Você está na página 1de 3

Rui Mendes nasceu em Assis, São Paulo, em 1962.

Cursou fotografia no Fort


Vancouver Junior College, em Vancouver, WA, nos Estados Unidos, nos anos de
1978 e 79.

Em 1980, ingressou na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São


Paulo onde fundou o grupo anarquista “Os Picaretas”.

Apesar de ter cursado fotografia no Fort Vancouver Junior College, em Vancouver,


Canadá, em 1978, a carreira profissional de Rui começou em 1980, quando cursava
jornalismo na ECA, Escola de Comunicação e Artes da USP.

Paulo Ricardo, futuro vocalista do RPM, era colega de classe de Rui. E ele e Kiko
Zambianchi frequentavam uma república com amigas em comum.

A primeira conquista profissional foi em 1982, quando Rui fotografou as bandas


Ratos de Porão, Ira! e Mercenárias para a revista Pipoca Moderna , egressa da
revista Pop.

De 84 a 86 foi articulista no caderno de informática na seção “Fotografe sem


Mistério” da Folha de São Paulo. Nesta época começou a fotografar capas de disco
do incipiente movimento roqueiro dos anos 80. RPM, Lulu Santos, Camisa de
Vênus, Legião Urbana, Barão Vermelho, Ira!, Titãs, Capital Inicial, Kiko Zambianchi,
Inocentes, Ultraje a Rigor, Ratos de Porão, Sepultura, Skank e tantos outros foram
clicados por Rui.

Nos anos 80, nove entre dez capas de discos do rock nacional eram dele. Até onde
contou foram 308 capas

Alguns dos mais belos ensaios sobre samba já lhe renderam duas indicações ao
prêmio Abril e duas ao prêmio Funarte de Fotografia, quando foi finalista em 1998
com o ensaio "A velha guarda do samba".

Rui, que trabalha em publicações como Exame, VIP, Rolling Stone, Marie Claire,
Veja, e desde 1993 dirige e fotografa clipes musicais de bandas como Racionais
MC´s, Charlie Brown Junior e Mundo Livre SA, é um raro profissional, ótimo
laboratorista e profundo conhecedor da técnica. E comenta o advento das
tecnologias como o programa photoshop e as máquinas digitais: "Hoje mudou só o
instrumento, há muitas diferenças entre o digital e o
analógico. Mas se você é ruim, é ruim em todas as formas de fazer foto. O bom
fotógrafo , ao manipular essas técnicas, ainda está criando".

Dirigiu e fotografou videoclips como os de Chico Science e Nação Zumbi, Syang,


Charlie Brown Jr., Virgulóides, Viper, Negritude Jr., Racionais MC’s, Rodox, Arnaldo
Bastista, Sonic Junior, PR.5, Léo Jaime, Daniel Belleza e Mundo Livre S.A., que foi
indicado a melhor clip do ano no MTV Awards de 1998. Em 1995 começou a
trabalhar no mercado de filmes publicitários como diretor de fotografia, na Chroma
Filmes, ao lado do diretor Carlos Mendes, participando da produção de comerciais
de clientes como Banco do Brasil, BCP, Fiat entre outros. Em 2000 ganhou a
medalha de bronze com a campanha da Companhia das Letras, feita pela Almap,
no festival de mídia impressa em Cannes. Seus últimos trabalhos na publicidade
foram anúncios para o Grupo VR, GVT, MASH, Natura, Rede TV e a campanha
mundial de Emirates para a linha Dubai/Brasil. Em 2007 desenhou a luz da peça
teatral “Elogio do Crime” do grupo “Teatro de Alvenaria” e dirigida por Luciana
Barone. Ultimamente vem desenvolvendo trabalhos com os grafiteiros de São Paulo
e um livro de seus retratos sobre música.

Em 2009, ele lançou um livro intitulado “Música” no qual apresenta seus principais
trabalhos na fotografia, juntamente com textos que falam de sua experiência com os
artistas e com a música. Hoje, Rui continua fazendo trabalhos para grandes artistas
atuais, como Liniker, Emicida, Pitty e vários outros.

OLHA, VÊ Nas suas produções editoriais, a liberdade era total?

RUI MENDES Sempre fui um pouco “rebelde”. Nunca levei muito em conta os

briefings. Procuro me informar a respeito do sujeito e não ter uma idéia pré

concebida. Jornalista dificilmente dá bons palpites em relação a imagem e diretor de

arte bom, no nosso mercado, dá para contar nos dedos…eheheh…

OLHA, VÊ Você tem uma capa de disco e revista que você prefira ou poderia

colocar como as mais expressivas de sua carreira?

RUI MENDES Gosto muito da capa que fiz pro Ira! junto com meu parceiro Zé

Carratu: “Música Calma Para Pessoas Nervosas”. A capa da revista Rolling Stone

com o Rodrigo Santoro gosto pela simplicidade…

OLHA, VÊ O nome Rui Mendes sempre foi muito ligado ao Rock dos anos 80 e 90.

Você era (é) roqueiro?


RUI MENDES Sempre fui eclético e sempre ouvi Stones, Beatles, Led, TRex e

companhia, mas nunca deixei de ouvir a boa MPB.

OLHA, VÊ E a ligação com o samba, como começou?

RUI MENDES Sou de família baiana… Que me desculpe o pessoal de São Paulo

pra baixo, mas o nordestino e muito mais rico musicalmente. Meu pai era fã de

carteirinha de Clara Nunes. Cresci ouvindo Noel, Cartola e Chico Buarque…Aí um

belo dia a Bizz me mandou fotografar Carlos Cachaça…

OLHA, VÊ Hoje, o que lhe atrai fotografar ou ainda pensa em fazer?

RUI MENDES Estou terminando meu livro sobre música… Depois farei um só de

retratos… Estou fazendo um trabalho em lightpainting com meus parceiros, Jey e Zé

Carratu para uma próxima exposição… Sou um retratista e não canso de fazer

retratos… O que mais me instiga é fotografar na rua…

OLHA, VÊ E os videoclipes? Foi natural a passagem para a imagem em

movimento?

RUI MENDES Sempre quiz fazer cinema e acho natural um fotógrafo fazer

cinema… Se não tivesse adoecido estaria filmando muito mais…

Você também pode gostar