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Richard Bach

A história de Fernão Capelo Gaivota.


O autor conta toda a vida de Fernão Capelo, uma gaivota ávida por
liberdade e pelo conhecimento e o caminho para a perfeição.
Desde sua juventude, Fernão Capelo mostra-se diferente das
outras gaivotas, por nutrir intensa paixão pelo vôo. Fernão Capelo
desafia as regras da sua comunidade quando mostra suas
descobertas acerca do vôo. Por pensar de modo anticonvencional,
Fernão é expulso da sua comunidade.
Solitária, a gaivota aprimora suas técnicas de vôo até sua velhice,
quando é encontrado por duas radiantes gaivotas que lhe explicam
que ele já aprendeu muito e agora elas estão lá para ensinar-lhe
mais. Ele então passa a segui-las.
 Fernão transcende a uma outra sociedade onde todas as gaivotas
desfrutam da paixão pelo vôo. Neste novo mundo, Fernão se
revigora, conhece gaivotas que pensam em liberdade e vôo como
ele e, com o auxílio de mestres, atinge a excelência na arte de voar
com o vôo do pensamento.
Fernão passa a ensinar o que sabe a outras gaivotas, até decidir-se
pelo retorno a sua comunidade natal. Acompanhado por seus
discípulos, o mestre retorna à comunidade que o baniu e exibe
diversos estilos de vôo com perfeição. A perfeição e a liberdade
trazida por Fernão Capelo, lentamente vai cativando gaivotas da
comunidade, que querem, sobretudo, aprender. Por fim, Fernão
Capelo parte com intento de disseminar o conhecimento libertador
que adquiriu, deixando discípulos em sua comunidade natal.
O processo de aprendizagem, que liga os professores altamente
experientes aos aluno dedicados, é aumentado a quase um nível
sagrado, sugerindo que esta pode ser a verdadeira relação entre
homem e Deus. O autor considera que certamente humano e Deus,
independentemente de todas as enormes diferenças, estão
compartilhando algo de grande importância que podem vincula-los
juntos:
— Onde estão os outros, Henrique? — perguntou em
silêncio, já familiarizado com a telepatia fácil, que estas
gaivotas usavam em vez dos gritos e guinchos. — Por que
somos tão poucos aqui? No lugar de onde eu vim havia...
— ... milhares e milhares de gaivotas. Eu sei.
— Henrique abanou a cabeça. —
A única resposta que encontro, Fernão, é que você é um
daqueles pássaros que se encontram num milhão. Quase
todos nós percorremos um longo caminho.
Fomos de um mundo para outro, que era praticamente
igual ao primeiro, esquecendo logo de onde viéramos, não
nos preocupando para onde íamos, vivendo o momento
presente.
Tem alguma idéia de por quantas vidas tivemos de passar
até chegarmos a ter a primeira intuição de que há na vida
algo mais do que comer, ou lutar, ou ter uma posição
importante dentro do bando?
Mil vidas, Fernão, dez mil!
E depois mais cem vidas até começarmos a aprender que
há uma coisa chamada perfeição, e ainda outras cem para
nos convencermos de que o nosso
objetivo na vida é encontrar essa perfeição e levá-la ao
extremo.
A mesma regra mantém-se para os que aqui estão agora, é
claro: escolheremos o nosso próximo mundo através
daquilo que aprendermos neste.
Não aprender nada significa que o próximo mundo será
igual a este, com as mesmas limitações e pesos de
chumbo a vencer.

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