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PREUNI SEDUC 2023

2° AULÃO DE ATUALIDADES E
REDAÇÃO
Asa Branca Entonce' eu disse: adeus, Rosinha
Luiz Gonzaga
Guarda contigo meu coração
Entonce' eu disse: adeus, Rosinha
Quando oiei' a terra ardendo Guarda contigo meu coração
Qual fogueira de São João
Eu preguntei' a Deus do céu, uai Hoje longe, muitas légua
Por que tamanha judiação? Numa triste solidão
Eu preguntei' a Deus do céu, uai Espero a chuva cair de novo
Por que tamanha judiação? Pra mim vortar' pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Que braseiro, que fornaia' Pra mim vortar' pro meu sertão
Nenhum pé de prantação'
Por farta' d'água perdi meu gado Quando o verde dos teus óio'
Morreu de sede meu alazão (2x) Se espaiar' na prantação'
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Inté' mesmo a asa branca Que eu vortarei', viu, meu coração
Bateu asas do sertão Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu vortarei', viu, meu coração
06/05/23

TEMA:
A questão do preconceito linguístico e
seus efeitos no Brasil
 FRASE TEMÁTICA:
A questão do preconceito
linguístico e seus efeitos no Brasil

Eixo temático: língua, linguagem e


comunicação
Conceito
PRECONCEITO LINGUÍSTICO

O termo preconceito linguístico refere-se à atitude negativa frente a


determinado grupo linguístico sem razão aparente. Normalmente está
voltado a grupos linguísticos que detém pouco ou nenhum prestigio social, a
minorias linguísticas, a grupos linguísticos que representam falares
diferentes do falar daquele que avalia preconceituosamente o outro.
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
É comum verificar os termos preconceito e estigma sendo usados como
formas sinônimas. Embora os dois termos sejam utilizados para fazer uma
avaliação negativa, há, entre os dois, diferenças relativas ao grau dessa
avaliação Parece que, em relação ao preconceito, a atitude negativa frente
ao elemento que está sendo objeto de avaliação é menor do que no caso do
estigma. Desse modo, aparentemente, o estigma está impregnado de uma
aversão ausente no preconceito, De acordo com Bergamaschi (2006, p. 46),
"O estigma vai além do preconceito, é mais forte e mais inibidor. Este termo
remete a atitudes negativas, que marcam o estigmatizado para o resto da
vida". O preconceito linguístico seria, assim, um "estigma amenizado".
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Segundo Bagno, na obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz
(1999)”, o preconceito linguístico deriva da construção de um padrão
imposto por uma elite econômica e intelectual que considera como
“erro” e, consequentemente, reprovável tudo que se diferencie desse
modelo. Além disso, está intimamente ligado a outros preconceitos
também muito presentes na sociedade, como: preconceito
socioeconômico, regional, cultural e outros.
Conceito
EFEITOS DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Planejamento de texto

Leitura dos
Seleção dos
textos
argumentos
motivadores

Escolha dos
repertórios
Estrutura de texto dissertativo-argumentativo

1º parágrafo (introdução): 6 a 7 linhas

2º parágrafo (desenvolvimento 1): 8 a 10 linhas

3º parágrafo (desenvolvimento 2): 8 a 10 linhas

4º parágrafo: conclusão: 6 a 7 linhas


Estrutura de texto dissertativo-argumentativo

Introdução

1º período: Repertório sociocultural


(contextualização)

2º período: articulação do repertório ao tema

3º período: apresentação dos argumentos


REPERTÓRIOS
SOCIOCULTURAIS
Filosofia
& História

@prof.priscillaguarino
Contextualizando: Filosofia da linguagem
A filosofia da linguagem tem por objetivo submeter a própria linguagem a questionamentos que incidem
sobre a natureza dos fatos e sobre as relações com determinados fenômenos que são indissociáveis dela,
isto é, a realidade, a verdade, o pensamento, certas formas de ação(RUSSELL, 2011) Filosofia da
linguagem
Preconceito linguístico
Historicamente há um efeito extremamente importante sobre a padronização da língua que tem sido o
desenvolvimento, entre os falantes, de uma consciência conectada a uma única forma de língua "correta" e
legítima, mesmo estando eles cientes das variedades. Além disso, há uma forte adesão à ideologia da língua
padrão, e o aspecto mais importante dessa adesão é uma firme crença na correção e na normatização, o que
tende ainda a gerar hostilidade e preconceito em relação às variedades linguísticas. (MILROY, 2011)

Essa comunidade é resultante do processo de elaboração, legitimação e imposição, por meio do sistema
escolar, de uma língua oficial (una, clara e fixa) cuja função determinante é "fabricar as semelhanças",
fazendo com que os indivíduos se inclinem a ver e a sentir as coisas da mesma maneira e, assim, trabalhar
para edificar a consciência comum da nação a partir de uma concepção ilusória de igualdade, o que,
consequentemente, privilegia os detentores do poder. (BOURDIEU, 1998) Comunidade de
consciência
Repertório sociocultural: “Colonização linguística”
Colonização linguística resulta de um processo histórico de encontro entre pelo menos dois imaginários
linguísticos constitutivos de povos culturamente distintos − línguas com memórias, histórias e políticas de
sentidos desiguais −, em condições de produção tais que uma dessas línguas − chamada de língua
colonizadora − visa impor-se sobre a(s) outra(s), colonizada(s).
Colonização linguística

Os colonizadores e administradores falam e escrevem


sobre as línguas nativas desde os primeiros momentos do
contato. E o direito de resposta?

“Sempre foi máxima inalteravelmente praticada em todas


as nações (...) introduzir logo nos povos conquistados seu
próprio idioma...” (Diretório dos Índios)

A imposição da língua de colonização de forma a atingir, visando


à difusão do português como língua e cultura da metrópole, um
Benedito Calixto (1853-1927)
monolinguismo idealizado. Anchieta e Nóbrega, retrato de catequese indígena.
Indígenas amazonenses na Era Vargas (1937)
Repertório sociocultural: “Política indigenista do Estado Novo (1937-1945)”

“Flerte” com o nazi-fascismo europeu. Pretendia enquadrar o indígena na cultura


europeia, agora sob a ótica do projeto de construção do Estado-nação: índio trabalhador
nacional.
Varguismo

Cabia ao professor da escola a responsabilidade da alfabetização e do ensino do


português dos índios, bem como, o ensino cívico, que incluía o culto à bandeira e os
exercícios ginásticos militares.
Postos indígenas (SIP- Serviço de proteção ao índio)

Indígenas amazonenses Postos Indígenas na Era


na Era Vargas (1937) Vargas (1937-1945)
Estrutura de texto dissertativo-argumentativo

Desenvolvimentos

1º período: tópico frasal

2º período: explicação do tópico frasal

3º período: repertório sociocultural

4º período: comentário do repertório associado ao tema e à


discussão

5º período: conclusão do parágrafo


Repertórios nos parágrafos de desenvolvimentos

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos


utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a
convencer o leitor:

 dados estatísticos e exemplos;


 pesquisas;
 fatos comprováveis e alusões históricas;
 citações ou depoimentos de pessoas especializadas no
assunto;
 comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares
distintos.
Estrutura de texto dissertativo-argumentativo

Conclusão
1º período: conectivo conclusivo+ retomada do tema

2º período: solução do D1 com agente, ação, meio,


detalhamento e finalidade

3º período: solução do D2

4º período: frase de efeito para retomar o repertório


da introdução.
Os elementos da intervenção

1. Agente
Quem executa?

2. Ação
O que deve ser feito?

Atenção! Ações na negativa devem ser evitadas porque são inválidas.


O governo não deve...

3. Meio/modo
Como deve ser feito?
...por meio de...

4. Finalidade
Para que ser feita a ação?
5. DETALHAMENTO

Explicação do agente por meio de aposto:


Ministério da Educação – órgão responsável pelas políticas e pelas
diretrizes educacionais brasileiras – deve...

Justificativa do meio/modo:
A mídia deve desconstruir estereótipos com personagens nordestinos,
por meio de novelas, uma vez que estas alcançam diversos públicos e
têm grande poder de influenciar os
cidadãos...

Apresentação de exemplo:
“A mídia deve criar campanhas por meio de plataformas digitais como
Facebook, Instagram, YouTube e WhatsApp...”
Repertório sociocultural: preconceito linguístico

Na atualidade o problema do preconceito linguístico persiste na sociedade brasileira. É possível


observar essa atitude intolerante desde o período da colonização portuguesa, pois a língua dos
nativos que aqui viviam foi ignorada e excluída. Assim como no passado, o português foi imposto
e obrigatório em todo território, hoje o cenário ainda é o mesmo, visto que ações imperialistas
com relação à língua podem ser vistas na sociedade e provocam a exclusão daqueles que não
respeitam o que é considerado como norma.
Introdução

Convém destacar que as instituições de ensino brasileiras ajudam a reforçar a noção de "certo e
errado" com relação à língua portuguesa. Enxergar a língua pelo viés exclusivo - e não inclusivo -
ajuda a reforçar atos intolerantes desde a infância. Russell, em seu livro Educação e ordem social,
defende uma educação que valorize a diversidade cultural do país. Entretanto o Governo
posiciona-se de forma omissa com relação ao assunto, visto que sua passividade ajuda a reforçar
atos de discriminação. É papel do Estado, portanto, capacitar os professores para que a escola seja
um local de acolhimento.
Desenvolvimento
Repertório sociocultural: preconceito linguístico

Deve-se ressaltar também que a intolerância na infância provoca atitudes de exclusão social nos adultos. De
fato, a educação no Brasil não é igualitária para todos, pelo contrário, é instrumento de manutenção da
desigualdade social. Assim, ela acaba por reafirmar, na vida adulta, atitudes discriminatórias entre os mais
velhos, tendo como elemento de reforço a Mídia, que serve como instrumento de dominação e ainda
enfatiza as diferenças regionais pela linguagem. Isso pode ser observado em novelas como “Chocolate com
pimenta" da Rede Globo, em que os personagens do interior são emburrecidos e ridicularizados, como é o
caso de Timóteo.
Desenvolvimento

Logo, são necessárias medidas para resolver o problema discutido. O Ministério da Educação deve financiar
campanhas nas mídias - principalmente na TV - que ressaltem a diversidade e repudiem atitudes de
preconceito, através da fala de pessoas de diferentes regiões do país e ainda com relatos discriminatórios
que as mesmas sofreram para que os brasileiros se conscientizem mais sobre o assunto. Busca-se com essa
ação que a discriminação seja minimizada na sociedade brasileira. O MEC deve também promover cursos aos
professores de português que se utilizem de debates e discussões para desconstruir o ensino atual e
enfatizar a necessidade de tornar o português uma língua inclusiva.
Conclusão
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
A Linguagem do Modernismo
• A Linguagem do Modernismo é despretensiosa e despreocupada com os
padrões formais.
• Isso porque muitos escritores pertencentes ao início do movimento,
romperam com a sintaxe, a metrificação e as rimas.
• Sendo assim, eles se aproximaram da linguagem coloquial, subjetiva,
original, crítica, sarcástica e irônica.
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
TERCEIRA GERAÇÃO DO MODERNISMO:
POESIA:
• Uso de palavras do cotidiano.
“— O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há
muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar
Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas
Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias.”
Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto
*João Cabral de Melo Neto foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua
obra poética vai de uma tendência surrealista até a poesia popular.
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
TERCEIRA GERAÇÃO DO MODERNISMO:
PROSA:
• Metalinguagem; linguagem experimental; estrutura textual não
convencional.
• O texto de Guimarães Rosa é muito influenciado pela linguagem popular,
ele chegava a inventar palavras. A linguagem, para o autor, deveria estar
muito relacionada à temática, para permitir que uma deixasse a outra
melhor.
• A experimentação marcou sua escrita. Guimarães Rosa busca a recriação
da linguagem, colocando o falar popular e a vida no sertão nos seus
escritos.
“Meu lema é: a linguagem e a vida são uma coisa só. Quem não fizer
do idioma o espelho de sua personalidade não vive; e como a vida é
uma corrente contínua, a linguagem também deve evoluir
constantemente.”
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS

SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA
Desde a década de 1970 inúmeros grupos de pesquisa surgiram no Brasil
na área da Sociolinguística, buscando investigar a linguagem relacionando-a
a fatores sociais que distinguem diferentes comunidades de fala para a
desconstrução da ideia de “homogeneidade” linguística. Para
sociolinguística variacionista (LABOV, 2008[1972]), a variação e a mudança
são inerentes às línguas, como um fenômeno cultural motivado por fatores
linguísticos e extralinguísticos.
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS

SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA
Desde a década de 1970 inúmeros grupos de pesquisa surgiram no Brasil
na área da Sociolinguística, buscando investigar a linguagem relacionando-a
a fatores sociais que distinguem diferentes comunidades de fala para a
desconstrução da ideia de “homogeneidade” linguística. Para
sociolinguística variacionista (LABOV, 2008[1972]), a variação e a mudança
são inerentes às línguas, como um fenômeno cultural motivado por fatores
linguísticos e extralinguísticos.
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA
As normas linguísticas dos grupos sociais dos quais os indivíduos
participam apresentam características identitárias por se agregarem a
certos valores socioculturais, mas também se mesclam e se influenciam
mutuamente, ou seja, são mescladas ou "hibridizadas" (FARACO, 2002, p.
39). Assim, a língua é intrinsecamente heterogénea e dinâmica, como
uma atividade social, sendo constituída de variedades. E é como uma
variedade que é definida a 'norma culta":
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA

não existe um comportamento linguístico homogêneo por parte dos


'falantes cultos', sobretudo (mas não somente) no tocante à língua falada,
que apresenta variação de toda ordem segundo a faixa etária, a origem
geográfica, a ocupação profissional etc. dos informantes (BAGNO, 2002,
p.179).
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Em “Preconceito Linguístico”, Marco Bagno


desconstrói oito mitos arraigados à cultura brasileira
sobre a língua do Brasil e defende com vigor a língua
viva e verdadeiramente falada no Brasil. Para superar
os preconceitos linguísticos, o autor começa a
analisar minuciosamente 8 de alguns mitos
consagrados:
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Mito nº 1: “O Português do Brasil apresenta uma unidade
surpreendente”

Mito nº2: “Brasileiro não sabe português/Só em Portugal se fala bem


português”
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Ex. do Mito 2
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Mito nº3: “Português é muito difícil”

Mito nº4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”


REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Ex. do Mito 4
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Mito nº5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”

Mito nº6: “O certo é falar assim porque se escreve assim”


REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Exs. do Mito 6
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Mito nº7: “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”

Mito nº8: “O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão


social”
REPERTÓRIOS SOCIOCULTURAIS
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Exs. do Mito 8

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