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03 Estatuto OE
03 Estatuto OE
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. — O Mi- Decreto do Presidente da República n.º 99/2015
nistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Manuel
de 2 de setembro
Parente Chancerelle de Machete.
O Presidente da República decreta, nos termos do ar-
Decreto do Presidente da República n.º 96/2015 tigo 135.º, alínea b) da Constituição, o seguinte:
É ratificado o Acordo entre a República Portuguesa
de 2 de setembro
e a Universidade das Nações Unidas relativo à Criação,
O Presidente da República decreta, nos termos do ar- Funcionamento e Localização da Unidade Operacional de
tigo 135.º, alínea a) da Constituição, o seguinte: Governação Eletrónica Orientada para Políticas da Uni-
É nomeado, sob proposta do Governo, o ministro pleni- versidade das Nações Unidas em Guimarães, Portugal,
potenciário de 2.ª classe Pedro Maria Santos Pessoa e Costa assinado em Lisboa, em 23 de maio de 2014, aprovado
para o cargo de Embaixador de Portugal no Panamá. pela Resolução da Assembleia da República n.º 128/2015,
em 3 de julho de 2015.
Assinado em 10 de agosto de 2015. Assinado em 20 de agosto de 2015.
Publique-se. Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendado em 28 de agosto de 2015.
Referendado em 28 de agosto de 2015.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. — O Mi-
nistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Manuel
Parente Chancerelle de Machete. ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
atos administrativos necessários ao desempenho das suas lheiro, e pela participação ativa na sua formação contínua,
funções e aprova os regulamentos previstos na lei e no emitindo os competentes certificados e cédulas profissio-
presente Estatuto. nais;
4 — Ressalvados os casos previstos na lei, os atos e j) Prestar a colaboração técnica e científica na área da
regulamentos da Ordem não estão sujeitos a homologação engenharia que seja solicitada por quaisquer entidades,
governamental. públicas ou privadas, quando estejam em causa matérias
5 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa. relacionadas com os seus fins e atribuições ou com a pros-
secução de fins de interesse público relacionados com a
Artigo 2.º profissão de engenheiro;
Tutela administrativa k) Participar na elaboração de legislação que diga res-
peito ao acesso e exercício da profissão de engenheiro;
Os poderes de tutela administrativa a que se refere o l) Desenvolver relações com associações afins, nacio-
artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, são exer-
nais e estrangeiras, podendo constituir ou aderir a uniões
cidos pelo membro do Governo responsável pelo setor da
construção. e federações internacionais;
m) Exercer jurisdição disciplinar sobre os engenheiros
Artigo 3.º e todos os que, registados na Ordem, exerçam a atividade
de engenharia no território nacional;
Missão n) Elaborar e manter atualizado o registo dos mem-
É missão da Ordem exercer, nos termos do presente bros;
Estatuto, o controlo do acesso à atividade profissional de o) Reconhecer as qualificações profissionais para o exer-
engenheiro e do seu exercício, contribuir para a defesa, a cício da profissão de engenheiro obtidas fora de Portugal
promoção e o progresso da engenharia, estimular os esfor- por cidadãos de Estado membro da União Europeia ou do
ços dos seus membros nos domínios científico, profissional Espaço Económico Europeu e, em condições de reciproci-
e social, e defender a ética, a deontologia, a valorização e dade, por cidadãos de países terceiros, nos termos da lei,
a qualificação profissionais dos engenheiros. do direito da União Europeia, de convenção internacional
ou com base em acordo de cooperação entre a Ordem e
Artigo 4.º entidade afim estrangeira;
Atribuições
p) Estabelecer formas de colaboração ou de cooperação
com entidades europeias e estrangeiras que visem facilitar
1 — A Ordem tem como escopo fundamental contribuir e incentivar a mobilidade dos profissionais, nomeadamente
para o progresso da engenharia, estimulando os esforços através da emissão, validação e utilização da carteira pro-
dos seus associados nos domínios científico, profissional fissional europeia;
e social, bem como o cumprimento das regras de ética q) Regulamentar a atividade profissional dos engenhei-
profissional. ros, nos termos do presente Estatuto;
2 — Na prossecução das suas atribuições, cabe à Ordem: r) Criar, sempre que se justifique, formas de represen-
a) Assegurar o cumprimento das regras de ética profis- tação na União Europeia, no Espaço Económico Europeu
sional e o nível de qualificação profissional dos engenhei- e no estrangeiro, de modo a poder prestar serviços de
ros, bem como dos demais que, registados na Ordem, exer- apoio aos engenheiros que aí exerçam a sua atividade
çam a atividade de engenharia no território nacional; profissional;
b) Atribuir, em exclusivo, o título profissional de en- s) Promover formas e meios de comunicação com o
genheiro; objetivo de prestar aos seus membros e ao público em
c) Defender coletivamente os legítimos interesses, di- geral informação atualizada nas áreas técnica, científica,
reitos e prerrogativas dos seus membros e prestar-lhes deontológica, jurídica e cultural, e, bem assim, promover,
serviços de formação e informação sobre as matérias patrocinar ou apoiar a edição de publicações ou artigos
diretamente relacionadas com o exercício da atividade com relevância na área da engenharia;
profissional; t) Celebrar protocolos com entidades públicas ou priva-
d) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da das destinados a obter condições vantajosas e benefícios
profissão de engenheiro e atribuir distinções e títulos ho- para os seus membros relativamente aos bens fornecidos
noríficos; e ou serviços prestados por aquelas entidades;
e) Fomentar o desenvolvimento do ensino e da forma- u) Defender os interesses dos destinatários dos servi-
ção em engenharia e participar nos processos oficiais de
ços;
acreditação e avaliação dos cursos que dão acesso à pro-
fissão, ou em outros promovidos por entidades nacionais v) Exercer as demais funções que resultem da lei e das
ou estrangeiras; disposições do presente Estatuto.
f) Contribuir para a estruturação das carreiras dos en-
genheiros; 3 — Incumbe à Ordem representar os engenheiros junto
g) Proteger o título e a profissão de engenheiro, pro- dos órgãos de soberania e colaborar com o Estado e demais
movendo o procedimento judicial contra quem o use ou a entidades públicas.
exerça ilegalmente, podendo, designadamente, constituir- 4 — A Ordem pode intervir, como assistente, nos pro-
-se assistente em processo penal; cessos judiciais em que seja parte um dos seus membros
h) Promover a cooperação e solidariedade entre os seus e em que estejam em causa questões relacionadas com o
associados; exercício da profissão de engenheiro.
i) Valorizar a qualificação profissional dos engenheiros 5 — A Ordem tem direito a utilizar insígnias, bandeira
pela atribuição de títulos de especialista, sénior e conse- e selo próprios.
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2 — Podem ainda ser sócios profissionais de sociedades em causa e ou a outras organizações associativas cujo
de engenheiros: capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
profissionais podem inscrever as respetivas representações
a) Sociedades de engenheiros previamente constituídas permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
e inscritas como membros da Ordem; comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
b) Organizações associativas de profissionais equipara- equiparadas a sociedades de engenheiros para efeitos do
dos a engenheiros constituídas noutro Estado membro da presente Estatuto.
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujo 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
capital e direitos de voto caibam maioritariamente aos rior não são aplicáveis caso a organização associativa não
profissionais em causa. disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o
requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- profissionais ali referidos.
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
capital social. regido:
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b)
do n.º 2 é regido: a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2
do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada de maio;
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
de maio; cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- de reciprocidade internacionalmente vigente.
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
de reciprocidade internacionalmente vigente. 4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
associativas de profissionais de outros Estados membros
5 — As sociedades de engenheiros gozam dos direitos consta do regime jurídico da constituição e funcionamento
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais das sociedades de profissionais que estejam sujeitas a
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua associações públicas profissionais.
natureza, com exceção do direito de voto, estando nomea-
damente sujeitas aos princípios e regras deontológicos Artigo 13.º
constantes do presente Estatuto.
6 — Os membros do órgão executivo das sociedades Nacionais de países terceiros
profissionais de engenheiros, independentemente da sua 1 — Podem inscrever-se na Ordem, para efeito do exer-
qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os cício em território nacional da profissão de engenheiro,
princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e os nacionais de países terceiros, ao abrigo de acordos em
científica e as garantias conferidas aos engenheiros pela condições de reciprocidade.
lei e pelo presente Estatuto. 2 — Aos candidatos mencionados nos números anterio-
7 — As sociedades de engenheiros podem ainda desen- res pode ser exigida a realização de estágio profissional, a
volver quaisquer outras atividades que não sejam incom- frequência da formação em ética e deontologia profissional
patíveis com a atividade de engenheiro, nem em relação e a realização de provas de avaliação, nos termos previstos
às quais se verifique impedimento, nos termos do presente no presente Estatuto e nos regulamentos aprovados pela
Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao controlo Ordem para os candidatos cujas qualificações tenham sido
da Ordem. obtidas em Portugal.
8 — A constituição e funcionamento das sociedades de
profissionais consta de diploma próprio. Artigo 14.º
9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a Membros
maioria do capital social com direito de voto de sociedades
de engenheiros, quando exista, pertence a engenheiros Os membros da Ordem distribuem-se pelas seguintes
estabelecidos em território nacional, a sociedades de en- categorias:
genheiros constituídas ao abrigo do direito nacional, ou a a) Membro efetivo;
outras formas de organização associativa de profissionais b) Membro estagiário;
equiparados constituídas noutro Estado membro da União c) Membro honorário;
Europeia ou do Espaço Económico Europeu inscritas na d) Membro estudante;
Ordem nos termos do artigo seguinte. e) Membro correspondente;
f) Membro coletivo.
Artigo 12.º
Organizações associativas de profissionais Artigo 15.º
de outros Estados membros
Membro efetivo
1 — As organizações associativas de profissionais equi-
parados a engenheiros constituídas noutro Estado membro 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 8.º, a admissão
como membro efetivo depende da satisfação cumulativa
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
das seguintes condições:
para o exercício de atividade profissional cujo gerente
ou administrador seja um profissional e cujo capital com a) Ser titular do grau de mestre numa especialidade do
direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais domínio da engenharia conferido por uma instituição de
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ensino superior portuguesa, ou de um grau académico su- genharia enquadrados no n.º 1 do artigo 7.º, especificados
perior estrangeiro num domínio da engenharia a que tenha no anexo ao presente Estatuto; ou
sido conferida equivalência àquele grau, ou que tenha sido b) Adquiram a titularidade do grau de mestre numa
reconhecida com esse nível; especialidade do domínio da engenharia conferido por
b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro- uma instituição de ensino superior portuguesa, ou de um
vado em estágio com duração não inferior a seis meses, grau académico estrangeiro num domínio da engenharia
ou dele ter sido dispensado; a que tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou
c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de que tenha sido reconhecido com esse nível.
deontologia para o exercício da profissão de engenheiro.
Artigo 17.º
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, pode
ainda ser admitido como membro efetivo o que satisfaça, Engenheiros seniores e conselheiros
cumulativamente, as seguintes condições: 1 — Para além do título de especialidade profissional
a) Ser titular do grau de licenciado num domínio da reconhecida ao membro aquando da sua inscrição na Or-
engenharia conferido por uma instituição de ensino su- dem em determinado colégio de especialidade, de acordo
perior portuguesa no quadro da organização de estudos com a sua formação académica, podem ainda ser atribuídos
decorrente da aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 aos engenheiros os seguintes títulos:
de março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de a) Engenheiro sénior;
25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de b) Engenheiro conselheiro.
7 de agosto, ou de um grau académico superior estrangeiro
num domínio da engenharia a que tenha sido conferida 2 — O título profissional de engenheiro sénior é atri-
equivalência àquele grau, ou que tenha sido reconhecido buído aos engenheiros que:
com esse nível;
b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro- a) Sendo titulares do grau de mestre numa especialidade
vado em estágio com duração não inferior a 18 meses, ou do domínio da engenharia conferido por uma instituição
dele ter sido dispensado; de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico
c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de superior estrangeiro num domínio da engenharia a que
deontologia para o exercício da profissão de engenheiro. tenha sido conferida equivalência àquele grau ou que tenha
sido reconhecido com esse nível e tenham cinco anos de
3 — Relativamente ao exame de estágio, formação experiência em engenharia;
deontológica e provas de avaliação a que se referem os b) Não sendo titulares da qualificação académica men-
números anteriores, cabe à Ordem, em regulamento ho- cionada na alínea anterior, tenham 10 anos de experiência
mologado pelo membro do Governo responsável pela área em engenharia.
das infraestruturas, definir as condições em que os mesmos
se realizam, pelo menos, uma vez anualmente. 3 — O título profissional de engenheiro conselheiro é
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 54.º, os atribuído aos engenheiros seniores que:
membros efetivos são inscritos no colégio de especialidade
correspondente ao seu curso. a) Sejam titulares do grau de mestre numa especialidade
5 — Uma sociedade de engenheiros ou organização do domínio da engenharia conferido por uma instituição
associativa de profissionais equiparados a engenheiros de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico
pode inscrever-se como membro de determinado colégio superior estrangeiro num domínio da engenharia a que
de especialidade quando, pelo menos, um dos seus sócios, tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou que
gerentes, administradores ou colaboradores a tempo inteiro tenha sido reconhecida com esse nível e tenham 15 anos
for membro efetivo desse mesmo colégio. de experiência em engenharia;
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o re- b) Não sendo titulares da habilitação académica men-
gime jurídico de inscrição das organizações associativas de cionada na alínea anterior, tenham 20 anos de experiência
profissionais de outros Estados membros consta do regime em engenharia.
jurídico da constituição e funcionamento das sociedades de
profissionais que estejam sujeitas a associações públicas Artigo 18.º
profissionais. Local de inscrição
Artigo 16.º A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio
Exercício da profissão após ingresso com licenciatura fiscal do candidato.
1 — Os engenheiros inscritos como membros efetivos Artigo 19.º
na Ordem nos termos do n.º 2 do artigo anterior, desig-
nados engenheiros de nível 1, podem praticar todos os Membro estagiário
atos próprios de engenharia, excetuados os que lhes sejam 1 — Tem a categoria de membro estagiário o candidato
expressamente vedados por lei, sem prejuízo do disposto que, para acesso a membro efetivo, efetua o estágio pre-
no número seguinte. visto no presente Estatuto, nos termos a definir pela Ordem
2 — Os engenheiros referidos no número anterior pas- por regulamento homologado pelo membro do Governo
sam à condição de membros inscritos nos termos do n.º 1 do responsável pela área das infraestruturas.
artigo anterior, designados engenheiros de nível 2, logo que: 2 — Os profissionais nacionais de Estados membros
a) Tenham cinco anos de experiência profissional efe- da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
tiva, em que demonstrem ter efetuado os trabalhos de en- cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal e
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pretendam realizar o estágio em território nacional podem c) Guardar lealdade e respeito para com o orientador;
inscrever-se como membros estagiários da Ordem. d) Prestar todas as informações que lhe sejam solicitadas
pelos órgãos competentes da Ordem sobre a forma como
Artigo 20.º está a decorrer o estágio;
e) Cumprir com zelo e competência as suas obrigações
Estágio
para com a entidade onde está a realizar o estágio.
1 — O estágio tem como objetivo a habilitação pro-
fissional do estagiário, implicando não só a integração Artigo 23.º
dos conhecimentos adquiridos na formação académica Deveres do orientador de estágio
e a experiência da sua aplicação prática, mas também
a perceção das condicionantes de natureza deontoló- É dever do orientador orientar a atividade do engenheiro
gica, legal, económica, ambiental, de recursos humanos, estagiário, no sentido de complementar a sua formação,
de segurança e de gestão em geral que caracterizam o aconselhando-o e informando-o sobre o exercício efetivo
exercício da profissão de engenheiro, de modo a que a da profissão e o cumprimento das respetivas regras de-
profissão possa ser desempenhada de forma competente ontológicas.
e responsável.
2 — O estágio rege-se pelo disposto na lei, no presente Artigo 24.º
Estatuto e no regulamento dos estágios aprovado pela Or- Seguro profissional
dem e homologado pelo membro do Governo responsável
pela área das infraestruturas. A subscrição de seguro de responsabilidade civil profis-
3 — Os membros estagiários inscrevem-se no colégio sional pelo engenheiro estagiário não é obrigatória.
de especialidade correspondente ao seu curso.
4 — A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio Artigo 25.º
fiscal do candidato. Seguro de acidentes pessoais
5 — A inscrição no estágio pode ser feita a qualquer
momento e a sua realização, a efetuar dentro dos parâ- O estagiário está dispensado de realizar seguro de aci-
metros definidos pela Ordem, é da responsabilidade do dentes pessoais, nos casos em que o estágio profissional
membro estagiário, sem prejuízo dos poderes de organi- orientado decorra no âmbito de um contrato de trabalho.
zação, supervisão, controlo e avaliação da Ordem e dos
Artigo 26.º
poderes de direção e supervisão do orientador do estágio
cuja indicação é obrigatória. Membros honorários
6 — A Ordem realiza, pelo menos uma vez em cada Podem ser admitidos, por deliberação do conselho
ano, exames finais de estágio. diretivo nacional, na qualidade de membros honorários,
7 — O estágio é dispensado aos candidatos que possuam os indivíduos ou coletividades que, exercendo ou tendo
cinco ou seis anos de experiência em engenharia, conforme exercido atividade de reconhecido interesse público e
sejam titulares das habilitações académicas referidas no contribuído para a dignificação e prestígio da profissão
n.º 1 ou no n.º 2 do artigo 15.º de engenheiro, sejam considerados como merecedores
8 — O estágio considera-se concluído com a apresen- de tal distinção.
tação do relatório do estágio com avaliação positiva e
respetiva homologação, nos termos previstos no regula- Artigo 27.º
mento dos estágios.
9 — Os estágios profissionais de adaptação enquanto Membros estudantes
medida de compensação são regidos pela Lei n.º 9/2009, Os estudantes de cursos de engenharia podem ser ad-
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de mitidos na qualidade de membros estudantes.
agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
Artigo 28.º
Artigo 21.º
Membros correspondentes
Suspensão do estágio
Como membros correspondentes podem ser admitidos
A pedido fundamentado do interessado, o estágio pode pelo conselho de admissão e qualificação:
ser suspenso.
a) Profissionais com o grau académico de licenciado
Artigo 22.º que, não exercendo a profissão de engenheiro, nem tendo
a respetiva formação escolar, exerçam atividades afins e
Deveres do estagiário apresentem um currículo valioso, como tal reconhecido
O engenheiro estagiário deve cumprir os seguintes de- pelo órgão competente;
veres: b) Membros de associações congéneres europeias ou
estrangeiras que confiram igual tratamento aos membros
a) Participar nas ações de formação deontológica obri- da Ordem;
gatórias e realizar as respetivas provas de avaliação e o c) Profissionais de engenharia diplomados por institui-
exame final de estágio; ções de ensino superior portuguesas onde sejam atribuídas
b) Colaborar com o orientador sempre que este o soli- licenciaturas em engenharia e que exerçam a sua atividade
cite e desde que tal seja compatível com a sua atividade na União Europeia, no Espaço Económico Europeu ou no
de estagiário; estrangeiro.
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b) A necessidade de fomentar a unidade dos engenhei- 3 — A mesa da assembleia magna é constituída pelo
ros; presidente da mesa da assembleia de representantes, que
c) O respeito pelas características e interesses próprios preside, e pelos presidentes das mesas das assembleias
dos colégios de especialidades; regionais, podendo o presidente da assembleia de repre-
d) O respeito pela individualidade e autonomia das sentantes ceder a presidência ao presidente da mesa da
regiões; assembleia regional onde a assembleia magna tiver lugar.
e) A necessidade de integrar as ações regionais, inserindo- 4 — A assembleia magna destina-se ao debate aberto
-as em planos nacionais. sobre os problemas da Ordem e à aprovação de recomen-
dações aos demais órgãos da Ordem.
2 — Os órgãos nacionais da Ordem exercem as suas
competências em matérias de carácter nacional, nomea- Artigo 38.º
damente as que se anunciam a seguir: Bastonário e vice-presidentes
a) A defesa e melhoria das condições de exercício da 1 — O bastonário é o Presidente da Ordem e, por ine-
profissão de engenheiro, designadamente pela participação rência, o presidente do conselho diretivo nacional, sendo
na elaboração de disposições legislativas e regulamenta- coadjuvado pelos dois vice-presidentes, membros do con-
res; selho diretivo nacional.
b) A intervenção junto dos órgãos da administração 2 — Compete ao bastonário:
central ou outras entidades de âmbito nacional, quando os
problemas em causa excedam a capacidade de intervenção a) Representar a Ordem;
direta das regiões; b) Presidir ao conselho diretivo nacional, ao conselho
c) O desenvolvimento das relações internacionais da de admissão e qualificação, ao conselho coordenador dos
Ordem; colégios, à comissão executiva do congresso e à convenção
d) O acompanhamento da situação geral do ensino da dos delegados distritais e insulares;
engenharia; c) Conferir posse aos membros eleitos para os órgãos
e) A apreciação dos níveis de formação, competência e nacionais e apreciar os seus pedidos de exoneração ou de
experiência compatíveis com os níveis de qualificação e suspensão do mandato;
os títulos de especialização conferidos pela Ordem, bem d) Convocar a assembleia magna;
como a admissão de associados; e) Requerer a convocação da assembleia de represen-
f) A identificação dos problemas nacionais cuja resolu- tantes;
ção justifique o empenhamento dos engenheiros; f) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional;
g) A avaliação das necessidades de valorização da en- g) Mandatar qualquer membro efetivo da Ordem para
genharia nacional, quer no plano científico e técnico, quer o exercício de funções específicas;
no plano da sua intervenção social; h) Propor a proclamação de membros honorários e a
h) A preparação de planos genéricos, coordenando, a atribuição da Medalha de Ouro da Ordem;
médio e longo prazos, o conjunto das atividades a desen- i) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra de
volver pelas regiões; âmbito nacional previstos nos regulamentos da Ordem;
i) O desenvolvimento de iniciativas culturais, desig- j) Assistir, querendo, às reuniões de todos os órgãos
nadamente as relacionadas com a atividade editorial e o colegiais da Ordem, só tendo direito a voto nas reuniões em
congresso; que, nos termos do presente Estatuto e dos regulamentos,
j) Todas aquelas que o presente Estatuto expressamente o mesmo lhe esteja atribuído;
preveja ou que lhes venham a ser cometidas. k) Fazer executar as deliberações dos órgãos nacio-
nais, em especial, as da assembleia de representantes e
3 — Os órgãos nacionais são apoiados na sua atividade do conselho diretivo nacional, bem como, dar seguimento
por um secretário-geral, designado por livre escolha de às recomendações da assembleia magna e do congresso
cada conselho diretivo nacional, de entre os membros da Ordem;
efetivos da Ordem. l) Velar pelo cumprimento da legislação respeitante à
4 — Ao secretário-geral, que é remunerado pelo desem- Ordem dos Engenheiros e respetivos regulamentos e zelar
penho das suas funções, cabe a coordenação dos serviços pela realização das suas atribuições;
da Ordem e a execução das diretivas do bastonário e do m) Apresentar anualmente ao conselho diretivo nacional
conselho diretivo nacional. os projetos de orçamento e do plano de atividades para o
5 — Para apoiar a ação dos colégios existe um secre- ano civil seguinte e o projeto de relatório e das contas refe-
tariado próprio, com uma estrutura por eles proposta e rentes ao ano civil anterior, do conselho diretivo nacional,
aprovada pelo conselho diretivo nacional. bem como o orçamento e as contas de toda a Ordem para
efeitos de cumprimento de obrigações legais;
Artigo 37.º n) Usar o voto de qualidade, em caso de empate, em
todas as reuniões dos órgãos colegiais em que tenha direito
Assembleia magna
a voto e a que presida;
1 — A assembleia magna é composta pela totalidade o) Enviar para homologação da tutela os regulamentos
dos membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos e a que se refere o n.º 5 do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de
reúne uma vez por ano. 10 de janeiro;
2 — As reuniões da assembleia magna têm lugar na p) Exercer, em casos urgentes, as competências do con-
região que, de acordo com o sistema de rotatividade, se selho diretivo nacional sem prejuízo de poder ser requerida
encarregue da sua organização e realizam-se, sempre que a ratificação pela maioria dos membros que compõem o
possível, no dia designado como Dia do Engenheiro. conselho;
6662 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
q) Exercer as demais funções que as leis e os regula- 6 — A assembleia de representantes, convocada pelo
mentos lhe confiram. seu presidente, reúne:
a) Em sessões ordinárias, até 25 de março e 20 de de-
3 — O bastonário pode delegar nos vice-presidentes e zembro de cada ano, para os fins previstos nas alíneas b)
nos presidentes dos conselhos diretivos regionais qualquer e c) do número anterior, respetivamente;
uma das suas competências. b) Extraordinariamente, sempre que o presidente o re-
4 — Compete aos vice-presidentes: pute necessário, ou a pedido do bastonário, do conselho
a) Coadjuvar o bastonário nas suas funções, diretivo nacional, do conselho fiscal nacional, do conselho
substituindo-o nas suas ausências ou impedimentos; jurisdicional, do conselho coordenador dos colégios, de
b) Executar as atribuições de competência do bastonário uma assembleia regional ou de um terço dos membros
que por ele lhes forem delegadas. que a constituem.
b) Definir as grandes linhas de atuação comum a serem t) Disponibilizar os meios para a realização dos atos
seguidas pelas regiões; eleitorais, incluindo os que lhe sejam solicitados pela co-
c) Desenvolver as relações internacionais da Ordem; missão eleitoral nacional, e fixar as comparticipações para
d) Arrecadar receitas e satisfazer despesas, adquirir e as listas concorrentes aos órgãos nacionais;
alienar imóveis e administrar os bens nacionais da Ordem u) Deliberar sobre a propositura de ações judiciais, con-
e orientar superiormente os serviços da Ordem de âmbito fessar, desistir, transigir, alienar ou onerar bens, contrair
nacional cuja direção compete ao bastonário, incluindo empréstimos e aceitar doações e legados;
a contratação e demissão do pessoal de apoio aos órgãos v) Decidir, ouvido o conselho de admissão e qualifica-
nacionais; ção, sobre as dúvidas que surjam relativamente à inscrição
e) Fixar os subsídios de deslocação dos membros das dos membros efetivos nas especialidades reconhecidas
mesas das assembleias e dos órgãos da Ordem, bem como pela Ordem;
das comissões e grupos de trabalho criados no âmbito da w) Atribuir a Medalha de Ouro da Ordem;
Ordem, e dos membros que forem nomeados para repre- x) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra de
sentarem a Ordem, tendo em conta os valores abonados âmbito nacional previstos nos regulamentos da Ordem;
na Administração Pública para deslocações e ajudas de y) Constituir comissões e grupos de trabalho com fins
custo; específicos;
f) Elaborar anualmente o orçamento e o plano de ativi- z) Elaborar, nos termos do disposto no presente Estatuto,
dades do conselho diretivo nacional e submetê-lo à apro- os regulamentos de eleições e referendos, de admissão e
vação da assembleia de representantes, acompanhado do qualificação, de estágios, das especialidades, das especia-
respetivo parecer do conselho fiscal nacional; lizações, dos atos de engenharia, das insígnias e galardões
g) Elaborar anualmente o relatório e contas do conselho da Ordem, das delegações distritais e insulares e o estatuto
diretivo nacional e submetê-lo à aprovação da assembleia do membro eleito;
de representantes, acompanhado do respetivo parecer do aa) Pronunciar-se sobre os regulamentos cuja elaboração
conselho fiscal nacional; esteja cometida a outros órgãos nacionais e cuja aprovação
h) Elaborar o orçamento e as contas anuais da Ordem, seja da competência da assembleia de representantes;
que incluem os orçamentos e as contas do conselho dire- bb) Marcar a data das eleições para os órgãos da Or-
tivo nacional e das regiões, para efeitos de cumprimento dem;
de obrigações legais, acompanhados do parecer do con- cc) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm-
selho fiscal nacional, e dar conhecimento à assembleia de bito internacional e nacional, de acordo com as atribuições
representantes; da Ordem;
i) Organizar os congressos; dd) Requerer a convocação da assembleia de repre-
j) Aprovar as linhas gerais dos programas de ação dos sentantes;
colégios; ee) Elaborar e aprovar o seu regimento.
k) Aprovar, sob proposta do conselho de admissão e qua-
lificação, tabelas e respetivas atualizações das correspon- 4 — O conselho diretivo nacional deve ouvir previa-
dências dos cursos de engenharia professados em escolas mente o conselho coordenador dos colégios sobre as ma-
nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem; térias referidas nas alíneas c), f), g), n), o) e v) do número
l) Decidir da dispensa de estágio, nos termos do n.º 7 anterior.
do artigo 20.º; 5 — O conselho diretivo nacional pode delegar no bas-
m) Confirmar a inscrição dos membros efetivos e es- tonário as competências previstas nas alíneas m), n), o) e
tagiários, registar os prestadores de serviços e zelar pela t) e na subalínea ee) do n.º 3, podendo também delegar-lhe
boa conservação, atualização e operacionalidade do registo competências para contrair despesas, efetuar pagamentos
geral de inscrições de membros e profissionais em livre e celebrar e alterar contratos, com faculdade de subdele-
prestação de serviços; gação.
n) Exercer as competências definidas na lei relativa- 6 — O conselho diretivo nacional pode ainda delegar
mente aos nacionais de Estados membros da União Eu- em qualquer dos seus membros competências para tratar
ropeia e do Espaço Económico Europeu que pretendam de assuntos específicos.
exercer em Portugal a atividade profissional de engenheiro, 7 — O conselho diretivo nacional reúne quando con-
incluindo os prestadores de serviços, sob proposta do con- vocado pelo bastonário, por iniciativa deste ou mediante
selho de admissão e qualificação; solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo
o) Apresentar à assembleia de representantes, para pa- menos uma vez por mês.
recer ou deliberação, propostas sobre matéria de especial
relevância para a Ordem; Artigo 41.º
p) Propor à assembleia de representantes a realização Conselho fiscal nacional
de referendos;
q) Promover e realizar referendos em colaboração com 1 — O conselho fiscal nacional é constituído por um
a comissão eleitoral nacional, as mesas das assembleias presidente e um vogal, eleitos por sufrágio universal, direto
regionais e os órgãos executivos regionais e locais; e secreto, em lista.
r) Decidir da organização de novas especialidades, bem 2 — O conselho fiscal nacional integra ainda um revisor
oficial de contas, após prévio processo público de contra-
como decidir a criação de especializações e outorgar os
tação promovido pelo conselho diretivo nacional.
respetivos títulos;
3 — Compete ao conselho fiscal nacional:
s) Atribuir aos membros da Ordem os níveis de quali-
ficação profissional e os títulos de especialista e conferir a) Examinar a gestão financeira da competência do
a qualidade de membro honorário; conselho diretivo nacional;
6664 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
b) Dar parecer sobre o orçamento e contas anuais do m) Requerer externamente os pareceres especializa-
conselho diretivo nacional; dos que considerar necessários ao desempenho das suas
c) Dar parecer sobre o orçamento e as contas anuais da funções;
Ordem, que incluem os orçamentos e as contas do conselho n) Requerer a convocação da assembleia de represen-
diretivo nacional e das regiões, para efeitos de cumpri- tantes;
mento de obrigações legais; o) Elaborar e aprovar o seu regimento.
d) Assistir às reuniões do conselho diretivo nacional,
sempre que o julgue conveniente ou este o solicite, sem 3 — O conselho jurisdicional é assessorado por juristas
direito a voto; com mais de cinco anos de experiência profissional e dis-
e) Requerer a convocação da assembleia de represen- põe do pessoal administrativo necessário para o respetivo
tantes; secretariado de apoio.
f) Elaborar e aprovar o seu regimento. 4 — O conselho jurisdicional reúne quando convocado
pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante soli-
4 — O conselho fiscal nacional reúne quando convo- citação da maioria absoluta dos seus membros.
cado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante 5 — Os restantes órgãos da Ordem colaboram com o
solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo conselho jurisdicional, quando por este solicitado, no âm-
bito das suas funções disciplinares e de supervisão.
menos uma vez por trimestre.
Artigo 43.º
Artigo 42.º
Conselho de admissão e qualificação
Conselho jurisdicional
1 — O conselho de admissão e qualificação é consti-
1 — O conselho jurisdicional é independente no exer- tuído pelo bastonário, que preside, e por dois membros
cício das suas funções e é constituído por um presidente, efetivos eleitos de cada uma das especialidades reconhe-
um vice-presidente e cinco vogais, eleitos por sufrágio cidas pela Ordem.
universal, direto e secreto, em lista fechada, funcionando 2 — O conselho pode ser assessorado por personali-
em duas secções. dades de reconhecido mérito científico ou profissional, a
2 — Compete ao conselho jurisdicional: título permanente ou eventual, e solicitar pareceres a co-
a) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto, dos missões especializadas da Ordem ou a entidades exteriores
respetivos regulamentos e das decisões tomadas pelos à mesma, sempre que julgar conveniente.
órgãos competentes; 3 — Compete ao conselho de admissão e qualificação,
b) Verificar a conformidade legal e estatutária das pro- ouvido o conselho coordenador dos colégios:
postas de referendo e das propostas de regulamentos; a) Pronunciar-se sobre as condições de admissão de
c) Exercer, de forma independente, a ação disciplinar membros efetivos, designadamente sobre a dispensa de
relativamente a infrações cometidas por membros ou ex- estágio, bem como sobre as condições de admissão de
-membros dos órgãos dirigentes da Ordem e por profis- membros estagiários;
sionais em livre prestação de serviços; b) Propor ao conselho diretivo nacional o reconheci-
d) Instruir os processos disciplinares referidos na alí- mento das qualificações profissionais de nacional de Es-
nea anterior; tado membro da União Europeia ou do Espaço Económico
e) Julgar em plenário os recursos das decisões das suas Europeu obtidas fora do território nacional e a sua inscrição
secções nos processos disciplinares referidos na alínea an- como membro efetivo, bem como o registo de profissionais
terior e os recursos interpostos das decisões dos conselhos em livre prestação de serviços;
disciplinares; c) Propor ao conselho diretivo nacional as condições
f) Declarar a existência de conflitos de interesses sus- da prestação dos exames finais de estágio dos membros
cetíveis de gerar incompatibilidade para o exercício de estagiários;
cargos na Ordem; d) Propor ao conselho diretivo nacional a atribuição do
g) Julgar os recursos sobre a validade das decisões rela- título de engenheiro especialista e dos níveis de qualifica-
tivas a perda ou suspensão de mandato dos membros dos ção de engenheiro sénior e de engenheiro conselheiro;
e) Propor ao conselho diretivo nacional o reconheci-
órgãos da Ordem, a requerimento dos interessados;
mento de especialidades;
h) Julgar os recursos sobre a validade das decisões dos f) Decidir da admissão de membros correspondentes,
demais órgãos da Ordem que afetem diretamente direitos sob proposta do respetivo conselho diretivo regional;
dos membros da Ordem, a requerimento dos interessa- g) Pronunciar-se sobre o reconhecimento de novas es-
dos; pecialidades;
i) Julgar os recursos das decisões em matéria eleitoral h) Pronunciar-se sobre a criação e reconhecimento de
tomadas pelas mesas das assembleias regionais, nos termos especializações e a atribuição do título de especialista;
do n.º 2 do artigo 82.º; i) Propor ao conselho diretivo nacional a especialidade
j) Dar parecer que lhe seja solicitado pelo bastonário em que devem ser agrupados os titulares de cursos de
ou pelo conselho diretivo nacional sobre o exercício pro- engenharia que permitem o acesso à Ordem, que não te-
fissional e deontológico; nham correspondência direta com as especialidades nela
k) Elaborar a proposta de regulamento disciplinar; estruturadas;
l) Requerer a qualquer órgão da Ordem os pareceres j) Elaborar e propor à aprovação do conselho diretivo
e as informações que, no âmbito das suas competências nacional tabelas e respetivas atualizações das correspon-
disciplinares ou de supervisão, se tornem necessários para dências dos cursos de engenharia professados em escolas
o desempenho das suas funções; nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6665
k) Apresentar ao conselho diretivo nacional a proposta d) Os vogais regionais, um por região, que estejam
de regulamento de admissão e qualificação; encarregados dos assuntos profissionais;
l) Apresentar ao conselho diretivo nacional a proposta e) Os coordenadores de grupos constituídos para tratar
de regulamento das especialidades; de assuntos profissionais específicos, quando convoca-
m) Pronunciar-se sobre o regulamento das especiali- dos.
zações;
n) Elaborar e aprovar o seu regimento. 10 — Fazem parte da secção de assuntos culturais:
12 — O conselho nacional do colégio pode delegar no xiii) As demais matérias previstas na lei e no presente
seu presidente as competências previstas nas alíneas c), i), Estatuto.
j) e l) do número anterior.
13 — Os conselhos nacionais de colégio reúnem quando 4 — O conselho coordenador dos colégios pode delegar
convocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa no seu presidente as competências previstas nas subalíne-
destes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos as iv) e vi) da alínea i) do número anterior, bem como as
seus membros, pelo menos uma vez por trimestre. competências previstas nas alíneas a), b), c), d), f) e i) do
14 — O presidente do conselho nacional do colégio tem n.º 3, do artigo 43.º, na parte que se refere à pronúncia do
também a designação de presidente do colégio. conselho coordenador dos colégios.
15 — O presidente do conselho nacional do colégio 5 — O conselho coordenador dos colégios reúne quando
goza de voto de qualidade, em caso de empate nas vota- convocado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou me-
ções do órgão. diante solicitação da maioria absoluta dos seus membros,
pelo menos uma vez por trimestre.
Artigo 45.º 6 — O presidente do conselho coordenador dos colé-
gios goza de voto de qualidade, em caso de empate nas
Conselho coordenador dos colégios votações do órgão.
1 — A articulação da atividade dos colégios e o apoio Artigo 46.º
coordenado ao conselho diretivo nacional é realizado atra- Comissões de especialização
vés do conselho coordenador dos colégios.
2 — Fazem parte do conselho coordenador dos colé- 1 — Por cada especialização estruturada na Ordem, nos
gios: termos do artigo 55.º, existe uma comissão constituída por
cinco engenheiros especialistas na mesma.
a) O bastonário da Ordem; 2 — Cada comissão tem um coordenador e um coorde-
b) Os vice-presidentes da Ordem; nador adjunto e três vogais.
c) Os presidentes de cada colégio de especialidade. 3 — Compete às comissões de especialização:
3 — O conselho coordenador dos colégios tem, em a) Dar parecer sobre a atribuição do título de engenheiro
especial, as seguintes competências: especialista;
b) Dinamizar e conduzir a atividade da especialização,
a) Articular a atividade dos colégios e das especiali- designadamente levar a efeito ações de formação e divul-
zações e o apoio coordenado ao conselho diretivo nacio- gação, incluindo a elaboração de documentos, relevantes
nal; na área da especialização, que contribuam para a melhoria
b) Propor ao conselho diretivo nacional a criação de da qualidade do exercício profissional;
comissões de verificação de habilitações sempre que seja c) Prestar o apoio que lhes for solicitado pelos restantes
necessário proceder ao reconhecimento individual de com- órgãos nacionais da Ordem, ou pelos seus presidentes.
petências profissionais específicas de engenheiros oriundos
de mais de uma especialidade; 4 — As comissões de especialização vertical reportam
c) Elaborar os atos dos engenheiros agrupados nas es- ao conselho nacional do colégio em que se inserem e as
pecialidades; comissões de especialização horizontal reportam ao pre-
d) Elaborar a proposta de regulamento dos colégios; sidente do conselho coordenador de colégios.
e) Elaborar a proposta de regulamento das especiali- 5 — As comissões de especialização com, pelo menos,
zações; 20 engenheiros especialistas, são eleitas em listas fechadas,
f) Listar as normas técnicas que digam respeito às es- designando o coordenador, o coordenador adjunto e os três
pecialidades; vogais, pelo universo dos engenheiros especialistas que
g) Elaborar e aprovar o seu regimento; integrem a especialização, e que estejam no pleno gozo
h) Requerer a convocação da assembleia de represen- dos seus direitos estatutários.
tantes; 6 — As comissões de especialização com menos de 20
i) Pronunciar-se sobre: engenheiros especialistas são designadas pelo conselho
diretivo nacional, por proposta do conselho nacional do
i) A organização dos congressos; colégio, sendo verticais, e pelo conselho coordenador dos
ii) As linhas gerais dos programas de ação dos colé- colégios, sendo horizontais.
gios; 7 — As comissões de especialização podem delegar no
iii) A realização e organização de referendos; coordenador as competências previstas na alínea a) do n.º 3.
iv) As condições da prestação dos exames finais de 8 — As comissões de especialização reúnem quando
estágio dos membros estagiários; convocadas pelos seus coordenadores, por iniciativa des-
v) O regulamento de admissão e qualificação; tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
vi) A atribuição do título de especialista nas especializa- membros, pelo menos uma vez por bimestre.
ções que abranjam mais do que uma especialidade; 9 — O coordenador da comissão de especialização goza
vii) A estruturação de novas especialidades e de novos de voto de qualidade, em caso de empate nas votações do
colégios de especialidade; órgão.
viii) A estruturação de novas especializações; Artigo 47.º
ix) Os critérios de agrupamento dos membros nas es-
Assembleias regionais
pecialidades;
x) As propostas de alteração do presente Estatuto; 1 — As assembleias regionais são constituídas por to-
xi) As propostas de regulamento de estágios; dos os membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos,
xii) As propostas de regulamento das especialidades; inscritos nas respetivas regiões.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6667
1 — Os mandatos dos membros dos órgãos da Ordem simultânea ou sucessivamente, os lugares são preenchidos,
têm a duração de três anos. por eleição, nos três meses seguintes à verificação das
2 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei- referidas situações.
ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o 2 — Se idêntica situação se verificar para qualquer outro
respetivo mandato não excede a vigência do mandato dos cargo elegível, o lugar vago é preenchido pelos suplentes
restantes órgãos. na lista de eleição respetiva ou, caso tal não seja possível,
3 — Os cargos dos órgãos executivos, quando exercidos por eleição, nos três meses seguintes à verificação da ces-
com caráter de regularidade e permanência, podem ser sação do mandato.
remunerados, nos termos de regulamento aprovado pela 3 — Os membros nomeados cujo mandato cesse, por
assembleia de representantes. qualquer motivo, são substituídos por escolha do órgão
competente para a sua nomeação.
Artigo 63.º 4 — Os membros eleitos, substitutos ou nomeados em
Reeleição
consequência do disposto nos números anteriores, termi-
nam o mandato do membro substituído.
É permitida a reeleição, mas o mesmo cargo não pode 5 — As eleições a que se referem os n.os 1 e 2 só têm
ser desempenhado, consecutivamente, por mais de dois lugar se o período que decorrer para a data das eleições
mandatos. ordinárias para os órgãos da Ordem e mesas das assem-
Artigo 64.º bleias for superior a 180 dias.
Início e termo do exercício anual
Artigo 68.º
Considera-se que o exercício anual do mandato dos
Mandatos dos suplentes
membros eleitos para os órgãos da Ordem se inicia a 1
de abril ou no primeiro dia útil imediatamente a seguir, Os mandatos exercidos pelos membros suplentes em
quando aquele não o for. substituição, que não ultrapassem 18 meses, não contam
para os efeitos previstos no artigo 63.º
Artigo 65.º
Início do mandato
Artigo 69.º
Eleições ordinárias e extraordinárias
Os mandatos iniciam-se com a tomada de posse no início
de um exercício anual. 1 — As eleições para os órgãos da Ordem são ordinárias
e extraordinárias.
Artigo 66.º 2 — As eleições ordinárias destinam-se a eleger os mem-
Alheamento do cargo
bros dos órgãos da Ordem para mandatos completos.
3 — As eleições extraordinárias visam a designação de
Para além de outros motivos previstos na lei e no pre- membros para o preenchimento de lugares vagos.
sente Estatuto, perdem o mandato por alheamento do cargo: 4 — As eleições para os órgãos da Ordem regem-se
pelo disposto no presente Estatuto e no regulamento de
a) Os membros dos órgãos executivos da Ordem que
eleições e referendos.
faltarem a mais de três reuniões seguidas ou seis interpo-
ladas dos respetivos órgãos, incluindo os cargos exercidos
por inerência no órgão a que faltarem; Artigo 70.º
b) Os membros da assembleia de representantes que falta- Âmbito territorial das eleições
rem a mais de duas reuniões seguidas ou quatro interpoladas;
1 — As eleições para os órgãos da Ordem são de âmbito
c) Os membros dos restantes órgãos da Ordem que fal-
nacional e regional.
tarem a mais de três reuniões seguidas ou seis interpoladas
2 — As eleições de âmbito nacional destinam-se à es-
dos mesmos;
colha:
d) Os membros das mesas das assembleias que faltarem
a mais de duas reuniões seguidas das respetivas assem- a) Do bastonário e dos vice-presidentes;
bleias ou quatro interpoladas, ou ainda no mesmo número, b) Dos membros elegíveis da assembleia de represen-
a reuniões da mesa ou dos órgãos ou comissões da Ordem tantes;
a que pertençam por inerência. c) Dos membros elegíveis dos conselhos nacionais de
colégio, das comissões de especialização e do conselho de
Artigo 67.º admissão e qualificação;
d) Dos membros do conselho fiscal nacional;
Vacatura do cargo
e) Dos membros do conselho jurisdicional.
1 — Nos casos de renúncia, sanção disciplinar mais
grave do que a advertência, exoneração, incapacidade 3 — As eleições de âmbito regional, em assembleia
prolongada, alheamento do cargo ou perda da qualidade regional, visam a escolha de membros dos:
de membro efetivo dos:
a) Conselhos diretivos das regiões;
a) Bastonário e vice-presidentes nacionais; b) Conselhos fiscais das regiões;
b) Presidente e vice-presidente dos conselhos diretivos c) Conselhos disciplinares;
das regiões; d) Conselhos regionais de colégio.
6672 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
6 — A comissão eleitoral nacional entra em funções, representantes a eleger em cada região são aprovados pela
para efeitos eleitorais, no dia em que for divulgada pelo respetiva mesa da assembleia regional.
bastonário a data marcada para as eleições e cessa-as com 8 — Os procedimentos respeitantes à votação eletrónica,
a proclamação das listas vencedoras. à votação presencial e à votação por correspondência são
definidos no regulamento de eleições e referendos.
Artigo 78.º
Comissões de fiscalização
Artigo 82.º
Recurso
1 — É constituída em cada região ou secção regional
uma comissão de fiscalização, composta pelo presidente 1 — Pode ser interposto recurso do ato eleitoral com
da respetiva mesa da assembleia regional e por um repre- fundamento em irregularidades verificadas no ato eleitoral,
sentante de cada uma das listas concorrentes ou propo- o qual deve ser apresentado à mesa da assembleia regional
nentes, a qual inicia as suas funções no dia seguinte ao da respetiva no prazo de cinco dias a contar do encerramento
apresentação das candidaturas ou da abertura do processo do ato eleitoral.
de referendo. 2 — Da decisão da mesa da assembleia regional cabe
2 — Os representantes de cada lista concorrente devem recurso para o conselho jurisdicional, a interpor no prazo de
ser indicados conjuntamente com a apresentação das res- oito dias contados da data em que os interessados tiveram
petivas candidaturas. conhecimento da decisão da mesa.
3 — Se o presidente da mesa da assembleia geral for
candidato nas eleições a realizar, é substituído na comissão Artigo 83.º
de fiscalização por um dos secretários ou por um membro
Proclamação dos resultados
da Ordem designado pela respetiva mesa.
1 — Não tendo havido interposição de recursos, ou
Artigo 79.º decididos os que houverem sido interpostos, é feita a pro-
clamação das listas vencedoras.
Competência das comissões de fiscalização
2 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
Compete às comissões de fiscalização: proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
gionais.
a) Fiscalizar o processo eleitoral ou de referendo;
3 — A proclamação das listas vencedoras para os ór-
b) Elaborar relatórios de eventuais irregularidades, a
gãos nacionais da Ordem é feita pela comissão eleitoral
entregar às correspondentes mesas das assembleias re-
nacional.
gionais.
Artigo 84.º
Artigo 80.º
Posse dos membros eleitos
Sufrágio
1 — O bastonário cessante confere posse aos membros
1 — O sufrágio é universal, direto, periódico e por voto
eleitos para os órgãos nacionais.
secreto.
2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio-
2 — Têm direito de voto os membros efetivos da Ordem
nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos
que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos.
regionais.
Artigo 81.º
Artigo 85.º
Tipos de votação
Campanha eleitoral
1 — O voto é pessoal e secreto, não sendo admitido o
voto por procuração. 1 — A Ordem comparticipa nos encargos da campanha
2 — O voto é exercido por um dos seguintes meios: eleitoral de cada lista num montante igual para todas.
2 — As comparticipações são fixadas pelo conselho
a) Eletronicamente, pela Internet; diretivo nacional ou pelos conselhos diretivos das regiões,
b) Presencialmente. conforme se trate de eleições para órgãos nacionais ou
regionais.
3 — A título transitório, e em período a definir no re-
gulamento de eleições e referendos, o voto pode ainda ser Artigo 86.º
exercido por correspondência.
Organização do referendo
4 — Todos os tipos de votação devem garantir a autenti-
cação do eleitor, a confidencialidade e integridade do voto 1 — Compete ao conselho diretivo nacional fixar a data
e a auditabilidade de todos os tipos de votação. do referendo.
5 — Os boletins de voto são, em função da respetiva 2 — Os textos a submeter a referendo devem ser divul-
natureza, eletrónicos ou em papel, neles devendo constar gados junto de todos os membros da Ordem e ser sujeitos
as listas admitidas a sufrágio. a reuniões de esclarecimento e debate, sem carácter deli-
6 — Os modelos dos boletins de voto para a eleição dos berativo, que são convocadas a nível regional e dirigidas
órgãos nacionais são aprovados pela comissão eleitoral pelos respetivos conselhos diretivos.
nacional. 3 — As propostas de alteração aos textos a referendar
7 — Os modelos dos boletins de voto para a eleição devem ser dirigidas por escrito, durante o período de escla-
dos órgãos regionais e para os membros da assembleia de recimento e debate, ao conselho diretivo nacional, sendo os
6674 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
respetivos subscritores identificados pelo nome completo, 2 — A suspensão da inscrição não faz cessar a responsa-
assinatura, número de membro e residência. bilidade disciplinar por infrações anteriormente praticadas
4 — As restantes propostas podem, por deliberação da pelo membro da Ordem enquanto tal.
assembleia de representantes, ser ou não incluídas nos 3 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o mem-
textos a referendar ou, ainda, apresentadas como alter- bro continua sujeito ao poder disciplinar da Ordem.
nativa.
Artigo 87.º Artigo 91.º
Resultado do referendo Independência da responsabilidade
disciplinar dos membros da Ordem
1 — Os resultados dos referendos correspondem à maio-
ria simples dos votos válidos entrados nas urnas. 1 — A responsabilidade disciplinar é independente da
2 — Quando se trate de projetos de propostas relativos responsabilidade civil e criminal decorrente da prática do
à dissolução da Ordem, a aprovação carece do voto ex- mesmo facto.
presso de mais de metade dos membros efetivos inscritos 2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem
nos cadernos eleitorais. coexiste com qualquer outra prevista por lei.
3 — Os resultados dos referendos só podem ser consi- 3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver
derados como definitivos: sido instaurado processo penal contra membro e, para se co-
nhecer da existência de uma infração disciplinar, for necessário
a) Em primeira votação, se votarem, pelo menos, 20 % julgar qualquer questão que não possa ser convenientemente
dos membros inscritos nos cadernos eleitorais; resolvida no processo disciplinar, pode ser ordenada a suspen-
b) Em segunda votação, se votarem, pelo menos, 10 % são do processo disciplinar por um período máximo de um ano.
dos membros inscritos nos cadernos eleitorais. 4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade
4 — A segunda votação realiza-se nos 30 dias subse- judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à
quentes à data da primeira votação. Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver
5 — Se, em segunda votação, os resultados não puderem lugar, do despacho de pronúncia.
ser considerados definitivos, o processo pode ser reiniciado 5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem
decorrido um ano sobre a data da segunda votação. que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
6 — Os resultados dos referendos são divulgados pelo no processo disciplinar.
conselho diretivo nacional após a receção dos apuramentos 6 — Sempre que, em processo penal contra membro, for
parciais de todas as regiões e secções regionais. designado dia para a audiência de julgamento, o tribunal
deve ordenar a remessa à Ordem, preferencialmente por
Artigo 88.º via eletrónica, do despacho de acusação, do despacho de
pronúncia e da contestação, se tiver sido apresentada, bem
Alterações ao regulamento como quaisquer outros elementos solicitados pelo conselho
Não podem ser realizadas alterações ao regulamento de diretivo nacional ou pelo bastonário.
eleições e referendos durante o processo eleitoral ou de 7 — Os factos considerados provados em processo pe-
referendo, nem nos 90 dias precedentes. nal contra membro consideram-se também provados em
processo disciplinar.
8 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
CAPÍTULO VIII rante a Ordem decorrente da prática de infrações é indepen-
dente da responsabilidade disciplinar perante os respetivos
Da ação disciplinar empregadores, por infração dos deveres emergentes de
relações de trabalho.
SECÇÃO I
Artigo 92.º
Disposições gerais
Responsabilidade disciplinar dos profissionais
Artigo 89.º em livre prestação de serviços
c) Suspensão do exercício profissional até ao máximo e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
de 15 anos. durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso
do período de suspensão de sanção disciplinar;
2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações leves f) A produção de prejuízos de valor considerável,
no exercício da profissão dos membros. entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de
3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a metade da alçada dos tribunais da Relação.
infrações graves.
4 — A sanção de suspensão é aplicável quando, tendo Artigo 102.º
em conta a natureza da profissão, a infração disciplinar Aplicação de sanções acessórias
seja grave e tenha posto em causa a vida, a integridade
física das pessoas ou seja gravemente lesiva da honra ou 1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
do património alheios ou de valores equivalentes. disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções
5 — O incumprimento pelo membro do dever de pagar acessórias:
quotas pode dar lugar à aplicação de sanção disciplinar de a) Frequência obrigatória de ações de formação suple-
suspensão, quando se apure que aquele incumprimento é mentares às ações de formação obrigatórias;
culposo e se prolongue por período superior a 12 meses. b) Restituição de quantias, documentos ou objetos;
6 — No caso de profissionais em regime de livre presta- c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio
ção de serviços em território nacional, a sanção prevista no de despesas;
n.º 4 assume a forma de interdição temporária do exercício d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido;
da atividade profissional neste território. e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período
7 — A aplicação de sanção mais grave do que a mera máximo de 15 anos.
advertência a membro que exerça algum cargo nos órgãos
da Ordem determina a imediata destituição desse cargo, 2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre
sem dependência de deliberação da assembleia de repre- si.
sentantes nesse sentido. 3 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender-
8 — A tentativa é punível com a sanção aplicável à -se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior.
infração consumada, especialmente atenuada. 4 — O resultado da aplicação das sanções acessórias
9 — Sempre que a infração resulte da violação de um previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1, considera-se perdido
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas a favor da Ordem.
não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
ainda for possível. Artigo 103.º
10 — A prática de infração é considerada reincidente Unidade e acumulação de infrações
quando repita o comportamento ilícito antes de decorrido o
prazo de cinco anos após o dia em que se tornar definitiva Sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias re-
a condenação por cometimento da infração anterior. feridas no artigo anterior, não pode aplicar-se ao mesmo
membro mais do que uma sanção disciplinar por cada
Artigo 101.º facto punível.
Graduação Artigo 104.º
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante- Suspensão das sanções
cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau
de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à 1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor-
situação económica do arguido e a todas as demais cir- tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática
da infração, as sanções disciplinares podem ser suspensas
cunstâncias agravantes ou atenuantes.
por um período compreendido entre um e cinco anos.
2 — São circunstâncias atenuantes:
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati-
a) O exercício efetivo da profissão de engenheiro por um vamente ao membro punido, seja proferida decisão final
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados, de condenação em novo processo disciplinar.
sem qualquer sanção disciplinar;
b) A confissão espontânea da infração ou das infra- Artigo 105.º
ções; Aplicação das sanções de suspensão
c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver-
dade; 1 — A aplicação das sanções de suspensão superior a
d) A reparação dos danos causados pela conduta le- dois anos só pode ter lugar após audiência pública, nos
siva. termos previstos no regulamento disciplinar.
2 — As sanções de suspensão por período superior a
3 — São circunstâncias agravantes: dois anos só podem ser aplicadas por deliberação que
reúna a maioria qualificada de dois terços dos membros
a) A premeditação, na prática da infração e na prepa- do órgão disciplinarmente competente.
ração da mesma;
b) O conluio; Artigo 106.º
c) A reincidência;
Execução das sanções
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando 1 — Compete ao conselho diretivo nacional dar execu-
outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior; ção às decisões proferidas em sede de processo disciplinar,
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6677
quantia, a título de caução, sempre que se verifiquem os 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
seguintes pressupostos: processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério
Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos interessa-
a) Ausência de aplicação anterior de suspensão provi- dos, quando daí não resulte inconveniente para a instrução
sória do processo pelo mesmo tipo de infração; e sob condição de não ser divulgado o que dele conste.
b) Ausência de um grau de culpa elevado. 3 — O arguido ou o interessado, quando membro, que
não respeite a natureza secreta do processo incorre em
7 — No caso previsto no número anterior, são aplicáveis responsabilidade disciplinar.
ao arguido as seguintes medidas:
a) Pagamento, no prazo de 10 dias úteis, de uma quantia SECÇÃO V
entre € 100 e € 5 000, no caso de pessoas singulares, ou
entre € 1 000 e € 50 000, no caso de pessoas coletivas ou Das garantias
equiparadas;
b) Implementação de um plano de reestruturação da sua Artigo 116.º
atividade, nos termos e prazo que forem definidos; Decisões recorríveis
c) Frequência de ações de formação suplementares às
ações de formação obrigatórias, nos termos e prazo que 1 — Das decisões tomadas pelo conselho disciplinar
forem definidos. regional ou pelo conselho jurisdicional em primeira instân-
cia cabe recurso para o plenário do conselho jurisdicional.
8 — O incumprimento das medidas determinadas a 2 — As decisões de mero expediente ou referentes à
que se refere o número anterior implica a continuação do disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
processo disciplinar suspenso provisoriamente nos termos termos do número anterior.
3 — O exercício do direito de recurso é regulado pelas
dos n.os 6 e 7.
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar.
9 — Se o arguido cumprir as medidas determinadas,
o processo é arquivado e são-lhe devolvidas as quantias
Artigo 117.º
pagas.
Revisão
Artigo 113.º 1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
Processo disciplinar rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar
sempre que:
1 — O processo disciplinar é regulado pelo presente
Estatuto e pelo regulamento disciplinar. a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham
fases: sido determinantes para a decisão revidenda;
b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado
a) Instrução; como provado crime cometido por membro ou membros
b) Defesa do arguido; do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado
c) Decisão; com o exercício das suas funções no processo;
d) Execução. c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados
3 — Em todas as fases do processo disciplinar, são asse- como provados noutra decisão definitiva e da oposição re-
guradas ao arguido todas as garantias de defesa nos termos sultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação;
gerais de direito. d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
que, por si ou cominados com os que foram apreciados
Artigo 114.º no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
Suspensão preventiva decisão condenatória proferida.
1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido 2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or- tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação fundamento para a revisão.
tomada por maioria qualificada de dois terços dos mem- 3 — A revisão é admissível ainda que o processo se
bros em efetividade de funções do órgão competente da encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
Ordem. 4 — O exercício do direito de revisão é regulado pelas
2 — A suspensão a que se refere o número anterior disposições aplicáveis do regulamento disciplinar.
só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
prática de infração disciplinar à qual corresponda a sanção CAPÍTULO IX
de suspensão.
3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me- Receitas e despesas
ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
Artigo 118.º
Artigo 115.º Receitas dos órgãos nacionais
Natureza secreta do processo Constituem receitas dos órgãos nacionais da Ordem:
1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho a) A percentagem da quotização cobrada pelas regiões
de acusação ou arquivamento. que for fixada pela assembleia de representantes;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6679
a elaborar pelo próprio órgão e a aprovar pelas respetivas e) Eleger e, quando pessoas singulares, ser eleitos para
assembleias regionais. o desempenho de funções na Ordem;
4 — Os regulamentos de funcionamento dos colégios f) Requerer a atribuição de títulos de especialista, con-
são elaborados pelos respetivos conselhos nacionais de selheiro e sénior;
colégio e aprovados pela assembleia de representantes, g) Beneficiar da atividade editorial da Ordem;
após parecer do conselho coordenador dos colégios. h) Utilizar os serviços oferecidos pela Ordem;
i) Utilizar a cédula profissional emitida pela Ordem.
Artigo 131.º
Regulamento de isenção de quotas Artigo 137.º
Deveres dos membros efetivos para com a Ordem
O regulamento de isenção de quotas e outros encargos
é aprovado pela assembleia de representantes sob proposta 1 — Constituem deveres dos membros efetivos para
do conselho diretivo nacional. com a Ordem:
Artigo 132.º a) Cumprir as obrigações do presente Estatuto, do có-
digo deontológico e dos regulamentos da Ordem;
Regulamento das delegações distritais b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem;
O regulamento das delegações distritais, cuja elaboração c) Desempenhar as funções para as quais tenham sido
compete ao conselho diretivo nacional, é aprovado pela eleitos ou escolhidos;
assembleia de representantes. d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colabora-
ção especializada que lhes for solicitada;
Artigo 133.º e) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar
alargar o seu âmbito de influência;
Outros regulamentos internos f) Satisfazer pontualmente o pagamento das quotas e de
A Ordem pode aprovar outros regulamentos de carácter outros encargos estabelecidos pela Ordem;
interno, designadamente em matéria de funcionamento g) Responder a inquéritos dos conselhos disciplina-
dos respetivos serviços, de comissões e grupos de trabalho res.
específicos, do congresso, e da atividade editorial, bem
como sobre o procedimento de acreditação de ações de 2 — Podem ser isentos do pagamento dos encargos refe-
formação, de indicação de peritos e de avaliadores. ridos na alínea f) do número anterior os membros efetivos
que não se encontrem no exercício efetivo da profissão em
Artigo 134.º território nacional, nos termos do regulamento referido no
artigo 131.º
Publicação
Os regulamentos da Ordem com eficácia externa são Artigo 138.º
publicados na 2.ª série do Diário da República.
Direitos e deveres dos membros estagiários
1 — Constituem deveres específicos dos membros es-
TÍTULO II tagiários os constantes do artigo 22.º
2 — Os membros estagiários podem gozar dos direitos
Deontologia profissional que não lhes estejam vedados e que não sejam incompatí-
veis com a sua condição, e estão sujeitos ainda aos deveres
CAPÍTULO I que não sejam incompatíveis com a sua condição, previstos
no presente capítulo.
Âmbito
Artigo 139.º
Artigo 135.º
Direitos dos membros honorários e correspondentes
Direitos e deveres
Os membros honorários e correspondentes gozam dos
Todos os membros da Ordem têm os direitos e deveres seguintes direitos:
decorrentes do presente Estatuto e da legislação em vigor,
nos termos dos artigos seguintes. a) Participar nas atividades da Ordem;
b) Intervir, sem direito a voto, na assembleia magna, nas
Artigo 136.º assembleias regionais e distritais e insulares.
Direitos dos membros efetivos
Artigo 140.º
Constituem direitos dos membros efetivos: Deveres dos membros correspondentes
a) Participar nas atividades da Ordem; Constituem deveres dos membros correspondentes para
b) Intervir nos congressos mediante inscrição, intervir com a Ordem:
na assembleia magna e intervir e votar nos referendos e
nas assembleias regionais; a) Cumprir as disposições do presente Estatuto e dos
c) Consultar as atas da assembleia de representantes e regulamentos estabelecidos pela Ordem;
das assembleias regionais; b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem;
d) Requerer a convocação de assembleias regionais c) Prestar a comissões e a grupos de trabalho a colabo-
extraordinárias; ração especializada que lhes for solicitada;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6681
d) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar pelo valor da sua colaboração e por uma conduta irrepre-
alargar o seu âmbito de influência; ensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e isenção, quer
e) Satisfazer os encargos estabelecidos pela Ordem; atuando individualmente, quer coletivamente.
f) Responder a inquéritos dos conselhos disciplinares. 2 — O engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência
desleal.
3 — O engenheiro deve usar da maior sobriedade nos
CAPÍTULO II anúncios profissionais que fizer ou autorizar.
Deveres decorrentes do exercício da atividade 4 — O engenheiro não deve aceitar trabalhos ou exercer
profissional funções que ultrapassem a sua competência ou exijam mais
tempo do que aquele de que disponha.
Artigo 141.º 5 — O engenheiro só deve assinar pareceres, projetos
ou outros trabalhos profissionais de que seja autor ou co-
Deveres do engenheiro para com a comunidade laborador.
1 — É dever fundamental do engenheiro possuir uma 6 — O engenheiro deve emitir os seus pareceres pro-
boa preparação, de modo a desempenhar com competência fissionais com objetividade e isenção.
as suas funções e contribuir para o progresso da engenharia 7 — O engenheiro deve, no exercício de funções pú-
e da sua melhor aplicação ao serviço da Humanidade. blicas, na empresa e nos trabalhos ou serviços em que
2 — O engenheiro deve defender o ambiente e os re- desempenhar a sua atividade, atuar com a maior correção e
cursos naturais. de forma a obstar a discriminações ou desconsiderações.
3 — O engenheiro deve garantir a segurança do pessoal 8 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em
executante, dos utentes e do público em geral. trabalhos sobre os quais tenha de se pronunciar no exer-
4 — O engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta, cício de diferentes funções ou que impliquem situações
ou contrária ao bem comum, do seu trabalho. ambíguas.
5 — O engenheiro deve procurar as melhores soluções Artigo 144.º
técnicas, ponderando a economia e a qualidade da produção
Deveres recíprocos dos engenheiros
ou das obras que projetar, dirigir ou organizar.
6 — O engenheiro deve combater e denunciar práticas 1 — O engenheiro deve avaliar com objetividade o
de discriminação social e trabalho infantil, assumindo uma trabalho dos seus colaboradores, contribuindo para a sua
atitude de responsabilidade social. valorização e promoção profissionais.
2 — O engenheiro apenas deve reivindicar o direito de
Artigo 142.º autor quando a originalidade e a importância relativas da
sua contribuição o justifiquem, exercendo esse direito com
Deveres do engenheiro para com a entidade
empregadora e para com o cliente respeito pela propriedade intelectual de outrem e com as
limitações impostas pelo bem comum.
1 — O engenheiro deve contribuir para a realização 3 — O engenheiro deve prestar aos colegas, quando
dos objetivos económico-sociais das organizações em que solicitada, toda a colaboração possível.
se integre, promovendo o aumento da produtividade, a 4 — O engenheiro não deve prejudicar a reputação
melhoria da qualidade dos produtos e das condições de profissional ou as atividades profissionais de colegas,
trabalho, com o justo tratamento das pessoas. nem deixar que sejam menosprezados os seus trabalhos,
2 — O engenheiro deve prestar os seus serviços com di- devendo, quando necessário, apreciá-los com elevação e
ligência e pontualidade, de modo a não prejudicar o cliente sempre com salvaguarda da dignidade da classe.
nem terceiros, nunca abandonando, sem justificação, os traba- 5 — O engenheiro deve recusar substituir outro enge-
lhos que lhe forem confiados ou os cargos que desempenhar. nheiro, só o fazendo quando as razões dessa substituição
3 — O engenheiro não deve divulgar nem utilizar segre- forem corretas e dando ao colega a necessária satisfação.
dos profissionais ou informações, em especial as científicas
e técnicas obtidas confidencialmente no exercício das suas
funções, salvo se, em consciência, considerar poderem TÍTULO III
estar em sério risco exigências de bem comum.
4 — O engenheiro só deve pagar-se pelos serviços que Disposições finais
tenha efetivamente prestado e tendo em atenção o seu
justo valor. Artigo 145.º
5 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em Controlo jurisdicional
trabalhos cujo pagamento esteja subordinado à confir-
mação de uma conclusão predeterminada, embora esta 1 — A atividade da Ordem no âmbito das suas atri-
circunstância possa influir na fixação da remuneração. buições e do exercício dos poderes públicos que lhe são
6 — O engenheiro deve recusar compensações de mais conferidos fica sujeita à jurisdição administrativa, nos
de um interessado no seu trabalho, quando possa haver termos da respetiva legislação.
conflitos de interesses ou não haja o consentimento de 2 — Das sanções disciplinares aplicadas pela Ordem
qualquer das partes. cabe recurso para os tribunais administrativos compe-
tentes.
Artigo 143.º Artigo 146.º
Deveres do engenheiro no exercício da profissão Balcão único
1 — O engenheiro, na sua atividade associativa profis- 1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações pre-
sional, deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se vistos no presente Estatuto entre a Ordem e profissionais,
6682 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
sociedades de engenheiros ou outras organizações associa- iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
tivas de profissionais para o exercício de engenharia, com do exercício da atividade, se for caso disso;
exceção dos relativos a procedimentos disciplinares, são iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
realizados por meios eletrónicos, através do balcão único ou outras formas de organização associativa de profis-
eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do sionais para que prestem serviços no Estado membro de
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através do origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade;
sítio na Internet da associação pública profissional em causa.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das g) Registo atualizado de sociedades de engenheiros e de
plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento outras formas de organização associativa inscritas com a
do disposto no número anterior, a transmissão da infor- respetiva designação, sede, número de inscrição e número
mação em apreço pode ser feita por entrega nos serviços de identificação;
da associação pública profissional em causa, por remessa h) Tabela das correspondências dos cursos de engenharia
pelo correio sob registo, por telecópia ou por correio ele- professados em escolas nacionais e as especialidades e
trónico. colégios estruturados na Ordem.
3 — A apresentação de documentos em forma simples
nos termos dos números anteriores dispensa a remessa dos Artigo 148.º
documentos originais, autênticos, autenticados ou certi-
ficados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 e Cooperação administrativa
nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de A Ordem presta e solicita às autoridades administrativas
26 de julho. dos outros Estados membros ou do Espaço Económico
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos Europeu e à Comissão Europeia assistência mútua e toma
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º as medidas necessárias para cooperar eficazmente, nome-
e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 adamente através do Sistema de Informação do Mercado
de julho. Interno, no âmbito dos procedimentos relativos a presta-
dores de serviços já estabelecidos noutro Estado membro,
Artigo 147.º nos termos do Capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
Informação na Internet 26 de julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
Para além das informações referidas no artigo 23.º da e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos aspetos
artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento legais dos serviços da sociedade de informação, em espe-
Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a cial do comércio eletrónico.
certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado ANEXO
interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral,
através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes [A que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 16.º
informações: do Estatuto da Ordem dos Engenheiros]
a) Regime de acesso e exercício da profissão; 1 — Projeto
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas Elaboração ou coordenação de pelo menos cinco pro-
aplicáveis aos seus membros; jetos de obras, dos quais pelo menos dois de categoria II.
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- 2 — Projeto e direção de obra e ou direção de fiscali-
mações pelos destinatários relativamente aos serviços zação de obra:
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade;
d) Ofertas de emprego na Ordem; a) Elaboração de, pelo menos, três projetos de obras,
e) Registo atualizado dos membros com: dos quais, pelo menos, um da categoria II; e
b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car- em três edifícios até à classe 5 de alvará, dos quais, pelo
teira ou cédula profissionais; menos, um de classe 3 ou superior, ou, em alternativa,
ii) A designação do título e das especialidades profis- noutras obras das categorias I e II, das quais, pelo menos,
sionais; uma desta última categoria.
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso; 3 — Direção de obra e ou direção de fiscalização de
obra:
f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
ção de serviços no território nacional, que se consideram a) Direção de obra ou direção de fiscalização em sete
inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, diferentes obras, das quais, pelo menos, três de classe
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de superior a 2 ou categoria superior a I; ou
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple: b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra
em, pelo menos, dez obras de qualquer classe ou categoria.
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
designação do título profissional de origem e das respetivas Notas:
especialidades;
a) As categorias de obras e as classes de alvará a que se referem
ii) A identificação da associação pública profissional os números anteriores são as previstas, respetivamente, na Portaria
no Estado membro de origem, na qual o profissional se n.º 701-H/2008, de 29 de julho, e na Portaria n.º 119/2012, de 30 de
encontre inscrito; abril.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6683
Para efeitos do disposto no presente anexo, são também promoção e o progresso da engenharia, estimular os esfor-
elegíveis os trabalhos de idêntica relevância realizados nas ços dos seus membros nos domínios científico, profissional
outras áreas referidas no n.º 1 do artigo 7.º do Estatuto. e social, e defender a ética, a deontologia, a valorização e
a qualificação profissionais dos engenheiros.
ANEXO II
Artigo 4.º
(a que se refere o artigo 7.º)
Atribuições
Republicação do Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho 1 — A Ordem tem como escopo fundamental contribuir
para o progresso da engenharia, estimulando os esforços
Artigo 1.º dos seus associados nos domínios científico, profissional
e social, bem como o cumprimento das regras de ética
É aprovado o Estatuto da Ordem dos Engenheiros, pu- profissional.
blicado em anexo ao presente diploma, do qual faz parte 2 — Na prossecução das suas atribuições, cabe à Ordem:
integrante.
a) Assegurar o cumprimento das regras de ética profis-
Artigo 2.º sional e o nível de qualificação profissional dos engenhei-
ros, bem como dos demais que, registados na Ordem, exer-
É revogado o Decreto-Lei n.º 352/81, de 28 de dezembro. çam a atividade de engenharia no território nacional;
b) Atribuir, em exclusivo, o título profissional de en-
ESTATUTO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS genheiro;
c) Defender coletivamente os legítimos interesses, di-
reitos e prerrogativas dos seus membros e prestar-lhes
TÍTULO I serviços de formação e informação sobre as matérias
Da Ordem diretamente relacionadas com o exercício da atividade
profissional;
d) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da
CAPÍTULO I profissão de engenheiro e atribuir distinções e títulos ho-
noríficos;
Disposições gerais e) Fomentar o desenvolvimento do ensino e da forma-
ção em engenharia e participar nos processos oficiais de
Artigo 1.º acreditação e avaliação dos cursos que dão acesso à pro-
Denominação, natureza e sede fissão, ou em outros promovidos por entidades nacionais
ou estrangeiras.
1 — A Ordem dos Engenheiros, adiante designada, abre- f) Contribuir para a estruturação das carreiras dos en-
viadamente, por Ordem, é a associação pública profissional genheiros;
representativa dos profissionais, que, em conformidade g) Proteger o título e a profissão de engenheiro, pro-
com os preceitos do presente Estatuto e as demais dispo- movendo o procedimento judicial contra quem o use ou a
sições aplicáveis, exercem a profissão de engenheiro. exerça ilegalmente, podendo, designadamente, constituir-
2 — A Ordem é independente dos órgãos do Estado e -se assistente em processo penal;
goza de autonomia administrativa, financeira, científica h) Promover a cooperação e solidariedade entre os seus
e disciplinar. associados;
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito pú- i) Valorizar a qualificação profissional dos engenheiros
blico e no exercício dos seus poderes públicos pratica os pela atribuição de títulos de especialista, sénior e conse-
atos administrativos necessários ao desempenho das suas lheiro, e pela participação ativa na sua formação contínua,
funções e aprova os regulamentos previstos na lei e no emitindo os competentes certificados e cédulas profissio-
presente Estatuto. nais;
4 — Ressalvados os casos previstos na lei, os atos e j) Prestar a colaboração técnica e científica na área da
regulamentos da Ordem não estão sujeitos a homologação engenharia que seja solicitada por quaisquer entidades,
governamental. públicas ou privadas, quando estejam em causa matérias
5 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa. relacionadas com os seus fins e atribuições ou com a pros-
secução de fins de interesse público relacionados com a
Artigo 2.º profissão de engenheiro;
Tutela administrativa
k) Participar na elaboração de legislação que diga res-
peito ao acesso e exercício da profissão de engenheiro;
Os poderes de tutela administrativa a que se refere o l) Desenvolver relações com associações afins, nacio-
artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, são exer- nais e estrangeiras, podendo constituir ou aderir a uniões
cidos pelo membro do Governo responsável pelo setor da e federações internacionais;
construção. m) Exercer jurisdição disciplinar sobre os engenheiros
e todos os que, registados na Ordem, exerçam a atividade
Artigo 3.º de engenharia no território nacional;
Missão
n) Elaborar e manter atualizado o registo dos mem-
bros;
É missão da Ordem exercer, nos termos do presente o) Reconhecer as qualificações profissionais para o exer-
Estatuto, o controlo do acesso à atividade profissional de cício da profissão de engenheiro obtidas fora de Portugal
engenheiro e do seu exercício, contribuir para a defesa, a por cidadãos de Estado membro da União Europeia ou do
6684 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
e esporádica, em território nacional, em regime de livre cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
prestação de serviços, nos termos da Lei n,º 9/2009, de 4 de reciprocidade internacionalmente vigente.
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio. 5 — As sociedades de engenheiros gozam dos direitos
2 — Os profissionais referidos no número anterior e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais
são equiparados a engenheiro para todos os efeitos legais membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua
em que tal qualificação profissional seja exigida para o natureza, com exceção do direito de voto, estando nome-
exercício de uma determinada atividade, exceto quando o adamente sujeitas aos princípios e regras deontológicos
contrário resulte das disposições em causa. constantes do presente Estatuto.
3 — O profissional que preste serviços, de forma su- 6 — Os membros do órgão executivo das sociedades
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio, ou que profissionais de engenheiros, independentemente da sua
atue como gerente ou administrador no Estado membro qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os
de origem, no âmbito de organização associativa de pro- princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e
fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional científica e as garantias conferidas aos engenheiros pela
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre lei e pelo presente Estatuto.
prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a 7 — As sociedades de engenheiros podem ainda desen-
organização associativa, por conta da qual presta serviços,
volver quaisquer outras atividades que não sejam incom-
na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4
patíveis com a atividade de engenheiro, nem em relação
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio. às quais se verifique impedimento, nos termos do presente
Estatuto, não estando essas atividades sujeitas ao controlo
Artigo 10.º da Ordem.
8 — A constituição e funcionamento das sociedades de
Comércio eletrónico profissionais consta de diploma próprio.
Os profissionais legalmente estabelecidos em Estado 9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
membro da União Europeia ou do Espaço Económico maioria do capital social com direito de voto de sociedades
Europeu que aí desenvolvam atividades comparáveis à de engenheiros, quando exista, pertence a engenheiros
atividade profissional de engenheiro regulada pelo presente estabelecidos em território nacional, a sociedades de en-
Estatuto, podem exercê-las, através de comércio eletrónico, genheiros constituídas ao abrigo do direito nacional, ou a
com destino ao território nacional, observados que sejam outras formas de organização associativa de profissionais
os requisitos aplicáveis no Estado membro de origem, equiparados constituídas noutro Estado membro da União
nomeadamente as normas deontológicas aí vigentes, as- Europeia ou do Espaço Económico Europeu inscritas na
sim como a disponibilização permanente de informação Ordem nos termos do artigo seguinte.
prevista no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de
janeiro, alterado pelo Decreto—Lei n.º 62/2009, de 10 de Artigo 12.º
março, e pela Lei n.º 46/2012, de 29 de agosto. Organizações associativas de profissionais
de outros Estados membros
Artigo 11.º
1 — As organizações associativas de profissionais equi-
Sociedades de engenheiros
parados a engenheiros constituídas noutro Estado membro
1 — Os engenheiros estabelecidos em território nacio- da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu
nal podem exercer em grupo a profissão, constituindo ou para o exercício de atividade profissional cujo gerente
ingressando como sócios em sociedades de engenheiros. ou administrador seja um profissional e cujo capital com
2 — Podem ainda ser sócios profissionais de sociedades direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais
de engenheiros: em causa e ou a outras organizações associativas cujo
a) Sociedades de engenheiros previamente constituídas capital e direitos de voto caibam maioritariamente àqueles
e inscritas como membros da Ordem; profissionais podem inscrever as respetivas representações
b) Organizações associativas de profissionais equipara- permanentes em Portugal, constituídas nos termos da lei
dos a engenheiros constituídas noutro Estado membro da comercial, como membros da Ordem, sendo enquanto tal
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujo equiparadas a sociedades de engenheiros para efeitos do
capital e direitos de voto caibam maioritariamente aos presente Estatuto.
profissionais em causa. 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
rior não são aplicáveis caso a organização associativa não
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o
mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos
capital social. profissionais ali referidos.
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
do n.º 2 é regido: regido:
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4
do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada do artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2
de maio; de maio;
6686 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- 7 de agosto, ou de um grau académico superior estrangeiro
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime num domínio da engenharia a que tenha sido conferida
de reciprocidade internacionalmente vigente. equivalência àquele grau, ou que tenha sido reconhecido
com esse nível;
4 — O regime jurídico de inscrição das organizações b) Ter, nos termos do artigo 20.º, realizado e sido apro-
associativas de profissionais de outros Estados membros vado em estágio com duração não inferior a 18 meses, ou
consta do regime jurídico da constituição e funcionamento dele ter sido dispensado;
das sociedades de profissionais que estejam sujeitas a c) Ter prestado provas de avaliação de conhecimentos de
associações públicas profissionais. deontologia para o exercício da profissão de engenheiro.
2 — O título profissional de engenheiro sénior é atri- 4 — A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio
buído aos engenheiros que: fiscal do candidato.
a) Sendo titulares do grau de mestre numa especialidade 5 — A inscrição no estágio pode ser feita a qualquer
do domínio da engenharia conferido por uma instituição momento e a sua realização, a efetuar dentro dos parâ-
de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico metros definidos pela Ordem, é da responsabilidade do
superior estrangeiro num domínio da engenharia a que membro estagiário, sem prejuízo dos poderes de organi-
tenha sido conferida equivalência àquele grau ou que tenha zação, supervisão, controlo e avaliação da Ordem e dos
sido reconhecido com esse nível e tenham cinco anos de poderes de direção e supervisão do orientador do estágio
experiência em engenharia; cuja indicação é obrigatória.
b) Não sendo titulares da qualificação académica men- 6 — A Ordem realiza, pelo menos uma vez em cada
cionada na alínea anterior, tenham 10 anos de experiência ano, exames finais de estágio.
em engenharia. 7 — O estágio é dispensado aos candidatos que possuam
cinco ou seis anos de experiência em engenharia, conforme
3 — O título profissional de engenheiro conselheiro é sejam titulares das habilitações académicas referidas no
atribuído aos engenheiros seniores que: n.º 1 ou no n.º 2 do artigo 15.º
8 — O estágio considera-se concluído com a apresen-
a) Sejam titulares do grau de mestre numa especialidade tação do relatório do estágio com avaliação positiva e
do domínio da engenharia conferido por uma instituição respetiva homologação, nos termos previstos no regula-
de ensino superior portuguesa, ou de um grau académico mento dos estágios.
superior estrangeiro num domínio da engenharia a que 9 — Os estágios profissionais de adaptação enquanto
tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou que medida de compensação são regidos pela Lei n.º 9/2009,
tenha sido reconhecida com esse nível e tenham 15 anos de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
de experiência em engenharia; agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
b) Não sendo titulares da habilitação académica men-
cionada na alínea anterior, tenham 20 anos de experiência
em engenharia. Artigo 21.º
Suspensão do estágio
Artigo 18.º
A pedido fundamentado do interessado, o estágio pode
Local de inscrição ser suspenso.
A inscrição na Ordem faz-se na região do domicílio
fiscal do candidato. Artigo 22.º
Deveres do estagiário
Artigo 19.º
O engenheiro estagiário deve cumprir os seguintes de-
Membro estagiário veres:
1 — Tem a categoria de membro estagiário o candidato a) Participar nas ações de formação deontológica obri-
que, para acesso a membro efetivo, efetua o estágio pre- gatórias e realizar as respetivas provas de avaliação e o
visto no presente Estatuto, nos termos a definir pela Ordem exame final de estágio;
por regulamento homologado pelo membro do Governo b) Colaborar com o orientador sempre que este o soli-
responsável pela área das infraestruturas. cite e desde que tal seja compatível com a sua atividade
2 — Os profissionais nacionais de Estados membros de estagiário;
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu c) Guardar lealdade e respeito para com o orien-
cujas qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal e tador;
pretendam realizar o estágio em território nacional podem d) Prestar todas as informações que lhe sejam solicitadas
inscrever-se como membros estagiários da Ordem.
pelos órgãos competentes da Ordem sobre a forma como
está a decorrer o estágio;
Artigo 20.º
e) Cumprir com zelo e competência as suas obrigações
Estágio para com a entidade onde está a realizar o estágio.
1 — O estágio tem como objetivo a habilitação profis-
sional do estagiário, implicando não só a integração dos Artigo 23.º
conhecimentos adquiridos na formação académica e a Deveres do orientador de estágio
experiência da sua aplicação prática, mas também a per-
ceção das condicionantes de natureza deontológica, legal, É dever do orientador orientar a atividade do engenheiro
económica, ambiental, de recursos humanos, de segurança estagiário, no sentido de complementar a sua formação,
e de gestão em geral que caracterizam o exercício da pro- aconselhando-o e informando-o sobre o exercício efetivo
fissão de engenheiro, de modo a que a profissão possa ser da profissão e o cumprimento das respetivas regras de-
desempenhada de forma competente e responsável. ontológicas.
2 — O estágio rege-se pelo disposto na lei, no presente
Estatuto e no regulamento dos estágios aprovado pela Or- Artigo 24.º
dem e homologado pelo membro do Governo responsável Seguro profissional
pela área das infraestruturas.
3 — Os membros estagiários inscrevem-se no colégio A subscrição de seguro de responsabilidade civil profis-
de especialidade correspondente ao seu curso. sional pelo engenheiro estagiário não é obrigatória.
6688 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
7 — As reuniões extraordinárias devem ser convocadas sentarem a Ordem, tendo em conta os valores abonados
nos 60 dias subsequentes à decisão do seu presidente ou na Administração Pública para deslocações e ajudas de
ao pedido a que se refere o número anterior. custo;
8 — Na reunião ordinária podem ser tratadas matérias f) Elaborar anualmente o orçamento e o plano de ativi-
não referidas no n.º 5 desde que se encontrem mencionadas dades do conselho diretivo nacional e submetê-lo à apro-
na ordem de trabalhos que acompanha a convocatória. vação da assembleia de representantes, acompanhado do
9 — A assembleia de representantes funciona com a pre- respetivo parecer do conselho fiscal nacional;
sença da maioria absoluta dos membros que a constituem, g) Elaborar anualmente o relatório e contas do conselho
podendo contudo, se à hora marcada na convocatória não diretivo nacional e submetê-lo à aprovação da assembleia
comparecer o número de membros suficiente para consti- de representantes, acompanhado do respetivo parecer do
tuir aquela maioria, funcionar meia hora depois com, pelo conselho fiscal nacional;
menos, um terço dos seus membros. h) Elaborar o orçamento e as contas anuais da Ordem,
10 — As deliberações da assembleia de representan- que incluem os orçamentos e as contas do conselho dire-
tes carecem do voto favorável da maioria dos membros tivo nacional e das regiões, para efeitos de cumprimento
presentes. de obrigações legais, acompanhados do parecer do con-
11 — O bastonário e os restantes membros do conselho selho fiscal nacional, e dar conhecimento à assembleia de
diretivo nacional participam nas reuniões da assembleia representantes;
de representantes, sem direito a voto. i) Organizar os congressos;
12 — Os membros do conselho fiscal nacional parti- j) Aprovar as linhas gerais dos programas de ação dos
cipam nas reuniões da assembleia de representantes, sem colégios;
direito a voto, quando se tratarem de matérias relativas à k) Aprovar, sob proposta do conselho de admissão e qua-
gestão financeira da Ordem, incluindo os orçamentos e lificação, tabelas e respetivas atualizações das correspon-
contas anuais. dências dos cursos de engenharia professados em escolas
nacionais e as especialidades estruturadas na Ordem;
Artigo 40.º l) Decidir da dispensa de estágio, nos termos do n.º 7
Conselho diretivo nacional
do artigo 20.º;
m) Confirmar a inscrição dos membros efetivos e es-
1 — O conselho diretivo nacional é constituído pelo bas- tagiários, registar os prestadores de serviços e zelar pela
tonário, que preside, pelos dois vice-presidentes nacionais, boa conservação, atualização e operacionalidade do registo
pelos presidentes e secretários dos conselhos diretivos das geral de inscrições de membros e profissionais em livre
regiões norte, centro e sul e pelos presidentes dos conselhos prestação de serviços;
diretivos regionais dos Açores e da Madeira. n) Exercer as competências definidas na lei relativa-
2 — O funcionamento do conselho diretivo nacional mente aos nacionais de Estados membros da União Eu-
obedece ao seu regimento, o qual deve contemplar as se- ropeia e do Espaço Económico Europeu que pretendam
guintes regras: exercer em Portugal a atividade profissional de engenheiro,
incluindo os prestadores de serviços, sob proposta do con-
a) As deliberações do conselho diretivo nacional são
selho de admissão e qualificação;
tomadas por maioria simples;
o) Apresentar à assembleia de representantes, para pa-
b) Os membros do conselho diretivo nacional agem a tí-
recer ou deliberação, propostas sobre matéria de especial
tulo individual, e não como representantes de qualquer dos
relevância para a Ordem;
conselhos diretivos das regiões, salvo quando tenham sido
p) Propor à assembleia de representantes a realização
expressamente mandatados para o efeito pelos conselhos
de referendos;
diretivos respetivos ou pelas assembleias regionais;
q) Promover e realizar referendos em colaboração com
c) O conselho diretivo nacional não pode reunir sem a
a comissão eleitoral nacional, as mesas das assembleias
presença da maioria dos seus membros.
regionais e os órgãos executivos regionais e locais;
r) Decidir da organização de novas especialidades, bem
3 — Compete, em especial, ao conselho diretivo na-
como decidir a criação de especializações e outorgar os
cional:
respetivos títulos;
a) Desenvolver uma atividade orientada para a prossecu- s) Atribuir aos membros da Ordem os níveis de quali-
ção dos objetivos da Ordem, para o prestígio da associação ficação profissional e os títulos de especialista e conferir
e da classe e para o integral cumprimento das diretrizes a qualidade de membro honorário;
emanadas dos órgãos competentes; t) Disponibilizar os meios para a realização dos atos
b) Definir as grandes linhas de atuação comum a serem eleitorais, incluindo os que lhe sejam solicitados pela co-
seguidas pelas regiões; missão eleitoral nacional, e fixar as comparticipações para
c) Desenvolver as relações internacionais da Ordem; as listas concorrentes aos órgãos nacionais;
d) Arrecadar receitas e satisfazer despesas, adquirir e u) Deliberar sobre a propositura de ações judiciais, con-
alienar imóveis e administrar os bens nacionais da Ordem fessar, desistir, transigir, alienar ou onerar bens, contrair
e orientar superiormente os serviços da Ordem de âmbito empréstimos e aceitar doações e legados;
nacional cuja direção compete ao bastonário, incluindo v) Decidir, ouvido o conselho de admissão e qualifica-
a contratação e demissão do pessoal de apoio aos órgãos ção, sobre as dúvidas que surjam relativamente à inscrição
nacionais; dos membros efetivos nas especialidades reconhecidas
e) Fixar os subsídios de deslocação dos membros das pela Ordem;
mesas das assembleias e dos órgãos da Ordem, bem como w) Atribuir a Medalha de Ouro da Ordem;
das comissões e grupos de trabalho criados no âmbito da x) Atribuir as demais medalhas e diplomas de honra de
Ordem, e dos membros que forem nomeados para repre- âmbito nacional previstos nos regulamentos da Ordem;
6692 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
y) Constituir comissões e grupos de trabalho com fins solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo
específicos; menos uma vez por trimestre.
z) Elaborar, nos termos do disposto no presente Estatuto,
os regulamentos de eleições e referendos, de admissão e Artigo 42.º
qualificação, de estágios, das especialidades, das especia-
Conselho jurisdicional
lizações, dos atos de engenharia, das insígnias e galardões
da Ordem, das delegações distritais e insulares e o estatuto 1 — O conselho jurisdicional é independente no exer-
do membro eleito; cício das suas funções e é constituído por um presidente,
aa) Pronunciar-se sobre os regulamentos cuja elaboração um vice-presidente e cinco vogais, eleitos por sufrágio
esteja cometida a outros órgãos nacionais e cuja aprovação universal, direto e secreto, em lista fechada, funcionando
seja da competência da assembleia de representantes; em duas secções.
bb) Marcar a data das eleições para os órgãos da Or- 2 — Compete ao conselho jurisdicional:
dem;
cc) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm- a) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto, dos
bito internacional e nacional, de acordo com as atribuições respetivos regulamentos e das decisões tomadas pelos
da Ordem; órgãos competentes;
dd) Requerer a convocação da assembleia de repre- b) Verificar a conformidade legal e estatutária das pro-
sentantes; postas de referendo e das propostas de regulamentos;
ee) Elaborar e aprovar o seu regimento. c) Exercer, de forma independente, a ação disciplinar
relativamente a infrações cometidas por membros ou ex-
-membros dos órgãos dirigentes da Ordem e por profis-
4 — O conselho diretivo nacional deve ouvir previa-
sionais em livre prestação de serviços;
mente o conselho coordenador dos colégios sobre as ma-
d) Instruir os processos disciplinares referidos na alí-
térias referidas nas alíneas c), f), g), n), o) e v) do número
nea anterior;
anterior.
e) Julgar em plenário os recursos das decisões das suas
5 — O conselho diretivo nacional pode delegar no bas-
secções nos processos disciplinares referidos na alínea an-
tonário as competências previstas nas alíneas m), n), o) e
terior e os recursos interpostos das decisões dos conselhos
t) e na subalínea ee) do n.º 3, podendo também delegar-lhe
disciplinares;
competências para contrair despesas, efetuar pagamentos
f) Declarar a existência de conflitos de interesses sus-
e celebrar e alterar contratos, com faculdade de subdele-
cetíveis de gerar incompatibilidade para o exercício de
gação.
cargos na Ordem;
6 — O conselho diretivo nacional pode ainda delegar
g) Julgar os recursos sobre a validade das decisões rela-
em qualquer dos seus membros competências para tratar
tivas a perda ou suspensão de mandato dos membros dos
de assuntos específicos.
órgãos da Ordem, a requerimento dos interessados;
7 — O conselho diretivo nacional reúne quando con-
h) Julgar os recursos sobre a validade das decisões dos
vocado pelo bastonário, por iniciativa deste ou mediante
demais órgãos da Ordem que afetem diretamente direitos
solicitação da maioria absoluta dos seus membros, pelo
dos membros da Ordem, a requerimento dos interessa-
menos uma vez por mês.
dos;
i) Julgar os recursos das decisões em matéria eleitoral
Artigo 41.º tomadas pelas mesas das assembleias regionais, nos termos
Conselho fiscal nacional do n.º 2 do artigo 82.º;
j) Dar parecer que lhe seja solicitado pelo bastonário
1 — O conselho fiscal nacional é constituído por um
ou pelo conselho diretivo nacional sobre o exercício pro-
presidente e um vogal, eleitos por sufrágio universal, direto
fissional e deontológico;
e secreto, em lista.
k) Elaborar a proposta de regulamento disciplinar;
2 — O conselho fiscal nacional integra ainda um revisor
l) Requerer a qualquer órgão da Ordem os pareceres
oficial de contas, após prévio processo público de contra-
e as informações que, no âmbito das suas competências
tação promovido pelo conselho diretivo nacional.
disciplinares ou de supervisão, se tornem necessários para
3 — Compete ao conselho fiscal nacional:
o desempenho das suas funções;
a) Examinar a gestão financeira da competência do m) Requerer externamente os pareceres especializa-
conselho diretivo nacional; dos que considerar necessários ao desempenho das suas
b) Dar parecer sobre o orçamento e contas anuais do funções;
conselho diretivo nacional; n) Requerer a convocação da assembleia de represen-
c) Dar parecer sobre o orçamento e as contas anuais da tantes;
Ordem, que incluem os orçamentos e as contas do conselho o) Elaborar e aprovar o seu regimento.
diretivo nacional e das regiões, para efeitos de cumpri-
mento de obrigações legais; 3 — O conselho jurisdicional é assessorado por juristas
d) Assistir às reuniões do conselho diretivo nacional, com mais de cinco anos de experiência profissional e dis-
sempre que o julgue conveniente ou este o solicite, sem põe do pessoal administrativo necessário para o respetivo
direito a voto; secretariado de apoio.
e) Requerer a convocação da assembleia de represen- 4 — O conselho jurisdicional reúne quando convocado
tantes; pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante soli-
f) Elaborar e aprovar o seu regimento. citação da maioria absoluta dos seus membros.
5 — Os restantes órgãos da Ordem colaboram com o
4 — O conselho fiscal nacional reúne quando convo- conselho jurisdicional, quando por este solicitado, no âm-
cado pelo seu presidente, por iniciativa deste ou mediante bito das suas funções disciplinares e de supervisão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6693
6 — O presidente do conselho coordenador dos colé- c) Apreciar e deliberar sobre o orçamento e plano de
gios goza de voto de qualidade, em caso de empate nas atividades do conselho diretivo e o parecer do conselho
votações do órgão. fiscal da região, para o ano seguinte;
d) Apreciar os atos de gestão dos respetivos órgãos
Artigo 46.º regionais;
e) Apreciar assuntos que, no âmbito do presente Esta-
Comissões de especialização
tuto, lhe sejam submetidos;
1 — Por cada especialização estruturada na Ordem, nos f) Requerer a convocação da assembleia de represen-
termos do artigo 55.º, existe uma comissão constituída por tantes;
cinco engenheiros especialistas na mesma. g) Aprovar o seu regimento, elaborado pela mesa.
2 — Cada comissão tem um coordenador e um coorde-
nador adjunto e três vogais. 3 — As assembleias regionais são dirigidas por uma
3 — Compete às comissões de especialização: mesa constituída por um presidente e dois secretários.
4 — As assembleias regionais reúnem em sessões or-
a) Dar parecer sobre a atribuição do título de engenheiro dinárias de três em três anos, no mês de fevereiro, para
especialista; realização das eleições previstas na alínea a) do n.º 2.
b) Dinamizar e conduzir a atividade da especialização, 5 — As assembleias regionais reúnem em sessões or-
designadamente levar a efeito ações de formação e divul- dinárias todos os anos, até ao dia 10 do mês de março
gação, incluindo a elaboração de documentos, relevantes e até ao dia 30 do mês de novembro, para exercerem,
na área da especialização, que contribuam para a melhoria respetivamente, as competências previstas nas alíneas b)
da qualidade do exercício profissional; e c) do n.º 2.
c) Prestar o apoio que lhes for solicitado pelos restantes 6 — As assembleias regionais reúnem extraordinaria-
órgãos nacionais da Ordem, ou pelos seus presidentes. mente sempre que os conselhos diretivos ou conselhos
fiscais da região em causa, por iniciativa própria, o con-
4 — As comissões de especialização vertical reportam siderem necessário ou sempre que um mínimo de 5 % ou
ao conselho nacional do colégio em que se inserem e as de 100 membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos
comissões de especialização horizontal reportam ao pre- o requeira à mesa.
sidente do conselho coordenador de colégios. 7 — As assembleias regionais só podem tomar deci-
5 — As comissões de especialização com, pelo menos, sões sobre matérias que se enquadrem nos objetivos da
20 engenheiros especialistas, são eleitas em listas fechadas, Ordem.
designando o coordenador, o coordenador adjunto e os três
vogais, pelo universo dos engenheiros especialistas que Artigo 48.º
integrem a especialização, e que estejam no pleno gozo
dos seus direitos estatutários. Conselhos diretivos das regiões
6 — As comissões de especialização com menos de 1 — Os conselhos diretivos das regiões são constituídos
20 engenheiros especialistas são designadas pelo conselho pelo presidente, o vice-presidente, o secretário, o tesou-
diretivo nacional, por proposta do conselho nacional do reiro e três vogais, sendo pelo menos estes de diferentes
colégio, sendo verticais, e pelo conselho coordenador dos especialidades, eleitos em assembleia regional.
colégios, sendo horizontais. 2 — Compete aos conselhos diretivos das regiões:
7 — As comissões de especialização podem delegar
no coordenador as competências previstas na alínea a) a) Promover ações tendentes à realização dos objetivos
do n.º 3. da Ordem, de acordo com as grandes linhas de atuação
8 — As comissões de especialização reúnem quando definidas pelo conselho diretivo nacional;
convocadas pelos seus coordenadores, por iniciativa des- b) Gerir as atividades das respetivas regiões, nos termos
tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus do presente Estatuto e dos regulamentos, e administrar os
membros, pelo menos uma vez por bimestre. bens que lhes são confiados;
9 — O coordenador da comissão de especialização goza c) Requerer a convocação de assembleias regionais;
de voto de qualidade, em caso de empate nas votações do d) Elaborar e apresentar aos respetivos conselhos fiscais,
órgão. com a antecedência mínima de 15 dias, relativamente às
datas marcadas para as reuniões da respetiva assembleia
Artigo 47.º regional, o relatório e as contas do ano civil transato e o
orçamento e plano de atividades para o ano seguinte;
Assembleias regionais e) Submeter à discussão e votação das respetivas assem-
1 — As assembleias regionais são constituídas por to- bleias regionais o relatório e contas do ano civil anterior
dos os membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos, e assegurar o seu posterior envio ao conselho diretivo
inscritos nas respetivas regiões. nacional, garantindo o cumprimento dos prazos legais a
2 — Compete às assembleias regionais: que a Ordem está obrigada;
f) Submeter à apreciação e votação das respetivas as-
a) Votar os membros dos órgãos nacionais e eleger os sembleias regionais o plano de atividades e orçamento
membros da mesa da assembleia regional e dos órgãos para o ano seguinte e assegurar o seu posterior envio ao
regionais; conselho diretivo nacional, garantindo o cumprimento dos
b) Discutir e votar o relatório e contas do conselho di- prazos legais a que a Ordem está obrigada;
retivo e o parecer do conselho fiscal da respetiva região, g) Arrecadar receitas, transferir verbas arrecadadas por
relativos ao ano transato; conta de outrem e satisfazer despesas;
6696 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
h) Organizar os meios para a realização dos atos elei- 2 — Compete aos conselhos fiscais das regiões:
torais na região e fixar as comparticipações para as listas
a) Examinar a gestão financeira da competência dos
concorrentes aos órgãos da região e das delegações;
respetivos conselhos diretivos;
i) Colaborar com o conselho diretivo nacional na orga-
b) Dar parecer sobre o relatório e contas apresentados
nização e realização de referendos;
pelos respetivos conselhos diretivos, bem como sobre os
j) Convocar reuniões de esclarecimento e debate rela-
orçamentos;
tivas a referendos a realizar;
c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos respeti-
k) Receber e instruir os pedidos de inscrição, bem como
vos conselhos diretivos, sempre que o julguem conveniente
inscrever os membros efetivos e estagiários, enviando-os ao
ou estes o solicitem;
conselho diretivo nacional para confirmação da inscrição;
d) Elaborar e aprovar o seu regimento.
l) Propor ao conselho diretivo nacional a admissão de
membros honorários e ao conselho de admissão e qualifi-
cação a admissão de membros correspondentes; 3 — O conselho fiscal reúne quando convocado pelo
m) Promover ações disciplinares através do conselho respetivo presidente por iniciativa deste ou mediante soli-
disciplinar competente; citação da maioria absoluta dos seus membros, pelo menos
n) Organizar e dirigir os respetivos serviços adminis- uma vez por trimestre.
trativos;
o) Admitir e despedir o respetivo pessoal administrativo, Artigo 50.º
dando conhecimento ao conselho diretivo nacional; Conselhos disciplinares
p) Inscrever os membros estudantes;
1 — Os conselhos disciplinares são constituídos por
q) Promover o registo no quadro geral da Ordem dos
um presidente e quatro vogais, eleitos em assembleia re-
membros inscritos na região;
gional.
r) Escolher a região cujo respetivo conselho regional
2 — Compete aos conselhos disciplinares:
de colégio exerce a competência prevista na alínea a) do
n.º 4 do artigo 51.º, nos casos das especialidades em que, na a) Instruir e julgar os processos disciplinares que digam
sua região, não esteja ainda estruturado o correspondente respeito aos membros da Ordem, com exceção dos que
conselho regional de colégio; sejam da competência do conselho jurisdicional;
s) Aprovar os acordos, convénios e protocolos de âm- b) Requerer a qualquer órgão regional e local os parece-
bito regional, de acordo com as atribuições da Ordem e as res e as informações que, no âmbito das suas competências
competências que lhes estão atribuídas; disciplinares, se tornem necessários para o desempenho
t) Elaborar e aprovar o seu regimento. das suas funções;
c) Requerer externamente os pareceres especializados
3 — As regiões são representadas, em juízo e fora dele, que considerarem necessários ao desempenho das suas
pelos respetivos presidentes dos conselhos diretivos, que funções;
têm também a designação de presidente da região. d) Elaborar e aprovar o seu regimento.
4 — O conselho diretivo pode delegar no seu presidente
as competências previstas nas alíneas k) a l), o) a q) e s) 3 — Das decisões dos conselhos disciplinares cabe re-
do n.º 2, com faculdade de subdelegação. curso para o conselho jurisdicional, nos termos do regu-
5 — O conselho diretivo pode ainda delegar em qual- lamento disciplinar.
quer dos seus membros competências para tratar de as- 4 — Os conselhos disciplinares são assessorados por
suntos específicos. juristas com mais de cinco anos de experiência profissional
6 — O presidente do conselho diretivo pode exercer, e dispõem do pessoal administrativo necessário para os
em casos urgentes, as competências atribuídas ao con- respetivos secretariados de apoio.
selho, sem prejuízo, no entanto, de poder ser requerida 5 — Os restantes órgãos regionais e locais da Ordem co-
a ratificação pela maioria dos membros que compõem o laboram com os conselhos disciplinares, quando por estes
conselho. solicitados, no âmbito das suas funções disciplinares.
7 — O presidente do conselho diretivo pode assistir, 6 — Os conselhos disciplinares reúnem quando con-
querendo, às reuniões de todos os órgãos colegiais da vocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa des-
região, incluindo das delegações, só tendo direito a voto tes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
nas reuniões em que nos termos do presente Estatuto e dos membros.
regulamentos o mesmo lhe esteja atribuído.
8 — O presidente do conselho diretivo goza de voto de Artigo 51.º
qualidade, em caso de empate nas votações do conselho
Conselhos regionais de colégio
diretivo.
9 — O conselho diretivo reúne quando convocado pelo 1 — Em cada região existe um conselho regional de
respetivo presidente por iniciativa deste ou mediante soli- colégio, desde que nela estejam inscritos, pelo menos,
citação da maioria absoluta dos seus membros, pelo menos 20 membros efetivos agrupados no colégio.
uma vez por mês. 2 — Os conselhos regionais de colégio são integrados
pelo coordenador regional de colégio, pelo vogal regional
Artigo 49.º para os assuntos profissionais e pelo vogal regional para
os assuntos culturais, eleitos pelos membros do colégio
Conselhos fiscais das regiões
inscritos na região respetiva.
1 — Os conselhos fiscais das regiões são constituídos 3 — A articulação da atividade dos conselhos regionais
por um presidente e dois vogais eleitos em assembleia de colégio é feita em reuniões convocadas pelo respetivo
regional. presidente do conselho diretivo regional.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6697
4 — Compete aos conselhos regionais de colégio: 5 — Pelo menos trienalmente, convocada e dirigida
pelo bastonário, realiza-se, sem caráter deliberativo, uma
a) Organizar e controlar os estágios e superintender na
convenção dos delegados distritais que inclui os delegados
sua avaliação, sob orientação do respetivo conselho nacio-
de ilha ou grupo de ilhas, para tratar de assuntos relativos
nal, de acordo com a formação académica e profissional
às suas atividades, podendo ser aprovadas recomendações
do membro estagiário, nos termos do presente Estatuto e
aos conselhos diretivos regionais e ao conselho diretivo
do regulamento de estágios;
nacional.
b) Colaborar com o conselho nacional do colégio na
6 — Os órgãos executivos das delegações reúnem
definição dos parâmetros de realização dos trabalhos de
quando convocados pelos seus delegados, por iniciativa
estágio;
c) Pronunciarem-se sobre o regulamento de estágios; destes ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus
d) Colaborar na atividade do conselho nacional de co- membros, pelo menos uma vez por bimestre.
légio; 7 — O delegado goza de voto de qualidade, em caso de
e) Colaborar com o conselho diretivo regional e fornecer empate nas votações do órgão executivo local.
os pareceres e as informações que este lhes solicitar sobre
as suas atividades, bem como sobre a atividade profissional Artigo 53.º
dos membros inscritos na região; Reuniões dos órgãos
f) Pronunciar-se sobre as condições da prestação dos
exames finais de estágio dos membros estagiários; A participação nas reuniões dos órgãos e comissões da
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. Ordem faz-se através da presença física dos membros que
os integram no próprio local onde decorrerem as reuniões,
5 — Os conselhos regionais de colégio reúnem quando podendo, no entanto, até metade dos membros que com-
convocados pelo respetivo coordenador, por iniciativa põem o órgão ou comissão, participar e votar nas mesmas
deste ou mediante solicitação da maioria absoluta dos seus através de meios audiovisuais.
membros, pelo menos uma vez por mês.
CAPÍTULO V
Artigo 52.º
Especialidades e especializações
Delegações distritais e de ilha
1 — As delegações distritais e as delegações de ilha, ou Artigo 54.º
grupo de ilhas, possuem um órgão executivo constituído Definição e enumeração
por um delegado e dois adjuntos, que reúne, pelo menos,
bimestralmente. 1 — Entende-se por especialidade um domínio da ati-
2 — A delegação é representada, localmente, pelo de- vidade da engenharia com características técnicas e cien-
legado, a quem compete convocar e dirigir as reuniões do tíficas próprias que assuma no país relevância económica
órgão executivo. e social.
3 — A assembleia da delegação é constituída pelos mem- 2 — A Ordem é estruturada de acordo com as seguintes
bros efetivos domiciliados na circunscrição abrangida pela especialidades:
delegação e compete-lhe eleger o órgão executivo local. a) Engenharia civil;
4 — Como estruturas locais da Ordem, para efeito de b) Engenharia eletrotécnica;
prestação de serviços de proximidade aos membros e para c) Engenharia mecânica;
prossecução local da missão e atribuições da Ordem, com- d) Engenharia geológica e de minas;
pete ao órgão executivo da delegação: e) Engenharia química e biológica;
a) Assegurar a prestação de serviços de proximidade f) Engenharia naval;
aos membros da Ordem e às instituições locais; g) Engenharia geográfica;
b) Promover ações tendentes à realização da missão e h) Engenharia agronómica;
atribuições da Ordem, de acordo com as linhas de atuação i) Engenharia florestal;
e planos de atividade definidos pelo conselho diretivo j) Engenharia de materiais;
regional; k) Engenharia informática;
c) Gerir as atividades locais nos termos do presente l) Engenharia do ambiente.
Estatuto e dos regulamentos da Ordem, e administrar os
bens que lhe são confiados, prestando trimestralmente 3 — Os titulares de curso de engenharia que permita o
contas ao conselho diretivo regional, sendo que as contas acesso à Ordem que não tenha correspondência direta com
do último trimestre de cada ano têm que ser prestadas até as especialidades e colégios nela estruturados são inscritos
ao dia 20 de janeiro do ano seguinte; naquele que, através de proposta do conselho de admissão
d) Colaborar na organização e realização de eleições e qualificação, o conselho diretivo nacional considere o
e referendos; mais adequado.
e) Receber os pedidos de inscrição de candidatos a 4 — A estruturação organizativa de novos domínios
membro e promover, localmente, os serviços e apoios a técnicos e científicos da atividade de engenharia dentro
prestar aos membros; dos colégios compete à assembleia de representantes, sob
f) Propor a organização e dirigir os respetivos serviços proposta do conselho diretivo nacional, ouvidos o conse-
administrativos; lho de admissão e qualificação e o conselho coordenador
g) Representar a Ordem em juízo, quando para isso dos colégios.
tenha delegação do presidente da respetiva região; 5 — Sob proposta do conselho de admissão e qualifi-
h) Elaborar e aprovar o seu regimento. cação, o conselho diretivo nacional aprova e torna público
6698 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
através do portal da Ordem, uma tabela e respetivas atua- b) Conhecimentos e grau de competência profissional
lizações, das correspondências dos cursos de engenharia na especialização;
professados em escolas nacionais e as especialidades e c) Relevância da atividade profissional no âmbito da
colégios estruturadas na Ordem. especialização;
d) Extensão da experiência profissional, relevante para
Artigo 55.º a especialização;
Especializações e) Formação complementar de índole académica ou
profissional na área da especialização;
1 — Entende-se por especialização uma área restrita da f) Experiência como formador na área da especializa-
atividade da engenharia, contida numa especialidade ou ção;
abrangendo matérias de várias especialidades, que assuma g) Produção editorial na área da especialização;
importância científica e técnica e desenvolva metodologia h) Inscrição em organizações científicas ou técnicas e
específica. outras, nacionais ou estrangeiras, no domínio da sua espe-
2 — As especializações estruturam-se do seguinte cialização, e participação na realização das mesmas.
modo:
a) Especializações verticais; 2 — O título de engenheiro especialista é atribuído pelo
b) Especializações horizontais. conselho diretivo nacional, sob parecer da comissão de es-
pecialização, e pronúncia do conselho nacional de colégio,
3 — São verticais as especializações contidas apenas sendo a especialização vertical, ou do conselho coordena-
numa especialidade e horizontais as que abranjam matérias dor dos colégios, sendo a especialização horizontal, e do
de várias especialidades, acessíveis aos membros titulares conselho de admissão e qualificação.
dos respetivos títulos de especialidade. 3 — O parecer da comissão de especialização conclui
4 — A especialidade de engenharia civil contém as se- de forma explícita pela atribuição ou não do título de es-
guintes especializações: pecialista ao requerente, após a avaliação dos elementos
mencionados no n.º 1.
a) Direção e gestão da construção;
b) Estruturas; 4 — As competências atribuídas aos conselhos diretivo
c) Hidráulica e recursos hídricos; nacional, de admissão e qualificação e coordenador de
d) Planeamento e ordenamento do território; colégios podem ser por estes delegadas nos respetivos
e) Segurança no trabalho da construção. presidentes e as atribuídas às comissões de especialização
podem ser por estas delegadas nos respetivos coordena-
5 — A especialidade de engenharia eletrotécnica contém dores.
as seguintes especializações: 5 — A tramitação na Ordem, os prazos para os respeti-
vos órgãos se pronunciarem, a comunicação dos pareceres
a) Luminotecnia; e decisões ao requerente, são objeto do regulamento das
b) Telecomunicações. especializações.
6 — As especialidades de engenharia contêm as seguin-
tes especializações horizontais: CAPÍTULO VI
a) Avaliações de engenharia; Congresso e atividade editorial
b) Energia;
c) Acústica; Artigo 57.º
d) Aeronáutica;
Congresso
e) Alimentar;
f) Climatização; 1 — A Ordem realiza, com frequência não inferior a
g) Refrigeração; três anos, um congresso de índole técnica, científica e
h) Segurança; profissional.
i) Gestão industrial; 2 — O congresso tem lugar, rotativamente, em cada
j) Sanitária; uma das regiões norte, centro e sul, com possibilidade de
k) Têxtil; realização nos Açores ou na Madeira por deliberação do
l) Geotecnia; conselho diretivo nacional.
m) Manutenção industrial; 3 — A organização do congresso compete ao conselho
n) Sistemas de informação geográfica; diretivo nacional, que conta, para a sua organização, com
o) Transportes e vias de comunicação. uma comissão executiva, a qual integra, entre outros, ele-
mentos do conselho diretivo da região em que se realizar
Artigo 56.º e representantes dos colégios.
Atribuição do título de engenheiro especialista
Artigo 58.º
1 — O título de engenheiro especialista é atribuído aos
engenheiros seniores que atinjam resultado global posi- Atividade editorial
tivo numa avaliação dos órgãos competentes da Ordem, 1 — A atividade editorial da Ordem constitui um dos
nos termos regulamentares, contemplando os requisitos meios de projeção da sua vida associativa e das suas ativi-
seguintes: dades técnicas, científicas e profissionais e deve obedecer
a) Curriculum profissional, que revele valor científico a diretivas do conselho diretivo nacional, a integrar num
e ou técnico para a especialização; regulamento editorial.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6699
2 — Cabe ao conselho diretivo nacional, aos conselhos 3 — Os cargos dos órgãos executivos, quando exercidos
diretivos das regiões e aos conselhos dos colégios promover com caráter de regularidade e permanência, podem ser
a produção de textos técnicos, científicos e profissionais. remunerados, nos termos de regulamento aprovado pela
3 — As regiões e as secções podem realizar a edição assembleia de representantes.
das publicações, periódicas ou não, que os seus conselhos
diretivos considerem convenientes para a prossecução dos Artigo 63.º
objetivos da Ordem nos respetivos âmbitos regionais. Reeleição
É permitida a reeleição, mas o mesmo cargo não pode
CAPÍTULO VII ser desempenhado, consecutivamente, por mais de dois
Eleições e referendos mandatos.
representantes a eleger em cada região são aprovados pela respetivos subscritores identificados pelo nome completo,
respetiva mesa da assembleia regional. assinatura, número de membro e residência.
8 — Os procedimentos respeitantes à votação eletrónica, 4 — As restantes propostas podem, por deliberação da
à votação presencial e à votação por correspondência são assembleia de representantes, ser ou não incluídas nos
definidos no regulamento de eleições e referendos. textos a referendar ou, ainda, apresentadas como alter-
nativa.
Artigo 82.º Artigo 87.º
Recurso Resultado do referendo
1 — Pode ser interposto recurso do ato eleitoral com 1 — Os resultados dos referendos correspondem à maio-
fundamento em irregularidades verificadas no ato eleitoral, ria simples dos votos válidos entrados nas urnas.
o qual deve ser apresentado à mesa da assembleia regional 2 — Quando se trate de projetos de propostas relativos
respetiva no prazo de cinco dias a contar do encerramento à dissolução da Ordem, a aprovação carece do voto ex-
do ato eleitoral. presso de mais de metade dos membros efetivos inscritos
2 — Da decisão da mesa da assembleia regional cabe nos cadernos eleitorais.
recurso para o conselho jurisdicional, a interpor no prazo de 3 — Os resultados dos referendos só podem ser consi-
oito dias contados da data em que os interessados tiveram derados como definitivos:
conhecimento da decisão da mesa.
a) Em primeira votação, se votarem, pelo menos, 20 %
Artigo 83.º dos membros inscritos nos cadernos eleitorais;
b) Em segunda votação, se votarem, pelo menos, 10 %
Proclamação dos resultados dos membros inscritos nos cadernos eleitorais.
1 — Não tendo havido interposição de recursos, ou
decididos os que houverem sido interpostos, é feita a pro- 4 — A segunda votação realiza-se nos 30 dias subse-
clamação das listas vencedoras. quentes à data da primeira votação.
5 — Se, em segunda votação, os resultados não puderem
2 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
ser considerados definitivos, o processo pode ser reiniciado
proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
decorrido um ano sobre a data da segunda votação.
gionais. 6 — Os resultados dos referendos são divulgados pelo
3 — A proclamação das listas vencedoras para os ór- conselho diretivo nacional após a receção dos apuramentos
gãos nacionais da Ordem é feita pela comissão eleitoral parciais de todas as regiões e secções regionais.
nacional.
Artigo 88.º
Artigo 84.º
Alterações ao regulamento
Posse dos membros eleitos
Não podem ser realizadas alterações ao regulamento de
1 — O bastonário cessante confere posse aos membros eleições e referendos durante o processo eleitoral ou de
eleitos para os órgãos nacionais. referendo, nem nos 90 dias precedentes.
2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio-
nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos
regionais. CAPÍTULO VIII
Da ação disciplinar
Artigo 85.º
Campanha eleitoral
SECÇÃO I
1 — A Ordem comparticipa nos encargos da campanha Disposições gerais
eleitoral de cada lista num montante igual para todas.
2 — As comparticipações são fixadas pelo conselho Artigo 89.º
diretivo nacional ou pelos conselhos diretivos das regiões,
conforme se trate de eleições para órgãos nacionais ou Infração disciplinar
regionais. 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
omissão de qualquer membro da Ordem que viole os de-
Artigo 86.º veres consignados no presente Estatuto ou nos respetivos
Organização do referendo regulamentos.
2 — As infrações disciplinares previstas no presente
1 — Compete ao conselho diretivo nacional fixar a data Estatuto e demais disposições legais e regulamentares
do referendo. aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência.
2 — Os textos a submeter a referendo devem ser divul- 3 — A tentativa é punível.
gados junto de todos os membros da Ordem e ser sujeitos
a reuniões de esclarecimento e debate, sem carácter deli- Artigo 90.º
berativo, que são convocadas a nível regional e dirigidas
Jurisdição disciplinar
pelos respetivos conselhos diretivos.
3 — As propostas de alteração aos textos a referendar 1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder
devem ser dirigidas por escrito, durante o período de escla- disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no
recimento e debate, ao conselho diretivo nacional, sendo os presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6703
3 — Sem prejuízo do disposto na lei de processo penal c) Suspensão do exercício profissional até ao máximo
acerca do segredo de justiça, o Ministério Público e os de 15 anos.
órgãos de polícia criminal remetem à Ordem certidão das
denúncias, participações ou queixas apresentadas contra 2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações leves
associados e que possam consubstanciar factos suscetíveis no exercício da profissão dos membros.
de constituir infração disciplinar. 3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a
infrações graves.
Artigo 96.º 4 — A sanção de suspensão é aplicável quando, tendo
em conta a natureza da profissão, a infração disciplinar
Desistência da participação
seja grave e tenha posto em causa a vida, a integridade
A desistência da participação disciplinar pelo partici- física das pessoas ou seja gravemente lesiva da honra ou
pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração do património alheios ou de valores equivalentes.
imputada afetar a dignidade do membro visado e, neste 5 — O incumprimento pelo membro do dever de pagar
caso, este manifestar intenção de que o processo prossiga, quotas pode dar lugar à aplicação de sanção disciplinar de
ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer uma suspensão, quando se apure que aquele incumprimento é
das suas especialidades. culposo e se prolongue por período superior a 12 meses.
6 — No caso de profissionais em regime de livre presta-
Artigo 97.º ção de serviços em território nacional, a sanção prevista no
n.º 4 assume a forma de interdição temporária do exercício
Instauração do processo disciplinar da atividade profissional neste território.
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo 7 — A aplicação de sanção mais grave do que a mera
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por advertência a membro que exerça algum cargo nos órgãos
pessoa devidamente identificada, contendo factos sus- da Ordem determina a imediata destituição desse cargo,
cetíveis de integrarem infração disciplinar do membro, sem dependência de deliberação da assembleia de repre-
comunica, de imediato, os factos ao órgão competente sentantes nesse sentido.
para a instauração de processo disciplinar. 8 — A tentativa é punível com a sanção aplicável à
2 — Quando se conclua que a participação é infundada, infração consumada, especialmente atenuada.
dela se dá conhecimento ao membro visado e são emitidas 9 — Sempre que a infração resulte da violação de um
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela
não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
dos seus direitos e interesses legítimos.
ainda for possível.
3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou con- 10 — A prática de infração é considerada reincidente
tra qualquer membro do conselho jurisdicional em efeti- quando repita o comportamento ilícito antes de decorrido o
vidade de funções só pode ser instaurado por deliberação prazo de cinco anos após o dia em que se tornar definitiva
da assembleia de representantes, aprovada por maioria a condenação por cometimento da infração anterior.
absoluta.
Artigo 101.º
Artigo 98.º
Graduação
Legitimidade processual
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante-
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela- cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau
tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à
a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o situação económica do arguido e a todas as demais cir-
que tiverem por conveniente. cunstâncias agravantes ou atenuantes.
2 — São circunstâncias atenuantes:
Artigo 99.º
a) O exercício efetivo da profissão de engenheiro por um
Direito subsidiário período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados,
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro- sem qualquer sanção disciplinar;
cesso disciplinar rege-se por regulamento disciplinar, sendo b) A confissão espontânea da infração ou das infrações;
subsidiariamente aplicáveis as normas procedimentais c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver-
previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, dade;
aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho. d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva.
f) A produção de prejuízos de valor considerável, suspensão da inscrição dos membros a quem sejam apli-
entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de cadas as sanções de suspensão.
metade da alçada dos tribunais da Relação. 2 — A aplicação de sanção de suspensão implica a proi-
bição temporária da prática de qualquer ato profissional e
Artigo 102.º a entrega da cédula profissional na sede da Ordem ou na
região em que o arguido tenha o seu domicílio profissional,
Aplicação de sanções acessórias nos casos aplicáveis.
1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções Artigo 107.º
acessórias: Início de produção de efeitos das sanções disciplinares
a) Frequência obrigatória de ações de formação suple- 1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos
mentares às ações de formação obrigatórias; seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se
b) Restituição de quantias, documentos ou objetos; torne definitiva.
c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio 2 — Se na data em que a decisão se torna definitiva
de despesas; estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da
d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido; sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte
e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período ao do levantamento da suspensão.
máximo de 15 anos.
Artigo 108.º
2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre
si. Comunicação e publicidade
3 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender- 1 — A aplicação das sanções referidas nas alíneas b)
-se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior. e c) do n.º 1 do artigo 100.º é comunicada pelo conselho
4 — O resultado da aplicação das sanções acessórias diretivo nacional:
previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1, considera-se perdido
a favor da Ordem. a) À sociedade de profissionais ou organização associa-
tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data
Artigo 103.º dos factos e à data da condenação pela prática da infração
disciplinar; e
Unidade e acumulação de infrações b) À autoridade competente noutro Estado membro da
Sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias re- União Europeia ou do Espaço Económico Europeu para o
feridas no artigo anterior, não pode aplicar-se ao mesmo controlo da atividade do arguido estabelecido nesse mesmo
membro mais do que uma sanção disciplinar por cada Estado membro.
facto punível.
2 — Quando a sanção aplicada for de suspensão é-lhe
Artigo 104.º dada publicidade através do sítio oficial da Ordem e em
locais considerados idóneos para o cumprimento das fina-
Suspensão das sanções
lidades de prevenção geral do sistema jurídico.
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor- 3 — Se for decidida a suspensão preventiva ou aplicada
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática sanção de suspensão, o conselho diretivo nacional deve
da infração, as sanções disciplinares podem ser suspensas inserir a correspondente anotação nas listas permanentes
por um período compreendido entre um e cinco anos. de membros divulgadas por meios informáticos.
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati- 4 — A publicidade das sanções disciplinares, da sus-
vamente ao membro punido, seja proferida decisão final pensão preventiva e das sanções acessórias é promovida
de condenação em novo processo disciplinar. pelo órgão disciplinarmente competente, sendo efetuada
a expensas do arguido.
Artigo 105.º 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar
Aplicação das sanções de suspensão publicidade à sua suspensão preventiva sempre que este
1 — A aplicação das sanções de suspensão superior a não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce-
dois anos só pode ter lugar após audiência pública, nos dimento disciplinar.
termos previstos no regulamento disciplinar.
2 — As sanções de suspensão por período superior a Artigo 109.º
dois anos só podem ser aplicadas por deliberação que Prescrição das sanções disciplinares
reúna a maioria qualificada de dois terços dos membros
do órgão disciplinarmente competente. 1 — As sanções disciplinares prescrevem nos seguintes
prazos:
Artigo 106.º a) A de advertência, em dois anos;
b) A de repreensão registada, em quatro anos;
Execução das sanções
c) A de suspensão, em cinco anos.
1 — Compete ao conselho diretivo nacional dar execu-
ção às decisões proferidas em sede de processo disciplinar, 2 — O prazo de prescrição corre desde o dia seguinte
designadamente praticando os atos necessários à efetiva àquele em que a decisão se torne definitiva.
6706 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015
2 — O processo de inquérito é aplicável quando não 3 — Em todas as fases do processo disciplinar, são asse-
seja possível identificar claramente a existência de uma guradas ao arguido todas as garantias de defesa nos termos
infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a gerais de direito.
realização de diligências sumárias para o esclarecimento
ou a concretização dos factos em causa. Artigo 114.º
3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis- Suspensão preventiva
tam indícios de que determinado membro da Ordem pra-
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de 1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido
constituir infração disciplinar. notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or-
4 — Depois de averiguada a identidade do infrator, denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação
ou, logo que se mostrem minimamente concretizados ou tomada por maioria qualificada de dois terços dos mem-
esclarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis bros em efetividade de funções do órgão competente da
Ordem.
de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata con-
2 — A suspensão a que se refere o número anterior
versão do processo de inquérito em processo disciplinar, só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
mediante parecer sucintamente fundamentado. prática de infração disciplinar à qual corresponda a sanção
5 — Quando a participação seja manifestamente in- de suspensão.
viável ou infundada, deve a mesma ser liminarmente ar- 3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
quivada, dando-se cumprimento ao disposto no n.º 2 do ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
artigo 97.º
6 — Se da análise da conduta de um membro realizada Artigo 115.º
no âmbito do processo de inquérito resultar prova bastante
da prática de infração disciplinar abstratamente punível Natureza secreta do processo
com sanção de advertência ou de repreensão registada, o 1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho
órgão disciplinar competente pode determinar a suspensão de acusação ou arquivamento.
provisória do processo mediante a imposição ao arguido de 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
regras de conduta ou do pagamento de uma determinada processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6707
Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos interes- b) O produto da venda de publicações editadas;
sados, quando daí não resulte inconveniente para a instru- c) Os resultados da realização dos congressos;
ção e sob condição de não ser divulgado o que dele conste. d) O produto da prestação de serviços e de outras ati-
3 — O arguido ou o interessado, quando membro, que vidades;
não respeite a natureza secreta do processo incorre em e) As heranças, os legados, as doações e os subsídios;
responsabilidade disciplinar. f) Os rendimentos dos bens que lhe estejam afetos e de
aplicações financeiras;
SECÇÃO V g) As taxas por atos ou serviços específicos;
h) Outras receitas previstas na lei.
Das garantias
1 — Das decisões tomadas pelo conselho disciplinar re- Constituem receitas dos órgãos das regiões:
gional ou pelo conselho jurisdicional em primeira instância a) O produto das taxas pagas pelos respetivos membros
cabe recurso para o plenário do conselho jurisdicional inscritos;
2 — As decisões de mero expediente ou referentes à
b) A percentagem que lhes couber das quotas pagas
disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
termos do número anterior. pelos respetivos membros inscritos;
3 — O exercício do direito de recurso é regulado pelas c) O produto da venda de publicações editadas nos
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar. respetivos âmbitos;
d) O produto de outras atividades levadas a efeito por
Artigo 117.º sua iniciativa;
e) As heranças, os legados e as doações destinados a
Revisão
utilização na região em causa;
1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe- f) Os rendimentos dos bens que lhes estejam afetos;
rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar g) Os juros de contas de depósitos.
sempre que:
a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar Artigo 120.º
falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham Despesas
sido determinantes para a decisão revidenda;
b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado 1 — São despesas da Ordem as de instalação, de pes-
como provado crime cometido por membro ou membros soal, de manutenção, de funcionamento e todas as demais
do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado necessárias à prossecução das suas atribuições.
com o exercício das suas funções no processo; 2 — As despesas de deslocação ocasionadas pelo fun-
c) Os factos que serviram de fundamento à decisão cionamento dos órgãos nacionais são suportadas pelo con-
condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados selho diretivo nacional.
como provados noutra decisão definitiva e da oposição re-
sultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação; Artigo 121.º
d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
que, por si ou cominados com os que foram apreciados Congresso
no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
As despesas com a realização dos congressos são su-
decisão condenatória proferida.
portadas pelos órgãos nacionais.
2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
fundamento para a revisão. CAPÍTULO X
3 — A revisão é admissível ainda que o processo se Regulamentos
encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
4 — O exercício do direito de revisão é regulado pelas
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar. Artigo 122.º
Regulamento disciplinar
O regulamento de remunerações dos cargos dos ór- O regulamento de isenção de quotas e outros encargos
gãos executivos, cuja elaboração e revisão compete ao é aprovado pela assembleia de representantes sob proposta
conselho diretivo nacional, é aprovado pela assembleia do conselho diretivo nacional.
de representantes.
Artigo 132.º
Artigo 126.º Regulamento das delegações distritais
Regulamento das especialidades O regulamento das delegações distritais, cuja elaboração
O regulamento das especialidades, cuja elaboração e compete ao conselho diretivo nacional, é aprovado pela
revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro- assembleia de representantes.
vado pela assembleia de representantes e homologado
pela tutela. Artigo 133.º
Outros regulamentos internos
Artigo 127.º
A Ordem pode aprovar outros regulamentos de carácter
Regulamento das especializações interno, designadamente em matéria de funcionamento
dos respetivos serviços, de comissões e grupos de trabalho
O regulamento das especializações, cuja elaboração e
específicos, do congresso, e da atividade editorial, bem
revisão compete ao conselho diretivo nacional, é apro- como sobre o procedimento de acreditação de ações de
vado pela assembleia de representantes e homologado formação, de indicação de peritos e de avaliadores.
pela tutela.
Artigo 134.º
Artigo 128.º
Publicação
Regulamento de admissão e qualificação
Os regulamentos da Ordem com eficácia externa são
O regulamento de admissão e qualificação, cuja ela- publicados na 2.ª série do Diário da República.
boração e revisão compete ao conselho diretivo nacional,
sob proposta do conselho de admissão e qualificação, é
aprovado pela assembleia de representantes e homologado TÍTULO II
pela tutela.
Deontologia profissional
Artigo 129.º
Regulamento de funcionamento da assembleia de representantes CAPÍTULO I
O regulamento de funcionamento da assembleia de re- Âmbito
presentantes, cuja elaboração compete ao conselho diretivo
nacional, é aprovado por aquela assembleia. Artigo 135.º
Direitos e deveres
Artigo 130.º
Todos os membros da Ordem têm os direitos e deveres
Outros regulamentos de funcionamento
decorrentes do presente Estatuto e da legislação em vigor,
1 — Os regulamentos de funcionamento do conselho nos termos dos artigos seguintes.
diretivo nacional, do conselho fiscal nacional, do conse-
lho jurisdicional, do conselho de admissão e qualificação Artigo 136.º
e do conselho coordenador dos colégios são elaborados Direitos dos membros efetivos
pelos próprios órgãos e aprovados pela assembleia de
representantes. Constituem direitos dos membros efetivos:
2 — Os regulamentos que definem as condições de a) Participar nas atividades da Ordem;
funcionamento das assembleias regionais, cuja elaboração b) Intervir nos congressos mediante inscrição, intervir
e revisão competem às respetivas mesas, são aprovados na assembleia magna e intervir e votar nos referendos e
pelas respetivas assembleias regionais, devendo qualquer nas assembleias regionais;
revisão sujeitar-se aos mesmos trâmites. c) Consultar as atas da assembleia de representantes e
3 — As condições de funcionamento dos conselhos das assembleias regionais;
diretivos, dos conselhos fiscais e dos conselhos discipli- d) Requerer a convocação de assembleias regionais
nares das regiões e secções são fixadas por regulamentos extraordinárias;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6709
e) Eleger e, quando pessoas singulares, ser eleitos para e) Satisfazer os encargos estabelecidos pela Ordem;
o desempenho de funções na Ordem; f) Responder a inquéritos dos conselhos disciplinares.
f) Requerer a atribuição de títulos de especialista, con-
selheiro e sénior;
g) Beneficiar da atividade editorial da Ordem; CAPÍTULO II
h) Utilizar os serviços oferecidos pela Ordem; Deveres decorrentes do exercício da atividade
i) Utilizar a cédula profissional emitida pela Ordem. profissional
Artigo 137.º Artigo 141.º
Deveres dos membros efetivos para com a Ordem Deveres do engenheiro para com a comunidade
1 — Constituem deveres dos membros efetivos para 1 — É dever fundamental do engenheiro possuir uma
com a Ordem: boa preparação, de modo a desempenhar com competência
a) Cumprir as obrigações do presente Estatuto, do có- as suas funções e contribuir para o progresso da engenharia
digo deontológico e dos regulamentos da Ordem; e da sua melhor aplicação ao serviço da Humanidade.
b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem; 2 — O engenheiro deve defender o ambiente e os re-
c) Desempenhar as funções para as quais tenham sido cursos naturais.
eleitos ou escolhidos; 3 — O engenheiro deve garantir a segurança do pessoal
d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colabora- executante, dos utentes e do público em geral.
ção especializada que lhes for solicitada; 4 — O engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta,
e) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar ou contrária ao bem comum, do seu trabalho.
alargar o seu âmbito de influência; 5 — O engenheiro deve procurar as melhores soluções
f) Satisfazer pontualmente o pagamento das quotas e de técnicas, ponderando a economia e a qualidade da produção
outros encargos estabelecidos pela Ordem; ou das obras que projetar, dirigir ou organizar.
g) Responder a inquéritos dos conselhos disciplinares. 6 — O engenheiro deve combater e denunciar práticas
de discriminação social e trabalho infantil, assumindo uma
2 — Podem ser isentos do pagamento dos encargos refe- atitude de responsabilidade social.
ridos na alínea f) do número anterior os membros efetivos
que não se encontrem no exercício efetivo da profissão em Artigo 142.º
território nacional, nos termos do regulamento referido no Deveres do engenheiro para com a entidade
artigo 131.º empregadora e para com o cliente
ensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e isenção, quer sociedades de engenheiros ou outras organizações asso-
atuando individualmente, quer coletivamente. ciativas de profissionais para o exercício de engenharia,
2 — O engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência com exceção dos relativos a procedimentos disciplinares,
desleal. são realizados por meios eletrónicos, através do balcão
3 — O engenheiro deve usar da maior sobriedade nos único eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e
anúncios profissionais que fizer ou autorizar. 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível
4 — O engenheiro não deve aceitar trabalhos ou exercer através do sítio na Internet da associação pública profis-
funções que ultrapassem a sua competência ou exijam mais sional em causa.
tempo do que aquele de que disponha. 2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das
5 — O engenheiro só deve assinar pareceres, projetos plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento
ou outros trabalhos profissionais de que seja autor ou co- do disposto no número anterior, a transmissão da infor-
laborador. mação em apreço pode ser feita por entrega nos serviços
6 — O engenheiro deve emitir os seus pareceres pro- da associação pública profissional em causa, por remessa
fissionais com objetividade e isenção. pelo correio sob registo, por telecópia ou por correio ele-
7 — O engenheiro deve, no exercício de funções pú- trónico.
blicas, na empresa e nos trabalhos ou serviços em que 3 — A apresentação de documentos em forma simples
desempenhar a sua atividade, atuar com a maior correção e nos termos dos números anteriores dispensa a remessa dos
de forma a obstar a discriminações ou desconsiderações. documentos originais, autênticos, autenticados ou certi-
8 — O engenheiro deve recusar a sua colaboração em ficados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 e
trabalhos sobre os quais tenha de se pronunciar no exer- nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
cício de diferentes funções ou que impliquem situações 26 de julho.
ambíguas. 4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º
Artigo 144.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26
Deveres recíprocos dos engenheiros
de julho.
Artigo 147.º
1 — O engenheiro deve avaliar com objetividade o Informação na Internet
trabalho dos seus colaboradores, contribuindo para a sua
valorização e promoção profissionais. Para além das informações referidas no artigo 23.º da
2 — O engenheiro apenas deve reivindicar o direito de Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do
autor quando a originalidade e a importância relativas da Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do
sua contribuição o justifiquem, exercendo esse direito com artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento
respeito pela propriedade intelectual de outrem e com as Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a
limitações impostas pelo bem comum. certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
3 — O engenheiro deve prestar aos colegas, quando mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado
solicitada, toda a colaboração possível. interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral,
4 — O engenheiro não deve prejudicar a reputação através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes
profissional ou as atividades profissionais de colegas, informações:
nem deixar que sejam menosprezados os seus trabalhos,
a) Regime de acesso e exercício da profissão;
devendo, quando necessário, apreciá-los com elevação e
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas
sempre com salvaguarda da dignidade da classe.
aplicáveis aos seus membros;
5 — O engenheiro deve recusar substituir outro enge-
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla-
nheiro, só o fazendo quando as razões dessa substituição
mações pelos destinatários relativamente aos serviços
forem corretas e dando ao colega a necessária satisfação.
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade;
d) Ofertas de emprego na Ordem;
TÍTULO III e) Registo atualizado dos membros com:
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
Disposições finais teira ou cédula profissionais;
ii) A designação do título e das especialidades profis-
Artigo 145.º sionais;
Controlo jurisdicional iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso;
1 — A atividade da Ordem no âmbito das suas atri-
buições e do exercício dos poderes públicos que lhe são
f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
conferidos fica sujeita à jurisdição administrativa, nos
ção de serviços no território nacional, que se consideram
termos da respetiva legislação.
inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009,
2 — Das sanções disciplinares aplicadas pela Ordem
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
cabe recurso para os tribunais administrativos compe-
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple:
tentes.
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Artigo 146.º designação do título profissional de origem e das respetivas
especialidades;
Balcão único
ii) A identificação da associação pública profissional
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações pre- no Estado membro de origem, na qual o profissional se
vistos no presente Estatuto entre a Ordem e profissionais, encontre inscrito;
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de setembro de 2015 6711
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária Para efeitos do disposto no presente anexo, são também
do exercício da atividade, se for caso disso; elegíveis os trabalhos de idêntica relevância realizados nas
iv) A informação relativa às sociedades de profissionais outras áreas referidas no n.º 1 do artigo 7.º do Estatuto.
ou outras formas de organização associativa de profis-
sionais para que prestem serviços no Estado membro de Lei n.º 124/2015
origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade;
de 2 de setembro
g) Registo atualizado de sociedades de engenheiros e de
outras formas de organização associativa inscritas com a Terceira alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas,
respetiva designação, sede, número de inscrição e número conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que
de identificação; estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcio-
h) Tabela das correspondências dos cursos de engenharia namento das associações públicas profissionais.
professados em escolas nacionais e as especialidades e A Assembleia da República decreta, nos termos da
colégios estruturados na Ordem. alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
Artigo 148.º Artigo 1.º
Cooperação administrativa Objeto
A Ordem presta e solicita às autoridades administrativas A presente lei procede à terceira alteração ao Estatuto
dos outros Estados membros ou do Espaço Económico dos Médicos Dentistas, aprovado pela Lei n.º 110/91, de
Europeu e à Comissão Europeia assistência mútua e toma 29 de agosto, alterada pelas Leis n.os 82/98, de 10 de de-
as medidas necessárias para cooperar eficazmente, nomea- zembro, e 44/2003, de 22 de agosto, no sentido de o ade-
damente através do Sistema de Informação do Mercado quar, à Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o
Interno, no âmbito dos procedimentos relativos a presta- regime jurídico de criação, organização e funcionamento
dores de serviços já estabelecidos noutro Estado membro, das associações públicas profissionais.
nos termos do Capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
26 de julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 Artigo 2.º
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da Alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas
Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do O Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas, aprovado
Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos aspetos em anexo à Lei n.º 110/91, de 29 de agosto, alterada pelas
legais dos serviços da sociedade de informação, em espe- Leis n.os 82/98, de 10 de dezembro, e 44/2003, de 22 de
cial do comércio eletrónico. agosto, passa a ter a redação constante do anexo I à presente
lei e da qual faz parte integrante.
ANEXO
Artigo 3.º
[a que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 16.º do Estatuto
da Ordem dos Engenheiros] Disposição transitória
1 — Projeto 1 — No prazo de 60 dias a contar da publicação da pre-
Elaboração ou coordenação de pelo menos cinco pro- sente lei, a assembleia geral aprova o regulamento eleitoral
jetos de obras, dos quais pelo menos dois de categoria II. em conformidade com o Estatuto constante do anexo I à
2 — Projeto e direção de obra e ou direção de fiscali- presente lei.
zação de obra: 2 — Até à realização de eleições a assembleia geral
assume todas as competências previstas para o conselho
a) Elaboração de, pelo menos, três projetos de obras,
geral, com as devidas adaptações.
dos quais, pelo menos, um da categoria II; e
3 — No prazo de 120 dias a contar da publicação da
b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra presente lei, devem estar concluídas, de acordo com as
em três edifícios até à classe 5 de alvará, dos quais, pelo normas estatutárias, o regulamento eleitoral e as eleições
menos, um de classe 3 ou superior, ou, em alternativa, para os órgãos da Ordem dos Médicos Dentistas, que se
noutras obras das categorias I e II, das quais, pelo menos, realizam extraordinariamente nesse prazo.
uma desta última categoria. 4 — O mandato dos atuais dirigentes cessa com a posse
dos titulares eleitos, de acordo com o disposto no número
3 — Direção de obra e ou direção de fiscalização de anterior.
obra: 5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 a Ordem dos
a) Direção de obra ou direção de fiscalização em sete Médicos Dentistas aprova, no prazo de 180 dias a contar
diferentes obras, das quais, pelo menos, três de classe da de entrada em vigor da presente lei, os regulamentos
superior a 2 ou categoria superior a I; ou previstos no seu Estatuto.
b) Direção de obra ou direção de fiscalização de obra
em, pelo menos, dez obras de qualquer classe ou categoria. Artigo 4.º
Norma revogatória
Notas:
a) As categorias de obras e as classes de alvará a que se referem São revogados os artigos 2.º, 3.º e 4.º da Lei n.º 110/91,
os números anteriores são as previstas, respetivamente, na Portaria de 29 de agosto, alterada pela Leis n.os 82/98, de 10 de
701-H/2008, de 29 de julho, e na Portaria n.º 119/2012, de 30 de abril. dezembro, e 44/2003, de 22 de agosto.