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NUCAP

Núcleo de Catequese Paulinas

Catequese de IVC
com Inspiração Catecumanal
Autor: Pe. Antonio Francisco Lelo

Paulinas Cursos
Leituras Complementares

Objetivo da iniciação cristã


Ser iniciado implica uma transformação, em que se passa a ser diferente de
como se era antes. Afeta radicalmente a pessoa inteira, a sua identidade, suas re-
lações com os amigos e, fundamentalmente, com Deus. Assim como ocorre com
uma pessoa que inesperadamente sofre um acidente de automóvel, pois essa expe-
riência pode marcá-la por toda a vida. Depois de um acontecimento como esse, na
história dela haverá sempre um antes e um depois. Ela passará a ver o mundo e as
outras pessoas de outra forma.
“Iniciação” significa ingresso, princípio de conhecimento. Até hoje, as religiões
têm suas diferentes formas de iniciar o candidato em sua comunidade. Este proces-
so quase nunca se dá da noite para o dia. É como um namoro que se vai prolongan-
do até amadurecer uma decisão. Os especialistas falam normalmente de três fases:

Celebração
Preparação antes Vivência depois
ritual durante

Nossas religiões indígenas e afro-brasileiras têm um pro-cesso exuberante e


repleto de ritos próprios para marcar a entrada do candidato como um ser novo, co-
nhecedor dos mistérios e com plenos direitos na comunidade. O conceito de “inicia-
ção” mostra a globalidade e a envergadura do processo de transformação que uma
pessoa sofre, passando a se definir como uma outra pessoa. Então, acontecerá o
que a gente comumente diz: “Fulano mudou da água para o vinho”.
Você conhece alguém que foi iniciado na maçonaria, na umbanda ou em algu-
ma denominação religiosa? O que percebeu de diferente no seu comportamento,
antes e depois da entrada no grupo? A criança de rua, o pequeno traficante, o ado-
lescente que se prostitui... Como foi a iniciação deles?
O conceito de iniciação valoriza o caminho de evangelização, no qual a pes-
soa adquire hábitos, valores e atitudes em consonância com o Evangelho. Faz-nos

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redimensionar a celebração dos sacramentos. Estes não são apenas um ato, pois
adquirem sentido dentro do processo de evangelização, no qual eles selam, inaugu-
ram uma realidade nova na vida de quem buscou a forma de ser e de se relacionar
como cristão.
A iniciação cristã, tal como esta experiência, tem força para mudar nossa vida e
gerar uma nova pessoa. Pela graça da Palavra acolhida durante a catequese e pela
celebração do batismo, crisma e eucaristia, adquirimos o espírito de Jesus Cristo,
somos enxertados nele, somos nova criatura. Isso acontece não só oralmente, uma
vez que todo o nosso ser encontra nele a razão de viver. “Já não sou eu que vivo, é
Cristo que vive em mim” – afirma S. Paulo.
(Pe. Antonio Francisco Lelo)

NÃO DEIXE DE LER...

Renato Quezini. A pedagogia da iniciação cristã. São Paulo, Pau-


linas, 2013, pp. 13-32.

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