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ELE ESTAVA NO ASSENTO A MEU LADO

Abraham Shapiro
Dia desses, viajei ao lado de um empresário famoso. Ele não é herdeiro, não é genro e nem
cunhado de ninguém que lhe tenha dado impulso. Construiu seu pequeno império com
reconhecido esforço, inteligência e pessoas a quem soube garimpar no mercado e mantê-las
engajadas na missão de sua companhia.
Com a minha mania de entrevistar pessoas, não iria perder a chance de tornar aquela viagem
memorável. Puxei conversa. E quando ele foi cordial, perguntei a que ele atribuía sua
caminhada do nada ao pleno sucesso em seu segmento.
A resposta foi maravilhosa:
“Duas situações foram definitivas para me mostrar como eu devia trabalhar. Uma foi
quando eu observei quão duro é para os operários de obras civis e na agricultura
fazerem seu sustento. A outra foi quando saí de casa para ser independente e meu pai
me disse: ‘Procure todos os dias uma maneira nova de fazer o seu trabalho melhor’.
Sempre que eu me sentia desanimado, lembrava destas cenas, e sentia gratidão em
lugar de me queixar! Isso o que me inspirou”.
Que lição!
Eu, que vejo tantas empresas se exporem ao público como modelos de prosperidade quando
estão edificadas sobre sonegação, exploração de funcionários e corrupção, sei muito bem
quão autêntica foi aquela narrativa.
Quando os italianos dizem: “Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento”, querem dizer que
‘de nada vale a bela roupa quando a essência é podre e desprovida de méritos’.
O mais lamentável, contudo, é vivermos num mundo que se pauta pela aparência e não por
resultados consistentes daqueles que os obtêm através do esforço, da correção e do trabalho
duro.

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