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Classificação dos meios de ensino-aprendizagem

Os meios de ensino-aprendizagem são classificados em recursos naturais, pedagógicos, tecnológicos,


culturais ou da comunidade, etc. Mas também podem ser classificados em visuais, auditivos e
audiovisuais.

Esquema nº 1: Classificação dos meios de auxiliares de ensino-aprendizagem


Fonte: Nerici (1991)
Os recursos da comunidade incluem os homens e mulheres ; suas actividades diárias; formas e
instrumentos de produção; culinária; instrumentos musicais; arte; danças das mulheres e dos homens; o
papel dos líderes locais; histórias locais; lugares de culto, etc.
Os recursos da comunidade apresentam várias vantagens, tais como: trazer o valor da vida real à
aprendizagem que se realiza na escola; reduzir o nível de abstracção; abrir dupla via de comunicação
entre a escola e a comunidade; ajudar o aluno a avaliar o que o mundo espera dele e constitui fontes de
motivação.
O uso dos recursos didácticos tem por objectivo motivar e despertar o interesse dos alunos; favorecer o
desenvolvimento das capacidades de observação; aproximar o aluno à realidade; visualizar ou
concretizar os conteúdos de aprendizagem; oferecer informações; permitir a fixação da aprendizagem;
ilustrar noções mais abstractas; e desenvolver a experimentação concreta.

4.5.2 Critérios e princípios para a utilização dos meios de ensino-


aprendizagem
Para que os meios de ensino-aprendizagem realmente colaborem no sentido de melhorar a
aprendizagem, devem ser observados alguns critérios e princípios na sua utilização:

 Ao seleccionar um meio de ensino-aprendizagem, deve-se ter em vista os objectivos a serem


alcançados. Nunca utilizar um recurso didáctico só porque está na moda.
 Nunca se deve utilizar um recurso que não seja suficientemente conhecido, de forma a poder
empregá-lo correctamente.
 A eficácia dos recursos dependerá da interacção entre eles e os alunos. Por isso, devemos
estimular nos alunos certas atitudes que aumentem a sua receptividade, tais como, a atenção, a
percepção, o interesse, a sua participação activa, etc.
 A eficácia depende, também, das características dos próprios recursos com relação às funções
que podem exercer no PEA. A função do cartaz, por exemplo é diferente da função de um
álbum seriado
 Na escolha dos recursos didácticos, deve-se levar em conta a natureza da matéria a ser
aprendida. Algumas matérias exigem maior utilização de recursos audiovisuais que outras. Por
exemplo, as ciências exigem mais recursos audiovisuais do que a Matemática.
 As condições ambientais podem facilitar ou dificultar a utilização de certos recursos. A falta de
corrente eléctrica, por exemplo, exclui a possibilidade de utilização de retroprojector, projector
de slides ou filmes.
 O tempo disponível é outro elemento importante que deve ser considerado.
 A preparação e utilização dos recursos didácticos exige determinado tempo e, muitas vezes, a
busca de outras alternativas, tais como: utilizar recursos que exigem menos tempo; solicitar a
ajuda dos alunos para preparar os recursos; solicitar a ajuda ou colaboração de outros
profissionais, etc.
 Não levar os meios de ensino em mão, porque isso pode distrair os alunos.
 Não expor os meios que não estão a ser utilizados, porque despertam a curiosidade nos alunos.
Deve-se colocar à vista dos alunos os meios serem utilizados.
 Verificar se os meios a serem utilizados estão todos arrumados na pasta, para evitar sair da sala
à procura de meios auxiliares ou, na pior das hipóteses, mandar os alunos procurarem durante a
aula.
 Para o uso de aparelhos, é importante experimentar, sempre, antes de estar na sala de aulas, para
evitar esforços em vão.
Ao elaborar os meios de ensino-aprendizagem, deve-se ter em conta a sua grandeza, suficiente para
melhor observação por parte dos alunos; utilizar em fundo a cor clara de forma a dar-lhes mais brilho e
serem atraentes; evitar letras ou números com efeitos que podem dificultar a leitura do texto; utilizar
cores fortes (vermelho, azul, verde e preto). Com massalas, por exemplo, pode produzir globos, mas
isso depende do contexto em que a escola está inserida. Com caniço pode-se fazer unidades de
medição, etc.

4.5.3 Descrição de alguns meios de ensino-aprendizagem


A. Quadro de giz
O quadro preto ou branco (como material básico de ensino) é um meio visual bem conhecido, que bem
utilizado torna o trabalho de ensino-aprendizagem eficiente. Caracteriza-se por ser uma peça quadrada
ou rectangular que pode ser feita de madeira prensada ou plástico, ou ainda outro material que ofereça
condições favoráveis para ser usado como quadro. É usado para efectuar quaisquer registos durante a
aula.
Geralmente, encontra-se fixado na parede frontal da sala de aulas, a uma altura que o professor e
o aluno possam alcançar sem dificuldades pela vista, assim como pelas mãos. Tem a função de fixar os
resultados mais importantes do processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, conclusões
encontradas num debate, visualizar ideias através de desenhos, assegurar a correcção da linguagem,
mostrar de forma lógica a matéria a explicar, transcrever e resolver exercícios, apresentar esquemas e
resumos, registar dados, apresentar graficamente os tópicos complexos e abstractos.

Vantagens do uso do quadro preto ou branco


 É facilmente encontrado.
 Pode ser utilizado facilmente.
 Não exige habilidades especiais e nem equipamentos dispendiosos.
 Facilita correcções e alterações nos assuntos apresentados.
 Torna possível a participação efectiva da turma
 Os alunos podem nele escrever e é um recurso económico.
Para usar-se o quadro é preciso, antes, limpá-lo totalmente; começar a escrever na parte de cima; usar o
apagador no sentido vertical, de cima para baixo; não dar totalmente as costas aos alunos, enquanto
escreve; escrever um pouco de lado e falar ao mesmo tempo que escreve para manter a atenção dos
alunos; escrever de forma legível; usar giz ou marcador a cor para dar ênfase a uma palavra ou a parte
de um desenho.
As cores mais adequadas são o vermelho, o amarelo, o azul e o verde. Usar giz ou marcador a cor para
mostrar relações ou distinguir a parte de um todo e repartir o quadro em duas ou três partes verticais.

B. Gravuras
As gravuras são ilustrações retiradas de revistas, jornais ou livros. É um material simples e acessível.
As gravuras servem para motivar estudos, desenvolver a observação e complementar/enriquecer as
explicações. São vantajosas por serem pouco dispendiosas, pois os jornais e as revistas estão cada vez
mais ricos em gravuras. Os próprios alunos podem colaborar na obtenção desse material; despertam a
atenção do aluno e mantêm o seu interesse por mais tempo; possibilitam um contacto visual do aluno
com a realidade.
Durante o seu uso, as gravuras devem ser apresentadas de forma visível para toda a turma; seleccionar
gravuras adequadas ao assunto; relacionar as gravuras aos principais conceitos e ideias em foco; cuidar
da qualidade e da quantidade de gravuras usadas para cada assunto.

C. Cartazes
Os cartazes não são mais do que uma cartolina ou folha de papel contendo uma ou mais ilustrações e
uma mensagem. Podem ser de diversos tamanhos e formatos. A sua função é de comunicar sugestões,
recomendações e informações; despertar o interesse por determinado assunto; dar destaque a
recomendações, acontecimentos importantes, datas cívicas, etc.
O uso dos cartazes é vantajoso, pois desperta a atenção do aluno; são facilmente confecionados; são de
baixo custo; podem ser produzidos pelos alunos, servindo, assim, como factor de desenvolvimento da
criatividade e estimulam o trabalho de equipa.
Os cartazes são elaborados da seguinte maneira: preparar um esboço previamente; utilizar fundo de cor
clara; evitar letras ou números floreados, pois dificultam a leitura do texto; fazer letras uniformes e do
mesmo tamanho- não cortar as palavras; utilizar cores fortes: preto, vermelho, azul e verde; usar o
vermelho quando se deseja destacar uma palavra; não escrever, de modo geral, uma palavra usando
mais de uma cor; utilizar o menor número de palavras possível, pois isso facilita a leitura; distribuir
bem as letras e os espaços e não usar um cartaz que esteja sujo, amassado ou rasgado.

D. Livros
O livro é constituído de folhas impressas e reunidas num volume encadernado ou brochado.
É conveniente que o professor, no princípio do ano, na sua planificação, escolha cuidadosamente o
livro a ser utilizado na turma, como auxiliar de estudos dos seus alunos.
Ao adoptar um ou vários livros, não deve haver submissão ao(s) mesmo(s), nem mera repetição, na
aula, das suas páginas. Neste caso, seria dispensável a presença do professor.
Não deve haver, também, por parte do professor, aquela atitude tão generalizada e que tanto confunde o
aluno, de alheamento ao livro, dando a entender que “tudo o que consta no livro está errado” ou “não é
bem assim…” e só a palavra dele, do (professor), está certa.
O livro indicado deve ser convenientemente utilizado, devendo servir de orientador, de auxílio, nas
práticas e exercícios. É indispensável a adopção de um bom livro para a orientação dos estudos dos
alunos e para as planificações do professor.

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