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Integracao Da Gestao de Custos Ao Planej PDF
Integracao Da Gestao de Custos Ao Planej PDF
Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Construção e
Infraestrutura
Natacha Sauer
Porto Alegre
2020
NATACHA SAUER
Porto Alegre
2020
NATACHA SAUER
BANCA EXAMINADORA
Agradeço à Construtora pela oportunidade de realizar os estudos deste trabalho, pela confiança
depositada e todo suporte dado. Muito obrigada especial aos diretores pela compreensão e paciência
com meu temperamento em épocas de euforia dissertativa. Meu sentimento de gratidão a Débora
Dadalt, Nicola Peccin, Taíse Dalmás, Pedro Berlitz, Fernanda Benezra, Hemanuel Zofoli e Felipe
Grossi por todo apoio, incentivo, boas risadas, choros, conselhos, palavras positivas, empenho,
dedicação, selfie, stories e stickers, cada etapa desenvolvida e implementada neste trabalho só
aconteceu porque vocês estavam comigo. Muito obrigada Time!
Agradeço à minha família por não me deixar desistir deste sonho. Mãe, obrigada por sempre me
encorajar, pelas palavras positivas e pela tradicional frase: eu quero, eu posso, eu consigo. Mana,
obrigada pelas provocações e puxões de orelha, me ajudaram a sair da zona de conforto. Cunha,
obrigada pela preocupação e disposição de sempre. Amália, obrigada por deixar os meus dias mais
leves, divertidos e coloridos. Pai, por onde estiver, obrigada por sempre me olhar, guiar meus passos
e cuidar de mim.
Obrigada ndBIM, em especial ao Antônio Meirelles e Edgar Costa, por todo conhecimento
compartilhado sobre o software Vico Office, foram essenciais para a minha evolução com a
ferramenta e ao desenvolvimento desta pesquisa.
Obrigada família NORIE pelo acolhimento durante todos esses anos. Principalmente aos colegas
do grupo de gerenciamento, e especialmente ao colega e amigo Fabrício de Vargas pelo auxílio no
uso do software Vico Office e ideias em geral e a colega e amiga Fernanda Saidelles por toda essa
troca de experiência e conhecimento durante esses anos, cada contribuição vinda de vocês foi
essencial.
Obrigada Burpee e Lola por todas as lambidas e companhia nesta longa jornada e obrigada CrossFit,
minha terapia “quase” diária para não enlouquecer.
Knowledge is power
Francis Bacon
RESUMO
A ineficácia dos sistemas tradicionais de contabilidade de custos na construção civil tem resultado
na dissociação entre o gerenciamento de custos e outros processos gerenciais, contribuindo para
aumentar a fragmentação entre diferentes funções na gestão de empreendimentos. A obtenção
contínua e rápida de dados integrados e confiáveis atualizados é um dos desafios enfrentados por
empresas de construção para nortear as decisões. Nesse contexto, surgiu a abordagem de
planejamento denominada Location Based Management (LBM) que, associada a Building
Information Modelling (BIM), oferece um meio para extrair e integrar informações de maneira ágil
e precisa, além de proporcionar possibilidades de visualização espacial e temporal para facilitar a
comunicação. Entretanto, ainda existem lacunas na prática e na pesquisa sobre a integração do
planejamento e controle da produção (PCP) baseado em localização e a gestão de custos na
construção, e sobre o uso do BIM como facilitador para essa integração. O objetivo desta esta
pesquisa consiste em um modelo de gestão de custos integrado ao PCP com base na abordagem
baseada em localização e com apoio de BIM. É utilizada a técnica da linha de balanço para
representar fluxos de trabalho das obras, enquanto as informações de custos são relacionadas a uma
estrutura hierárquica de localizações. O uso do BIM possibilita a visualização espacial dos planos,
a extração de quantitativos automáticos e a criação de um banco de dados integrado com as
informações de prazo e custo. No sentido de utilizar melhor as informações de custo, este modelo
propõe uma classificação dos custos, visando a distinguir os custos de atividades de transformação,
separados em materiais e mão de obra, de atividades que não agregam valor. Da mesma forma,
buscou-se explicitar os custos variáveis em relação ao tempo e eventos, para permitir a avaliação
do impacto da duração da obra no custo total. A abordagem metodológica utilizada nesta pesquisa
foi Design Science Research (DSR), sendo o modelo desenvolvido em empíricos desenvolvidos em
uma mesma empresa construtora. Concluiu-se que a integração entre a gestão de custos e o
planejamento baseado na localização, com o apoio de BIM, propiciou um controle mais efetivo dos
custos durante a produção, permitindo que as ações de controle da produção analisassem, também,
o impacto financeiro na tomada de decisões. A integração facilitou o planejamento dos custos e a
atualização da projeção do fluxo de caixa, a qual possibilitou a conferência da disponibilidade
financeira. Além disto, simulações 4D e 5D combinadas ao plano de longo prazo permitiu analisar,
discutir e comunicar o fluxo de trabalho e ritmo de produção a todos os envolvidos. De uma forma
geral, esta pesquisa contribuiu para o avanço do conhecimento da gestão integrada de processos em
relação ao tempo e custo por meio do uso da abordagem LBM, do conceito de orçamento com visão
operacional e de BIM para a extração de quantitativos e integração de informações do orçamento e
planejamento.
SAUER, Natacha. Integration of Cost Management and Location Based Production Planning
and Control in Construction using BIM – Dissertation (Masters in Civil Engineering) -
Graduate Program in Civil Engineering: Construction and Infrastructure, UFRGS, Porto Alegre
The ineffectiveness of traditional cost accountancy systems has resulted in the dissociation between
cost management and other managerial processes in construction, increasing the fragmentation
between different project management functions. Getting integrated, reliable and up-to-date data
quickly is a major challenge for construction companies, so that decision making related to
production management can be supported. In this context, a planning approach named Location
Based Management (LBM) has emerged, which, if associated to Building Information Modelling
(BIM), offer means for obtaining and integrating information, besides making it possible to
visualize 3D and 4D models for facilitating communication. However, there are some gaps in both
in practical and theoretical knowledge on the integration of location-based production planning and
control and cost management in construction, and on how to use of BIM as a facilitator for this
integration. The aim of this research work is to devise a model for cost management, integrated to
production planning and control, based on the location-based approach, with the support of BIM.
The line of balance technique is used for representing workflows in construction sites, while cost
information is connected to a hierarchical location structure. The use of BIM makes it possible to
generate 4D simulations of plans, to automate quantity take-off for cost estimating, and to create an
integrated database of cost and time information. With the aim of improving the way cost
information is used, this model proposes a classification of different types of costs, such as costs of
transformation activities, divided into materials and labor, and non-value-adding activities. Also,
time- and event-related costs are made explicit so that the impact of project duration on total costs
can be assessed. The methodological approach adopted in this investigation was Design Science
Research (DSR), and the proposed model was devised in four empirical studies undertaken in the
same construction company. The conclusion was made that the integration between cost
management and location-based planning, with the support of BIM, made production cost control
more effective, in which the financial impact of decisions can be analyzed. This integration made
it easier to do cost planning, as well as to get an up-to-date cash flow projection, which allows the
availability of financial resources to be checked. Moreover, 4D e 5D simulations, associated to
long-term plans, supported the analysis, discussion and dissemination of information related to
workflows and work rhythm among stakeholders. In general, this research made a contribution to
the knowledge on time and cost integrated management by using Location Based Methods, the
concept of operational cost estimating, and BIM for quantity take-off and integration of cost
estimating and planning information.
Keywords: integration, cost management, production planning and control, LBM, BIM, 4D, 5D.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 16
1.1 MOTIVAÇÃO .................................................................................................................... 16
1.2 CONTEXTO E JUSTIFICATIVA...................................................................................... 17
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................................ 21
1.4 QUESTÕES DE PESQUISA .............................................................................................. 24
1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................................ 24
1.6 DELIMITAÇÕES ............................................................................................................... 25
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................................ 25
2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO................................................. 27
2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA ................................. 27
2.2 DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................................. 30
2.2.1 Perdas por Making-do ................................................................................................... 30
2.2.2 Falta de terminalidade .................................................................................................. 31
2.2.3 Retrabalho ..................................................................................................................... 31
2.2.4 Trabalho em progresso ................................................................................................. 31
2.3 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) ........................................... 32
2.3.1 Sistema Last Planner (LPS) .......................................................................................... 33
2.3.2 PCP baseado em locais.................................................................................................. 34
2.3.3 Location-Based Management (LBM) ........................................................................... 36
2.3.4 Integração LBM e LPS ................................................................................................. 38
3 GESTÃO DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO ................................................................ 39
3.1 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CUSTOS ...................................................................... 39
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ORÇAMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................... 41
3.2.1 Crítica à gestão de custos tradicional .......................................................................... 42
3.2.2 Importância da visão operacional................................................................................ 42
3.3 CURVA DE AGREGAÇÃO DE RECURSOS .................................................................. 43
3.3.1 Críticas à Técnica EVM................................................................................................ 45
3.4 ABORDAGEM LBM NA INTEGRAÇÃO DE PCP E CUSTOS ..................................... 46
4 BIM PARA GESTÃO DE CUSTOS ............................................................................... 47
4.1 BUILDING INFORMATION MODELING ......................................................................... 47
4.1.1 Modelagem paramétrica............................................................................................... 48
4.1.2 Interoperabilidade......................................................................................................... 48
4.1.3 Nível de desenvolvimento (LOD) ................................................................................. 48
4.2 BIM E ESTIMATIVA DE CUSTOS.................................................................................. 49
4.3 BIM NA INTEGRAÇÃO DE PCP E CUSTOS ................................................................. 50
4.4 DIRETRIZES DE MODELAGEM .................................................................................... 52
5 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................... 54
5.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ......................................................................................... 54
5.2 DELINEAMENTO ............................................................................................................. 56
5.3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA CONSTRUTORA ............................................................. 60
5.4 DESCRIÇÃO DAS OBRAS ESTUDADAS ...................................................................... 60
5.5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS POR ESTUDO ................................ 62
5.5.1 Estudo exploratório 1 – Obra A................................................................................... 62
5.5.2 Estudo Empírico 1 – Obra B ........................................................................................ 64
5.5.3 Estudo Empírico 2 – Obra C ........................................................................................ 65
5.5.4 Estudo Empírico 3 – Obra D ........................................................................................ 66
5.6 AVALIAÇÃO DA SOLUÇÃO .......................................................................................... 68
5.7 FONTES DE EVIDÊNCIAS .............................................................................................. 67
6 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 70
6.1 ESTUDO EXPLORATÓRIO ............................................................................................. 70
6.1.1 Diagnóstico do PCP e dos custos da Construtora....................................................... 70
6.1.2 Principais deficiências encontradas ............................................................................. 72
6.1.3 Propostas de ações de melhorias .................................................................................. 74
6.2 ESTUDO EMPÍRICO 1 ...................................................................................................... 74
6.2.1 Modelagem 3D ............................................................................................................... 75
6.2.2 Planejamento da produção baseado em localização .................................................. 75
6.2.3 Planejamento dos custos integrados ao PCP .............................................................. 77
6.2.4 Controle dos custos integrados ao PCP....................................................................... 79
6.2.5 Concepção preliminar do modelo para gestão de custos integrada ao PCP ............ 83
6.2.6 Contribuições do estudo empírico 1 ............................................................................ 83
6.3 ESTUDO EMPÍRICO 2 ...................................................................................................... 84
6.3.1 Modelagem 3D ............................................................................................................... 84
6.3.2 Aprendizado do software BIM de PCP e Custos ........................................................ 85
6.3.3 Elaboração da planilha orçamentária ......................................................................... 86
6.3.4 Planejamento de longo prazo ....................................................................................... 87
6.3.5 Definição dos custos proporcionais ao tempo ............................................................. 89
6.3.6 Etapas fundamentais associadas a modelagem 5D .................................................... 90
6.3.7 Dados planejados ........................................................................................................... 98
6.3.8 Rotina do ciclo de controle sistemático da Produção e Custos ............................... 103
6.3.9 Indicadores de desempenho ....................................................................................... 108
6.3.10 Apresentação dos resultados dos indicadores desempenho .................................... 109
6.3.11 Contribuições do estudo empírico e reflexão sobre as lições aprendidas............... 115
6.4 ESTUDO EMPÍRICO 3 .................................................................................................... 117
6.4.1 Processo de Modelagem 3D ........................................................................................ 117
6.4.2 Formação do modelado BIM federado ..................................................................... 119
6.4.3 Extração de quantitativos e elaboração da planilha orçamentária ........................ 120
6.4.4 Extração de quantitativos por tipologia de apartamento e circulação ................... 124
6.4.5 Definições iniciais de planejamento e divisão dos modelos em localização............ 125
6.4.6 Definição dos custos variáveis em relação ao tempo ................................................ 129
6.4.7 Documentos de referência .......................................................................................... 130
6.4.8 Contribuições do estudo empírico 3 .......................................................................... 132
7 MODELO PARA INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DE CUSTOS AO PCP BASEADO
EM LOCALIZAÇÃO COM APOIO DE BIM ........................................................................ 133
7.1 VISÃO GERAL DO MODELO ....................................................................................... 133
7.1.1 Nível de longo prazo .................................................................................................... 134
7.1.2 Ciclo do Nível Planejamento e Controle de Médio Prazo........................................ 140
7.1.3 Ciclo do Nível de Curto Prazo.................................................................................... 143
7.1.4 Avaliação do PCP e Custos......................................................................................... 144
7.2 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO EXECUTIVO ................... 145
7.3 DIRETRIZES PARA DEFINIÇÃO DA LBS .................................................................. 148
7.4 AVALIAÇÃO FINAL DA SOLUÇÃO ........................................................................... 149
7.4.1 Utilidade ....................................................................................................................... 149
7.4.2 Aplicabilidade .............................................................................................................. 151
7.5 CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS ...................................................................................... 152
7.6 AVALIAÇÃO DO SOFTWARE...................................................................................... 153
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 156
8.1 PRINCIPAIS CONCLUSÕES.......................................................................................... 156
8.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 160
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 162
APÊNDICE A – Quadro de Controle ....................................................................................... 175
APÊNDICE B – Estrutura do Orçamento ............................................................................... 178
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVAÇÃO
O desenvolvimento desta pesquisa foi motivado inicialmente pela vivência prática da pesquisadora,
em quatro diferentes empresas de distintos setores da indústria AEC (Arquitetura, Engenharia e
Construção), nas quais atuou no planejamento e controle da produção (PCP) e gestão de custos. Na
sua atividade profissional, a mesma percebeu a falta de integração entre os setores envolvidos nestas
atividades, e os problemas que isto causa no que se refere ao desempenho físico e financeiro dos
empreendimentos. Entre as dificuldades vivenciadas pela pesquisadora, destacam-se o
planejamento dos custos e a gestão do fluxo de caixa dos empreendimentos, os quais dependiam da
integração das informações dos setores de PCP e Custos.
Outro fator que a incentivou na elaboração desta pesquisa é o atual momento de “disruptura digital”
da indústria AEC, denominação utilizada para descrever inovações que geram mudanças por meio
do uso de novas tecnologias, principalmente devido ao uso de BIM. Conceituado como elemento
central no processo de digitalização da construção, o BIM, para cumprir o seu potencial de fornecer
informações precisas, confiáveis, integradas e rápidas, exige diversas mudanças, incluindo a
reorganização dos processos tradicionalmente utilizados na construção.
Com isso, surgiu o interesse em desenvolver modelos e técnicas apoiadas em BIM, que tornem mais
eficazes a integração das informações da gestão de custos e o planejamento e controle da produção,
de forma apoiar as tomadas de decisão. Somando-se a isso, a empresa construtora, na qual a
pesquisadora tem atuado, demonstrou interesse na implementação BIM, criando uma oportunidade
para a realização desta pesquisa em um ambiente real de empreendimentos de construção.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Em geral, supõe-se que exista um nível muito alto de perdas na construção (FORMOSO et al.,
2011), sendo estas causadas principalmente pela ineficácia do PCP. A ineficácia do PCP acaba
expondo o processo à variabilidade e à incerteza (FORMOSO et al., 2001), que resulta em
mudanças de ritmo, trabalho em progresso (WIP), maiores despesas operacionais, movimentações
desnecessárias, interrupções na execução de atividades, aumento do esforço por unidade de
produção, tempo de produção mais longo, qualidade reduzida, ou seja, menor eficiência (KENLEY;
SEPPÄNEN, 2010). Embora seja difícil medir sistematicamente todos as perdas da construção,
estudos de vários países confirmaram que os resíduos representam uma porcentagem relativamente
grande nos custos de produção (FORMOSO et al., 2011).
Para Ulhôa (2012), as perdas estão diretamente ligadas ao aumento de custo e de prazo. Para
Bulhões (2001), as perdas devem ser expressas em termos de custos para que os empresários do
setor se mobilizem na aplicação de medidas que resultem na sua diminuição ou eliminação. Além
disso, a adoção de sistemas de controle que monitorem os custos durante a produção podem
contribuir para aumentar a eficiência no processo construtivo (BULHÕES, 2001).
De acordo com Laufer e Tucker (1987), custo deveria ser um dos focos principais do PCP, pois um
dos mais importantes objetivos do PCP deve ser a programação do uso dos recursos de maneira
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Natacha Sauer (sauer.nat@gmail.com). Porto Alegre: UFRGS/EE/PPGCI, 2020
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eficiente (recursos humanos, equipamentos, materiais, capital). Tendo em vista o ambiente incerto
e dinâmico no qual a construção está inserida e o impacto da ineficácia do PCP em termos de custos,
é de suma importância que a gestão dos custos seja integrada ao processo de produção do
empreendimento, para embasar decisões quanto ao planejamento da produção e à programação
financeira do empreendimento (KERN, 2005).
No entanto, os sistemas de gestão de custos tradicionais não são aptos a lidar com a dinâmica,
interdependência e complexidade dos processos que definem os custos ao longo do tempo (KERN,
2005). Além da falta de informação quanto ao planejamento dos custos considerando o aspecto
desembolso, os documentos utilizados são dificilmente atualizados ao longo do tempo. Com isto,
não consideram as modificações que possam ocorrer tendo em vista a natureza complexa do
ambiente de construção (KERN, 2005). Como consequência, a informação gerada por esses
sistemas tem limitado uso como apoio à tomada de decisões para os gestores (KERN, 2005).
De acordo com Marchesan (2001), as deficiências nos sistemas de gestão de custos começam na
orçamentação, com o emprego de composições de custos que utilizam coeficientes de consumo de
materiais e mão-de-obra de origem obscura, que possuem pouco vínculo com a realidade das obras
das empresas. Segundo Kenley e Seppänen (2010), a indústria AEC, geralmente, não mede e
controla os coeficientes de consumo de produção e, devido a isso, o sistema de custos dificilmente
é retroalimento com valores atualizados.
Para Stallworthy (1980), a essência de um sistema de gestão de custos na construção civil é assinalar
a tendência da evolução do empreendimento e avaliar suas implicações em relação ao prazo e custo
final, disponibilizando informações que possibilitam ver, de antemão, a tendência de evolução dos
custos de forma a dirigir esforços para as situações que necessitam de maior atenção (OSTRENGA
et al., 1992). Koskela (2000) afirma que um sistema de gestão dos custos não pode se limitar apenas
aos custos de atividades de transformação, mas, dentro do possível, deve também explicitar os
custos de atividades de fluxos de uma obra.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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sua causa seja determinada. Por um lado, Kern e Formoso (2013) salientam que os custos dos
empreendimentos podem se apresentar adequados, se comparados aos custos estimados no
orçamento inicial, mas o andamento da produção pode não alcançar o prazo planejado, impactando
no custo final. Por outro lado, a produção pode estar ocorrendo perfeitamente dentro do prazo
estipulado, porém os custos podem estar muito além do previsto no orçamento (KIM; BALLARD,
2001).
Segundo Formoso (1986), a distinção entre os custos relativos ao tempo e os custos proporcionais
à quantidade podem trazer importantes benefícios à integração entre orçamento e planejamento e
controle da produção. Com objetivo de retratar os custos da forma como os mesmos ocorrem, Cabral
(1988) destaca a necessidade de decompor os item de custos orçados em atividades, sendo que o
critério de decomposição deve seguir uma abordagem operacional, isto é, a sequência e a forma
como as equipes de mão de obra dividem suas tarefas na etapa de produção. Nesta linha, o
orçamento com visão operacional é caracterizado por retratar com fidelidade o processo de
produção do edifício, sendo que principal diferença entre o orçamento convencional e o orçamento
operacional é a consideração do fator tempo (CABRAL, 1988).
Nesse contexto, com objetivo promover a reutilização dos dados e promover a iteração entre os
processos de tempo e de custos (MARTINEZ, 2018), surge a abordagem denominada Location
Based Management (LBM). A abordagem LBM é uma ampliação do planejamento e controle da
produção baseado em localização, com base na premissa de que os empreendimentos de construção
são caracterizados por uma série de locais físicos nos quais trabalho de diferentes tipos e
quantidades devem ser concluídos (KENLEY; SEPPANEN, 2010). Assim, a abordagem LBM
promove por meio da localização a integração do PCP a processos de tempo, custo e qualidade
(KENLEY; SEPPANEN, 2010).
O uso do planejamento baseado em localização para o PCP permite visualizar os fluxos de trabalho,
simular e discutir diferentes estratégias e alternativas para o sequenciamento das atividades, ao
mesmo tempo que traz informações de quando e onde cada atividade vai ser realizada (KEMMER;
HEINECK; ALVES, 2008). Além disso, esta abordagem permite a visualização e identificação de
conceitos importantes ao PCP, tais como o tamanho do lote de produção, lead time (tempo total de
produção de uma tarefa), tempo de ciclo (tempo para completar uma única unidade), ritmo de
produção e sincronia (balanceamento das produtividades a fim de ter um fluxo de trabalho estável),
simultaneidade (atividades acontecendo ao mesmo tempo em diferentes locais), trabalho em
progresso (estoque de produto acabado), sequenciamento das atividades, trajetória das equipes,
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Natacha Sauer (sauer.nat@gmail.com). Porto Alegre: UFRGS/EE/PPGCI, 2020
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Alguns estudos têm sidos realizados no contexto de implementação da abordagem de LBM no PCP
e vem apontando benefícios, tais como Seppänen e Kankainen (2004), Kala et al., (2012), Martinez
(2013), que aplicaram a abordagem LBM em um contexto real, Olivieri (2016) e De Vargas (2018).
Alguns trabalhos buscaram integrar LBM com outros métodos, tais como o sistema Last Planner
(LPS)1 e CPM. Segundo Olivieri (2016), enquanto os elementos do LPS dirigem o tratamento da
variabilidade e das incertezas, características dos empreendimentos de construção, o LBM tem a
principal função de implantação do fluxo ininterrupto e a melhoria dos processos de controle.
Olivieri (2016) e De Vargas (2018) não se aprofundam na análise de custos, mas sugerem que há
benefícios na utilização de LBM para alocação e distribuição dos custos planejados, reais e
projetados, a fim da obtenção do fluxo financeiro do empreendimento.
Segundo Kenley e Seppänen (2010), a abordagem LBM, quando integra os processos de PCP e
gestão de custos, permite visualizar projeções de tendências do empreendimento, e avaliar suas
implicações em relação ao prazo e ao custo final. Por meio da integração, o LBM tem a capacidade
de disponibilizar informações que proporcionam ver, de forma antecipada, problemas relacionados
entre a produção e os custos, contribuindo para a tomada de decisão e para avaliações de
oportunidades.
Como forma de responder a esses desafios, o BIM tem sido apontado como uma plataforma central
no auxílio da sincronização, visualização (DAVE, 2013), integração (FIRAT et al., 2010) e
armazenamento (SCHLUETER; THESSELING, 2009) de diferentes tipos de informação. Entre os
benefícios do uso de BIM, destacam-se a melhoria da qualidade e do fluxo de informações durante
o ciclo de vida de um empreendimento, e o apoio à tomada de decisão pelas equipes envolvidas na
concepção, construção e operação do empreendimento (EASTMAN et al., 2011). Para Lee et al.,
(2002), o uso do BIM facilita as análises em diferentes etapas de um empreendimento, por meio da
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LPS é um modelo hierarquizado para PCP fortemente baseado em conceitos da filosofia da produção enxuta
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Em relação à aplicação de BIM na gestão dos custos de produção, chamado de BIM 5D, a literatura
traz duas abordagens distintas. A primeira se refere ao uso do BIM 5D na estimativa de custos, com
a única função de extrair os quantitativos do modelo 3D (WONG et al., 2011; CHEUNGA et al.,
2012; THOMAS, 2012; ZHOU, 2012; OLATUNJI, 2010; FREI et al., 2013). A outra abordagem é
mais ampla, e considera a importância da integração dos processos de tempo e custo, defende que
um modelo BIM de custos só pode ser construído com base em um modelo BIM que inclua análise
de tempo e construtibilidade (STAUB-FRENCH & KHANZODE, 2007; PANUCHEV; SPIRO,
2006; WITICOVSKI, 2011). Por meio do uso do BIM, espera-se que a eficiência e a precisão de
orçamentos possam melhorar e, por meio da integração das informações dos modelos tempo e custo,
melhorar o planejamento e o controle de custos do empreendimento (MA; LIU, 2014;
WITICOVSKI, 2011).
A integração de sistemas de controle de custos e planejamento tem sido uma questão de grande
preocupação para pesquisadores e profissionais da construção (FAN et al., 2015). Vários esforços
foram realizados para integrar os processos de tempo e custo (KERN, 2005; MARCHESAN, 2001;
KENLEY; SEPPÄNEN, 2005), sendo que, nos últimos anos, o BIM tem sido considerado como
meio facilitador para extração e integração de informações (FORGUES et al., 2012; JRADE;
LESSARD, 2015; FENATO, 2017; SANTOS, 2018).
Diversas pesquisas apontam que a principal forma para a integrar as informações de prazo e custo
é por meio da integração das estruturas analíticas de projeto (EAP)2 de orçamento e de planejamento
(HENDRICKSON; AU, 1989; KIM, 1989; RASDORF; ABUDAYYEH, 1991; CAR, 1993;
ISIDORE; BACK, 2002; JUNG; WOO, 2004). Assim, Fan et al. (2015) propuseram um modelo
orientado a objetos que vincula objetos BIM a itens de custo e itens de programação, integrando
automaticamente os itens de custo e os itens de programação. Essas pesquisas têm se concentrado
na resolução de como estruturar e integrar as informações, por meio do uso de codificações e
estruturas analíticas de custo ou explorando o BIM somente como uma tecnologia e desconsideram
o uso das informações integradas durante todo o processo de produção.
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EAP é a de subdivisão das entregas e do trabalho em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.
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Natacha Sauer (sauer.nat@gmail.com). Porto Alegre: UFRGS/EE/PPGCI, 2020
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Wang et al. (2014) apresentaram um modelo BIM 5D para auxílio no controle de custos e prazo,
enquanto Jrade e Lessard (2015) propuseram um sistema integrado de gerenciamento de tempo na
qual uma plataforma baseada na análise de valor agregado foi utilizada em um ambiente virtual
durante as fases de planejamento e construção de um empreendimento. Santos (2018), por sua vez,
elaborou um método que descreve o fluxo de informações para integração dos processos de
orçamento, planejamento e acompanhamento da produção com apoio de BIM, envolvendo pessoas
e tecnologias. Segundo a referida autora, a implementação do método depende da utilização de uma
EAP comum a todos os processos e de um processo cíclico de troca de informações para definição
dos pacotes de trabalho. As soluções apresentadas acima propuseram sistemas integrados de
informações de custo e tempo com apoio de BIM. Entretanto, os trabalhos são limitados às
abordagens tradicionais de planejamento e orçamento, não sendo avaliados também, durante o
acompanhamento da produção, o fluxo de trabalho e o impacto do desvio de prazo em termos de
desvios custos.
Kenley e Seppänen (2005), considerando a abordagem LBM, desenvolveram uma ferramenta para
modelar e avaliar em termos de custos, o impacto das interrupções do fluxo de trabalho e do desvio
de avanço físico. Para isso, utilizaram o conceito de localização da abordagem LBM associados a
técnica de análise de valor agregado (EVM)3 para distribuir e avaliar o custo no tempo. Os custos
variáveis em relação ao tempo foram associados a tarefas da produção na etapa de planejamento, e
ao longo da construção foram sendo monitorados e projetados em relação ao prazo. Os referidos
autores se concentraram na análise dos custos variáveis em relação ao tempo.
De Marco et al. (2009) buscaram monitorar os dados de planejamento e custos por meio do
acompanhamento da produção à medida que os recursos são processados. A solução encontrada foi
3
EVM é um método de mensuração do desempenho com foco na integração de Cronograma, Escopo e Custo
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com apoio de BIM
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Alguns estudos em Portugal foram elaborados considerando o uso da abordagem LBM associado
aos modelos BIM (SALGADO, 2016; COELHO, 2016; FERREITA, 2015; BAPTISTA, 2015;
JUNIOR, 2016). No entanto, a maioria dos estudos estão concentrados somente na análise dos
software, testando a extração de quantitativos por localização, elaboração da linha de balanço4 e na
integração entre itens de custos e tarefas e na comparação dos diferentes software disponíveis no
mercado.
Nesta linha, Firat et al. (2010) exploraram o fluxo de processo de extração de quantitativos por meio
de modelos BIM e o planejamento baseado em localização, e verificaram a essência do modelo 3D
ser elaborado considerando as diretrizes de modelagem para extração de quantidades. Kala et al.
(2010), por sua vez, implementaram modelos 5D combinados com a abordagem de planejamento
baseado em localização, na construção de um grande hospital. Para ambos estudos, a combinação
do modelo 3D a estimativa de custos, além de fornecer os quantitativos, facilita compreensão e a
divisão do modelo conforme as localizações e promove a integração do orçamento e plano de longo
prazo, fornecendo um fluxo de caixa mais preciso. No entanto, os referidos estudos ficaram restritos
à etapa de planejamento, não abordando o controle de prazo e custos durante a etapa de construção.
A literatura aponta que ainda existem diversos desafios ao uso do BIM, relacionados a diretrizes de
modelagem, tecnologia e fluxo de trabalho (FORGUES et al., 2012). Segundo Smith (2015), o
potencial do uso do BIM na gestão de custos não está sendo alcançado, pois geralmente os modelos
e objetos BIM não contém todas as informações necessárias para a estimativa de custos, exigindo
o desenvolvimento de diretrizes de modelagem e análise das necessidades dos usuários (VARGAS,
2018). Além disto, para o uso eficaz do BIM na gestão de custos, é necessário definir novos fluxos
4
Linha de balanço é uma técnica de programação visual que permite explicitar o fluxo de trabalho
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de trabalho que permitam remover as barreiras criadas pela fragmentação dos setores da construção
e pelo comportamento de entregas de projetos lineares e fragmentadas (FORGUES et al., 2012).
Segundo Kala, Seppänen e Stein (2010), embora haja vários estudos de caso sobre o uso de modelos
3D para simulação de custo ou tempo, há poucos estudos sobre o uso integrado de aplicações 5D
combinadas ao planejamento e controle baseado em localização. De fato, Vargas (2018) sugere
explorar a modelagem 5D combinada ao PCP baseado em localização, considerando as decisões
tomadas na produção, de uma forma diferente dos métodos tradicionais que não consideram as
atividades de fluxo
Tendo em vista as deficiências e falhas dos sistemas de gestão de custos tradicionalmente utilizados
por empresas construtoras, a questão principal que norteou a realização desta pesquisa consiste em:
O objetivo geral deste trabalho consiste em propor um modelo para gestão dos custos integrado ao
processo de planejamento e controle baseado em localização e com o apoio de BIM.
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com apoio de BIM
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a) Propor uma estrutura de modelagem de custos para permitir um controle mais efetivo das
atividades de transformação e fluxo.
b) Estabelecer critérios para avaliar e mensurar de forma integrada os desvios de prazo e custo
dos empreendimentos.
c) Identificar desafios e oportunidades na utilização de BIM para apoiar a integração do
processo de PCP e gestão dos custos.
1.6 DELIMITAÇÕES
Essa dissertação tem delimitações nos desenvolvimentos dos estudos que devem ser consideradas.
Além do capítulo de introdução, que são descritos contexto e justificativa, problema de pesquisa,
questões de pesquisa e os objetivos, este trabalho dispõe de mais 6 capítulos, como descritos abaixo.
O segundo, terceiro e quarto capítulos são referentes à revisão bibliográfica. O capítulo 2 aborda
conceitos fundamentais da gestão da produção e foca-se principalmente no planejamento e controle
da produção baseado em localização. O capítulo 3, a revisão bibliográfica trata da gestão de custos
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O Sistema Toyota de Produção (STP) nasceu da necessidade de reduzir custos (OHNO, 1997). Na
visão de Shingo (1989), reduzir custos é principalmente reduzir perdas e a sua eliminação é obtida
por meio da racionalização do emprego de todos os recursos de produção (materiais, mão de obra,
máquinas e tempo). A redução dos recursos utilizados, que resulta em custos menores, é alcançada
por meio da eliminação da parcela de recursos desnecessários (GHINATO, 1996). Isto implica
melhorias dos processos de produção, que pode resultar na redução do tempo de execução dos
produtos e aumento da sua qualidade (GHINATO, 1996).
O conceito tradicional de produção, que tem suas origens no Taylorismo, considera o processo
como uma transformação (ou conversão) de recursos (KOSKELA, 1992). Por transformação
entende-se o uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir saídas, ou seja,
bens ou itens de custos (SLACK et al., 1997). De acordo com esse modelo (Figura 1), o processo
de produção pode ser dividido em subprocessos, que são considerados também como atividades de
transformação. Este conceito é usado implicitamente em muitas práticas na indústria, tais como
orçamento e planejamento (KOSKELA, 1992).
No mecanismo da função produção (MFP) a produção é considerada como uma rede de processos
e operações (SHINGO, 1989). Os processos, referem-se ao fluxo de produtos de um trabalhador
para outro, ou seja, representam os estágios pelos quais a matéria prima se move até se tornar um
produto. As operações, por outro lado, são as ações executadas para realizar a transformação da
matéria-prima, ou seja, o trabalho realizado pelo trabalhador e pelas máquinas. As operações são
meios utilizados para acionar os processos, visando a realização da produção (ISATTO;
ZUCHETTI, 2014). Assim, a análise dos processos examina o fluxo de material ou produto, e a
análise das operações analisa o trabalho realizado pelo trabalhador e máquinas sobre os produtos
(SHINGO, 1996). Como o produto da construção é estacionário, ocorre a movimentação (fluxo)
dos recursos pelos locais (SLACK et al., 2006).
Tendo como base esses conceitos, Shingo (1996) salienta que para realizar melhorias significativas
no processo de produção, os fluxos de processos e operações devem ser analisados separadamente,
tentando melhorar em primeiro lugar os processos, e a seguir as operações. O mesmo autor aponta
que para isso acontecer devem ser eliminadas as perdas identificadas em cada um deles.
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Relacionado ao conceito de processo (produto) e operação (mão de obra e máquinas), surgem duas
formas de caracterizar o fluxo de produção:
a) Fluxo contínuo diz respeito ao produto, no qual a produção de uma peça ou lote pequeno de
itens é realizada por vez, sendo que o item passa de um processo para o seguinte, sem
interrupção (ROTHER; SHOOK, 1999). A ideia é ter sempre uma equipe trabalhando em cada
local, não deixando o produto ocioso.
b) Fluxo ininterrupto diz respeito as operações, visando que as equipes de trabalho ou recursos,
sejam utilizados ininterruptamente, na medida em que se movem continuamente de um local
para outro sem precisar esperar por trabalho (HARRIS; IOANNOU, 1998), o objetivo é sempre
ter produto (local) disponível, para a equipe não ficar ociosa.
Para Bulhões (2009) a implementação do fluxo contínuo pode ser vista como um mecanismo
indutor de melhoria de todo o sistema de produção. A visão de fluxo adiciona aspectos importantes
ao objetivo “o trabalho desnecessário não é realizado” (KOSKELA; HOWELL, 2002). Nesta visão,
a premissa básica, é a eliminação de desperdício nos processos, onde as reduções do tempo de
produção e da variabilidade são intensificadas (BULHÕES, 2009). Diante desse contexto é possível
verificar a relação da definição de perdas na construção civil ao conceito de processo e operação da
produção (FORMOSO et al., 2002).
5
Lead time é sinônimo de tempo de ciclo, e pode ser definido como a soma de todos os tempos (transporte, espera,
processamento e inspeção) para um produzir um determinado produto, ou para realizar determinada tarefa.
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Formoso et al. (2000) definem perdas, de uma forma mais ampla, sendo qualquer espécie de perda
de recursos – material, tempo (mão-de-obra e equipamentos) e capital – processados por atividades
que geram custo direto ou indireto, mas não adicionam valor para o produto final do ponto de vista
do cliente. Para Ulhôa (2012), perda está diretamente ligada ao aumento de custo, de prazo e de
impacto negativo ao meio ambiente.
Para Koskela, Sacks e Rooke (2012) perda não tem sido um conceito predominante na literatura de
gestão de operações e de gestão da construção. Assim, existe a necessidade de uma análise
conceitual mais aprofundada sobre as perdas na construção, pois as sete categorias de perdas
propostas por Ohno não cobrem todos os problemas existentes na construção. Estudos apontam que
as principais causas de perdas na construção estão relacionadas à falha na gestão, principalmente
no que se refere ao planejamento e controle da produção (KHANH; KIM, 2014).
Perdas como making-do, falta de terminalidade, retrabalho e trabalho em progresso têm sido
apresentados como categorias principais de perdas na construção (VILLAMAYOR, 2016). As
relações entre making-do, retrabalho, falta de terminalidade e trabalho em progresso geram
impactos na construção, tais como redução da produtividade, perda de material, baixa qualidade e
redução da segurança (VILLAMAYOR, 2016).
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com apoio de BIM
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2.2.3 Retrabalho
Retrabalho é definido como o esforço desnecessário de refazer um processo ou atividade que foi
incorretamente implementada da primeira vez (LOVE, 2002), para atender especificações de
projetos e procedimentos (YE et al., 2010), qualidade (BURATI; FARRINGTON; LEDBETTER,
1992) e requisitos (HWANG et al., 2009). De acordo com Ulhôa (2012), retrabalho implica no
aumento de passos para concluir a atividade, além de causar impacto negativo na sequência das
atividades posteriores. Retrabalho, também tem sido apontado como uma das causas dos desvios de
custos e prazos na construção civil (HWANG et al., 2009). Retrabalho é um tipo de perda
largamente reconhecida, porém não é claro na literatura se retrabalho é simplesmente uma
consequência do desvio de qualidade ou se é também uma consequência de mudanças do cliente ou
de tarefas incompletas (VIANA; FORMOSO; KALSAAS, 2012). As causas que geram retrabalho
são mudanças do cliente, erros e omissões de projeto, mudanças de projeto, erro ou omissão do
fornecedor, mudança de fornecedor, erros e omissões na etapa de execução da construção,
mudanças na etapa de construção e erros de transporte (HWANG, 2006).
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produção e melhora o uso do espaço físico disponível (ISATTO et al., 2000). As causas do WIP
podem estar relacionadas as interferências e mudanças dos clientes (ALVES, 2000), interrupções
nos fluxos de trabalho causados pela alta variabilidade nos processos e à falta de sincronização
(BULHÕES, 2009).
Segundo Schramm, Costa e Formoso (2006) o PSP tem como propósito analisar e exprimir em um
conjunto de decisões a estratégia de produção pretendida do sistema de produção, formando uma
estrutura de referência para gerenciar as diversas atividades (SCHRAMM; COSTA; FORMOSO,
2006). Segundo os mesmos autores, o plano de longo prazo pode ser considerado um dos resultados
do PSP. Entre as decisões tomadas se encontram a definição do nível de integração vertical, nível
da capacidade produtiva, arranjo físico, fluxos e sincronização de trabalho (SCHRAMM; COSTA;
FORMOSO, 2006). Estas decisões são interdependentes, e se uma delas for alterada as demais
normalmente são afetadas (MEREDITH; SHAFER, 2002).
O controle pode ser definido com um mecanismo por onde o planejamento é monitorado e seu
comportamento é corrigido para assegurar o desempenho conforme o planejado (BALLARD;
HOWELL, 1998). Um plano deve ser implementado em prol deste benefício (OLIVIERI, 2016).
De acordo com Ballard (2000), o desempenho da obra deve ser monitorado em comparação às metas
de prazo e custos, e se variações negativas forem identificadas é necessário aplicar ações corretivas.
Kenley e Seppänen (2010) argumentam que a terminalidade em cada local de trabalho também deve
ser monitorada.
Nos itens seguintes são brevemente descritas duas ferramentas de PCP que foram utilizadas no
presente trabalho, o Sistema Last Planner, (LPS) cujo foco principal é o planejamento nos níveis
de médio e curto prazo e a Linha de Balanço, que é utilizada para o planejamento de longo prazo.
O planejamento de longo prazo tem como horizonte todo o período de construção, sendo realizado
nas fases iniciais do empreendimento, possui um baixo grau de detalhamento, devido às incertezas
presentes no sistema construtivo (BALLARD; HOWELL, 1997). Neste nível são determinados o
ritmo de produção, a estratégia de ataque e as datas marco da obra (FORMOSO et al., 1999) e em
conjunto com os dados do orçamento, o ritmo define um fluxo de despesas que deve ser compatível
com o estudo de viabilidade (FORMOSO et al., 2001).
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execução das atividades, com o intuito de criar uma janela de confiabilidade para o próximo nível,
o planejamento de curto prazo (BALLARD; HOWELL, 1997).
O planejamento de curto prazo tem o papel de orientar diretamente a execução da obra (FORMOSO
et al., 1999), a inclusão de tarefas no plano depende do comprometimento dos responsáveis pela
execução das mesmas (BALLARD, 2000) e a remoção das restrições relacionadas às mesmas
(BALLARD et al., 2002). Neste nível, deve haver forte ênfase no engajamento das equipes com as
metas estabelecidas, o que pode ser alcançado através de reuniões periódicas (FORMOSO et al.,
1999). O desempenho do planejamento semanal é controlado por meio de um indicador de
eficiência dos planos, o PPC (Percentual de Planos Completos) dado pelo quociente do número de
tarefas concluídas pelo número de tarefas planejadas (BALLARD, 1997).
Linha de balanço é uma técnica de programação visual que permite ao planejador explicar
explicitamente o fluxo de trabalho (SEPPANEN; KANKAINEN, 2004). É representando em um
diagrama onde se dispõe a escala temporal ou calendário no eixo das abcissas (X) e as localizações
no eixo das ordenadas (Y). Através do uso dos diagramas é possível identificar rapidamente a
localização das equipes de trabalho para uma determinada data, o intervalo de tempo que separa as
diferentes equipes de produção, e os seus ritmos de trabalho (SEPPANEN; KANKAINEN, 2004).
A interpretação dos diagramas permite identificar uma série de deficiências no planejamento, tais
como (OLOFSSON, 2007):
A linha fluxo, termo definido por Mohr (1979), consiste num método derivado da linha de balanço,
sendo, no entanto, a atividade representada por uma única linha, Kenley e Seppänen (2010) afirmam
que esta representação em forma de linha permite a visualização mais clara quando comparada a
linha de balanço mais usual. Entretanto, por ser uma linha, a extensão do trabalho não é visualizada,
mas a sua representação gráfica permite não só inserir informações referentes ao planejamento,
como também informações referentes ao controle da produção (VARGAS; 2018). O conceito de
fluxo, requer que as atividades sejam completadas em sequência e que os recursos fluam
continuamente entre os locais (SEPPÄNEN; EVINGER; MOUFLARD, 2014). A técnica da linha
de fluxo pode ser usada em projetos de característica não repetitiva, a inclinação da linha representa
a taxa de produção, que é a quantidade total de unidades pela duração total (YASSINE et al., 2014).
Takt time planning (TTP) é um método de estruturar o trabalho, de modo que o projeto do sistema
de produção tenha fluxo contínuo, e tem objetivo de elaborar um plano de produção que forneça
um fluxo de trabalho balanceado para um determinado escopo, o que abrange geralmente uma fase
da construção. Ser balanceado significa criar um ritmo de trabalho estável e que corresponda a taxa
de demanda (FRANDSON; SEPPÄNEN; TOMMELEIN, 2015). Sendo assim, é necessário que as
diferentes equipes finalizem o seu trabalho na zona designada na quantidade de tempo definida pelo
takt-time 6 (FRANDSON; SEPPÄNEN; TOMMELEIN, 2015)
6
Takt-time é o ritmo de produção, é a unidade de tempo, dentro da qual um produto deve ser produzido (taxa de
fornecimento) para coincidir com a taxa em que esse produto é demandado (taxa de demanda) (FRANDSON et
al. 2013).
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Biotto et al. (2017) comparam as três diferentes ferramentas baseadas em locais utilizadas para
planejar empreendimentos de construção, as principais diferenças, apontadas pelos autores, estão
listadas:
a) No que diz respeito a inclinação da linha de balanço e da linha de fluxo, dependendo de onde
se inicia e se finaliza a linha, é possível obter o ritmo de entrega ou o ritmo de produção. O
ritmo de entrega é representado por uma linha que liga a conclusão da primeira unidade com a
conclusão da última, enquanto o ritmo de produção liga o início da tarefa na primeira unidade,
até a conclusão da última unidade (SU; LUCKO, 2015).
b) TTP adota um ritmo de produção único para as atividades, ditado pelo takt-time, a fim de
reduzir o trabalho em progresso (FRANDSON; SEPPÄNEN; TOMMELEIN, 2015), enquanto
as demais técnicas citadas estão preocupadas com a utilização dos recursos, sem
descontinuidade no fluxo ao longo das zonas de trabalho, e com a possibilidade de ritmos
variáveis em diferentes zonas de trabalho (KENLEY; SEPPÄNEN, 2010). A linha de balanço
geralmente representa o ritmo de entrega, enquanto a linha de fluxo representa o ritmo de
produção (SU; LUCKO, 2015). No takt-time planning, a inclinação representa o takt-time.
c) Em relação aos buffers, o TTP incorpora estes dentro da capacidade de produção das equipes,
sendo o tempo de ciclo das atividades menor do que o takt-time, em um contraponto com as
demais (linha de balanço e linha de fluxo) que geralmente inserem buffers entre atividades
críticas (FRANDSON; SEPPÄNEN; TOMMELEIN, 2015).
As localizações como unidade de análise está no centro da abordagem LBM, sendo usados como a
principal divisão de trabalho, utilizados para planejar, analisar e controlar o trabalho na medida em
que ele flui por estas zonas de trabalho (KENLEY; SEPPÄNEN, 2010). Na abordagem LBM,
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com apoio de BIM
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considera-se que um local deve estar completamente executado antes de iniciar o trabalho em outro
local (SEPPÄNEN et al., 2015).
Os locais são definidos por uma estrutura hierárquica de localização (LBS), no qual um nível
superior inclui de forma lógica todos os níveis de localizações inferiores (KENLEY; SEPPÄNEN,
2010). A LBS é uma parte importante da abordagem LBM, pois indica como é o fluxo de recursos,
ajudando a explicitar as restrições de cada local (OLIVIERI, 2016). Diferentes fases de construção
podem ter diferentes lógicas para divisão dos locais, sendo o mais importante ter o mesmo nível da
LBS para as tarefas da mesma fase, o compartilhamento da LBS reduz a complexidade e aumenta
a eficácia do sistema (KENLEY; SEPPÄNEN, 2010).Cada nível da LBS possui um propósito
diferente, o nível mais alto é usado para otimizar a sequência de construção, nesse nível, as
estruturas são independentes em cada zona de trabalho, permitindo que essas sejam executadas em
qualquer sequência ou até em paralelo (KENLEY; SEPPÄNEN, 2010). Os níveis intermediários
são usados para planejar o fluxo de produção da estrutura e geralmente refletem restrições físicas.
Já nos níveis mais baixos, devem ser aplicáveis à maioria das especialidades em execução em uma
determinada fase, e pequenas o suficiente de forma que apenas uma especialidade pode
efetivamente estar trabalhando no local. Nesse nível deve ser possível de planejar e controlar os
detalhes e acabamentos (KENLEY; SEPPÄNEN, 2010).
Essencialmente, o LBM é composto pela etapa de planejamento, que ocorre antes da construção, e
a etapa de controle, que ocorre durante a construção (SEPPÄNEN et al., 2014).Essa abordagem,
serviu como ponto de partida para o desenvolvimento desta pesquisa, sendo denominada neste
trabalho de Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização.
Segundo Kenley e Seppänen (2010), as informações que dizem respeito à etapa de controle da
abordagem LBM podem ser classificadas em quatro diferentes estágios: linha de base, plano atual,
progresso e projeção. A linha de base diz respeito ao compromisso do contratado e do cliente, sendo
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estas informações alteradas somente quando essas bases de comprometimento entre os dois são
alteradas (KENLEY; SEPPÄNEN, 2010). O plano atual traz informações a respeito de como se
dará a produção com base nas informações disponíveis, enquanto a informação de progresso diz
respeito como a produção tem avançado, e a informação de projeção usa as informações de todos
os outros estágios para descrever como possivelmente se dará a produção no futuro (KENLEY;
SEPPÄNEN, 2010).
As projeções são baseadas nas produções reais, que são extrapoladas para o futuro. Estas assumem
que a produção continuará com a taxa atual (em vez do planejado), a menos que ações de controle
sejam tomadas (SEPPÄNEN et al., 2013). Este tipo de previsão encoraja os gerentes a reagirem aos
problemas cedo o suficiente para tomarem ações efetivas. As projeções absorvem os buffers antes
de impactar as próximas tarefas (LOWE et al., 2012; SEPPÄNEN et al., 2013).
Assim, enquanto LPS foca nos aspectos sociais e de comprometimento do planejamento, o LBM
estrutura as informações, permitindo a visualização do fluxo de trabalho e a análise de desempenho
futuro. O planejamento de médio prazo pode utilizar os dados de progresso e previsão do LBM
combinados com a identificação de restrições do LPS, como um aviso antecipado para avaliar de
forma colaborativa os efeitos de desvios no projeto (SEPPÄNEN et al., 2010; 2013). No curto
prazo, a integração dos sistemas serve para comparar as atividades planejadas na semana com o
previsto no plano LBM (SEPPÄNEN et al., 2015).
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A gestão de custos na construção civil possui diversas funções, como por exemplo, estimativas,
planejamento dos custos, controle dos custos, contabilidade de custos e controle financeiro
(SALMI, 2018). A essência de um sistema de gestão de custos na construção civil é monitorar a
evolução de empreendimentos e avaliar as suas implicações em relação ao custo final. Cabe a esse
sistema, disponibilizar informações que possibilitam ver, de antemão, a tendência do
desenvolvimento dos custos e prazos, criando, desta forma, um sistema de advertência para
gerenciar interações e alterações que porventura houver (STALLWORTHY, 1980). Desta forma, o
sistema de gestão de custo deve estar em plena sintonia com o sistema de gestão da empresa de uma
forma ampla, a fim que os gerentes possam utilizar plenamente as informações geradas, atualizadas
ao contexto da organização (BORNIA, 2012).
Segundo Ducker (1995), a importância do sistema de gestão de custos não está somente na precisão
de valores ou em seu detalhamento, mas no prazo de disponibilidade e na relevância de seu
conteúdo. Sendo importante que as informações geradas enfatizem fatores que precisam de atenção
num tempo hábil, para que decisões futuras sejam tomadas (PLOSSL, 1999).
Um sistema de custeio tem como função primordial atribuir o custo de produtos e serviços. De
acordo com Kliemann Neto e Antunes Júnior (1990), o processo de custeio pode ser considerado
uma combinação conveniente de princípios e métodos de custeio, visando possibilitar a obtenção
das informações necessárias à organização em um dado momento.
De um modo mais geral, o princípio determina qual informação o sistema deve gerar e o método
diz respeito como a informação será obtida e relaciona-se com os procedimentos do sistema. A
rigor, qualquer método pode ser aplicado com qualquer princípio (BORNIA, 2012).
O princípio de custeio é a lógica utilizada para a proceder a determinação dos custos que serão
alocados aos produtos e aos processos da empresa, de acordo com o objetivo e/ou período de tempo
no qual se realiza a análise. Eles classificam os custos em fixo e variáveis de acordo com o volume
de atividade da empresa. Custos fixos são aquelas que permanecem constantes no curto prazo,
independente do volume de produção da empresa (BORNIA, 2012). Os custos variáveis estão
intimamente relacionados com a produção e variam diretamente com o nível de produção
(BORNIA, 2012).
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A metodologia de custeio se referem a como os dados serão processados para obtenção das
informações (BORNIA, 2002). Para sua utilização, é necessária a classificação dos custos em
diretos e indiretos, de acordo com a facilidade de alocação dos custos ao objeto de custeio.
Denominam-se custos diretos aqueles facilmente rastreáveis ao objeto de custo, enquanto os custos
indiretos são aqueles dificilmente atribuídos ao objeto de custo, necessitando, normalmente, utilizar
um critério de rateio (ANTUNES JR, 1998). Na construção civil, o sistema de custeio tem como
produto final o orçamento da obra, que normalmente é produzido nas primeiras fases do
empreendimento. Os custos na construção civil podem ser classificados de acordo com dois
critérios: modo incidência (diretos ou indiretos) e volume de produção (variáveis e fixos), descritos
a seguir:
a) Custo direto: são aqueles custos diretamente apropriados aos produtos (MARTINS, 1982).
São os custos de mão de obra direta, materiais e equipamentos
b) Custo indireto: são aqueles no qual se faz necessário algum fator de rateio para a
apropriação, pois têm correspondência com vários produtos (LIMA, 2000).
c) Custo fixo: são custos que se mantém inalterados ao longo de uma determinado período
de tempo mesmo quando ocorrem mudanças associadas ao volume de produção
(TRAJANO,1985).
Outro ponto a ser considerado por um sistema de gestão de custos, a respeito da ocorrência dos
custos variáveis, é a diferença temporal que pode haver entre o momento que um recurso é adquirido
pela empresa (gasto), quando o recurso é consumido (custo) e quando o recurso é pago aos
fornecedores (desembolso). Como uma atividade é composta por diferentes insumos, é necessário
distinguir como ocorrem o desembolso dos custos de cada um de seus insumos (PETERS, 1984).
Geralmente o desembolso referente ao custo da mão de obra ocorre dentro do mês da realização da
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atividade, tendo em vista que grande parte das empresas o pagamento da mão é realizado pelo
critério de medição da produção (PETERS, 1984). Por outro lado, o desembolso dos custos dos
materiais pode se dar em meses anteriores, no mês de execução ou em meses seguintes, com valor
parcelado ou não, a depender da forma de pagamento estipulada com o fornecedor (PETERS, 1984).
A literatura considera, pelo menos, três tipos distintos de orçamento na construção civil: (a)
orçamento voltado para viabilidade ou paramétrico; (b) orçamento convencional; e (c) orçamento
operacional ou executivo (CABRAL, 1988; BAZANELLI, 2003; KNOLSEISEN, 2003; KERN,
2005; MARCHIORI, 2009)
O orçamento para viabilidade ou paramétrico, é utilizado em fases em que ainda não há projetos
completos, tendo por objetivo fornecer um valor aproximado do custo total de um empreendimento.
O seu cálculo é feito a partir de dados históricos de custos, por meio de comparação com projetos
similares e de índices que fornecem médias de custos praticados pelo mercado (MATTOS, 2006).
No orçamento operacional ou executivo os custos são modelados de acordo com a forma como eles
ocorrem ao longo do tempo, levando em conta como o processo de produção do edifício é realizado
(ANDRADE, 1996). Este tipo de orçamento segue a abordagem operacional por decompor os itens
de custos conforme as operações necessárias para a execução da obra (CABRAL, 1988; SKOYLES,
1968; ASHWORTH; SKITMORE, 2005), sendo que a mão de obra própria é orçada a partir da
composição de equipes e da duração que estas equipes levam para concluir uma operação. Assim,
o custo da mão de obra e equipamentos são considerados proporcionais ao tempo e os materiais
proporcionais às quantidades de item de custo, levando em conta constantes de consumo
(GALVÃO; HEINECK; KLIEMANN, 1990; ANDRADE, 1996). Portanto, a principal diferença
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com apoio de BIM
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No orçamento operacional, os custos com mão de obra própria são considerados variáveis em
relação ao tempo ao invés de apenas à quantidade física executada (GALVÃO; HEINECK;
KLIEMANN, 1990), sendo definida a partir da composição de equipes e da duração para concluir
uma operação. Galvão, Heineck e Kliemann (1990) afirmam que, para facilitar a gestão, é
necessário que os custos de materiais sejam separados dos custos de mão de obra. Kern (2005)
acrescenta que a separação dos custos de mão de obra e de material facilita a gestão de financeira,
uma vez que, de modo geral, o pagamento da mão de obra é feita após a execução da operação,
enquanto a aquisição do material é feita em um momento anterior e o pagamento pode ser feito de
forma parcelada.
Galvão, Heineck e Kliemann (1990) destacam outras considerações para a elaboração do orçamento
como: (a) os custos de consumos mensais são proporcionais ao tempo (água, telefone, luz, etc.); (b)
as taxas de lucro, de administração e de leis sociais são agregadas em um único valor ao invés de
serem diluídas em todos os itens; (c) os equipamentos e as instalações de canteiros são
especificados, assim como seus critérios de reutilização, vida útil e depreciação, sendo seus custos
orçados pelo prazo em que permanecerem na obra; (d) os tempos de mobilização e desmobilização
de canteiro devem ser deixados de forma explícita; e (e) as unidades dos materiais devem seguir a
unidade de compra.
O custo planejado para a realização da operação pode ser comparado com custo real na execução
da operação, logo após a sua conclusão. Desse modo, o orçamento operacional possibilita o
rastreamento dos custos, promovendo mais transparência do orçamento, favorecendo a
identificação de desvios (monitoramento) e possibilitando uma atuação efetiva da função controle
sobre as atividades.
Desse modo, o orçamento operacional deixa rastreável a forma como o empreendimento será
executado, explicitando quais operações, quais equipamentos, quantos funcionários nas equipes,
que instalações de canteiro e qual a duração da obra (GALVÃO; HEINECK; KLIEMANN, 1990),
favorecendo a identificação de desvios (monitoramento) e possibilitando uma atuação efetiva da
função controle sobre as atividades (SKOYLES, 1968).
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do consumo de recursos (mão de obra, materiais) de cada período da produção ao longo do tempo,
podendo ser medido o progresso da obra, conforme os itens de custos são realizadas (HEINECK,
1986; KIM; BALLARD, 2001).
A curva de agregação de recursos é utilizada de duas formas: não cumulativa e cumulativa. Através
da forma não cumulativa, é possível controlar a mobilização de recursos e a intensidade com que
estes devem ser alocados na obra, a ferramenta permite aos gestores a visualização de períodos com
maior consumo de recursos, de acordo com o planejamento da produção e com as condições de
pagamento acertadas com fornecedores (KERN, 2005). Por meio desta ferramenta, o progresso do
empreendimento pode ser monitorado, permitindo visualizar a previsão dos custos e receitas do
empreendimento, ou seja, o fluxo de caixa (NEALE e NEALE, 1989; STALLWORTHY, 1980).
A curva de agregação cumulativa, também chamada de curva S, representa o valor acumulado dos
recursos desde o início da obra até sua conclusão (KERN, 2005). Entre as suas contribuições na
gestão dos custos, quando combinado ao fluxo de receitas, é a identificação do momento que
começam a ocorrer os lucros do empreendimento (HEINECK, 1986).
Segundo Kern (2005) para a realização do planejamento dos custos através de curvas de agregação,
são necessárias informações de caráter essencialmente estimativo, geradas pelos setores de
orçamento, produção, suprimentos e contratos. A realização dos ciclos de controle e replanejamento
dos custos baseia-se em informações atualizadas ao longo do tempo, alguns referentes a contratos
estabelecidos e outras relativas a estimativas mais precisas. O ciclo de planejamento e controle deve
ser realizado em tempo real para que a informação gerada tenha caráter proativo, baseada, por sua
vez, em informações frequentemente atualizadas.
As curvas de agregação de recursos cumulativas, nas quais são dados pesos para cada atividade,
normalmente em função do seu custo, corresponde ao que é conhecido na literatura internacional
como método do valor agregado (earned value method - EVM) (KIM; BALLARD, 2000). Por meio
deste método é possível estabelecer indicadores quanto a avanços físicos e custos da produção
(KERN, 2005). O EVM monitora três dimensões: valor planejado, valor agregado e custos reais
(SNYDER, 2014). Valor agregado é um conceito simples, que tem foco na relação entre os custos
reais consumidos e o trabalho realizado no projeto. O objetivo está no desempenho realmente obtido
em relação ao que foi gasto, ou seja, o que foi obtido em relação ao gasto financeiro para atingir
aquele resultado (VARGAS, 2010). Entre as principais vantagens do uso do EVM encontram-se a
integração do gerenciamento de custos e tempo, a transparência do escopo do projeto (VALLE;
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com apoio de BIM
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SOARES, 2006), alertas antecipados sobre problemas e a previsibilidade dos desvios (NADER-
POUR; MOFTD, 2011; VALLE; SOARES, 2006).
Segundo Kim e Ballard (2010), a técnica EVM é uma ferramenta eficaz sob a suposição que as
atividades são independentes, como EVM é baseado no modelo de conversão, não são reconhecidos
outros fenômenos além da simples transformação de “entradas” em “saídas”. Como o critério de
controle é valor financeiro agregado, os gerentes de projetos podem realizar tarefas
antecipadamente visando a demonstrar resultados imediatos no EV (valor agregado) a curto prazo,
mesmo sacrificando o fluxo de trabalho e, consequentemente, o desempenho posterior no projeto.
E como a preocupação é com a “saída” (entrega), cada equipe de trabalho priorizará seus interesses
ao invés colaborar com o fluxo de trabalho (KIM; BALLARD, 2000). Portanto, a técnica EVM
ignora os conceitos de fluxo de trabalho e não diferencia entre operações geradoras e não geradoras
de valor, o que pode resultar em durações mais longas e custos maiores do que o necessário, além
de possivelmente exceder o cronograma e o custo em relação ao orçamento (KIM; BALLARD,
2000).
Para Seppänen e Kenley (2010) o custo real do trabalho realizado considera apenas o custo total,
independentemente dos compromissos nos quais os custos foram baseados, e como alguns custos
ocorrem antes da produção e alguns custos após a produção, é muito difícil comparar os custos reais
com o cronograma, pois não é possível saber quais custos correspondem a qual produção. Além
disso, o indicador de desempenho de prazo do valor agregado não leva em consideração onde o
trabalho foi realizado, portanto é silencioso sobre a eficiência da produção, os custos reais são
baseados em compromissos e contratos que podem assumir desperdício de produtividade. Portanto,
segundo os mesmos autores o EVM avalia apenas o desempenho em relação ao desempenho orçado,
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faz previsões baseadas no progresso histórico, não considera compromissos ou projeções futuras,
como, os efeitos de durações mais longas de tarefas nos custos indiretos.
O LBM tem a proposta de ampliar os conceitos de PCP, a fim de promover a integração dos
processos de tempo e custo por meio da LBS (KENLEY; SEPPANEN, 2010). Segundo Kenley e
Seppänen (2010) um dos impulsionadores mais importantes do feedback da produção é o controle
dos custos, sendo desejável que em um PCP baseado em localização, os custos, também sejam
estimados de acordo com a LBS.
A estimativa de custo baseada em locais extrai os quantitativos dos itens de orçamento de acordo
com a LBS. Como cada item do orçamento tem um custo unitário e um consumo de mão de obra,
portanto, é possível calcular, de forma automática, para cada localização, o custo e as horas
necessárias para concluir o trabalho. No LBM somente os itens de custo direto estão vinculados as
tarefas, para cálculo dos custos relativo ao tempo, o que é similar a abordagem operacional em que
é necessário desenvolver um método alternativo, Kenley e Seppänen (2005) sugerem que para cada
custo relativo ao tempo deve ser calculado um custo unitário e multiplicado pela duração de todo o
projeto ou pelas tarefas que afetam o determinado custo.
Os mesmos autores afirmam que, quando são conhecidos quantidades, datas de início e término e
taxas de produção em todos os locais, é possível calcular uma estimativa de pagamentos. Como as
datas e os valores dos pagamentos são determinados pelo plano, é possível assumir uma curva de
valor planejado levando em consideração as regras de pagamentos. A partir do uso dessas curvas,
Kenley e Seppänen (2005) combinam o uso da técnica EVM com LBM. Segundo os autores,
enquanto a técnica EVM analisa o desempenho geral dos custos de produção, a abordagem LBM,
através da etapa de controle, alerta antecipadamente os problemas, permitindo uma reação rápida
de correção.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Nesse capítulo são apresentados alguns conceitos fundamentais de BIM, como conceito de
interoperabilidade e nível de desenvolvimento (LOD). Após, é explicado o uso de BIM para
estimativas de custos e o uso do BIM para integração dos processos de PCP, com objetivo de
apresentar estudos desenvolvidos, vantagens percebidas e desafios encontrados. Para finalizar são
apresentados diretrizes de modelagem.
Building Information Modeling (BIM) é considerado como uma mudança tecnológica e processual
emergente dentro da indústria da construção (SUCCAR, 2009). Segundo Hardin e Mccool (2015),
BIM continua a ser construído à medida que a indústria da construção encontra novas maneiras de
usar as informações disponíveis, portanto, seus conceitos estão em constante evolução, tendo a cada
novo estudo uma nova contribuição para o avanço do uso e aplicações, por consequência,
contribuindo ao desenvolvimento de definições e percepções sobre os conceitos e processos.
BIM pode ser definido como um conjunto interativo de políticas, processos e tecnologias que geram
uma metodologia para gerenciar informações essenciais do projeto e empreendimento por meio de
um formato digital (SUCCAR, 2011) composta por objetos paramétricos inteligentes, em todo o
ciclo de vida da edificação (EASTMAN et al., 2001). BIM é qualificado com o potencial de atuar
como uma plataforma central, auxiliando a sincronização, visualização (DAVE, 2013), integração
(FIRAT et al., 2010) e armazenamento de diferentes tipos de informação, tais como dados
geométricos, semânticos e tipológicos (SCHLUETER; THESSELING, 2009), além de facilitar a
interoperabilidade e a troca de informações com as demais aplicações e ferramentas de software
relacionadas (MIETTINEN; PAAVOLA, 2014).
Azhar (2011) indica as principais utilizações de BIM: (a) visualização de projetos em três
dimensões; (b) rápida geração de desenhos técnicos, quando a criação de desenhos, cortes e plantas
é realizada baseado no modelo 3D; (c) utilização de BIM para verificação de códigos e
regulamentações; (d) estimativas de custo rápidas e precisas (BIM 5D); (e) visualização do
sequenciamento do produto (BIM 4D); (f) verificação de conflitos, interferências e detecção de
colisões entre diferentes disciplinas; (g) análise gráfica de possíveis falhas; e (h) gestão do uso,
planejamento dos espaços e manutenção de edificações.
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4.1.2 Interoperabilidade
A interoperabilidade é a capacidade de troca de dados entre aplicativos de maneira que facilita o
fluxo de trabalho e muitas vezes facilita sua automação, a interoperabilidade elimina a necessidade
de copiar informações manualmente, sendo mais fácil a troca de modelos, pois os formatos de
arquivos de troca são neutros e possuem padrões de modelagem (EASTMAN et al., 2011). O
principal padrão usado é o Industry Foundation Classes (IFC), criado pela International Alliance
for Interoperability (IAI), que consiste em um formato aberto e neutro de arquivo de dados utilizado
para descrever, trocar e compartilhar informações (EASTMAN et al., 2011).
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com apoio de BIM
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LOD os elementos são representados graficamente como um sistema, objeto ou conjunto específico, que é
300 preciso em termos de quantidade, forma, localização e orientação;
os elementos do modelo são representados graficamente como um sistema, objeto ou conjunto
LOD
específico em termos de quantidade, tamanho, forma, localização, orientação e interfaces com outros
350
sistemas construtivos;
os elementos são representados graficamente como um sistema, objeto ou conjunto específico, que é
LOD
preciso em termos de quantidade, forma, localização e orientação, com detalhamento que permite a
400
fabricação, montagem e obtenção de informação para instalação;
A automação dos processos de levantamento de quantidades é uma das principais vantagens do uso
do BIM (FORGUES et al., 2012). De modo geral, Eastman et al. (2011), apresentam três
procedimentos do uso do BIM como suporte ao processo de orçamentação vinculado ao uso da
tecnologia. A primeira opção consiste em exportar quantitativos para um software de orçamentação,
nesse caso, os softwares BIM de autoria extraem os quantitativos por meio da exportação de tabelas,
sendo necessário, uso auxiliar de software de planilhas eletrônicas. A segunda opção consiste em
utilizar um software BIM específico para o levantamento de quantitativos, que importa dados de
software de autoria BIM. A terceira opção consiste em usar uma ferramenta BIM capaz de conectar-
se diretamente a um software de orçamentação. Nas duas primeiras opções o BIM contribui apenas
a automatização do levantamento de quantidades. O terceiro caso se diferencia, por possibilitar o
mapeamento dos objetos BIM (FORGUES et al., 2012). Neste trabalho é empregado a opção
número três.
Uma das causas da falta de informações de custos, segundo Staub-French et al. (2003), é o fato da
modelagem ser elaborada com foco no produto, ou seja, os componentes são inseridos no modelo
para atender a composição do produto, sem se preocupar com o processo adotado para sua produção.
Além disso, outros obstáculos relacionados a quantificação extraída de modelos BIM para a gestão
da produção são a falta de diretrizes para modelagens (FIRAT et al., 2010) e a carência de estruturas
padronizadas para esse tipo de informação (STAUB-FRENCH et al., 2003; ARAM; SACKS;
EASTMAN, 2014).
Para Forgues et al., (2012) ainda existem diversos desafios e oportunidades no processo de
estimativas de custos e BIM, segundo os mesmos autores, as tecnologias disponíveis ainda não
estão suficientemente maduras, o fluxo de entrega tradicional de projetos, de forma linear e
fragmentada, cria barreiras e limites no potencial uso de BIM 5D e também destacam a importância
da integração dos fluxos de trabalho entre as aplicações 3D, 4D e 5D, a interpretação e conferência
dos dados extraídos.
Diante disso, diversos estudos vem sendo realizados, com objetivo de criar soluções para a falta de
informações e automatização dos processos de orçamentação a partir de BIM, entre elas, o uso de
parâmetros tipo texto para complementar as informações necessárias para a elaboração de
orçamento (LEUNG, 2013), o desenvolvimento de ontologias e sistemas de classificação para a
conexão automática entre os objetos BIM e as composições de custo de um banco de dados (LEE;
KIM; YU, 2014) e o desenvolvimento de frameworks para racionalização dos processos de
quantificação e a estimativa de custos com o uso de BIM (ARAM; SACKS; EASTMAN, 2014).
O uso do BIM na gestão de custos, não está limitado com a única função de extrair os quantitativos
dos objetos BIM para elaboração de estimativas, segundo Staub-French e Khanzode (2007), o BIM
5D, deve ser um processo iterativo com os processos 3D e 4D, sendo um modelo 5D construído
baseado em um modelo BIM 4D que inclua análise de tempo e construtibilidade. O modelo BIM
4D é fundamental para o levantamento de custos, pois o fator tempo exerce influência na relação
entre quantidade de recursos para a execução das operações e duração da obra (PANUCHEV;
SPIRO, 2006; STAUB-FRENCH; KHANZODE, 2007). Por outro lado, o modelo BIM 5D também
interage com o BIM 4D, pois fornece quantitativos para o estabelecimento da duração dos processos
(FIRAT et al., 2010).
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Para Witicovski (2011) quando os modelos BIM 4D são integrados aos modelos BIM 5D, é possível
melhorar o planejamento e o controle de custos do empreendimento, promover reuniões mais
colaborativas, gerar ferramentas de controle da produção mais visuais e comunicar os planos às
equipes gerenciais e operacionais de modo que todos tenham a informação clara (KOO; FISCHER,
2000).
Assim, nesta pesquisa com reconhecimento da integração dos processos e a importância do fator
tempo na gestão de custos, é considerado que o modelo BIM 5D representa o conjunto de processos
a partir dos quais é possível planejar e controlar os custos de construção de forma precisa e integrada
ao PCP, representado pelo modelo BIM 4D, ao longo do ciclo de vida.
Para proporcionar integração dos modelos BIM 4D e BIM 5D, Firat et al. (2010) apresentaram os
princípios envolvidos na evolução da extração de quantitativos de um modelo BIM durante a fase
de projeto e construção. Os autores usam a terminologia BCIM (Building Construction Information
Model), para referir ao modelo 3D associado ao planejamento baseado em localização BIM 4D e
aos custos BIM 5D. Segundo os autores, a extração de quantitativos acontece em três etapas, sendo
duas na etapa de projeto e outra na etapa de construção. A primeira extração de quantitativos ocorre
na fase inicial do projeto, para elaboração da estimativa de custo paramétrica para definição do
custo-alvo. A segunda extração ocorre a partir do modelo BCIM para elaboração de uma estimativa
de custo detalhada. A terceira extração é feita durante a etapa de construção e fornece uma lista de
quantidades para solicitação de materiais. Quanto mais cedo a informação for extraída menor seu
grau de precisão (FIRAT et al., 2010).
Outro exemplo, refere-se o trabalho de Jrade e Lessard (2015), que com objetivo de integrar BIM à
técnica EVM, criaram um sistema integrado de gestão do tempo e custo (ITCMS), por meio dos
softwares MS Project, MS Excel, Revit, Quantity Takeoff e Navisworks. O ITCMS foi dividido em
quatro módulos: visualização do Modelo 3D, estimativa de custo, programação e análise EVM. Por
meio da integração dos dados dos módulos visualização, estimativa de custo e programação, tem-
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se o modelo 5D. Durante a construção do empreendimento, com base nos dados de progresso da
construção, o módulo EVM é usado para avaliar o desempenho físico e financeiro.
Segundo Santos (2018), para que a integração ocorra de forma eficaz, a informação deve estar
disponível e centralizada, e automatizadas sempre que possível, em um única plataforma permitindo
um entendimento fácil, além de permitir rápidas modificações das informações quando for
necessário, fornecendo informações em tempo hábil para auxiliar na tomada de decisão.
Neste trabalho, a utilização de modelos BIM 4D combinados com linha de fluxo, evidenciados por
Vargas (2018) surge com um potencial a ser explorado e investigado juntamente com a gestão de
custos, a fim de entender como permitem estudar sequencias executivas, analisar os custos variáveis
em relação ao tempo e identificar oportunidades de economia.
A base de dados geradas pelo modelo BIM pode ser integrada às atividades de planejamento,
orçamentação, controle de obra, comissionamento, operação e até mesmo às de demolição ou reuso
futuro. Porém, para que esta integração não exija retrabalho, é necessário definir no início do
processo quais são as funcionalidades do modelo BIM. Para isso, recomenda-se a elaboração do
plano de execução BIM (PEB).
O PEB é entendido como um procedimento (HADZAMAN et al., 2016) que descreve e guia todo
o processo colaborativo do uso do BIM a um projeto específico (HOLZER, 2015) e possui o
objetivo de melhorar a entrega do projeto, dos modelos de informação (HADZAMAN et al., 2016).
Segundo Boton e Forgues (2018), o PEB contém: (a) as informações do projeto, incluindo as metas,
estratégias de entrega e marcos, os usos do BIM e os entregáveis do modelo BIM; (b) os recursos e
o planejamento do BIM, incluindo a estrutura do modelo, a infraestrutura tecnológica e o
cronograma; e (c) a colaboração e as trocas de informação, incluindo os procedimentos de
colaboração, a equipe e suas funções, os principais contatos, os protocolos de troca de informações
e os formatos dos entregáveis.
Quando a extração de quantitativos é considerada como um dos usos do BIM, Aram, Eastman e
Sacks (2014) explicam que há três requisitos críticos, que devem ser cumpridos, para a eficiência
do modelo BIM para custos, sendo eles: (a) estar preparados para que deles possam ser extraídos
corretamente os quantitativos para as estimativas de custos; (b) conter todas as informações
necessárias para extração dos quantitativos, sem necessidade de ajustes manuais e retrabalhos; e (c)
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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conter informações completas requeridas pelas tarefas de quantificação e estimativa de custos. Para
cumprir esses requisitos, é necessário, descrever no BEP, quais são as unidades de medição e como,
ou seja, qual critério de medicação para cada objeto BIM. A adoção de critérios de medição, comum
nos orçamentos executivos, podem exigir que elementos sejam subdivididos e às vezes até
nomeados de modo diferente para possibilitar o uso de diferentes critérios e unidades de medição.
Firat et al., (2010) salientam que é importante verificar as regras de cálculo do software escolhido
e compatibilizá-las com os critérios estabelecidos no orçamento. Enquanto, Lee, Kim e Yu (2014)
recomendam elaborar o modelo de forma que os objetos sejam capazes de representar a execução
da obra.
Quando a simulação 4D é considerada como um dos usos do BIM, Vargas et al. (2018) orientam:
(a) identificar se o software 4D escolhido permite a divisão geométrica dos elementos, e como isso
é feito; (b) definir como os objetos BIM são categorizados e atribuídos as tarefas; (c) definir como
as informações das simulações são utilizadas e quais as saídas do modelo 4D (por exemplo, vídeos
instantâneos, manipulação do modelo BIM para visualização dinâmica); (d) definição do LOD dos
elementos 3D de acordo com as necessidades do plano (por exemplo, parede como uma camada
singular ou composta de tijolos, argamassa, gesso e pintura); e (e) definição se as operações serão
simuladas e, se for o caso, modelar áreas de estoque, equipamentos, instalações temporárias e
acessos.
Quando a integração de tempo e custo é considerada como um dos usos do BIM, Vargas (2018)
orienta, devido à natureza distinta das tarefas do planejamento e dos componentes de custo, as
decisões das necessidades do modelo devem ser analisadas colaborativamente. Para atender
extração de quantitativos segundo os critérios de medição e associação as tarefas conforme o plano.
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5 MÉTODO DE PESQUISA
Este capítulo apresenta o método de pesquisa adotado neste trabalho. São abordados a estratégia de
pesquisa utilizada, o delineamento da pesquisa, as fontes de evidência e a descrição dos estudos, na
qual são apresentados a empresa construtora e os empreendimentos estudados e as atividades
realizadas. Por fim, são apresentados os constructos utilizados na avaliação do modelo proposto.
Esta pesquisa adota a abordagem Design Science Research (DSR), também denominada de pesquisa
construtiva, a qual tem por objetivo desenvolver conceitos de soluções inovadores que resolvam
classes de problemas práticos e, ao mesmo tempo, possibilitem uma contribuição teórica (LUKKA,
2003). A DSR tem caráter prescritivo (MARCH; SMITH, 1995), uma vez que se busca resolver
problemas de forma sistemática, explorando novas alternativas para resolução dessas situações, ao
mesmo tempo que se explica o processo de resolução de problemas (HOLMSTRÖM; KETOKIVI;
HAMERI, 2009). As características fundamentais da pesquisa construtiva são (LUKKA, 2003):
como constructos, modelos, métodos e instanciações (MARCH; SMITH, 1995; VAN AKEN, 2004;
DRESCH et al., 2015), podendo estes ser inovações propostas por pesquisadores ou desenvolvidos
por meio de teorias pré-existentes (KASANEN et al., 1993), porém nunca descobertos (LUKKA,
2003). March e Smith (1995) afirmam que os produtos ou artefatos devem ser avaliados segundo
critérios de valor ou utilidade.
Apesar desta pesquisa ser posicionada como DSR, esta possui, também, características similares à
estratégica da Pesquisa Ação (Action Research - AR), a qual é caracterizada por permitir a
participação ativa da pesquisadora no fenômeno observado (THIOLLENT, 2005). Assim, a DSR é
entendida como um modo de produção de conhecimento e a pesquisa-ação como uma das formas
possíveis de alcançar a produção do conhecimento.
Thiollent (2005) define a pesquisa-ação como um tipo específico de pesquisa com base empírica
que é concebida e realizada por meio de uma ação, em que os pesquisadores e algumas pessoas
participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo. Esta estratégia de
pesquisa é indicada para estudos cujo objetivo é a mudança na organização, no processo, no grupo
ou no indivíduo (MEDINA, 1898; THIOLLENT, 1997; 1998). É caracterizada por ciclos de
aprendizagem, envolvendo cinco estágios: diagnóstico, planejamento de ação, ação, avaliação e
reflexão (SUSMAN; EVERED, 1978). Segundo Dick (1992) a pesquisa-ação tem dois objetivos: a
ação para trazer a mudança nas organizações e a pesquisa para aumentar o entendimento do tema
em estudo. Pode ser entendida como um processo cíclico, composto primeiramente de intenções, e
após a ação, por críticas e revisões, representando cada ciclo uma oportunidade de aprendizagem
(DICK, 1993). Sein et al. (2011) afirmam que o desenvolvimento de artefatos na DSR pode estar
relacionado com a AR, e propõem um método de pesquisa chamado Action Design Research, no
qual um artefato é concebido pela interação do pesquisador com o contexto organizacional durante
o seu desenvolvimento e uso. Cole et al (2005) sugerem a adição de uma fase de “reflexão” para o
DSR para aumentar o aprendizado, e a adição de uma fase de “construção” na AR para concretizar
a aprendizagem e enquadrar a da AR como uma forma de DSR.
O produto principal desta investigação é um artefato do tipo modelo que visa a solucionar problemas
relacionados a integração da gestão de custos e o PCP baseado em localização de empreendimentos
de construção. A pesquisa foi concebida, desenvolvida, implementada e avaliada em colaboração
com uma empresa construtora especializada em obras de baixa renda. A participação da empresa
nos ciclos aprendizagem e reflexões incorporadas na fase de implementação, típicos da AR,
contribuíram para o desenvolvimento do modelo.
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5.2 DELINEAMENTO
A pesquisa foi composta de quatro estudos divididos em dois estágios, sendo cada estudo
desenvolvido em uma obra distinta da mesma empresa construtora, denominada de Construtora no
presente trabalho (Figura 4).
O primeiro estágio da pesquisa foi composto pelo estudo exploratório e estudo empírico 1 e foi
marcado pela busca de uma lacuna de conhecimento, ao mesmo tempo em que se buscou a
compreensão de um problema real da Empresa Construtora. Para isso, uma revisão bibliográfica
inicial orientou a pesquisadora na escolha do tema. Em seguida, buscou-se compreender em
profundidade os temas de PCP baseado em localização, gestão de custos e BIM, que perdurou por
todo o desenvolvimento deste trabalho. No estudo exploratório, na Obra A, foi realizado um
diagnóstico dos processos de PCP e gestão de custos da Construtora, durante o qual foram
identificadas oportunidades de melhorias e possibilidades do uso do BIM como apoio nos
processos. Como resultado do estudo exploratório, a pesquisadora identificou o problema, propôs
um conjunto de diretrizes para melhorar o planejamento e controle da produção e a gestão de custos
da Construtora, e apontou possibilidades do uso do BIM na integração das informações.
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Ainda no estágio A, foi realizado o estudo empírico 1 na Obra B. Neste estudo, foram
implementadas melhorias relacionadas ao PCP, a partir do diagnóstico realizado no estudo
exploratório, e obteve-se uma compreensão inicial da integração dos processos de PCP baseado em
localização e a gestão de custos. Ao final do estudo, foi definido o escopo do modelo proposto,
sendo elaborada uma concepção preliminar do mesmo. Neste estudo foi necessária a realização de
alguns ciclos de aprendizagem, sendo necessário voltar à etapa de entendimento profundo do
problema, após o início do desenvolvimento do artefato.
O estágio B deste trabalho foi composto pelos estudos empíricos 2 e 3. Neste estágio foi
desenvolvida e implementada a versão final do artefato. No estudo empírico 2 (EE2), na obra C, a
concepção preliminar proposta no estágio A foi implementada, testada e refinada, e através de ciclos
de aprendizagem, a versão final do modelo foi emergindo ao longo deste estudo. No estudo EE2,
por meio da identificação de melhorias e lições aprendidas no estágio A, foi proposta uma nova
divisão e classificação de custos e uma nova estrutura orçamentária com visão operacional, com o
objetivo de promover um processo de gestão de custos mais transparente e que permitisse a
integração dos itens de custos do orçamento aos processos do plano de longo prazo.
Como um dos objetivos desta pesquisa era entender como as ferramentas BIM podem contribuir
para a integração dos processos de PCP baseado em localização e gestão dos custos, a autora
despendeu um grande esforço para obter um entendimento avançado da ferramenta BIM 5D
escolhida. Para isso, participou de treinamentos e realizou vários testes práticos com a ferramenta
para refinamento do conhecimento e entendimento do fluxo de trabalho.
Portanto, a operacionalização do modelo ocorreu por meio do uso do software Vico Office e
modelos BIM, o que permitiu a extração de quantitativos de forma automática, assim como a
vinculação dos objetos BIM ao orçamento, elaboração do planejamento baseado em localização e
a integração das informações de orçamento e planejamento. Durante a etapa de construção da obra
C, foi definido a rotina, baseado no LPS, para controle, monitoramento e atualização dos planos.
Neste estudo a pesquisadora obteve entendimento profundo de como controlar os custos
proporcionais ao tempo e como identificar e mensurar o custo de algumas perdas. Através da
modelagem BIM 3D, extração de quantitativos, integração do modelo 3D ao orçamento (5D) e
planejamento (4D), a pesquisadora propôs diretrizes de modelagem para padronização e
categorização das informações. Após a compreensão e diversos refinamentos, a versão final do
modelo foi desenvolvida, implementada e testada com apoio do software Vico Office.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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O estudo empírico 3 foi realizado na obra D, e durante este estudo, a etapa de planejamento inicial
do modelo proposto foi implementada, testada e refinada com apoio do software Vico Office. O
modelo BIM 3D de arquitetura do empreendimento foi elaborado através do uso das diretrizes de
modelagem propostas no estudo empírico 2, enquanto os modelos estruturais e de instalações foram
analisados e compatibilizados. Na fase de desenvolvimento e teste foram realizados diversos ciclos
de planejamento, para refinamento do modelo proposto.
O produto do estágio B foi a versão final do modelo, na qual foram definidos os processos da etapa
inicial de planejamento e a rotina de coleta de dados e atualizações durante a construção, com
objetivo de obter um controle simultâneo de tempo e custo, e para identificar e a mensurar as perdas
do processo construtivo e calcular o custo do tempo. Ao final deste estudo, na fase de análise e
reflexão, houve uma discussão dos resultados com representantes da Construtora, o que também
contribuiu para avaliação da solução e identificação das contribuições práticas.
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A Construtora tem sede administrativa na cidade de Porto Alegre – RS. Foi fundada em 1991 e atua
na área de construção e incorporação. Seu acervo técnico é composto de diferentes tipos de obras,
execução de obras comerciais, industriais, residenciais de alto padrão, habitações populares e obras
de infraestrutura. Desde 2010, a atuação da Construtora está focada exclusivamente no setor de
habitação de segmento econômico. Esta empresa foi escolhida por possuir um sistema de
planejamento e controle formalizado e por ter interesse em melhorar seus processos de
planejamento e controle da produção e gestão de custos. Além disto, a pesquisadora compõe o
quadro de funcionários, tendo o cargo Gestora de Planejamento e Orçamentos desde novembro de
2016.
As quatro obras estudas nesta pesquisa são empreendimentos de habitação de interesse social
pertencente ao programa MCMV da Caixa Econômica Federal (CEF), com apartamentos de 44m²
compostos por sala de estar, cozinha/área de serviço, banheiro, dormitório de casal e dormitório de
solteiro. Além das unidades habitacionais, todos os empreendimentos possuem portaria central,
salão de festas, brinquedoteca, fitness, quadra esportiva, playground, quiosques, piscina adulto e
infantil, bicicletário e vagas de estacionamento. As obras C e D também possuem um prédio para
estacionamento (garagem). Na Figura 7 estão relacionadas as características das obras estudadas.
Figura 7 – Caracterização as obras estudadas
nº de nº de nº de Tipologias Prédio Área
Obra Localização
torres pav. aptos de aptos Garagem Condominial
Obra A Porto Alegre 13 4e5 248 2 Não Sim
Obra B Viamão 11 4 352 3 Não Sim
Obra C Gravataí 3 10 260 3 Sim Sim
Obra D Canoas 3 7e8 250 5 Sim Sim
Fonte: elaborado pela autora.
a) OBRA A: localizada em Porto Alegre- RS, é composta por 248 apartamentos, distribuídos
em treze torres de quatro e cinco pavimentos com quatro apartamentos por andar. Neste
empreendimento havia uma planta baixa tipo e uma planta baixa PNE.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Fonte: Construtora
Fonte: Construtora
c) OBRA C: localizada em Gravataí - RS, composta por 260 apartamentos, distribuídos em
três torres de dez pavimentos, sendo a torre 1 e a torre 2 com oito apartamentos por
pavimento, e a torre 3 com 10 apartamentos por pavimento. Neste empreendimento havia
dois tipos de planta baixa de apartamento tipo e uma planta baixa de apartamento PNE.
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Fonte: Construtora
d) OBRA D: localizada em Canoas- RS, composta por 250 apartamentos, distribuídos em três
torres de 7 e 8 pavimentos. Neste empreendimento havia três tipos de planta baixa de
apartamento tipo e dois tipos de planta baixa de apartamento PNE.
Fonte: Construtora
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com apoio de BIM
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Identificação das deficiências e de possíveis melhorias: foram realizadas 16 visitas a obra A, durante
estas visitas observou-se o andamento da obra de uma forma geral, buscou-se observar os processos
em execução, avaliar o fluxo de trabalho e identificar oportunidades de melhoria. As visitas
contribuíram para entender o contexto e as dificuldades enfrentadas. Por observação direta,
entrevista aberta com o engenheiro da obra, análise das planilhas e análise dos contratos foi possível
identificar o fluxo de trabalho planejado e compará-lo ao executado, identificar os lotes de produção
e os principais desperdícios. Baseado nas informações coletadas, um conjunto de melhorias nos
processos PCP e gestão dos custos foram propostas.
Seleção dos software BIM: a empresa estava em processo de implementação BIM no setor de
engenharia durante o desenvolvimento desta pesquisa. Para a seleção do software utilizado para a
modelagem 3D foi levada em consideração o conhecimento e a experiência da equipe da empresa.
Com isso, optou-se por utilizar o software Revit. Para modelagem 4D e 5D foi escolhido
considerando o potencial da ferramenta para trabalhar com a abordagem baseada em localização e
na integração das informações. Logo, o Vico Office foi a ferramenta selecionada para o
desenvolvimento dos estudos. O uso do software foi viabilizado pela empresa desenvolvedora, a
qual disponibilizou a licença para o desenvolvimento desta pesquisa.
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Desenvolvimento da versão preliminar do modelo de planejamento e controle dos custos: para dar
início a elaboração do modelo, foi explicado ao diretor da construtora os principais benefícios de
extração de dados a partir do uso da localização. O desenvolvimento do orçamento baseado em
localização foi elaborado no Excel sem apoio das ferramentas BIM. Para dar suporte ao
desenvolvimento do modelo, buscou-se uma análise crítica do sistema de custo da empresa por
meio da identificação dos pontos mais críticos e problemas enfrentados pela empresa e pela obra B,
que poderiam representar oportunidades de melhoria. A análise foi realizada a partir das
participações de 9 reuniões mensais de custos com duração de 4h, participação de 28 reuniões de
curto prazo com duração de 1h30, e 28 visitas ao canteiro de obras na qual foram realizadas
observações diretas e, registros fotográficos, da análise de arquivos fornecidos pela empresa e por
meio de entrevistas abertas realizadas com diretor da Construtora e engenheiro da obra B. As lições
aprendidas neste estudo foram aplicadas no estudo empírico 2.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Treinamento do Software BIM 5D: durante este estudo alocou-se grande parte do tempo para o
entendimento e análise da ferramenta e das etapas necessárias para a manipulação do software. A
aprendizagem do Vico Software, é bastante complexa por se tratar de uma ferramenta completa, e
por ser pouco utilizado no Brasil, por essa razão a pesquisadora contou com apoio da consultoria
online de uma empresa portuguesa.
Elaboração do orçamento com visão operacional: inicialmente, por meio das lições aprendidas nas
etapas anteriores, foi proposto uma divisão de custos e uma nova estrutura da planilha orçamentária
para a obra C, com objetivo de facilitar o controle de custos durante a etapa de construção e deixar
o processo de controle mais transparente. Os custos foram classificados em custos indiretos e
diretos, fixos e variáveis. Os quantitativos dos custos variáveis em relação às quantidades foram
extraídas dos modelos 3D e os custos variáveis em relação ao tempo foram vinculados ao plano de
longo prazo. A pesquisadora apresentou a nova proposta de planilha orçamentária ao diretor da
Construtora para discussão e, após a aprovação do diretor, ela foi implementada e testada durante o
EE2.
Elaboração do planejamento de longo prazo: foi realizada em setembro 2018 uma reunião de
planejamento de longo prazo da obra C. Participaram desta reunião a equipe da engenharia do
escritório, o engenheiro de produção, o diretor da Construtora e a pesquisadora. Nesta reunião foi
definido a sequência executiva da obra, o ritmo da produção, os equipamentos e o nº de equipes
para as atividades iniciais de fundação e de estrutura. Por meio dos dados coletados na reunião, a
pesquisadora elaborou o planejamento de longo prazo da obra C e baseado na duração das tarefas a
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pesquisadora calculou os itens de custos variáveis ao tempo e com isso definiu o custo e prazo total
de construção da obra C. A linha de balanço da obra C foi inicialmente elaborada em Excel e depois
elaborada no software Vico Office. Após a elaboração do planejamento e orçamento da obra C, foi
realizado uma reunião para apresentação dos planos a equipe da obra, participaram dessa reunião a
equipe de engenharia da sede, o engenheiro da obra, o diretor da empresa e a equipe de produção
da obra C.
Operacionalização do modelo com apoio do BIM: a partir de fevereiro de 2019, o modelo integrado
da gestão de custos e o PCP baseado em localização com apoio do BIM foi sendo desenhado, testado
e refinado com o uso software Vico Office. Durante a etapa de construção, foram realizadas
discussões a respeito das estratégias de controle da produção e custos, a fim de definir a realização
do controle da execução do empreendimento ao longo das semanas de acompanhamento da
evolução da obra. Dados reais de produção foram coletados semanalmente. Uma planilha de
controle de datas foi atualizada semanalmente pela equipe da obra, sendo coletados, além das datas
de início e término, o número de trabalhadores e eventuais problemas que aconteciam. Os dados
reais coletados foram inseridos no software Vico Office e cálculo de tendências foram analisadas
durante o estudo. As informações de tendências foram utilizadas ao longo das reuniões de PCP e
custos para apoiar a tomada de decisão. A pesquisadora participou de 16 reuniões de planejamento
de médio prazo e 16 reuniões de gestão dos custos. Nas reuniões eram visualizados os modelos
BIM 4D e 5D para analisar diferentes cenários, visualizar o plano de longo prazo e inserir as
informações de controle da produção. Também, eram utilizados relatórios com listas de processos
a serem executadas em um horizonte de médio prazo, uma tabela contendo o avanço físico por
localização, um quadro de controle que apresentava de forma visual o andamento das atividades de
todo o empreendimento combinados as curvas de agregação de custo.
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com apoio de BIM
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atividades deste estudo foram: (a) modelagem 3D; (b) implementação e refinamento do modelo; e
(c) análise e reflexão final
Análise e reflexão final: durante essa etapa, a pesquisadora obteve compreensão do fluxo de
desenvolvimento dos modelos BIM para atendimento das necessidades das etapas de orçamentação
(5D) e planejamento (4D).
A Figura 12 contém o resumo das fontes de evidências por estudo utilizadas nesta pesquisa, nesta
figura estão relacionados as fontes de evidências e o nº de participação em cada reunião, conforme
apresentado anteriormente na descrição de cada estudo.
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ESTUDOS
FONTES DE EVIDÊNCIAS
EE EE1 EE2 EE3
Participação de reuniões de PSP (nº) ---- 1 3 3
Participação de reuniões de Curto Prazo (nº) 16 28 5 ---
Participação de reuniões de Médio Prazo – Produção (nº) --- --- 16 ---
Participação de reuniões de Médio Prazo – Custos (nº) 4 9 16 ---
Visitas à obra (nº) 16 28 8 2
Observação participante Sim Sim Sim Sim
Análise de documentos Sim Sim Sim Sim
Percepção da pesquisadora Sim Sim Sim Sim
Observação direta Sim Sim Sim Sim
Entrevistas abertas Sim Sim Sim Sim
Análise de dados Sim Sim Sim Sim
Fonte: Elaborado pela autora
O artefato proposto foi avaliado considerando dois constructos: Utilidade e Aplicabilidade. Para a
definição dos critérios de avaliação, relacionados a cada constructo, foram priorizados os critérios
definidos por March e Smith (1995) quando aplicados ao contexto da pesquisa.
Quanto à utilidade do modelo, entende-se que esse pode ser considerado útil se houver melhoria no
processo de tomada de decisão pelo emprego do modelo de planejamento e controle dos custos da
produção e BIM. Esta melhoria pode ser advinda do aumento da confiabilidade e do aumento da
transparência das informações provenientes da modelagem BIM, da padronização do processo de
planejamento e controle dos custos a produção, na integração das informações para a tomada de
decisão e na flexibilidade na geração de cenários para tomada de decisão.
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com apoio de BIM
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6 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos no estágio A, referente ao estudo exploratório
e estudo empírico 1, e no estágio B, referente aos estudos empíricos 2 e 3. Cabe ressaltar que todos
os valores financeiros apresentados são fictícios, por questões de confidencialidade dos dados da
empresa.
Os custos de construção eram formados pelos custos das unidades habitacionais, da infraestrutura,
das áreas condominiais, da equipe administrativa, dos projetos e dos custos indiretos. A partir do
estudo de implantação do terreno, os quantitativos eram extraídos manualmente e multiplicados
pelos preços unitários da planilha orçamentária padrão, os preços unitários eram retroalimentados
a partir de dados históricos da empresa. Para estimar os valores das redes hidrossanitárias da
infraestrutura, o engenheiro orçamentista elaborava um croqui, baseado na sua experiência, para
estimar os quantitativos. Para cálculo do custo das unidades habitacionais, a partir dos projetos 2D,
os quantitativos eram extraídos manualmente. Para cada tipologia de apartamento e para circulação
condominial eram extraídos os quantitativos manualmente por ambiente (sala, quarto, cozinha e
banheiro) para a área de teto, o perímetro das paredes, largura e altura de janelas e portas, extensão
da parede hidráulica de banheiro e cozinha, perímetro da parede do box do banheiro e a extensão
da frente do box do banheiro. A partir destes quantitativos, a planilha padrão era preenchida. Alguns
itens de custos da planilha orçamentária possuíam composições de custos, mas a grande maioria
eram valores globais e unitários estimados de acordo com os dados históricos da empresa. Os custos
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Mensalmente uma reunião de custo era realizada com o objetivo de analisar o relatório de custos
mensal, elaborado pelo engenheiro da obra com participação do engenheiro orçamentista.
Participavam desta reunião o diretor técnico, o engenheiro da obra e o engenheiro orçamentista.
Para cada item do orçamento era informado um percentual de execução, que, multiplicado pelo
valor orçado total do item, gerava o valor agregado, isto é o quanto deveria ter sido gasto até o
momento para executá-lo, a comparação do valor agregado com o valor realizado informava o
desvio financeiro no período e o desvio financeiro projetado para o término da obra. Ao final do
relatório o indicador de custo era calculado dividindo o desvio financeiro projetado pelo valor total
do orçamento geral.
Mensalmente a construtora também controlava as perdas de alguns materiais, tais como: blocos
cerâmicos, argamassa de assentamento, concreto, argamassa de revestimento externo, cerâmica,
selador, tinta, fios, entre outros. Este controle tinha como base o percentual de perda orçado para
cada material. A obra calculava a quantidade estimada de consumo como base no projeto e
comparava com a quantidade efetivamente consumida de cada material. A diferença era
multiplicada pelo preço unitário contratado de cada material. A partir desses dados, a perda
monetária real era calculada para cada material, sendo esta planilha analisada de forma isolada na
reunião mensal de custos, sem uma análise em conjunto com o relatório de custos.
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Ferramenta padrão da CEF para medir o avanço físico das obrar para o pagamento das medições mensais
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plano da estratégia de execução da obra, porém em conversa com o engenheiro da obra, o mesmo
informou que havia sido definido uma estratégia de execução no início da obra, mas a mesma não
havia sido formalizada.
Mensalmente ocorria a vistoria da CEF, na qual o fiscal verificava os serviços realizados e preenchia
a PLS. O acompanhamento do plano de longo prazo consistia na comparação do percentual
planejado no longo prazo com o percentual medido pela CEF. Não havia análise do fluxo de
trabalho e das atividades executadas.
No nível de curto prazo, era realizada semanalmente uma reunião de planejamento e controle, da
qual participavam o engenheiro da obra, o mestre de obras, os inspetores, técnico de suprimentos,
estagiário e encarregado de cada subempreiteiro. Nesta reunião era elaborado, em conjunto com a
equipe, um plano com as tarefas a serem executadas na semana seguinte. A análise de cumprimento
dos pacotes de trabalho da semana anterior era realizada pelo estagiário, que informava o percentual
de avanço físico executado por pacote de trabalho. O indicador de curto prazo era a média dos
percentuais de avanço físico dos pacotes de trabalho. Outra característica encontrada no PCP da
construtora foi a ausência do planejamento de médio prazo formal, portanto, não havia análise de
remoção de restrições.
A equipe administrativa da obra possuía dois técnicos de edificações, na função de inspetores, cuja
sua principal responsabilidade era verificar a qualidade dos serviços executados. A Construtora
possuía fichas de verificação de serviços, que deviam ser preenchidas de acordo com critérios para
cada serviço. O inspetor abria a ficha antes do serviço iniciar, realizava controles intermediários,
quando necessário, e fechava a ficha quando o serviço estava completamente pronto, sem nenhum
problema de qualidade, o pagamento do subempreiteiro era liberado.
(a) Dificuldade de organizar o próprio tempo de trabalho: segundo Laufer e Tucker (1988) o
tempo dispensado à elaboração do planejamento deve ser livre de pressões, facilitando os
processos de deliberação e ponderação, indispensáveis a tomada de decisão. Os referidos
autores recomendam a existência de um especialista dedicado a esta função, que trabalhe
com cooperação com a gerência. Conforme ficou evidenciado nos dados coletados, a
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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engenheira responsável pelo planejamento de longo prazo, também era responsável pela
elaboração de estudos de viabilidades financeiras, orçamentos e atualização dos relatórios
de custos. O mesmo ocorre na obra, o engenheiro de obras possuía um acúmulo de funções
e dificilmente dispunha de tempo adequado para o planejamento.
(b) Ausência de planejamento de médio prazo e de integração dos planos: de acordo com
Ghinato (1996), o planejamento deve ser realizado em todos os níveis gerenciais da
organização e ser integrado de maneira a manter os mesmos integrados. Por meio da
integração, pode-se alinhar metas entres os planos de longo, médio e curto prazo, facilitando
o controle e a identificação dos recursos necessários à execução das tarefas no canteiro
(BERNARDES, 2001). A Construtora possuía apenas dois níveis de planejamento, o plano
de longo e curto prazo, e estes não eram integrados. A falta de integração das decisões
operacionais com o plano de longo prazo pode causar a elaboração ou atualização de planos
de maneira inconsistentes, tornando difícil o cumprimento dos prazos estipulados. As
decisões tomadas no curto prazo devem repercutir nos planos de médio e longo prazo. A
principal função do plano de médio prazo é identificar e remover as restrições no ambiente
produtivo e gerencial a tempo hábil de minimizar ou impedir interferências ao fluxo de
trabalho, causando por vezes, atrasos na execução dos itens de custos. A inexistência desses
planos diminui a visibilidade de identificação da necessidade de aquisição de alguns tipos
de materiais. Sem esta identificação precisas de datas, pode ocorrer interrupções no
abastecimento de materiais na obra, causando descontinuidade e paralisação as operações
no canteiro (BERNARDES, 2001).
(d) Falta de planejamento dos custos: a falta de planejamento dos custos, é tida como uma das
grandes dificuldades dos sistemas de gestão de custos, tradicionalmente empregados em
empresas construtoras. O planejamento dos custos exerce uma influência importante na
gestão de obras. Na Construtora, era elaborado somente um fluxo de caixa a nível macro,
isto é, considerando um desembolso global por mês, não havendo um processo sistemático
para sua elaboração.
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(e) Controle informal e ineficaz: o controle dos custos no decorrer da produção era realizado
através da comparação do custo total previsto com o real, e era calculado uma tendência, ou
seja, a produção é considerada linear. Os controles normalmente eram defasados, não sendo
realizados em tempo real. Como resultado, a informação não era gerada em tempo hábil
para a tomada de decisões corretivas eficazes.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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6.2.1 Modelagem 3D
A Construtora estava no processo de implementação BIM quando esta pesquisa foi desenvolvida.
O software adotado para a modelagem 3D do empreendimento foi o Revit 2017. O modelo
estrutural foi fornecido pelo projetista e o modelo arquitetônico foi elaborado durante o período de
um contrato de consultoria de BIM, pela equipe da Construtora (Figura 14). O objetivo inicial da
Construtora, ao modelar os empreendimentos em BIM, estava relacionado ao ganho de experiência
e conhecimento para elaboração do procedimento de contratação de projetos BIM. A Construtora
definiu os principais usos dos modelos: (a) Detecção precoce de problemas do projeto; (b)
Planejamento e Controle; (c) Extração de quantitativos para elaboração de estimativas de custos
Fonte: Construtora
Em setembro de 2017 foi realizada a reunião inicial de planejamento, quando ocorreu a definição
das localizações, sequência executiva e plano de ataque da Obra B. Participaram dessa reunião a
engenheira orçamentista, a engenheira de produção da obra B e o diretor técnico. Nesta reunião a
pesquisadora apresentou aos mesmos, as melhorias propostas no estudo exploratório. O foco na
elaboração do planejamento foi o uso do fluxo ininterrupto dos recursos, redução dos desperdícios
e redução do prazo da obra. Neste estudo foi considerado apenas a Fase 1 da Obra B, sendo definida
a seguinte sequência executiva entre as torres: torre 7, torre 11, torre 10, torre 6, torre 9. Para o
planejamento dos processos de estrutura, alvenaria estrutural e laje pré-moldada, as torres foram
divididas em pavimentos e os pavimentos em lados A e B separados pela junta de dilatação. Os
demais serviços foram planejados por pavimentos.
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No ciclo de execução dos processos de estrutura e reboco externo foram utilizados andaimes
fachadeiro como equipamento de proteção coletiva. No decorrer da obra, também, foi decidido
utilizá-lo para a pintura externa. Esse tipo de equipamento tem um preço de locação considerado
elevado pela empresa, sendo o cumprimento do prazo das atividades vinculados ao mesmo
importantes para não ocorrerem custos extras.
O fluxo de trabalho planejado foi representado em uma linha de balanço, conforme a Figura 15.
Como a obra tinha caráter repetitivo, as quantidades de itens de custos eram as mesmas nos
diferentes lotes de produção, sendo também a duração das atividades iguais. Os processos da
estrutura foram planejadas com duração de uma semana para cada lado do pavimento e o processo
de montagem de laje pré-moldada foi planejada para um dia, estando está relacionado ao custo de
locação de guindastes. Quanto aos demais processos, estes foram planejados com o ritmo de uma
semana por pavimento. Com o objetivo de sincronizar e nivelar a produção, foram definidas duas
equipes para a elevação de alvenaria e montagem de laje pré-moldada e uma única equipe para
execução do reboco externo. A sequência executiva definida da equipe 1, foi Torre 7, Torre 10 e
Torre 9, e para a equipe 2, Torre 11 e Torre 6. Para sincronizar as equipes 1 e 2 de alvenaria com a
equipe única de reboco externo, foi definido o início da elevação da torre 11 com o término do
reboco externo da torre 7. A sequência executiva está representada na Figura 16.
Para as atividades finais de acabamentos, metais, louças e portas de madeiras, foi considerado o
ritmo de produção de uma semana a cada dois pavimentos. Como são atividades de alto valor
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com apoio de BIM
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financeiro, suscetíveis a furto, vandalismo e danificação, foram planejadas para os últimos meses
da obra, de forma sequencial, o que causou, como pode ser observado na Figura 15, períodos sem
trabalhos em algumas torres.
de projeto, produção e na forma contratual, e também não refletia as etapas do processo construtivo
efetivamente executadas. Essas características dificultam a integração direta entre plano de longo
prazo e orçamento.
Primeiramente, os quantitativos dos itens de custos variáveis em relação com às quantidades foram
extraídos dos projetos 2D de acordo com a localização planejada. O somatório da multiplicação dos
quantitativos por localização pelos seus respectivos custos unitários, definiu o custo total do
processo. Na etapa de planejamento dos custos foi utilizado os custos unitários orçados, porém, ao
longo da obra, os custos foram atualizados com os custos acordados com os fornecedores
(comprometidos). Considerando as datas de início e término planejadas extraídas da linha de
balanço, os custos variáveis em relação às quantidades, dos processos escolhidos, foram distribuídos
ao longo tempo.
Para estimar os custos variáveis em relação ao tempo, foi considerado apenas os itens de custos dos
andaimes fachadeiro e guindastes, sendo estes alocados nos processos de acordo com sua utilização
e os custos calculados com base nas durações. Para exemplificar, na Figura 18, esta apresentado o
cálculo para o andaime fachadeiro da torre 7. O andaime fachadeiro foi utilizado durante a execução
da alvenaria estrutural, montagem da laje, reboco externo e pintura externa. Na execução de
alvenaria estrutural, o andaime vai sendo montado em paralelo com sua evolução, por essa razão, a
data de início por pavimento é diferente. A data final, corresponde ao término de execução da
pintura externa.
O resultado da distribuição no tempo dos custos dos processos escolhidos da fase 1 da obra B, está
apresentado na Figura 19(a) pela curva de agregação de recursos acumulada e mensal Na Figura
19(b) é apresentado o custo total dos processos escolhidos, considerando os custos variáveis em
relação às quantidades e ao tempo da Torre 7.
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com apoio de BIM
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Figura 19 – (a) Distribuição mensal e acumulada dos custos dos processos escolhidos para
(b) custo dividido em custos variáveis em relação às quantidades e ao tempo da T7
PROCESSOS
TORRE 7
ALVENARIA (m²) LAJE (und) REBOCO (m³) PINTURA (m³)
Quantidades R$
variáv
O plano de longo prazo foi representado em formato de linha de fluxo (Figura 20), de forma a
conter em um único gráfico as datas planejadas, realizadas e projetadas. Por meio dessa
atualização os custos variáveis em relação ao tempo eram analisados. A partir dos dados
coletados, a linha de fluxo era atualizada com as datas de início e término reais. Na Figura 20 é
apresentado como exemplo, a atualização, realizada em julho de 2018, dos processos escolhidos
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A partir da análise da coleta de dados e do fluxo de produção, foi possível entender os principais
motivos para ocorrência do desvio de 5 meses, conforme segue. O processo de elevação da alvenaria
contribuiu com 10 dias a mais na duração do processo, sendo que o tempo de ciclo planejado de 5
dias por lado teve uma duração média de 6,25 dias. A espera do projeto da alvenaria da platibanda
contribuiu com 30 dias adicionais, sendo que durante este período o andaime fachadeiro ficou em
espera sem uso. A baixa produtividade da elevação da alvenaria da platibanda contribuiu com mais
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com apoio de BIM
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5 dias. O atraso na entrega dos contramarcos das esquadrias de alumínio causou atraso no início do
processo de reboco externo, resultando em 30 dias adicionais, sendo que durante este período o
andaime fachadeiro também ficou em espera sem uso. O reboco externo iniciou em fevereiro de
2018, sendo planejado um ritmo de 5 dias por pavimento (25 dias úteis ao total), mas teve duração
de 2 meses, finalizando em abril de 2018, sendo contabilizados 33 dias a mais na tarefa do reboco
externo. Problemas com a qualidade foram detectados, e devido à política da empresa de pagar o
fornecedor somente quando atividade estiver terminada e com qualidade, o subempreiteiro precisou
refazer alguns trechos que não estavam de acordo com os procedimentos da empresa.
Adicionalmente, houve demora na definição das cores da fachada, o que ocasionou atraso na
negociação, contratação e entrega das tintas, resultando em 32 dias adicionais. A pintura externa
iniciou em junho de 2018, sendo planejados 25 dias. Porém, os meses de junho e julho foram
caracterizados por muitas chuvas o que resultou em vários dias impraticáveis. A pintura externa
teve duração de 3 meses e foram considerados 40 dias a mais para esse processo.
Na Figura 22 é apresentado a análise dos custos por processo da Torre 7. A diferença dos custos em
função do aumento do prazo foram classificados como desperdícios, tendo como resultado, perda
de 3% no processo de elevação da alvenaria estrutural, perda de 6% no processo de montagem de
laje pré-moldada, perda de 4% na execução do reboco externo, e perda de 23% na pintura externa.
Como o custo de produção de elevação da alvenaria era sete vezes maior que o custo de pintura
externa, o valor total do desperdício nos dois processos era semelhante, embora no processo de
pintura o desperdício represente mais. Considerando os processos escolhidos, a torre 7 apresentou
perda de 4,7%. Essa análise foi realizada para todas as torres, e como resultado tem-se que a fase 1
da obra B até agosto de 2018 apresentava 4% de desperdício, considerando os processos escolhidos.
Figura 22 - Análise das perdas da Torre 7
PROCESSOS
TORRE 7
ALVENARIA (m²) LAJE (und) REBOCO (m³) PINTURA (m³)
Quantidades R$
variáv
Para representar o avanço físico da produção da obra B foi utilizada a curva S planejada (Figura
19),). Para isso os custos orçados foram fixados e, mensalmente, através dos dados coletados de
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data de início e término, a mesma foi atualizada. O indicador de prazo da obra B no mês de agosto
de 2018, considerando os processos escolhidos, era de 92%.
Figura 23 – Curva S indicador de prazo
Figura 25 – Percentual de conclusão até agosto/18 e cálculo da perda projetada por torre
Constatou-se durante a análise da estrutura orçamentária da Construtora, que sua principal falha
está na desconsideração da natureza dos custos, isto é, não levar em consideração as diversas
alterações que ocorrem no processo de projeto, produção e na forma contratual, e também não
refletir as etapas do processo construtivo efetivamente executadas. Esta desconsideração, não
permite lidar com as interdependências entre os processos que definem os custos ao longo do tempo,
dificulta a classificação dos custos das atividades de transformação e dos custos variáveis em
relação ao tempo. Para promover a integração e tornar rastreável o controle de custos durante a fase
de produção, foram propostas alterações na planilha de controle para os processos estudados. Para
estimar e distribuir no tempo, os custos variáveis em relação ao tempo, foram considerados os
andaimes fachadeiro e guindaste, sendo estes alocados às atividades em função da sua utilização.
Este estudo mostrou a importância da integração da gestão de custos ao PCP, principalmente por
explicitar os custos variáveis em relação ao tempo. Percebeu-se também a importância de controlar
os custos de forma cíclica no decorrer de toda a fase de execução da obra, comparando os desvios
entre os custos planejados e os custos reais, com análise das possíveis causas, permitindo a tomada
de decisão em relação a ações corretivas ou preventivas em tempo hábil. Foi também constatado
que este sistema de gestão integrada deve ser simples, no sentindo de ser fácil de implementar e
entender, de forma a ser amplamente utilizado na gestão dos empreendimentos. Por fim, este estudo
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permitiu constatar que a modelagem BIM pode agilizar a extração de informações e facilitar a
integração entre os processos de PCP e gestão de custos.
6.3.1 Modelagem 3D
Como já mencionado, a Construtora estava no processo de implementação BIM durante a
elaboração dessa pesquisa. Os projetos estruturais, hidrossanitários e elétricos da Obra C foram
modelados no software Revit 2019 pelos escritórios responsáveis por cada disciplina. O projeto
arquitetônico foi entregue somente em 2D, ficando a cargo da equipe BIM da Construtora a
elaboração dos modelos BIM 3D. A comunicação e a troca de informações entre a Construtora e os
escritórios de projetos foi realizada por meio de reuniões e e-mails.
Fonte: Construtora
A elaboração do modelo BIM 3D arquitetônico foi baseada nos projetos 2D de Arquitetura, e nos
projetos 2D e modelos BIM 3D da Estrutura. Como no projeto arquitetônico as paredes são
representadas com 15 cm de espessura e na planta de modulação a primeira fiada os blocos
cerâmicos têm 14 cm, a equipe de engenharia da Construtora não possuía uma referência para iniciar
a modelagem. Por essa razão, para integrar adequadamente a modelagem arquitetônica e estrutural
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com apoio de BIM
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foi aguardado a entrega do modelo estrutural em LOD 300 para iniciar a modelagem arquitetônica.
Este modelo LOD 300 foi a referência para a elaboração tanto da modelagem arquitetônica como
da modelagem das instalações (MEP8). Os modelos e projetos foram entregues de forma gradual e
sequencial, o que permitiu a equipe BIM da Construtora revisar, compatibilizar e resolver alguns
problemas de projetos durante sua etapa de desenvolvimento.
Fonte: Construtora
8
mechanical, electrical, and plumbing
9
Extensão dos arquivos do software Revit
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Os custos foram distribuídos em oito grupos para facilitar a integração com o planejamento de longo
prazo e tornar o controle dos custos mais transparente e rastreável durante a execução. Para cada
grupo de custos, uma planilha orçamentária foi elaborada. A Figura 28descreve o escopo para cada
um dos grupos.
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com apoio de BIM
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e consumo), foi elaborado o orçamento com visão operacional, com objetivo de identificar os itens
de custos e outras variáveis que possuíam influência direta no custo da obra, tais como prazo da
obra, tamanho da equipe gerencial, utilização dos equipamentos e seus tempos de permanência em
obra. A elaboração do orçamento operacional ocorreu de forma paralela às definições de logística
e planejamento de longo prazo, e o processo construtivo foi analisado detalhadamente para
elaboração da estimativa de custo. Como os critérios de medição para extração dos quantitativos,
contratação e desembolso são diferentes para itens mão de obra e material, foram criados itens
distintos no orçamento para estes recursos. Como a Construtora trabalha com mão de obra
terceirizada na produção e realiza o pagamento dos subempreiteiros por lotes de produção em
função da terminalidade, os itens de mão de obra ao invés de serem detalhados por operação e
quantificadas por tempo, foram detalhados por processos, em função dos critérios de medição.
Como a obra era financiada pela CEF, ocorriam medições mensais, sendo a liberação de parcelas
proporcionais à quantidade produzida e ao percentual de vendas. Com objetivo de manter o fluxo
de caixa positivo, a Construtora nos primeiros 3 meses de obra executava somente as fundações,
em ritmo lento. Para os processos estacas, vigas baldrames e contrapiso foi planejado uma única
equipe para as três torres. A sequência executiva levou em consideração o status de conclusão dos
projetos executivos de fundação. Neste momento, o projeto da Torre 1 aguardava o término do
serviço de terraplenagem, para verificação das cotas e conclusão dos projetos de contenção do
subsolo. Por essa razão, a sequência executiva definida para estes processos iniciais foi Torre 2,
Torre 3 e Torre 1. O lote de produção definido foi torre, visto que acontecem somente no nível das
fundações, e o prazo planejado por torre foi de 11 semanas. Note na Figura 29 o subsolo da Torre
1 destacado pela cor amarela.
cada torre. Para definição do lote de produção do ciclo da estrutura, cada pavimento foi divido na
junta de dilatação em lado A e lado B (Figura 29), o que permitiu a sincronia entre os processos de
elevação da alvenaria e montagem das lajes pré-moldadas.
Para o processo de instalações hidrossanitárias foi considerada uma equipe única para atender as
três torres, sendo um pavimento o lote de produção, e o tempo de ciclo de uma semana por
pavimento. Ao analisar a linha de balanço da Figura 30, é possível identificar que a equipe executa
as instalações até alcançar os processos de estrutura, deixando sempre a folga de um pavimento, e
se desloca para outra torre.
reunião, também foram definidos os equipamentos e o layout do canteiro de obras, localização dos
silos de argamassa e localização da instalação dos elevadores cremalheiras.
Figura 30 –Linha de balanço processos de produção internos das Torres 1, 2 e 3
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Para iniciar, conforme ilustrado na Figura 32, os modelos 3D foram importados ao software VO via
plugin no software Revit, não sendo necessário trabalhar com os arquivos em formato IFC. Foram
importados seis arquivos, sendo um arquivo para cada modelo arquitetônico por torre (3x) e um
arquivo para cada modelo estrutural por torre (3x). Os modelos MEP não foram importados para o
software VO porque a Construtora estimava os custos das instalações por apartamento, pavimento
ou torre, não sendo necessário na etapa de orçamento extrair quantitativos dos componentes
hidráulicos. Como no modelo arquitetônico, os blocos da alvenaria estrutural foram modelados
como sendo uma camada da parede composta, a fim de tornar o arquivo mais leve e evitar a
sobreposição dos elementos, foram deletados os blocos cerâmicos nos modelos estruturais antes da
importação (Figura 33). Esta ação não prejudicou a extração dos quantitativos, porque o item de
custo de mão de obra terceirizada de alvenaria estrutural é orçado por m² e os materiais são
estimados multiplicando a metragem quadrada por um consumo de unidades de blocos cerâmicos
por m².
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com apoio de BIM
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Na sequência, no módulo Takeoff Manager do software VO, para extração automática dos
quantitativos, os objetos BIM foram categorizados em uma lista. O software VO classifica os
objetos BIM em itens conforme os parâmetros escolhidos. Cada arquivo de modelo pôde ser
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classificado de maneira diferente, o que proporcionou flexibilidade e agilidade para extração das
informações de quantidades. Neste estudo, classificou-se os objetos dos seis modelos, através dos
parâmetros “Família e Tipo”, isto é, todos os objetos BIM da mesma família e mesmo tipo,
independentes do arquivo de origem do Modelo 3D, foram agrupados em um único item na lista de
quantidade. No software VO cada item de quantidade é chamado de TOI (takeoff item), e cada TOI
possui uma lista de quantidades (takeoff quantity – TOQ) que depende do tipo de objeto BIM
(paredes, lajes, janelas, portas, entre outros), como por exemplo, objetos BIM paredes tem TOQ
diferente de objetos BIM lajes, na Figura 34, está representado os TOQ para o objetos BIM lajes e
paredes deste estudo
Após a categorização, os itens (TOI) foram analisados e algumas vezes foram agrupados ou
separados a fim de atender as necessidades de vinculação destes à estrutura de custos e ao plano de
longo prazo, algumas vezes, foi necessário voltar ao software de autoria e modificar os parâmetros.
O software VO possui o diferencial de quantificar os objetos BIM através do seu próprio algoritmo,
fornecendo informações de quantitativos (TOQ) superiores aos disponibilizados nos softwares BIM
de autoria. Ao comprar as imagens da Figura 35 é possível identificar a diferença do processo de
extração de quantitativos do objeto BIM viga baldrame extraído do software VO comparado aos
quantitativos extraídos da mesma viga baldrame no software Revit. Como é possível observar na
Figura 35 o processo de extração de quantitativos no software Revit exigiu a criação e customização
de fórmulas e tabelas. Enquanto o software VO, pelo seu algoritmo calculou os quantitativos,
apresentados na Figura 35 reduzindo o número de fórmulas a serem criadas. No entanto, o software
VO exige tempo de processamento de cálculo de quantitativos.
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com apoio de BIM
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Figura 34 – Amostra da lista de itens de quantidades (TOI) e lista de quantitativos (TOQ) para
o grupo de laje e paredes deste estudo
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Após a categorização e análise dos objetos BIM, a planilha orçamentária do grupo de custos
Habitação foi inserida no software VO. Como o software atende o conceito de organização do
orçamento em uma estrutura analítica, foi possível, inserir todos os níveis da planilha orçamentária
com visão operacional proposta e descrita no item 6.3.3. Neste estudo, as composições de custo não
foram inseridas no software VO, não sendo utilizada a coluna referente as perdas de materiais. Com
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com apoio de BIM
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a estrutura de orçamento criada, o passo seguinte foi a associação dos objetos BIM ao orçamento
para que se possa obter os quantitativos dos itens de custos.
O custo total (Base Cost) para cada item de custo foi calculado multiplicando seu quantitativo (Qty),
pelo seu custo unitário (Unit Cost) conforme Eq1. Os quantitativos (Qty), foram determinados
multiplicando a quantidade de origem (Source Qty), por uma taxa de consumo (Consumption), por
uma taxa de perda (Waste), conforme Eq2. A quantidade de origem foi extraída dos modelos 3D
através da vinculação dos quantitativos (TOI.TOQ) aos itens de custo do orçamento.
Após a elaboração do orçamento e associação aos objetos BIM, o modelo 3D foi divido em
localizações, conforme a divisão apresentada na Figura 37. A estrutura foi dividida em torres no
primeiro nível, com a finalidade de permitir uma certa flexibilidade, sendo possível iniciá-las em
qualquer sequência ou construí-las simultaneamente. No segundo nível, as torres foram divididas
em pavimentos e num terceiro nível em pavimentos foram divididos em lados A e B. O nível 3 foi
utilizado para planejar o fluxo de produção das atividades da estrutura. O software automaticamente
distribuiu as quantidades pelas localizações, com atualização automática em relação ao plano.
Definida a LBS, a próxima etapa, foi inserir os processos segundo a LOB (Figura 38). Com objetivo
de promover a integração do plano de longo prazo (4D), a estrutura do orçamento (5D) e o modelo
do produto (3D), sendo os itens de custos apropriados aos processos. Como cada item de custo pode
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com apoio de BIM
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ser apropriado a apenas um processo, a elaboração da estrutura orçamentária com visão operacional
facilitou esta apropriação. A integração 3D-5D-4D promoveu a transferência de informações dos
objetos BIM, quantidades e custos aos processos 4D. O cálculo das durações foi baseado no ritmo
definido na LOB inicial.
Foi necessário inserir um índice de produtividade a cada processo para calcular sua duração, para
isso foi considerado o ritmo de produção da LOB inicial. Para calcular o índice de produtividade
foi dividido a duração total do processo previsto na LOB inicial pelo seu quantitativo. Por exemplo,
a duração de montagem de lajes foi planejada com a duração de 1 dia para cada lado do pavimento,
totalizando uma duração de 60 dias. Para definir o índice de produtividade foi escolhido item de
custo do orçamento referente à mão de obra do subempreiteiro, em m², o qual dividindo-se o
quantitativo extraído do modelo 3D (11.028,94 m²) pela duração total definida na LOB (60 dias),
resultando o fator de produtividade de 0,005 h/m² . A Figura 38 mostra o que foi descrito. Esse
cálculo foi realizado, somente, por causa da operacionalização o software VO.
Como o plano de longo prazo no software VO foi elaborado após o início da execução da obra, a
sequência executiva entre os processos alterou. Foi decidido que o processo do shaft do banheiro
seria de gesso acartonado e, portanto, executado após a estanqueidade da torre. Essa decisão já foi
considerada no orçamento e no plano de longo prazo elaborados no software VO.
Por fim, para obter o plano de longo prazo do empreendimento (Figura 39), a sequência de execução
dos processos foi definida no software, baseado na sequência definida na reunião de planejamento.
Assim, relações de precedência entre os processos foram criadas, o que permitiu definir as primeiras
regras de precedências entre processos. Cada processo foi associado a um nível da LBS de acordo
com a LOB, sendo que esta associação definiu tamanho dos lotes de produção.
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Para proteção da produção no plano de longo prazo inicial (Figura 30), foram inseridos buffers de
tempos nos processos. Consequentemente, o plano de longo prazo foi gerado como linha de fluxo,
o que definiu as datas de início e término para cada processo em cada localização, como os itens de
custos estão integradas aos processos, o custo foi distribuído por processo por localização
automaticamente pelo software VO. Ao término dessa etapa foram gerados os documentos de
referência.
11
Chamado no software VO de Current bill of quantities
12
Chamado no software VO de Completion Report
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com apoio de BIM
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prazo e custo integradas por localização. Os dois relatórios foram combinados com apoio de uma
planilha eletrônica. A partir da associação dos dados foi possível gerar o fluxo de caixa inicial da
obra C e a Curvas S para controle do Percentual de Desvio de Prazo. Na fase de controle, durante a
construção, os documentos de referência serviram como orientação e referência no cálculo dos
indicadores de desempenho. Os documentos de referência gerados são listados abaixo:
d. Planilha de Custos dos Processo: é o documento que contém a descrição dos custos
processos de produção considerando apenas os itens de custos diretos e que agregam valor.
Na Figura 40 é apresentado uma amostra desse documento. Como pode ser observado a
coluna MT/MO classifica os custos em Material (MT) e Mão de obra (MO) e a coluna Grupo
classifica os custos conforme a Curva ABC13. As colunas referentes aos custos unitários e
totais foram ocultados devido à confidencialidade de informações. A partir desse documento
durante a etapa de construção os dados executados, referente aos custos desembolsados e
comprometidos foram inseridos por item de custo e os percentuais de progresso físico foram
inseridos por processo. Por meio desse documento, o percentual de avanço financeiro14 foi
comparado ao avanço físico para análise crítica de prazo e custo.
13
Classifica os custos segundo Pareto, ordenando a informação por relevância
14
Nesta pesquisa considera o avanço financeiro considerando os estoques de materiais em obra, isto é, custos
desembolsados que ainda não foram processados, e, portanto, não incidem no progresso físico
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com apoio de BIM
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f) Curva S: é o documento que distribui os custos direto no tempo. Estes custos foram fixados,
e durante a etapa de construção foram a referência para o cálculo do percentual de desvio
de prazo. A Figura 44 apresenta a curva S geral e por torre da Obra C
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com apoio de BIM
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g) Tabela de Perdas: documento que contém os materiais com a respectiva perda considerada
nos coeficientes das composições de custos. Durante a construção estes insumos foram
controlados. A Figura 45 representa uma amostra para a tabela de perdas da Obra C
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iniciado e terminado sem interrupções, a data de início e término eram informadas. Durante este
processo também era verificada a conclusão dos pacotes de trabalho do plano de curto prazo para
cálculo do PPC.
Após receber os dados executados da produção coletados pela obra, as mesmas eram inseridas
no quadro de controle do software VO pela pesquisadora ou estagiária de engenharia. Esta
ferramenta permitiu facilmente visualizar as informações do status de produção das atividades por
meio da escala de cores: vermelho representava que a atividade iniciou e foi interrompida; amarelo
indica que começou e continua sendo executado, mas em atraso; azul indica que iniciou e não está
atrasada; e verde indica que o processo foi concluído. Com isto foi possível controlar a aderência
ao lote, terminalidade e trabalho em progresso. Na Figura 47 está sendo apresentado uma amostra
como exemplo do quadro de controle. No apêndice 01 consta o quadro total atualizado para o dia
25/10/19.
executados e dados projetados na linha de fluxo no software. Os dados planejados são representados
por uma linha contínua, os dados executados como uma linha pontilhada, e a informação de
projeção por uma linha tracejada. Por meio desta representação, foi possível verificar e avaliar de
forma visual as tendências de produção, medir o ritmo e o tempo de ciclo das atividades.
Figura 47 – (a) Planilha eletrônica preenchida pela obra (b) Quadro de Controle do software VO
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O plano de médio prazo era elaborado durante a reunião mensal de planejamento. Na reunião, a
pesquisadora apresentava à equipe de produção, equipe do escritório e diretor técnico da
Construtora o desempenho de prazo da Obra C e alertava a ocorrência de possíveis problemas. Esta
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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reunião tinha o objetivo de encontrar soluções aos problemas detectados, de forma colaborativa,
promover aprendizagem e elaborar o plano de médio prazo para 90 dias.
Para apoiar a tomada de decisão, eram simulados e analisados cenários quanto ao impacto de prazo
e custo por meio da Simulação 4D do VO. Durante a simulação 4D, o software não informa dados
de desembolso, sendo, para isso, necessário utilizar uma planilha eletrônica como ferramenta
auxiliar, considerando as regras de pagamentos e os custos variáveis em relação ao tempo.
Não foi possível inserir no software VO os dados reais de custos, sendo necessário utilizar uma
planilha eletrônica para integrar as informações de custo e prazo. As informações do banco de dados
do software VO foram exportados para uma planilha eletrônica e associados aos dados executados
de custos. Essa planilha passou a ser utilizada como um banco de dados com objetivo de elaborar
relatórios de desempenho, integrando tempo e custo, bem como facilitar a identificação de desvios
dos processos.
Uma vez realizadas as atualizações, era analisado o progresso financeiro. Os custos variáveis em
relação ao tempo eram recalculados e projetados considerando o progresso físico, enquanto os
demais custos foram analisados pela comparação dos dados planejados e dados executados. Essa
análise teve um caráter proativo, indicando uma previsão de comportamento futuro dos custos e
apontando possíveis problemas. Por meio da comparação dos dados executados e dados planejados,
os indicadores foram calculados.
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produção continuasse com as taxas de produção planejadas, de forma a iniciar no prazo processo
sucessores.
6.3.9 Indicadores de desempenho
Para avaliar o desempenho do empreendimento durante a etapa de produção foram utilizados
indicadores de frequência semanal e mensal. Semanalmente, para medir a eficácia do cumprimento
do plano de curto prazo o indicador de percentual de pacotes concluídos (PPC) era calculado.
Mensalmente foram calculados indicadores para o PCP e de Custos.
Para avaliar o desempenho do PCP foram utilizados os indicadores de: desvio de prazo, aderência
ao lote, desvio de ritmo e terminalidade. As fórmulas e variáveis dos indicadores, estão apresentadas
no capítulo 7.
a. Desvio de Prazo tem objetivo de medir o progresso físico até a data de atualização. O
indicador de desvio de prazo é a razão entre o valor acumulado executado e o valor
acumulado planejado representado na curva S. No entanto, análise isolada do indicador de
prazo não indica as causas dos desvios, e não indica se o fluxo de trabalho está sendo
cumprido. Por isto a análise dos indicadores de desvio de prazo foi realizada sempre em
conjunto com os indicadores de aderência ao lote, de ritmo e de terminalidade.
b. Aderência ao Lote mostra a aderência dos processos executados a nível de longo prazo,
considerando a LBS planejada. O seu cálculo foi realizado por meio das informações do
quadro de controle visual do software VO, sendo a diferença entre o número de lotes
executados e número de lotes planejados até o período.
c. Desvio de Ritmo mede o comportamento do ritmo de produção por processo. Permite
analisar o risco de atrasos em processos sucessores. Para seu cálculo, foram comparados o
ritmo planejado e o ritmo médio executado para cada processo.
d. Falta de terminalidade envolve o monitoramento da conclusão com qualidade dos
processos planejados, para o seu cálculo também foi utilizado o quadro controle visual. O
indicador de falta de terminalidade é calculado pela relação, em porcentagem, entre o total
de atividades com falta de terminalidade e o total de atividades em andamento (VARGAS,
2018).
Para reportar o desempenho dos custos foram utilizados os indicadores de desvio de custo atual,
desvio de custo no término, perdas e a análise da classificação dos custos
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Através da atualização e análise da classificação dos custos foi possível identificar a variação dos
custos e avaliar onde ocorreriam os principais desvios. Para gerar essa informação foi utilizado a
estimativa de previsão de custos no término da obra.
A Torre 1, durante todo o período de controle, apresentou indicador de desvio de prazo negativo
(Figura 52), causado pelo atraso de execução da estrutura do subsolo, como é possível observar nas
imagens da Simulação 4D representados pela cor azul. O ritmo planejado para execução do subsolo
era 20 dias, no entanto o ritmo executado foi 75 dias (Figura 52). Esse atraso impactou na execução
de todas as atividades sucessoras, através do quadro de controle (Figura 57A), as cores vermelhas
representam os processos por lotes de produção que se encontram em atraso.
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A Torre 2 apresentou indicador de desvio de prazo positivo, devido o início mais cedo do ciclo da
estrutura, como pode ser observado na Simulação 4D. Na última atualização o indicador de prazo
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era de 104% (Figura 53), por meio do quadro de controle e indicador de aderência ao lote, foi
possível identificar os processos que se encontravam atrasados e adiantados (Figura 57B). A torre
2 apresentou, na última atualização, os processos Reboco Interno, Selagem, Fechamento de Shaft e
Impermeabilização do Box, na média, 3 lotes adiantadas e os processos de Contrapiso, Funilaria e
Caixinhas 1 lote atrasado.
Figura 53 – Indicador de Desvio de Prazo, Curva S e snapshot Simulação 4D da torre 2
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No cenário geral da Obra C a indicador de desvio prazo era 102%, foi possível interpretar que o
adiantamento dos processos da Torre 3, desvio de prazo igual a 133%, e o atraso das atividades da
Torre 1, desvio de prazo igual a 73%, se compensaram. No entanto, ao analisar o indicador de prazo
em conjunto com a aderência ao lote, ritmo planejado e terminalidade foi possível identificar quais
processos estavam apresentando atrasado e analisar quais ações de controle deviam ser tomadas
para a obra recuperar o os desvios e manter o fluxo planejado. Em relação ao indicador de
terminalidade a obra C estava com dois lotes de produção com problemas de qualidade,
representando um indicador de 28 % na última atualização. A Figura 55 apresenta uma Simulação
4D com comparando os dados planejados e executados da Obra C na respectiva data, comparada a
uma foto aérea na mesma data.
Figura 55 – Simulação 4D status planejado versus executado
Em relação aos indicadores de custos (Figura 56), o desvio de custo atual da obra C apresentou no
mês de agosto indicador positivo de 0,97 isto representa que a obra está desembolsando menos que
o previsto, no entanto, nos meses de janeiro e março apresentou indicador negativo devido aos
custos adicionais dos processos de fundação e subsolo. Em relação ao indicador de custo no término
(Figura 56), a Obra C apresentou na última medição indicador negativo de 1,02, isto significa que,
considerando todas as contratações até o momento da atualização a tendência no final da obra é que
o custo será superior ao orçado.
Figura 56 – Indicador de Custo Atual e no Término da Obra C
IMPERMEABILIZ
LAJE IN LOCO
GROUT, PAVS,
CONTRAPISO
SHAFT APTOS
LAJE/ESCADA
ESQUADRIAS
CONTRAPISO
ESTRUTURA
COLUNAS E
GESSO LISO
FUNDAÇÃO
ALVENARIA
FUNILARIA
CAIXINHAS
MONTAGEM
CERÂMICA
SUBSOLO
TELHADO
EMENDAS
ESTACAS
VIGAS DE
SELAGEM
INTERNO
REBOCO
RAMAIS
FIAÇÃO
FORRO
LO T E S D E
AÇÃO
WC
P R OD UÇÃ O
P A V 06 23/7 24/7 31/7 11/9 4/11 21/11 28/11 5/12 12/12 19/12 15/1 2/3 13/2 9/4 5/5
P A V 05 2/7 3/7 10/7 21/8 28/10 13/11 21/11 28/11 5/12 12/12 8/1 24/2 30/1 2/4 27/4
P A V 04 10/6 11/6 19/6 30/7 21/10 6/11 13/11 21/11 28/11 5/12 19/12 17/2 24/1 26/3 17/4
P A V 03 20/5 21/5 29/5 9/7 14/10 30/10 6/11 13/11 21/11 28/11 12/12 10/2 20/1 19/3 9/4
P A V 02 26/4 29/4 29/4 8/5 17/6 7/10 23/10 30/10 6/11 13/11 21/11 5/12 27/1 14/1 12/3 2/4
P AV 01 4/4 15/4 5/4 12/4 27/5 30/9 16/10 23/10 30/10 29/1 12/2 26/2 6/4 13/3 19/5 9/6
FUND 19/12 11/2 14/3 11/2
A D ER ÊN C IA
a a a a -3 0 -3 -3 -8 -4 -2 0 0 -1 0 0 0 0 0 0 0 0
A O LOT E
R IT M O
pla ne ja do
17 20 7 20 8 8 8 5 5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5
R IT M O
e xe c uta do
26 20 7 76 10 8 8 TOTAL DESVIO
% pla ne ja do 100% 100% 100% 100% 100% 84% 100% 100% 80% 57% 25% 0% 0% 15% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 50%
- 13%
% e xe c ut a do 100% 100% 100% 100% 74% 84% 66% 66% 5% 0% 0% 0% 0% 10% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 37%
B P A V 06 30/5 31/5 7/6 12/8 18/9 21/8 10/10 24/10 4/11 11/11 19/11 3/12 26/11 29/1 26/2
P A V 05 9/5 10/5 17/5 19/7 9/9 14/8 3/10 17/10 28/10 4/11 11/11 26/11 19/11 22/1 19/2
P A V 04 16/4 17/4 25/4 28/6 28/8 7/8 26/9 10/10 21/10 28/10 4/11 19/11 11/11 15/1 12/2
P A V 03 26/3 27/3 3/4 6/6 21/8 30/7 18/9 3/10 14/10 21/10 28/10 11/11 4/11 8/1 29/1
P A V 02 26/2 27/2 27/2 13/3 16/5 14/8 23/7 11/9 26/9 7/10 14/10 21/10 4/11 28/10 19/12 22/1
P AV 01 5/2 14/2 6/2 13/2 24/4 7/8 16/7 4/9 18/9 10/12 17/12 6/1 20/1 13/1 11/3 1/4
FUND 1/11 3/12 15/1
A D ER ÊN C IA a
a a a a a a a a -2 -1 -1 +1 +4 +2 +3 +4 0 0 0 0
A O LOT E
R IT M O
pla ne ja do
9 20 10 8 8 8 5 5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5
R IT M O
e xe c uta do
13 23 6 8,4 8,6 9 5 4 6,5 13 15 3 7 2 6 TOTAL DESVIO
% pla ne ja do 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 84% 30% 40% 30% 45% 0% 0% 0% 0% 58%
3%
% e xe c ut a do 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 76% 60% 100% 0% 90% 55% 59% 55% 63% 0% 0% 0% 0% 61%
P A V 06 14/8 15/8 23/8 14/11 20/12 23/1 23/1 30/1 13/2 27/2 31/3 13/3 14/5 4/6
C P A V 05 16/7 17/7 25/7 17/10 22/11 13/12 9/1 16/1 23/1 30/1 20/2 24/3 9/3 7/5 28/5
P A V 04 17/6 18/6 27/6 18/9 24/10 6/12 20/12 9/1 16/1 23/1 13/2 17/3 3/3 29/4 21/5
P A V 03 20/5 21/5 29/5 21/8 26/9 13/12 20/12 9/1 16/1 30/1 10/3 25/2 22/4 14/5
P A V 02 18/4 22/4 30/4 23/7 28/8 22/11 6/12 13/12 20/12 9/1 23/1 3/3 19/2 14/4 7/5
P AV 01 21/3 22/3 22/3 1/4 25/6 14/11 29/11 6/12 12/3 19/3 2/4 8/5 15/4 19/6 10/7
FUND 26/11 14/1 14/2
A D ER ÊN C IA a a a
A O LOT E
+3 +1 +2 +2 +5 -4 +4 +1 0 +4 0 0 0 0 0 0 0 0
R IT M O
pla ne ja do
15 20 12 10 10 10 5 5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5
R IT M O
e xe c uta do
12 12 8 9,5 6 8 9 40 9 6 TOTAL DESVIO
% pla ne ja do 100% 100% 100% 84% 84% 84% 84% 50% 40% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 39%
14%
% e xe c ut a do 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 0% 49% 100% 0% 40% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 53%
Le ge nda
12/9 Lote Executado
26/9 Lote não executado em atraso
Lote não executado no prazo
Lote em execução
Lote em execução atrasado
Lote com falta de terminalidade
Data atual
Em relação ao indicador de perdas, a Obra C apresentou resultado positivo de 49%, o que significa
que consumiu apenas 49% da perda orçada. A perda de equipamentos tem relação direta com o
cumprimento do prazo, e como pode ser observado na Figura 58 tanto o elevador cremalheira como
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andaime fachadeiro da Torre 1 consumiram mais que o previsto, enquanto a Torre 2 e 3, devido ao
adiantamento do prazo, apresentaram consumo inferior.
Figura 58 – Indicador de Perdas da Obra C
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
115
Além disto, a subdivisão dos custos diretos em material e mão de obra possibilitou aplicar os
critérios de medição padrões da Construtora e aplicar regras de desembolso distintas, considerando
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por exemplo a diferença de pagamento que existe entre ambos, o que permitiu a criação de um fluxo
de caixa mais fidedigno e auxiliou a Construtora na tomada de decisão em relação à produção. A
divisão por grupos de custos possibilitou agrupar os itens de custos para os quais os quantitativos
são extraídos dos modelos BIM e dos itens de custos que são vinculados às durações de atividades
definidas no planejamento de longo prazo.
Durante a construção do empreendimento, uma rotina para controle sistemático foi definido. Por
meio dessa rotina foi destacado a importância do preenchimento do quadro de controle, para que
ações de controle corretivas ou preventivas fossem analisadas e estudadas. Em relação aos sistemas
de indicadores do PCP foi identificado que a atualização quadro de controle com os dados
executados permitiu monitorar o trabalho em progresso, o ritmo de produção, interrupção do fluxo
de trabalho, variabilidade no tempo de ciclo e a aderência ao lote. A combinação do indicador de
desvio de prazo da curva S, aderência ao lote, percentual físico por processos e desvio de ritmo
proporcionou uma análise completa dos desvios da produção e entendimento das principais causas
para auxiliar na tomada de decisão. Em relação aos sistemas de indicadores para a gestão de custos,
devido ao comportamento dos custos e a diferença temporal que existe entre gasto e desembolso, o
percentual de avanço físico e financeiro são distintos. Por essa razão, para cálculo dos indicadores
de custo, o banco de dados extraído dos relatórios do software VO foi combinado aos dados de
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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custos reais. Foi realizada uma análise mais abrangente em relação aos custos desembolsados,
custos a pagar, custos previstos e custos a comprometer, com objetivo de identificar o percentual
de avanço financeiro, encontrar os desvios de custos.
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A partir das lições aprendidas do EE2, foram estabelecidos padrões de modelagem dos objetos BIM
e organização dos arquivos dos modelos arquitetônicos e estruturais. A equipe de BIM da
Construtora desenvolveu um template no Revit (Figura 62) com famílias e padrões para a
modelagem arquitetônica, para facilitar a extração e categorização de informações e quantitativos.
Figura 62 – (A) Template com famílias padrão de arquitetura, (B) Modelagem da Obra D
(C) modelos 3D por disciplina da Torre 3.
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com apoio de BIM
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Figura 64 – (A) Modelo Federado completo da Obra D (B) Modelo Federado das Torres da (C)
Modelo Federado da Infraestrutura
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com apoio de BIM
121
Para extração automática dos quantitativos, no módulo Takeoff Manager do software VO, cada tipo
de modelo foi categorizado a partir de diferentes parâmetros. Em um primeiro momento, os modelos
arquitetônicos foram categorizados por meio dos parâmetros “Família, Tipo e Fbk” (Figura 66B).
Como os blocos cerâmicos do modelo estrutural foram substituídos por objetos BIM da família
parede nos modelos arquitetônicos, foi criado o parâmetro Fbk para a extração correta e precisa dos
quantitativos da alvenaria estrutural de acordo com a resistência dos blocos cerâmicos. Os modelos
estruturais foram organizados e categorizados a partir dos parâmetros “Família, SIM_Componente,
SIM_Grupo e Localização” definidos no modelo estrutural ((Figura 66A). No entanto, através dessa
categorização ainda foi necessário organizar, reunir e separar manualmente alguns objetos BIM
(TOI), o que consumiu bastante tempo.
Figura 66 – (A) Categorização dos parâmetros dos modelos estruturais (B) Categorização dos
parâmetros dos modelos arquitetônicos
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Na Figura 67, está apresentado, como exemplo, a tabela dos parâmetros para os itens de custo do
Processo Estrutura. O parâmetro Vico 1, refere-se ao grupo de custos principal (Habitação), O Vico
2 refere-se ao nível 1 da EAP de custos (Estrutura), o Vico 3 ao nível 2 da EAP de custos. Os
parâmetros Vico 4, Vico 5, Vico 6 foram utilizados quando houve necessidade de especificar o tipo
de objeto, características ou localizações. O Vico 7, parâmetro tipo instância, foi utilizado como
parâmetro para especificar, quando necessários, as resistências dos materiais.
especificar tipo
Alvenaria (pilarete, cinta, especificar
Graute
verga, contra- resistência
verga)
Isopor (Junta)
Taipá
especificar
Escadas
resistência
especificar especificar pav (térreo, tipo, especificar
Lajes
Estrutura pré- espessura cobertura ou reservatório) resistência
moldada especificar
Graute Lajes
resistência
especificar
PAV's perímetro
resistência
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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O custo total para cada item de custo foi calculado similar ao EE2. A vinculação objetos BIM e
orçamento permitiu identificar, de forma visual, os objetos BIM (TOI) e os quantitativos (TOQ)
que foram considerados no cálculo para cada item de custo do orçamento, o que facilitou a
comunicação e o entendimento da equipe da obra sobre o escopo considerado. A modelagem de
paredes empilhadas17 também facilitou a vinculação da lista de quantidades e orçamento, bem como
a visualização nas simulações 4D (Figura 69).
Quando todas camadas de uma parede são modelados como objetos BIM independentes
17
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Para aplicar os critérios de medição vão para aos itens de custos de mão de obra, foram utilizados
os objetos BIM dos contramarcos das esquadras de alumínio, esquadrias de ferro e das portas de
madeira que foram categorizados por meio dos parâmetros Vãos de Portas Internas e Vãos de
Esquadrias Externas. No módulo Takeoff Pad, foram criadas fórmulas customizadas o que originou
um novo TOQ. Como exemplo, na Figura 70, apresenta os critérios de vãos no cálculo dos
quantitativos ao item de custo referente à mão de obra de alvenaria estrutural. Percebe-se, portanto,
que o software VO possui o diferencial de permitir a criação de diferentes fórmulas para objetos
BIM.
Durante a vinculação do orçamento aos itens da lista de quantidades, foram encontradas diversas
oportunidades de economia, sendo a maioria relacionada a soluções dos modelos estruturais, tais
como: supressão de vigas de concreto moldado in loco acima das portas do elevador, redução da
altura das vigas baldrame de contorno, e alteração do projeto de fundações do prédio garagem. Toda
vez que o modelo era alterado, era necessário importar novamente ao software VO. Não foi
contabilizado financeiramente a redução de custos decorrentes destas mudanças, mas em
depoimento do diretor da Construtora, o mesmo informou que, além de reduzir, simplificou o
processo construtivo.
Figura 70 – (A) Criação de fórmula para aplicar critérios de medição (B) Criação de TOQ
(C) Fórmula somando diferentes objetos BIM para extração dos quantitativos
quantitativos para auxiliar a gestão de suprimentos da obra, foi criado um arquivo no software VO
com cada tipologia de apartamento para a extração dos quantitativos de revestimentos internos. Essa
informação auxiliou o engenheiro da obra na contratação de materiais e mão de obra e também no
plano de logística para abastecimentos durante a execução (Figura 71).
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No projeto das Torres, primeiramente foram inseridos os Sistemas de Localização que representam
o nível 2 da LBS. Para o sistema de localização Estrutura e Acabamentos, no nível 3, foi feito uma
divisão por Torres (Torre 1, Torre 2, Torre 3) com a finalidade de representar a independência da
sequência da Estrutura. No nível 4, cada torre foi dividida em A e B, no quinto nível em cada lado
foi divido em pavimentos. O nível 5 foi utilizado para planejar o fluxo de produção das atividades
da estrutura e dos acabamentos. Para o sistema de localização Fachada, no nível 3. Foi feita uma
divisão por Torres (Torre 1, Torre 2, Torre3) com a finalidade de representar a independência
sequência de execução dos revestimentos no nível 4, sendo cada torre foi dividida em frente, lados
e fundos, e no nível 5 em grupos de pavimentos, conforme a execução (Figura 72).
Figura 72 – (A) LBS para os processos de estrutura e acabamentos Obra D (B) LBS para os
processos de fachada Obra D
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as processos, o que permitiu definir as primeiras regras de precedências. Cada processo foi
associado a um sistema de localização e a um nível da LBS que consequentemente definiu o
tamanho dos lotes de produção das atividades.
O fluxo de trabalho planejado para os processos da estrutura foi diferente dos processos de
acabamentos. Para os processos da estrutura foi definido a sequência executiva o pavimento da lado
A e após o mesmo pavimento do lado B, com objetivo de sincronizar o ciclo de elevação da
alvenaria e montagem das lajes pré-moldadas, enquanto para os acabamentos, como os acessos do
lado A e do lado B são independentes, primeiro foram planejados o fluxo de trabalho de todos os
pavimentos da Torre A e após todos os pavimentos da Torre B. Para os processos de estrutura foram
considerados três equipes simultâneas entre as torres e para os processos de acabamentos foram
consideradas duas equipes simultânea, sendo o fluxo da equipe 1 torre 1A, torre 2A e torre 3B e
fluxo da equipe 2 torre 1B, torre 2B e torre 3A.
Para proteger a produção foram inseridos buffers. Como resultado, a linha de fluxo foi gerada, o
definindo, automaticamente, as datas de início e término para os processos em cada localização. Por
efeito da integração do orçamento e o planejamento, o custo estimado foi distribuído para cada
processo.
Como resultado, o plano da produção baseado em localização da Obra D foi gerado através do uso
de linhas de fluxo. Como o fluxo de trabalho e a sequência executiva entre os processos da estrutura
e dos acabamento são distintos e também pela diferença do sistema de localização dos processos da
fachada, com objetivo de apresentar o plano de forma clara, foram geradas linha de fluxo para os
processos da estrutura (Figura 74), processos de acabamentos internos dos apartamentos (Figura
75), processos de acabamentos internos da circulação, processo de reboco externo e pintura externa.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
129
A Figura 77 apresenta a Curva S geral da Obra D e por torres, neste estudo foram considerados
percentuais de avanço semanais. A Curva S é a referência para o cálculo do desvio de prazo no ciclo
de médio prazo.
Figura 77 – Curva S Geral da Obra D e Curva S por Torre
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
131
Na Figura 78 está apresentado uma amostra da planilha dos Custos dos Processos. A partir desta
planilha os custos reais são controlados, e os percentuais de progresso físico e financeiro são
comparados.
Na Figura 79 está apresenta a classificação dos custos em diretos e indiretos e fixos e variáveis.
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No estudo empírico 3 foi implementada a primeira etapa do modelo proposto nesta pesquisa,
referente a integração do plano de longo prazo e a gestão de custos. Neste estudo, o orçamento com
visão operacional relacionado aos custos variáveis em relação às quantidades e o plano foram
elaborados diretamente no software VO.
O objetivo inicial deste estudo era a criação de modelo federado único da Obra D, isto é o modelo
3D das torres, infraestrutura, equipamentos comunitários e prédio garagem no software Vico Office.
No entanto, no decorrer do estudo, durante a elaboração do o orçamento com visão operacional,
ocorreram problemas de processamento e constatou-se que o hardware disponível não tinha a
capacidade de processamento desejada. Por essa razão, foram separados em dois arquivos, sendo
um relacionado às torres e outro à infraestrutura, prédio garagem e equipamentos comunitários. No
entanto, devido ao tempo da pesquisa houve a integração tempo-custo somente para o grupo de
custos Habitação.
Neste estudo, as paredes foram modeladas com camadas independentes, facilitando a extração de
informações e a integração do modelo 3D ao orçamento no software VO. Da mesma forma, a
criação do template para os modelos arquitetônicos com a biblioteca padrão da Construtora elevou
a maturidade e o controle da qualidade do modelo, tornando o processo de extração de quantitativos
mais rápido e preciso. Foram definidos parâmetros semânticos de tipo e instância baseados na
estrutura orçamentária para facilitar a categorização dos objetos e o processo de orçamentação no
software VO. Durante a elaboração do orçamento, foi possível identificar itens de custos que ainda
não haviam sido orçados, facilitando a compreensão do escopo do empreendimento. Da mesma
forma, foram identificadas diversas oportunidades de redução de custos a partir da compatibilização
dos projetos. Neste estudo, similar ao EE2, a linha de fluxo combinada com a simulação 4D
contribuiu para analisar o fluxo de trabalho.
Ao final do estudo, os mesmos documentos de referências do EE2 foram gerados. Por fim, a partir
das relações observadas entre os estudos empíricos, foi possível verificar que a integração do PSP
a gestão de custos no EE2 pode ser replicada no EE3 e devido a similaridades das obras pode ser
considerado como um processo padrão da Empresa.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
133
Neste capítulo é apresentado o modelo para integração da gestão de custos ao PCP baseado em
localização com apoio de BIM, que constitui o objetivo principal deste trabalho. Ao final do capítulo
foi realizada a avaliação da solução.
O modelo proposto é fundamentado na revisão bibliográfica, assim como nos resultados obtidos ao
longo dos estudos realizados neste trabalho. O seu desenvolvimento foi orientado pelas proposições
de que a gestão de custos deve ser integrada a gestão de produção desde as decisões iniciais do PSP
e durante toda a etapa de construção do empreendimento, por meio de ciclos de controle
sistemáticos. A Figura 80 apresenta a visão geral modelo, o qual está dividido nos níveis de longo,
médio e curto prazo, conforme é adotado no LPS, e em processos de PCP, Custos e Integração
Custos-PCP.
Figura 80 – Visão geral do modelo de integração da gestão de custos ao PCP com apoio de BIM
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um de ciclo de controle sistemático ocorrem os níveis de médio e curto prazo, com objetivo de
controlar a produção e custos de forma integrada e projetar atividades futuras, para que as decisões
sejam tomadas a partir de dados de progresso físico e financeiro atualizados. Os dados projetados
retratam as tendências e projeções de tempo e custos realizadas no nível de planejamento de médio
prazo e os dados executados retratam o progresso real da produção e dos custos coletadas nos ciclos
de controle de médio e curto prazo. O modelo é explicado em detalhes na sequência, sendo
representado de forma detalhada na Figura 81.
(A) Planejamento estratégico: faz parte dos estágios iniciais do empreendimento e informa
objetivos globais quanto a prazo, custo e qualidade, a partir dos requisitos dos clientes
finais.
(B) Viabilidade financeira: informa a estimativa inicial de quanto custa o empreendimento e
a projeção de receitas.
(C) Projetos e especificações disponíveis: informam o escopo do produto. Considera-se que
nessa etapa há limitações de informações disponíveis, visto que, durante a execução do
empreendimento, normalmente são necessárias modificações ou detalhamentos.
(D) Modelos BIM 3D autorais18: a principal finalidade do modelo BIM 3D no modelo
proposto é a informação precisa dos objetos BIM na LBS e a extração precisa dos
quantitativos. Para as informações alcançarem o nível de precisão adequado, o modelo 3D
deve possuir um nível de maturidade elevada, sendo que os modelos devem estar
compatibilizados e ter passado por um controle de qualidade
Nessa etapa, o software BIM para PCP e Custos19 deve ter sido selecionado. A escolha do software
influencia no fluxo dos processos do modelo proposto, principalmente em relação à definição de
parâmetros e diretrizes de modelagem e divisão da LBS. Recomenda-se o uso de um software que
realize o rastreamento dos objetos BIM considerados no orçamento e possua ferramentas para
elaboração do planejamento baseado em localização.
18
Não faz parte do modelo a etapa de coordenação e compatibilização dos projetos e modelos. É considerado
como entrada de informação o modelo compatibilizado com LOD 300 e com os parâmetros necessários para a
extração dos quantitativos.
19
Também chamado de software BIM de análise
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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136
Modelo BIM Federado: consiste na união de todos os modelos BIM autorais, sendo que, para isto,
os mesmos devem ser exportados para o software BIM de PCP e Custos escolhido.
Processos de Custos: consiste na estimativa do custo total da obra, tendo como resultado o
orçamento executivo, que é o documento que contém a descrição de todos os custos do
empreendimento, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos preços unitários,
cuja somatória define o preço total. Neste modelo, o orçamento executivo é entendido como uma
meta que é móvel ao longo do tempo. É elaborado considerando as composições de custos unitários
(CCU)20 do banco de dados da construtora, (que deve ser alimentado por dados reais de obras
concluídas), processos e prazos de produção, escolha de equipamentos especiais e definição de
algumas atividades de fluxo principais. Durante a etapa de construção o orçamento executivo requer
atualizações na medida em que ocorrem alterações na definição do produto e dos processos de
produção, assim como alterações de ritmo e prazo. A atualização dos custos de forma rápida permite
a avaliação do impacto no custo total num tempo hábil para a realização de ações preventivas e
corretivas. A determinação do orçamento executivo inicial é composta pelas seguintes etapas:
20
Composições de custo são formadas pelo conjunto de insumos (materiais ou mão de obra) necessários para a
realização de uma unidade, são associados a um coeficiente de consumo e preço unitário retirados do banco de
dados da construtora.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
137
associados aos itens de custo, de acordo com os critérios de medição. Para a extração dos
quantitativos, orienta-se categorizar as informações do modelo 3D em função dos
parâmetros, em uma tabela de quantidades. A lógica para desenvolvimento desta etapa é
identificar os quantitativos que são necessários por objeto BIM e o critério de medição que
deve ser utilizado para calcular cada item de custo. Os preços unitários são provenientes
CCU da construtora ou tabela de preços de subempreiteiros. É importante que as perdas de
materiais consideradas nos coeficientes das CCU sejam apresentadas de forma explícita, a
fim de possibilitar o seu controle durante a etapa de construção. Para isto, recomenda-se
utilizar uma planilha auxiliar durante a produção para controle de perdas dos materiais.
(D) Cálculo dos grupos de custos variáveis em relação ao tempo ou eventos e custos fixos:
são definidos na etapa de integração Custos – PCP, apresentada na sequência, sendo
calculados após a elaboração do plano de longo prazo. Cada item de custo variável em
relação ao tempo ou eventos deve ser vinculado à duração do empreendimento, processo
específico ou conjunto de processos. Esta ação define os quantitativos e a unidade da
variável de tempo. Os preços unitários devem ser armazenados no banco de dados da
construtora. Estes grupos são formados por custos diretos e indiretos da produção
(equipamentos, instalações provisórias, administração da obra) e indiretos do negócio
(projetos, despesas indiretas do escritório central). Somente os custos relacionados com a
produção da obra são de gestão do engenheiro da obra. No entanto, todos devem ser
considerados no fluxo de caixa.
(E) Orçamento executivo: É o documento que contém a descrição de todos os custos do
empreendimento, contendo a soma de todos os grupos de custos.
Processos de PCP: para a elaboração do plano de longo prazo, sugere-se a utilização da linha
de balanço, ou outra ferramenta de planejamento baseada em localização, dada sua
característica de fornecer, de forma gráfica e de fácil compreensão, a trajetória e ritmos de
produção e informações de duração, cuja elaboração deve levar em conta a redução dos estoques
em processo, a sincronia entre processos, a redução do tamanho dos lotes e a continuidade dos
fluxos de trabalho.
(A) Projeto do Sistema de Produção (PSP): Antes do início da execução da obra, deve ser
realizado um conjunto de reuniões envolvendo a equipe da obra para a elaboração do PSP.
Diferentes categorias de decisão são envolvidas, tais como o sequenciamento dos processos
da unidade base21, dimensionamento dos recursos de produção, planejamento dos fluxos de
é uma unidade repetitiva que pode ser representada por um pavimento, um apartamento, uma casa.
21
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22
representa a quantidade de lotes de produção prontos da equipe predecessora que libera o início da equipe
sucessora.
23
o nível da LBS define o tamanho do lote de produção, isso é, o que e quanto deve ser processado por vez.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Integração Custo-PCP: tem como resultado o planejamento dos custos e a formação da projeção
do fluxo de caixa atualizada do empreendimento. Primeiramente, dados de durações relevantes para
estimar os custos variáveis em relação ao tempo ou a eventos e os custos fixos devem ser extraídos
do plano de longo prazo. Após, os itens de custos variáveis em relação às quantidades são associadas
aos processos do plano de longo prazo. Esta ação define o planejamento dos custos, isto é o custo
de cada processo, em cada localização, distribuído no tempo24. O custo em cada localização é
calculado por meio dos quantitativos por localização (LBS) extraídos do modelo 3D e preço unitário
provenientes do orçamento executivo.
(A) Simulação 5D: é a associação dos objetos BIM ao planejamento de custos das atividades
de transformação. Por meio dessa associação é possível visualizar o escopo associado aos
itens de custos e aos processos. Similarmente à simulação 4D, é restrito as atividades que
agregam valor.
(B) Fluxo de Caixa: é o planejamento de custos combinado às regras de desembolsos e
simulações de receitas. Nesse momento, caso haja diferenças substanciais em relação à
previsão de receitas e despesas preparada no início do empreendimento, pode-se refinar as
metas presentes no plano de longo prazo.
Refinamento do plano de longo prazo: a partir das análises das simulações 4D e 5D, do plano de
longo prazo, buffers e fluxo de caixa, pode-se avaliar a necessidade de estudo de novas alternativas
e cenários do sistema de produção. Nesta fase as decisões do planejamento podem ser refinadas
com o auxílio dos modelos BIM. Por meio destas simulações, é possível identificar possibilidades
de economia, principalmente, identificando por meio da análise dos custos variáveis em relação ao
tempo e eventos e das atividades que não agregam valor ao produto.
Dados Planejados: composta pelos documentos gerados nos processos de PCP, custos, e integração
Custo-PCP. Durante a etapa de construção, os dados planejados são a referência no controle de
prazo e custo do empreendimento. Os documentos sugeridos são: (a) Orçamento Executivo Inicial;
(b) Plano de longo prazo; (c) Quadro de Controle Visual; (d) Planilha dos Custos dos Processos; (e)
Curva ABC; (f) Fluxo de Caixa; (g) Curva S; (g) Planilha de Controle de Estoque e Perdas dos
Materiais e Equipamentos.
Difusão da informação: os dados planejados devem ser difundidos de acordo com as necessidades
dos usuários. A transmissão do plano pode ocorrer por meio de reuniões no escritório da empresa
ou canteiro de obras. A apresentação desta informação é muitas vezes o evento que formaliza o
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início da obra. Nesta fase, devem ser definidos a rotina e os responsáveis pela coleta de dados reais
(executados) na obra e a periodicidade das reuniões dos níveis de médio e curto prazo, bem como
a apresentação da sistemática de controle a todos os envolvidos
O ciclo de médio prazo tem o objetivo de controlar e planejar em um horizonte móvel a produção
e os custos, devendo ser identificadas e eliminadas as restrições para que as atividades planejadas
no nível de curto prazo possam ser efetivamente executadas.
(A) Coleta de informações: as informações que servem de base à elaboração do plano de médio
prazo são os dados planejados no plano de longo prazo, dados reais coletados no curto prazo
e os dados reais de custos desembolsados e comprometidos.
(B) Atualização dos documentos de referência: por meio dos dados reais coletados os
documentos de referência que contêm os dados planejados (orçamento executivo, planilha
dos custos dos processos, quadro de controle e planilha de perdas) são atualizados com os
dados executados (reais). Nesta etapa, à medida em que a obra é executada e os recursos
são consumidos e comprometidos, o orçamento executivo da obra deve ser atualizado, a fim
de considerar a dinâmica e incerteza do ambiente.
(C) Análise do progresso físico-financeiro: nesta etapa são analisados os dados executados e
as tendências de produção e de custos, baseadas no progresso real físico e financeiro. Os
custos variáveis em relação ao tempo ou eventos e custos fixos devem ser recalculados em
função da tendência de produção. A análise de tendências tem um caráter proativo e pode
contribuir na detecção de problemas25, indicando uma previsão de comportamento futuro
dos custos e da produção. Por meio da comparação dos dados executados e dados
planejados, o desempenho do empreendimento é mensurado, visto na sequência.
(D) Preparação dos planos: nesta etapa, orienta-se a realização de duas reuniões de ciclo de
médio prazo, sendo uma para planejamento dos custos e outra para planejamento e controle
de médio prazo da produção propriamente dito. O objetivo desta etapa é encontrar
colaborativamente soluções aos problemas detectados e promover aprendizagem.
A preparação do plano de médio prazo26 consiste em analisar as tarefas que devem ser
realizadas em um prazo (em geral 4 a 12 semanas) mais próximo da execução (BALLARD,
2000). De uma maneira geral, o plano de longo prazo é analisado, conforme horizonte de
25
Problema é o resultado indesejável de um processo
26
Também chamado de lookahead (BALLARD, 2000)
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com apoio de BIM
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planejamento estabelecido para o médio prazo. Os processos do longo prazo são detalhadas
para definir os pacotes de trabalho27. Para cada um dos pacotes são analisadas as restrições
para início do trabalho (VIANA, 2011).
A preparação do plano de custos consiste em combinar as informações atualizadas do
orçamento executivo ao plano de médio prazo e a reprogramação28 da obra considerando
quando houver, as regras de desembolso já contratadas. Para facilitar, pode ser considerado
a regra de desembolso somente dos custos mais significativos do empreendimento29. Os
demais podem ser considerados levando em conta o momento do gasto30, isto é, a data de
início do plano de longo ou médio prazo. Esta ação permite estabelecer metas mais precisas
referentes a gastos e desembolsos baseado no plano de médio prazo e contratos reais com
fornecedores e subempreiteiros.
(E) Difusão da informação: o plano de médio prazo da produção deve ser difundido entre os
membros da equipe de produção da obra. A projeção de fluxo de caixa é encaminhado para
o setor financeiro da construtora.
(F) Indicadores de desempenho: tem o objetivo de avaliar o desempenho da produção e dos
custos com objetivo de auxiliar as tomadas de decisão. Os indicadores sugeridos estão
descritos na Figura 82, sendo as variáveis envolvidas descritas na Figura 84.
Durante a etapa de construção, o plano de longo prazo elaborado está sujeito a ajustes devido à
variabilidade e a incerteza presentes na operação do sistema de produção. Assim, novas
informações provenientes do controle nos níveis de médio e curto prazo podem demandar
mudanças no plano de longo prazo do empreendimento. Logo, novas alternativas de plano
podem ser simuladas por meio das ferramentas do modelo proposto e pelos modelos BIM 4D
ou 5D. Após a análise de alternativas com o apoio da visualização 4D, o tomador de decisão
pode escolher a melhor alternativa de plano a seguir no empreendimento.
27
Um pacote de trabalho deve descrever a ação, o elemento e o local de produção
28
Reprogramação é atualização do plano de longo prazo, considerando o que já foi executado
29
Grupo A - proveniente da classificação de custos ABC
30
Consumido na produção
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com apoio de BIM
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Variáveis Critérios
LPCON = quantidade acumulada de lotes
Número de lotes concluídos no quadro de controle
concluídos
LPPLAN = quantidade acumulada de lotes
Número de lotes planejados no quadro de controle
planejados
LPEXE= quantidade de lotes em andamento Número de lotes em execução no quadro de controle
LPT = quantidade de lotes com falta de Número de lotes com falta de terminalidade no quadro
terminalidade de controle
CO TOT = Custo orçado total planejado Custo total planejado da Curva S
(A) Coleta de informações: durante esta etapa é realizada a coleta de dados reais do status de
produção31, sendo verificada a conclusão dos pacotes de trabalho32, a terminalidade dos
processos por LBS e o avanço físico. Durante esta etapa, o desempenho do planejamento
semanal é controlado por meio do indicador de eficácia dos planos (PPC -Percentual de
Pacotes Concluídos) e da identificação das causas da não conclusão de pacotes. PPC é o
quociente do número de tarefas concluídas do plano semanal pelo número de tarefas
planejadas do plano semanal (BALLARD, 1997).
Dados executados
31
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T
PPC = × 100 Eq. 14
T
Variáveis Critérios
Número de tarefas concluídas
Quantidade de tarefas concluídas do plano semanal
(TC)
Quantidade total de tarefas planejadas no plano
Número de tarefas planejadas (TP)
semanal
Após, um novo ciclo semanal inicia, com a elaboração do planejamento de curto prazo
colaborativamente entre os envolvidos e a disseminação da informação. As informações
que baseiam o planejamento de curto prazo são o plano de médio prazo e o plano de curto
prazo controlado no ciclo anterior (dados reais de execução da produção).
(B) Preparação do Plano de Curto Prazo: tem objetivo de planejar os pacotes de trabalho a
serem executados no horizonte de uma semana, e deve possuir um mecanismo de puxar as
tarefas do plano de médio prazo que estão com as restrições removidas. Elabora-se nesta
etapa uma proposta de plano de curto prazo a ser apresentada na reunião de negociação das
metas (BERNARDES, 2001).
(C) Difusão do Plano de Curto Prazo: ocorre em dois estágios. O primeiro se refere a reunião
de discussão das metas, quando as informações são trocadas entre o engenheiro, o mestre
de obras, subempreiteiros e encarregados das equipes de produção. O segundo estágio
ocorre por meio do contato verbal ou visual entre os encarregados e os demais funcionários
que integram a equipe de produção (BERNARDES, 2001). Na reunião, inicialmente é
apresentado o plano de curto prazo controlado do ciclo anterior, de forma a possibilitar que
todos identifiquem a razões pelas quais algumas metas não foram cumpridas conforme o
planejado (BERNARDES, 2001).
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com apoio de BIM
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A proposta de utilização do orçamento executivo vai ao encontro do proposto por Kern (2005). A
elaboração do orçamento deve ser baseada em projetos e especificações, Modelos BIM 3D,
contratos, e também devem ser levadas em consideração as informações quanto ao processo
produtivo, tais como prazos de execução, utilização de equipamentos especiais e atividades de fluxo
principais. O banco de dados atualizados com as CCU pode ser usado. Desta forma, além do custo
das atividades de transformação (orçamentos tradicionais), é possível considerar o custo de algumas
atividades de fluxo do processo de produção.
No sentido de buscar utilizar melhor as informações de custo, este modelo propõe, que os custos de
atividades de transformação sejam separados em materiais e mão de obra. Da mesma forma, espera-
se que os custos variáveis em relação ao tempo e eventos sejam explícitos, para auxiliar os gestores
na avaliação do impacto do prazo da obra no custo total.
O orçamento tem caráter dinâmico, sendo atualizado ao longo da etapa de construção a partir de
definições de projetos, produção, contratos e reprogramações da produção. Este orçamento permite
levar em consideração a dinamicidade e incerteza do ambiente da obra, tendo um caráter proativo,
na medida que são disponibilizadas informações atualizadas para apoiar a tomada de decisão.
O modelo propõe uma classificação dos custos levando em consideração a facilidade de alocação e
o volume de produção ou das vendas, para apoiar na tomada de decisões e tornar rastreáveis os
custos das atividades de transformação e alguns custos das atividades de fluxo. Na Figura 84 a
classificação dos custos é apresentada.
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A classificação dos custos de acordo com o volume de produção ou das vendas divide os custos em
fixos e variáveis. Custos fixos são aqueles que permanecem constantes33, independentes do volume
de produção ou das vendas. Por outro lado, os custos variáveis estão intimamente relacionados com
o volume de produção e número de vendas, sofrendo variações ao longo do período (BORNIA,
2012). No modelo propõe-se que os custos fixos sejam classificados em função da sua recorrência,
sendo divididos em: início da obra, mensal e término da obra. Entende-se como início da obra o
período desde a contratação da obra até a mobilização do canteiro de obras; como mensal, o período
entre a mobilização e a desmobilização da obra; e como término da obra, o período de
desmobilização até o último desembolso. Aos custos variáveis é proposta a classificação em
variáveis em relação ao tempo ou eventos, variáveis em relação às quantidades e variáveis
relacionados às vendas. Os custos variáveis em relação às quantidades referem-se às atividades de
transformação da obra.
33
O horizonte tempo considerado nessa classificação é mensal.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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entrada de informações). Cada grupo de custos é composto por uma planilha orçamentária
subdividida em subgrupos e itens de custos. Os itens de custos referem-se aos itens geradores de
custos e os subgrupos têm a função de organizar e hierarquizar a informação. A planilha
orçamentária pode ser uma estrutura padrão da construtora, fornecendo informações para criação
de parâmetros nos modelos BIM autorais.
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Diante disso, recomenda-se definir os itens de custos dos grupos das atividades de transformação
(exemplo na Figura 85 são os grupos 3,4 e 5), com base nos processos de produção e em itens
distintos de material e mão de obra. O preço dos itens de material são provenientes das CCU. As
perdas de processo consideradas nos coeficientes das CCU, devem ser apresentadas de forma
explícita, para facilitar o controle durante a construção. Na Figura 85 é apresentado a descrição dos
grupos de custos definidos nos EE2 e EE3.
A estrutura hierárquica de localização (LBS) é o ponto central do modelo proposto, pois representa
a divisão das unidades bases, lotes de produção e transferência previstas no PSP. A definição da
LBS é realizada antes do início da obra, fazendo parte do planejamento no nível de longo prazo.
Uma localização deve ser pequena o suficiente para gerar o efeito aprendizado, facilitar o controle
da produção e remover os buffers implícitos, e ser a mais genérica possível, de forma a atender os
processos de uma mesma etapa da obra, os lotes de produção e transferência. Cada localização deve
ser espacialmente bem definida, permitindo que tanto os elementos do modelo BIM, como os
quantitativos e atividades que agregam valor e custos sejam subdivididos e alocadas nelas
(VARGAS, 2018).
A LBS deve retratar a lógica de execução e atender as necessidades da produção, sendo que cada
uma das hierarquias de localização (LBS) tem um propósito diferente. Pode ocorrer a situação de
que apenas uma LBS não atenda a lógica de execução dos processos. Nestes casos, são definidos
sistemas de localização distintos, dividindo-se o mesmo espaço físico de maneiras distintas, de
forma a criar LBS independentes (VICO, 2016).
De maneira geral, ao elaborar LBS deve ser levado em consideração que o nível mais alto é usado
para definir o plano de ataque da obra, ou seja, a sequência de construção. Mesmo que nenhum
processo seja definido por este nível, essa divisão permite que o conjunto de processos que não
possuem dependências físicas ocorram em qualquer sequência ou simultaneamente (por exemplo,
o nível 1 pode ser torres). Já os níveis intermediários são usados para planejar o fluxo de produção
da estrutura e geralmente refletem restrições físicas (por exemplo, o nível 2 pode ser pavimentos ou
lados dos mesmos). Os níveis mais baixos são usados para planejar detalhes e acabamentos, ou seja,
quando as restrições físicas da estrutura forem eliminadas, sendo possível ter diversas equipes
trabalhando simultaneamente. Este nível de divisão possibilita a redução do tamanho do lote, o
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com apoio de BIM
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controle de terminalidade e WIP durante a execução (por exemplo, o nível 3 pode ser por
apartamento ou espaço).
Dependendo dos software a ser utilizado, após a definição da LBS, é necessário inserir nos modelos
3D autorais o parâmetro com as informações de localização ou em alguns casos separar ou agrupar
objetos BIM para refletir os lotes de produção considerados.
Com base nos constructos de utilidade e aplicabilidade do modelo, definidos no item 5.6, foi
realizada a avaliação da solução proposta.
7.4.1 Utilidade
O constructo utilidade foi avaliado pela pesquisadora em relação à contribuição do emprego do
modelo no processo de tomada de decisão, tendo em vista que a disponibilidade de informações
úteis e oportunas para tomada decisão é o maior objetivo de um sistema de gestão dos custos. A
avaliação foi organizada e realizada segundo cinco subconstructos definidos na Figura 13.
do quadro de controle durante o EE2 permitiu identificar de forma fácil, rápida e visual o status de
produção por processo e por localização, o que permitiu calcular e comunicar à equipe de produção
os indicadores de aderência ao lote e terminalidade. A comparação entre as imagens da Simulação
4D planejada e executada contribuiu para tornar a comunicação dos principais desvios mais
transparente a todos envolvidos. Em relação à gestão de custos, o uso do orçamento com visão
operacional associado ao modelo BIM 3D permitiu que a obra entendesse o escopo de cada item de
custo tornando transparente as considerações de orçamento. Outra vantagem encontrada, está
relacionada ao detalhamento e associação dos custos variáveis em relação ao tempo e o plano de
longo prazo, que possibilitou a visualização dos custos ao longo tempo e auxiliou a tomada de
decisões com objetivo de reduzir os custos indiretos decorrentes do atraso de prazo, como no
exemplo da Torre 1 do EE2.
No que diz respeito à padronização, a implementação no EE3 no nível de longo prazo do modelo
proposto, mostrou que os processos sistêmicos do modelo integrado do PCP e Gestão de Custos
podem ser replicados em obras similares, permitindo a retroalimentação e comparação dos
resultados das obras e mantendo os dados históricos sempre atualizados, possibilitando a realização
de ações corretivas, quando necessário, em futuras obras. Da mesma forma, a padronização de
famílias e parâmetros dos modelos BIM 3D foi útil para extração precisa e rápida dos quantitativos,
estando também relacionado ao subconstructos de confiabilidade das informações. A divisão do
modelo em localizações permitiu a definição de lotes de produção com o mesmo tamanho para os
processos pertencentes à mesma lógica de execução, possibilitando uma análise mais precisa da
sincronia de produção.
A integração dos dados de custos ao PCP com o apoio de BIM permitiu a centralização dos dados
em uma única planilha, a partir da qual foram geradas a Curva S para controle do prazo, relatório
dos custos dos processos para o controle de custos durante a construção e o fluxo de caixa do
empreendimento. A integração dos dados também foi útil na definição dos custos variáveis ao
tempo, auxiliando na verificação de oportunidades de redução de custos. A integração dos dados
representa um ganho, tendo em vista que uma das falhas diagnosticadas na Construtora era a falta
de informações completas para apoiar a tomada de decisões relativas à produção.
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com apoio de BIM
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relação ao tempo não pôde ser feito no software VO, uma planilha eletrônica foi utilizada como
software auxiliar, o que tornou esta etapa um pouco lenta, porém útil para analisar o impacto do
prazo no custo.
7.4.2 Aplicabilidade
A avaliação do modelo quanto à aplicabilidade foi organizada e realizada segundo quatro
subconstructos: uso, comunicação, eficiência e continuação, definidos na Figura 12.
Em relação ao uso, foi captada a percepção dos usuários quanto sua facilidade, participação e
integração durante a aplicação do modelo integrado. As pessoas envolvidas na operacionalização
do modelo foram: a gestora de planejamento e orçamentos da Construtora, a equipe BIM da
Construtora, composta de dois assistentes de engenharia e dois estagiários, o engenheiro
responsável da obra, o assistente técnico e o Diretor técnico da Construtora. O engenheiro da obra
do EE2, ao receber o plano de longo prazo em formato de linha de fluxo, em um primeiro momento
demonstrou dificuldade e receio em utilizá-lo. Porém, ao longo do andamento da obra, através da
análise dos indicadores de desempenho de aderência ao lote, controle de ritmo e desvio de prazo, o
engenheiro passou a ter confiança nas informações, e passou a utilizar o plano proposto. Em relação
ao preenchimento da planilha do status de produção, inicialmente ficou sob responsabilidade da
estagiária de engenharia da obra, porém, a mesma apresentou dificuldade de preenchimento, em
função da falta de conhecimento e do acúmulo de tarefas. Em função disso, no decorrer da obra,
devido a importância da coleta correta de informações de produção para o cálculo das tendências
de prazo e custos, a responsabilidade do preenchimento passou ao assistente técnico. Para isto, foi
necessário fazer alguns ajustes para tornar o preenchimento mais fácil.
Em relação a eficiência, foi analisado o esforço envolvido na obtenção das informações proposta
pelo modelo. Foi possível comparar os esforços envolvidos durante o EE2, no qual o modelo
emergiu e o EE3, no qual o nível de longo prazo do modelo foi implementado. O EE2 foi
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caracterizado pela curva de aprendizagem, sendo que incialmente a pesquisadora dedicou bastante
tempo para aprendizado do software VO, ao mesmo tempo que a equipe BIM da Construtora, estava
no processo de aprendizagem da modelagem 3D no software Revit. No entanto, os resultados do
EE3 mostraram que após domínio dos pacotes de software, padronização de famílias e parâmetros
dos Modelos BIM 3D, padronização dos grupos de custos e da estrutura orçamentária, ocorreu
redução no tempo envolvido, tornando o modelo proposto mais fácil de ser utilizado. No entanto,
como o processo de modelagem 3D foi bastante interativo entre Equipe BIM e projetistas, as horas
dispendidas não foram contabilizadas. Durante a etapa de controle do EE2, também foi possível
observar, após a rotina de monitoramento implementada, a coleta de dados e atualização do quadro
de controle do software se tornou mais eficiente envolvendo, 4h por semana do assistente técnico
para coleta de informações em obra e 4h da estagiária da Equipe BIM para atualização do quadro
de controle no software VO. Com objetivo de extrair o fluxo de caixa atualizado mensalmente, a
obra C foi reprogramada no ciclo de controle mensal, esta ação foi avaliada pela percepção da
pesquisadora, com baixa eficiência. Como não foi possível salvar o plano inicial de longo prazo no
software VO, foi necessário operar a etapa de atualização e reprogramação por meio de um arquivo
em paralelo, demandando bastante tempo.
A Localização foi conceituada como o local onde se encontra um processo de produção. A partir
da estrutura hierárquica de localização (LBS) as localizações foram padronizadas para um conjunto
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com apoio de BIM
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de processos, esta ação tornou o controle da produção mais confiável, permitindo analisar desvio
de ritmos e improdutividades. Por meio do de rede de precedência a sequência executiva da unidade
base e entre as unidades base puderam ser consideradas na elaboração do plano de longo prazo.
BIM 5D foi conceituado como Orçamento 5D quando era feito a extração automática dos
quantitativos das atividades de transformação e a rastreabilidade dos objetivos BIM e Simulação
5D é o conceito que considera as informações do Orçamento 5D integradas e distribuídas no plano
de longo prazo (4D) e uso das informações de prazo para estimar o custos variáveis em relação ao
tempo ou eventos.
O software utilizado nesta pesquisa foi o Vico Office do fabricante Trimble, uma suíte de produtos
contendo módulos integrados 3D, 4D e 5D. Trata-se de uma solução do tipo “integrada”, que por
meio de plugins disponíveis para softwares como Autodesk Revit® ou ainda da importação de
arquivos IFC, que permite o controle de revisões e a sincronização das informações alteradas nos
modelos de autoria durante todo o processo de desenvolvimento de um empreendimento. A
pesquisadora durante este trabalho despendeu bastante tempo para aprender a ferramenta, como o
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Vico Office é uma solução pouco utilizada no Brasil, há poucos trabalhos desenvolvidos e cases
utilizando a ferramenta.
Neste trabalho foi considerado somente a elaboração do plano de longo prazo no Vico, de uma
forma geral, o software atendeu todas as necessidades. A pesquisadora apresentou dificuldades
somente para salvar o planejamento inicial. Sendo necessário operar as reprogramações em outros
arquivos e integrar as informações por meio do uso de planilhas eletrônicas.
Em relação a solução 5D, o software Vico Office possui o diferencial de elaboração do orçamento,
associação e mapeamento dos objetos BIM. Além de possibilitar por meio da padronização dos
parâmetros dos objetos BIM e estrutura orçamentária, a automatização da associação dos objetos
BIM ao orçamento. Neste trabalho a pesquisadora definiu esta padronização, porém não testou a
automatização.
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com apoio de BIM
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Em relação ao controle dos custos, não foi possível inserir no software os custos reais por item de
orçamento, para isso foi necessário utilizar uma planilha eletrônica auxiliar para associação dos
dados. Da mesma forma, a operação de definir regras de pagamentos para cada recurso não
funcionou, devido a isso, foi necessário elaborar o fluxo de caixa com apoio da planilha eletrônica.
Da mesma forma, não foi possível inserir os custos indiretos (Overhead Costs).
O software exigiu muito do desempenho do hardware, exigindo que o computador possua uma
configuração mínima para processamento. Foi necessário uma configuração mínima de 16GB de
RAM. Devido a essa exigência de hardware a pesquisadora não conseguiu dividir o modelo
federado em apartamentos e também não conseguiu inserir a obra por completa, sendo necessário
trabalhar com arquivos distintos. Devido a isso, as programações do planejamento da infraestrutura
e das torres não estavam associadas, o que dificultou analisar as precedências entre os processos.
De uma maneira geral o software atendeu as necessidades para elaboração do plano de longo prazo,
orçamento executivo e facilitou a integração de prazo e custo. Como sugestão de melhoria ao
software, a pesquisadora sugere:
Integração entre os módulos Schedule e o modelo BIM: ao escolher uma atividade do plano,
a mesma seja destacada no Modelo, considerando os objetos BIM de forma a possibilitar a
rastreabilidade do plano da mesma forma que é possível fazer no orçamento.
Possibilidade de importar os custos reais de forma automática, e distribuí-lo nas
localizações conforme o progresso físico.
No módulo Estimate distribuir os custos na LBS igualmente a distribuição de quantitativos,
evitando a necessidade de gerar relatórios.
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8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
É importante destacar que, embora o artefato principal desta pesquisa seja o modelo proposto, há
três tipos de resultados desta pesquisa, de acordo com o exposto por March e Smith (1995),
conforme indicado na Figura 86. Logo, além de propor um modelo, este trabalho, compreendeu a
definição e o refinamento de um conjunto de conceitos relacionados à integração da gestão de custos
com o PCP baseado em localização, assim como a implementação deste modelo na Construtora
especializada em obras residenciais para população de baixa renda.
O modelo proposto integra a gestão de custos ao projeto e gestão de sistemas de produção, desde
as decisões iniciais do PSP e ao longo do PCP durante toda a etapa de construção do
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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empreendimento, para que os impactos das decisões de prazo e custos sejam avaliadas de forma
integrada. O modelo proposto representa uma contribuição pelo fato de que esta é uma atividade
gerencial pouco explorada no setor da construção, e também se refere a um tema pouco explorado
na literatura. A principal contribuição do modelo desta pesquisa é que o mesmo permite a integração
da gestão dos custos ao PCP baseado na abordagem LBM. O fluxo de trabalho da produção é
representado por meio da Linha de Balanço e as informações relacionadas a produção e aos custos
são detalhadas e integradas através da estrutura hierárquica de localizações e o uso do BIM
proporciona a visualização espacial dos planos, a extração de quantitativos automáticos e criação
de um banco de dados integrado com as informações de prazo e custo.
No modelo proposto, similar ao trabalho de Vargas (2018) o planejamento de longo prazo deve ser
elaborado considerando a abordagem baseado em localização. Para isso, a definição da estrutura
hierárquica de localização deve fazer parte das decisões iniciais de planejamento. A estrutura
hierárquica de localização tem objetivo de representar a execução da obra, a partir dela são definidos
os lotes de produção, unidades base e lotes de transferência. Em relação ao trabalho Vargas (2018)
o modelo avançou na macrofase de Definição da Estrutura de Custo e no processo de Controle de
Custo. O modelo foi implementado durante 1 ano e 2 meses na construção da Obra C, o que
contribuiu no avanço do conhecimento. Além de implementar o uso do indicador de terminalidade,
proposto pelo autor.
Em relação ao trabalho de Kenley e Seppänen (2005) o modelo avançou no uso da abordagem LBM
para a integração dos PCP e gestão de custos de uma forma global, considerando os custos
proporcionais em relação às quantidades e ao tempo. Além de usar os modelos BIM para a extração
e integração da informação.
Com relação aos objetivos específicos, o primeiro proposto foi “propor uma estrutura de
modelagem de custos para permitir um controle mais efetivo das atividades de transformação
e fluxo durante a produção”. O modelo requer o uso do orçamento com visão operacional para
descrever os custos de produção do empreendimento, e também propõe uma divisão e classificação
dos custos para facilitar a integração com os processos do plano de longo prazo. O modelo orienta
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que os custos variáveis em relação às quantidades dos recursos de material e mão de obra sejam
descritos em itens de custos separados e que expressem os processos de produção da obra e queos
quantitativos sejam extraídos dos modelos BIM, aplicando os critérios de medição quando
necessário. Já em relação aos custos variáveis em relação ao tempo, tais como equipamentos, mão
de obra própria, entre outros, orienta-se que os quantitativos sejam extraídos do plano de longo
prazo, associando-os a um processo, conjunto de processos ou ao prazo total de construção do
empreendimento.
A divisão e classificação de custos e a estrutura orçamentária com visão operacional, proposta pela
pesquisadora, promoveu o processo de planejamento e controle de custos mais transparente e
rastreável e possibilitou a integração dos itens de custos aos processos do plano de longo prazo. A
classificação dos custos variáveis, forneceu subsídios importantes para a tomada de decisões, como:
a representação dos custos fixos nos períodos de produção, identificação e mensuração dos custos
relacionados as durações dos processos e do empreendimento, que serviu como alerta para chamar
a atenção dos gestores quanto a importância de seguir o plano para evitar variações de custos. Já a
classificação dos custos pela facilidade de alocação, possibilitou identificar, calcular e controlar as
despesas indiretas, que tradicionalmente, são considerados como percentual de BDI. A subdivisão
dos custos diretos em material e mão de obra, permitiu aplicar os critérios de medição padrões da
Construtora e aplicar regras de desembolso distintas aos itens, considerando a diferença de
pagamento entre os itens de material e de mão de obra. Esta ação possibilitou a criação de fluxos
de caixa mais fidedignos e auxiliou a Construtora na tomada de decisão em relação a produção.
A divisão por grupos de custos possibilitou agrupar os itens de custos que os quantitativos são
extraídos dos modelos BIM, identificando as atividades de transformação e dos itens de custos que
são vinculados as durações do plano de longo prazo, identificando alguns custos de atividades de
fluxo. Em relação aos custos das atividades de fluxo, a mensuração ficou restrita aos custos
classificados como indiretos. No entanto, existem custos que não agregam valor que não puderam
ser mensurados, como exemplo, o tempo de setup do guindaste para a montagem das lajes. Bem
como as perdas relacionadas a operação, como a mão de obra é terceirizada, o pagamento é feito
após a terminalidade do processo. Não sendo contabilizado o tempo gasto com movimentação e
espera dos trabalhadores.
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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médio prazo e por três tipos de documentos, planejados, projetados e executados, organizados por
meio de um banco de dados central de informações de prazo e custos integrados. Os dados
planejados se referem às metas estabelecidas no nível de longo prazo, ou seja, os dados do plano de
longo prazo e do custo inicial do orçamento. Já os dados executados, se referem aos dados reais de
prazo coletados pela obra e os dados reais de custos desembolsados e comprometidos. E os dados
projetados retratam as tendências e projeções de tempo e custos realizadas no ciclo de médio prazo.
Por meio da comparação dos dados executados e dados planejados, o desempenho do
empreendimento foi mensurado.
Em relação aos sistemas de indicadores para a gestão de custos, o banco de dados central foi
combinado aos dados de custos reais e comprometidos. Por meio da análise conjunta dos custos
reais e comprometidos e das tendências do plano de longo prazo, o orçamento era constantemente
atualizado, possibilitando calcular a projeção dos custos no futuro e identificar as variações de custo
relacionados aos custos variáveis em relação ao tempo.
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características que retratem de forma fiel o produto a ser construído. Em relação a maturidade34
espera-se um BIM level 2, ou seja, uso da modelagem 3D para a colaboração e interoperabilidade.
Este nível requer um compartilhamento integrado de dados entre as partes envolvidas com a
finalidade de promover a abordagem colaborativa. Portanto, o desafio encontrado está na
verificação da qualidade e no controle de alterações dos modelos antes e durante o processo de
orçamentação no software VO.
O uso do BIM facilitou a integração dos processos de PCP e gestão de custos. No entanto, exigiu a
elaboração de um orçamento mais detalhado, considerando a sequência executiva e processos da
obra. Um dos desafios encontrados está relacionado à característica da construção civil elaborar os
orçamentos focado na estimativa dos custos considerando somente as atividades de transformação,
aos critérios de medição que exigem a definição de fórmulas e parâmetros na extração dos
quantitativos e ao uso da mão de obra terceirizada, que vincula o pagamento ao término do processo
e não considera as atividades de fluxo.
Por fim, conclui-se que a integração dos processos da gestão de custos e PCP baseado em
localização propiciou um controle mais efetivo dos custos durante a produção, permitindo que as
ações de controle da produção analisassem, também, o impacto financeiro na tomada de decisão. A
integração facilitou o planejamento dos custos e a atualização da projeção do fluxo de caixa, a qual
possibilitou a conferência da disponibilidade financeira. O BIM contribuiu para a extração
automática dos quantitativos das atividades de transformação e visualização do escopo de cada item
de custo. Da mesma forma a Simulação 4D combinada ao plano de longo prazo permitiu analisar,
discutir e comunicar o fluxo de trabalho e ritmo de produção a todos os envolvidos.
A partir do processo de elaboração deste trabalho, emergiram alguns tópicos, identificados como
oportunidades a serem investigados em trabalhos futuros.
a) Aplicar o modelo, resultado deste trabalho, considerando mão de obra direta como própria,
isto é, classificada como um custo variável em relação ao tempo, para análise das
contribuições da integração.
b) Aplicar o modelo em contextos com menor repetitividade para avaliar sua utilidade,
aplicabilidade e refinar a solução.
34
Succar (2008)
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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c) Testar o modelo, resultado deste trabalho, com apoio de outro ou combinação de outros
softwares.
d) Considerar no modelo proposto, além do Modelo BIM do Produto35 o Modelo BIM do
Processo36 e verificar a utilidade para o PCP integrada a gestão de custos.
e) Elaborar um ambiente digital que promova a automação do controle de status de produção,
por meio da integração da inspeção da qualidade, medições de subempreiteiros e atualização
do quadro de controle.
f) Elaborar um ambiente digital que promova a aplicabilidade de rastreamento em tempo real
de dados de controle. Com objetivo de coletar dados baseados na localização e no tempo
dos trabalhadores e equipamentos, a fim de mensurar e analisar as atividades de fluxo.
objetos BIM que compõem a edificação com quantidades, tamanho, forma, localização e orientação
35
objetos BIM que representem os estoques, vias de circulação de equipamentos e pedestres e acesso ao canteiro
36
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Integração da Gestão de Custos ao Planejamento e Controle da Produção baseado em Localização na Construção
com apoio de BIM
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Térreo
Pav 10
Pav 2
Pav 3
Pav 4
Pav 5
Pav 6
Pav 7
Pav 8
Pav 9
Fund
Plat
Res
LBS
LADO
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
início/Fim
Gabarito
AB
FUNDAÇÕES E CONTRAPISO
Estacas
AB
Vigas de fundação
AB
Instalações enterradas
AB
Contrapiso
AB
A
Alvenaria
B
A
ESTRUTURA
Montagem da laje pré-
moldada
B
A
Colunas (Shafts)
AB
INST HIDRO
Ramais
AB
Colunas Chuveiros
AB
Circulação
INST ELÉT
Caixinhas
AB
CD's
AB
Impermeabilização calha
AB
COBERTURA
Telhas + manta
AB
Funilaria
AB
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Térreo
Pav 10
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Pav 3
Pav 4
Pav 5
Pav 6
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Pav 8
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Fund
Plat
LBS
Res
LADO
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Início
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
Fim
início/Fim
AB
Reboco interno banheiro
AB
Shaft
AB
banheiro, cozinha
Impermeabilização box
AB
Gesso liso Apartamentos
AB
Gesso liso Circulação
AB
Cerâmica e azulejo
AB
banheiro e cozinha
Esquadrias alumínio
AB
Forro
AB
banheiro e cozinha
Portas de madeira
AB
Fiação
AB
Forro
AB
circulação
Shaft circulação
AB
Passa mão
AB
Selador teto
AB
Textura teto
AB
Selador paredes
AB
Textura paredes
AB
Louças
AB
Metais
AB
Pintura 1ª demão
AB
Pintura 2ª demão
AB
Tomadas e interruptores
AB
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