;
mação, atualização, especialização e divulgação. f) Pronunciar-se sobre atividades desenvolvidas e a
desenvolver por intermédio dos conselhos regionais de
3 — Constituem ainda os conselhos nacionais de colé- colégio, das mesmas especialidades;
gio os coordenadores regionais do conselho regional do g) Coordenar a atividade dos conselhos regionais de
colégio respetivo. colégio;
4 — Quando convocados, participam nas reuniões dos h) Participar na coordenação da atividade geral da Or-
conselhos de colégio, sem direito a voto, os coordenadores dem, através do conselho coordenador dos colégios;
de grupos constituídos para tratar de assuntos específicos, i) Pronunciar-se sobre a atribuição dos níveis de quali-
profissionais ou culturais, das especialidades do colégio, ficação de engenheiro sénior e de engenheiro conselheiro
bem como representantes das pessoas coletivas filiadas na e do título de engenheiro especialista nas especializações
Ordem através do colégio. integradas no colégio;
5 — Nas reuniões dos conselhos podem ainda participar, j) Pronunciar-se, a solicitação do bastonário, vice-
a título ocasional ou permanente, os especialistas que para -presidentes nacionais e conselho diretivo nacional, sobre
tal tenham sido convidados. assuntos de índole profissional, bem como sobre diplomas
6 — As decisões dos conselhos de colégio são tomadas legais ou regulamentares, cujo parecer seja solicitado à
por maioria simples, devendo estar presentes, pelo menos, Ordem;
quatro elementos dos referidos nos n.os 2 e 3, sendo dois k) Definir os parâmetros de realização dos trabalhos de
elementos nacionais e dois elementos regionais. estágio de modo a que este seja o mais uniforme possível
7 — O presidente do conselho do colégio pode delegar no âmbito da mesma especialidade, tendo em conta a for-
as suas competências no vogal nacional para a matéria a mação académica e profissional do membro estagiário;
debater na reunião. l) Pronunciar-se sobre as condições da prestação dos
8 — Os conselhos de colégio podem reunir separada- exames finais de estágio dos membros estagiários;
mente em duas secções: m) Orientar os conselhos regionais de colégio na or-
ganização e controlo dos estágios e na supervisão da sua
a) Assuntos profissionais;
avaliação, de acordo com a formação académica e profis-
b) Assuntos culturais.
sional do membro estagiário, nos termos do disposto no
presente Estatuto e do regulamento de estágios;
9 — Fazem parte da secção para assuntos profissio-
n) Fornecer ao conselho jurisdicional os pareceres e as
nais:
informações que este órgão nacional lhe solicite, no âmbito
a) O presidente do colégio; das suas competências disciplinares ou de supervisão;
b) O vogal nacional para os assuntos profissionais; o) Pronunciar-se sobre o regulamento de estágios;
c) Os coordenadores regionais de colégio; p) Elaborar e aprovar o seu regimento.
6666 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

12 — O conselho nacional do colégio pode delegar no xiii) As demais matérias previstas na lei e no presente
seu presidente as competências previstas nas alíneas c), i), Estatuto.
j) e l) do número anterior.
13 — Os conselhos nacionais de colégio reúnem quando 4 — O conselho coordenador dos colégios pode delegar
convocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa no seu presidente as competências previstas nas subalíne-
destes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos as iv) e vi) da alínea i) do número anterior, bem como as
seus membros, pelo menos uma vez por trimestre. competências previstas nas alíneas a), b), c), d), f) e i) do
14 — O presidente do conselho nacional do colégio tem n.º 3, do artigo 43.º, na parte que se refere à pronúncia do
também a designação de presidente do colégio. conselho coordenador dos colégios.
15 — O presidente do conselho nacional do colégio 5 — O conselho coordenador dos colégios reúne quando
goza de voto de qualidade, em caso de empate nas vota- convocado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou me-
ções do órgão. diante solicitação da maioria absoluta dos seus membros,
pelo menos uma vez por trimestre.
Artigo 45.º 6 — O presidente do conselho coordenador dos colé-
gios goza de voto de qualidade, em caso de empate nas
Conselho coordenador dos colégios votações do órgão.
1 — A articulação da atividade dos colégios e o apoio Artigo 46.º
coordenado ao conselho diretivo nacional é realizado atra- Comissões de especialização
vés do conselho coordenador dos colégios.
2 — Fazem parte do conselho coordenador dos colé- 1 — Por cada especialização estruturada na Ordem, nos
gios: termos do artigo 55.º, existe uma comissão constituída por
cinco engenheiros especialistas na mesma.
a) O bastonário da Ordem; 2 — Cada comissão tem um coordenador e um coorde-
b) Os vice-presidentes da Ordem; nador adjunto e três vogais.
c) Os presidentes de cada colégio de especialidade. 3 — Compete às comissões de especialização:
3 — O conselho coordenador dos colégios tem, em a) Dar parecer sobre a atribuição do título de engenheiro
especial, as seguintes competências: especialista;
b) Dinamizar e conduzir a atividade da especialização,
a) Articular a atividade dos colégios e das especiali- designadamente levar a efeito ações de formação e divul-
zações e o apoio coordenado ao conselho diretivo nacio- gação, incluindo a elaboração de documentos, relevantes
nal; na área da especialização, que contribuam para a melhoria
b) Propor ao conselho diretivo nacional a criação de da qualidade do exercício profissional;
comissões de verificação de habilitações sempre que seja c) Prestar o apoio que lhes for solicitado pelos restantes
necessário proceder ao reconhecimento individual de com- órgãos nacionais da Ordem, ou pelos seus presidentes.
petências profissionais específicas de engenheiros oriundos
de mais de uma especialidade; 4 — As comissões de especialização vertical reportam
c) Elaborar os atos dos engenheiros agrupados nas es- ao conselho nacional do colégio em que se inserem e as
pecialidades; comissões de especialização horizontal reportam ao pre-
d) Elaborar a proposta de regulamento dos colégios; sidente do conselho coordenador de colégios.
e) Elaborar a proposta de regulamento das especiali- 5 — As comissões de especialização com, pelo menos,
zações; 20 engenheiros especialistas, são eleitas em listas fechadas,
f) Listar as normas técnicas que digam respeito às es- designando o coordenador, o coordenador adjunto e os três
pecialidades; vogais, pelo universo dos engenheiros especialistas que
g) Elaborar e aprovar o seu regimento; integrem a especialização, e que estejam no pleno gozo
h) Requerer a convocação da assembleia de represen- dos seus direitos estatutários.
tantes; 6 — As comissões de especialização com menos de 20
i) Pronunciar-se sobre: engenheiros especialistas são designadas pelo conselho
diretivo nacional, por proposta do conselho nacional do
i) A organização dos congressos; colégio, sendo verticais, e pelo conselho coordenador dos
ii) As linhas gerais dos programas de ação dos colé- colégios, sendo horizontais.
gios; 7 — As comissões de especialização podem delegar no
iii) A realização e organização de referendos; coordenador as competências previstas na alínea a) do n.º 3.
iv) As condições da prestação dos exames finais de 8 — As comissões de especialização reúnem quando
estágio dos membros estagiários; convocadas pelos seus coordenadores, por iniciativa des-
v) O regulamento de admissão e qualificação; tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
vi) A atribuição do título de especialista nas especializa- membros, pelo menos uma vez por bimestre.
ções que abranjam mais do que uma especialidade; 9 — O coordenador da comissão de especialização goza
vii) A estruturação de novas especialidades e de novos de voto de qualidade, em caso de empate nas votações do
colégios de especialidade; órgão.
viii) A estruturação de novas especializações; Artigo 47.º
ix) Os critérios de agrupamento dos membros nas es-
Assembleias regionais
pecialidades;
x) As propostas de alteração do presente Estatuto; 1 — As assembleias regionais são constituídas por to-
xi) As propostas de regulamento de estágios; dos os membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos,
xii) As propostas de regulamento das especialidades; inscritos nas respetivas regiões.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6667

2 — Compete às assembleias regionais: f) Submeter à apreciação e votação das respetivas as-


sembleias regionais o plano de atividades e orçamento
a) Votar os membros dos órgãos nacionais e eleger os para o ano seguinte e assegurar o seu posterior envio ao
membros da mesa da assembleia regional e dos órgãos conselho diretivo nacional, garantindo o cumprimento dos
regionais; prazos legais a que a Ordem está obrigada;
b) Discutir e votar o relatório e contas do conselho di- g) Arrecadar receitas, transferir verbas arrecadadas por
retivo e o parecer do conselho fiscal da respetiva região, conta de outrem e satisfazer despesas;
relativos ao ano transato; h) Organizar os meios para a realização dos atos elei-
c) Apreciar e deliberar sobre o orçamento e plano de torais na região e fixar as comparticipações para as listas
atividades do conselho diretivo e o parecer do conselho concorrentes aos órgãos da região e das delegações;
fiscal da região, para o ano seguinte; i) Colaborar com o conselho diretivo nacional na orga-
d) Apreciar os atos de gestão dos respetivos órgãos nização e realização de referendos;
regionais; j) Convocar reuniões de esclarecimento e debate rela-
e) Apreciar assuntos que, no âmbito do presente Esta- tivas a referendos a realizar;
tuto, lhe sejam submetidos; k) Receber e instruir os pedidos de inscrição, bem como
f) Requerer a convocação da assembleia de represen- inscrever os membros efetivos e estagiários, enviando-
tantes; -os ao conselho diretivo nacional para confirmação da
g) Aprovar o seu regimento, elaborado pela mesa. inscrição;
l) Propor ao conselho diretivo nacional a admissão de
3 — As assembleias regionais são dirigidas por uma membros honorários e ao conselho de admissão e qualifi-
mesa constituída por um presidente e dois secretários. cação a admissão de membros correspondentes;
4 — As assembleias regionais reúnem em sessões or- m) Promover ações disciplinares através do conselho
dinárias de três em três anos, no mês de fevereiro, para disciplinar competente;
realização das eleições previstas na alínea a) do n.º 2. n) Organizar e dirigir os respetivos serviços adminis-
5 — As assembleias regionais reúnem em sessões or- trativos;
dinárias todos os anos, até ao dia 10 do mês de março o) Admitir e despedir o respetivo pessoal administrativo,
e até ao dia 30 do mês de novembro, para exercerem, dando conhecimento ao conselho diretivo nacional;
respetivamente, as competências previstas nas alíneas b) p) Inscrever os membros estudantes;
e c) do n.º 2. q) Promover o registo no quadro geral da Ordem dos
6 — As assembleias regionais reúnem extraordinaria- membros inscritos na região;
mente sempre que os conselhos diretivos ou conselhos r) Escolher a região cujo respetivo conselho regional
fiscais da região em causa, por iniciativa própria, o con- de colégio exerce a competência prevista na alínea a) do
siderem necessário ou sempre que um mínimo de 5 % ou n.º 4 do artigo 51.º, nos casos das especialidades em que, na
de 100 membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos sua região, não esteja ainda estruturado o correspondente
o requeira à mesa. conselho regional de colégio;
7 — As assembleias regionais só podem tomar deci- s) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm-
sões sobre matérias que se enquadrem nos objetivos da bito regional, de acordo com as atribuições da Ordem e as
Ordem. competências que lhes estão atribuídas;
t) Elaborar e aprovar o seu regimento.
Artigo 48.º
3 — As regiões são representadas, em juízo e fora dele,
Conselhos diretivos das regiões
pelos respetivos presidentes dos conselhos diretivos, que
1 — Os conselhos diretivos das regiões são constituídos têm também a designação de presidente da região.
pelo presidente, o vice-presidente, o secretário, o tesou- 4 — O conselho diretivo pode delegar no seu presidente
reiro e três vogais, sendo pelo menos estes de diferentes as competências previstas nas alíneas k) a l), o) a q) e s)
especialidades, eleitos em assembleia regional. do n.º 2, com faculdade de subdelegação.
2 — Compete aos conselhos diretivos das regiões: 5 — O conselho diretivo pode ainda delegar em qual-
quer dos seus membros competências para tratar de as-
a) Promover ações tendentes à realização dos objetivos suntos específicos.
da Ordem, de acordo com as grandes linhas de atuação 6 — O presidente do conselho diretivo pode exercer, em
definidas pelo conselho diretivo nacional; casos urgentes, as competências atribuídas ao conselho, sem
b) Gerir as atividades das respetivas regiões, nos termos prejuízo, no entanto, de poder ser requerida a ratificação
do presente Estatuto e dos regulamentos, e administrar os pela maioria dos membros que compõem o conselho.
bens que lhes são confiados; 7 — O presidente do conselho diretivo pode assistir,
c) Requerer a convocação de assembleias regionais; querendo, às reuniões de todos os órgãos colegiais da
d) Elaborar e apresentar aos respetivos conselhos fiscais, região, incluindo das delegações, só tendo direito a voto
com a antecedência mínima de 15 dias, relativamente às nas reuniões em que nos termos do presente Estatuto e dos
datas marcadas para as reuniões da respetiva assembleia regulamentos o mesmo lhe esteja atribuído.
regional, o relatório e as contas do ano civil transato e o 8 — O presidente do conselho diretivo goza de voto de
orçamento e plano de atividades para o ano seguinte; qualidade, em caso de empate nas votações do conselho
e) Submeter à discussão e votação das respetivas assem- diretivo.
bleias regionais o relatório e contas do ano civil anterior 9 — O conselho diretivo reúne quando convocado pelo
e assegurar o seu posterior envio ao conselho diretivo respetivo presidente por iniciativa deste ou mediante soli-
nacional, garantindo o cumprimento dos prazos legais a citação da maioria absoluta dos seus membros, pelo menos
que a Ordem está obrigada; uma vez por mês.
6668 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Artigo 49.º para os assuntos profissionais e pelo vogal regional para


Conselhos fiscais das regiões
os assuntos culturais, eleitos pelos membros do colégio
inscritos na região respetiva.
1 — Os conselhos fiscais das regiões são constituídos 3 — A articulação da atividade dos conselhos regionais
por um presidente e dois vogais eleitos em assembleia de colégio é feita em reuniões convocadas pelo respetivo
regional. presidente do conselho diretivo regional.
2 — Compete aos conselhos fiscais das regiões: 4 — Compete aos conselhos regionais de colégio:
a) Examinar a gestão financeira da competência dos a) Organizar e controlar os estágios e superintender na
respetivos conselhos diretivos; sua avaliação, sob orientação do respetivo conselho nacio-
b) Dar parecer sobre o relatório e contas apresentados nal, de acordo com a formação académica e profissional
pelos respetivos conselhos diretivos, bem como sobre os do membro estagiário, nos termos do presente Estatuto e
orçamentos; do regulamento de estágios;
c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos respeti- b) Colaborar com o conselho nacional do colégio na
vos conselhos diretivos, sempre que o julguem conveniente definição dos parâmetros de realização dos trabalhos de
ou estes o solicitem; estágio;
d) Elaborar e aprovar o seu regimento. c) Pronunciarem-se sobre o regulamento de estágios;
d) Colaborar na atividade do conselho nacional de co-
3 — O conselho fiscal reúne quando convocado pelo légio;
respetivo presidente por iniciativa deste ou mediante soli- e) Colaborar com o conselho diretivo regional e fornecer
citação da maioria absoluta dos seus membros, pelo menos os pareceres e as informações que este lhes solicitar sobre
uma vez por trimestre. as suas atividades, bem como sobre a atividade profissional
dos membros inscritos na região;
Artigo 50.º f) Pronunciar-se sobre as condições da prestação dos
Conselhos disciplinares exames finais de estágio dos membros estagiários;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento.
1 — Os conselhos disciplinares são constituídos por
um presidente e quatro vogais, eleitos em assembleia re- 5 — Os conselhos regionais de colégio reúnem quando
gional.
convocados pelo respetivo coordenador, por iniciativa
2 — Compete aos conselhos disciplinares:
deste ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
a) Instruir e julgar os processos disciplinares que digam membros, pelo menos uma vez por mês.
respeito aos membros da Ordem, com exceção dos que
sejam da competência do conselho jurisdicional; Artigo 52.º
b) Requerer a qualquer órgão regional e local os parece-
Delegações distritais e de ilha
res e as informações que, no âmbito das suas competências
disciplinares, se tornem necessários para o desempenho 1 — As delegações distritais e as delegações de ilha, ou
das suas funções; grupo de ilhas, possuem um órgão executivo constituído
c) Requerer externamente os pareceres especializados por um delegado e dois adjuntos, que reúne, pelo menos,
que considerarem necessários ao desempenho das suas bimestralmente.
funções; 2 — A delegação é representada, localmente, pelo de-
d) Elaborar e aprovar o seu regimento. legado, a quem compete convocar e dirigir as reuniões do
órgão executivo.
3 — Das decisões dos conselhos disciplinares cabe re- 3 — A assembleia da delegação é constituída pelos
curso para o conselho jurisdicional, nos termos do regu- membros efetivos domiciliados na circunscrição abrangida
lamento disciplinar. pela delegação e compete-lhe eleger o órgão executivo
4 — Os conselhos disciplinares são assessorados por local.
juristas com mais de cinco anos de experiência profissional 4 — Como estruturas locais da Ordem, para efeito de
e dispõem do pessoal administrativo necessário para os prestação de serviços de proximidade aos membros e para
respetivos secretariados de apoio. prossecução local da missão e atribuições da Ordem, com-
5 — Os restantes órgãos regionais e locais da Ordem co- pete ao órgão executivo da delegação:
laboram com os conselhos disciplinares, quando por estes
solicitados, no âmbito das suas funções disciplinares. a) Assegurar a prestação de serviços de proximidade
6 — Os conselhos disciplinares reúnem quando con- aos membros da Ordem e às instituições locais;
vocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa des- b) Promover ações tendentes à realização da missão e
tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus atribuições da Ordem, de acordo com as linhas de atuação
membros. e planos de atividade definidos pelo conselho diretivo
regional;
Artigo 51.º c) Gerir as atividades locais nos termos do presente
Estatuto e dos regulamentos da Ordem, e administrar os
Conselhos regionais de colégio
bens que lhe são confiados, prestando trimestralmente
1 — Em cada região existe um conselho regional de contas ao conselho diretivo regional, sendo que as contas
colégio, desde que nela estejam inscritos, pelo menos, do último trimestre de cada ano têm que ser prestadas até
20 membros efetivos agrupados no colégio. ao dia 20 de janeiro do ano seguinte;
2 — Os conselhos regionais de colégio são integrados d) Colaborar na organização e realização de eleições
pelo coordenador regional de colégio, pelo vogal regional e referendos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6669

e) Receber os pedidos de inscrição de candidatos a e qualificação, o conselho diretivo nacional considere o


membro e promover, localmente, os serviços e apoios a mais adequado.
prestar aos membros; 4 — A estruturação organizativa de novos domínios
f) Propor a organização e dirigir os respetivos serviços técnicos e científicos da atividade de engenharia dentro
administrativos; dos colégios compete à assembleia de representantes, sob
g) Representar a Ordem em juízo, quando para isso proposta do conselho diretivo nacional, ouvidos o conse-
tenha delegação do presidente da respetiva região; lho de admissão e qualificação e o conselho coordenador
h) Elaborar e aprovar o seu regimento. dos colégios.
5 — Sob proposta do conselho de admissão e qualifi-
5 — Pelo menos trienalmente, convocada e dirigida cação, o conselho diretivo nacional aprova e torna público
pelo bastonário, realiza-se, sem caráter deliberativo, uma através do portal da Ordem, uma tabela e respetivas atua-
convenção dos delegados distritais que inclui os delegados lizações, das correspondências dos cursos de engenharia
de ilha ou grupo de ilhas, para tratar de assuntos relativos professados em escolas nacionais e as especialidades e
às suas atividades, podendo ser aprovadas recomendações colégios estruturadas na Ordem.
aos conselhos diretivos regionais e ao conselho diretivo
nacional. Artigo 55.º
6 — Os órgãos executivos das delegações reúnem Especializações
quando convocados pelos seus delegados, por iniciativa
destes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus 1 — Entende-se por especialização uma área restrita da
membros, pelo menos uma vez por bimestre. atividade da engenharia, contida numa especialidade ou
7 — O delegado goza de voto de qualidade, em caso de abrangendo matérias de várias especialidades, que assuma
empate nas votações do órgão executivo local. importância científica e técnica e desenvolva metodologia
específica.
Artigo 53.º 2 — As especializações estruturam-se do seguinte
modo:
Reuniões dos órgãos
a) Especializações verticais;
A participação nas reuniões dos órgãos e comissões da b) Especializações horizontais.
Ordem faz-se através da presença física dos membros que
os integram no próprio local onde decorrerem as reuniões, 3 — São verticais as especializações contidas apenas
podendo, no entanto, até metade dos membros que com- numa especialidade e horizontais as que abranjam matérias
põem o órgão ou comissão, participar e votar nas mesmas de várias especialidades, acessíveis aos membros titulares
através de meios audiovisuais. dos respetivos títulos de especialidade.
4 — A especialidade de engenharia civil contém as se-
CAPÍTULO V guintes especializações:

Especialidades e especializações a) Direção e gestão da construção;


b) Estruturas;
Artigo 54.º c) Hidráulica e recursos hídricos;
d) Planeamento e ordenamento do território;
Definição e enumeração e) Segurança no trabalho da construção.
1 — Entende-se por especialidade um domínio da ati-
vidade da engenharia com características técnicas e cien- 5 — A especialidade de engenharia eletrotécnica contém
tíficas próprias que assuma no país relevância económica as seguintes especializações:
e social. a) Luminotecnia;
2 — A Ordem é estruturada de acordo com as seguintes b) Telecomunicações.
especialidades:
a) Engenharia civil; 6 — As especialidades de engenharia contêm as seguin-
b) Engenharia eletrotécnica; tes especializações horizontais:
c) Engenharia mecânica; a) Avaliações de engenharia;
d) Engenharia geológica e de minas; b) Energia;
e) Engenharia química e biológica; c) Acústica;
f) Engenharia naval; d) Aeronáutica;
g) Engenharia geográfica; e) Alimentar;
h) Engenharia agronómica; f) Climatização;
i) Engenharia florestal; g) Refrigeração;
j) Engenharia de materiais; h) Segurança;
k) Engenharia informática; i) Gestão industrial;
l) Engenharia do ambiente. j) Sanitária;
k) Têxtil;
3 — Os titulares de curso de engenharia que permita o l) Geotecnia;
acesso à Ordem que não tenha correspondência direta com m) Manutenção industrial;
as especialidades e colégios nela estruturados são inscritos n) Sistemas de informação geográfica;
naquele que, através de proposta do conselho de admissão o) Transportes e vias de comunicação.
6670 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Artigo 56.º Artigo 58.º


Atribuição do título de engenheiro especialista Atividade editorial
1 — O título de engenheiro especialista é atribuído aos 1 — A atividade editorial da Ordem constitui um dos
engenheiros seniores que atinjam resultado global posi- meios de projeção da sua vida associativa e das suas ativi-
tivo numa avaliação dos órgãos competentes da Ordem, dades técnicas, científicas e profissionais e deve obedecer
nos termos regulamentares, contemplando os requisitos a diretivas do conselho diretivo nacional, a integrar num
seguintes: regulamento editorial.
a) Curriculum profissional, que revele valor científico 2 — Cabe ao conselho diretivo nacional, aos conse-
e ou técnico para a especialização; lhos diretivos das regiões e aos conselhos dos colégios
b) Conhecimentos e grau de competência profissional promover a produção de textos técnicos, científicos e
na especialização; profissionais.
c) Relevância da atividade profissional no âmbito da 3 — As regiões e as secções podem realizar a edição
especialização; das publicações, periódicas ou não, que os seus conse-
d) Extensão da experiência profissional, relevante para lhos diretivos considerem convenientes para a prosse-
a especialização; cução dos objetivos da Ordem nos respetivos âmbitos
e) Formação complementar de índole académica ou regionais.
profissional na área da especialização;
f) Experiência como formador na área da especializa-
ção; CAPÍTULO VII
g) Produção editorial na área da especialização; Eleições e referendos
h) Inscrição em organizações científicas ou técnicas e
outras, nacionais ou estrangeiras, no domínio da sua espe- Artigo 59.º
cialização, e participação na realização das mesmas.
Elegibilidade
2 — O título de engenheiro especialista é atribuído pelo 1 — Só podem ser eleitos para os órgãos da Ordem os
conselho diretivo nacional, sob parecer da comissão de es- membros efetivos que se encontrem no pleno gozo dos
pecialização, e pronúncia do conselho nacional de colégio, seus direitos.
sendo a especialização vertical, ou do conselho coordena- 2 — Não podem ser eleitos os membros das comissões
dor dos colégios, sendo a especialização horizontal, e do de fiscalização do ato eleitoral.
conselho de admissão e qualificação. 3 — Só podem ser eleitos para o cargo de bastonário e
3 — O parecer da comissão de especialização conclui
para membro dos órgãos com competências disciplinares
de forma explícita pela atribuição ou não do título de es-
pecialista ao requerente, após a avaliação dos elementos os membros efetivos com, pelo menos, 10 anos de exercício
mencionados no n.º 1. da profissão de engenheiro e, para os cargos de membro dos
4 — As competências atribuídas aos conselhos diretivo órgãos com competências executivas, os membros efetivos
nacional, de admissão e qualificação e coordenador de com, pelo menos, cinco anos de exercício da profissão de
colégios podem ser por estes delegadas nos respetivos engenheiro.
presidentes e as atribuídas às comissões de especialização
podem ser por estas delegadas nos respetivos coordena- Artigo 60.º
dores. Assembleia eleitoral nacional
5 — A tramitação na Ordem, os prazos para os respeti-
vos órgãos se pronunciarem, a comunicação dos pareceres 1 — A assembleia eleitoral nacional é constituída por
e decisões ao requerente, são objeto do regulamento das todos os membros efetivos da Ordem no pleno gozo dos
especializações. seus direitos estatutários.
2 — A competência da assembleia eleitoral nacional é
restrita a assuntos eleitorais.
CAPÍTULO VI 3 — A assembleia eleitoral nacional é organizada em
Congresso e atividade editorial delegações regionais.
4 — As mesas das assembleias regionais funcionam
Artigo 57.º como mesas das delegações regionais da assembleia elei-
toral nacional.
Congresso
1 — A Ordem realiza, com frequência não inferior a Artigo 61.º
três anos, um congresso de índole técnica, científica e Incompatibilidades no exercício de funções
profissional.
2 — O congresso tem lugar, rotativamente, em cada 1 — O exercício de funções executivas, disciplinares
uma das regiões norte, centro e sul, com possibilidade de e de fiscalização em órgãos da Ordem é incompatível
realização nos Açores ou na Madeira por deliberação do entre si.
conselho diretivo nacional. 2 — O exercício de cargos nos órgãos da Ordem não é
3 — A organização do congresso compete ao conselho incompatível com o exercício de quaisquer funções dirigen-
diretivo nacional, que conta, para a sua organização, com tes na função pública ou com qualquer outra função, exceto
uma comissão executiva, a qual integra, entre outros, ele- quando tal incompatibilidade resultar expressamente da lei,
mentos do conselho diretivo da região em que se realizar ou quando se verifique um manifesto conflito de interesses,
e representantes dos colégios. como tal declarado pelo conselho jurisdicional.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6671

Artigo 62.º c) Presidente e vice-presidente do conselho jurisdi-


Mandatos e exercício de cargos
cional;

1 — Os mandatos dos membros dos órgãos da Ordem simultânea ou sucessivamente, os lugares são preenchidos,
têm a duração de três anos. por eleição, nos três meses seguintes à verificação das
2 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei- referidas situações.
ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o 2 — Se idêntica situação se verificar para qualquer outro
respetivo mandato não excede a vigência do mandato dos cargo elegível, o lugar vago é preenchido pelos suplentes
restantes órgãos. na lista de eleição respetiva ou, caso tal não seja possível,
3 — Os cargos dos órgãos executivos, quando exercidos por eleição, nos três meses seguintes à verificação da ces-
com caráter de regularidade e permanência, podem ser sação do mandato.
remunerados, nos termos de regulamento aprovado pela 3 — Os membros nomeados cujo mandato cesse, por
assembleia de representantes. qualquer motivo, são substituídos por escolha do órgão
competente para a sua nomeação.
Artigo 63.º 4 — Os membros eleitos, substitutos ou nomeados em
Reeleição
consequência do disposto nos números anteriores, termi-
nam o mandato do membro substituído.
É permitida a reeleição, mas o mesmo cargo não pode 5 — As eleições a que se referem os n.os 1 e 2 só têm
ser desempenhado, consecutivamente, por mais de dois lugar se o período que decorrer para a data das eleições
mandatos. ordinárias para os órgãos da Ordem e mesas das assem-
Artigo 64.º bleias for superior a 180 dias.
Início e termo do exercício anual
Artigo 68.º
Considera-se que o exercício anual do mandato dos
Mandatos dos suplentes
membros eleitos para os órgãos da Ordem se inicia a 1
de abril ou no primeiro dia útil imediatamente a seguir, Os mandatos exercidos pelos membros suplentes em
quando aquele não o for. substituição, que não ultrapassem 18 meses, não contam
para os efeitos previstos no artigo 63.º
Artigo 65.º
Início do mandato
Artigo 69.º
Eleições ordinárias e extraordinárias
Os mandatos iniciam-se com a tomada de posse no início
de um exercício anual. 1 — As eleições para os órgãos da Ordem são ordinárias
e extraordinárias.
Artigo 66.º 2 — As eleições ordinárias destinam-se a eleger os mem-
Alheamento do cargo
bros dos órgãos da Ordem para mandatos completos.
3 — As eleições extraordinárias visam a designação de
Para além de outros motivos previstos na lei e no pre- membros para o preenchimento de lugares vagos.
sente Estatuto, perdem o mandato por alheamento do cargo: 4 — As eleições para os órgãos da Ordem regem-se
pelo disposto no presente Estatuto e no regulamento de
a) Os membros dos órgãos executivos da Ordem que
eleições e referendos.
faltarem a mais de três reuniões seguidas ou seis interpo-
ladas dos respetivos órgãos, incluindo os cargos exercidos
por inerência no órgão a que faltarem; Artigo 70.º
b) Os membros da assembleia de representantes que falta- Âmbito territorial das eleições
rem a mais de duas reuniões seguidas ou quatro interpoladas;
1 — As eleições para os órgãos da Ordem são de âmbito
c) Os membros dos restantes órgãos da Ordem que fal-
nacional e regional.
tarem a mais de três reuniões seguidas ou seis interpoladas
2 — As eleições de âmbito nacional destinam-se à es-
dos mesmos;
colha:
d) Os membros das mesas das assembleias que faltarem
a mais de duas reuniões seguidas das respetivas assem- a) Do bastonário e dos vice-presidentes;
bleias ou quatro interpoladas, ou ainda no mesmo número, b) Dos membros elegíveis da assembleia de represen-
a reuniões da mesa ou dos órgãos ou comissões da Ordem tantes;
a que pertençam por inerência. c) Dos membros elegíveis dos conselhos nacionais de
colégio, das comissões de especialização e do conselho de
Artigo 67.º admissão e qualificação;
d) Dos membros do conselho fiscal nacional;
Vacatura do cargo
e) Dos membros do conselho jurisdicional.
1 — Nos casos de renúncia, sanção disciplinar mais
grave do que a advertência, exoneração, incapacidade 3 — As eleições de âmbito regional, em assembleia
prolongada, alheamento do cargo ou perda da qualidade regional, visam a escolha de membros dos:
de membro efetivo dos:
a) Conselhos diretivos das regiões;
a) Bastonário e vice-presidentes nacionais; b) Conselhos fiscais das regiões;
b) Presidente e vice-presidente dos conselhos diretivos c) Conselhos disciplinares;
das regiões; d) Conselhos regionais de colégio.
6672 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

4 — As eleições de âmbito local, em assembleia distri- Artigo 75.º


tal ou insular, visam a escolha de membros da delegação Referendos
distrital ou insular.
Os referendos na Ordem têm âmbito nacional e caráter
Artigo 71.º vinculativo, destinando-se à votação:
Simultaneidade das eleições a) De propostas relativas à dissolução da Ordem;
b) Das matérias que a assembleia de representantes
As eleições ordinárias de âmbito nacional e regional
delibere, mediante proposta do conselho diretivo nacional,
têm lugar simultaneamente.
submeter a referendo, nos termos da alínea g) do n.º 5 do
artigo 39.º
Artigo 72.º
Normas eleitorais Artigo 76.º
1 — A eleição do bastonário e dos dois vice-presidentes, Organização do processo eleitoral
membros do conselho diretivo nacional, é feita conjunta-
A organização do processo eleitoral ou referendário
mente, em lista fechada, por escrutínio secreto e universal,
compete às mesas das assembleias regionais, que devem,
não podendo ser todos da mesma região ou da mesma
nomeadamente:
especialidade.
2 — No âmbito de cada especialidade, os candidatos a) Convocar as assembleias eleitorais e de referendo;
à eleição para o conselho de admissão e qualificação são b) Promover a constituição das comissões de fiscali-
eleitos pelos membros efetivos da respetiva especialidade, zação;
em lista aberta. c) Organizar os cadernos eleitorais e apreciar as respe-
3 — Os candidatos à eleição para presidente e restantes tivas reclamações;
membros dos conselhos nacionais de colégio são eleitos d) Verificar a regularidade das candidaturas;
pelos membros efetivos do respetivo colégio, em lista e) Decidir sobre reclamações do ato eleitoral que lhes
fechada. sejam apresentadas.
4 — Dos 60 membros a eleger para a assembleia, a
representação faz-se de modo proporcional pelo método Artigo 77.º
de Hondt ao número de membros de cada especialidade e Comissão eleitoral nacional
colégio, tendo as listas concorrentes, no entanto, de apre-
sentar candidatos de todas as especialidades e colégios 1 — A comissão eleitoral nacional é constituída pelo
estruturados na Ordem, sendo que a origem territorial dos presidente da mesa da assembleia de representantes, pelos
membros obedece também ao mesmo sistema de represen- presidentes das mesas das assembleias regionais, ou pelos
tação e método, consoante o número de membros inscritos seus legais substitutos.
em cada região, tendo de ser apresentado, pelo menos, um 2 — Preside à comissão eleitoral nacional o membro
candidato oriundo de cada uma das regiões dos Açores e de mais baixo número de inscrição na Ordem, de entre os
da Madeira e de cada delegação distrital e insular. referidos no número anterior.
5 — As eleições dos membros dos órgãos das regiões 3 — As deliberações da comissão eleitoral nacional
são feitas pelas assembleias regionais em listas fechadas, só são válidas com o voto favorável da maioria dos seus
dizendo cada lista respeito a cada um dos órgãos a ele- membros.
ger. 4 — Compete à comissão eleitoral nacional coordenar
6 — A eleição dos membros dos conselhos regionais de o processo eleitoral dos órgãos nacionais da Ordem:
colégio é feita pelos membros do respetivo colégio. a) Bastonário e vice-presidentes;
7 — A eleição do presidente e do vogal do conselho b) Dos membros da assembleia de representantes;
fiscal nacional é feita em lista única e fechada. c) Dos membros elegíveis dos conselhos nacionais de
8 — A eleição dos membros do conselho jurisdicional é colégio;
feita em lista única e fechada, com indicação do respetivo d) Dos membros do conselho fiscal nacional;
presidente. e) Dos membros do conselho jurisdicional nacional;
9 — As candidaturas têm de ser individualizadas para f) Dos membros do conselho de admissão e qualifica-
cada órgão. ção;
g) Dos membros das comissões de especialização.
Artigo 73.º
Apresentação de candidaturas 5 — A coordenação referida no número anterior inclui,
nomeadamente, a competência para:
A apresentação de candidaturas obedece ao regulamento
de eleições e referendos, e devem ser apresentadas com a a) Verificar a regularidade das respetivas candidatu-
antecedência mínima de 60 dias em relação à data desig- ras;
nada para as eleições. b) Garantir a igualdade de oportunidades às listas con-
correntes;
Artigo 74.º c) Assegurar que todos os tipos de votação garantem a
pessoalidade e o secretismo do voto;
Marcação das eleições
d) Elaborar o mapa nacional dos resultados das eleições
A marcação da data das eleições compete ao conselho di- para os órgãos referidos no número anterior;
retivo nacional e deve ser feita com a antecedência mínima e) Proclamar as listas vencedoras para os órgãos na-
de 90 dias em relação à data designada para as eleições. cionais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6673

6 — A comissão eleitoral nacional entra em funções, representantes a eleger em cada região são aprovados pela
para efeitos eleitorais, no dia em que for divulgada pelo respetiva mesa da assembleia regional.
bastonário a data marcada para as eleições e cessa-as com 8 — Os procedimentos respeitantes à votação eletrónica,
a proclamação das listas vencedoras. à votação presencial e à votação por correspondência são
definidos no regulamento de eleições e referendos.
Artigo 78.º
Comissões de fiscalização
Artigo 82.º
Recurso
1 — É constituída em cada região ou secção regional
uma comissão de fiscalização, composta pelo presidente 1 — Pode ser interposto recurso do ato eleitoral com
da respetiva mesa da assembleia regional e por um repre- fundamento em irregularidades verificadas no ato eleitoral,
sentante de cada uma das listas concorrentes ou propo- o qual deve ser apresentado à mesa da assembleia regional
nentes, a qual inicia as suas funções no dia seguinte ao da respetiva no prazo de cinco dias a contar do encerramento
apresentação das candidaturas ou da abertura do processo do ato eleitoral.
de referendo. 2 — Da decisão da mesa da assembleia regional cabe
2 — Os representantes de cada lista concorrente devem recurso para o conselho jurisdicional, a interpor no prazo de
ser indicados conjuntamente com a apresentação das res- oito dias contados da data em que os interessados tiveram
petivas candidaturas. conhecimento da decisão da mesa.
3 — Se o presidente da mesa da assembleia geral for
candidato nas eleições a realizar, é substituído na comissão Artigo 83.º
de fiscalização por um dos secretários ou por um membro
Proclamação dos resultados
da Ordem designado pela respetiva mesa.
1 — Não tendo havido interposição de recursos, ou
Artigo 79.º decididos os que houverem sido interpostos, é feita a pro-
clamação das listas vencedoras.
Competência das comissões de fiscalização
2 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
Compete às comissões de fiscalização: proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
gionais.
a) Fiscalizar o processo eleitoral ou de referendo;
3 — A proclamação das listas vencedoras para os ór-
b) Elaborar relatórios de eventuais irregularidades, a
gãos nacionais da Ordem é feita pela comissão eleitoral
entregar às correspondentes mesas das assembleias re-
nacional.
gionais.
Artigo 84.º
Artigo 80.º
Posse dos membros eleitos
Sufrágio
1 — O bastonário cessante confere posse aos membros
1 — O sufrágio é universal, direto, periódico e por voto
eleitos para os órgãos nacionais.
secreto.
2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio-
2 — Têm direito de voto os membros efetivos da Ordem
nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos
que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos.
regionais.
Artigo 81.º
Artigo 85.º
Tipos de votação
Campanha eleitoral
1 — O voto é pessoal e secreto, não sendo admitido o
voto por procuração. 1 — A Ordem comparticipa nos encargos da campanha
2 — O voto é exercido por um dos seguintes meios: eleitoral de cada lista num montante igual para todas.
2 — As comparticipações são fixadas pelo conselho
a) Eletronicamente, pela Internet; diretivo nacional ou pelos conselhos diretivos das regiões,
b) Presencialmente. conforme se trate de eleições para órgãos nacionais ou
regionais.
3 — A título transitório, e em período a definir no re-
gulamento de eleições e referendos, o voto pode ainda ser Artigo 86.º
exercido por correspondência.
Organização do referendo
4 — Todos os tipos de votação devem garantir a autenti-
cação do eleitor, a confidencialidade e integridade do voto 1 — Compete ao conselho diretivo nacional fixar a data
e a auditabilidade de todos os tipos de votação. do referendo.
5 — Os boletins de voto são, em função da respetiva 2 — Os textos a submeter a referendo devem ser divul-
natureza, eletrónicos ou em papel, neles devendo constar gados junto de todos os membros da Ordem e ser sujeitos
as listas admitidas a sufrágio. a reuniões de esclarecimento e debate, sem carácter deli-
6 — Os modelos dos boletins de voto para a eleição dos berativo, que são convocadas a nível regional e dirigidas
órgãos nacionais são aprovados pela comissão eleitoral pelos respetivos conselhos diretivos.
nacional. 3 — As propostas de alteração aos textos a referendar
7 — Os modelos dos boletins de voto para a eleição devem ser dirigidas por escrito, durante o período de escla-
dos órgãos regionais e para os membros da assembleia de recimento e debate, ao conselho diretivo nacional, sendo os
6674 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

respetivos subscritores identificados pelo nome completo, 2 — A suspensão da inscrição não faz cessar a responsa-
assinatura, número de membro e residência. bilidade disciplinar por infrações anteriormente praticadas
4 — As restantes propostas podem, por deliberação da pelo membro da Ordem enquanto tal.
assembleia de representantes, ser ou não incluídas nos 3 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o mem-
textos a referendar ou, ainda, apresentadas como alter- bro continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem.
nativa.
Artigo 87.º Artigo 91.º
Resultado do referendo Independência da responsabilidade
disciplinar dos membros da Ordem
1 — Os resultados dos referendos correspondem à maio-
ria simples dos votos válidos entrados nas urnas. 1 — A responsabilidade disciplinar é independente da
2 — Quando se trate de projetos de propostas relativos responsabilidade civil e criminal decorrente da prática do
à dissolução da Ordem, a aprovação carece do voto ex- mesmo facto.
presso de mais de metade dos membros efetivos inscritos 2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem
nos cadernos eleitorais. coexiste com qualquer outra prevista por lei.
3 — Os resultados dos referendos só podem ser consi- 3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver
derados como definitivos: sido instaurado processo penal contra membro e, para se co-
nhecer da existência de uma infração disciplinar, for necessário
a) Em primeira votação, se votarem, pelo menos, 20 % julgar qualquer questão que não possa ser convenientemente
dos membros inscritos nos cadernos eleitorais; resolvida no processo disciplinar, pode ser ordenada a suspen-
b) Em segunda votação, se votarem, pelo menos, 10 % são do processo disciplinar por um período máximo de um ano.
dos membros inscritos nos cadernos eleitorais. 4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade
4 — A segunda votação realiza-se nos 30 dias subse- judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à
quentes à data da primeira votação. Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver
5 — Se, em segunda votação, os resultados não puderem lugar, do despacho de pronúncia.
ser considerados definitivos, o processo pode ser reiniciado 5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem
decorrido um ano sobre a data da segunda votação. que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
6 — Os resultados dos referendos são divulgados pelo no processo disciplinar.
conselho diretivo nacional após a receção dos apuramentos 6 — Sempre que, em processo penal contra membro, for
parciais de todas as regiões e secções regionais. designado dia para a audiência de julgamento, o tribunal
deve ordenar a remessa à Ordem, preferencialmente por
Artigo 88.º via eletrónica, do despacho de acusação, do despacho de
pronúncia e da contestação, se tiver sido apresentada, bem
Alterações ao regulamento como quaisquer outros elementos solicitados pelo conselho
Não podem ser realizadas alterações ao regulamento de diretivo nacional ou pelo bastonário.
eleições e referendos durante o processo eleitoral ou de 7 — Os factos considerados provados em processo pe-
referendo, nem nos 90 dias precedentes. nal contra membro consideram-se também provados em
processo disciplinar.
8 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
CAPÍTULO VIII rante a Ordem decorrente da prática de infrações é indepen-
dente da responsabilidade disciplinar perante os respetivos
Da ação disciplinar empregadores, por infração dos deveres emergentes de
relações de trabalho.
SECÇÃO I
Artigo 92.º
Disposições gerais
Responsabilidade disciplinar dos profissionais
Artigo 89.º em livre prestação de serviços

Infração disciplinar Os profissionais que prestem serviços em território na-


cional em regime de livre prestação são equiparados aos
1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
omissão de qualquer membro da Ordem que viole os de- do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-
veres consignados no presente Estatuto ou nos respetivos terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
regulamentos. de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 5
2 — As infrações disciplinares previstas no presente do artigo 100.º do presente Estatuto e do regulamento
Estatuto e demais disposições legais e regulamentares disciplinar.
aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência. Artigo 93.º
3 — A tentativa é punível.
Responsabilidade disciplinar das sociedades profissionais
Artigo 90.º As pessoas coletivas que sejam membros da Ordem
Jurisdição disciplinar
estão sujeitas ao poder disciplinar dos órgãos desta última
nos termos do presente Estatuto e da lei que estabelece o
1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder regime jurídico da constituição e funcionamento das socie-
disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no dades de profissionais que estejam sujeitas a associações
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. públicas profissionais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6675

Artigo 94.º 2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades devem


dar conhecimento à Ordem da prática, por membros desta,
Prescrição do procedimento disciplinar
de factos suscetíveis de constituir infração disciplinar.
1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito 3 — Sem prejuízo do disposto na lei de processo penal
de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver acerca do segredo de justiça, o Ministério Público e os
decorrido o prazo de cinco anos, salvo o disposto no nú- órgãos de polícia criminal remetem à Ordem certidão das
mero seguinte. denúncias, participações ou queixas apresentadas contra
2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente associados e que possam consubstanciar factos suscetíveis
infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição de constituir infração disciplinar.
sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar
apenas prescreve após o decurso deste último prazo. Artigo 96.º
3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar Desistência da participação
corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
A desistência da participação disciplinar pelo partici-
4 — O prazo de prescrição só corre:
pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da imputada afetar a dignidade do membro visado e, neste
sua prática; caso, este manifestar intenção de que o processo prossiga,
b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer uma
do último ato; das suas especialidades.
c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
a consumação. Artigo 97.º
Instauração do processo disciplinar
5 — O procedimento disciplinar também prescreve se,
desde o conhecimento ou a participação efetuada nos ter- 1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo
mos do n.º 1 do artigo seguinte, não se iniciar o processo por base queixa, denúncia ou participação apresentada por
pessoa devidamente identificada, contendo factos sus-
disciplinar competente no prazo de um ano.
cetíveis de integrarem infração disciplinar do membro,
6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar comunica, de imediato, os factos ao órgão competente
interrompe-se com a notificação ao arguido: para a instauração de processo disciplinar.
a) Da instauração do processo disciplinar; 2 — Quando se conclua que a participação é infundada,
b) Da acusação. dela se dá conhecimento ao membro visado e são emitidas
as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela
7 — Após cada período de interrupção começa a correr dos seus direitos e interesses legítimos.
novo prazo de prescrição. 3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou con-
8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar tra qualquer membro do conselho jurisdicional em efeti-
suspende-se durante o tempo em que: vidade de funções só pode ser instaurado por deliberação
da assembleia de representantes, aprovada por maioria
a) O processo disciplinar estiver suspenso, a aguardar absoluta.
despacho de acusação ou de pronúncia em processo pe- Artigo 98.º
nal; Legitimidade processual
b) A decisão final do processo disciplinar não puder
ser notificada ao arguido, por motivo que lhe seja impu- As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela-
tável. tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem
a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o
9 — A suspensão, quando resulte da situação prevista que tiverem por conveniente.
na alínea b) do número anterior, não pode ultrapassar o
prazo de dois anos. Artigo 99.º
10 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do Direito subsidiário
dia em que cessar a causa da suspensão.
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro-
cesso disciplinar rege-se por regulamento disciplinar, sendo
SECÇÃO II subsidiariamente aplicáveis as normas procedimentais
previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
Do exercício da ação disciplinar aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
Artigo 95.º
SECÇÃO III
Exercício da ação disciplinar
Das sanções disciplinares
1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
suscetíveis de constituir infração disciplinar: Artigo 100.º
a) O bastonário; Aplicação de sanções disciplinares
b) Os conselhos diretivos regionais;
c) O Ministério Público, nos termos do n.º 3; 1 — As sanções disciplinares são as seguintes:
d) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada pelos a) Advertência;
factos participados. b) Repreensão registada;
6676 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

c) Suspensão do exercício profissional até ao máximo e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
de 15 anos. durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso
do período de suspensão de sanção disciplinar;
2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações leves f) A produção de prejuízos de valor considerável,
no exercício da profissão dos membros. entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de
3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a metade da alçada dos tribunais da Relação.
infrações graves.
4 — A sanção de suspensão é aplicável quando, tendo Artigo 102.º
em conta a natureza da profissão, a infração disciplinar Aplicação de sanções acessórias
seja grave e tenha posto em causa a vida, a integridade
física das pessoas ou seja gravemente lesiva da honra ou 1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
do património alheios ou de valores equivalentes. disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções
5 — O incumprimento pelo membro do dever de pagar acessórias:
quotas pode dar lugar à aplicação de sanção disciplinar de a) Frequência obrigatória de ações de formação suple-
suspensão, quando se apure que aquele incumprimento é mentares às ações de formação obrigatórias;
culposo e se prolongue por período superior a 12 meses. b) Restituição de quantias, documentos ou objetos;
6 — No caso de profissionais em regime de livre presta- c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio
ção de serviços em território nacional, a sanção prevista no de despesas;
n.º 4 assume a forma de interdição temporária do exercício d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido;
da atividade profissional neste território. e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período
7 — A aplicação de sanção mais grave do que a mera máximo de 15 anos.
advertência a membro que exerça algum cargo nos órgãos
da Ordem determina a imediata destituição desse cargo, 2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre
sem dependência de deliberação da assembleia de repre- si.
sentantes nesse sentido. 3 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender-
8 — A tentativa é punível com a sanção aplicável à -se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior.
infração consumada, especialmente atenuada. 4 — O resultado da aplicação das sanções acessórias
9 — Sempre que a infração resulte da violação de um previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1, considera-se perdido
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas a favor da Ordem.
não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
ainda for possível. Artigo 103.º
10 — A prática de infração é considerada reincidente Unidade e acumulação de infrações
quando repita o comportamento ilícito antes de decorrido o
prazo de cinco anos após o dia em que se tornar definitiva Sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias re-
a condenação por cometimento da infração anterior. feridas no artigo anterior, não pode aplicar-se ao mesmo
membro mais do que uma sanção disciplinar por cada
Artigo 101.º facto punível.
Graduação Artigo 104.º
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante- Suspensão das sanções
cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau
de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à 1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor-
situação económica do arguido e a todas as demais cir- tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática
da infração, as sanções disciplinares podem ser suspensas
cunstâncias agravantes ou atenuantes.
por um período compreendido entre um e cinco anos.
2 — São circunstâncias atenuantes:
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati-
a) O exercício efetivo da profissão de engenheiro por um vamente ao membro punido, seja proferida decisão final
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados, de condenação em novo processo disciplinar.
sem qualquer sanção disciplinar;
b) A confissão espontânea da infração ou das infra- Artigo 105.º
ções; Aplicação das sanções de suspensão
c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver-
dade; 1 — A aplicação das sanções de suspensão superior a
d) A reparação dos danos causados pela conduta le- dois anos só pode ter lugar após audiência pública, nos
siva. termos previstos no regulamento disciplinar.
2 — As sanções de suspensão por período superior a
3 — São circunstâncias agravantes: dois anos só podem ser aplicadas por deliberação que
reúna a maioria qualificada de dois terços dos membros
a) A premeditação, na prática da infração e na prepa- do órgão disciplinarmente competente.
ração da mesma;
b) O conluio; Artigo 106.º
c) A reincidência;
Execução das sanções
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando 1 — Compete ao conselho diretivo nacional dar execu-
outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior; ção às decisões proferidas em sede de processo disciplinar,
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6677

designadamente praticando os atos necessários à efetiva Artigo 110.º


suspensão da inscrição dos membros a quem sejam apli-
Princípio do cadastro na Ordem
cadas as sanções de suspensão.
2 — A aplicação de sanção de suspensão implica a proi- 1 — O processo individual dos membros na Ordem in-
bição temporária da prática de qualquer ato profissional e clui um cadastro, do qual constam as sanções disciplinares
a entrega da cédula profissional na sede da Ordem ou na referidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 100.º e as
região em que o arguido tenha o seu domicílio profissional, sanções acessórias que lhes tenham sido aplicadas.
nos casos aplicáveis. 2 — O cadastro é gerido pelo conselho diretivo nacio-
nal, com base nos elementos comunicados pelos órgãos
Artigo 107.º disciplinares da Ordem.
Início de produção de efeitos das sanções disciplinares 3 — A condenação de um membro em processo penal
é comunicada à Ordem para efeito de averbamento ao
1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos respetivo cadastro.
seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se 4 — A sanção referida na alínea b) do n.º 1 do ar-
torne definitiva. tigo 100.º é eliminada do cadastro após o decurso do prazo
2 — Se na data em que a decisão se torna definitiva de cinco anos a contar do seu cumprimento.
estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da
sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte
ao do levantamento da suspensão. SECÇÃO IV
Do processo
Artigo 108.º
Comunicação e publicidade Artigo 111.º
1 — A aplicação das sanções referidas nas alíneas b) Obrigatoriedade
e c) do n.º 1 do artigo 100.º é comunicada pelo conselho
A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre-
diretivo nacional:
cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade
a) À sociedade de profissionais ou organização associa- disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no
tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
dos factos e à data da condenação pela prática da infração
disciplinar; e Artigo 112.º
b) À autoridade competente noutro Estado membro da
Formas do processo
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu para o
controlo da atividade do arguido estabelecido nesse mesmo 1 — A ação disciplinar pode comportar as seguintes
Estado membro. formas:
2 — Quando a sanção aplicada for de suspensão é-lhe a) Processo de inquérito;
dada publicidade através do sítio oficial da Ordem e em b) Processo disciplinar.
locais considerados idóneos para o cumprimento das fina-
lidades de prevenção geral do sistema jurídico. 2 — O processo de inquérito é aplicável quando não
3 — Se for decidida a suspensão preventiva ou aplicada seja possível identificar claramente a existência de uma
sanção de suspensão, o conselho diretivo nacional deve infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a
inserir a correspondente anotação nas listas permanentes realização de diligências sumárias para o esclarecimento
de membros divulgadas por meios informáticos. ou a concretização dos factos em causa.
4 — A publicidade das sanções disciplinares, da sus- 3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis-
pensão preventiva e das sanções acessórias é promovida tam indícios de que determinado membro da Ordem pra-
pelo órgão disciplinarmente competente, sendo efetuada ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de
a expensas do arguido. constituir infração disciplinar.
5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a 4 — Depois de averiguada a identidade do infrator,
Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar ou, logo que se mostrem minimamente concretizados ou
publicidade à sua suspensão preventiva sempre que este esclarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis
não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce- de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata con-
dimento disciplinar. versão do processo de inquérito em processo disciplinar,
mediante parecer sucintamente fundamentado.
Artigo 109.º 5 — Quando a participação seja manifestamente in-
Prescrição das sanções disciplinares viável ou infundada, deve a mesma ser liminarmente ar-
quivada, dando-se cumprimento ao disposto no n.º 2 do
1 — As sanções disciplinares prescrevem nos seguintes artigo 97.º
prazos: 6 — Se da análise da conduta de um membro realizada
a) A de advertência, em dois anos; no âmbito do processo de inquérito resultar prova bastante
b) A de repreensão registada, em quatro anos; da prática de infração disciplinar abstratamente punível
c) A de suspensão, em cinco anos. com sanção de advertência ou de repreensão registada, o
órgão disciplinar competente pode determinar a suspensão
2 — O prazo de prescrição corre desde o dia seguinte provisória do processo mediante a imposição ao arguido de
àquele em que a decisão se torne definitiva. regras de conduta ou do pagamento de uma determinada
6678 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

quantia, a título de caução, sempre que se verifiquem os 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
seguintes pressupostos: processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério
Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos interessa-
a) Ausência de aplicação anterior de suspensão provi- dos, quando daí não resulte inconveniente para a instrução
sória do processo pelo mesmo tipo de infração; e sob condição de não ser divulgado o que dele conste.
b) Ausência de um grau de culpa elevado. 3 — O arguido ou o interessado, quando membro, que
não respeite a natureza secreta do processo incorre em
7 — No caso previsto no número anterior, são aplicáveis responsabilidade disciplinar.
ao arguido as seguintes medidas:
a) Pagamento, no prazo de 10 dias úteis, de uma quantia SECÇÃO V
entre € 100 e € 5 000, no caso de pessoas singulares, ou
entre € 1 000 e € 50 000, no caso de pessoas coletivas ou Das garantias
equiparadas;
b) Implementação de um plano de reestruturação da sua Artigo 116.º
atividade, nos termos e prazo que forem definidos; Decisões recorríveis
c) Frequência de ações de formação suplementares às
ações de formação obrigatórias, nos termos e prazo que 1 — Das decisões tomadas pelo conselho disciplinar
forem definidos. regional ou pelo conselho jurisdicional em primeira instân-
cia cabe recurso para o plenário do conselho jurisdicional.
8 — O incumprimento das medidas determinadas a 2 — As decisões de mero expediente ou referentes à
que se refere o número anterior implica a continuação do disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
processo disciplinar suspenso provisoriamente nos termos termos do número anterior.
3 — O exercício do direito de recurso é regulado pelas
dos n.os 6 e 7.
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar.
9 — Se o arguido cumprir as medidas determinadas,
o processo é arquivado e são-lhe devolvidas as quantias
Artigo 117.º
pagas.
Revisão
Artigo 113.º 1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
Processo disciplinar rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar
sempre que:
1 — O processo disciplinar é regulado pelo presente
Estatuto e pelo regulamento disciplinar. a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham
fases: sido determinantes para a decisão revidenda;
b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado
a) Instrução; como provado crime cometido por membro ou membros
b) Defesa do arguido; do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado
c) Decisão; com o exercício das suas funções no processo;
d) Execução. c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados
3 — Em todas as fases do processo disciplinar, são asse- como provados noutra decisão definitiva e da oposição re-
guradas ao arguido todas as garantias de defesa nos termos sultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação;
gerais de direito. d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
que, por si ou cominados com os que foram apreciados
Artigo 114.º no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
Suspensão preventiva decisão condenatória proferida.
1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido 2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or- tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação fundamento para a revisão.
tomada por maioria qualificada de dois terços dos mem- 3 — A revisão é admissível ainda que o processo se
bros em efetividade de funções do órgão competente da encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
Ordem. 4 — O exercício do direito de revisão é regulado pelas
2 — A suspensão a que se refere o número anterior disposições aplicáveis do regulamento disciplinar.
só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
prática de infração disciplinar à qual corresponda a sanção CAPÍTULO IX
de suspensão.
3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me- Receitas e despesas
ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
Artigo 118.º
Artigo 115.º Receitas dos órgãos nacionais
Natureza secreta do processo Constituem receitas dos órgãos nacionais da Ordem:
1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho a) A percentagem da quotização cobrada pelas regiões
de acusação ou arquivamento. que for fixada pela assembleia de representantes;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6679

b) O produto da venda de publicações editadas; Artigo 124.º


c) Os resultados da realização dos congressos; Regulamento dos estágios
d) O produto da prestação de serviços e de outras ati-
vidades; O regulamento dos estágios, cuja elaboração e revisão
e) As heranças, os legados, as doações e os sub- compete ao conselho diretivo nacional, é aprovado pela
sídios; assembleia de representantes e homologado pela tutela.
f) Os rendimentos dos bens que lhe estejam afetos e de
aplicações financeiras; Artigo 125.º
g) As taxas por atos ou serviços específicos; Regulamento de remunerações
h) Outras receitas previstas na lei.
O regulamento de remunerações dos cargos dos ór-
gãos executivos, cuja elaboração e revisão compete ao
Artigo 119.º
conselho diretivo nacional, é aprovado pela assembleia
Receitas dos órgãos regionais de representantes.
Constituem receitas dos órgãos das regiões:
Artigo 126.º
a) O produto das taxas pagas pelos respetivos membros
Regulamento das especialidades
inscritos;
b) A percentagem que lhes couber das quotas pagas O regulamento das especialidades, cuja elaboração e
pelos respetivos membros inscritos; revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro-
c) O produto da venda de publicações editadas nos vado pela assembleia de representantes e homologado
respetivos âmbitos; pela tutela.
d) O produto de outras atividades levadas a efeito por
sua iniciativa; Artigo 127.º
e) As heranças, os legados e as doações destinados a Regulamento das especializações
utilização na região em causa;
f) Os rendimentos dos bens que lhes estejam afetos; O regulamento das especializações, cuja elaboração e
g) Os juros de contas de depósitos. revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro-
vado pela assembleia de representantes e homologado
Artigo 120.º pela tutela.

Despesas Artigo 128.º


1 — São despesas da Ordem as de instalação, de pes- Regulamento de admissão e qualificação
soal, de manutenção, de funcionamento e todas as demais
O regulamento de admissão e qualificação, cuja ela-
necessárias à prossecução das suas atribuições.
boração e revisão compete ao conselho diretivo nacional,
2 — As despesas de deslocação ocasionadas pelo fun-
sob proposta do conselho de admissão e qualificação, é
cionamento dos órgãos nacionais são suportadas pelo con-
aprovado pela assembleia de representantes e homologado
selho diretivo nacional.
pela tutela.
Artigo 121.º Artigo 129.º
Congresso Regulamento de funcionamento da assembleia de representantes
As despesas com a realização dos congressos são su- O regulamento de funcionamento da assembleia de re-
portadas pelos órgãos nacionais. presentantes, cuja elaboração compete ao conselho diretivo
nacional, é aprovado por aquela assembleia.
CAPÍTULO X Artigo 130.º
Regulamentos Outros regulamentos de funcionamento
1 — Os regulamentos de funcionamento do conselho
Artigo 122.º diretivo nacional, do conselho fiscal nacional, do conse-
Regulamento disciplinar lho jurisdicional, do conselho de admissão e qualificação
e do conselho coordenador dos colégios são elaborados
O regulamento disciplinar, cuja elaboração e revisão pelos próprios órgãos e aprovados pela assembleia de
compete ao conselho jurisdicional, é aprovado pela as- representantes.
sembleia de representantes. 2 — Os regulamentos que definem as condições de
funcionamento das assembleias regionais, cuja elaboração
Artigo 123.º e revisão competem às respetivas mesas, são aprovados
pelas respetivas assembleias regionais, devendo qualquer
Regulamento de eleições e referendos
revisão sujeitar-se aos mesmos trâmites.
O regulamento de eleições e referendos, cuja elaboração 3 — As condições de funcionamento dos conselhos
e revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro- diretivos, dos conselhos fiscais e dos conselhos discipli-
vado pela assembleia de representantes. nares das regiões e secções são fixadas por regulamentos
6680 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

a elaborar pelo próprio órgão e a aprovar pelas respetivas e) Eleger e, quando pessoas singulares, ser eleitos para
assembleias regionais. o desempenho de funções na Ordem;
4 — Os regulamentos de funcionamento dos colégios f) Requerer a atribuição de títulos de especialista, con-
são elaborados pelos respetivos conselhos nacionais de selheiro e sénior;
colégio e aprovados pela assembleia de representantes, g) Beneficiar da atividade editorial da Ordem;
após parecer do conselho coordenador dos colégios. h) Utilizar os serviços oferecidos pela Ordem;
i) Utilizar a cédula profissional emitida pela Ordem.
Artigo 131.º
Regulamento de isenção de quotas Artigo 137.º
Deveres dos membros efetivos para com a Ordem
O regulamento de isenção de quotas e outros encargos
é aprovado pela assembleia de representantes sob proposta 1 — Constituem deveres dos membros efetivos para
do conselho diretivo nacional. com a Ordem:
Artigo 132.º a) Cumprir as obrigações do presente Estatuto, do có-
digo deontológico e dos regulamentos da Ordem;
Regulamento das delegações distritais b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem;
O regulamento das delegações distritais, cuja elaboração c) Desempenhar as funções para as quais tenham sido
compete ao conselho diretivo nacional, é aprovado pela eleitos ou escolhidos;
assembleia de representantes. d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colabora-
ção especializada que lhes for solicitada;
Artigo 133.º e) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar
alargar o seu âmbito de influência;
Outros regulamentos internos f) Satisfazer pontualmente o pagamento das quotas e de
A Ordem pode aprovar outros regulamentos de carácter outros encargos estabelecidos pela Ordem;
interno, designadamente em matéria de funcionamento g) Responder a inquéritos dos conselhos disciplina-
dos respetivos serviços, de comissões e grupos de trabalho res.
específicos, do congresso, e da atividade editorial, bem
como sobre o procedimento de acreditação de ações de 2 — Podem ser isentos do pagamento dos encargos refe-
formação, de indicação de peritos e de avaliadores. ridos na alínea f) do número anterior os membros efetivos
que não se encontrem no exercício efetivo da profissão em
Artigo 134.º território nacional, nos termos do regulamento referido no
artigo 131.º
Publicação
Os regulamentos da Ordem com eficácia externa são Artigo 138.º
publicados na 2.ª série do Diário da República.
Direitos e deveres dos membros estagiários
1 — Constituem deveres específicos dos membros es-
TÍTULO II tagiários os constantes do artigo 22.º
2 — Os membros estagiários podem gozar dos direitos
Deontologia profissional que não lhes estejam vedados e que não sejam incompatí-
veis com a sua condição, e estão sujeitos ainda aos deveres
CAPÍTULO I que não sejam incompatíveis com a sua condição, previstos
no presente capítulo.
Âmbito
Artigo 139.º
Artigo 135.º
Direitos dos membros honorários e correspondentes
Direitos e deveres
Os membros honorários e correspondentes gozam dos
Todos os membros da Ordem têm os direitos e deveres seguintes direitos:
decorrentes do presente Estatuto e da legislação em vigor,
nos termos dos artigos seguintes. a) Participar nas atividades da Ordem;
b) Intervir, sem direito a voto, na assembleia magna, nas
Artigo 136.º assembleias regionais e distritais e insulares.
Direitos dos membros efetivos
Artigo 140.º
Constituem direitos dos membros efetivos: Deveres dos membros correspondentes
a) Participar nas atividades da Ordem; Constituem deveres dos membros correspondentes para
b) Intervir nos congressos mediante inscrição, intervir com a Ordem:
na assembleia magna e intervir e votar nos referendos e
nas assembleias regionais; a) Cumprir as disposições do presente Estatuto e dos
c) Consultar as atas da assembleia de representantes e regulamentos estabelecidos pela Ordem;
das assembleias regionais; b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem;
d) Requerer a convocação de assembleias regionais c) Prestar a comissões e a grupos de trabalho a colabo-
extraordinárias; ração especializada que lhes for solicitada;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6681

d) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar pelo valor da sua colaboração e por uma conduta irrepre-
alargar o seu âmbito de influência; ensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e isenção, quer
e) Satisfazer os encargos estabelecidos pela Ordem; atuando individualmente, quer coletivamente.
f) Responder a inquéritos dos conselhos disciplinares. 2 — O engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência
desleal.
3 — O engenheiro deve usar da maior sobriedade nos
CAPÍTULO II anúncios profissionais que fizer ou autorizar.
Deveres decorrentes do exercício da atividade 4 — O engenheiro não deve aceitar trabalhos ou exercer
profissional funções que ultrapassem a sua competência ou exijam mais
tempo do que aquele de que disponha.
Artigo 141.º 5 — O engenheiro só deve assinar pareceres, projetos
ou outros trabalhos profissionais de que seja autor ou co-
Deveres do engenheiro para com a comunidade laborador.
1 — É dever fundamental do engenheiro possuir uma 6 — O engenheiro deve emitir os seus pareceres pro-
boa preparação, de modo a desempenhar com competência fissionais com objetividade e isenção.
as suas funções e contribuir para o progresso da engenharia 7 — O engenheiro deve, no exercício de funções pú-
e da sua melhor aplicação ao serviço da Humanidade. blicas, na empresa e nos trabalhos ou serviços em que
2 — O engenheiro deve defender o ambiente e os re- desempenhar a sua atividade, atuar com a maior correção e
cursos naturais. de forma a obstar a discriminações ou desconsiderações.
3 — O engenheiro deve garantir a segurança do pessoal 8 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em
executante, dos utentes e do público em geral. trabalhos sobre os quais tenha de se pronunciar no exer-
4 — O engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta, cício de diferentes funções ou que impliquem situações
ou contrária ao bem comum, do seu trabalho. ambíguas.
5 — O engenheiro deve procurar as melhores soluções Artigo 144.º
técnicas, ponderando a economia e a qualidade da produção
Deveres recíprocos dos engenheiros
ou das obras que projetar, dirigir ou organizar.
6 — O engenheiro deve combater e denunciar práticas 1 — O engenheiro deve avaliar com objetividade o
de discriminação social e trabalho infantil, assumindo uma trabalho dos seus colaboradores, contribuindo para a sua
atitude de responsabilidade social. valorização e promoção profissionais.
2 — O engenheiro apenas deve reivindicar o direito de
Artigo 142.º autor quando a originalidade e a importância relativas da
sua contribuição o justifiquem, exercendo esse direito com
Deveres do engenheiro para com a entidade
empregadora e para com o cliente respeito pela propriedade intelectual de outrem e com as
limitações impostas pelo bem comum.
1 — O engenheiro deve contribuir para a realização 3 — O engenheiro deve prestar aos colegas, quando
dos objetivos económico-sociais das organizações em que solicitada, toda a colaboração possível.
se integre, promovendo o aumento da produtividade, a 4 — O engenheiro não deve prejudicar a reputação
melhoria da qualidade dos produtos e das condições de profissional ou as atividades profissionais de colegas,
trabalho, com o justo tratamento das pessoas. nem deixar que sejam menosprezados os seus trabalhos,
2 — O engenheiro deve prestar os seus serviços com di- devendo, quando necessário, apreciá-los com elevação e
ligência e pontualidade, de modo a não prejudicar o cliente sempre com salvaguarda da dignidade da classe.
nem terceiros, nunca abandonando, sem justificação, os traba- 5 — O engenheiro deve recusar substituir outro enge-
lhos que lhe forem confiados ou os cargos que desempenhar. nheiro, só o fazendo quando as razões dessa substituição
3 — O engenheiro não deve divulgar nem utilizar segre- forem corretas e dando ao colega a necessária satisfação.
dos profissionais ou informações, em especial as científicas
e técnicas obtidas confidencialmente no exercício das suas
funções, salvo se, em consciência, considerar poderem TÍTULO III
estar em sério risco exigências de bem comum.
4 — O engenheiro só deve pagar-se pelos serviços que Disposições finais
tenha efetivamente prestado e tendo em atenção o seu
justo valor. Artigo 145.º
5 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em Controlo jurisdicional
trabalhos cujo pagamento esteja subordinado à confir-
mação de uma conclusão predeterminada, embora esta 1 — A atividade da Ordem no âmbito das suas atri-
circunstância possa influir na fixação da remuneração. buições e do exercício dos poderes públicos que lhe são
6 — O engenheiro deve recusar compensações de mais conferidos fica sujeita à jurisdição administrativa, nos
de um interessado no seu trabalho, quando possa haver termos da respetiva legislação.
conflitos de interesses ou não haja o consentimento de 2 — Das sanções disciplinares aplicadas pela Ordem
qualquer das partes. cabe recurso para os tribunais administrativos compe-
tentes.
Artigo 143.º Artigo 146.º
Deveres do engenheiro no exercício da profissão Balcão único
1 — O engenheiro, na sua atividade associativa profis- 1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações pre-
sional, deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se vistos no presente Estatuto entre a Ordem e profissionais,
6682 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

sociedades de engenheiros ou outras organizações associa- iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
tivas de profissionais para o exercício de engenharia, com do exercício da atividade, se for caso disso;
exceção dos relativos a procedimentos disciplinares, são iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
realizados por meios eletrónicos, através do balcão único ou outras formas de organização associativa de profis-
eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do sionais para que prestem serviços no Estado membro de
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através do origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade;
sítio na Internet da associação pública profissional em causa.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das g) Registo atualizado de sociedades de engenheiros e de
plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento outras formas de organização associativa inscritas com a
do disposto no número anterior, a transmissão da infor- respetiva designação, sede, número de inscrição e número
mação em apreço pode ser feita por entrega nos serviços de identificação;
da associação pública profissional em causa, por remessa h) Tabela das correspondências dos cursos de engenharia
pelo correio sob registo, por telecópia ou por correio ele- professados em escolas nacionais e as especialidades e
trónico. colégios estruturados na Ordem.
3 — A apresentação de documentos em forma simples
nos termos dos números anteriores dispensa a remessa dos Artigo 148.º
documentos originais, autênticos, autenticados ou certi-
ficados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 e Cooperação administrativa
nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de A Ordem presta e solicita às autoridades administrativas
26 de julho. dos outros Estados membros ou do Espaço Económico
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos Europeu e à Comissão Europeia assistência mútua e toma
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º as medidas necessárias para cooperar eficazmente, nome-
e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 adamente através do Sistema de Informação do Mercado
de julho. Interno, no âmbito dos procedimentos relativos a presta-
dores de serviços já estabelecidos noutro Estado membro,
Artigo 147.º nos termos do Capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
Informação na Internet 26 de julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
Para além das informações referidas no artigo 23.º da e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos aspetos
artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento legais dos serviços da sociedade de informação, em espe-
Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a cial do comércio eletrónico.
certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado ANEXO
interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral,
através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes [A que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 16.º
informações: do Estatuto da Ordem dos Engenheiros]
a) Regime de acesso e exercício da profissão; 1 — Projeto
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas Elaboração ou coordenação de pelo menos cinco pro-
aplicáveis aos seus membros; jetos de obras, dos quais pelo menos dois de categoria II.
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- 2 — Projeto e direção de obra e ou direção de fiscali-
mações pelos destinatários relativamente aos serviços zação de obra:
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade;
d) Ofertas de emprego na Ordem; a) Elaboração de, pelo menos, três projetos de obras,
e) Registo atualizado dos membros com: dos quais, pelo menos, um da categoria II; e
b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car- em três edifícios até à classe 5 de alvará, dos quais, pelo
teira ou cédula profissionais; menos, um de classe 3 ou superior, ou, em alternativa,
ii) A designação do título e das especialidades profis- noutras obras das categorias I e II, das quais, pelo menos,
sionais; uma desta última categoria.
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso; 3 — Direção de obra e ou direção de fiscalização de
obra:
f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
ção de serviços no território nacional, que se consideram a) Direção de obra ou direção de fiscalização em sete
inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, diferentes obras, das quais, pelo menos, três de classe
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de superior a 2 ou categoria superior a I; ou
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple: b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra
em, pelo menos, dez obras de qualquer classe ou categoria.
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
designação do título profissional de origem e das respetivas Notas:
especialidades;
a) As categorias de obras e as classes de alvará a que se referem
ii) A identificação da associação pública profissional os números anteriores são as previstas, respetivamente, na Portaria
no Estado membro de origem, na qual o profissional se n.º 701-H/2008, de 29 de julho, e na Portaria n.º 119/2012, de 30 de
encontre inscrito; abril.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6683

Para efeitos do disposto no presente anexo, são também promoção e o progresso da engenharia, estimular os esfor-
elegíveis os trabalhos de idêntica relevância realizados nas ços dos seus membros nos domínios científico, profissional
outras áreas referidas no n.º 1 do artigo 7.º do Estatuto. e social, e defender a ética, a deontologia, a valorização e
a qualificação profissionais dos engenheiros.
ANEXO II
Artigo 4.º
(a que se refere o artigo 7.º)
Atribuições

Republicação do Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho 1 — A Ordem tem como escopo fundamental contribuir
para o progresso da engenharia, estimulando os esforços
Artigo 1.º dos seus associados nos domínios científico, profissional
e social, bem como o cumprimento das regras de ética
É aprovado o Estatuto da Ordem dos Engenheiros, pu- profissional.
blicado em anexo ao presente diploma, do qual faz parte 2 — Na prossecução das suas atribuições, cabe à Ordem:
integrante.
a) Assegurar o cumprimento das regras de ética profis-
Artigo 2.º sional e o nível de qualificação profissional dos engenhei-
ros, bem como dos demais que, registados na Ordem, exer-
É revogado o Decreto-Lei n.º 352/81, de 28 de dezembro. çam a atividade de engenharia no território nacional;
b) Atribuir, em exclusivo, o título profissional de en-
ESTATUTO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS genheiro;
c) Defender coletivamente os legítimos interesses, di-
reitos e prerrogativas dos seus membros e prestar-lhes
TÍTULO I serviços de formação e informação sobre as matérias
Da Ordem diretamente relacionadas com o exercício da atividade
profissional;
d) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da
CAPÍTULO I profissão de engenheiro e atribuir distinções e títulos ho-
noríficos;
Disposições gerais e) Fomentar o desenvolvimento do ensino e da forma-
ção em engenharia e participar nos processos oficiais de
Artigo 1.º acreditação e avaliação dos cursos que dão acesso à pro-
Denominação, natureza e sede fissão, ou em outros promovidos por entidades nacionais
ou estrangeiras.
1 — A Ordem dos Engenheiros, adiante designada, abre- f) Contribuir para a estruturação das carreiras dos en-
viadamente, por Ordem, é a associação pública profissional genheiros;
representativa dos profissionais, que, em conformidade g) Proteger o título e a profissão de engenheiro, pro-
com os preceitos do presente Estatuto e as demais dispo- movendo o procedimento judicial contra quem o use ou a
sições aplicáveis, exercem a profissão de engenheiro. exerça ilegalmente, podendo, designadamente, constituir-
2 — A Ordem é independente dos órgãos do Estado e -se assistente em processo penal;
goza de autonomia administrativa, financeira, científica h) Promover a cooperação e solidariedade entre os seus
e disciplinar. associados;
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito pú- i) Valorizar a qualificação profissional dos engenheiros
blico e no exercício dos seus poderes públicos pratica os pela atribuição de títulos de especialista, sénior e conse-
atos administrativos necessários ao desempenho das suas lheiro, e pela participação ativa na sua formação contínua,
funções e aprova os regulamentos previstos na lei e no emitindo os competentes certificados e cédulas profissio-
presente Estatuto. nais;
4 — Ressalvados os casos previstos na lei, os atos e j) Prestar a colaboração técnica e científica na área da
regulamentos da Ordem não estão sujeitos a homologação engenharia que seja solicitada por quaisquer entidades,
governamental. públicas ou privadas, quando estejam em causa matérias
5 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa. relacionadas com os seus fins e atribuições ou com a pros-
secução de fins de interesse público relacionados com a
Artigo 2.º profissão de engenheiro;
Tutela administrativa
k) Participar na elaboração de legislação que diga res-
peito ao acesso e exercício da profissão de engenheiro;
Os poderes de tutela administrativa a que se refere o l) Desenvolver relações com associações afins, nacio-
artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, são exer- nais e estrangeiras, podendo constituir ou aderir a uniões
cidos pelo membro do Governo responsável pelo setor da e federações internacionais;
construção. m) Exercer jurisdição disciplinar sobre os engenheiros
e todos os que, registados na Ordem, exerçam a atividade
Artigo 3.º de engenharia no território nacional;
Missão
n) Elaborar e manter atualizado o registo dos mem-
bros;
É missão da Ordem exercer, nos termos do presente o) Reconhecer as qualificações profissionais para o exer-
Estatuto, o controlo do acesso à atividade profissional de cício da profissão de engenheiro obtidas fora de Portugal
engenheiro e do seu exercício, contribuir para a defesa, a por cidadãos de Estado membro da União Europeia ou do
6684 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Espaço Económico Europeu e, em condições de reciproci- Artigo 7.º


dade, por cidadãos de países terceiros, nos termos da lei, Título de engenheiro e exercício da profissão
do direito da União Europeia, de convenção internacional
ou com base em acordo de cooperação entre a Ordem e 1 — O engenheiro ocupa-se da aplicação das ciências e
entidade afim estrangeira; técnicas respeitante às diferentes especialidades de enge-
p) Estabelecer formas de colaboração ou de cooperação nharia nas atividades de investigação, conceção, estudo,
com entidades europeias e estrangeiras que visem facilitar projeto, fabrico, construção, produção, avaliação, fisca-
e incentivar a mobilidade dos profissionais, nomeadamente lização e controlo de qualidade e segurança, peritagem e
através da emissão, validação e utilização da carteira pro- auditoria de engenharia, incluindo a coordenação e gestão
fissional europeia; dessas atividades e outras com elas relacionadas.
q) Regulamentar a atividade profissional dos engenhei- 2 — São atos próprios dos que exercem a atividade de
ros, nos termos do presente Estatuto; engenharia os constantes da Lei n.º 31/2009, de 3 de julho,
r) Criar, sempre que se justifique, formas de represen- e de outras leis que especialmente os consagrem.
tação na União Europeia, no Espaço Económico Europeu 3 — O exercício da atividade profissional por conta
e no estrangeiro, de modo a poder prestar serviços de de outrem não afeta a autonomia técnica do profissional
apoio aos engenheiros que aí exerçam a sua atividade nem dispensa o cumprimento pelo mesmo dos deveres
profissional; deontológicos.
s) Promover formas e meios de comunicação com o 4 — O uso ilegal do título de engenheiro ou o exercício
objetivo de prestar aos seus membros e ao público em da respetiva profissão sem o cumprimento dos requisitos
geral informação atualizada nas áreas técnica, científica, de acesso à profissão em território nacional são punidos
deontológica, jurídica e cultural, e, bem assim, promover, nos termos da lei penal.
patrocinar ou apoiar a edição de publicações ou artigos 5 — Os trabalhadores dos serviços e organismos da
com relevância na área da engenharia; administração direta e indireta do Estado, das regiões autó-
t) Celebrar protocolos com entidades públicas ou priva- nomas, das autarquias locais e das demais pessoas coletivas
das destinados a obter condições vantajosas e benefícios públicas, que pratiquem, no exercício das suas funções,
para os seus membros relativamente aos bens fornecidos atos próprios da profissão de engenheiro, e realizem ações
e ou serviços prestados por aquelas entidades; de verificação, aprovação, auditoria ou fiscalização sobre
u) Defender os interesses dos destinatários dos serviços; atos anteriores, devem estar validamente inscritos como
v) Exercer as demais funções que resultem da lei e das membros efetivos da Ordem.
disposições do presente Estatuto.
Artigo 8.º
3 — Incumbe à Ordem representar os engenheiros junto Direito de estabelecimento
dos órgãos de soberania e colaborar com o Estado e demais
entidades públicas. 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
4 — A Ordem pode intervir, como assistente, nos pro- de nacional de Estado membro da União Europeia ou do
cessos judiciais em que seja parte um dos seus membros Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal para a
e em que estejam em causa questões relacionadas com o sua inscrição como membro da Ordem é regulado pela Lei
exercício da profissão de engenheiro. n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012,
5 — A Ordem tem direito a utilizar insígnias, bandeira de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem prejuízo de
e selo próprios. condições especiais de reciprocidade caso as qualificações
em causa tenham sido obtidas fora da União Europeia ou
Artigo 5.º do Espaço Económico Europeu.
2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
Autonomia patrimonial e financeira nos termos do número anterior e que preste serviços, de
1 — A Ordem dispõe de património próprio e de fi- forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
nanças próprias, bem como de autonomia orçamental, ou que atue como gerente ou administrador no Estado
sem prejuízo da sua sujeição à jurisdição do Tribunal de membro de origem, no âmbito de organização associa-
Contas nos termos da lei. tiva de profissionais, observado o disposto no n.º 4 do
2 — A autonomia financeira inclui o poder de fixar o artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, deve iden-
valor da quota mensal ou anual dos seus membros, bem tificar a organização em causa no pedido apresentado nos
como as taxas pelos serviços prestados. termos do artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março,
alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
de 2 de maio.
CAPÍTULO II 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
Membros anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
mento de qualificações, deve a organização associativa em
causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo
Artigo 6.º
de 60 dias.
Inscrição
Artigo 9.º
Sem prejuízo do disposto no artigo 9.º, a atribuição do
Livre prestação de serviços
título, o seu uso e o exercício da profissão de engenheiro
dependem de inscrição como membro efetivo da Ordem, 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro
seja de forma liberal ou por conta de outrem, e independen- Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-
temente do setor público, privado, cooperativo ou social mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará-
em que a atividade seja exercida. veis à atividade profissional de engenheiro regulada pelo
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6685

presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
e esporádica, em território nacional, em regime de livre cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
prestação de serviços, nos termos da Lei n,º 9/2009, de 4 de reciprocidade internacionalmente vigente.
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio. 5 — As sociedades de engenheiros gozam dos direitos
2 — Os profissionais referidos no número anterior e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais
são equiparados a engenheiro para todos os efeitos legais membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua
em que tal qualificação profissional seja exigida para o natureza, com exceção do direito de voto, estando nome-
exercício de uma determinada atividade, exceto quando o adamente sujeitas aos princípios e regras deontológicos
contrário resulte das disposições em causa. constantes do presente Estatuto.
3 — O profissional que preste serviços, de forma su- 6 — Os membros do órgão executivo das sociedades
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio, ou que profissionais de engenheiros, independentemente da sua
atue como gerente ou administrador no Estado membro qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os
de origem, no âmbito de organização associativa de pro- princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e
fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional científica e as garantias conferidas aos engenheiros pela
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre lei e pelo presente Estatuto.
prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a 7 — As sociedades de engenheiros podem ainda desen-
organização associativa, por conta da qual presta serviços,
volver quaisquer outras atividades que não sejam incom-
na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4
patíveis com a atividade de engenheiro, nem em relação
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio. às quais se verifique impedimento, nos termos do presente
Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao controlo
Artigo 10.º da Ordem.
8 — A constituição e funcionamento das sociedades de
Comércio eletrónico profissionais consta de diploma próprio.
Os profissionais legalmente estabelecidos em Estado 9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
membro da União Europeia ou do Espaço Económico maioria do capital social com direito de voto de sociedades
Europeu que aí desenvolvam atividades comparáveis à de engenheiros, quando exista, pertence a engenheiros
atividade profissional de engenheiro regulada pelo presente estabelecidos em território nacional, a sociedades de en-
Estatuto, podem exercê-las, através de comércio eletrónico, genheiros constituídas ao abrigo do direito nacional, ou a
com destino ao território nacional, observados que sejam outras formas de organização associativa de profissionais
os requisitos aplicáveis no Estado membro de origem, equiparados constituídas noutro Estado membro da União
nomeadamente as normas deontológicas aí vigentes, as- Europeia ou do Espaço Económico Europeu inscritas na
sim como a disponibilização permanente de informação Ordem nos termos do artigo seguinte.
prevista no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de
janeiro, alterado pelo Decreto—Lei n.º 62/2009, de 10 de Artigo 12.º
março, e pela Lei n.º 46/2012, de 29 de agosto. Organizações associativas de profissionais
de outros Estados membros
Artigo 11.º
1 — As organizações associativas de profissionais equi-
Sociedades de engenheiros
parados a engenheiros constituídas noutro Estado membro
1 — Os engenheiros estabelecidos em território nacio- da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
nal podem exercer em grupo a profissão, constituindo ou para o exercício de atividade profissional cujo gerente
ingressando como sócios em sociedades de engenheiros. ou administrador seja um profissional e cujo capital com
2 — Podem ainda ser sócios profissionais de sociedades direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais
de engenheiros: em causa e ou a outras organizações associativas cujo
a) Sociedades de engenheiros previamente constituídas capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
e inscritas como membros da Ordem; profissionais podem inscrever as respetivas representações
b) Organizações associativas de profissionais equipara- permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
dos a engenheiros constituídas noutro Estado membro da comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujo equiparadas a sociedades de engenheiros para efeitos do
capital e direitos de voto caibam maioritariamente aos presente Estatuto.
profissionais em causa. 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
rior não são aplicáveis caso a organização associativa não
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos
capital social. profissionais ali referidos.
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
do n.º 2 é regido: regido:
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4
do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2
de maio; de maio;
6686 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- 7 de agosto, ou de um grau académico superior estrangeiro
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime num domínio da engenharia a que tenha sido conferida
de reciprocidade internacionalmente vigente. equivalência àquele grau, ou que tenha sido reconhecido
com esse nível;
4 — O regime jurídico de inscrição das organizações b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro-
associativas de profissionais de outros Estados membros vado em estágio com duração não inferior a 18 meses, ou
consta do regime jurídico da constituição e funcionamento dele ter sido dispensado;
das sociedades de profissionais que estejam sujeitas a c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de
associações públicas profissionais. deontologia para o exercício da profissão de engenheiro.

Artigo 13.º 3 — Relativamente ao exame de estágio, formação


Nacionais de países terceiros
deontológica e provas de avaliação a que se referem os
números anteriores, cabe à Ordem, em regulamento ho-
1 — Podem inscrever-se na Ordem, para efeito do exer- mologado pelo membro do Governo responsável pela área
cício em território nacional da profissão de engenheiro, das infraestruturas definir as condições em que os mesmos
os nacionais de países terceiros, ao abrigo de acordos em se realizam, pelo menos, uma vez anualmente.
condições de reciprocidade. 4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 54.º, os
2 — Aos candidatos mencionados nos números anterio- membros efetivos são inscritos no colégio de especialidade
res pode ser exigida a realização de estágio profissional, a correspondente ao seu curso.
frequência da formação em ética e deontologia profissional 5 — Uma sociedade de engenheiros ou organização
e a realização de provas de avaliação, nos termos previstos associativa de profissionais equiparados a engenheiros
no presente Estatuto e nos regulamentos aprovados pela pode inscrever-se como membro de determinado colégio
Ordem para os candidatos cujas qualificações tenham sido de especialidade quando, pelo menos, um dos seus sócios,
obtidas em Portugal. gerentes, administradores ou colaboradores a tempo inteiro
for membro efetivo desse mesmo colégio.
Artigo 14.º 6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o re-
Membros
gime jurídico de inscrição das organizações associativas de
profissionais de outros Estados membros consta do regime
Os membros da Ordem distribuem-se pelas seguintes jurídico da constituição e funcionamento das sociedades de
categorias: profissionais que estejam sujeitas a associações públicas
profissionais.
a) Membro efetivo;
b) Membro estagiário; Artigo 16.º
c) Membro honorário;
Exercício da profissão após ingresso com licenciatura
d) Membro estudante;
e) Membro correspondente; 1 — Os engenheiros inscritos como membros efetivos
f) Membro coletivo. na Ordem nos termos do n.º 2 do artigo anterior, desig-
nados engenheiros de nível 1, podem praticar todos os
Artigo 15.º atos próprios de engenharia, excetuados os que lhes sejam
expressamente vedados por lei, sem prejuízo do disposto
Membro efetivo
no número seguinte.
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 8.º, a admissão 2 — Os engenheiros referidos no número anterior pas-
como membro efetivo depende da satisfação cumulativa sam à condição de membros inscritos nos termos do n.º 1 do
das seguintes condições: artigo anterior, designados engenheiros de nível 2, logo que:
a) Ser titular do grau de mestre numa especialidade do a) Tenham cinco anos de experiência profissional efe-
domínio da engenharia conferido por uma instituição de tiva, em que demonstrem ter efetuado os trabalhos de en-
ensino superior portuguesa, ou de um grau académico su- genharia enquadrados no n.º 1 do artigo 7.º, especificados
perior estrangeiro num domínio da engenharia a que tenha no anexo ao presente Estatuto; ou
sido conferida equivalência àquele grau, ou que tenha sido b) Adquiram a titularidade do grau de mestre numa
reconhecida com esse nível; especialidade do domínio da engenharia conferido por
b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro- uma instituição de ensino superior portuguesa, ou de um
vado em estágio com duração não inferior a seis meses, grau académico estrangeiro num domínio da engenharia
ou dele ter sido dispensado; a que tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou
c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de que tenha sido reconhecido com esse nível.
deontologia para o exercício da profissão de engenheiro.
Artigo 17.º
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, pode Engenheiros seniores e conselheiros
ainda ser admitido como membro efetivo o que satisfaça,
cumulativamente, as seguintes condições: 1 — Para além do título de especialidade profissional
reconhecida ao membro aquando da sua inscrição na Or-
a) Ser titular do grau de licenciado num domínio da dem em determinado colégio de especialidade, de acordo
engenharia conferido por uma instituição de ensino su- com a sua formação académica, podem ainda ser atribuídos
perior portuguesa no quadro da organização de estudos
aos engenheiros os seguintes títulos:
decorrente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24
de março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de a) Engenheiro sénior;
25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de b) Engenheiro conselheiro.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6687

2 — O título profissional de engenheiro sénior é atri- 4 — A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio
buído aos engenheiros que: fiscal do candidato.
a) Sendo titulares do grau de mestre numa especialidade 5 — A inscrição no estágio pode ser feita a qualquer
do domínio da engenharia conferido por uma instituição momento e a sua realização, a efetuar dentro dos parâ-
de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico metros definidos pela Ordem, é da responsabilidade do
superior estrangeiro num domínio da engenharia a que membro estagiário, sem prejuízo dos poderes de organi-
tenha sido conferida equivalência àquele grau ou que tenha zação, supervisão, controlo e avaliação da Ordem e dos
sido reconhecido com esse nível e tenham cinco anos de poderes de direção e supervisão do orientador do estágio
experiência em engenharia; cuja indicação é obrigatória.
b) Não sendo titulares da qualificação académica men- 6 — A Ordem realiza, pelo menos uma vez em cada
cionada na alínea anterior, tenham 10 anos de experiência ano, exames finais de estágio.
em engenharia. 7 — O estágio é dispensado aos candidatos que possuam
cinco ou seis anos de experiência em engenharia, conforme
3 — O título profissional de engenheiro conselheiro é sejam titulares das habilitações académicas referidas no
atribuído aos engenheiros seniores que: n.º 1 ou no n.º 2 do artigo 15.º
8 — O estágio considera-se concluído com a apresen-
a) Sejam titulares do grau de mestre numa especialidade tação do relatório do estágio com avaliação positiva e
do domínio da engenharia conferido por uma instituição respetiva homologação, nos termos previstos no regula-
de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico mento dos estágios.
superior estrangeiro num domínio da engenharia a que 9 — Os estágios profissionais de adaptação enquanto
tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou que medida de compensação são regidos pela Lei n.º 9/2009,
tenha sido reconhecida com esse nível e tenham 15 anos de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
de experiência em engenharia; agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
b) Não sendo titulares da habilitação académica men-
cionada na alínea anterior, tenham 20 anos de experiência
em engenharia. Artigo 21.º
Suspensão do estágio
Artigo 18.º
A pedido fundamentado do interessado, o estágio pode
Local de inscrição ser suspenso.
A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio
fiscal do candidato. Artigo 22.º
Deveres do estagiário
Artigo 19.º
O engenheiro estagiário deve cumprir os seguintes de-
Membro estagiário veres:
1 — Tem a categoria de membro estagiário o candidato a) Participar nas ações de formação deontológica obri-
que, para acesso a membro efetivo, efetua o estágio pre- gatórias e realizar as respetivas provas de avaliação e o
visto no presente Estatuto, nos termos a definir pela Ordem exame final de estágio;
por regulamento homologado pelo membro do Governo b) Colaborar com o orientador sempre que este o soli-
responsável pela área das infraestruturas. cite e desde que tal seja compatível com a sua atividade
2 — Os profissionais nacionais de Estados membros de estagiário;
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu c) Guardar lealdade e respeito para com o orien-
cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal e tador;
pretendam realizar o estágio em território nacional podem d) Prestar todas as informações que lhe sejam solicitadas
inscrever-se como membros estagiários da Ordem.
pelos órgãos competentes da Ordem sobre a forma como
está a decorrer o estágio;
Artigo 20.º
e) Cumprir com zelo e competência as suas obrigações
Estágio para com a entidade onde está a realizar o estágio.
1 — O estágio tem como objetivo a habilitação profis-
sional do estagiário, implicando não só a integração dos Artigo 23.º
conhecimentos adquiridos na formação académica e a Deveres do orientador de estágio
experiência da sua aplicação prática, mas também a per-
ceção das condicionantes de natureza deontológica, legal, É dever do orientador orientar a atividade do engenheiro
económica, ambiental, de recursos humanos, de segurança estagiário, no sentido de complementar a sua formação,
e de gestão em geral que caracterizam o exercício da pro- aconselhando-o e informando-o sobre o exercício efetivo
fissão de engenheiro, de modo a que a profissão possa ser da profissão e o cumprimento das respetivas regras de-
desempenhada de forma competente e responsável. ontológicas.
2 — O estágio rege-se pelo disposto na lei, no presente
Estatuto e no regulamento dos estágios aprovado pela Or- Artigo 24.º
dem e homologado pelo membro do Governo responsável Seguro profissional
pela área das infraestruturas.
3 — Os membros estagiários inscrevem-se no colégio A subscrição de seguro de responsabilidade civil profis-
de especialidade correspondente ao seu curso. sional pelo engenheiro estagiário não é obrigatória.
6688 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Artigo 25.º 2 — É cancelada a inscrição na Ordem aos membros


Seguro de acidentes pessoais
que a solicitem e aos membros estagiários que não con-
cluam o estágio profissional dentro do período de tempo
O estagiário está dispensado de realizar seguro de aci- aplicável.
dentes pessoais, nos casos em que o estágio profissional 3 — O cancelamento da inscrição na Ordem não obsta
orientado decorra no âmbito de um contrato de trabalho. a nova inscrição, a efetuar nos termos previstos nos regu-
lamentos da Ordem.
Artigo 26.º 4 — Nos casos previstos nos números anteriores, a cé-
Membros honorários dula profissional deve ser sempre devolvida à Ordem,
pelo titular.
Podem ser admitidos, por deliberação do conselho dire-
tivo nacional, na qualidade de membros honorários, os in-
divíduos ou coletividades que, exercendo ou tendo exercido CAPÍTULO III
atividade de reconhecido interesse público e contribuído
para a dignificação e prestígio da profissão de engenheiro, Organização
sejam considerados como merecedores de tal distinção.
Artigo 31.º
Artigo 27.º Organização
Membros estudantes 1 — A Ordem, quanto à sua organização, está dividida
Os estudantes de cursos de engenharia podem ser ad- em dois planos:
mitidos na qualidade de membros estudantes. c) Territorial;
d) Por especialidades.
Artigo 28.º
Membros correspondentes 2 — A Ordem organiza-se, no plano territorial, em três
níveis:
Como membros correspondentes podem ser admitidos
pelo conselho de admissão e qualificação: d) Nacional;
e) Regional;
a) Profissionais com o grau académico de licenciado f) Local.
que, não exercendo a profissão de engenheiro, nem tendo
a respetiva formação escolar, exerçam atividades afins e
apresentem um currículo valioso, como tal reconhecido 3 — A organização da Ordem, no plano das especiali-
pelo órgão competente; dades, opera-se pela constituição de colégios, agrupando
b) Membros de associações congéneres europeias ou os engenheiros de cada especialidade.
estrangeiras que confiram igual tratamento aos membros
da Ordem; Artigo 32.º
c) Profissionais de engenharia diplomados por institui- Território
ções de ensino superior portuguesas onde sejam atribuídas
licenciaturas em engenharia e que exerçam a sua atividade A Ordem abrange, a nível territorial, o continente e as
na União Europeia, no Espaço Económico Europeu ou no regiões autónomas.
estrangeiro.
Artigo 33.º
Artigo 29.º
Continente
Membros coletivos
1 — No território do continente, as regiões da Ordem
1 — Como membros coletivos podem inscrever-se são as seguintes:
na Ordem as pessoas coletivas que com ela estabeleçam
acordo escrito e que desenvolvam atividade relevante de a) A região norte, com sede no Porto;
formação, investigação ou difusão do conhecimento em b) A região centro, com sede em Coimbra;
área diretamente relacionada com a engenharia. c) A região sul, com sede em Lisboa.
2 — Quando se trate de associações, é ainda necessá-
rio, para efeito do disposto no número anterior, que pelo 2 — O domínio territorial de jurisdição dos órgãos pró-
menos 50 % dos seus membros se encontrem inscritos na prios das regiões referidas no número anterior integra as
Ordem. áreas dos atuais distritos, da forma seguinte:
a) Região norte: Braga, Bragança, Porto, Viana do Cas-
Artigo 30.º
telo e Vila Real;
Suspensão e cancelamento da inscrição b) Região centro: Aveiro, Castelo Branco, Coimbra,
1 — São suspensos da Ordem os membros que por sua Guarda, Leiria e Viseu;
iniciativa requeiram a suspensão da respetiva inscrição c) Região sul: Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre,
nos termos aprovados pela Ordem e, bem assim, os mem- Santarém e Setúbal.
bros que, na sequência de procedimento disciplinar, sejam
punidos com a sanção de suspensão ou com suspensão 3 — Os territórios das regiões autónomas constituem
preventiva regiões da Ordem.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6689

Artigo 34.º na elaboração de disposições legislativas e regulamenta-


Estruturas locais
res;
b) A intervenção junto dos órgãos da administração
1 — No território do continente, as estruturas locais central ou outras entidades de âmbito nacional, quando os
correspondem aos distritos. problemas em causa excedam a capacidade de intervenção
2 — No território da Região Autónoma da Madeira, as direta das regiões;
estruturas locais correspondem às ilhas. c) O desenvolvimento das relações internacionais da
3 — No território da Região Autónoma dos Açores, as Ordem;
estruturas locais correspondem aos grupos de ilhas. d) O acompanhamento da situação geral do ensino da
engenharia;
e) A apreciação dos níveis de formação, competência e
CAPÍTULO IV experiência compatíveis com os níveis de qualificação e
Órgãos os títulos de especialização conferidos pela Ordem, bem
como a admissão de associados;
Artigo 35.º f) A identificação dos problemas nacionais cuja resolu-
ção justifique o empenhamento dos engenheiros;
Órgãos g) A avaliação das necessidades de valorização da en-
1 — São órgãos nacionais da Ordem: genharia nacional, quer no plano científico e técnico, quer
no plano da sua intervenção social;
a) A assembleia magna; h) A preparação de planos genéricos, coordenando, a
b) O bastonário; médio e longo prazos, o conjunto das atividades a desen-
c) A assembleia de representantes; volver pelas regiões;
d) O conselho diretivo nacional; i) O desenvolvimento de iniciativas culturais, desig-
e) O conselho fiscal nacional; nadamente as relacionadas com a atividade editorial e o
f) O conselho jurisdicional; congresso;
g) O conselho de admissão e qualificação; j) Todas aquelas que o presente Estatuto expressamente
h) Os conselhos nacionais de colégio; preveja ou que lhes venham a ser cometidas.
i) O conselho coordenador dos colégios.
j) As comissões de especialização. 3 — Os órgãos nacionais são apoiados na sua atividade
por um secretário-geral, designado por livre escolha de
2 — São órgãos regionais da Ordem: cada conselho diretivo nacional, de entre os membros
a) As assembleias regionais; efetivos da Ordem.
b) Os conselhos diretivos das regiões; 4 — Ao secretário-geral, que é remunerado pelo desem-
c) Os conselhos fiscais das regiões; penho das suas funções, cabe a coordenação dos serviços
d) Os conselhos disciplinares; da Ordem e a execução das diretivas do bastonário e do
e) Os conselhos regionais de colégio. conselho diretivo nacional.
5 — Para apoiar a ação dos colégios existe um secre-
3 — São órgãos locais da Ordem: tariado próprio, com uma estrutura por eles proposta e
aprovada pelo conselho diretivo nacional.
a) As assembleias distritais e insulares;
b) As delegações distritais e insulares. Artigo 37.º
Assembleia magna
Artigo 36.º
Competências dos órgãos nacionais 1 — A assembleia magna é composta pela totalidade
dos membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos e
1 — As competências dos órgãos nacionais da Ordem reúne uma vez por ano.
devem ser exercidas de forma a estimular a iniciativa das 2 — As reuniões da assembleia magna têm lugar na
regiões, cabendo-lhes garantir: região que, de acordo com o sistema de rotatividade, se
a) O carácter nacional da Ordem, enquanto associação encarregue da sua organização e realizam-se, sempre que
que representa aqueles que exercem em Portugal a pro- possível, no dia designado como Dia do Engenheiro.
fissão de engenheiro; 3 — A mesa da assembleia magna é constituída pelo
b) A necessidade de fomentar a unidade dos engenheiros; presidente da mesa da assembleia de representantes, que
c) O respeito pelas características e interesses próprios preside, e pelos presidentes das mesas das assembleias
dos colégios de especialidades; regionais, podendo o presidente da assembleia de repre-
d) O respeito pela individualidade e autonomia das sentantes ceder a presidência ao presidente da mesa da as-
regiões; sembleia regional onde a assembleia magna tiver lugar.
e) A necessidade de integrar as ações regionais, inserindo- 4 — A assembleia magna destina-se ao debate aberto
-as em planos nacionais. sobre os problemas da Ordem e à aprovação de recomen-
dações aos demais órgãos da Ordem.
2 — Os órgãos nacionais da Ordem exercem as suas
competências em matérias de carácter nacional, nomea- Artigo 38.º
damente as que se anunciam a seguir: Bastonário e vice-presidentes
a) A defesa e melhoria das condições de exercício da 1 — O bastonário é o Presidente da Ordem e, por ine-
profissão de engenheiro, designadamente pela participação rência, o presidente do conselho diretivo nacional, sendo
6690 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

coadjuvado pelos dois vice-presidentes, membros do con- Artigo 39.º


selho diretivo nacional. Assembleia de representantes
2 — Compete ao bastonário:
1 — A assembleia de representantes é constituída por:
a) Representar a Ordem;
b) Presidir ao conselho diretivo nacional, ao conselho a) 60 membros eleitos em lista por sufrágio universal,
de admissão e qualificação, ao conselho coordenador dos direto, secreto e periódico;
colégios, à comissão executiva do congresso e à convenção b) Os cinco presidentes das mesas das assembleias re-
dos delegados distritais e insulares; gionais.
c) Conferir posse aos membros eleitos para os órgãos
nacionais e apreciar os seus pedidos de exoneração ou de 2 — A mesa da assembleia de representantes é formada
suspensão do mandato; pelo presidente, vice-presidente e secretário, indicados e
d) Convocar a assembleia magna; eleitos na lista que obtiver o maior número de votos para
e) Requerer a convocação da assembleia de represen- a assembleia.
tantes; 3 — A reunião da assembleia de representantes tem
f) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional; lugar na sede nacional e da região sul da Ordem, podendo,
g) Mandatar qualquer membro efetivo da Ordem para porém, por proposta do bastonário e decisão do presidente
o exercício de funções específicas; da mesa, realizar-se noutros locais do território nacional.
h) Propor a proclamação de membros honorários e a 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, no
atribuição da Medalha de Ouro da Ordem; decurso de cada mandato, deve realizar-se, pelo menos,
i) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra uma reunião da assembleia de representantes nas sedes
de âmbito nacional previstos nos regulamentos da das regiões norte e centro da Ordem.
Ordem; 5 — Compete, em especial, à assembleia de represen-
j) Assistir, querendo, às reuniões de todos os órgãos tantes:
colegiais da Ordem, só tendo direito a voto nas reuniões em a) Deliberar sobre os assuntos da competência do con-
que, nos termos do presente Estatuto e dos regulamentos, selho diretivo nacional que lhe forem submetidos;
o mesmo lhe esteja atribuído; b) Deliberar sobre o relatório e contas do conselho dire-
k) Fazer executar as deliberações dos órgãos nacio- tivo nacional relativo ao ano civil transato, tendo em conta
nais, em especial, as da assembleia de representantes e o parecer do conselho fiscal nacional;
do conselho diretivo nacional, bem como, dar seguimento c) Deliberar sobre o plano de atividades e o orçamento
às recomendações da assembleia magna e do congresso do conselho diretivo nacional, tendo em conta o parecer
da Ordem; do conselho fiscal nacional;
l) Velar pelo cumprimento da legislação respeitante à d) Tomar conhecimento do orçamento e das contas
Ordem dos Engenheiros e respetivos regulamentos e zelar anuais da Ordem, que incluem os orçamentos e as contas
pela realização das suas atribuições; do conselho diretivo nacional e das regiões, para efeitos
m) Apresentar anualmente ao conselho diretivo na- de cumprimento de obrigações legais, acompanhados do
cional os projetos de orçamento e do plano de ativida- parecer do conselho fiscal nacional;
des para o ano civil seguinte e o projeto de relatório e e) Fixar as quotas a cobrar pelas regiões, e as taxas,
das contas referentes ao ano civil anterior, do conselho bem como fixar a percentagem da quotização destinada
diretivo nacional, bem como o orçamento e as contas ao conselho diretivo nacional;
de toda a Ordem para efeitos de cumprimento de obri- f) Aprovar os regulamentos;
gações legais; g) Deliberar, mediante proposta do conselho diretivo
n) Usar o voto de qualidade, em caso de empate, em nacional, sobre a realização de referendos;
todas as reuniões dos órgãos colegiais em que tenha direito h) Aprovar o seu regimento, elaborado pela mesa;
a voto e a que presida; i) Organizar os colégios de especialidade, de acordo
o) Enviar para homologação da tutela os regulamentos com os novos domínios técnicos e científicos da atividade
a que se refere o n.º 5 do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de de engenharia;
10 de janeiro; j) Deliberar sobre projetos de alteração do presente
p) Exercer, em casos urgentes, as competências do con- Estatuto;
selho diretivo nacional sem prejuízo de poder ser requerida k) Deliberar sobre quaisquer questões que não sejam
a ratificação pela maioria dos membros que compõem o atribuídas a outros órgãos.
conselho;
q) Exercer as demais funções que as leis e os regula- 6 — A assembleia de representantes, convocada pelo
mentos lhe confiram. seu presidente, reúne:
a) Em sessões ordinárias, até 25 de março e 20 de de-
3 — O bastonário pode delegar nos vice-presidentes e
zembro de cada ano, para os fins previstos nas alíneas b)
nos presidentes dos conselhos diretivos regionais qualquer
e c) do número anterior, respetivamente;
uma das suas competências.
b) Extraordinariamente, sempre que o presidente o re-
4 — Compete aos vice-presidentes:
pute necessário, ou a pedido do bastonário, do conselho
a) Coadjuvar o bastonário nas suas funções, diretivo nacional, do conselho fiscal nacional, do conselho
substituindo-o nas suas ausências ou impedimentos; jurisdicional, do conselho coordenador dos colégios, de
b) Executar as atribuições de competência do bastonário uma assembleia regional ou de um terço dos membros
que por ele lhes forem delegadas. que a constituem.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6691

7 — As reuniões extraordinárias devem ser convocadas sentarem a Ordem, tendo em conta os valores abonados
nos 60 dias subsequentes à decisão do seu presidente ou na Administração Pública para deslocações e ajudas de
ao pedido a que se refere o número anterior. custo;
8 — Na reunião ordinária podem ser tratadas matérias f) Elaborar anualmente o orçamento e o plano de ativi-
não referidas no n.º 5 desde que se encontrem mencionadas dades do conselho diretivo nacional e submetê-lo à apro-
na ordem de trabalhos que acompanha a convocatória. vação da assembleia de representantes, acompanhado do
9 — A assembleia de representantes funciona com a pre- respetivo parecer do conselho fiscal nacional;
sença da maioria absoluta dos membros que a constituem, g) Elaborar anualmente o relatório e contas do conselho
podendo contudo, se à hora marcada na convocatória não diretivo nacional e submetê-lo à aprovação da assembleia
comparecer o número de membros suficiente para consti- de representantes, acompanhado do respetivo parecer do
tuir aquela maioria, funcionar meia hora depois com, pelo conselho fiscal nacional;
menos, um terço dos seus membros. h) Elaborar o orçamento e as contas anuais da Ordem,
10 — As deliberações da assembleia de representan- que incluem os orçamentos e as contas do conselho dire-
tes carecem do voto favorável da maioria dos membros tivo nacional e das regiões, para efeitos de cumprimento
presentes. de obrigações legais, acompanhados do parecer do con-
11 — O bastonário e os restantes membros do conselho selho fiscal nacional, e dar conhecimento à assembleia de
diretivo nacional participam nas reuniões da assembleia representantes;
de representantes, sem direito a voto. i) Organizar os congressos;
12 — Os membros do conselho fiscal nacional parti- j) Aprovar as linhas gerais dos programas de ação dos
cipam nas reuniões da assembleia de representantes, sem colégios;
direito a voto, quando se tratarem de matérias relativas à k) Aprovar, sob proposta do conselho de admissão e qua-
gestão financeira da Ordem, incluindo os orçamentos e lificação, tabelas e respetivas atualizações das correspon-
contas anuais. dências dos cursos de engenharia professados em escolas
nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem;
Artigo 40.º l) Decidir da dispensa de estágio, nos termos do n.º 7
Conselho diretivo nacional
do artigo 20.º;
m) Confirmar a inscrição dos membros efetivos e es-
1 — O conselho diretivo nacional é constituído pelo bas- tagiários, registar os prestadores de serviços e zelar pela
tonário, que preside, pelos dois vice-presidentes nacionais, boa conservação, atualização e operacionalidade do registo
pelos presidentes e secretários dos conselhos diretivos das geral de inscrições de membros e profissionais em livre
regiões norte, centro e sul e pelos presidentes dos conselhos prestação de serviços;
diretivos regionais dos Açores e da Madeira. n) Exercer as competências definidas na lei relativa-
2 — O funcionamento do conselho diretivo nacional mente aos nacionais de Estados membros da União Eu-
obedece ao seu regimento, o qual deve contemplar as se- ropeia e do Espaço Económico Europeu que pretendam
guintes regras: exercer em Portugal a atividade profissional de engenheiro,
incluindo os prestadores de serviços, sob proposta do con-
a) As deliberações do conselho diretivo nacional são
selho de admissão e qualificação;
tomadas por maioria simples;
o) Apresentar à assembleia de representantes, para pa-
b) Os membros do conselho diretivo nacional agem a tí-
recer ou deliberação, propostas sobre matéria de especial
tulo individual, e não como representantes de qualquer dos
relevância para a Ordem;
conselhos diretivos das regiões, salvo quando tenham sido
p) Propor à assembleia de representantes a realização
expressamente mandatados para o efeito pelos conselhos
de referendos;
diretivos respetivos ou pelas assembleias regionais;
q) Promover e realizar referendos em colaboração com
c) O conselho diretivo nacional não pode reunir sem a
a comissão eleitoral nacional, as mesas das assembleias
presença da maioria dos seus membros.
regionais e os órgãos executivos regionais e locais;
r) Decidir da organização de novas especialidades, bem
3 — Compete, em especial, ao conselho diretivo na-
como decidir a criação de especializações e outorgar os
cional:
respetivos títulos;
a) Desenvolver uma atividade orientada para a prossecu- s) Atribuir aos membros da Ordem os níveis de quali-
ção dos objetivos da Ordem, para o prestígio da associação ficação profissional e os títulos de especialista e conferir
e da classe e para o integral cumprimento das diretrizes a qualidade de membro honorário;
emanadas dos órgãos competentes; t) Disponibilizar os meios para a realização dos atos
b) Definir as grandes linhas de atuação comum a serem eleitorais, incluindo os que lhe sejam solicitados pela co-
seguidas pelas regiões; missão eleitoral nacional, e fixar as comparticipações para
c) Desenvolver as relações internacionais da Ordem; as listas concorrentes aos órgãos nacionais;
d) Arrecadar receitas e satisfazer despesas, adquirir e u) Deliberar sobre a propositura de ações judiciais, con-
alienar imóveis e administrar os bens nacionais da Ordem fessar, desistir, transigir, alienar ou onerar bens, contrair
e orientar superiormente os serviços da Ordem de âmbito empréstimos e aceitar doações e legados;
nacional cuja direção compete ao bastonário, incluindo v) Decidir, ouvido o conselho de admissão e qualifica-
a contratação e demissão do pessoal de apoio aos órgãos ção, sobre as dúvidas que surjam relativamente à inscrição
nacionais; dos membros efetivos nas especialidades reconhecidas
e) Fixar os subsídios de deslocação dos membros das pela Ordem;
mesas das assembleias e dos órgãos da Ordem, bem como w) Atribuir a Medalha de Ouro da Ordem;
das comissões e grupos de trabalho criados no âmbito da x) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra de
Ordem, e dos membros que forem nomeados para repre- âmbito nacional previstos nos regulamentos da Ordem;
6692 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

y) Constituir comissões e grupos de trabalho com fins solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo
específicos; menos uma vez por trimestre.
z) Elaborar, nos termos do disposto no presente Estatuto,
os regulamentos de eleições e referendos, de admissão e Artigo 42.º
qualificação, de estágios, das especialidades, das especia-
Conselho jurisdicional
lizações, dos atos de engenharia, das insígnias e galardões
da Ordem, das delegações distritais e insulares e o estatuto 1 — O conselho jurisdicional é independente no exer-
do membro eleito; cício das suas funções e é constituído por um presidente,
aa) Pronunciar-se sobre os regulamentos cuja elaboração um vice-presidente e cinco vogais, eleitos por sufrágio
esteja cometida a outros órgãos nacionais e cuja aprovação universal, direto e secreto, em lista fechada, funcionando
seja da competência da assembleia de representantes; em duas secções.
bb) Marcar a data das eleições para os órgãos da Or- 2 — Compete ao conselho jurisdicional:
dem;
cc) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm- a) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto, dos
bito internacional e nacional, de acordo com as atribuições respetivos regulamentos e das decisões tomadas pelos
da Ordem; órgãos competentes;
dd) Requerer a convocação da assembleia de repre- b) Verificar a conformidade legal e estatutária das pro-
sentantes; postas de referendo e das propostas de regulamentos;
ee) Elaborar e aprovar o seu regimento. c) Exercer, de forma independente, a ação disciplinar
relativamente a infrações cometidas por membros ou ex-
-membros dos órgãos dirigentes da Ordem e por profis-
4 — O conselho diretivo nacional deve ouvir previa-
sionais em livre prestação de serviços;
mente o conselho coordenador dos colégios sobre as ma-
d) Instruir os processos disciplinares referidos na alí-
térias referidas nas alíneas c), f), g), n), o) e v) do número
nea anterior;
anterior.
e) Julgar em plenário os recursos das decisões das suas
5 — O conselho diretivo nacional pode delegar no bas-
secções nos processos disciplinares referidos na alínea an-
tonário as competências previstas nas alíneas m), n), o) e
terior e os recursos interpostos das decisões dos conselhos
t) e na subalínea ee) do n.º 3, podendo também delegar-lhe
disciplinares;
competências para contrair despesas, efetuar pagamentos
f) Declarar a existência de conflitos de interesses sus-
e celebrar e alterar contratos, com faculdade de subdele-
cetíveis de gerar incompatibilidade para o exercício de
gação.
cargos na Ordem;
6 — O conselho diretivo nacional pode ainda delegar
g) Julgar os recursos sobre a validade das decisões rela-
em qualquer dos seus membros competências para tratar
tivas a perda ou suspensão de mandato dos membros dos
de assuntos específicos.
órgãos da Ordem, a requerimento dos interessados;
7 — O conselho diretivo nacional reúne quando con-
h) Julgar os recursos sobre a validade das decisões dos
vocado pelo bastonário, por iniciativa deste ou mediante
demais órgãos da Ordem que afetem diretamente direitos
solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo
dos membros da Ordem, a requerimento dos interessa-
menos uma vez por mês.
dos;
i) Julgar os recursos das decisões em matéria eleitoral
Artigo 41.º tomadas pelas mesas das assembleias regionais, nos termos
Conselho fiscal nacional do n.º 2 do artigo 82.º;
j) Dar parecer que lhe seja solicitado pelo bastonário
1 — O conselho fiscal nacional é constituído por um
ou pelo conselho diretivo nacional sobre o exercício pro-
presidente e um vogal, eleitos por sufrágio universal, direto
fissional e deontológico;
e secreto, em lista.
k) Elaborar a proposta de regulamento disciplinar;
2 — O conselho fiscal nacional integra ainda um revisor
l) Requerer a qualquer órgão da Ordem os pareceres
oficial de contas, após prévio processo público de contra-
e as informações que, no âmbito das suas competências
tação promovido pelo conselho diretivo nacional.
disciplinares ou de supervisão, se tornem necessários para
3 — Compete ao conselho fiscal nacional:
o desempenho das suas funções;
a) Examinar a gestão financeira da competência do m) Requerer externamente os pareceres especializa-
conselho diretivo nacional; dos que considerar necessários ao desempenho das suas
b) Dar parecer sobre o orçamento e contas anuais do funções;
conselho diretivo nacional; n) Requerer a convocação da assembleia de represen-
c) Dar parecer sobre o orçamento e as contas anuais da tantes;
Ordem, que incluem os orçamentos e as contas do conselho o) Elaborar e aprovar o seu regimento.
diretivo nacional e das regiões, para efeitos de cumpri-
mento de obrigações legais; 3 — O conselho jurisdicional é assessorado por juristas
d) Assistir às reuniões do conselho diretivo nacional, com mais de cinco anos de experiência profissional e dis-
sempre que o julgue conveniente ou este o solicite, sem põe do pessoal administrativo necessário para o respetivo
direito a voto; secretariado de apoio.
e) Requerer a convocação da assembleia de represen- 4 — O conselho jurisdicional reúne quando convocado
tantes; pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante soli-
f) Elaborar e aprovar o seu regimento. citação da maioria absoluta dos seus membros.
5 — Os restantes órgãos da Ordem colaboram com o
4 — O conselho fiscal nacional reúne quando convo- conselho jurisdicional, quando por este solicitado, no âm-
cado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante bito das suas funções disciplinares e de supervisão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6693

Artigo 43.º 7 — O presidente do conselho de admissão e qualifi-


Conselho de admissão e qualificação
cação goza de voto de qualidade, em caso de empate nas
votações do órgão.
1 — O conselho de admissão e qualificação é consti-
tuído pelo bastonário, que preside, e por dois membros Artigo 44.º
efetivos eleitos de cada uma das especialidades reconhe-
cidas pela Ordem. Conselhos nacionais de colégio
2 — O conselho pode ser assessorado por personali- 1 — Para cada colégio de especialidade referido no
dades de reconhecido mérito científico ou profissional, a artigo 54.º é constituído um conselho nacional de co-
título permanente ou eventual, e solicitar pareceres a co- légio.
missões especializadas da Ordem ou a entidades exteriores 2 — Constituem os conselhos nacionais, eleitos em
à mesma, sempre que julgar conveniente. lista pelo respetivo colégio em sufrágio universal, direto,
3 — Compete ao conselho de admissão e qualificação, secreto e periódico:
ouvido o conselho coordenador dos colégios:
a) O presidente do colégio;
a) Pronunciar-se sobre as condições de admissão de b) Dois vogais, sendo um para os assuntos profissionais
membros efetivos, designadamente sobre a dispensa de e outro para os assuntos culturais, compreendendo a for-
estágio, bem como sobre as condições de admissão de mação, atualização, especialização e divulgação.
membros estagiários;
b) Propor ao conselho diretivo nacional o reconheci- 3 — Constituem ainda os conselhos nacionais de colé-
mento das qualificações profissionais de nacional de Es- gio os coordenadores regionais do conselho regional do
tado membro da União Europeia ou do Espaço Económico colégio respetivo.
Europeu obtidas fora do território nacional e a sua inscrição
4 — Quando convocados, participam nas reuniões dos
como membro efetivo, bem como o registo de profissionais
em livre prestação de serviços; conselhos de colégio, sem direito a voto, os coordenadores
c) Propor ao conselho diretivo nacional as condições de grupos constituídos para tratar de assuntos específicos,
da prestação dos exames finais de estágio dos membros profissionais ou culturais, das especialidades do colégio,
estagiários; bem como representantes das pessoas coletivas filiadas na
d) Propor ao conselho diretivo nacional a atribuição do Ordem através do colégio.
título de engenheiro especialista e dos níveis de qualifica- 5 — Nas reuniões dos conselhos podem ainda participar,
ção de engenheiro sénior e de engenheiro conselheiro; a título ocasional ou permanente, os especialistas que para
e) Propor ao conselho diretivo nacional o reconheci- tal tenham sido convidados.
mento de especialidades; 6 — As decisões dos conselhos de colégio são tomadas
f) Decidir da admissão de membros correspondentes, por maioria simples, devendo estar presentes, pelo menos,
sob proposta do respetivo conselho diretivo regional; quatro elementos dos referidos nos n.os 2 e 3, sendo dois
g) Pronunciar-se sobre o reconhecimento de novas es- elementos nacionais e dois elementos regionais.
pecialidades; 7 — O presidente do conselho do colégio pode delegar
h) Pronunciar-se sobre a criação e reconhecimento de as suas competências no vogal nacional para a matéria a
especializações e a atribuição do título de especialista; debater na reunião.
i) Propor ao conselho diretivo nacional a especialidade 8 — Os conselhos de colégio podem reunir separada-
em que devem ser agrupados os titulares de cursos de mente em duas secções:
engenharia que permitem o acesso à Ordem, que não te- a) Assuntos profissionais;
nham correspondência direta com as especialidades nela b) Assuntos culturais.
estruturadas;
j) Elaborar e propor à aprovação do conselho diretivo
nacional tabelas e respetivas atualizações das correspon- 9 — Fazem parte da secção para assuntos profissio-
dências dos cursos de engenharia professados em escolas nais:
nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem; a) O presidente do colégio;
k) Apresentar ao conselho diretivo nacional a proposta b) O vogal nacional para os assuntos profissionais;
de regulamento de admissão e qualificação; c) Os coordenadores regionais de colégio;
l) Apresentar ao conselho diretivo nacional a proposta d) Os vogais regionais, um por região, que estejam
de regulamento das especialidades; encarregados dos assuntos profissionais;
m) Pronunciar-se sobre o regulamento das especiali- e) Os coordenadores de grupos constituídos para tratar
zações; de assuntos profissionais específicos, quando convoca-
n) Elaborar e aprovar o seu regimento. dos.
4 — Das decisões do conselho de admissão e qualifi- 10 — Fazem parte da secção de assuntos culturais:
cação cabe recurso para o conselho diretivo nacional, ao
qual compete a respetiva homologação. a) O presidente do colégio;
5 — O conselho de admissão e qualificação pode de- b) O vogal nacional para os assuntos culturais;
legar no seu presidente as competências previstas nas c) Os coordenadores regionais de colégio;
alíneas a), b), c), d), f) e i) do n.º 3. d) Os vogais regionais, um por região, que estejam
6 — O conselho de admissão e qualificação reúne encarregados dos assuntos culturais;
quando convocado pelo seu presidente, por iniciativa deste e) Os coordenadores de grupos constituídos para tratar
ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus mem- de assuntos culturais específicos e os representantes das
bros, pelo menos uma vez por cada trimestre. coletividades filiadas, quando convocados.
6694 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

11 — Compete a cada conselho de colégio: Artigo 45.º


a) Discutir e propor planos de ação relativos a questões Conselho coordenador dos colégios
profissionais no âmbito da especialidade do colégio; 1 — A articulação da atividade dos colégios e o apoio
b) Discutir e propor planos de ação relativos às ques- coordenado ao conselho diretivo nacional é realizado atra-
tões culturais da especialidade do colégio, incluindo as de vés do conselho coordenador dos colégios.
formação, atualização e especialização, bem como as de 2 — Fazem parte do conselho coordenador dos colé-
admissão e qualificação; gios:
c) Dar parecer sobre matérias da especialidade do colé-
gio, ou outras referentes à Ordem, quando solicitado pelo a) O bastonário da Ordem;
bastonário, vice-presidentes nacionais ou pelo conselho b) Os vice-presidentes da Ordem;
diretivo nacional; c) Os presidentes de cada colégio de especialidade.
d) Desenvolver atividade editorial própria, dentro das
diretivas gerais do conselho diretivo nacional; 3 — O conselho coordenador dos colégios tem, em
e) Apoiar o conselho diretivo nacional nos assuntos especial, as seguintes competências:
profissionais e culturais, no domínio da respetiva espe-
a) Articular a atividade dos colégios e das especiali-
cialidade;
zações e o apoio coordenado ao conselho diretivo nacio-
f) Pronunciar-se sobre atividades desenvolvidas e a
nal;
desenvolver por intermédio dos conselhos regionais de
b) Propor ao conselho diretivo nacional a criação de
colégio, das mesmas especialidades;
comissões de verificação de habilitações sempre que seja
g) Coordenar a atividade dos conselhos regionais de
necessário proceder ao reconhecimento individual de com-
colégio;
petências profissionais específicas de engenheiros oriundos
h) Participar na coordenação da atividade geral da Or-
de mais de uma especialidade;
dem, através do conselho coordenador dos colégios;
c) Elaborar os atos dos engenheiros agrupados nas es-
i) Pronunciar-se sobre a atribuição dos níveis de quali-
pecialidades;
ficação de engenheiro sénior e de engenheiro conselheiro
d) Elaborar a proposta de regulamento dos colégios;
e do título de engenheiro especialista nas especializações
e) Elaborar a proposta de regulamento das especiali-
integradas no colégio;
zações;
j) Pronunciar-se, a solicitação do bastonário, vice-
f) Listar as normas técnicas que digam respeito às es-
-presidentes nacionais e conselho diretivo nacional, sobre
pecialidades;
assuntos de índole profissional, bem como sobre diplomas
g) Elaborar e aprovar o seu regimento;
legais ou regulamentares, cujo parecer seja solicitado à
h) Requerer a convocação da assembleia de represen-
Ordem;
tantes;
k) Definir os parâmetros de realização dos trabalhos
i) Pronunciar-se sobre:
de estágio de modo a que este seja o mais uniforme
possível no âmbito da mesma especialidade, tendo em i) A organização dos congressos;
conta a formação académica e profissional do membro ii) As linhas gerais dos programas de ação dos colé-
estagiário; gios;
l) Pronunciar-se sobre as condições da prestação dos iii) A realização e organização de referendos;
exames finais de estágio dos membros estagiários; iv) As condições da prestação dos exames finais de
m) Orientar os conselhos regionais de colégio na or- estágio dos membros estagiários;
ganização e controlo dos estágios e na supervisão da sua v) O regulamento de admissão e qualificação;
avaliação, de acordo com a formação académica e profis- vi) A atribuição do título de especialista nas especializa-
sional do membro estagiário, nos termos do disposto no ções que abranjam mais do que uma especialidade;
presente Estatuto e do regulamento de estágios; vii) A estruturação de novas especialidades e de novos
n) Fornecer ao conselho jurisdicional os pareceres colégios de especialidade;
e as informações que este órgão nacional lhe solicite, viii) A estruturação de novas especializações;
no âmbito das suas competências disciplinares ou de ix) Os critérios de agrupamento dos membros nas es-
supervisão; pecialidades;
o) Pronunciar-se sobre o regulamento de estágios; x) As propostas de alteração do presente Estatuto;
p) Elaborar e aprovar o seu regimento. xi) As propostas de regulamento de estágios;
xii) As propostas de regulamento das especialidades;
12 — O conselho nacional do colégio pode delegar no xiii) As demais matérias previstas na lei e no presente
seu presidente as competências previstas nas alíneas c), i), Estatuto.
j) e l) do número anterior.
13 — Os conselhos nacionais de colégio reúnem 4 — O conselho coordenador dos colégios pode delegar
quando convocados pelos respetivos presidentes, por no seu presidente as competências previstas nas subalí-
iniciativa destes ou mediante solicitação da maioria neas iv) e vi) da alínea i) do número anterior, bem como
absoluta dos seus membros, pelo menos uma vez por as competências previstas nas alíneas a), b), c), d), f) e i)
trimestre. do n.º 3, do artigo 43.º, na parte que se refere à pronúncia
14 — O presidente do conselho nacional do colégio tem do conselho coordenador dos colégios.
também a designação de presidente do colégio. 5 — O conselho coordenador dos colégios reúne quando
15 — O presidente do conselho nacional do colégio convocado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou me-
goza de voto de qualidade, em caso de empate nas vota- diante solicitação da maioria absoluta dos seus membros,
ções do órgão. pelo menos uma vez por trimestre.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6695

6 — O presidente do conselho coordenador dos colé- c) Apreciar e deliberar sobre o orçamento e plano de
gios goza de voto de qualidade, em caso de empate nas atividades do conselho diretivo e o parecer do conselho
votações do órgão. fiscal da região, para o ano seguinte;
d) Apreciar os atos de gestão dos respetivos órgãos
Artigo 46.º regionais;
e) Apreciar assuntos que, no âmbito do presente Esta-
Comissões de especialização
tuto, lhe sejam submetidos;
1 — Por cada especialização estruturada na Ordem, nos f) Requerer a convocação da assembleia de represen-
termos do artigo 55.º, existe uma comissão constituída por tantes;
cinco engenheiros especialistas na mesma. g) Aprovar o seu regimento, elaborado pela mesa.
2 — Cada comissão tem um coordenador e um coorde-
nador adjunto e três vogais. 3 — As assembleias regionais são dirigidas por uma
3 — Compete às comissões de especialização: mesa constituída por um presidente e dois secretários.
4 — As assembleias regionais reúnem em sessões or-
a) Dar parecer sobre a atribuição do título de engenheiro dinárias de três em três anos, no mês de fevereiro, para
especialista; realização das eleições previstas na alínea a) do n.º 2.
b) Dinamizar e conduzir a atividade da especialização, 5 — As assembleias regionais reúnem em sessões or-
designadamente levar a efeito ações de formação e divul- dinárias todos os anos, até ao dia 10 do mês de março
gação, incluindo a elaboração de documentos, relevantes e até ao dia 30 do mês de novembro, para exercerem,
na área da especialização, que contribuam para a melhoria respetivamente, as competências previstas nas alíneas b)
da qualidade do exercício profissional; e c) do n.º 2.
c) Prestar o apoio que lhes for solicitado pelos restantes 6 — As assembleias regionais reúnem extraordinaria-
órgãos nacionais da Ordem, ou pelos seus presidentes. mente sempre que os conselhos diretivos ou conselhos
fiscais da região em causa, por iniciativa própria, o con-
4 — As comissões de especialização vertical reportam siderem necessário ou sempre que um mínimo de 5 % ou
ao conselho nacional do colégio em que se inserem e as de 100 membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos
comissões de especialização horizontal reportam ao pre- o requeira à mesa.
sidente do conselho coordenador de colégios. 7 — As assembleias regionais só podem tomar deci-
5 — As comissões de especialização com, pelo menos, sões sobre matérias que se enquadrem nos objetivos da
20 engenheiros especialistas, são eleitas em listas fechadas, Ordem.
designando o coordenador, o coordenador adjunto e os três
vogais, pelo universo dos engenheiros especialistas que Artigo 48.º
integrem a especialização, e que estejam no pleno gozo
dos seus direitos estatutários. Conselhos diretivos das regiões
6 — As comissões de especialização com menos de 1 — Os conselhos diretivos das regiões são constituídos
20 engenheiros especialistas são designadas pelo conselho pelo presidente, o vice-presidente, o secretário, o tesou-
diretivo nacional, por proposta do conselho nacional do reiro e três vogais, sendo pelo menos estes de diferentes
colégio, sendo verticais, e pelo conselho coordenador dos especialidades, eleitos em assembleia regional.
colégios, sendo horizontais. 2 — Compete aos conselhos diretivos das regiões:
7 — As comissões de especialização podem delegar
no coordenador as competências previstas na alínea a) a) Promover ações tendentes à realização dos objetivos
do n.º 3. da Ordem, de acordo com as grandes linhas de atuação
8 — As comissões de especialização reúnem quando definidas pelo conselho diretivo nacional;
convocadas pelos seus coordenadores, por iniciativa des- b) Gerir as atividades das respetivas regiões, nos termos
tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus do presente Estatuto e dos regulamentos, e administrar os
membros, pelo menos uma vez por bimestre. bens que lhes são confiados;
9 — O coordenador da comissão de especialização goza c) Requerer a convocação de assembleias regionais;
de voto de qualidade, em caso de empate nas votações do d) Elaborar e apresentar aos respetivos conselhos fiscais,
órgão. com a antecedência mínima de 15 dias, relativamente às
datas marcadas para as reuniões da respetiva assembleia
Artigo 47.º regional, o relatório e as contas do ano civil transato e o
orçamento e plano de atividades para o ano seguinte;
Assembleias regionais e) Submeter à discussão e votação das respetivas assem-
1 — As assembleias regionais são constituídas por to- bleias regionais o relatório e contas do ano civil anterior
dos os membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos, e assegurar o seu posterior envio ao conselho diretivo
inscritos nas respetivas regiões. nacional, garantindo o cumprimento dos prazos legais a
2 — Compete às assembleias regionais: que a Ordem está obrigada;
f) Submeter à apreciação e votação das respetivas as-
a) Votar os membros dos órgãos nacionais e eleger os sembleias regionais o plano de atividades e orçamento
membros da mesa da assembleia regional e dos órgãos para o ano seguinte e assegurar o seu posterior envio ao
regionais; conselho diretivo nacional, garantindo o cumprimento dos
b) Discutir e votar o relatório e contas do conselho di- prazos legais a que a Ordem está obrigada;
retivo e o parecer do conselho fiscal da respetiva região, g) Arrecadar receitas, transferir verbas arrecadadas por
relativos ao ano transato; conta de outrem e satisfazer despesas;
6696 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

h) Organizar os meios para a realização dos atos elei- 2 — Compete aos conselhos fiscais das regiões:
torais na região e fixar as comparticipações para as listas
a) Examinar a gestão financeira da competência dos
concorrentes aos órgãos da região e das delegações;
respetivos conselhos diretivos;
i) Colaborar com o conselho diretivo nacional na orga-
b) Dar parecer sobre o relatório e contas apresentados
nização e realização de referendos;
pelos respetivos conselhos diretivos, bem como sobre os
j) Convocar reuniões de esclarecimento e debate rela-
orçamentos;
tivas a referendos a realizar;
c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos respeti-
k) Receber e instruir os pedidos de inscrição, bem como
vos conselhos diretivos, sempre que o julguem conveniente
inscrever os membros efetivos e estagiários, enviando-os ao
ou estes o solicitem;
conselho diretivo nacional para confirmação da inscrição;
d) Elaborar e aprovar o seu regimento.
l) Propor ao conselho diretivo nacional a admissão de
membros honorários e ao conselho de admissão e qualifi-
cação a admissão de membros correspondentes; 3 — O conselho fiscal reúne quando convocado pelo
m) Promover ações disciplinares através do conselho respetivo presidente por iniciativa deste ou mediante soli-
disciplinar competente; citação da maioria absoluta dos seus membros, pelo menos
n) Organizar e dirigir os respetivos serviços adminis- uma vez por trimestre.
trativos;
o) Admitir e despedir o respetivo pessoal administrativo, Artigo 50.º
dando conhecimento ao conselho diretivo nacional; Conselhos disciplinares
p) Inscrever os membros estudantes;
1 — Os conselhos disciplinares são constituídos por
q) Promover o registo no quadro geral da Ordem dos
um presidente e quatro vogais, eleitos em assembleia re-
membros inscritos na região;
gional.
r) Escolher a região cujo respetivo conselho regional
2 — Compete aos conselhos disciplinares:
de colégio exerce a competência prevista na alínea a) do
n.º 4 do artigo 51.º, nos casos das especialidades em que, na a) Instruir e julgar os processos disciplinares que digam
sua região, não esteja ainda estruturado o correspondente respeito aos membros da Ordem, com exceção dos que
conselho regional de colégio; sejam da competência do conselho jurisdicional;
s) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm- b) Requerer a qualquer órgão regional e local os parece-
bito regional, de acordo com as atribuições da Ordem e as res e as informações que, no âmbito das suas competências
competências que lhes estão atribuídas; disciplinares, se tornem necessários para o desempenho
t) Elaborar e aprovar o seu regimento. das suas funções;
c) Requerer externamente os pareceres especializados
3 — As regiões são representadas, em juízo e fora dele, que considerarem necessários ao desempenho das suas
pelos respetivos presidentes dos conselhos diretivos, que funções;
têm também a designação de presidente da região. d) Elaborar e aprovar o seu regimento.
4 — O conselho diretivo pode delegar no seu presidente
as competências previstas nas alíneas k) a l), o) a q) e s) 3 — Das decisões dos conselhos disciplinares cabe re-
do n.º 2, com faculdade de subdelegação. curso para o conselho jurisdicional, nos termos do regu-
5 — O conselho diretivo pode ainda delegar em qual- lamento disciplinar.
quer dos seus membros competências para tratar de as- 4 — Os conselhos disciplinares são assessorados por
suntos específicos. juristas com mais de cinco anos de experiência profissional
6 — O presidente do conselho diretivo pode exercer, e dispõem do pessoal administrativo necessário para os
em casos urgentes, as competências atribuídas ao con- respetivos secretariados de apoio.
selho, sem prejuízo, no entanto, de poder ser requerida 5 — Os restantes órgãos regionais e locais da Ordem co-
a ratificação pela maioria dos membros que compõem o laboram com os conselhos disciplinares, quando por estes
conselho. solicitados, no âmbito das suas funções disciplinares.
7 — O presidente do conselho diretivo pode assistir, 6 — Os conselhos disciplinares reúnem quando con-
querendo, às reuniões de todos os órgãos colegiais da vocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa des-
região, incluindo das delegações, só tendo direito a voto tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
nas reuniões em que nos termos do presente Estatuto e dos membros.
regulamentos o mesmo lhe esteja atribuído.
8 — O presidente do conselho diretivo goza de voto de Artigo 51.º
qualidade, em caso de empate nas votações do conselho
Conselhos regionais de colégio
diretivo.
9 — O conselho diretivo reúne quando convocado pelo 1 — Em cada região existe um conselho regional de
respetivo presidente por iniciativa deste ou mediante soli- colégio, desde que nela estejam inscritos, pelo menos,
citação da maioria absoluta dos seus membros, pelo menos 20 membros efetivos agrupados no colégio.
uma vez por mês. 2 — Os conselhos regionais de colégio são integrados
pelo coordenador regional de colégio, pelo vogal regional
Artigo 49.º para os assuntos profissionais e pelo vogal regional para
os assuntos culturais, eleitos pelos membros do colégio
Conselhos fiscais das regiões
inscritos na região respetiva.
1 — Os conselhos fiscais das regiões são constituídos 3 — A articulação da atividade dos conselhos regionais
por um presidente e dois vogais eleitos em assembleia de colégio é feita em reuniões convocadas pelo respetivo
regional. presidente do conselho diretivo regional.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6697

4 — Compete aos conselhos regionais de colégio: 5 — Pelo menos trienalmente, convocada e dirigida
pelo bastonário, realiza-se, sem caráter deliberativo, uma
a) Organizar e controlar os estágios e superintender na
convenção dos delegados distritais que inclui os delegados
sua avaliação, sob orientação do respetivo conselho nacio-
de ilha ou grupo de ilhas, para tratar de assuntos relativos
nal, de acordo com a formação académica e profissional
às suas atividades, podendo ser aprovadas recomendações
do membro estagiário, nos termos do presente Estatuto e
aos conselhos diretivos regionais e ao conselho diretivo
do regulamento de estágios;
nacional.
b) Colaborar com o conselho nacional do colégio na
6 — Os órgãos executivos das delegações reúnem
definição dos parâmetros de realização dos trabalhos de
quando convocados pelos seus delegados, por iniciativa
estágio;
c) Pronunciarem-se sobre o regulamento de estágios; destes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
d) Colaborar na atividade do conselho nacional de co- membros, pelo menos uma vez por bimestre.
légio; 7 — O delegado goza de voto de qualidade, em caso de
e) Colaborar com o conselho diretivo regional e fornecer empate nas votações do órgão executivo local.
os pareceres e as informações que este lhes solicitar sobre
as suas atividades, bem como sobre a atividade profissional Artigo 53.º
dos membros inscritos na região; Reuniões dos órgãos
f) Pronunciar-se sobre as condições da prestação dos
exames finais de estágio dos membros estagiários; A participação nas reuniões dos órgãos e comissões da
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. Ordem faz-se através da presença física dos membros que
os integram no próprio local onde decorrerem as reuniões,
5 — Os conselhos regionais de colégio reúnem quando podendo, no entanto, até metade dos membros que com-
convocados pelo respetivo coordenador, por iniciativa põem o órgão ou comissão, participar e votar nas mesmas
deste ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus através de meios audiovisuais.
membros, pelo menos uma vez por mês.
CAPÍTULO V
Artigo 52.º
Especialidades e especializações
Delegações distritais e de ilha
1 — As delegações distritais e as delegações de ilha, ou Artigo 54.º
grupo de ilhas, possuem um órgão executivo constituído Definição e enumeração
por um delegado e dois adjuntos, que reúne, pelo menos,
bimestralmente. 1 — Entende-se por especialidade um domínio da ati-
2 — A delegação é representada, localmente, pelo de- vidade da engenharia com características técnicas e cien-
legado, a quem compete convocar e dirigir as reuniões do tíficas próprias que assuma no país relevância económica
órgão executivo. e social.
3 — A assembleia da delegação é constituída pelos mem- 2 — A Ordem é estruturada de acordo com as seguintes
bros efetivos domiciliados na circunscrição abrangida pela especialidades:
delegação e compete-lhe eleger o órgão executivo local. a) Engenharia civil;
4 — Como estruturas locais da Ordem, para efeito de b) Engenharia eletrotécnica;
prestação de serviços de proximidade aos membros e para c) Engenharia mecânica;
prossecução local da missão e atribuições da Ordem, com- d) Engenharia geológica e de minas;
pete ao órgão executivo da delegação: e) Engenharia química e biológica;
a) Assegurar a prestação de serviços de proximidade f) Engenharia naval;
aos membros da Ordem e às instituições locais; g) Engenharia geográfica;
b) Promover ações tendentes à realização da missão e h) Engenharia agronómica;
atribuições da Ordem, de acordo com as linhas de atuação i) Engenharia florestal;
e planos de atividade definidos pelo conselho diretivo j) Engenharia de materiais;
regional; k) Engenharia informática;
c) Gerir as atividades locais nos termos do presente l) Engenharia do ambiente.
Estatuto e dos regulamentos da Ordem, e administrar os
bens que lhe são confiados, prestando trimestralmente 3 — Os titulares de curso de engenharia que permita o
contas ao conselho diretivo regional, sendo que as contas acesso à Ordem que não tenha correspondência direta com
do último trimestre de cada ano têm que ser prestadas até as especialidades e colégios nela estruturados são inscritos
ao dia 20 de janeiro do ano seguinte; naquele que, através de proposta do conselho de admissão
d) Colaborar na organização e realização de eleições e qualificação, o conselho diretivo nacional considere o
e referendos; mais adequado.
e) Receber os pedidos de inscrição de candidatos a 4 — A estruturação organizativa de novos domínios
membro e promover, localmente, os serviços e apoios a técnicos e científicos da atividade de engenharia dentro
prestar aos membros; dos colégios compete à assembleia de representantes, sob
f) Propor a organização e dirigir os respetivos serviços proposta do conselho diretivo nacional, ouvidos o conse-
administrativos; lho de admissão e qualificação e o conselho coordenador
g) Representar a Ordem em juízo, quando para isso dos colégios.
tenha delegação do presidente da respetiva região; 5 — Sob proposta do conselho de admissão e qualifi-
h) Elaborar e aprovar o seu regimento. cação, o conselho diretivo nacional aprova e torna público
6698 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

através do portal da Ordem, uma tabela e respetivas atua- b) Conhecimentos e grau de competência profissional
lizações, das correspondências dos cursos de engenharia na especialização;
professados em escolas nacionais e as especialidades e c) Relevância da atividade profissional no âmbito da
colégios estruturadas na Ordem. especialização;
d) Extensão da experiência profissional, relevante para
Artigo 55.º a especialização;
Especializações e) Formação complementar de índole académica ou
profissional na área da especialização;
1 — Entende-se por especialização uma área restrita da f) Experiência como formador na área da especializa-
atividade da engenharia, contida numa especialidade ou ção;
abrangendo matérias de várias especialidades, que assuma g) Produção editorial na área da especialização;
importância científica e técnica e desenvolva metodologia h) Inscrição em organizações científicas ou técnicas e
específica. outras, nacionais ou estrangeiras, no domínio da sua espe-
2 — As especializações estruturam-se do seguinte cialização, e participação na realização das mesmas.
modo:
a) Especializações verticais; 2 — O título de engenheiro especialista é atribuído pelo
b) Especializações horizontais. conselho diretivo nacional, sob parecer da comissão de es-
pecialização, e pronúncia do conselho nacional de colégio,
3 — São verticais as especializações contidas apenas sendo a especialização vertical, ou do conselho coordena-
numa especialidade e horizontais as que abranjam matérias dor dos colégios, sendo a especialização horizontal, e do
de várias especialidades, acessíveis aos membros titulares conselho de admissão e qualificação.
dos respetivos títulos de especialidade. 3 — O parecer da comissão de especialização conclui
4 — A especialidade de engenharia civil contém as se- de forma explícita pela atribuição ou não do título de es-
guintes especializações: pecialista ao requerente, após a avaliação dos elementos
mencionados no n.º 1.
a) Direção e gestão da construção;
b) Estruturas; 4 — As competências atribuídas aos conselhos diretivo
c) Hidráulica e recursos hídricos; nacional, de admissão e qualificação e coordenador de
d) Planeamento e ordenamento do território; colégios podem ser por estes delegadas nos respetivos
e) Segurança no trabalho da construção. presidentes e as atribuídas às comissões de especialização
podem ser por estas delegadas nos respetivos coordena-
5 — A especialidade de engenharia eletrotécnica contém dores.
as seguintes especializações: 5 — A tramitação na Ordem, os prazos para os respeti-
vos órgãos se pronunciarem, a comunicação dos pareceres
a) Luminotecnia; e decisões ao requerente, são objeto do regulamento das
b) Telecomunicações. especializações.
6 — As especialidades de engenharia contêm as seguin-
tes especializações horizontais: CAPÍTULO VI
a) Avaliações de engenharia; Congresso e atividade editorial
b) Energia;
c) Acústica; Artigo 57.º
d) Aeronáutica;
Congresso
e) Alimentar;
f) Climatização; 1 — A Ordem realiza, com frequência não inferior a
g) Refrigeração; três anos, um congresso de índole técnica, científica e
h) Segurança; profissional.
i) Gestão industrial; 2 — O congresso tem lugar, rotativamente, em cada
j) Sanitária; uma das regiões norte, centro e sul, com possibilidade de
k) Têxtil; realização nos Açores ou na Madeira por deliberação do
l) Geotecnia; conselho diretivo nacional.
m) Manutenção industrial; 3 — A organização do congresso compete ao conselho
n) Sistemas de informação geográfica; diretivo nacional, que conta, para a sua organização, com
o) Transportes e vias de comunicação. uma comissão executiva, a qual integra, entre outros, ele-
mentos do conselho diretivo da região em que se realizar
Artigo 56.º e representantes dos colégios.
Atribuição do título de engenheiro especialista
Artigo 58.º
1 — O título de engenheiro especialista é atribuído aos
engenheiros seniores que atinjam resultado global posi- Atividade editorial
tivo numa avaliação dos órgãos competentes da Ordem, 1 — A atividade editorial da Ordem constitui um dos
nos termos regulamentares, contemplando os requisitos meios de projeção da sua vida associativa e das suas ativi-
seguintes: dades técnicas, científicas e profissionais e deve obedecer
a) Curriculum profissional, que revele valor científico a diretivas do conselho diretivo nacional, a integrar num
e ou técnico para a especialização; regulamento editorial.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6699

2 — Cabe ao conselho diretivo nacional, aos conselhos 3 — Os cargos dos órgãos executivos, quando exercidos
diretivos das regiões e aos conselhos dos colégios promover com caráter de regularidade e permanência, podem ser
a produção de textos técnicos, científicos e profissionais. remunerados, nos termos de regulamento aprovado pela
3 — As regiões e as secções podem realizar a edição assembleia de representantes.
das publicações, periódicas ou não, que os seus conselhos
diretivos considerem convenientes para a prossecução dos Artigo 63.º
objetivos da Ordem nos respetivos âmbitos regionais. Reeleição
É permitida a reeleição, mas o mesmo cargo não pode
CAPÍTULO VII ser desempenhado, consecutivamente, por mais de dois
Eleições e referendos mandatos.

Artigo 59.º Artigo 64.º


Início e termo do exercício anual
Elegibilidade
1 — Só podem ser eleitos para os órgãos da Ordem os Considera-se que o exercício anual do mandato dos
membros efetivos que se encontrem no pleno gozo dos membros eleitos para os órgãos da Ordem se inicia a 1
seus direitos. de abril ou no primeiro dia útil imediatamente a seguir,
quando aquele não o for.
2 — Não podem ser eleitos os membros das comissões
de fiscalização do ato eleitoral.
Artigo 65.º
3 — Só podem ser eleitos para o cargo de bastonário e
para membro dos órgãos com competências disciplinares Início do mandato
os membros efetivos com, pelo menos, 10 anos de exercício Os mandatos iniciam-se com a tomada de posse no início
da profissão de engenheiro e, para os cargos de membro dos de um exercício anual.
órgãos com competências executivas, os membros efetivos
com, pelo menos, cinco anos de exercício da profissão de Artigo 66.º
engenheiro.
Alheamento do cargo
Artigo 60.º Para além de outros motivos previstos na lei e no pre-
Assembleia eleitoral nacional sente Estatuto, perdem o mandato por alheamento do
cargo:
1 — A assembleia eleitoral nacional é constituída por
todos os membros efetivos da Ordem no pleno gozo dos a) Os membros dos órgãos executivos da Ordem que
seus direitos estatutários. faltarem a mais de três reuniões seguidas ou seis interpo-
2 — A competência da assembleia eleitoral nacional é ladas dos respetivos órgãos, incluindo os cargos exercidos
restrita a assuntos eleitorais. por inerência no órgão a que faltarem;
3 — A assembleia eleitoral nacional é organizada em b) Os membros da assembleia de representantes que
delegações regionais. faltarem a mais de duas reuniões seguidas ou quatro in-
4 — As mesas das assembleias regionais funcionam terpoladas;
como mesas das delegações regionais da assembleia elei- c) Os membros dos restantes órgãos da Ordem que fal-
toral nacional. tarem a mais de três reuniões seguidas ou seis interpoladas
dos mesmos;
Artigo 61.º d) Os membros das mesas das assembleias que faltarem
a mais de duas reuniões seguidas das respetivas assem-
Incompatibilidades no exercício de funções bleias ou quatro interpoladas, ou ainda no mesmo número,
1 — O exercício de funções executivas, disciplinares a reuniões da mesa ou dos órgãos ou comissões da Ordem
e de fiscalização em órgãos da Ordem é incompatível a que pertençam por inerência.
entre si.
2 — O exercício de cargos nos órgãos da Ordem não é Artigo 67.º
incompatível com o exercício de quaisquer funções dirigen- Vacatura do cargo
tes na função pública ou com qualquer outra função, exceto
quando tal incompatibilidade resultar expressamente da lei, 1 — Nos casos de renúncia, sanção disciplinar mais
ou quando se verifique um manifesto conflito de interesses, grave do que a advertência, exoneração, incapacidade
como tal declarado pelo conselho jurisdicional. prolongada, alheamento do cargo ou perda da qualidade
de membro efetivo dos:
Artigo 62.º a) Bastonário e vice-presidentes nacionais;
Mandatos e exercício de cargos
b) Presidente e vice-presidente dos conselhos diretivos
das regiões;
1 — Os mandatos dos membros dos órgãos da Ordem c) Presidente e vice-presidente do conselho jurisdi-
têm a duração de três anos. cional;
2 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei-
ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o simultânea ou sucessivamente, os lugares são preenchidos,
respetivo mandato não excede a vigência do mandato dos por eleição, nos três meses seguintes à verificação das
restantes órgãos. referidas situações.
6700 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

2 — Se idêntica situação se verificar para qualquer outro Artigo 71.º


cargo elegível, o lugar vago é preenchido pelos suplentes Simultaneidade das eleições
na lista de eleição respetiva ou, caso tal não seja possível,
por eleição, nos três meses seguintes à verificação da ces- As eleições ordinárias de âmbito nacional e regional
sação do mandato. têm lugar simultaneamente.
3 — Os membros nomeados cujo mandato cesse, por
qualquer motivo, são substituídos por escolha do órgão Artigo 72.º
competente para a sua nomeação. Normas eleitorais
4 — Os membros eleitos, substitutos ou nomeados em
consequência do disposto nos números anteriores, termi- 1 — A eleição do bastonário e dos dois vice-presidentes,
nam o mandato do membro substituído. membros do conselho diretivo nacional, é feita conjunta-
5 — As eleições a que se referem os n.os 1 e 2 só têm mente, em lista fechada, por escrutínio secreto e universal,
lugar se o período que decorrer para a data das eleições não podendo ser todos da mesma região ou da mesma
ordinárias para os órgãos da Ordem e mesas das assem- especialidade.
bleias for superior a 180 dias. 2 — No âmbito de cada especialidade, os candidatos
à eleição para o conselho de admissão e qualificação são
Artigo 68.º eleitos pelos membros efetivos da respetiva especialidade,
em lista aberta.
Mandatos dos suplentes
3 — Os candidatos à eleição para presidente e restantes
Os mandatos exercidos pelos membros suplentes em membros dos conselhos nacionais de colégio são eleitos
substituição, que não ultrapassem 18 meses, não contam pelos membros efetivos do respetivo colégio, em lista
para os efeitos previstos no artigo 63.º fechada.
4 — Dos 60 membros a eleger para a assembleia, a
Artigo 69.º representação faz-se de modo proporcional pelo método
de Hondt ao número de membros de cada especialidade e
Eleições ordinárias e extraordinárias
colégio, tendo as listas concorrentes, no entanto, de apre-
1 — As eleições para os órgãos da Ordem são ordinárias sentar candidatos de todas as especialidades e colégios
e extraordinárias. estruturados na Ordem, sendo que a origem territorial
2 — As eleições ordinárias destinam-se a eleger os mem- dos membros obedece também ao mesmo sistema de
bros dos órgãos da Ordem para mandatos completos. representação e método, consoante o número de membros
3 — As eleições extraordinárias visam a designação de inscritos em cada região, tendo de ser apresentado, pelo
membros para o preenchimento de lugares vagos. menos, um candidato oriundo de cada uma das regiões
4 — As eleições para os órgãos da Ordem regem-se dos Açores e da Madeira e de cada delegação distrital e
pelo disposto no presente Estatuto e no regulamento de insular.
eleições e referendos. 5 — As eleições dos membros dos órgãos das regiões
são feitas pelas assembleias regionais em listas fecha-
Artigo 70.º das, dizendo cada lista respeito a cada um dos órgãos a
Âmbito territorial das eleições
eleger.
6 — A eleição dos membros dos conselhos regionais de
1 — As eleições para os órgãos da Ordem são de âmbito colégio é feita pelos membros do respetivo colégio.
nacional e regional. 7 — A eleição do presidente e do vogal do conselho
2 — As eleições de âmbito nacional destinam-se à es- fiscal nacional é feita em lista única e fechada.
colha: 8 — A eleição dos membros do conselho jurisdicional é
a) Do bastonário e dos vice-presidentes; feita em lista única e fechada, com indicação do respetivo
b) Dos membros elegíveis da assembleia de represen- presidente.
tantes; 9 — As candidaturas têm de ser individualizadas para
c) Dos membros elegíveis dos conselhos nacionais de cada órgão.
colégio, das comissões de especialização e do conselho de
admissão e qualificação; Artigo 73.º
d) Dos membros do conselho fiscal nacional; Apresentação de candidaturas
e) Dos membros do conselho jurisdicional.
A apresentação de candidaturas obedece ao regulamento
3 — As eleições de âmbito regional, em assembleia de eleições e referendos, e devem ser apresentadas com
regional, visam a escolha de membros dos: antecedência mínima de 60 dias em relação à data desig-
nada para as eleições.
a) Conselhos diretivos das regiões;
b) Conselhos fiscais das regiões; Artigo 74.º
c) Conselhos disciplinares;
Marcação das eleições
d) Conselhos regionais de colégio.
A marcação da data das eleições compete ao conselho
4 — As eleições de âmbito local, em assembleia distri- diretivo nacional e deve ser feita com a antecedência
tal ou insular, visam a escolha de membros da delegação mínima de 90 dias em relação à data designada para as
distrital ou insular. eleições.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6701

Artigo 75.º 6 — A comissão eleitoral nacional entra em funções,


Referendos
para efeitos eleitorais, no dia em que for divulgada pelo
bastonário a data marcada para as eleições e cessa-as com
Os referendos na Ordem têm âmbito nacional e caráter a proclamação das listas vencedoras.
vinculativo, destinando-se à votação:
a) De propostas relativas à dissolução da Ordem; Artigo 78.º
b) Das matérias que a assembleia de representantes Comissões de fiscalização
delibere, mediante proposta do conselho diretivo nacional,
submeter a referendo, nos termos da alínea g) do n.º 5 do 1 — É constituída em cada região ou secção regional
artigo 39.º uma comissão de fiscalização, composta pelo presidente
da respetiva mesa da assembleia regional e por um repre-
Artigo 76.º sentante de cada uma das listas concorrentes ou propo-
nentes, a qual inicia as suas funções no dia seguinte ao da
Organização do processo eleitoral apresentação das candidaturas ou da abertura do processo
A organização do processo eleitoral ou referendário de referendo.
compete às mesas das assembleias regionais, que devem, 2 — Os representantes de cada lista concorrente devem
nomeadamente: ser indicados conjuntamente com a apresentação das res-
petivas candidaturas.
a) Convocar as assembleias eleitorais e de referendo; 3 — Se o presidente da mesa da assembleia geral for
b) Promover a constituição das comissões de fiscali- candidato nas eleições a realizar, é substituído na comissão
zação; de fiscalização por um dos secretários ou por um membro
c) Organizar os cadernos eleitorais e apreciar as respe- da Ordem designado pela respetiva mesa.
tivas reclamações;
d) Verificar a regularidade das candidaturas; Artigo 79.º
e) Decidir sobre reclamações do ato eleitoral que lhes
sejam apresentadas. Competência das comissões de fiscalização
Compete às comissões de fiscalização:
Artigo 77.º
a) Fiscalizar o processo eleitoral ou de referendo;
Comissão eleitoral nacional
b) Elaborar relatórios de eventuais irregularidades, a
1 — A comissão eleitoral nacional é constituída pelo entregar às correspondentes mesas das assembleias re-
presidente da mesa da assembleia de representantes, pelos gionais.
presidentes das mesas das assembleias regionais, ou pelos
seus legais substitutos. Artigo 80.º
2 — Preside à comissão eleitoral nacional o membro
Sufrágio
de mais baixo número de inscrição na Ordem, de entre os
referidos no número anterior. 1 — O sufrágio é universal, direto, periódico e por voto
3 — As deliberações da comissão eleitoral nacional secreto.
só são válidas com o voto favorável da maioria dos seus 2 — Têm direito de voto os membros efetivos da Ordem
membros. que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos.
4 — Compete à comissão eleitoral nacional coordenar
o processo eleitoral dos órgãos nacionais da Ordem: Artigo 81.º
a) Bastonário e vice-presidentes; Tipos de votação
b) Dos membros da assembleia de representantes;
c) Dos membros elegíveis dos conselhos nacionais de 1 — O voto é pessoal e secreto, não sendo admitido o
colégio; voto por procuração.
d) Dos membros do conselho fiscal nacional; 2 — O voto é exercido por um dos seguintes meios:
e) Dos membros do conselho jurisdicional nacional; a) Eletronicamente, pela Internet;
f) Dos membros do conselho de admissão e qualifica- b) Presencialmente.
ção;
g) Dos membros das comissões de especialização. 3 — A título transitório, e em período a definir no re-
gulamento de eleições e referendos, o voto pode ainda ser
5 — A coordenação referida no número anterior inclui, exercido por correspondência.
nomeadamente, a competência para: 4 — Todos os tipos de votação devem garantir a autenti-
a) Verificar a regularidade das respetivas candidatu- cação do eleitor, a confidencialidade e integridade do voto
ras; e a auditabilidade de todos os tipos de votação.
b) Garantir a igualdade de oportunidades às listas con- 5 — Os boletins de voto são, em função da respetiva
correntes; natureza, eletrónicos ou em papel, neles devendo constar
c) Assegurar que todos os tipos de votação garantem a as listas admitidas a sufrágio.
pessoalidade e o secretismo do voto; 6 — Os modelos dos boletins de voto para a eleição dos
d) Elaborar o mapa nacional dos resultados das eleições órgãos nacionais são aprovados pela comissão eleitoral
para os órgãos referidos no número anterior; nacional.
e) Proclamar as listas vencedoras para os órgãos na- 7 — Os modelos dos boletins de voto para a eleição
cionais. dos órgãos regionais e para os membros da assembleia de
6702 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

representantes a eleger em cada região são aprovados pela respetivos subscritores identificados pelo nome completo,
respetiva mesa da assembleia regional. assinatura, número de membro e residência.
8 — Os procedimentos respeitantes à votação eletrónica, 4 — As restantes propostas podem, por deliberação da
à votação presencial e à votação por correspondência são assembleia de representantes, ser ou não incluídas nos
definidos no regulamento de eleições e referendos. textos a referendar ou, ainda, apresentadas como alter-
nativa.
Artigo 82.º Artigo 87.º
Recurso Resultado do referendo
1 — Pode ser interposto recurso do ato eleitoral com 1 — Os resultados dos referendos correspondem à maio-
fundamento em irregularidades verificadas no ato eleitoral, ria simples dos votos válidos entrados nas urnas.
o qual deve ser apresentado à mesa da assembleia regional 2 — Quando se trate de projetos de propostas relativos
respetiva no prazo de cinco dias a contar do encerramento à dissolução da Ordem, a aprovação carece do voto ex-
do ato eleitoral. presso de mais de metade dos membros efetivos inscritos
2 — Da decisão da mesa da assembleia regional cabe nos cadernos eleitorais.
recurso para o conselho jurisdicional, a interpor no prazo de 3 — Os resultados dos referendos só podem ser consi-
oito dias contados da data em que os interessados tiveram derados como definitivos:
conhecimento da decisão da mesa.
a) Em primeira votação, se votarem, pelo menos, 20 %
Artigo 83.º dos membros inscritos nos cadernos eleitorais;
b) Em segunda votação, se votarem, pelo menos, 10 %
Proclamação dos resultados dos membros inscritos nos cadernos eleitorais.
1 — Não tendo havido interposição de recursos, ou
decididos os que houverem sido interpostos, é feita a pro- 4 — A segunda votação realiza-se nos 30 dias subse-
clamação das listas vencedoras. quentes à data da primeira votação.
5 — Se, em segunda votação, os resultados não puderem
2 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
ser considerados definitivos, o processo pode ser reiniciado
proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
decorrido um ano sobre a data da segunda votação.
gionais. 6 — Os resultados dos referendos são divulgados pelo
3 — A proclamação das listas vencedoras para os ór- conselho diretivo nacional após a receção dos apuramentos
gãos nacionais da Ordem é feita pela comissão eleitoral parciais de todas as regiões e secções regionais.
nacional.
Artigo 88.º
Artigo 84.º
Alterações ao regulamento
Posse dos membros eleitos
Não podem ser realizadas alterações ao regulamento de
1 — O bastonário cessante confere posse aos membros eleições e referendos durante o processo eleitoral ou de
eleitos para os órgãos nacionais. referendo, nem nos 90 dias precedentes.
2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio-
nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos
regionais. CAPÍTULO VIII
Da ação disciplinar
Artigo 85.º
Campanha eleitoral
SECÇÃO I
1 — A Ordem comparticipa nos encargos da campanha Disposições gerais
eleitoral de cada lista num montante igual para todas.
2 — As comparticipações são fixadas pelo conselho Artigo 89.º
diretivo nacional ou pelos conselhos diretivos das regiões,
conforme se trate de eleições para órgãos nacionais ou Infração disciplinar
regionais. 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
omissão de qualquer membro da Ordem que viole os de-
Artigo 86.º veres consignados no presente Estatuto ou nos respetivos
Organização do referendo regulamentos.
2 — As infrações disciplinares previstas no presente
1 — Compete ao conselho diretivo nacional fixar a data Estatuto e demais disposições legais e regulamentares
do referendo. aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência.
2 — Os textos a submeter a referendo devem ser divul- 3 — A tentativa é punível.
gados junto de todos os membros da Ordem e ser sujeitos
a reuniões de esclarecimento e debate, sem carácter deli- Artigo 90.º
berativo, que são convocadas a nível regional e dirigidas
Jurisdição disciplinar
pelos respetivos conselhos diretivos.
3 — As propostas de alteração aos textos a referendar 1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder
devem ser dirigidas por escrito, durante o período de escla- disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no
recimento e debate, ao conselho diretivo nacional, sendo os presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6703

2 — A suspensão da inscrição não faz cessar a responsa- Artigo 94.º


bilidade disciplinar por infrações anteriormente praticadas Prescrição do procedimento disciplinar
pelo membro da Ordem enquanto tal.
3 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o mem- 1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito
bro continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem. de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver
decorrido o prazo de cinco anos, salvo o disposto no nú-
Artigo 91.º mero seguinte.
Independência da responsabilidade
2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente
disciplinar dos membros da Ordem infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição
sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar
1 — A responsabilidade disciplinar é independente da apenas prescreve após o decurso deste último prazo.
responsabilidade civil e criminal decorrente da prática do 3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar
mesmo facto. corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem 4 — O prazo de prescrição só corre:
coexiste com qualquer outra prevista por lei.
3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, ti- a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
ver sido instaurado processo penal contra membro e, para sua prática;
se conhecer da existência de uma infração disciplinar, b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser do último ato;
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar por um a consumação.
período máximo de um ano.
4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do 5 — O procedimento disciplinar também prescreve se,
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade desde o conhecimento ou a participação efetuada nos ter-
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à mos do n.º 1 do artigo seguinte, não se iniciar o processo
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver disciplinar competente no prazo de um ano.
lugar, do despacho de pronúncia. 6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem interrompe-se com a notificação ao arguido:
que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
no processo disciplinar. a) Da instauração do processo disciplinar;
6 — Sempre que, em processo penal contra membro, for b) Da acusação.
designado dia para a audiência de julgamento, o tribunal
deve ordenar a remessa à Ordem, preferencialmente por 7 — Após cada período de interrupção começa a correr
via eletrónica, do despacho de acusação, do despacho de novo prazo de prescrição.
pronúncia e da contestação, se tiver sido apresentada, bem 8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
como quaisquer outros elementos solicitados pelo conselho suspende-se durante o tempo em que:
diretivo nacional ou pelo bastonário. a) O processo disciplinar estiver suspenso, a aguardar
7 — Os factos considerados provados em processo pe- despacho de acusação ou de pronúncia em processo penal;
nal contra membro consideram-se também provados em b) A decisão final do processo disciplinar não puder ser
processo disciplinar. notificada ao arguido, por motivo que lhe seja imputável.
8 — A responsabilidade disciplinar dos membros perante
a Ordem decorrente da prática de infrações é independente 9 — A suspensão, quando resulte da situação prevista
da responsabilidade disciplinar perante os respetivos empre- na alínea b) do número anterior, não pode ultrapassar o
gadores, por infração dos deveres emergentes de relações prazo de dois anos.
de trabalho. 10 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do
Artigo 92.º dia em que cessar a causa da suspensão.
Responsabilidade disciplinar dos profissionais
em livre prestação de serviços
SECÇÃO II
Os profissionais que prestem serviços em território na-
Do exercício da ação disciplinar
cional em regime de livre prestação são equiparados aos
membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al- Artigo 95.º
terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, Exercício da ação disciplinar
de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 5
do artigo 100.º do presente Estatuto e do regulamento 1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
disciplinar. suscetíveis de constituir infração disciplinar:
Artigo 93.º a) O bastonário;
b) Os conselhos diretivos regionais;
Responsabilidade disciplinar das sociedades profissionais
c) O Ministério Público, nos termos do n.º 3;
As pessoas coletivas que sejam membros da Ordem d) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada pelos
estão sujeitas ao poder disciplinar dos órgãos desta última factos participados.
nos termos do presente Estatuto e da lei que estabelece o
regime jurídico da constituição e funcionamento das socie- 2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades devem
dades de profissionais que estejam sujeitas a associações dar conhecimento à Ordem da prática, por membros desta,
públicas profissionais. de factos suscetíveis de constituir infração disciplinar.
6704 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

3 — Sem prejuízo do disposto na lei de processo penal c) Suspensão do exercício profissional até ao máximo
acerca do segredo de justiça, o Ministério Público e os de 15 anos.
órgãos de polícia criminal remetem à Ordem certidão das
denúncias, participações ou queixas apresentadas contra 2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações leves
associados e que possam consubstanciar factos suscetíveis no exercício da profissão dos membros.
de constituir infração disciplinar. 3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a
infrações graves.
Artigo 96.º 4 — A sanção de suspensão é aplicável quando, tendo
em conta a natureza da profissão, a infração disciplinar
Desistência da participação
seja grave e tenha posto em causa a vida, a integridade
A desistência da participação disciplinar pelo partici- física das pessoas ou seja gravemente lesiva da honra ou
pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração do património alheios ou de valores equivalentes.
imputada afetar a dignidade do membro visado e, neste 5 — O incumprimento pelo membro do dever de pagar
caso, este manifestar intenção de que o processo prossiga, quotas pode dar lugar à aplicação de sanção disciplinar de
ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer uma suspensão, quando se apure que aquele incumprimento é
das suas especialidades. culposo e se prolongue por período superior a 12 meses.
6 — No caso de profissionais em regime de livre presta-
Artigo 97.º ção de serviços em território nacional, a sanção prevista no
n.º 4 assume a forma de interdição temporária do exercício
Instauração do processo disciplinar da atividade profissional neste território.
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo 7 — A aplicação de sanção mais grave do que a mera
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por advertência a membro que exerça algum cargo nos órgãos
pessoa devidamente identificada, contendo factos sus- da Ordem determina a imediata destituição desse cargo,
cetíveis de integrarem infração disciplinar do membro, sem dependência de deliberação da assembleia de repre-
comunica, de imediato, os factos ao órgão competente sentantes nesse sentido.
para a instauração de processo disciplinar. 8 — A tentativa é punível com a sanção aplicável à
2 — Quando se conclua que a participação é infundada, infração consumada, especialmente atenuada.
dela se dá conhecimento ao membro visado e são emitidas 9 — Sempre que a infração resulte da violação de um
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela
não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
dos seus direitos e interesses legítimos.
ainda for possível.
3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou con- 10 — A prática de infração é considerada reincidente
tra qualquer membro do conselho jurisdicional em efeti- quando repita o comportamento ilícito antes de decorrido o
vidade de funções só pode ser instaurado por deliberação prazo de cinco anos após o dia em que se tornar definitiva
da assembleia de representantes, aprovada por maioria a condenação por cometimento da infração anterior.
absoluta.
Artigo 101.º
Artigo 98.º
Graduação
Legitimidade processual
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante-
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela- cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau
tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à
a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o situação económica do arguido e a todas as demais cir-
que tiverem por conveniente. cunstâncias agravantes ou atenuantes.
2 — São circunstâncias atenuantes:
Artigo 99.º
a) O exercício efetivo da profissão de engenheiro por um
Direito subsidiário período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados,
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro- sem qualquer sanção disciplinar;
cesso disciplinar rege-se por regulamento disciplinar, sendo b) A confissão espontânea da infração ou das infrações;
subsidiariamente aplicáveis as normas procedimentais c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver-
previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, dade;
aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho. d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva.

3 — São circunstâncias agravantes:


SECÇÃO III
a) A premeditação, na prática da infração e na prepa-
Das sanções disciplinares ração da mesma;
b) O conluio;
Artigo 100.º c) A reincidência;
Aplicação de sanções disciplinares
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando
1 — As sanções disciplinares são as seguintes: outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior;
e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
a) Advertência; durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso
b) Repreensão registada; do período de suspensão de sanção disciplinar;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6705

f) A produção de prejuízos de valor considerável, suspensão da inscrição dos membros a quem sejam apli-
entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de cadas as sanções de suspensão.
metade da alçada dos tribunais da Relação. 2 — A aplicação de sanção de suspensão implica a proi-
bição temporária da prática de qualquer ato profissional e
Artigo 102.º a entrega da cédula profissional na sede da Ordem ou na
região em que o arguido tenha o seu domicílio profissional,
Aplicação de sanções acessórias nos casos aplicáveis.
1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções Artigo 107.º
acessórias: Início de produção de efeitos das sanções disciplinares
a) Frequência obrigatória de ações de formação suple- 1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos
mentares às ações de formação obrigatórias; seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se
b) Restituição de quantias, documentos ou objetos; torne definitiva.
c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio 2 — Se na data em que a decisão se torna definitiva
de despesas; estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da
d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido; sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte
e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período ao do levantamento da suspensão.
máximo de 15 anos.
Artigo 108.º
2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre
si. Comunicação e publicidade
3 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender- 1 — A aplicação das sanções referidas nas alíneas b)
-se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior. e c) do n.º 1 do artigo 100.º é comunicada pelo conselho
4 — O resultado da aplicação das sanções acessórias diretivo nacional:
previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1, considera-se perdido
a favor da Ordem. a) À sociedade de profissionais ou organização associa-
tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data
Artigo 103.º dos factos e à data da condenação pela prática da infração
disciplinar; e
Unidade e acumulação de infrações b) À autoridade competente noutro Estado membro da
Sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias re- União Europeia ou do Espaço Económico Europeu para o
feridas no artigo anterior, não pode aplicar-se ao mesmo controlo da atividade do arguido estabelecido nesse mesmo
membro mais do que uma sanção disciplinar por cada Estado membro.
facto punível.
2 — Quando a sanção aplicada for de suspensão é-lhe
Artigo 104.º dada publicidade através do sítio oficial da Ordem e em
locais considerados idóneos para o cumprimento das fina-
Suspensão das sanções
lidades de prevenção geral do sistema jurídico.
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor- 3 — Se for decidida a suspensão preventiva ou aplicada
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática sanção de suspensão, o conselho diretivo nacional deve
da infração, as sanções disciplinares podem ser suspensas inserir a correspondente anotação nas listas permanentes
por um período compreendido entre um e cinco anos. de membros divulgadas por meios informáticos.
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati- 4 — A publicidade das sanções disciplinares, da sus-
vamente ao membro punido, seja proferida decisão final pensão preventiva e das sanções acessórias é promovida
de condenação em novo processo disciplinar. pelo órgão disciplinarmente competente, sendo efetuada
a expensas do arguido.
Artigo 105.º 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar
Aplicação das sanções de suspensão publicidade à sua suspensão preventiva sempre que este
1 — A aplicação das sanções de suspensão superior a não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce-
dois anos só pode ter lugar após audiência pública, nos dimento disciplinar.
termos previstos no regulamento disciplinar.
2 — As sanções de suspensão por período superior a Artigo 109.º
dois anos só podem ser aplicadas por deliberação que Prescrição das sanções disciplinares
reúna a maioria qualificada de dois terços dos membros
do órgão disciplinarmente competente. 1 — As sanções disciplinares prescrevem nos seguintes
prazos:
Artigo 106.º a) A de advertência, em dois anos;
b) A de repreensão registada, em quatro anos;
Execução das sanções
c) A de suspensão, em cinco anos.
1 — Compete ao conselho diretivo nacional dar execu-
ção às decisões proferidas em sede de processo disciplinar, 2 — O prazo de prescrição corre desde o dia seguinte
designadamente praticando os atos necessários à efetiva àquele em que a decisão se torne definitiva.
6706 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Artigo 110.º quantia, a título de caução, sempre que se verifiquem os


seguintes pressupostos:
Princípio do cadastro na Ordem
a) Ausência de aplicação anterior de suspensão provi-
1 — O processo individual dos membros na Ordem in- sória do processo pelo mesmo tipo de infração;
clui um cadastro, do qual constam as sanções disciplinares b) Ausência de um grau de culpa elevado.
referidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 100.º e as
sanções acessórias que lhes tenham sido aplicadas. 7 — No caso previsto no número anterior, são aplicáveis
2 — O cadastro é gerido pelo conselho diretivo nacio- ao arguido as seguintes medidas:
nal, com base nos elementos comunicados pelos órgãos
disciplinares da Ordem. a) Pagamento, no prazo de 10 dias úteis, de uma quantia
3 — A condenação de um membro em processo penal entre € 100 e € 5 000, no caso de pessoas singulares, ou
é comunicada à Ordem para efeito de averbamento ao entre € 1 000 e € 50 000, no caso de pessoas coletivas ou
respetivo cadastro. equiparadas;
4 — A sanção referida na alínea b) do n.º 1 do ar- b) Implementação de um plano de reestruturação da sua
tigo 100.º é eliminada do cadastro após o decurso do prazo atividade, nos termos e prazo que forem definidos;
de cinco anos a contar do seu cumprimento. c) Frequência de ações de formação suplementares às
ações de formação obrigatórias, nos termos e prazo que
forem definidos.
SECÇÃO IV
8 — O incumprimento das medidas determinadas a
Do processo
que se refere o número anterior implica a continuação do
processo disciplinar suspenso provisoriamente nos termos
Artigo 111.º dos n.os 6 e 7.
Obrigatoriedade 9 — Se o arguido cumprir as medidas determinadas,
o processo é arquivado e são-lhe devolvidas as quantias
A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre- pagas.
cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade Artigo 113.º
disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. Processo disciplinar
1 — O processo disciplinar é regulado pelo presente
Artigo 112.º Estatuto e pelo regulamento disciplinar.
Formas do processo 2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes
fases:
1 — A ação disciplinar pode comportar as seguintes
formas: a) Instrução;
b) Defesa do arguido;
a) Processo de inquérito; c) Decisão;
b) Processo disciplinar. d) Execução.

2 — O processo de inquérito é aplicável quando não 3 — Em todas as fases do processo disciplinar, são asse-
seja possível identificar claramente a existência de uma guradas ao arguido todas as garantias de defesa nos termos
infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a gerais de direito.
realização de diligências sumárias para o esclarecimento
ou a concretização dos factos em causa. Artigo 114.º
3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis- Suspensão preventiva
tam indícios de que determinado membro da Ordem pra-
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de 1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido
constituir infração disciplinar. notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or-
4 — Depois de averiguada a identidade do infrator, denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação
ou, logo que se mostrem minimamente concretizados ou tomada por maioria qualificada de dois terços dos mem-
esclarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis bros em efetividade de funções do órgão competente da
Ordem.
de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata con-
2 — A suspensão a que se refere o número anterior
versão do processo de inquérito em processo disciplinar, só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
mediante parecer sucintamente fundamentado. prática de infração disciplinar à qual corresponda a sanção
5 — Quando a participação seja manifestamente in- de suspensão.
viável ou infundada, deve a mesma ser liminarmente ar- 3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
quivada, dando-se cumprimento ao disposto no n.º 2 do ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
artigo 97.º
6 — Se da análise da conduta de um membro realizada Artigo 115.º
no âmbito do processo de inquérito resultar prova bastante
da prática de infração disciplinar abstratamente punível Natureza secreta do processo
com sanção de advertência ou de repreensão registada, o 1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho
órgão disciplinar competente pode determinar a suspensão de acusação ou arquivamento.
provisória do processo mediante a imposição ao arguido de 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
regras de conduta ou do pagamento de uma determinada processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6707

Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos interes- b) O produto da venda de publicações editadas;
sados, quando daí não resulte inconveniente para a instru- c) Os resultados da realização dos congressos;
ção e sob condição de não ser divulgado o que dele conste. d) O produto da prestação de serviços e de outras ati-
3 — O arguido ou o interessado, quando membro, que vidades;
não respeite a natureza secreta do processo incorre em e) As heranças, os legados, as doações e os subsídios;
responsabilidade disciplinar. f) Os rendimentos dos bens que lhe estejam afetos e de
aplicações financeiras;
SECÇÃO V g) As taxas por atos ou serviços específicos;
h) Outras receitas previstas na lei.
Das garantias

Artigo 116.º Artigo 119.º


Decisões recorríveis Receitas dos órgãos regionais

1 — Das decisões tomadas pelo conselho disciplinar re- Constituem receitas dos órgãos das regiões:
gional ou pelo conselho jurisdicional em primeira instância a) O produto das taxas pagas pelos respetivos membros
cabe recurso para o plenário do conselho jurisdicional inscritos;
2 — As decisões de mero expediente ou referentes à
b) A percentagem que lhes couber das quotas pagas
disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
termos do número anterior. pelos respetivos membros inscritos;
3 — O exercício do direito de recurso é regulado pelas c) O produto da venda de publicações editadas nos
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar. respetivos âmbitos;
d) O produto de outras atividades levadas a efeito por
Artigo 117.º sua iniciativa;
e) As heranças, os legados e as doações destinados a
Revisão
utilização na região em causa;
1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe- f) Os rendimentos dos bens que lhes estejam afetos;
rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar g) Os juros de contas de depósitos.
sempre que:
a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar Artigo 120.º
falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham Despesas
sido determinantes para a decisão revidenda;
b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado 1 — São despesas da Ordem as de instalação, de pes-
como provado crime cometido por membro ou membros soal, de manutenção, de funcionamento e todas as demais
do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado necessárias à prossecução das suas atribuições.
com o exercício das suas funções no processo; 2 — As despesas de deslocação ocasionadas pelo fun-
c) Os factos que serviram de fundamento à decisão cionamento dos órgãos nacionais são suportadas pelo con-
condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados selho diretivo nacional.
como provados noutra decisão definitiva e da oposição re-
sultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação; Artigo 121.º
d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
que, por si ou cominados com os que foram apreciados Congresso
no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
As despesas com a realização dos congressos são su-
decisão condenatória proferida.
portadas pelos órgãos nacionais.
2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
fundamento para a revisão. CAPÍTULO X
3 — A revisão é admissível ainda que o processo se Regulamentos
encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
4 — O exercício do direito de revisão é regulado pelas
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar. Artigo 122.º
Regulamento disciplinar

CAPÍTULO IX O regulamento disciplinar, cuja elaboração e revisão


compete ao conselho jurisdicional, é aprovado pela as-
Receitas e despesas
sembleia de representantes.
Artigo 118.º
Artigo 123.º
Receitas dos órgãos nacionais
Regulamento de eleições e referendos
Constituem receitas dos órgãos nacionais da Ordem: O regulamento de eleições e referendos, cuja elaboração
a) A percentagem da quotização cobrada pelas regiões e revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro-
que for fixada pela assembleia de representantes; vado pela assembleia de representantes.
6708 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

Artigo 124.º a elaborar pelo próprio órgão e a aprovar pelas respetivas


assembleias regionais.
Regulamento dos estágios
4 — Os regulamentos de funcionamento dos colégios
O regulamento dos estágios, cuja elaboração e revisão são elaborados pelos respetivos conselhos nacionais de
compete ao conselho diretivo nacional, é aprovado pela colégio e aprovados pela assembleia de representantes,
assembleia de representantes e homologado pela tutela. após parecer do conselho coordenador dos colégios.

Artigo 125.º Artigo 131.º


Regulamento de remunerações Regulamento de isenção de quotas

O regulamento de remunerações dos cargos dos ór- O regulamento de isenção de quotas e outros encargos
gãos executivos, cuja elaboração e revisão compete ao é aprovado pela assembleia de representantes sob proposta
conselho diretivo nacional, é aprovado pela assembleia do conselho diretivo nacional.
de representantes.
Artigo 132.º
Artigo 126.º Regulamento das delegações distritais
Regulamento das especialidades O regulamento das delegações distritais, cuja elaboração
O regulamento das especialidades, cuja elaboração e compete ao conselho diretivo nacional, é aprovado pela
revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro- assembleia de representantes.
vado pela assembleia de representantes e homologado
pela tutela. Artigo 133.º
Outros regulamentos internos
Artigo 127.º
A Ordem pode aprovar outros regulamentos de carácter
Regulamento das especializações interno, designadamente em matéria de funcionamento
dos respetivos serviços, de comissões e grupos de trabalho
O regulamento das especializações, cuja elaboração e
específicos, do congresso, e da atividade editorial, bem
revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro- como sobre o procedimento de acreditação de ações de
vado pela assembleia de representantes e homologado formação, de indicação de peritos e de avaliadores.
pela tutela.
Artigo 134.º
Artigo 128.º
Publicação
Regulamento de admissão e qualificação
Os regulamentos da Ordem com eficácia externa são
O regulamento de admissão e qualificação, cuja ela- publicados na 2.ª série do Diário da República.
boração e revisão compete ao conselho diretivo nacional,
sob proposta do conselho de admissão e qualificação, é
aprovado pela assembleia de representantes e homologado TÍTULO II
pela tutela.
Deontologia profissional
Artigo 129.º
Regulamento de funcionamento da assembleia de representantes CAPÍTULO I
O regulamento de funcionamento da assembleia de re- Âmbito
presentantes, cuja elaboração compete ao conselho diretivo
nacional, é aprovado por aquela assembleia. Artigo 135.º
Direitos e deveres
Artigo 130.º
Todos os membros da Ordem têm os direitos e deveres
Outros regulamentos de funcionamento
decorrentes do presente Estatuto e da legislação em vigor,
1 — Os regulamentos de funcionamento do conselho nos termos dos artigos seguintes.
diretivo nacional, do conselho fiscal nacional, do conse-
lho jurisdicional, do conselho de admissão e qualificação Artigo 136.º
e do conselho coordenador dos colégios são elaborados Direitos dos membros efetivos
pelos próprios órgãos e aprovados pela assembleia de
representantes. Constituem direitos dos membros efetivos:
2 — Os regulamentos que definem as condições de a) Participar nas atividades da Ordem;
funcionamento das assembleias regionais, cuja elaboração b) Intervir nos congressos mediante inscrição, intervir
e revisão competem às respetivas mesas, são aprovados na assembleia magna e intervir e votar nos referendos e
pelas respetivas assembleias regionais, devendo qualquer nas assembleias regionais;
revisão sujeitar-se aos mesmos trâmites. c) Consultar as atas da assembleia de representantes e
3 — As condições de funcionamento dos conselhos das assembleias regionais;
diretivos, dos conselhos fiscais e dos conselhos discipli- d) Requerer a convocação de assembleias regionais
nares das regiões e secções são fixadas por regulamentos extraordinárias;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6709

e) Eleger e, quando pessoas singulares, ser eleitos para e) Satisfazer os encargos estabelecidos pela Ordem;
o desempenho de funções na Ordem; f) Responder a inquéritos dos conselhos disciplinares.
f) Requerer a atribuição de títulos de especialista, con-
selheiro e sénior;
g) Beneficiar da atividade editorial da Ordem; CAPÍTULO II
h) Utilizar os serviços oferecidos pela Ordem; Deveres decorrentes do exercício da atividade
i) Utilizar a cédula profissional emitida pela Ordem. profissional
Artigo 137.º Artigo 141.º
Deveres dos membros efetivos para com a Ordem Deveres do engenheiro para com a comunidade
1 — Constituem deveres dos membros efetivos para 1 — É dever fundamental do engenheiro possuir uma
com a Ordem: boa preparação, de modo a desempenhar com competência
a) Cumprir as obrigações do presente Estatuto, do có- as suas funções e contribuir para o progresso da engenharia
digo deontológico e dos regulamentos da Ordem; e da sua melhor aplicação ao serviço da Humanidade.
b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem; 2 — O engenheiro deve defender o ambiente e os re-
c) Desempenhar as funções para as quais tenham sido cursos naturais.
eleitos ou escolhidos; 3 — O engenheiro deve garantir a segurança do pessoal
d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colabora- executante, dos utentes e do público em geral.
ção especializada que lhes for solicitada; 4 — O engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta,
e) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar ou contrária ao bem comum, do seu trabalho.
alargar o seu âmbito de influência; 5 — O engenheiro deve procurar as melhores soluções
f) Satisfazer pontualmente o pagamento das quotas e de técnicas, ponderando a economia e a qualidade da produção
outros encargos estabelecidos pela Ordem; ou das obras que projetar, dirigir ou organizar.
g) Responder a inquéritos dos conselhos disciplinares. 6 — O engenheiro deve combater e denunciar práticas
de discriminação social e trabalho infantil, assumindo uma
2 — Podem ser isentos do pagamento dos encargos refe- atitude de responsabilidade social.
ridos na alínea f) do número anterior os membros efetivos
que não se encontrem no exercício efetivo da profissão em Artigo 142.º
território nacional, nos termos do regulamento referido no Deveres do engenheiro para com a entidade
artigo 131.º empregadora e para com o cliente

Artigo 138.º 1 — O engenheiro deve contribuir para a realização


dos objetivos económico-sociais das organizações em que
Direitos e deveres dos membros estagiários se integre, promovendo o aumento da produtividade, a
1 — Constituem deveres específicos dos membros es- melhoria da qualidade dos produtos e das condições de
tagiários os constantes do artigo 22.º trabalho, com o justo tratamento das pessoas.
2 — Os membros estagiários podem gozar dos direitos 2 — O engenheiro deve prestar os seus serviços com
que não lhes estejam vedados e que não sejam incompatí- diligência e pontualidade, de modo a não prejudicar o
veis com a sua condição, e estão sujeitos ainda aos deveres cliente nem terceiros, nunca abandonando, sem justifi-
que não sejam incompatíveis com a sua condição, previstos cação, os trabalhos que lhe forem confiados ou os cargos
no presente capítulo. que desempenhar.
3 — O engenheiro não deve divulgar nem utilizar segre-
Artigo 139.º dos profissionais ou informações, em especial as científicas
e técnicas obtidas confidencialmente no exercício das suas
Direitos dos membros honorários e correspondentes
funções, salvo se, em consciência, considerar poderem
Os membros honorários e correspondentes gozam dos estar em sério risco exigências de bem comum.
seguintes direitos: 4 — O engenheiro só deve pagar-se pelos serviços que
tenha efetivamente prestado e tendo em atenção o seu
a) Participar nas atividades da Ordem; justo valor.
b) Intervir, sem direito a voto, na assembleia magna, nas 5 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em
assembleias regionais e distritais e insulares. trabalhos cujo pagamento esteja subordinado à confir-
mação de uma conclusão predeterminada, embora esta
Artigo 140.º circunstância possa influir na fixação da remuneração.
Deveres dos membros correspondentes 6 — O engenheiro deve recusar compensações de mais
de um interessado no seu trabalho, quando possa haver
Constituem deveres dos membros correspondentes para conflitos de interesses ou não haja o consentimento de
com a Ordem: qualquer das partes.
a) Cumprir as disposições do presente Estatuto e dos
regulamentos estabelecidos pela Ordem; Artigo 143.º
b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem; Deveres do engenheiro no exercício da profissão
c) Prestar a comissões e a grupos de trabalho a colabo-
ração especializada que lhes for solicitada; 1 — O engenheiro, na sua atividade associativa profis-
d) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar sional, deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se
alargar o seu âmbito de influência; pelo valor da sua colaboração e por uma conduta irrepre-
6710 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015

ensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e isenção, quer sociedades de engenheiros ou outras organizações asso-
atuando individualmente, quer coletivamente. ciativas de profissionais para o exercício de engenharia,
2 — O engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência com exceção dos relativos a procedimentos disciplinares,
desleal. são realizados por meios eletrónicos, através do balcão
3 — O engenheiro deve usar da maior sobriedade nos único eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e
anúncios profissionais que fizer ou autorizar. 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível
4 — O engenheiro não deve aceitar trabalhos ou exercer através do sítio na Internet da associação pública profis-
funções que ultrapassem a sua competência ou exijam mais sional em causa.
tempo do que aquele de que disponha. 2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das
5 — O engenheiro só deve assinar pareceres, projetos plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento
ou outros trabalhos profissionais de que seja autor ou co- do disposto no número anterior, a transmissão da infor-
laborador. mação em apreço pode ser feita por entrega nos serviços
6 — O engenheiro deve emitir os seus pareceres pro- da associação pública profissional em causa, por remessa
fissionais com objetividade e isenção. pelo correio sob registo, por telecópia ou por correio ele-
7 — O engenheiro deve, no exercício de funções pú- trónico.
blicas, na empresa e nos trabalhos ou serviços em que 3 — A apresentação de documentos em forma simples
desempenhar a sua atividade, atuar com a maior correção e nos termos dos números anteriores dispensa a remessa dos
de forma a obstar a discriminações ou desconsiderações. documentos originais, autênticos, autenticados ou certi-
8 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em ficados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 e
trabalhos sobre os quais tenha de se pronunciar no exer- nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
cício de diferentes funções ou que impliquem situações 26 de julho.
ambíguas. 4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º
Artigo 144.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26
Deveres recíprocos dos engenheiros
de julho.
Artigo 147.º
1 — O engenheiro deve avaliar com objetividade o Informação na Internet
trabalho dos seus colaboradores, contribuindo para a sua
valorização e promoção profissionais. Para além das informações referidas no artigo 23.º da
2 — O engenheiro apenas deve reivindicar o direito de Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do
autor quando a originalidade e a importância relativas da Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do
sua contribuição o justifiquem, exercendo esse direito com artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento
respeito pela propriedade intelectual de outrem e com as Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a
limitações impostas pelo bem comum. certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
3 — O engenheiro deve prestar aos colegas, quando mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado
solicitada, toda a colaboração possível. interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral,
4 — O engenheiro não deve prejudicar a reputação através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes
profissional ou as atividades profissionais de colegas, informações:
nem deixar que sejam menosprezados os seus trabalhos,
a) Regime de acesso e exercício da profissão;
devendo, quando necessário, apreciá-los com elevação e
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas
sempre com salvaguarda da dignidade da classe.
aplicáveis aos seus membros;
5 — O engenheiro deve recusar substituir outro enge-
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla-
nheiro, só o fazendo quando as razões dessa substituição
mações pelos destinatários relativamente aos serviços
forem corretas e dando ao colega a necessária satisfação.
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade;
d) Ofertas de emprego na Ordem;
TÍTULO III e) Registo atualizado dos membros com:
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
Disposições finais teira ou cédula profissionais;
ii) A designação do título e das especialidades profis-
Artigo 145.º sionais;
Controlo jurisdicional iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso;
1 — A atividade da Ordem no âmbito das suas atri-
buições e do exercício dos poderes públicos que lhe são
f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
conferidos fica sujeita à jurisdição administrativa, nos
ção de serviços no território nacional, que se consideram
termos da respetiva legislação.
inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009,
2 — Das sanções disciplinares aplicadas pela Ordem
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
cabe recurso para os tribunais administrativos compe-
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple:
tentes.
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Artigo 146.º designação do título profissional de origem e das respetivas
especialidades;
Balcão único
ii) A identificação da associação pública profissional
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações pre- no Estado membro de origem, na qual o profissional se
vistos no presente Estatuto entre a Ordem e profissionais, encontre inscrito;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6711

iii) A situação de suspensão ou interdição temporária Para efeitos do disposto no presente anexo, são também
do exercício da atividade, se for caso disso; elegíveis os trabalhos de idêntica relevância realizados nas
iv) A informação relativa às sociedades de profissionais outras áreas referidas no n.º 1 do artigo 7.º do Estatuto.
ou outras formas de organização associativa de profis-
sionais para que prestem serviços no Estado membro de Lei n.º 124/2015
origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade;
de 2 de setembro
g) Registo atualizado de sociedades de engenheiros e de
outras formas de organização associativa inscritas com a Terceira alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas,
respetiva designação, sede, número de inscrição e número conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que
de identificação; estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcio-
h) Tabela das correspondências dos cursos de engenharia namento das associações públicas profissionais.
professados em escolas nacionais e as especialidades e A Assembleia da República decreta, nos termos da
colégios estruturados na Ordem. alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
Artigo 148.º Artigo 1.º
Cooperação administrativa Objeto
A Ordem presta e solicita às autoridades administrativas A presente lei procede à terceira alteração ao Estatuto
dos outros Estados membros ou do Espaço Económico dos Médicos Dentistas, aprovado pela Lei n.º 110/91, de
Europeu e à Comissão Europeia assistência mútua e toma 29 de agosto, alterada pelas Leis n.os 82/98, de 10 de de-
as medidas necessárias para cooperar eficazmente, nomea- zembro, e 44/2003, de 22 de agosto, no sentido de o ade-
damente através do Sistema de Informação do Mercado quar, à Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o
Interno, no âmbito dos procedimentos relativos a presta- regime jurídico de criação, organização e funcionamento
dores de serviços já estabelecidos noutro Estado membro, das associações públicas profissionais.
nos termos do Capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
26 de julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 Artigo 2.º
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da Alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas
Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do O Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas, aprovado
Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos aspetos em anexo à Lei n.º 110/91, de 29 de agosto, alterada pelas
legais dos serviços da sociedade de informação, em espe- Leis n.os 82/98, de 10 de dezembro, e 44/2003, de 22 de
cial do comércio eletrónico. agosto, passa a ter a redação constante do anexo I à presente
lei e da qual faz parte integrante.
ANEXO

Artigo 3.º
[a que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 16.º do Estatuto
da Ordem dos Engenheiros] Disposição transitória
1 — Projeto 1 — No prazo de 60 dias a contar da publicação da pre-
Elaboração ou coordenação de pelo menos cinco pro- sente lei, a assembleia geral aprova o regulamento eleitoral
jetos de obras, dos quais pelo menos dois de categoria II. em conformidade com o Estatuto constante do anexo I à
2 — Projeto e direção de obra e ou direção de fiscali- presente lei.
zação de obra: 2 — Até à realização de eleições a assembleia geral
assume todas as competências previstas para o conselho
a) Elaboração de, pelo menos, três projetos de obras,
geral, com as devidas adaptações.
dos quais, pelo menos, um da categoria II; e
3 — No prazo de 120 dias a contar da publicação da
b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra presente lei, devem estar concluídas, de acordo com as
em três edifícios até à classe 5 de alvará, dos quais, pelo normas estatutárias, o regulamento eleitoral e as eleições
menos, um de classe 3 ou superior, ou, em alternativa, para os órgãos da Ordem dos Médicos Dentistas, que se
noutras obras das categorias I e II, das quais, pelo menos, realizam extraordinariamente nesse prazo.
uma desta última categoria. 4 — O mandato dos atuais dirigentes cessa com a posse
dos titulares eleitos, de acordo com o disposto no número
3 — Direção de obra e ou direção de fiscalização de anterior.
obra: 5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 a Ordem dos
a) Direção de obra ou direção de fiscalização em sete Médicos Dentistas aprova, no prazo de 180 dias a contar
diferentes obras, das quais, pelo menos, três de classe da de entrada em vigor da presente lei, os regulamentos
superior a 2 ou categoria superior a I; ou previstos no seu Estatuto.
b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra
em, pelo menos, dez obras de qualquer classe ou categoria. Artigo 4.º
Norma revogatória
Notas:
a) As categorias de obras e as classes de alvará a que se referem São revogados os artigos 2.º, 3.º e 4.º da Lei n.º 110/91,
os números anteriores são as previstas, respetivamente, na Portaria de 29 de agosto, alterada pela Leis n.os 82/98, de 10 de
701-H/2008, de 29 de julho, e na Portaria n.º 119/2012, de 30 de abril. dezembro, e 44/2003, de 22 de agosto.

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