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Tecnologia Elétrica 11ªC I.M.P.

V – Ano letivo 21/22

CAP. III – PROTECÇÃO DE CANALIZACÕES

3.1- INTRODUÇÃO

O “R.S.I.U.E.E” estabelece no seu artigo 567 a obrigatoriedade de as


instalações de utilização serem convenientemente protegidas por aparelhos de
actuação automática que impeçam que os valores característicos de corrrente e
de tensão da instalação ,ultrapassem os valores de segurança.

Neste capítulo trataremos da protecção da canalização contra


sobreintensidades (sobrecargas e curto-circuitos).

 Os aparelhos de protecção contra sobreintensidades deverão, em regra,


ser colocados no ínicio das canalizações que protegem (art. 576).
 Por outro, sempre que haja redução da secção de uma canalização
deverão ser aí colocados aparelhos de protecção contra sobrecargas e
curto- circuitos (art. 578 e 581).
Estas diferentes protecções têm como principais finalidades permitir uma
adequada selectividade e coordenação na instalação eléctrica global.

Fig. Protecção, Coordenação e selectividade nos fusiveis

 O regulamento prevê no seu art. 579 a dispensa da protecção contra


sobrecargas nas canalizações que não sejam susceptíveis de ser
percorridas por correntes de sobrecargas, desde que se encontre
protegidas contra curto-circuitos e não comportem derivações ou
tomadas ao longo do seu percurso.
Entre os aparelhos não susceptíveis de originar sobrecargas,refiram-se
os aparelhos de aquecimento ( convectores, irradiadores, fogões, etc.).

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 Os dispositivos a utilizar para a protecção contra sobrecargas poderão


ser contactores - disjuntores providos de relés térmicos. Os dispositivos
a utilizar para a protecção contra curtos-circuitos são usualmente relés
electromagnéticos e corta-circuitos fusíveis.
 O regulamento obriga á utilização de disjuntores ( equipados de relés
electromagnéticos térmicos) para a protecção contra sobreintensidades,
em instalações de utilização estabelecidas em locais residenciais ou de
uso profissionais, em estabelecimentos recebendo públicoe em
estabelecimentos agrícolas ou pecuário.
3.2 - Protecção de canalizações eléctricas contra sobrecargas
 A protecção de canalizações contra sobrecargas é obtida por colocação
nos condutores de fase (art 575) de aparelhos com características de
funcionamento tal que a intensidade limite de não fusão ou não
funcionamento (Inf) não seja superior a 1,15 vezes a intensidade de
corrente máxima admissível na canalização (Iz) (art0 577) : Inf ≤ 1,15.Iz
A intensidade nominal do aparelho de protecção não deverá ser superior á
intensidade de corrente máxima admissível na canalização a proteger ( Iz).
 De notar que, em regra, a secção dos condutores de um circuito é
escolhida de modo que a correspondente intensidade de corrente
máxima admissível seja, pelo menos, igual á intensidadade de corrente
de serviço ( IS), isto é, IS ≤ IN ≤ IZ.
3.3 - protecção de canalizações elétricas contra curto - circuitos
Na protecção ded canalizações contra curto-circuitos, a intensidade nominal
dos aparelhos de protecção deve ser determinada de modo que a corrente de
curto- circuito seja cortada antes de a canalização poder atingir a sua
temperatura limite admissível.
A determinação referida deverá ser efectuada por comparação entre a
características de funcionamento do aparelho de protecção e a características
de fadiga térmica da canalização, considerando-se cumprido o disposto no
parágrafo anteriorse o tempo de corte do aparelho de protecção for inferior ao
calculado pela expressão:
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sendo:

t- tempo de corte do aparelho de protecção, expresso em segundos;


k- constante cujo valor é :
 Para condutores com alma de cobre isolada a PVC : 115;
 Para condutores com alma de cobre isolada a borracha natural, borracha
butilica,polietileno reticulado ou etileno-propileno. 135;
 Para condutores com alma de alumínio isolada a PVC :74
 Para condutores com alma isolada a borracha natural, borracha,
butílica, polietileno reticulado ou etileno- propileno : 87;

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S - secção nominal dos condutores expressa em mm2;


ICC - corrente de curto-circuito mínima, isto é, a corrente que resulta de um
curto circuito franco verificado no ponto mais afastado do circuito
considerado, expressa em A.

Atendendo á correcção do valor da resistência com a variação de temperatura


para θ2 = 250c (a =0,004 0C-1), vem: R , c = 0,11(1 + 0,004×(25-20)) = 0,1122Ω
Finalmente, vem RT= Rm + R, c = 0,18 + 0,1122 = 0,2922Ω
Para um curto-circuito franco entre duas fases, teremos: Icc=

Atendendo o art0. 580, o tempo máximo t, durante o qual a canalização poderá


ficar submetida ao curto-circuito, será:

Tft = ( k ) 2 = 0,78 s

Se observarmos a curva do fusível gl de 50A , anteriormente escolhido, vemos


que ele funde em menos de 0,01s quando a corrente atinge os 1300ª (tempo
bastante inferior ao máximo admissível que é de 0,78s) pelo que se conclui
que o fusível escolhido também protege a canalização contra os curto-
circuitos. Repare que os fusíveis representados (gl ou aM) têm poder de corte
elevado (10KA e 100KA), oque quer dizer que só, representamos pequenos
troços de cada curva.

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TABELA Intensidade admissível em cabos de tensão nominal


1 0,8/1,2 kv ou 2,4/3,6 kv

SECÇÃO CABOS INSTALADOS AO AR CABOS ENTERRADOS


NOMINAL
2
MM
1 2 3e4 1 2 3 e4
CONDUTOR CONDUTORES CONDUTORES CONDUTOR CONDUTORES CONDUTORES

1,5 27 22 20 34 30 25
2,5 36 30 28 45 40 35
4 48 40 36 60 50 45
6 60 50 48 75 65 60
10 85 70 65 105 90 80
16 115 95 90 140 120 110
25 145 125 110 180 155 135
35 175 150 130 220 185 165
50 205 180 150 260 220 190
70 260 225 195 280 280 245
95 310 270 235 290 335 295
120 355 305 270 445 380 340
150 400 350 310 500 435 390
185 440 390 355 550 515 445
240 500 455 410 625 570 515
300 555 510 470 695 640 590
400 630 610 560 785 760 700
500 685 ---- ---- 855 ---- ----

16 90 75 70 115 95 90
25 115 100 90 145 125 110
35 140 120 105 170 150 130
50 165 150 125 210 180 155
70 210 180 155 260 225 195
95 250 215 190 310 270 235
120 285 245 215 355 305 270
150 320 280 250 400 350 310
185 350 310 285 440 390 355
240 400 365 330 500 455 410
280 430 --- --- 540 --- ---
300 445 410 375 555 510 470
380 495 --- --- 620 --- ---
400 505 490 450 630 610 560
480 535 --- --- 670 --- ---
500 550 --- --- 685 --- ---

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TABELA Intensidades admissíveis em cabos


2 de tensão nominal 4,8,/7,2 KV

SECÇÃO CABOS INSTALADOS AO AR CABOS ENTERRADOS


NOMINAL
mm2
1 condutor 3 condutores 1 condutor 3 condutores

10 75 60 100 75
16 105 80 130 100
25 135 105 170 130
35 165 130 210 160
50 195 145 250 185
70 250 190 310 235
95 300 225 375 280
120 345 260 430 325
150 390 295 485 370
185 430 335 535 420
240 490 390 615 490
300 545 445 680 560
400 620 525 770 660

16 85 65 105 85
25 110 85 135 105
35 130 105 165 130
50 160 120 200 150
70 200 150 250 190
95 240 180 300 225
120 275 210 345 260
150 310 235 490 295
185 345 270 430 335
240 390 310 490 390
300 435 355 545 445
400 495 420 620 525

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TABELA Factores de correcção para cabos


4 Multicondutores entrada ()

NÚMERO DE CABOS COM


PEQUENO AFASTAMENTO 2 3 4 5 6 8 10

Multiplicar os valores das


tabelas 1 a 3 por 0,90 0,80 0,75 0,70 0,65 0,62 0,62

TABELA Factores de correcção para grupos de


5 Cabos monocondutores enterrados ()
NÚMERO DE GRUPOS COM
PEQUENO AFASTAMENTO 2 3 4
Multiplicar aos valores:
Das tabelas 1 a 3 por
0,80 0,75 0,70

FACTORES DE CORRECÇÃO PARA CABOS


TABELA INSTALADOS AO AR ()
6

NÚMERO DE CABOS 3 6
Cabos com 0,95 0,90
Multicar os valores das tabelas Pequeno
1 a 3 por Afastamento
Cabos 0,80 0,75
Encostados

Factores de correcção para temperaturas ambientes


TABELA diferentes de 20º C ()
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TEMPERATURA AMBIENTE º C 5 10 15 20 25 30 35
Tensão nominal 1,15 1,10 1,05 1,00 0,94 0,88 0,82
Multiplicar os valores das até 4, 8 /7,2 KV
tabelas 1 a 3 por inclusive
Tensão nominal 1,20 1,13 1,07 1,00 0,93 0,85 0,76
7,2 /12KV

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TABELA Características das almas condutoras de cobre


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RÍGIDAS

Resistência máxima em corrente contínua a 20 º C


  /km
Cabos monocondutores Cados
SECÇÃO NÚMEROS E cabos com Multicondutores
NOMINAL DE FIOS Condutores paralelos Cabelados
mm2 Cobre não Cobre Cobre não Cobre
estanhado estanhaodo estanhado estanhado

0,2 1 88,5 89,5 - -


0,3 1 53,1 53,7 - -
0,5 1 35,4 35,8 - -
0,75 1 23,8 24,0 - -
1 1 17,7 17,9 18,1 18,2
1,5 1 11,9 12,0 12,1 12,2
2,5 1 7,14 7,21 7,28 7,35
4 1 4,47 4,51 4,56 4,60
6 1 2,97 3,00 …… 3,03 3,06
10 7 1,791 1,81 1,83 1,84
16 7 1,13 1,14 1,15 1,16
25 7 0,712 0,719 0,727 0,734
35 19 0,514 0,519 0,524 0,529
50 19 0,379 0,383 0,387 0,391
70 19 0,262 0,265 0,268 0,270
95 19 0,189 0,191 0,193 0,195
120 37 0,150 0,151 0,153 0,154
150 37 0,122 0,123 0,124 0,126
185 37 0,0972 0,0982 0,0991 0,100
240 61 0,0740 0,0747 0,0754 0,0762
300 61 0,0590 0,0595 0,0601 0,0607
400 61 0,0461 0,0465 0,0470 0,0475
500 61 0,0366 0,0369 0,0373 0,0377
630 127 0,0283 0,0286 0,0289 0,0292
800 127 0,0221 0,0224 0,0226 0,0228
1000 127 0,0176 0,0177 0,0179 0,0181

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(CONTINUAÇÃO)

FLEXÍVEIS
Resistência máxima em corrente a 20º C
 /km

Cabos monocondutores Cabos


SECÇÃO DIÂMETRO e cabos com multicondutores
NOMINAL DOS FIOS condutores paralelos cableados
mm2 Mm
Cobre não Cobre Cobre não Cobre
estanhado Estanhado estanhado estanhado

0,2 0,20 84,9 87,3 89,1 91,7


0,3 0,20 59,4 61,1 62,4 64,2
0,5 0,20 37,1 38,2 39,0 40,1
0,75 0,20 24,7 25,4 26,0 26,7
1 0,20 18,5 19,1 19,5 20,0
1,5 0,25 12,7 13,0 13,03 13,7
2,5 0,25 7,60 7,82 7,98 8,21
4 0,30 4,71 4,85 4,96 5,09
6 0,30 3,14 3,23 3,30 3,39
10 0.40 1,82 1,85 1,91 1,95
16 0,40 1,16 1,18 1,21 1,24
25 0,40 0,743 0,757 0,780 0,795
35 0,40 0,527 0,538 0,554 0,566
50 0,40 0,368 0,375 0,386 0,393
70 0,50 0,259 0,264 0,272 0,277
95 0,50 0,196 0,200 0,206 0,210
120 0,50 0,153 0,156 0,161 0,164
150 0,50 0,123 0,126 0,129 0,132
185 0,50 0,101 0,103 0,106 0,108
240 0,50 0,0763 0,0778 0,0801 0,0817
300 0,50 0,0611 0,0623 0,0641 0,0654
400 0,50 0,0463 0,0472 0,0486 0,0495
500 0,60 0,0366 0.0373 0,0384 0,0391
630 - - - - -
800 - - - - -
- - - -
1000 -

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Tecnologia Elétrica 11ªC I.M.P.V – Ano letivo 21/22

EXTRAFLEXÍVEIS
Resistência máxima em corrente a 20º C
 /km

Cabos monocondutores Cabos


SECÇÃO DIÂMETRO e cabos com multicondutores
NOMINAL DOS FIOS condutores paralelos cableados
mm2 Mm Cobre não Cobre Cobre não Cobre
estanhado estanhado estanhado estanhado

- -
0,2 - - -
- -
0,3 - - -
39,6 40,7
0,5 0,15 37,7 38,8
26,4 27,1
0,75 0,15 25,1 25,8
19,8 20,4
1 0,15 18,8 19,4
13,0 13,4
1,5 0,15 12,4 12,8
7,91 8,14
2,5 0,15 7,54 7,76
4,86 5,00
4 0,15 4,63 4,76
3,30 3,39
6 0,20 3,14 3,23
1,92 1,98
10 0,20 1,83 1,88
1,21 1,25
16 0.20 1,16 1,19
0,796 0,819
25 0,20 0,758 0,780
0,563 0,579
35 0,20 0,536 0,552
0,395 0,406
50 0,30 0,376 0,387
0,277 0,285
70 0,30 0,264 0,272
0,208 0,214
95 0,30 0,198 0,204
0,163 0,167
120 0,30 0,155 0,159
0,131 0,135
150 0,30 0,125 0,129
0,107 0,110
185 0,30 0,102 0,105
0,0824 0,0848
240 0,30 0,0785 0,0808
- -
300 - - -
- -
400 - - -
- -
500 - - -
- -
530 - - -
- -
800 - - -
- -
1000 - - -

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TABELA
Características das almas condutoras de alumínio
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FORMADAS POR FIOS DE SECÇÃO SECTORIAS MULTISSEC


CIRCULAR MACIÇAS TORIAS
SECÇÃO
NOMINAL
Resistência máxima a 20,ºC Reesistencia Reesistencia
mm2
Número  (/km) Maxima a Maxima a
de fios Cabos Cabos 20ºC  20ºC  (/km)
monoconut. e multicondutcabl (/km)
cabos com eados
condutor
paralelo

1,5 1 19,7 20,0 -- -


2,5 1 11,8 12,0 -- -
4 1 7,38 7,54 -- -
6 1 4,91 5,01 -- -
10 1 2,94 3,00 -- -
16 7 1,87 1,91 1,89 -
25 7 1,18 1,20 1,20 -
35 7 0,851 0,868 0,868 -
50 19 0,628 0,641 0,641 -
70 19 0,435 0,443 0,443 -
95 19 0,313 0,320 0,320 -
120 37 0,248 0.253 0,253 -
150 37 0,202 0,206 0,206 -
185 37 0,161 0,164 0,164 -
240 61 0,122 0,125 0,125 -
280 -- -- -- - 0,111
300 61 0,0970 0.100 0,100 --
380 -- -- -- -- 0,080
400 61 0,0763 0,0778 -- --
480 -- -- -- -- 0,0633
500 61 0,0605 0,0617 -- --
600 -- -- -- -- 0,0515
630 127 0,0469 0,0478 -- --
740 -- -- -- -- 0,0410
800 127 0,0374 0,0374 -- --
960 -- -- -- -- 0,0313
1000 127 0,0297 0,0297 -- --
1200 -- -- -- -- 0,0250

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3.6 – CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO

O art0 425 do RSIUEE impõe que a queda de tensão em linha não deve ser
superior a 3% ou 5% da tensão nominal da instalação, respectivamente para
circuitos de iluminação e para outros usos (motores, aquecimento,
transformadores, etc.).

A queda de tensão em linha é ΔU = U1 – U2 em que :

 U1 é a tensão no príncipioda linha


 U2 é a tensão no fim da linha
Essa queda de tensão deve-se á resistência dos próprios condutores, pelo qoe
pode se calcular da seguinte forma : ΔU = R × I × cosφ, onde :

 R é a resistência dos condutores


 I é a corrente na linha
 Cosφ é o factor de potência
Muitas vezes, a resistência do cabo é dada em Ω/km ; e tendo em conta que a
linha é formada por dois condutores (caso de um circuito monofásico,
bifásico, ou de corrente contínua), a resistência calcula-se por :

R= sendo que :

 r – resistência do cabo ( em Ω / km)


 i – comprimento do cabo ( em m)
o valor 1000 surge na conversão de km para m

Para um circuito trifásico, a queda de tensão deve-se a um único condutor


(condutor de fase); não há condutor de retorno, mas sim um ponto comum.
Daí que a resistência calcula-se por:

A queda de tensão em linha então :

ΔU= R x I x cosφ= . I. cosφ ( V)

Para obtermos ΔU em % da tensão U1, faz-se :

ΔU %= . 100 (%) = . I. cosφ (%)

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Como um factor de correcção médio de (1,06), resultante do aumento da


resistência com a temperatura, vem:

ΔU% = 1,06. . I.cosφ

Para um circuito monofásico ( U1= 220V), ΔU%= 1,06. . cosφ (%)

Para um circuito entre duas fases (U1 = 380V), ΔU% = 1,06. . cosφ (%)

Para um circuito trifásico ( a tensão entre a fase e o ponto comum é simples


(U1 = 220V). Portanto,

ΔU % = 1,06. . cosφ (%)

Cap. IV- PROTECÇÃO DE MOTORES


4.1- Introdução

Os motores eléctricos devem ser protegidos contra: sobrecargas, curto-


circuitos, sobretensões, falta de tensão e sub-tensões, evitando assim os
danos que resultariam de o não fazer.

As altas correntes de arranque dos motores podem causar danos devido ao


aquecimento excessivo dos condutores das canalizações, á actuação dos
aparelhos de protecção ou quedas de tensão; por este motivo, o RSIUEE.
Obriga ( no seu art0431) aos seguintes tipos de de arranque em motores de
indução trifásicos de rotor em curto-circuito.

a) Arranque directo para potências úteis ≤ 4kw (≈ 5,4Cv)


b) Arranque estrela-triângulo para potências úteis até 11kw (≈ 15Cv).
Motores de potência útil superior a 11kw só podem ser ligados á rede
depois de acordo prévio com distribuidor, quanto ao tipo de arranque.

Nota: 1 CV = 735 W

É de referir que além do arranque directo e do arranque estrela- triângulo


existem outros tipos de arranque como, por exemplo: arranque por resistências
rotóricas, arranque por resistências estatóricas, arranque por auto-
transformador, etc. A escolha de um tipo ou de outro, incluindo o estrela-
triângulo,vai depender de vários factores, entre eles: a potência útil da
máquina, a potência efectiva pedida no arranque, o tipo de motor em questão,
o regime de funcionamento do motor, o arranque em carga ou em vazio.

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Evidentemente que os custos inerentes a cada uma das opções têm também um
papel importante, quando é possível, mais do que uma solução;
Quando a potência útil é ≤ 4kw, o arranque poderia ser obviamente estrela-
triângulo, só que a instalação seria obviamente mais cara e, portanto,
geralmente não utilizada, pois o RSIUEE não obriga.
A protecção contra sobrecargas dos motores pode ser assegurada por aparelhos
de funcionamento automático ( disjuntores ou contactores-disjuntores, dotados
de relés térmicos, ou actuados por dispositivos térmicos incorporados no
próprio motor ( sonda de termistâncias) ou ainda por corta-circuitos fusíveis).
Visto que os corta-circuitos fusíveis, pelas suas características, apenas
protegem contra sobrecargas importantes, não devem ser empregados se
pretende proteger o motor contra um aquecimento exagerado resultante de
uma sobrecarga de pequena intensidade, mas de longa duração. Os aparelhos
de protecção contra sobrecargas devem, por outro lado, suportar, sem actuar,
as intensidades resultantes de arranques, mesmo sucessivos. Os ideais são
relés térmicos, sendo a sua intensidade nominal regulada pela do motor.

A protecção contra curto-circuitos na linha, motor e restantes aparelhagem se


fará por cartuchos fusíveis. O emprego dos relés electromagnéticos nesse caso
pode tornar-se antieconómico e menos seguros, no caso de as correntes de
curto-circuito serem muito elevadas, pelo que geralmente se confia essa
protecção aos fusíveis.

A intensidade de funcionamento do aparelho de protecção contra curto-


circuito não pode ser superior a 4 vezes a intensidade nominal do motor.

Normalmente o fabricante indica, por mera consulta de tabelas e em função da


corrente nominal do motor em causa, os diferentes calibres de cartucho AM ou
gl (gf ou gT) a associar ao relé térmico (ver tab.10).

Sendo possível escolher entre um fusível aM ou gl, há no entanto três razões


principais que favorecem a escolha do cartucho aM em detrimento do gL:

1. Os cartuchos aM são, em geral, para o mesmo motor(mesmo Is), de


calibre mais reduzido que os gl. Esta particularidade permite ganhos
apreciáveis no custo dos cartuchos e seus suportes.
2. Para o mesmo motor (mesma corrente de serviço Is), o cartucho aM
assegura uma melhor limitação da corrente e da fadiga térmica
3. O cartucho aM é concebido para suportar melhor as sobrecargas
repetitivas. É o caso dos motores de arranques frequentes, de arranques
difíceis (corrente de pico elevada, da ordem de 7 x Is, em dois
segundos); ou pelo contrário, arranque lento (4 x Is em 10 a 20s).
À falta de indicações do fabricante, as normas VDE estabelecem que se
considerem: No arranque directo, uma corrente de arranque 6x Is durante 5s e
no arranque estrela-triângulo, 2 x Is durante 15s.

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A protecção contra falta ou abaixamento acentuado de tensão da rede pode ser


feita, no caso de comando automático, pelo próprio contactor, o qual, ao faltar
a tensão, desliga automaticamente o circuito, só voltando a ligar por actuação
nanual do operador. Este pormenor tem importância em casos de indústrias
onde não é conveniente que o motor arranque intempestivamente.

Uma protecção eficaz de um motor deve também prever que os elemento de


protecção não actuem devido ás correntes de pico de pouca duração que
sobrevêm ao ligar o motor á rede. Deve também evitar que o motor continue
em marcha quando lhe falta uma fase (condutor partido, fusível fundido, etc.),
visto que isso corresponde a um aumento de corrente nas outras fases.

Os relés térmicos têm frequentemente um sistema de encravamento que evita


que, depois de actuarem, voltem a ligar-se automaticamente quando a lâmina
bimetálica arrefece. O rearme é manual.

Dado que a temperatura dos enrolamentos do motor aumenta, no tempo, coma


corrente, podendo em caso de sobrecargas prolongadas danificar os seus
enrolamentos (havendo, por isso, para cada motor uma características
intensidade-tempo óptima que não convém ser ultrapassada, com prejuízo de
envelhecimento prematuro dos enrolamentos), o relé a escolher deve ter as
seguintes características:

1. Possuir uma característica corrente-tempo tanto quanto possível


sobreponível á do motor.
2. Possibilidade de regulação para corrente desejada.
As normas VDE indica que, para sobrecargas de 50% da corrente nominal, o
tempo de disparo do relé térmico deve ser de 2 minutos e para 20% de
sobrecargas o disparo se deve verificar ao fim de 2 horas.

1.6.1 - Escolha dos calibres das protecções contra curto-circuitos e


sobrecargas.

A escolha assenta basicamente nos seguintes pontos:


1. Características intensidade - tempo: o tipo de fusível indicado para
curto-circuito é aM, vulgarmente designado por lento-rápido ou de
acompanhamento,que apresenta uma característica mista, isto é, do tipo
lento na zona superior da curva e do tipo rápido na zona inferior.
2. Poder de corte do relé situado a jusante : como o relé térmico não
terá na generalidade dos casos um poder de corte elevado, este terá de
ser assegurado a montante pelo fusível, isto é, o ponto de destruição
térmica do relé (ponto B da fig. A seguir) não deverá ser atingido,
devendo por isso verificar-se antes a fusão do fusível.

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3. Coordenadas do ponto de arranque do motor: O relé e o fusível


devem ser escolhidos de forma que o ponto de arranque do motor
(ponto A na fig. A seguir) fique ``abaixo´´ das curvas características
destes elementos de protecção. Estes elementos de protecção podem ser
directamente indicados pelo fabricante, tendo em conta as características
do motor a proteger, ou então serem escolhidos depois do cálculo das
coordenadas do ponto de arranque, atendendo aos valores indicados
pelas normas VDE, para arranque directo e estrela- triângulo.

A fig. Seguinte exemplifica os 3 pontos acabados de referir.

 Ao fazer-se a escolha dos calibres das protecções do motor, deve


verificar-se se a canalização que alimenta também fica protegida por
esses elementos de protecção ( principalmente curto-circuitos). Na
generalidade dos casos, os calibres escolhidos são mais do que
suficiente para a protecção da canalização.
 Finalmente, deve verificar-se se a queda de tensão que se verifica no
cabo de alimentação não ultrapassa 5% x UN, conforme estipula o
artigo 425 do RSIUEE.

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4.2 – Dimensionamento das protecções de máquinas eléctricas.


Vamos apresentar a sequência de procedimentos para o cálculo da secção dos
condutores e dos elementos de protecção dos motores eléctricos.

4.2.1 – escolha da secção dos condutores

Calcular a corrente absorvida pelo motor, Is:

Is = ou Is =

(trifásico) (monofásico)

Escolher tentativas, um valor mínimo para a secção até que se verifique,


simultaneamente:

1) Is ≤ Iz ( Iz = Imax . β . α)
2) Art0 426 ( secção mínima)
3) Art0 425 ( queda de tensão)
4.3 – Protecção de motores trifásicos com rotor em curto-circuito.
Protecção contra curto-circuitos
ARRANQUE DIRETO P≤4Kw ARRANQUE ESTRE-TRINGULO P≥4kw

Calcular Is (corrente absorvida pelo motor) Calcular Is (corrente absorvida pelo motor)

Is = (trifásico) Is = (monofásico)

Calcular Ia (corrente de arranque) Ia = 6.Is Calcular Ia e ta: Ia = 2.Is


Para ta (tempo de arranque) ta ≤ 5s ta ≤ 15s

Escolher o fusivel aM de modo a cumprirem- Escolher o fusivel am como indicado


se as condições: para arranque direto.
1. Ponto de arranque (Ia, ta) abaixo da
Curva do fusivel.
2. IN≤4.Is (IN - corrente nominal do
fusivel).

Protecção contra sobrecargas


Indicar a localizacao dos reles termicos (ou na linha que alimenta o motor ou em
cada fase do motor) e consoante a localizacao escolhida, selecionar o rele
aconselhado, de acordo com a tabela 10.
Verificar se o fusivel aM escolhido para proteccao contra curto-circuitos se adapta
ao rele escolhido no respeitante à selectividade e coordenacao. Se isso não
acontecer, escolher outro (tabela 10) e verificar se para esse fusivel se verificam as
condições 1 e 2 da proteção contra curto-circuitos.

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