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Departamento de Agao Regional CURSO Inclusdo de Pessoas com Deficiéncia e Aprendizes no Mercado de Trabalho Diretrizes Legais, Melhores Praticas e Cases de Inclusao oe Realizagio Patrocinio FIESP 4 CIESP @ Bayer es DO BRASILLTDA Se ¢eveh Meso E. de Oliveira Gomes Médico Coordenador do PCMSO- CREMESP 149607 oe | D VERSA.cOM ogde do quesbor PLE vey BCS un Jo oe Sonne rolndter es ee GO ue eeu eG (ees Ces (0 0G Clr lee (Cee Ce (Glee (len a Gee (0 re (Qe Cees Sumario Diversidade nas Organizacées. Ahiist6ria da Pessoa com Deficiéncia e os paradigmas culturais; Cenério Brasileiro e os paradigmas da incluso; Leide cotas e Lei da aprendizagem Préticas Juridicas.. ‘Termo de Compromisso TAC—Termo de Ajustamento de Condut Expectativas do mercado de trabalho x perfil das PcD Empresa Terceirizada x Empresa atuante. Conceitos de PcD para a Lei de Cotas e a Convencao Internacional dos Direitos da PcD. Tipos de deficiéncias e caracteristicas pela ética das regulamentagdes e enquadramentos médicos.....22 Dicas de convivéncia no trabalho Os seis tipos de Acessibilidade Nogées de acessibilidade para cada deficiénci Tipo de Deficiéncia .. Acessibilidade .. Fisica Arquitet6nica: ional: Libras, portugués escrito simplificado, leitura labial, piso téctil, Software de voz (Jaws, F123, Virtual, etc.) lupa eletrénica, etc. Braille, audiodescricao, Intelectual.. Metodolégica, instrumental, comunicacional. Tecnologia assistiva existentes no mercado, PAPEIS DE CADA AREA NA ORGANIZACAO. Recursos Humanos: Atracio e Selecio; desenvolvimento das PcD, capacitacées, sensibilizacéo, etc Contrato de Trabalho... Acompanhamento e Avalia¢ao Programas internos de Incluso com base na Instru¢o Normativa 98/2011 (Base de fiscalizagSo) para qualidade nos programas 40 Estratégia de custeio e cumprimento de TAC ou Termos de Compromisso em curto prazo. Governanca do Projeto.. Exemplo de atuago transversal do Programa de Diversidade.. Fatores criticos de sucesso Cases para estudo. ANEXOS..... ‘Anexo 1 -Classificagdo Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saide (CIF ‘Anexo 2 - INSTRUGAO NORMATIVA MTE/SIT N2 98, DE 15 DE AGOSTO DE 2012 - DOU DE 16/08/2012. 48 REFERENCIAS Fan bo” ‘IESP - Departamento de Aso Regional 2 APRESENTAGAO DO CURSO ‘CENARIO E DIRETRIZES REGULATORIAS Diversidade nas Organizagies A hist6ria da Pessoa com Deficiéncia e os paradigmas culturais; Cenario Brasileiro e os paradigmas da incluso; Lei de cotas e Leda aprendizagem Préticas Juridicas; Expectativas do mercado de:trabalho x perfil das PcD Empresa Terceirizada x Empresa atuante, TIPOS E DEFINICOES DE DEFICIENCIAS e ACESSIBILIDADE Conceitos de Pessoa com Deficiéncia para a Lei de Cotas e a Convengio Internacional dos Direitos dda Pessoa com Deficiéncia; Tipos de deficiéncias e caracteristicas pela ética das regulamentacdes e enquadramentos médicos; Dicas de convivéncia no trabalho; Os sels tipos de Acessibilidade; Noses de acessibilidade para cada deficiéncia, Tecnologia assistiva existentes no mercado. PAPEIS DE CADA AREA NA ORGANIZACAO Recursos Humanos : Atragdo e Selecdo; desenvolvimento das PcD, capacitagées, sensibilizacdo, etc.; Contrato de Trabalho; “ ‘Acompanhamento e Avaliaco; Programas internos de incluso com base na Instruco Normativa 98/2011 (Base de fiscalizaco) para qualidade nos programas. Estratégia de custeio e cumprimento de TAC ou Acordos tripartites em curto prazo. GESTAO DE AMBIENTES INCLUSIVOS Governanga do Projeto Estrutura do Programa e caracteristicas; Fatores criticos de sucesso; CENARIO E DIRETRIZES REGULATORIAS IES ~ Departamento de Ago Regional 3 Diversidade nas Organizacées A pratica da gestio da diversidade surgiu nos EUA em meados dos anos 90 como uma forma de gestio estratégica dos RH; Em 1996 surge um artigo de Thomas Ely, na Harvard Business Review, que aborda pela primeira vez a gestio da diversidade conforme nés a entendemos neste contexto. Diversidade é um conceito multidimensional. Inclui diferencas ao nivel étnico-racial, do género, da orientacdo sexual, da geracdo, da classe social, das capaciddes fisicas, da familia, io, regional, profissional, politico e de outras afiliacdes pessoais. Defendemos uma tridimensionalidade deste conceito, juntando as dimensdes humana e cultural e a dimenso sistémica (caracterizada pela estrutura organizacional, pelos sistemas de gesto, pela corporate governance Segundo 0 relatério Methods and indicators to measure the costeffectiveness of diversity policies in enterprises (2003): As empresas podem levar a efeito diferentes tipos de politicas de diversidade. Distinguem-se assim trés categorias: 1> Diversidade da forga de trabalho — agdes para explorar a diversidade dos seus atuais colaboradores ou para aumentar a diversidade da sua forca de trabalho; 2> Suporte & comunidade ~ apoio financeiro a projetos que ajudem grupos socialmente excluidos a participarem no mercado de trabalho, quer seja através de aquisicgo de competéncias ou através de ajuda a empresas Diversidade do sector terciério; 3 > Implementago de politicas para aquisicao de bens ou servicos de fornecedores { controlados por membros de grupos Polnicesde Gusti, socialmente excluidos ou para forcar os ePessoas | fornecedores a adotarem uma politica de —/ diversidade. V 0 principio fundamental de uma empresa esos inclusiva é a valorizagéio da diversidade seca | ‘humana. (Sasaki, adaptagéio de uma frase de Villa & Thousand, 1992) Ahistéria da Pessoa com Deficiéncia e os paradigmas culturais; Antes de Cristo... FIESP- Departamento de Ago Regional 4 Fonseca: Os hebreus proibiam pessoas tom defi Jos pecadores atdvicos punidos por Deus. incia de atuarem em atividades religiosas por consideré- Moisés ~ lider dos hebreus ~introduziu a Lei de Taligo (lei que impunha' punico idéntica aquele mal cometido pelo delingiiente, que muitas vezes resultavam em cegueiras, lesGes ou mutilacdes graves, como aquelas previstas no “Cédigo de Hammurabi)”. Sandro Nahmias Melo: os leprosos, como era de costume na época, to logo fossem descobertos, eram expulsos.do espaco comum, postos para fora dos muros da cidade, exilados em algum lugar onde iam se juntar com outros leprosos. 0 exilio era 0 instrumento de purificacdo do espaco urbano. Em algumas sociedades primitivas, acreditava-se que as pessoas cegas eram possuidas por espititos malignos e manter uma relago com essaé pessoas significava manter uma relacdo com um espirito mau. O ‘cego, entdo, convertia-se em objeto de temor-religioso. Em outros casos, muito freqiientes entre os primitivos, a cegueira era considerada um castigo infligido pelos deuses, e a pessoa cega levava em si mesma o estigma do pecado cometido por ele, por seus pais, seus avés ou por algum membro da tribo (Mecloy, 1974). A Lei das Xil Tébuas ~ primeiro monumento legislativo romano ~ elaborado em 450 e 449 a.c. e resultado da luta da plebe para obtengdo de leis escritas, autorizava expressamente, aos pater familias que eliminassem os fillios com deficiéncias, 0 mesmo ocotrem em Esparta, em criancas portadoras de alguma deficiéncia eram projetadas em ceriménia religiosa, do alto do Taigeto — al de profundidade, préximo aquela regio. Aos poucos, a réalidade das Pessoas com Deficiéncia fol mudando... Rosanne de Oliveira Maranhao: a histéria grega nos revela que Esparta e Atenas, apesar de rivais, possulam determinagdes oficiais que davam aos soldados feridos e seus familiares, varias vantagens. Durante a Idade Média, entre os séculos V e XV, jd sobre a influ€ncia do Cristianismo, os senhores feudais ‘amparavam pessoas com deficiéncia e os doentes em casas de assisténcia por eles mantidas. Com a perda da influéncia do feudalismo, veio a tona... a idéia de que as pessoas com deficiéncia deveriam ser engajadas no sistema de produco ou assistidos pela sociedade contribuinte de forma compulséria. Otto Marques da Silva: no Japo da Idade Média, em meados do século IX, por influéncia do filho do imperador japonés, que era cego, hd registros de que a funcSo de massagista era exercida por deficientes visuais, sob argumento que era necessério garantir 2queles uma forma digna de sustento. Como pode-se observar, de acordo com as modificagées das relagdes do homem com seu meio para garantir sua sobrevivéncia e favorecer a vida, as atitudes e preceitos em relagdo as PcD também muda. Como chamar as pessoas que tém deficiéncia? Evolugao do Conceito ‘No ‘comego da historia, durante séculos. Romances, nomes de instituig6es, leis, midia e outros meios mencionavam "os invalidos". FIESP~ Departamento de Agdo Regional 5 Exemplos: "A reabilitago profissional visa a proporcionar aos benefictérios invalidos .. (Decreto federal n® 60.501, de 14/3/67, dando nova redacao ao Decreto n® 48.959-A, de 19/9/60). "Os invalidos". O termo significava "individuos sem valor". Século 20 até 1960. "Derivativo para incapacitados" (Shopping News, Coluna Radioamadorismo, 1973). “Escolas para criangas incapazes" (Shopping News, 13/12/64). Apés ale all Guerras Mundiais, a midia usava o termo assim: ee Inca agora exigem reabilitacdo fisica". "Os incapacitados". O termo:significava, de inicio, “individuos sem capacidade" e, mais tarde, evoluiu e passou a significar "individuos com capatidade rest dual De 1960 até 1980. "Criangas defeituosas na Grd-Bretanha tem educacao especial" (Shopping News, 31/8/65). No final da década de 50, foi fundada a Associagio de Assisténcia & Crianga Defeituosa - AACD (hoje denominada Associaggo de Assisténcia & Crianga,Deficiente). Na década de 50 surgiram as primelras unidades da Associacdo de Pais e Amigos dos Excepcionais - Apae. "Os defeituosos". O termo significava "individuos com deformidade" (principalmente fisica). "Os deficientes". Este termo significava “individuos com deficiéncia' fisica, intelectual, auditiva, visual ou miltipla, que os levava a executar as fungdes bisicas de vida (andar, sentar-se, correr, escrever, tomar banho etc.) de uma forma diferente daquela como as pessoas sem deficiéncia faziam. “Os excepcionais". O termo significava "individuos com deficiéncia intelectual”. De 1981 até 1987. Por presso das organizagées de pessoas com deficiéncia, a ONU deu o nome de “Ano Internacional das Pessoas Deficientes" ao ano de 1981. E 0 mundo achou dificil comecar a dizer ou escrever "pessoas deficientes". O impacto desta terminologia fol profundo e ajudou a melhorar a imagem destas pessoas. “pessoas deficientes". Pela primeira vez em todo o mundo, o substantivo "deficientes" (como em "os deficientes") passou a ser utilizado como adjetivo, sendo-the acrescentado 0 substantivo "pessoas". A partir de 1981, nunca mais se utilizou a palavra "individuos" para se referir as pessoas com deficiéncia. Foi atribuido o valor "pessoas" aqueles que tinham deficiéncia, igualando-os em direitos e dignidade & maioria dos membros de qualquer sociedade ou pats. ‘A Organizag3o Mundial de Satide (OMS) langou em 1980 a Classificagio Internacional de Impedimentos, Deficiéncias e Incapacidades, mostrando que estas trés dimensdes existem simultaneamente em cada pessoa com deficiéncia. De 1988 até 1993. Alguns lideres de organizagdes de pessoas com deficiéncia contestaram o termo “pessoa deficiente" alegando que ele sinaliza que a pessoa inteira é deficiente, 0 que era inaceitével para eles. "pessoas portadoras de deficiéncia". Termo que, utilizado somente em paises de lingua portuguesa, fol proposto para substituir 0 termo "pessoas deficientes". —_—— ‘ESP ~Deportamento de Arbo Regional 6 Pela lei do menor esforco, logo reduziram este termo para "portadores de deficiéncia". O “portar uma ~ deficiéncia" passou a ser um valor agregado & pessoa. A deficiéncia passou a ser um detalhe da pessoa. O termo foi adotado nas Constituigées federal e estaduais e em todas as lels e politicas pertinentes ao campo das deficiéncias. Conselhos, coordenadorias e associagSes passaram a incluir 0 termo em seus nomes oficias, a De 1990 até hoje. = O art. 5 da Resolucdo CNE/CEB n 2, de 11/9/01, explica que as necessidades especiais decorrem de trés situages, uma das quais envolvendo dificuldades vinculadas a deficiéncias e dificuldades ndo-vinculadas a uma causa organica. O termo "Pessoas com necessidades especiais" surgiu primeiramente para substituir _. "deficiéncia" por "necessidades especiais". daf a expresso "portadores de necessidades especiais". Depois, esse termo passou a ter significado proprio sem substituir 0 nome “pessoas com deficiéncia". Em junho de 1994. A Declarago de Salamanca preconiza a educacao inclusiva para todos, tenham ou nao uma deficigncia. — “pessoas com deficiéncia" e pessoas sem deficiéncia, quando tiverem necessidades educacionais especiais. e se encontrarem segregadas, tém o direito de fazer parte das escolas inclusivas e da sociedade inclusiva. De 1990 até hoje e além. S ‘A década de 90 e a primeira década do século 21 e do Terceiro Milénio esto sendo marcadas por eventos mundiais, iderados por organizacdes de pessoas com deficiéncia. - (Os valores agregados as pessoas com deficiéncia so: 1) 0 do empoderamento [uso do poder pessoal para fazer escolhas, tomar decisdes e assumir o controle da situago de cada um] e 2) 0 da responsabilidade de contribuir com seus talentos para mudar a sociedade rumo a inclusio de todas | — as pessoas, com ou sem deficiéncia. Os movimentos mundiais de pessoas com deficiéncia, incluindo os do Brasil, esto debatendo o nome pelo qual elas desejam ser chamadas. Mundialmente, jé fecharam a questo: querem ser chamadas de “pessoas com deficiéncia" em todos’ os idiomas. E esse termo faz parte do texto da Convencio ~ Internacional para Protegdo e Promogao dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiéncia, a ser — ‘aprovada pela Assembiéia Geral da ONU em 2005 ou 2006 e a ser promulgada posteriormente através de lei nacional de todos os Paises-Membros. Eis os principios bésicos para os movimentos terem chegado ao nome "pessoas com deficiéncia”: os 1. Nao esconder ou camuflar a deficiénci 2. Nao aceitar o consolo da falsa ideia de que todo mundo tem deficiéncia; 3. Mostrar com dignidade a realidade da deficiéncia; — 4. Valorizar as diferencas e necessidades decorrentes da deficiéncia; IESP- Departamento de Azo Regional 2 7 2 5. Combater neologismos que tentam diluir as diferencas, tais como "pessoas com capacidades especiais", “pessoas com eficiéncias diferentes", "pessoas com habilidades diferenciadas", “pessoas Deficientes", "pessoas especiais", "é desnecessério discutir a questo das deficiéncias porque todos nés somos imperfeitos", "no se preocupem, agiremos como avestruzes com a cabeca dentro da areia" (ié, "aceitaremos vocés sem olhar para as suas deficiéncias"); 6. Defender a igualdade entre as pessoas com deficiéncia e as demais pessoas em termos de direitos e dignidade, 0 que exige a equiparaco de oportunidades para pessoas com deficiéncia atendendo as diferencas individuais e necessidades especiais, que ndo devem ser ignoradas; 7. Identificar nas diferencas todos os direitos que Ihes sdo pertinentes'e a partir dai encontrar medidas especificas para o Estado e a sociedade diminuirem ou eliminarem as “restrigées de participacao" (dificuldades ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e fisico contra as pessoas com deficiéncia). Pop dagatayi or leo | QT 8 MTb gaia ai Ja% 144 5a 46/04 C.F, oee 5? 93% pond, 40,014 [goo dg Becrcts Uoas| os farliyoa 293 | 1906 Jone Wrap) N\ Seon) — > Comanica de Dada dor Careor cy RaG Giin Cenario Brasileiro e os paradigmas da inclusao; 2 (0s, 23,9% da populacio total, tém algum tipo de deficiéncia - visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. ~ Em 2010, 8,3% da populacao brasileira apresentava pelo menos um tipo de deficiéncia severa - Educago: O Censo 2010 apontou que a taxa de alfabetizacao para a populacdo total foi de 90,6%, enquanto a do segmento de pessoas com pelo menos uma das deficiéncias foi de 81,7%. ~ Trabalho: A deficiéncia mental o telectual exerceu maior impacto negativo no nivel de ocupacao, tanto Um dos indicadores usados para aferir a insercao das pessoas no mercado de trabalho ¢ a taxa de atividade, que mede o percentual de pessoas economicamente ativas na populac3o de 10 ou mais anos de idade. Em 2010, para as pessoas com pelo menos uma das deficiéncias, essa taxa era de 60,3% para os ~ homens e 41,7% para as mulheres, uma diferenca de 18,6 pontos percentuais. c PESSOAS COM DEFICIENCIA NOS ESTADOS BRASILEIROS COM PELO MENOS UMA DAS DEFICIENCIAS ~ INVESTIGADAS~ CENSO 2010 — POPULAGAO RESIDENTE E PROPORCAO - fas Beas Bam fondbria 35 ait ExT Acre 165823 B26I% “Amazes 791162 271% Roralma 35774 21.26% Para 1208 26306 | “Amapa 158 749 Ban Tocantins 307 350 72.22% Maranhao eat aod 297% Paul 360680 2H Ceara 3 300 150 77.69% fio Grande do Note 382 681 27.36% Paraiba — Tos 631 27.76% - Pernambuco 2426 106 258% Alagoas 859 515, 27,54% 7 Seraipe 518 901 35,09% : Bahia 39% Minas Gerais 22.62% Espirito Santo, 23,45% - fio de Janeiro a0 - Sao Paulo 9349553] 226646 : Parana 2283 022 786% Santa Catarina 1331445 21,31% ~ Rio Grande doSul 59 681 23.84% - Mato Grosso do Su 526 672 251% : Mato Grosso eae 669.010 22,04% _ Golds 1393 540 23.21% Distrito Federal 574275 22.34% ~ FIESP Departamento de Azo Regional : 9 = ou PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE SEGUNDO A POSICAO NA OCUPACAO DO TRABALHO PRINCIPAL (%) Nao remunerada. Empregador Militaras e funcionétios piiblicos ‘estatutérios Empregado sem cartelra de ‘trabalho assinada 50,8 Trabalhador por conta propria Empregado com carteira de 49,2 ‘trabalho assinada 40,2. Pessoas com deficiéncias Pessoassemideficiéncias Cl» ofr al . : 6 ccib hide. BPs Bim Prange Cortinuadn 0 9 Bde twmnse. RAIS 2012 25 bdo Bac Sprague «Bas ° PED Fecke Ae Qe 1. Em 2012, verificou-se um aumento de 1,54 % no ntimero.de pessoas declaradas como deficientes-PCD, representando um acréscimo de cinco mil empregos. Com esse resultado, soma-se 330,3 mil vinculos declaradas como PCD, o que corresponde a 0,70% do total dos vinculos empregaticios, sinalizando uma relativa estabilidade, quando comparado com o resultado registrado em 2022 (0,70%). 2. Do total de 330,3 mil empregos, 214,7 mil eram do género masculino e 115,6 mil do feminino, o que indica uma, proporgdo de 65,00% do total de Deficientes para o Homem e de 35,00% para a Mulher, apontando uma ligeira queda da participago dos Homens PCD, quando comparado com os resultados de 2011 (65,74) (Estima-se que a Lei de Cotas tenha criado no Brasil 1 milho de vagas. Base: MTE e empresas com mais de 100 funciondrios). Mudaneas no Paradigma da Inclusdo Décadas de 50, 60, 70 e 80: PARADIGMA DA INTEGRACKO Década de 90: MANUTENCAO DA INTEGRACAO E COMEGO DO PARADIGMA DA INCLUSAO A partir do-ano 2000: DIMINUIGAO DA INTEGRAGAO E CRESCIMENTO DA INCLUSAO. INTEGRACAO LABORAL Inserciio' de PcD em empresas que. no fazem adequacdes técnicas que seriam necessérias para acomodar a deficiéncia. € nao conscientizam os demais trabalhadores sobre o significado de haver colegas com deficiéncia. FOCO: No posto de trabalho CONSEQUENCIA: Poucas PcD podem ser contratadas. INCLUSAO LABORAL Insergo em empresas que se dispSem a modificar tecnicamente os empregos e locais de trabalho para adequé-los & forma singular pela qual a PeD executa seu trabalho. Estas empresas sempre conscientizam os demais trabalhadores sobre o significado de haver colegas com deficiéncia. FOCO: Na pessoa CONSEQUENCIA: Multas PcD podem trabalhar nas empresas inclusivas. —_———_——— FIESP- Departamento de Ado Regional 10 Lei de cotas e Lei da aprendizagem Lei de Cotas - Pessoas com Deficiéncia Lei Ne 8.213/1991 Dispe sobre os Planos de Beneficios da Pr incia Social e dé outras providéncias, Art. 93 “A empresa com 100 (cem) ou mais empregados est obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiérios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiéncia, habilitadas, fia seguinte proporcio: Base de calculo da Cota: "| emer ——> § 12 A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado a0 final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, s6 poderé ocorrer apés a contratacio de substituto de condi¢o semelhante. |-até 200 empregados, ll=de 201 a 500, Ide 501 a 1,000, IV=de 1.001 em diante, 5%" § 220 Ministério do Trabalho e da Previdéncia Social deverd gerar estatisticas sobre o total de empregados € as vagas preenchidas por reabilitados e deficientes habilitados, fornecendo-as, quando solicitadas, aos sindicatos ou entidades representativas dos empregados. Destaque: Base de calculo da cota é sempre o CNPJ matriz + Filiais Aprendiz LEI N® 10.097, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. E proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de dade, salvo na condi¢do de_gprendiz, a partir dos quatorze anos." "Pardgrafo Unico. © trabalho do menor no poderd ser realizado em locals prejudicials 4 sua formagio, ao seu desenvolvimento fisico, psiquico, moral e social e em hordrios e locals que no permitam a freqéncia & escola.” es ee eee ee ee eer "5 2° Ao menor aprendiz, salvo condicao mais favordvel, sera garantido o salério minimo hora." "§ 3° O contrato de aprendizagem nao podera ser estipulado por mais de dois anos." "§ 4° A formacao técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se por atividades tedricas e préticas, metodkaamente organizadas em tarefas de complesidade progressiva desenvoWidas no ambiente de trabatho." 0s estabelecimentos de qualquer naturezas8o obrigados @ empregar e matricular nos cursos dos Servgos Nacionals de Aprendizagem nimero de aprendizes equivalente a cinco por cento, no minim, e quinze por cento, no maximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujasfungBes demandem formagioprofsional” wibe_ cee ——_— tt FIESP~ Departamento de Azo Regional : n "§ 1°-A. O limite fixado neste artigo no se aplica quanda o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educagio profssional.” "§ 1° As fragées de unidade, no célculo da percentagem de que trata o caput, dardo lugar a admisséio de um aprendiz." (NR) - Na hipdtese de os Servigos Nacionais de Aprendizagem nio oferecerem cursos ou vagas suficientes para atender & demanda dos estabelecimentos, esta poderé ser suprida por outras entidades quaificadas em formacSo técnico- profissional metédica, a saber: "I= Escolas Técnicas de Educagéo;” “il ~ entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assisténcia a0 adolescente e & educagao profissional,registradas no Conselho Municipal dos Dreitos da Crianca e do Adolescente.” | "§.2° As entidades mencionadas neste artigo deverdo contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar 0s resultados.” "§ 2° Aos aprendizes que concluirem os cursos de aprendizagem, com aproveltamento, seré concedido certificado de qualificacio profissional.” "§ 3°0 Ministério do Trabalho e Emprego fixaré normas para:avallagdo da competéncia das entidades mencionadas no Incso ll deste artigo.” A contratagéo do aprendiz poderd ser efetivada pela empresa onde se realizaré a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso ll do art. 430, caso em que no gera vinculo de emprego com a empresa tomadora dos servicos.” (NR) 7 ‘A duragio do trabalho do aprendiz no excederd de seis horas didras, sendo vedadas a prorrogacSo e a compensacio de jomada “sro horas didrias para 08 aprendizes que jé tiverem completado ‘© ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas & aprendizagem teérica.” © contrato de aprendizagem extinguir-se-8 no seu termo ou quando o aprendiz completar dezoito anos, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipéteses “1desempenho insuficiente ou inadaptagdo do aprendiz;" "falta disciplinar grave "Il—auséncia injustficada a escola que implique perda do ano letivo; ou" “IVa pedido do aprendiz.” previsto neste artigo poderd ser de até oi Calculo da Cota: Cota CNP do estabelecimento | Total de peter navcletcis | "inima 5% 15% XK.XXX.XXX/0001-XX O7 fj) 7 @0 fi Ah) 0.35 105 Y.YY.YY¥/0001-X¥ 27 6 21 09 Destaque: Base de célculo da cota é sempre o CNP de cada estabelecimento x CBOs elegiveis a aprendizagem ‘ESP Deportamento de Azo Regional : 2 Praticas Juridicas Etapas e Prazos das Fiscalizacées SRTE ~ Superintendéncia Regional do Trabalho e emprego ‘* _ SRTE — IDENTIFICA AS EMPRESAS com MATRIZES NO ESTADO DE SAO PAULO + SRTE CONVOCA PARA COMPARECIMENTO aos enderecos da prépria SRTE/SP + NOTIFICAGRO PARA CUMPRIMENTO DA COTA (ACORDO) PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA COTA RETORNOS '* _ DIANTE DA REITERADA DEMONSTRACAO DE DESINTERESSE POR PARTE DA EMPRESA + Autuagso Base de Clculo da Autuago ‘+ INFORMACOES DO CAGED © SAZONALIDADE (MEDIA DE 12 MESES (IN 98)) © Excluirda base: (© APRENDIZES identificados no CAGED; © APOSENTADOS POR INVALIDEZ (Deverdo ser apresentados os documentos comprobatérios de cada trabalhador aposentado por invalidez pois essa informaco nao aparece discriminada no CAGED). Base legal + Portaria n2 1199, de 28 de outubro de 2003: =” Fixa pardmetros para a gradacdo da multa administrativa varivel prevista no art. 133 da Lei n® 8.213, pela infraco ao art. 93 da mesma lei. = 0 valor é calculado pela multiplicacso do numero de trabalhadores portadores de deficiéncia ou reabilitados que deixaram de ser contratados pelo valor minimo legal, acrescido de percentual varidvel = Percentual de acréscimo, variével de acordo com o niimero de empregados + 100 a 200 empregados........0.a 20% + 201.2 500 empregados ....n.u 208 30% + 501 a 1.000 empregados + mais de 1.000 empregados. Qual 0 valor da autuag30?* Para aprendiz: A partir de um salério minimo regional (ou nacional, na falta de um valor especifico regional) por ‘Aprendiz nao contratado, por dia, Para PeD: a Portaria Interministerial MPS/MF n® 19 que, além de reajustar os valores dos beneficios pagos pela Previdéncia Social, reajustou também os valores das multas aplicivels em caso de descumprimento da cota de pessoas com deficiéncia, para as empresas com 100 ou mais empregados. De acordo com a nova regra, o valor da multa passou a ser de R$ 1.812,87 por trabalhador que deixar de ser contratado, até o limite de R$ 181.284,63. Exemplo de cAlculo * obs: 1 ~Caso extam Terms de compromiss ou Terme de Alustamento de conéuta, o valor pode ser préestabelecido nesses documentos, ‘sempre patind do valor Base. O MPT nd possulteto para autuagbes. i IESP Departamento de Ardo Regional : 13 Total de empregados dos estabelecimentos da empresa = 350 Percentual de vagas para a Cota = 3% Calculo do ntimero de vagas para a Cota = 350 X 0,03 = 10,5 Nimero de vagas para a Cota apés a aproximago = 11 Nimero de empregados com deficiéncia ou reabilitados = Namero de empregados que faltam para completar a Cot Clculo do valor inicial da multa RS 1.812,87 X 5 = R$ 9.064,35 > Acréscimo sobre o valor minimo = 30% > Valor final da mutta RS 9.064,35 + 30% (RS 2.719,31) = R$ 11.783,66 6 Alavratura do auto de infragio, pelo mesmo motivo, pode ser repetida diariamente enquanto persistir a irregularidade. Documentacdes Deverdo ser apresentadas na fiscalizagao: 1 - Formuldrio do MTE Projeto de inspegao de PcD 2- Laudo da Defi 3 - Termo de concordancia do trabalhador para divulgacdo do laudo & Auditoria-Fiscal do Trabalho e ciéncia de seu enquadramento na reserva legal. Como é feita a comprovagao da deficiéncia? ‘Acondigdo de pessoa com deficiéncia pode ser comprovada por meio de: a} Laudo médico, que pode ser emitido por médico do trabalho da. empresa ou outro, médico, atestando ‘enquadramento legal do(a) empregado(a) para Integrar a cota, de acordo com as definigSes estabelecidas na Convengo n® 159 da OMT, Parte |, art. 1; Decreto n® 3,298/99, arts. 3° e 42, com as alteragBes dadas pelo art. 70 do Decreto n® 5.296/04. Este laudo deverd especificar o tipo de deficiéncia e ter autorizacao expressa do(a) ‘empregado(a) para utlizacdo do mesmo pela empresa, tornando publica a sua condicao; b) Certiticado de Reabilitagao Profissional emitido pelo INSS. Informagies relevantes: Acessos de uso restrito como carga e descarga, coleta de lixo, entre outros, no necessitam tender obrigatoriamente as condigbes de acessibilidade desta Norma. ‘Quem assina os laudos? + Profissional de sade de nivel superior, preferencialmente habilitado na area de deficiéncia de inscrio no conselho regional de fiscalizaco da profilo correspondente e Sssinatura rofissional de sade; e . concordincia do trabalhador éncia_de seu FIESP- Departamento de Ago Regional 14 Instrug3o Normativa SIT n2 98, de 15.08.2012” Dispde sobre procedimentos de fiscalizagtio do cumprimento, por parte dos empregadores, das normas destinadas @ incluséo no trabalho ‘das pessoas com deficiéncia e beneficidrios da Previdéncia Social reabilitados + Art 12 Estabelecer os procedimentos da fiscalizacdo da incluso de pessoas com deficiéncia e beneficiérios da Previdéncia Social reabilitados no mercado de trabalho, com vistas a assegurar 0 exercicio pleno e equanime do direito ao trabalho e a promoco do respeito a dignidade da pessoa humana, conforme estabelece a ConvencSo sobre os Direitos das Pessoas com Deficiéncia e seu Protocolo Facultativo, promulgados por meio do Decreto n® 6.949, de 25 de agosto de 2009. sion Rosca Tralsabloe an COMBATE A DISCRIMINAGAO + Art. 11, No intuito de coibir praticas discriminatérias, o AFT deve verificar se esta sendo garantido o direito ao trabalho das pessoas com deficiéncia ou reabilitadas, em condicdes de igualdade de oportunidades com as demais pessoas, com respeito a todas as questdes relacionadas ao emprego, observando, dentre outros aspectos: + 1 garantia de acesso as etapas de recrutamento, seleco, contratagdo e admissio, capacitagdo ascensio profissional, sem ocorréncia de exclusées de pessoas com base, a priori, na deficiéncia ou nna condicdo de reabilitado; + II-distribuicdo, pela empresa, dos empregados com deficiéncia ou reabilitados nos diversos cargos, fungdes, postos de trabalho, setores e estabelecimentos, preferencialmente de forma proporcional, tendo como. parémetro as reais potencialidades individuais e as hal requeridas para a atividade; + Ill-manutengao no emprego; + IV- jornada de trabalho néo diferenciada, salvo excegdo prevista no’§ 2° do art. 35 do Decreto 3.298, de 1999; +) -V-remuneragio equitativa; + Vi-acessibilidade ampla; e VIl- condigdes de satide e seguranca adaptadas as necessidades dos empregados. “" SAUDE DO TRABALHADOR COM DEFICIENCIA (Art. 12) = NR7-PCMSO 7 + NR9-PPRA + NRS5-CIPA + NR 17-ERGONOMIA ACESSIBILIDADE (Art. 13) ? Fonte: Palestra proferida pelo KAL -O SISTEMA DE COTAS EAS TENDENCIAS PARA A INCLUSKO DE PESSOAS COM DEFICENGIA JOSE CARLOS DO CARMO (Kal) -Coordenador do Programa de ncusio. da Pessoa com Deficléncla da SRTE/SP ‘IESP~ Departamento de Ago Regional 15 * Caberd ao AFT verificar se no processo de inclusdo. da pessoa com deficiéncia ou reabilitada a empresa promoveu as modificagdes dos postos de trabalho, da organizagdo do trabalho e as condigdes ambientais, em conformidade com as necessidades do trabalhador, com garantia desde a. acessibilidade arquitetdnica até adaptagGes .especificas de mobilidrios, méquinas e equipamentos, dispositivos de seguranga, utilizagéo de tecnologias assistivas, ajudas técnicas, facilitagio de comunicacao, apoios e capacitacao especifica, dentre outros, de modo a eliminar as barreiras porventura existentes. APRENDIZAGEM PROFISSIONAL (Art. 15) tividades tedricas e praticas, devem ualizadas, de forma a atender as + Os programas de aprendizagem profissional, em suas promover as adaptagies e as medidas de apoio indi necessidades de incluso de todos os aprendizes; + Para o aprendiz com deficiéncia devem ser consideradas, sobretudo, as habilidades e as competéncias relacionadas com a profissionalizacao e no a sua escolaridade; + Nao ha previsdo de idade maxima para contratagéo da pessoa com deficiéncia como aprendiz, apenas o limite minimo de quatorze anos; + Limite de quinze por cento das funcdes que demandem formacao profissional. + MANUTENGAO DO BPC Termo de Compromisso Procedimento Especial - Termo de Compromisso (Art.s 16 ¢ 17) + Prazos: 12, 24 ou mais meses + Empresa ou segmento econdmi + Participacao sindical e outras instituigbes + Obrigagdes dos compromissados (contra partidas) Art. 17. 0 procedimento especial para a aco fiscal poderd resultar na lavratura de termo de compromisso, no qual serdo estipuladas as obrigacdes assumidas pelas empresas ou setores econémicos compromissados € 0s prazos para seu cumprimento. $12... §22 0 termo de compromisso deve conter, no minimo, as seguintes obrigagdes por parte dos compromissados: | proibigdo de discriminago baseada na deficiéncia, com respeito as questées relacionadas com as formas de emprego, de acordo com o especificado no art. 11; II- identificago das barreiras porventura existentes e promocio da aces: respeitadas as necessidades de cada pessoa; Ill promog&o de campanhas internas de valorizacao da diversidade humana e de combate & discriminago e a0 assédio; IV- promogo de qualificaco profissional da pessoa com deficiéncia ou reabilitada, preferencialmente na modalidade de aprendizagem; € V- impossibilidade de dispensa de trabalhador reabilitado ou com deficiéncia, sem a prévia contratagéo de substituto de condicSo semethante, na hipétese de término de contrato por prazo determinado de mais de noventa dias, ou dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado. .de em suas diversas formas, FIESP- Departamento de Aro Regional 16 § 32 prazo méximo do termo de compromisso seré de doze meses, excetuado 0 caso em que 0 cumprimento da reserva legal esteja condicionado ao desenvolvimento de programas de aprendizagem profissional de pessoas com deficiéncia, nos termos do art. 429 da CLT, caso em que 0 prazo maximo seré de vinte e quatro meses. § 42 Em caréter excepcional, e em face de projetos especificos de inclusao e qualificacao profissional ou dificuldades comprovadamente justificadas, os prazos estipulados no §3° poderdo ser ampliados, com ‘observancia aos procedimentos estabelecidos pelas normas de regéncia. §5% O termo de compromisso deve'estabelecer metas e cronogramas para‘o cumprimento da reserva legal de forma gradativa, devendo a empresa, a cada etapa estipulada, apresentar variacdo positiva do percentual de preenchimento e, ao final do prazo, comprovar o cumprimento integral da reserva legal estipulada no art. 93 da Lei n?_ 8.213, de 1991, e dos demais compromissos assumidos. 862 Durante o prazo'fixado no termo de compromisso, devem ser feitas fiscalizagées nas empresas, a fim de ser verificado 0 seu cumprimento, sem prejuizo da aco fiscal rélativa’a atributos no contemplados no referido termo. §7° Frustrado 0 procedimento especial para a aco em face de ndo atendimento da convocacgo, recusa de firmar termo de compromisso, descumprimento de qualquer cléusula compromissada, devem ser lavrados, de imediato,-0s respectivos autos de infragio, e poderd ser encaminhado relatério circunstanciado a0 Ministério Puiblico do Trabalho e demais 6rgdos competentes. TAC - Termo de Ajustamento de Conduta , MPT — Ministério Publico do Trabatho ‘Também conhecido como Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta, o TAC 6 um acordo firmado entre (0 Ministério Pablico e a parte interessada, de modo que esta se comprometa a agir de acordo com as leis trabalhistas, sob pena de multa, tal como dispde o art. 5%, § 62 da Lei 7.347/1985. £, portanto, um titulo executivo. extra-judicial, o que significa dizer que seu descumprimento enseja uma ago de execucdo, proposta pelo Ministério Publico do Trabalho junto a Justica do Trabalho. Regras e Prazos Os prazos, regras e exigéncias do MPT so apresentados no TAC onde os prazos podem chagar a alguns ‘anos, de acordo com o segmento da empresa, grau de especificidade dos cargos, localizacdo, existéncias ou no de um programa de incluso. cada ano, a empresa deve prestar contas das ages realizadas até aquele momento. Existe a possibilidade de serem assinados termos aditivos a0 TAC jé firmado, caso existam varidvels que alterem a cota ou a realidade da empresa. ESP Departementode Ago Regional Re wopadioure snk Ws gy Expectativas do mercado de trabalho x perfil das PcD ‘A expectativa do mercado de trabalho é de encontrar pessoas habilitadas para suas vagas de trabalho. A cada dia, mesmo entre pessoas sem deficiéncia cada vez é mais dificil encontrar essas pessoas. Seguem algumas informagées para compreendermos melhor essas expectativas e realidades: ACESSIBILIDADE No Censo de 2010 0 IBGE pesquisou a situagdo do entorno dos domicilios brasileiros. Este é um tema importante para as pessoas com deficiéncia porque elas precisam circular, diariamente, pelas suas cidades, calgadas, ruas, além dos prédios onde esto os servigos, trabalho e lazer. Os resultados nao mostraram um ambiente facilitador para a mobilidade das pessoas com deficiéncia. Em cada face de quadra foram observados os seguintes itens: Melo fio / guia; Calcada / passeio e, Rampa para cadeirante. Os dados mostram que somente 5,4% dos domicilios brasileiros possuiam rampas, 5,8% dos quais nas faces de quadras de moradias adequadas; 1,9% em moradias semiadequadas e, 0,2% em moradias inadequadas. O item Calgada / passeio estava presente no entomo de 80% das moradias adequadas, 43% nas semiadequadas e em somente 9% das inadequadas. Meio fio / guia foi encontrado em 86,1% das moradias adequadas, 55,6% nas semiadequadas e 14, 1% nas inadequadas. Os equipamentos das faces de quadra sao de responsabilidade dos municipios e-por isso-se pressupde maior facilidade de cobranca das comunidades aos representantes legais para a remoco das barreiras fisicas encontradas nos entornos das moradias. No entanto, o ambiente do entorno das:moradias ainda requer grande atencao por parte dos prefeitos municipais. LACUNA ENTRE PESSOAS COM DEFICIENCIA E SEM DEFICIENCIA AS DESVANTAGENS ENFRENTADAS PELAS PESSOAS COM DEFICIENCIA SAO UM PROBLEMA DE TODOS 05 BRASILEIROS. © BRASIL QUER FECHAR A LACUNA QUE SEPARA AS PESSOAS COM DEFICIENCIA E AS PESSOAS SEM DEFICIENCIA Os problemas que as pessoas com deficiéncia encontram na realiza¢o de seus direitos so problemas que concernem a todos nés, brasileiros. A Constituicao Federal garante aos individuos o desenvolvimento pleno no aprendizado, no trabalho e no acesso aos direitos nela estabelecidos. A visio de direitos humanos baseada na no discriminacao e se sustenta em trés pais: igualdade de oportunidade, poder de decisdo sobre a propria vida e seguranga para exigir os direitos. O desenvolvimento sustentével do pais depende da inclusio de todas as pessoas, do trabalho de todos, no sendo permitido que individuos ou {grupos fiquem fora do processo. Um meio ambiente adaptado as diferencas permite que as pessoas com deficiéncia realizem suas aspiracdes, seus desejos e seu desenvolvimento pleno. Além disso, para que os direitos humanos sejam realizados de forma universal, os tratados internacionais de direitos humanos precisam ser observados por uma estrutura de monitoramento e um sistema judicial efetivo, wy qe \ywirco dwon c.odl) y Poo 7 - EXcerD ESP Departamento de Ado Regional 18 Empresa Terceirizada x Empresa atuante. Empresas prestadoras de servico Um dos grandes desafios no preenchimento de cotas para PcD se encontram nas empresas que possuem ‘em seu foco de servicos a terceirizacao da mao de obra para atender outras empresas. Nesse contexto ¢ importante ressaltar: 1+ Para empresas que terceirizam servicos e possuem cotas flutuantes, se calculam o n? de PcD que devergo ter com base na média de funcionérios nos uiltimos 12 meses. Assim também deve-se estabelecer a cota de aprendizagem. 2. Nas trocas de contratos ou safras, as PcD deverdo ter prioridade na manutenco do vinculo; 3- Os programas de incluso e a promocio da acessibilidade devem ser feitos de forma compartilhada entre empresas contratantes e contratadas, observando-se os cuidados para que cada empregador execute suas ages, evitando riscos de vinculo entre terceiros e empresa cliente. 4- As empresas terceiras devem prever em seus contratos a implantacdo das cotas (PcD e Aprendiz, se for © caso). O cliente deve ter ciéncia que do n® de funciondrios previstos em contrato, X% sero PeD. Empresas que possuem terceiros atuando em seus estabelecimentos 1~As empresas devem prever que seus prestadores de servigos incluam nos treinamentos obrigatérios, os temas de acessibilidade e incluséo; 2~As empresas terceiras devem aprender a atender com exceléncia PcD; 3—A-empresa contratante deve abrir espaco para receber PcD dos prestadores de servigas, oferecendo a mesma acessibilidade que seus funciondrios possuem; 4—em agées de sensibilizago, os gestores dos contratados deverdo ser informados para que as empresas prestadoras de servicos possam também aplicar aces semelhantes. FIESP-Departomento de Asdo Regional - 19 ~ Conceitos de PcD para a Lei de Cotas e a Convengao Internacional dos 7 Direitos da PcD Definig&o para a Convenco Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiéncia Artigo 1 0 propésito da presente Convenco & promover, proteger e assegurar o exercicio pleno e eqiitativo de todos 05 direitos humanos ¢ liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiéncia e promover ~ © respeito pela sua dignidade inerente. Definigdo: Pessoas com deficiéncia sic aquelas que tém impedimentos de longo prazo de natureza fisica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interacdo com diversas barreiras, podem obstruir sua 1°40 plena e efetiva na sociedade em igualdades de condicSes com as demais pessoas. ~ 5 princfpios da presente Convengio so: ~ a) 0 respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as proprias escolhas, e a independéncia das pessoas; b) Ando-discriminagao; ©) Aplena e efetiva participacao e incluso na sociedade; ~ d) O respeito pela diferenca e pela aceitago das pessoas com deficiéncia como parte da diversidade humana e da humanidade; e) A igualdade de oportunidades; f) Aacessibilidade; 7 8) A igualdade entre o homem e a mulher; eS h) 0 respeito pelo desenvolvimento das capacidades das criangas com deficiéncia e pelo direito das criangas vom deficiéncia de preservar sua identidade, - .) Reconhecendo que a deficiéncia é um concelto em evolugéo e que a deficiéncia resulta da interaco a entre pessoas com deficiéncia e as barreiras devidas as atitudes e ao ambiente que impedem a plena e _ efetiva participaco dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, FS IESP- Departamento de Azdo Regional 20 Conceitos de Pessoa com Deficiéncia para a Lei de Cotas (© que é pessoa portadora de deficiéncia para fins de reserva legal de cargos? No Brasil hd duas normas internacionais devidamente ratificadas, 0 que Ihes confere status de leis nacionais, que s80 a Convenco n? 159/83 da OIT, e a Convengao Interamericana para a Eliminagdo de Todas as Formas de Discriminaco Contra as Pessoas Portadoras de Deficiéncia, também conhecida como Conven¢So da Guatemala, de 1999. Ambas conceituam deficiéncia, para fins de protecdo legal, como uma limitagao fisica, mental, sensorial ou miltipla, que incapacite a pessoa para 0 exercicio de atividades normais da vida e que, em razio dessa incapacitacao, a pessoa tenha dificuldades de inser¢do social. Nesse diapasio est o Decreto n° 3.298/99, cuja redac3o foi atualizada apés longas discusses no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiéncia (CONADE), pelo Decreto n2 5.926/04. Logo, hé que ser atendida a norma regulamentar, sob pena de o trabalhador no ser computado para fim de cota. Assim, pessoas com visio monocular, surdez em um ouvido, com deficiéncia mental leve, ou deficiéncia fisica que ndo implique impossibilidade de execugo normal das atividades do corpo, ndo so consideradas habeis ao fim de que se trata. Pessoas reabilitadas, por sua vez, so aquelas que se submeteram a programas oficiais de recuperacdo da atividade laboral, perdida em'decorréncia de infortanio. A que se atestar tal condico por documentos piblicos oficiais, expedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou drgdos que exercam funco por ele delegada. No Art. 32 Para os efeitos Decreto n® 3.298/99, considera-se: 1 = deficiéncia - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ois funcéio psicolégica fisiol6gica ou ‘anatémica que gere incapacidade para 0 desempenho de atividade, dentro do padrdo considerado normal para o ser humano; 1 - deficiéncia permanente - aquela qué ocorreu ou se estabilizou durante un periodo de tempo suficiente para ndo permitir recuperacdo ou'ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e Mm incapacidade - uma reducdo efetiva e acentuada da capacidade dé integractio social,com necessidade de equipamentos, adaptagdes, meios ou recursos especiais para que'a pessoa portadora de deficiéncia passa receber ou transmitir informacées necessérias ao seu bem-estar e ao.desempenho de funcéo ou atividade a ser exercida. Para o célculo da cota de empregados com defici ou do estabelecimento? ia, utiliza-se o ntimero de empregados da empresa Tanto para verificar se a empresa esté obrigada a ter pessoas com deficiéncia no seu quadro, isto é, ter 100 (cem) ou mais empregados, a Secretaria de Fiscalizacdo do Trabalho calcula um percentual dos cargos a serem preenchidos. Deve ser utilizado 0 niimero de empregados da totalidade de estabelecimentos da empresa no Brasil (art. 10, § 12, da Instrucdo Normativa n° 20/01). ESP ~ Departamento de Alo Regional . ~ oy Tipos de deficiéncias e caracteristicas pela 6tica das regulamentagées e enquadramentos médicos Decreto Ne 5.296 © 2dedezembro de 2004 © regulamenta as Leis n® 10.048 e 10.098 + atualiza 0 Decreto n® 3.298/99 (IN 98) Decreto n.° 4032 (2001) - Dedos, maos e pés. ‘Anexo ill do Regulamento da Previdéncia Social + Decreto N° 3.048, de 6 de maio de 1999, modificado pelo Decreto N° 4.032, de 26 de novembro de 2001. Tipos de Deficiéncia Segundo Decreto n® 5.296/04 e Decreto n® 3,298/99 Deficiéneia fisica E a alteragdo completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da funcao fisica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputacdo ou auséncia de membro, paralisia cerebral, nanismo, emembros.comdeformidade congénita ouradquiride, exceto as deformidades estéticas e as que nao produzam dificuldades para o desempenho de funcées. ( art. 52, §1, 1, “a”, c/c Decreto n® 3,298/99, art. 42, |). Para methor entendimento, seguem-se algumas definicdes: + Amputacgo - perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro; as funcdes motoras dos membros inferiores; \ias funcdes motoras dos membros inferiores; — perda total das funcdes motoras de um sé membro (inferior ou superior); + Monoparesia — perda parcial das fungdes motoras de um sé membro (inferior ou superior); + Tetraplegia — perda total das funcGes motoras dos membros inferiores e superiores; + Tetraparesia — perda parcial das funcdes motoras dos membros inferiores e superiores; * Triplegia — perda total das funcdes motoras em trés membros; * Triparesia — perda parcial das fungSes motoras em trés membros; + Hemiplegia — perda total das funcdes motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo); ‘+ Hemiparesia — perda parcial das fungées motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo}; * Ostomia ~ intervengo cirdrgica que cria um ostoma (abertura, ostio) na parede abdominal para adaptacdo de bolsa de fezes efou urina; ThA Quoeatemia, th conta, \ proceso cirtirgico que visa & construgo de um catninho alternativo e novo na eliminago de fezes e urina para o exterior do corpo humano (colostomia: ostoma intestinal; ufostomia: desvio urinario); * Paralisia Cerebral ~ leso de uma ou mais éreas do sistema nervoso central, tendo como conseqiiéncia alteragdes psicomotoras, podendo ou no causar deficiéncia mental; ++ Nanismo ~ deficiéncia acentuada no crescimento. DS uncluide pele clttrabe S d¢ 16,04 E importante ter em mente que 0 conceito de defi nels oth \capacidade relativa, parcial ou total, para o desempenho da atividade dentro do padrao considerado normal para o ser humano. Esclarecemos que a pessoa com deficiéncia pode desenvolver atividades laborais desde que tenha condigées e apoios adequados as suas caracteristicas. Principais dificuldades IESP- Departamento de Ago Regional 22 AA principal dificuldade de uma pessoa com deficiéncia fisica’é a locomocio. Se levarmos ei consideracdo tal observagio, saberemos que todas as adequacdes para estas pessoas estio ligadas ao seu deslocamento, ou seja, com a estrutura fisica/ arquiteténica. Portanto as adequacGes voltadas especificamente para este grupo de pessoas, em 5 grandes grupos: ividem-se principalmente a) Acesso; b) circulacéo interna; «¢) sanitérios; 4) comunicacao; €) circulagéo externa. Ostomia Determinadas doencas, tumorais ou. no, exigem, para seu tratamento, intervencées cirdrgicas que destroem as estruturas de controle de eliminaco de fezes, ou de urina. A ostomia & um procedimento que visa criar, num outro lugar do corpo, uma estrutura para sua eliminagio, denominada “ostoma” ou ““estoma” palavra derivada do.grego que significa boca. As técnicas atuais ainda no permitem que se crie uma estrutura que funcione como os anéis musculares esfincteres, que abrem sé quando € preciso. AS pessoas submetidas a este procedimento séo denominadas de ostomizadas. Atualmente 0 conceito foi alargado a todas as situacdes em que é criada, artificialmente, uma ligaco para o exterior, permanente ou transitéria, Como exemplos de ostomia temos: Colostomia: um tipo de ostoma intestinal que faz a comunicaco do célon com o exterior. As colostomias podem ser permanentes ou tempordrias. lleostomia: um tipo de ostoma intestinal que faz a comunicacao. do intestino delgado, com o exterior. Podem ser também permanentes ou temporérias. Localizam-se sempre no lado inferior direito do abdémen. . Urostomia: ou desvio urindrio, & decorrente da intervengo cirdrgica que consiste em desviar 0 curso normal da urina. A semelhanca das ostomias intestinais, podem ser permanentes ou temporérias. ‘Traqueostomia: decorrente de uma incisio feita na traquéia seguida da introdugao de uma cénula no seu interior, com a finalidade de estabelecer uma comunicagio com o meio exterior. Amputagdo ou auséncia de membro Para que se caracterize ou no a incapacidade permanente, decorrente de uma amputagio, deve-se observar os critérios definidos no Anexo Ill do Regulamento da Previdéncia Social (Decreto n® 3.048, de 6 de maio de 1999, modificado pelo Decreto n® 4.032, de 26 de novembro de 2001), referentes a “Perdas de segmentos de membros”, que considera as seguintes situagdes: a) perda de segmento ao nivel ou acima do carpo; __.b) perda de segmento do primeiro quirodéctilo, desde que atingida a falange proximal; =e) perda de segmento de dois quirodactilo, desde que atingida a falange proximal em pelo menos um deles; a) perda de segmento do segundo quirodsctilo, desde que atingida a falange proximal; Te) perda de segmento de trés ou mais falanges, de trés ou quirodéctilos; /#yperda de segmento ao nivel ou acima do tarso; CU sencion <=" g) perda de segmento do primeiro pododéctilo, desde que atingida a falange proximal; 7h) perda de segmento de dois pododactilos, desde que atingida a falange proximal em ambos; perda de segmento de trés ou mais falanges, de trés ou mais pododéctilos. ESP ~Departamenta de Ago Regional ete Sy 23 Para efeito de enquadramento, a perda parcial de parte dssea de um segmento equivale 8 perda do segmento. A perda parcial de partes moles sem perda de parte éssea do segmento nao é considerada para efeito de enquadramento. Paralisia Cerebral A paralisia cerebral é qualquer comprometimento de fungdes neurolégicas, decorrente de lesdes cerebrais ocorridas durante a gestagdo, durante 0 parto ou apds o nascimento, na primeira infancia, ainda no proceso de amadurecimento do cérebro da crianca. As lesdes séo provocadas, muitas vezes, pela falta de oxigenagao das células cerebrais. © quadro clinico é bastante variado, dependendo da area do cérebro afetada. Uma pessoa com paralisia cerebral, acompanhada de deficiéncia visual, auditiva ou comprometimento dos miisculos da fala poderé apresentar dificuldades de comunicagio social ou de entendimento de informacdes como normalmente sio transmitidas. Classificé-las erroneamente como deficientes mentais ou néo inteligentes pode ensejar situagBes constrangedoras e injustas. Homens e mulheres portadores de paralisia cerebral podem ter filhos como qualquer outra pessoa. As caracteristicas dos évulos e dos espermatozdides, bem como a estrutura dos drgios reprodutores ndo sso afetadas pela lesio cerebral. Vale dizer, de um modo geral, que as pessoas com deficiéncia tem, como qualquer pessoa, desejos, aspiragées, vaidades e sentimentos, que devem ser respeitados e entendidos. Nanismo E um problema que faz 0 corpo crescer menos que o normal. Ocorre um crescimento esquelético normal, que geralmente resulta em um adulto com estatura baixa, inferior a da média populacional. ‘A deficiéncia dos pequenos é a chamada de acondroplasia. Normalmente essas pessoas tém menos de 1,50m de altura, e 0 seu corpo é desproporcional. Com bracos e pernas so curtos e a cabeca parece ser grande demais em relacdo as outras partes. Ela também pode causar uma curva nas costas, pés tortos, maosdefeituosas, entre outros. ‘A acondroplasia tem causa genética, ou seja, é passada dos pais para os filhos. Pais andes podem ter tanto filhos andes como normais. Nao hd tratamento para essa deficiéncia, a tinica coisa que pode ser corrigida é 0 pétorto. © nanismo pituitério também resulta em baixa estatura, com a diferenca de o corpo manter-se proporcional. Percebe-se que 0 crescimento da crianga é anormal desde os primeiros meses de vida. Adultos que sofrem com o nanismo pituitério ndo tém mais de 1,50m de altura. J4 nos adolescentes pode causar‘atraso no desenvolvimento sexual. © nanismo pituitério recebe esse nome, pois é causado por um problema na glandula pituitéria, também denominada hipéfise. 0 tratamento feito com injegdes de hormdnio do crescimento, tal tratamento costuma ser eficaz. Nanismo Pituitario € um crescimento muito lento, com estatura anormalmente pequena por disfuncao da hipéfise anterior. A altura esta abaixo do percentil 3, a velocidade de crescimento & (média) 4cm/ano e a idade éssea ¢ pelo menos 2 anos menor que a idade cronoldgica. + Nanismo Hipofisério (Proporcional) LTTE FIESP- Departamento de Azo Regional 24 + Acondroplasia(Desproporcional) +) Hipocondroplasia (Desproporcional) + Nanismo Diastréfico (Desproporcional) +) Nanismo congénito - estatura média + homem:131£5,6em 4S 3 + mulher: 124 £5,9 em + DETRAN: 145 em conte 140 9, ‘Membros tons:deforiititade congénita ou adquirida Os casos de encurtamento de membro inferior serdo considerados quando superiores a 4 cm (quatro centimetros). Outras deformidades mencionadas no Decretd'n® 3.048 podem ser consideradas, desde que impliquem em deficiéncia permanente. “ Deficiéncia audit € a perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqiiéncias de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3,000Hz (Decreto n2 5.296/04, art. 52, §19, |, “b", c/c Decreto n? 5.298/99, art. 42,0). Principal dificuldade: A dificuldade principal de uma pessoa surda esta centrada em uma palavra: comunicagao. Seus problemas comecam quando precisam de alguma informaco ou quando tem que se comunicar por qualquer outro motivo. No sentido de facilitar sua comunicacao @ propiciar maior conforto no seu atendimento devemos focar nossos esforcos em comunicacao visual. Portanto as adequagdes para este grupo de pessoas a serem realizadas se resume em um item dnico: Comunicacao Visual Apesar da afericéo dever ser feita por dudiogtama, nao se exclui a necessidade de outros exames complemenitares eventualmente necessérids para estabelecer diagndsticos diferenciais entre deficiéncias permanentes é trapsitérias. . : Deficiéncia visual De acordo com o Decreto n® 3.298/99 e o Decreto n° 5.296/04, conceitua-se como deficiéncia visual: ‘* Cegueira — na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor otho, com a melhor corre¢o Optica; . * Baixa Visio — significa acuidade vistial entre 0,3 € 0,05 no melhor olho, com a melhor corrego éptica; + Os casos nos quais a somatéria da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60"; + Owa ocorréncia simultanea de quaisquer das condigées anteriores. Ressaltamos a incluséo das pessoas com baixa visio a partir da edico do. Decreto n? 5.296/04. As pessds com baixa visio $80 aquelas que, mesmo usando éculos comuns, lentes de contato, ou implantes de lentes intra-oculares, no conseguem ter uma viséo nitida, {As pessoas com baixa visdo podem ter sensibilidade ao contraste, percepcao das cores e intolerancia 8 luminosidade, dependendo da patologia causadora da pertia visual. Principal dificuldade: i IESP- Departamento de Ago Regional * 0s A principal dificuldade de uma pessoa com deficiéncia visual é a orientacao. Todas adequacdes para estas pessoas esto ligadas 8 forma com que a pessoa iré se localizar para encontrar e acessar todos os servicos que so oferecidos. Para tal, podemos pensar em algumas adaptagdes e/ou recursos que facilitem a sua ida trabalho e que proporcionem autonomia, conforto e seguranca para a realizacdo das suas atividades. Tais recursos so denominados “tecnologias assistivas” onde através delas a pessoa com deficiéncia visual teré certa autonomia para desenvolver determinadas atividades. Portanto as adequagées para este grupo de pessoas a serem realizadas se resume em um item Unico: Sinalizagao. Deficiéncia intelectual (mental) Rs maa De acordo com 0 Decreto n® 3.298/99, alterado pelo Decreto n® 5.296/04, conceitua-se como deficiéncia mental o funcionamento intelectual significativamente inferior & média, com, manifestacao antes dos 18 anos ¢ limitagdes associadas a duas ou mais éreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicacao; b) cuidado pessoal; ) habilidades sociais; 4d) utilizago dos recursos da comunidade; e) satide e seguranca; ) habilidades académicas; 8) lazer; e : h) trabalho. M Deficiéncia maltipla De acordo com o Decreto n® 3.298/99, conceitua-se como deficiéncia miltipla a associacio de duas ou mais deficit OUTROS CASOS DE PESSOA COM DEFICIENCIA? Caso de deficiéncia permanente, comi efetiva limitacSo para 0 desempenho de atividade, que nao se enquadrarem de forma explicita nestas categorias, podem ser apresentados para a apreciacSo dos auditores fiscais do trabalho ~ médicos. Dentre estes casos vale chamar a atengio para algumas das stwagSes previa: no Regilamento da Prevdinda Social, desde que alo contrariem os critérios do Decreto n® 5.296, como: SE: dugloten sles piligrast p/ Auriliy adden Aparelho de fonacao. Situagdo: Perturbacdo da palavra em grau médio ou maximo, desde que comprovada por métodos clinicos objetivos. Alterages articulares Situagées: a) reduco em grau médio ou superior dos movimentgs da mandibulla; b) reduco em grau maximo dos movimentos do segrriento cervical da coluna vertebral; * Fonte wr “A Inserelo da Pessoa crt Defiiénia no Mundo do Trabalho resgate de um dreito de cidadania" (Lucola Rodrigues Jaime e José Carlos do Carmo) ? [ESP - Deportamento de Ago Regional 26 ©) reduco em grau maximo dos movimentos do segmento lombo-sacro da coluna vertebral; 4d) redugao em grau médio ou superior dos movimentos das articulagdes do ombro ou do cotovelo; e) redugo em grau médio ou superior dos movimentos de pronaco e/ou supinaco do antebraco; f) reduc3o em grau maximo dos movimentos do primeiro e/ou do segundo quirodéctilo, desde que atingidas as articulagbes metacarpofalangeana e falange-falangeana; 8) reducdo em grau médio ou superior dos movimentos das articulages coxo-femural e/ou joelho, e/ou tibio-tarsica. NOTA 1 ~ Os graus de redugdo de movimentos articulares referidos neste quadro so avaliados de acordo com os seguintes critérios: Grau méximo: redugo acima dé déis tercos da amplitude normal do movimento da articulacao; Grau_médio: redugo de mais de um terco e até dois tergos da amplitude normal do movimento da articulagéo; Grau_minimo: redugéo de até um tergo da amplitude normal do movimento da articulacdo. NOTA 2~ A reduco de movimentos do cotovelo, de pronacdo e supinacdo do antebraco, punho, joelho e tibio-tarsica, secundaria a uma fratura de osso longo do membro, consolidada em posi¢o viciosa e com desvio de eixo, também é enquadrada dentro dos limites estabelecidos.- Redugo da forca e/ou capacidade funcional dés membros. Situagdes: a) reducéo da forca e/ou capacidade funcional da mao, do punho, do antebraco ou de todo o membro superior em grau sofrivel ou inferior da classificaggo de desempenho muscular; b) reducio da forca e/ou da capacidade funcional do primeiro quirodéctilo em grau sofrivel ou inferior; ©) reducSo da forca e/ou da capacidade funcional do pé, da pera ou de todo o membro inferior em grau sofrivel ou inferior. NOTA 1 ~ Esta classificago se aplica a situagées decorrentes de comprometimento muscular ou neurolégico. Nao se aplica a alteracées decorrentes de lesGes articulares ou de perdas anatémicas constante NOTA 2 - Na avaliacio de reduco da forca ou da capacidade funcional é utilizada a classificagao da carta de desempenho muscular da The National Foundation for Infantile Paralysis, adotada pelas Sociedades Internacionais de Ortopedia e Traumatologia, e a seguir transcrita: Desempenho muscular Grau 5 - Normal ~cem por cento - Amplitude completa de movimento contra a gravidade e contra grande resisténcia, Grau 4~ Bom ~setenta e cincg por cento ~ Amplitude completa de movimento contra a gravidade e contra alguma resisténcia, Grau 3 ~ Sofrivel ~ cinqiienta por cento ~ Amplitude completa de movimento contra a gravidade sem opor resistencia. Grau 2 - Pobre - vinte e cinco por cento — Amplitude completa de movimento quando eliminada a gravidade. Grau 1 ~ Tragos - dez por cento — Evidéncia de leve contrago. Nenhum movimento articular. Grau 0 (zero) ~ zero por cento ~ Espasmo ou espasmo grave. Grau C ou CG ~Contratura ou contratura grave. ‘FIESP Departamento de Ago Regional a NOTAS — 0 enquadramento dos casos de grau sofrivel ou inferior abrange, na prética, os casos de redugao em que hd impossibilidade de movimento contra alguma forga de resisténcia além da forca de gravidade. Outros aparelhos e sistemas Situagdes: a a) segmentectomia pulmonar que acarrete reduco em grau médio ou superior da capacidade funcional respirat6ria; devidamente correlacionada a sua atividade laborativa. ~ b) Perda do segmento do aparelho digestivo cuja localizaco ou extensio traz repercussées sobre a nutrigao eo estado geral. Audiometria Vocal: complementa os resultados obtidos na Audiometria Tonal = SRT (Limiar de Recepcio de Fala)'definido como a menor intensidade na qual o individuo consegue identifica 50% das palavras que Ihe so apresentadas a IRF (indice de Reconhecimento de Fala) corresponde ao percentual de reconhecimento, de palavras eS apresentadas no Limiar de Reconhecimento Maximo a \?* ve = IESP~ Departamento de Azao Regional 28 Dicas de convivéncia no trabalho Dicas para quando vocé encontrar uma pessoa com deficiéncia ncia, Isso & » Muitas pessoas sem deficiéncia ficam conftisas quando. encontram uma pessoa com defi natural. Todos nés podemos nos sentir desconfortaveis diante do "diferente". Nao faca de conta que a deficiéncia ndo existe. Se vocé se relacionar com uma pessoa com deficiéncia como se ela ndo tivesse uma deficiéncia, voc8 vai estar ignorando uma’caracteristica muito importante dela. Dessa forma, vocé néo estard se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que vocé Wentou, que nao é real. Aceite a deficiéncia. Ela existe e voc8 precisa'levé-la na sua devida consideracio. Nao ‘subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa. As pessoas com deficiéncia tém o direito, podem e querem tomar suas préprias decisées e assumir a responsabilidade por suas escolhas. Ter uma deficiéncia no faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa sem deficiéncia, Provavelmente, por causa da deficiéncia, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades €, Por outro lado, poderé ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo. ‘A maioria das pessoas com deficiéncia nao se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por criancas, a respeito da sua deficiéncia e como ela realiza algumas tarefas. Mas, se vocé nao tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer muitas_perguntas muito _intimas. Quando quiser alguma informago de uma pessoa com deficiencia, dirija-se diretamente a ela e no a seus acompanhantes ou intérpretes. Sempre que quiser ajudar, ofereca ajuda e aguarde!!! Sempre espere sua oferta ser aceita, antes de ==> ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazé-lo. Mas nao se ofenda se seu oferecimento for srecusado. Pois, nem sempre, as pessoas com deficiéncia precisam de auxilio. As vezes, uma determinada atividade pode ser mais. bem desenvolvida sem assist€ncia. Se vocé no se sentir confortével ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa com deficiéncia, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar. \Vocé no deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo. Se ocorrer alguma situac3o embaracosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham. Dicas de convivéncia por tipo de deficiéncia Pessoas Cegas ou com Deficiéncia Visual. Nem sempre as pessoas cegas ou com baixa visdo precisam de ajuda, mas se encontrar alguma que pareca estar em dificuldades, identifique-se, faca-a perceber que vocé esté falando com ela e ofereca seu auxilio. Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazé-lo. Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mo da pessoa no seu cotovelo e o mantenha dobrado. Ela ira acompanhar © movimento do seu corpo enquanto vocé vai andando. £ sempre bom vocé avisar, antecipadamente, a existéncia de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstéculos em geral durante 0 trajeto. Num corredor estreito, por onde sé é possivel passar uma pessoa, coloque o seu braco para trés, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo voc8. Para ajudar ina pessoa cega a sentar-se, vocé FIESP— Departamento de Ago Regional 29 deve guid-la até a cadeira e colocar a mao dela sobre.o-encosto da cadeira, informando se esta tem brago ou nao, Deixe que a pessoa sente-se sozinha. ‘Ao explicar diregBes para uma pessoa cega, seja 0 mais claro e especifico possivel, de preferéncia, indique as disténcias em metros ("uns vinte metros a sua frente"). ‘Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de vozmais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que a pessoa tenha, também, uma deficiéncia auditiva que justifique isso, ndo faz nenhum sentido gritar, Fale em tom de voz normal. Por mais tentador que seja acariciar um-céo-guia, lembre-se de que esses ces tém a responsabilidade de Buiar um dono que nao enxerga. O co nunca deve ser distraido do seu dever de guia. ‘As pessoas cegas ou com visio subnormal so como vocé, s6 que ndo enxergam. Trate-as com 0 mesmo respeito e consideracdo que vocé trata todas as pessoas. No convivio social ou profissional, ndo exclua as pessoas com deficiéncia visual das atividades normais. Dele que elas decidam como podem ou querem participar. Proporcione 8s pessoas cegas ou com deficiéncia visual a mesma chante que vocé tem de ter sucesso ou de falhar. Fique a vontade para usar palavras como "veja" e “olhe". As pessoas cegas as usam com natyralidade, Quando for embora, avise sempre o deficiente visual. Pessoas com Deficiéncia Fisica E importante saber que para uma pessoa sentada é incémodo ficar olhando'para cima por muito tempo, portanto, a0 conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possivel, lembre-se de sentar, para que vocé e ela fiquem com os olhos no mesmo nivel. A cadeira de ‘rodas (assim como as bengalas e muletas) parte do espaco corporal da pessoa, quase uma extensdo do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comumn. Isso muitds vezes € simpatico, se vocés forem amigos, mas nao deve ser feito se voces ndo se conhécem. Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissio para a pessoa. Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas néo é como empurrar um carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa. ‘Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faca-o com cuidado. Preste atencéo para ndo bater nas pessoas que caminham & frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trés para levantar as rodinhas da frente e apoi-las sobre a elevacao. Para descer um degrau, é mais seguro fazé-lo de marcha a ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em sequéncia, serd melhor pedir a ajuda de mais uma pessoa. Se vocé'estiver acompanhando uma pessoa com deficiéncia que anda devagar, com auxilio ou nao de aparethos ou bengalas, procure acompanhar o passo dela. Mantenha as’muletas ou bengalas sempre préximas 8 pessoa com deficiéncia. Se achar que ela esté em dificuldades, ofereca ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve fazé-lo. As pessoas tém suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo, e, as vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar. Qutras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberé como agir e néo se ofenda se a ajuda for recusada. jediatamente. Mas nunca Se vocé presenciar um tombo.de uma pessoa com deficiéncia, ofereca ajuda ajude sem perguntar se e como deve fazé-lo. a ‘IESP Departamento de Acdo Regional 30 Esteja atento para a existéncia de barreiras arquitetdnicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiéncia fisica. Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, podem fazer movimentos involuntérios ‘com pernas e bragos e podem apresentar expresses estranhas no rosto. Se a pessoa tiver dificuldade na fala e vocé no compreender imediatamente o que ela esté dizendo, peca para que repita. Pessoas com dificuldades desse tipo no se incomodam de repetir se necessério para que se facam entender. No se acanhe em usar’palavras como "andar" e "correr". As pessoas com deficiéncia fisica empregam naturalmente essas mesmas palavras. Quando vocé encontrar um Paralisddo Cerebral, lembre-se que ele tem necessidades especificas, por causa de suas diferencas individuais. Para lidar com esta pessoa, temos as seguintes sugestdes: * € muito importante respeitar o ritmo do PC, usualmente ele é mais vagaroso no que faz, como andar, falar, pegar as coisas, etc. * Tenha paciéncia ao ouvi-lo, a maioria tem dificuldade na fala. Hé pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiéncia intelectual. * Ndo trate 0 PC como uma crianga ou incapaz. * Lembre-se que o PC no é um portador de doenca grave ou contagiosa, a paralisia cerebral é fruto da lesdo cerebral, ocasionada.antes, durante.ou apés 0 nascimento, causando desordem sobre os controles dos misculos do corpo. Pessoas Surdas ou com Deficiéncia Auditiva. Nao é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas no falam porque no aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras ndo. Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela nao estiver prestando atencao em vocé, acene para ela 0u toque, levemente, em seu braco. Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas no exagere. Use a sua velocidade normal, a nao ser que the pecam para falar mais devagar. Use um tom normal de voz, a ndo ser que Ihe pecam para falar mais alto. Gritar nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, nao de lado ou atrés dela. Faca com que a sua boca esteja bem visivel. Gesticular ou segurar algo em frente & boca torna impossivel a leitura labial. Usar bigode também atrapalha. Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver 0 seu rosto. Se voce souber LIBRAS — Lingua Brasileira de Sinais, tente usé-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisaré. De modo geral, suas tentativas serdo apreciadas ¢ estimuladas. Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas no podem ouvir mudangas sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressdes facials, os gestos e 0 movimento do seu corpo serdo excelentes indicacSes do que vocé quer dizer. Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual, se vocé desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. Nem sempre a pessoa surda tem uma boa diccdo. Se tiver dificuldade para compreender o que ela estd dizendo, no se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas no se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessério, comunique-se através de bilhetes. 0 importante & se comunicar. O método néo & téo importante. Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se & pessoa surda, no ao intérprete. ‘Algumas pessoas mudas preferem a comunicagdo escrita, algumas usam linguagem em cédigo e outras preferem cédigos préprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciéncia e concentraco. Talvez vocé tenha que se encarregar de grande parte da conversa. ESP - Departamento de Ago Regional » 31 Tente lembrar que a comunicaco é importante. Voc8 pode ir tentando com perguntas cuja resposta seja sim/ndo. Se possivel ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela no precisard de tanto esforgo para passar sua mensagem. Mas no fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa. Pessoas com Deficiéncia Intelectual Vocé deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiéncia intelectual. Trate-as com respeito € consideracio. Se for uma crianga, trate como crianga. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal. No as ignore. Cumprimente e despeca-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa. Nao superproteja. Deixe que ela faca ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessério. No subestime sua inteligéncia. As pessoas com deficiéncia intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas.habilidades intelectuais e socials. embre-se: 0 respeito ests em priméiro lugar € sé existe quando ha troca de idéias, informacdes e vontades. Por maior que seja a deficiéncia, lembre-se da eficiéncia da pessoa que ali est. As pessoas com deficiéncia intelectual, geralmente, séo muito carinhosas. Deficiéncia intelectual no deve ser confundida com doenga mental. ‘Ao ensinar algo, escolha palavras simples e passe a informaco de forma concreta, parte por parte. Vale pedir para a PcD intelectual repetir 0 procedimento diversas vezes para apreender a informacdo antes de Feceber novas. ‘Se voc8 chegou até aqui, certamente se importa com o assunto. A maior barreira nao arquiteténica, mas a falta de informacdo e pré conceitos. Assim, compartilhe deste texto com todos de seu relacionamento e eca que eles facam o mesmo, SORT unne ve Vor. PO) ceeds. NYDN (Gtr 5) Os seis tipos de Acessibilidade A construgdo de uma empresa inclusiva depende da promogio dos seis tipos de acessibilidade para todos 05 seus funcionérios, endo apenas para as PcD ou Aprendizes. Lembre-se que 0 principio da acessibilidade é que a prépria pessoa possa executar suas atividades com autonomia e seguranca! Os seis tipos de acessibilidade devem permear todas as Areas, atividades e produtos da empresa. Para implementé-la, 6 necessério que cada drea tenha consciéncia de cada uma delas e do que cabe a cada funcionério promover. Os seis tipos de acessibilidade so: “NARQUITETONICA: Sem barreiras ambientals fisicas. “NATITUDINAL: Sem preconceitos, estigmas, esteredtipos e discriminagées. > COMUNICACIONAL: Sem barreiras na comunicacdo interpessoal. S METODOLOGICA: Sem barreiras nos métodos e técnicas de trabalho INSTRUMENTAL: Sem barreiras nos instrumentos e ferramentas de trabalho. PROGRAMATICA: Sem barreiras invisiveis embutidas em politicas e normas da empresa. Exemplos: ARQUITETONICA: Rampas, elevadores, catracas acessiveis, etc. ATITUDINAL: Dicas de convivéncia, receptividade na rea, treinamento, convidar para eventos da érea, etc. COMUNICACIONAL: Libras, legendas nos videos, simplificaco da comunicaco para PcD intelectual, sites e comunicados virtuais acessiveis aos sistemas de leitura de tela para PcD visual, etc. METODOLOGICA: Mudanca nos métodos de producao e trabalho para permitir que sejam executados por uma PcD. Concentracdo de atividades rotineiras e de baixa complexidade em uma nova fungo para uma PcD intelectual, etc. INSTRUMENTAL: Software de voz, ponteiras, colméias nos teclados, sistemas eletrdnicos intuitivos, lupas, lupas eletrdnicas, etc. PROGRAMATICA: Alteracao das normas da empresa para equidade de direitos: Ex: abono da auséncia de um cadeirante no dia em que se ausenta para manutengo da cadeira de rodas, etc. FIESP~ Departamento de Ago Regional . ° 33 NogGes de acessibilidade para cada deficiéncia Todas as deficiéncias necessitam de acessibilidade atitudinal mais alguma especifica. Vérias empresas precisam de acessibilidade programética para poder ser respeitadas dentro das empresas e das metas apresentadas. Bar Tipo de Deficiéncia Acessibilidade Fisica Arquitet6nica ‘th Comunicacional: Libras, portugues escrito aaa simplificado, leitura labial, Braille, audiodescrigdo, piso tactil, Software de voz ae (Jaws, F123, Virtual, etc.) lupa eletrénica, etc. Intelectual Metodolégica, instrumental, comunicacional Tecnologia assistiva existentes no mercado. “Tecnologia Assistiva é uma érea do conhecimento, de|caracteristica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, priticas e servicos que objetivam promover a funcionalidade, relacionada & atividade e participacSo, de pessoas com: deficiéncia, incapacidades :ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independéncia, qualidade de vida'e incluso social” Sistema de Classificagao para os Recursos e Servicos de Tecnologia Assistiva A: Elementos Arquiteténicos Recursos de apoio Recursos para abrir € fechar portas ¢ janelas Elementos para a Construcdo da casa Elevadores/guindastes/rampas Equipamentos de seguranca Pavimentos B: Elementos Sensoriais ‘Ajudas épticas Recursos auditives ‘Ajudas cognitivas Recursos para deficiéncia miiltipla ‘Ajudas para comunicagao alternativa : Computadores Hardware Software ‘Acessorios para 0 computador ‘aleuladoras especializadas Recursos de realidade virtual D: Controles Sistemas de controle do ambiente Acionadores temporizados Controle remoto Controles operaciénals E: Vida Independente Vestuario, Ajudas para higiene ‘Ajudas/recursos para protecdo do corpo Ajudas para vestir/despir Ajudas para banheiro ‘Ajudas para lavar/tomar banho ‘Ajudas para manicure/pedicure ‘Ajudas para cuidado com o cabelo ‘Ajudas para culdado com os dentes ‘Ajudas para o cuidado facial/da pele ‘judas para organizagao da casa/doméstica Ajudas para manusear/manipular produtos ‘Ajudas para orientacao Outros equipamentos médicos durdveis F: Mobilidade Transporte (vefculo motor, bicileta) FIESP Departamento de Ago Regional ‘Ajudas para cartinhar e ficar em pé Cadeira de rodas Outros tipos de mobitidade G: Orteses/Préteses ‘Sistemas de drtese para coluna Sistemas de értese para membros superiores Sistemas de drteses para membros inferiores Estimuladores elétricos funcionais Sistemas de értese hibridas Sistemas de prétese para membros superiores Préteses para membros superiores Sistemas de prétese para membros inferiores Proteses . cosméticas/ndofuncionais para membros Inferlores Outras Préteses . Hi: Recreagdo/Lazer/Esportes Brinquedos Jogos para ambientes internos Artes e trabalhos manuals Fotografia [Aptido fisica Jardinagem/atividade horticultural ‘Acampamento Caminhada Pesca/caca/tiro Esportes Instrumentos musicais 1. I: Mévels Adaptados/Mobiligrio Mesas Faso para luz Cadeiras/méveis para sentar Camas/ roupa de cama ‘juste de altura dos mévels Méveis para o trabalho J: Servigos, ‘Avaliacio individual ‘Apolo para adquirirrecursos/servigos Selecio de recursos e servicos e utilizacdo dos servicos CoordenacSo/articulagso com outras terapias © servigos ‘Treinamento e assisténcia técnica Outros servigos de apoio 35 PAPEIS DE CADA AREA NA ORGANIZACAO Recursos Humanos: Atragao e Selecdo; desenvolvimento das PcD, capacitagées, sensibilizagao, etc. (© que a empresa deve observar na seleco de empregado com deficiéncia? A equipe que efetua a selecdo deve estar preparada para viabilizar a contratacdo desse segmento. Principalmente, precisa ter claro que as exigéncias a serem feitas devem estar adequadas as peculiaridades que caracterizam as pessoas com deficiéncia. Se isto nao ocorrer vai ser exigido um perfil de candidato sem qualquer tipo de restricdo, 0 que acaba por inviabilizar a contratagao dessas pessoas. Camo: tal pode configurar uma espécie de fraude contra a Lei de Cotas, que foi criada justamente para abrir'o mercado de trabalho para um segmento que ndo consegue competir em igualdade de condigdes com as demais pessoas (art. 36, alinea “c”, da Recomendacao n® 168 da OMT, c/c item 4 do Repertério de Recomendacées Praticas da OIT: Gestio de questées relativas a deficiéncia no local de trabalho). | ‘Antes de ser instituida a obrigatoriedade de contratagZo de pessoas com.deficiéncia, raras eram as ‘empresas que as empregavam. Portanto, a elas ndo foram dadas oportunidades para terem em seu curriculo experiéncia profissional. Assim, de uma forma geral, delas ndo deve exigir experiéncia. Quando a experiéncia for efetivamente necesséria a0 desempenho da funco, a propria empresa deve oportunizar que a pessoa adquira internamente as habilidades, a postura de trabalho e os conhecimentos exigidos para ‘o exercicio de certos cargos (art. 36, alinea “c”, da Recomendaco n2 168 da OIT, c/c item 4.4 do Repertério de RecomendagSes Praticas da OIT: Gestdo de questées relativas & deficiéncia no local de trabalho). Do candidato com deficiéncia pode ser exigida experiéncia? pode oon. Como a empresa deve encarar a escolaridade? AAs pessoas com deficiéncia também no foram dadas iguais oportunidades de acesso a escolarizacéo. Entretanto, muitas vezes, apesar de no terem a certificacdo, tiveram acesso ao conhecimento através Secretaria de Fiscalizacdo do Trabalho (SIT) 26 do apoio da familia ou da comunidade local. De outro lado, muitas vezes € exigida, de forma generalizada, um patamar de escolaridade que ndo é compativel com as exigéncias de fato necessérias para o exercicio das fungdes. Assim sendo, ao candidato deve ser dada a oportunidade de fazer um teste para revelar suas reais condigdes de realizar o trabalho (art. 36, alinea “c”, da Recomendaco n® 168 da OMT, c/c item 4 do Repertério de RecomendagSes Préticas da OIT: Gestao de questies relativas & deficiéncia no local de trabalho). Que outras atitudes podem ser'adotadas para facilitar a contratagdo de pessoas com deficiéncia? 0 modelo atual de organizagio do trabalho impés um perfil de trabalhador polivalente que desempenha indmeras fungdes. Dependendo das'limitagdes impostas pela deficiéncia, muitas vezes a pessoa no consegue desenvolver 0 conjunto das fung6es inseridas num mesmo'cargo. Entretanto, pode realizar a grande parte delas. A empresa; sempre que possivel, deve verificar a possibilidade de desmembrar as fungbes de forma a adequar o cargo 8s peculiaridades dos candidatos (art. 36, alinea “d”, da Recomendaco n? 168 da OT). (© que a empresa deve observar quando realizar entrevistas e testes com candidatos com deficiéncia? Os instrumentos utilizados'devem estar em formato acessivel para as diferentes deficiéncias, como, por exemplo, a presenca de intérprete de sinais, quando 0 candidato for surdo, teste em braile para (95 cegos, etc. O ideal, quando forem ofertadas as vagas, € incentivar que os candidatos informem antecipadamente as suas necessidades para participarem do processo seletivo (item 4.2 do Repertério de RecomendagSes Préticas da OIT: Gestdo de questdes relativas & deficiéncia no local de trabalho). ‘A empresa para selecionar candidatos a emprego pode usar critérios como idade, sexo, cor, boa aparéncia, nao estar inscrito no servico de proteco ao crédito, etc.? Na selecio de empregados, com deficiéncia ou ndo, nao podem ser usados critérios pessoais. Somente os ecessérios para exercicio da atividade podem ser exigidos. Se os requisitos nao forem estritamente técnicos, a empresa incorre em infragao trabalhista e até penal por discriminagdo (art. 373-A, |, I, V, da CLT, c/cart. 12 da Lei n° 9.029/95). ‘Onde podem ser encontrados candidatos a emprego com deficiéncia? Os postos do Sistema Nacional de Empregos (SINE) mantém cadastro:de candidatos com deficiéncia para insergao no'mercado de trabalho. Os reabilitados podem ser encontrados nos Centros e Unidades Técnicas de Reabilitac3o Profissional do INSS. As escolas e entidades representativas das pessoas com deficiéncia também dispdem de cadastros de seus associados. No Sistema de Informacdes da Coordenadoria Nacional para Integracdo da Pessoa Portadora de Deficiéncia (SICORDE) ha uma relacdo de instituigdes que atuam na area de atenco a pessoa portadora de deficiéncia: htt .ov.br/sedh/ct/corde/dpdh /legis/consultaruf.ast Como se considera a pritica da empresa de concentrar-se num tipo Gnico de deficiéncia? Essa atitude pode ser entendida como uma pratica discriminatéria. A finalidade da legislago é garantir 0 ‘acesso ao trabalho a todas as categorias de deficiéncia (art. 72, XXX!, da Constituigdo Federal, c/c art. 4° da Recomendacao n? 168 da OIT). Pode a empresa buscar apenas pessoas com deficiéncias leves para contratar? Esse também pode ser considerado. um ato discriminatério. 0 que deve ser buscado pela empresa é a pessoa € ndo a deficiéncia. As pessoas com deficiéncias tm o direito de serem respeitadas sejam quais forem a.natureza e-a severidade de sua deficiéncia (art.-72, XXX, da Constituigo Federal, c/c art. 3° da Declaracéo dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiéncia). E adequado associar algumas tarefas a certos tipos de deficiéncia? E comum a associagéo dos deficientes auditivos com o trabalho em almoxarifados, a dos visuals com a telefonia e os fisicos com o teleatendimento. Tal correlacao & restritiva, pois ndo permite vislumbrar as diversas potencialidades que as pessoas com deficiéncia podem desenvolver no trabalho, desde que os postos estejam devidamente adaptados: Hé, por exemplo, portadores de deficiéncia visual trabalhando como ‘controladores de qualidade no setor de pinturas da industria automobilistica, pessoa com deficiéncia auditiva atendendo no balcao de padaria, cadeirante supervisionando a saida de clientes em uma livraria e pessoa'com deficiéncia mental pesando hortalicas, legumes e frutas em supermercado. Os exemplos sio diversos. Assim que, antes de dizer que uma pessoa portadora de deficiéncia nao tem condigées, € preciso dara ela oportunidade de revelar suas reais condigées de desempenhar as fung6es. Por outro lado, no se pode esquecer que o desenvolvimento tecnolégico vem propiciando, cada dia mais, que as pessoas com deficiéncias realizem atividades antes inimagindveis para elas. ‘Quem pode assessorar e apoiar as empresas nos processos de incluso de pessoas com deficiéncia? A maior dificuldade das empresas reside no seu desconhecimento sobre a questo da deficiéncia reconhecendo stias possibilidades e limitacdes. Essa situag3o gera medo, inseguranca e preconceitos e pode inviabilizar 0 processo de inclusdo. Para superar essa limitaco, a empresa pode buscar apoio junto as entidades e escolas de pessoas com deficiéncia que detém actimulo de conhecimento sobre a matéria e IESP ~ Departamento de Agdo Regional 37 podem se constituir em importantes parceiras desse proceso. Nesse sentido, é proverbial o lema do Ano Internacional das Pessoas com Deficiéncia em 2004: “Nada sobre nés sem nés” Contrato de Trabalho Hé alguma regra especial quanto a assinatura da CTPS e a formalizago do contrato de trabalho com uma pessoa com deficiéncia? Nao hd nenhuma regra especifica. Aplicam-se as normas gerais da CLT. 6.4.2 A pessoa com deficiéncia tem direito a uma jornada especial? [fo ‘Sim, pode ter um hordrio flexivel e reduzido, com proporcionalidade de salério, quando tais procedimentos Torem necessarios em razo do seu grau de deficiéncia. Para atender, por exemplo,.a necessidades especiais, como locomodo, tratamento médico, etc. (art. 35, § 28, do Decreto n® 3.298/99). Que salério deve ser pago ao empregado com deficiéncia? Nao hd qualquer diferenciaco neste caso, sendo o salério igual aos demais empregados na mesma funcéo, for forca do art. 78, incisos XXX e XXXI, da Constituico Federal de 1988 e o art. 461 da CLT. Acompanhamento e Avaliagao (© que deve ser observado para a integraco do empregado com deficiéncia no ambiente de trabalho? E importante que a empresa desenvolva um processo de acompanhamento do empregado com deficiéncia visando sua integracdo com os colegas e chefia.e adaptacSo as rotinas de trabalho. Para tal, tanto 0 empregado:como a chefia devem ser questionados sobre as questdes suscitadas com o ingresso do novo empregado. Muitas vezes 0 proprio empregado vai sugerir adaptacdes no seu posto de trabalho e o chefe, orientado e apoiado nas dificuldades relatadas, poder encontrar a soluco para melhorar a realizagao das rotinas. ‘Aavaliaco do desempenho da pessoa com deficiéncia deve ser especial? Sim, j4 que deve levar em conta as implicagdes de suas limitacdes na produtividade. A prépria CLT parte do pressuposto que o rendimento desse grupo é menor, jé que nao autoriza sua utilizac3o como paradigma para fins salariais. Se usados os critérios utilizados como padrdes de avaliacéo, ndo estariam sendo respeltadas as peculiaridades das pessoas com deficiéncia (art. 62, inciso Ill, do Decreto né 3.298/99, ¢/c art. 461, § 42, da CLT). Que outras questées devem ser observadas? Na avaliagéo deve-se verificar sé 0 empregado teve acesso aos treinamentos, manuals, regulamento € informacdes sobre a empresa. Por exemplo, se &s pessoas com deficiéncias visual e auditiva foi dado pleno conhecimento das normas da empresa. igualmente, se o posto de trabalho foi adaptado as suas condigdes pessoais. Se isso néo ocorreu, além dos prejuizos a satide, pode redundar na diminuicdo da produtividade. ‘Aavaliagdo especial ndo pode ser entendida como discriminatéria? FIESP- Deportamento de Agio Regional i 38 Nao, j4 que se trata de proporcionar igualdade de oportunidades para os que tém desvantagens. Essa avaliacdo especial deve estar relacionada aos demais instrumentos de avaliacdo da empresa de forma que ‘o empregado com deficiéncia possa participar dos processos de promocao internos (art. 42 da Convencion? 158, da O1T). Aavaliac3o especial é sinénimo de paternalismo? © respeito as limitagSes das pessoas com deficiéncia, que devem receber igualdade de oportunidades, no pode ser confundido com paternalismo ou privilégios. Respeitar os limites e peculiaridades no significa que do empregado com deficiéncia nao seré exigido o cumprimento das obrigacdes préprias do contrato de trabalho (art. 58, II, do Decreto n® 3.298/99). Outros Aspecto © empregado com deficiéncia tem direito ao vale-transporte? Sim, salvo'se for detentor de passe livre que o.isente do pagamento de passagens, em transporte coletivo, em todo o trecho de ces camento entre a sua residéncia ¢'0:local de trabalho (art, 1° da Lei n® 6.418/85). fuk ‘Sonw Como informar na Relaco Anual das Informagdes Ameeis (RAIS) que o empregado possui algum tipo de deficiéncia? No campo sobre os dados pessoais do empregado, no item “Deficiente” deve ser marcada’a quadricula “SIM”, se o trabalhador é portador de deficiéncia. A empresa é passivel de autuacao, se apresentar a RAIS contendo informagées inexatas ou declaracdes falsas (art. 24 da Lei n® 7.998/90, c/c art. 72'do Decreto n® 76.900/75). No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) deve ser informado se 0 empregado 6 portador de deficiéncia? Sim, em qualquer movimentagio, deve ser informado no campo reservado os dados cadastrais do ‘empregado, no item “Def. Fisico”, colocando 1. FIESP- Departamento de Apo Regional ~ 39 Programas internos de Inclusaéo com base na Instru¢géo Normativa 98/2011 (Base de fiscalizagao) para qualidade nos programas Para se construir ou avaliar se um programa de inclusdo de PcD atenderd ao fim proposto, cada empresa deve ter clareza a Convencio sobre os Direitos da Pessoa com Deficiéncia e atuar de forma a tornar todo 0 ambiente de trabalho inclusivo. ‘Abaixo alguns pontos jé enumerados pela INSB quanto & praticas que as empresas devem observar: Se¢do I... Da Incluséo da Pessoa Com Deficiéncia... Art. 72 A caracterizagio da condigo de pessoa com deficiéncia dar-se-4 com base no Decreto n.® 3.298, de 20 de dezembro de 1999, observados os dispositivos da Convengio sobre os Direitos da Pessoa com Deficiéncia. Art. 11. No intuito de colbir préticas discriminatérias, 0 AFT deve verificar se esté sendo garantido '0’direito a0 trabalho das pessoas com deficiéncia ou reabilitadas, em condig6es de igualdade de oportunidades com as demais, pessoas, com respeito a todas as quest6es relacionadas ao emprego, observando, dentre-outros aspectos: 1 - garantia de acesso 8s etapas de recrutamento, selegao, contratagdo e admissdo, capacitarso e ‘ascensio profisional, sem ocorréneia de exclusdes de pessoas com base, a priori: na deficiéncia ou na condigao de reabilitado; 11 - distribuigSo, pela empresa, dos empregados com deficiéncia ou reabilitados nos diversos cargos, fungbes, postos de trabalho, setores e estabelecimentos, preferencialmente dé forma proporcional:tendo como parémetro as reais potencialidades individuals e as habilidades requeridas para a atividade; ill=-manutengdo no emprego; 1V- jornada de trabalho ndo diferenciada, salvo excecdo prevsta no § 28 do art. 35 do Decreto 3.298, de 1999; \V-remuneracgo equitativ Vi-acessibilidade ampla; e Vil -condigaes de saide e seguranca adaptadas as necessidades dos empregados. Art, 12, Quando do exame dos programas relativos & sade e seguranga, tals como 0 Programa de Prevencdo de Riscos Ambientais - PPRA e o Programa de Controle Médico de Satide Ocupacional - PCMSO, o AFT deve verificar se foram contempladas as medidas necessérias para garantir aos trabalhadores com deficiéncia e reabilitados condicées de trabalho seguras e saudaveis e, da mesma maneira, verificar se a Comisséo Interna de Prevencao de Acidentes - CIPA, quando obrigatéria, acompanha a incluso desses trabalhadores, inclusive documentando em ata esse ‘acompanhamento. [IESP- Departamento de Ago Regional 40 Estratégia de custeio e cumprimento de TAC ou Termos de _ Compromisso em curto prazo. . Em algumas empresas onde néo se conseguiu prazos ou aprovagdes suficientes para que os processos regulares de atracio e selecdo conseguissem contratar as PcD, encontramos algumas priticas que trouxeram bons resultados as empresas € as PcD em planos de contratacao e capacitacao de grupos de — PcD: Ss Partimos de duas realidade: ‘A= Prazos estipulados pelos Termos de Compromissos e TAC; B—Prazos estipulados pela prépria organizacao. : Em ambos 0 casoso Diretor de RH deve partilhar a responsabilidade com o CEO da empresa e seus pares. Etapa preliminar: Dividir a cota de PcD de forma proporcional em todo o negécio. Caso existam dreas com muita especificidades que fazem dificil encontrar PcD habilitadas para a funcdo, sugerimos a divisio _ compartilhada dessa cota das éreas dificeis em reas com maior facilidade para contratacao, mas sempre mantendo ativa a busca e promocdo interna de PcD para essas posiges em médio e longo prazo. Exemplos utilizados por empresas que completaram grandes cotas de PcD: ~ 1.~Capacitagao de PeD em grupos; Vantager 1 —Permitem a contratago de um grupo de PcD de uma sé ver; L Desvantagens 1 ~ Apés 0 curso as PcD podem ter dificuldade de adaptaco, caso 0 programa de capacitacso no envolva fases de imersio'na empresa. = 2 - Criagdo de um centro de custo “Institucional” para contratag3o de PcD em.maior nimera do que as vagas — cexistentes nas reas. Essa estratégia deve levar em considerag3o um teto maximo onde as PcD poderio ficar alocadas no centro de custo institucional. Vantagem: 2 1-0 Gestor de uma érea recebe uma pessoa a mals para desenvolvé-la no dia-dia, sem impactar nos atuais custos; 2—Ha um maior controle sobre o desempenho, desligamento, ete. - 3~ Ha muita facilidade em movimentar as PcD entre as éreas, caso exista dificuldades de adaptagao da Peo. Desvantagens: Muitos gestores se acomodam em ter um “recurso extra” e no se empenham em absorvé-lona seu _ préprio centro de custo. '3~Aprendiz com deficiéncia. Deve observar as regras da cota de aprendiz para seguir essa estratégia; ~ \Vantagem: 1~ A PcD como aprendiz segue uma carreira inclusiva, mantendo.o mesmo nivel de escolaridade e desenvolvimento dos demais jovens > Desvantagens: 1-N30 hd RESP - Departamento de Ado Regional . a GESTAO DE AMBIENTES INCLUSIVOS _ Governanga do Projeto Governanga corporativa é 0 conjunto de processos, costumes, politicas, leis, regulamentos e instituicdes que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. O termo inclui também © estudo sobre as relagdes entre os diversos atores envolvidos (os stakeholders) e os objetivos pelos quais a empresa se orienta. Os principals atores tipicamente so os acionistas, a alta administracao e 0 conselho de administracgo. Outros participantes da governanca corporativa incluem os funcionérios, fornecedores, clientes, bancos e outros credores, instituiges reguladoras (como aCVM, 0 Banco Central, etc.) e a comunidade em geral. (wikipedia.org) Para a‘ construgio de um ambiente’ inclusivo & fundamental que os sels “tipos de acessibilidade (apresentadas no inicio desse material) sejam implantados, pois cada um deles atingird uma determinada rea da empresa, atingindo desde os acionistas até os terceiros e comunidade onde a empresa esté inserida, A proposta apresentada aqui tem uma abordagem sistémica, ou seja, suas varias frentes se entrelacam e executadas na grande maioria das vezes, simultaneamente. ‘Abaixo apresentamos 0 exemplo de uma estrutura para ilustrar focos no modelo proposto para a Diversidade como um todo: 1 —Definigo do que é Diversidade para a organizacao; 2=Politicas da empresa (cédigo de conduta, regras de elegibilidade para programas internos, etc.); 3—Consciéncia e apoio do CEO e Diretos para Diversidade; 4—Definicao dos indicadores (quantitativos e qualitativos); 5-Av 40 e acessibilidade em todas as areas e processos da empresa; 6 — Plano de sensibilizacéo, conscientizago e treinamento dos lideres da alta gestdo, com destaque nos resultados de Diversidade para 0 negécio; 7 - Plano de sensibilizago, conscientizago e treinamento dos lideres, com destaque nos resultados de Diversidade para o negécio; 8 - Plano de sensibilizacao, conscientiza¢ao e treinamento dos funciondrios, com destaque nos resultados de Diversidade para 0 negécio e das oportunidades de carreira gerados por ela; 9 - Plano de comunicagao de todo o programa para todos da organizaco, especialmente terceiros, clientes e comunidade; 10 ~ Acompanhamento das acées de sensibilizagio, conscientiza¢ao e trelnamento dos terceiros da empresa (necessidade de alinhamento dessa demanda junto aos fornecedores); 11 ~ Defini¢ao de uma drea/pessoa na organizacao para administrar o tema Diversidade e levé-la para cada rea da organizacéo; 12 Fazer com que todos 0s processos e areas sejam inclusivos e nao criar “guetos” ou ilhas acessi FIESP— Departamento de Agdo Regional a2 13 — Elaborar um plano de comunicacao e treinamento para novos contratados; 14 ~ Sugerir pré ativamente solugées para cada drea do negéci 15 —Outras ages. Exemplo: Modelo de indicadores de Diversidade Diversity : May 2012 Diversity- overview nates: ‘Te Dray ators atl ret oe Gal genes a he spect of Baer are: Rests: zo09 2010 201 2012 eae Ged oer Bt fewer rte tte : 6 os se ecaess oe Ha recat isin fai gun wr 60 8 SOWAR- tec PD Actempoyeesctnedes 1 23a voursArpentce Nunberetpselelo epee 6515 86h Anpemaresan moet os se cat eapenge Atecfon Inwsinere-SecalPnjods (020) 87) 87K castes Pega tpg - : heey ea emeenineatmponematnny ff oS SA © controle dos indicadores e das ages necessérias para a governanca de um programa deve acontecer ‘com autonomia pela equipe de RH, mesmo que os custos sejam rateados entre as dreas do negécio. Os indicadores que apresentaréo as necessidades e prioridades do programa para a alta gestdo e assim, conseguir as aprovagdes necessdrias para a implantagao das atividades. Um exemplo é 0 indicador: n® de PcD na organizagio. A meta seré a cota obrigatéria preenchida (ou on? determinado pelo TAC ano a ano, por exemplo).. A partir desse indicador, o gestor do programa saberé desmembrar agGes para contratar, reter, controlar, etc. a quantidade e a qualidade das PcD que ali esto. Modelo de governanga — Plano de retenc40/desenvolvimento junto as PcD FIESP— Departamento de Asdo Regional : 43

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