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GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE

POLO:
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA COMPONENTES CURRICULARES: HISTÓRIA, REDAÇÃO,
DEPARTAMENTO DE APOIO AO SISTEMA EDUCACIONAL LITERATURA E PORTUGUÊS
PROGRAMA PRÉ-UNIVERSITÁRIO / SEDUC
PROF.(A): DANIELLE, JAIRTON, ROBERTO, DICKSON

AULÃO DE ATUALIDADES (15/04/2023)


TEMA: A questão do preconceito linguístico e seus efeitos no Brasil

PROPOSTA DA REDAÇÃO Texto 3


TEXTO 1
O preconceito linguístico é um problema muito frequente na
Em alta voz nossa sociedade e pode estar presente também dentro das
21 de junho de 2020 Ingridie Maia Santos escolas. Trata-se de uma rejeição de linguagens que fogem
Lidar com o preconceito linguístico além do preconceito social da norma-padrão, o que pode resultar na ridicularização das
é a realidade de muitos nordestinos residentes na região formas de falar de algumas pessoas. Como resultado, os
Sudeste do Brasil estudantes podem ter dificuldades de comunicação, o que
leva à exclusão. Além disso, são práticas que incentivam os
Pessoas se conectam pela comunicação. Todos estamos estereótipos, que são causadores de conflitos.
conectados por algum meio comunicativo, de modo que as Nesse sentido, é importante considerar que as maneiras de se
mensagens podem ser passadas pelo uso das mãos, como expressar estão relacionadas a uma construção cultural e
gestos, por vezes pelos olhares, pode ocorrer por meio de social. Sobretudo, é fundamental que a escola seja um espaço
pinturas ou músicas, pela escrita, e também vale considerar de acolhimento da diversidade e de respeito, o que não
as vezes uma comunicação ocorre até mesmo sem trocar combina com nenhum reforço aos preconceitos.
palavra alguma. Ainda assim, quando se fala em
comunicação, um dos meios que se pode associar com Promover atividades para enfrentamento dos preconceitos
grande certeza é a própria fala. Usar a voz para se expressar, Algumas atividades específicas podem ser feitas para lidar
expor ideias, posicionamentos e opiniões é, inclusive, dito com o preconceito na escola. O reconto, por exemplo, convida
como direito em nossa sociedade, direito este que diante de os estudantes a adaptarem alguma narrativa para a
palavras mal colocadas, da falta de instrução e da falta de comunicação oral e, com isso, perceberem as adaptações que
respeito enraizada no preconceito, pode ser tirado, abafado, precisam ser feitas.
oprimido. Lidar com o preconceito linguístico além do Da mesma forma, é possível pedir aos alunos que percebam
preconceito social é a realidade de muitos nordestinos no próprio vocabulário as expressões que fazem parte de uma
residentes na região Sudeste do Brasil. linguagem informal e, com isso, estimulá-los a buscar as suas
origens.
Gestos e olhares sempre falam muito sobre o que alguém tem
a dizer sem que o indivíduo pronuncie uma única palavra. Conhecer, por exemplo, as gírias de cada época e como elas
Ainda assim as palavras ditas com a intenção de calar o surgiram é muito interessante para compreender mais sobre a
próximo continuam exercendo grande poder no meio social. É oralidade.
chamado de preconceito linguístico o ato de julgar de forma Além das questões linguísticas, é fundamental que a
negativa ou depreciativa a forma de falar de algum indivíduo, instituição conte com recursos de combate aos preconceitos
ato este realizado por pessoas que dominam um mesmo de maneira geral. Isso é necessário para a boa convivência, o
idioma. O Brasil, rico em cultura, em diversidade e misturas, desenvolvimento saudável e a formação da cidadania.
tendo o Sudeste como uma de suas regiões mais Também é uma maneira de enfrentar o bullying e evitar o
desenvolvidas, tem também nele concentradas marcas do constrangimento dos alunos.
preconceito que, quando não a diminui, tira a voz de muitos Como evitar o preconceito linguístico na escola? Entenda aqui
migrantes. | Escola da Inteligência (escoladainteligencia.com.br)
Em alta voz – Revista Babel (usp.br)
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Texto 2
A partir da leitura dos textos motivadores e com base
nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em
norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A
questão do preconceito linguístico e seus efeitos no
Brasil, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.

Fonte: edicaodobrasil.com.br

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Repertórios: Mito nº2: “Brasileiro não sabe português/Só em Portugal se
fala bem português”
Impulsionado pela Semana de Arte Mito nº3: “Português é muito difícil”
Moderna, que aconteceu em 1922, o Mito nº4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”
Modernismo brasileiro tinha como
Mito nº5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o
característica rejeitar a cultura que era Maranhão”
trazida da Europa. Uma das mudanças Mito nº6: “O certo é falar assim porque se escreve assim”
feita na arte foi a escrita, que rompeu com Mito nº7: “É preciso saber gramática para falar e escrever
o padrão da linguagem culta bem”
aproximando- se da Mito nº8: “O domínio da norma-padrão é um instrumento de
linguagem coloquial. ascensão social”

Segundo Bagno, na obra “Preconceito Linguístico: o que é,


como se faz (1999)”, o preconceito linguístico deriva da
construção de um padrão imposto por uma elite econômica e
intelectual que considera como “erro” e, consequentemente,
reprovável tudo que se diferencie desse modelo. Além disso,
está intimamente ligado a outros preconceitos também muito
presentes na sociedade, como: preconceito socioeconômico,
regional, cultural e outros.

"Grande Sertão: Veredas é o livro mais Preconceito linguístico: o que é, exemplos e Marcos Bagno
famoso de Guimarães Rosa e conta a (uol.com.br)
história de amor entre Riobaldo e
Possíveis argumentos (causas):
Diadorim (ou Reinaldo). O ex-jagunço
Riobaldo relata, para um interlocutor não Elitização da língua, que criou a dicotomia do que é certo ou
nomeado na obra, fatos de sua errado.
juventude em meio a um bando de jagunços. Ele revela
também seu conflito por estar apaixonado por um homem. Dificuldade em aceitar as diferenças, especificamente, da
língua.
Pertencente à terceira fase do modernismo brasileiro (ou
pós-modernismo), a obra possui caráter experimental. Sem A mídia reforça e ironiza os falantes com estereótipos (Ex.:
capítulos, ela se configura em um longo monólogo do representação do nordestino na mídia).
protagonista narrador. Para reproduzir a fala do homem do
sertão, o autor desconstrói, poeticamente, a língua Ensino prioritário da gramática normativa sem considerar as
portuguesa." variações linguísticas.

Discriminação devido a contextos regionais.


O poema dramático "Morte e Vida
Severina" é a obra-prima do poeta
Discriminação devido a contextos socioeconômicos.
pernambucano João Cabral de Melo
Neto (1920-1999). Escrito entre 1954 e
Gramática normativa como ferramenta de segregação.
1955, trata-se de um auto de Natal de
temática regionalista. O poeta, que
nasceu no Recife, transformou em
Possíveis argumentos (consequências):
poesia visceral a condição do retirante
nordestino, sua morte social e miséria.
Exclusão social;
Morte e Vida Severina retrata a trajetória
de Severino, que deixa o sertão
(Ex.: Ser excluído socialmente porque fala um dialeto diferente
nordestino em direção ao litoral em busca de melhores
ou com sotaque diferente)
condições de vida. Severino encontra no caminho outros
nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas
Alguns grupos são marginalizados na sociedade;
ao sertão.
Para reproduzir o universo nordestino, Cabral faz uso de
Perpetuação do preconceito contra um povo ou uma classe;
coloquialismos e de versos mais curtos, que se aproximam da
cultura popular, sempre com sua linguagem concisa e
Prejuízos à autoestima, já que a pessoa começa a acreditar
objetiva.
que ela é errada;
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Dificuldade de conseguir um emprego, especialmente se
requerer comunicação formal.
Em “Preconceito Linguístico”,
Marco Bagno desconstrói oito mitos Como promover o fim do preconceito linguístico?
arraigados à cultura brasileira
sobre a língua do Brasil e defende Reconstrução social de alguns conceitos.
com vigor a língua viva e Em sala de aula, existe uma alternativa para o ensino da
verdadeiramente falada no Brasil.
norma culta, que é a adequação linguística.
Para superar os preconceitos
linguísticos, o autor começa a
analisar minuciosamente 8 de Formação continuada para os professores de Língua
alguns mitos consagrados: Portuguesa.
Mito nº 1: “O Português do Brasil
apresenta uma unidade surpreendente” A mídia deve desconstruir estereótipos.
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REPERTÓRIO SÓCIO-CULTURAL dos aspectos de maior exclusão presente na colonização
linguística, pois frente à construção desses dizeres não há
O desencanto da linguagem nativa: “a colonização um “direito linguístico de resposta”: os índios não podem
linguística” nem contestar a interpretação portuguesa, uma vez que não
sabem o que está sendo dito sobre eles, nem têm como
deixar na memória sua interpretação sobre esse
desconhecido português, já que sua língua não tem escrita.
2) Faz parte da colonização linguística um estudo das
línguas desconhecidas como forma de dar sustentação às
ideias linguísticas vigentes. No caso português, a
colonização linguística no século XVI sustenta
ideologicamente o próprio ato da expansão marítima e
religiosa. Esses enunciados, retomados parafrasticamente
ao longo do processo colonizador pela legislação colonial,
reaparecem no século XVIII no Diretório dos
Índios promulgado por Pombal como forma de reafirmação
dos sentidos já estabelecidos e também como forma de
Tela de Benedito Calixto (1853-1927), Anchieta e Nóbrega na oficializar em definitivo a língua como uma das instituições
cabana de Pindobuçu, retrato de um momento da catequização nacionais portuguesas na colônia: “Sempre foi máxima
dos índios. inalteravelmente praticada em todas as nações
(...) introduzir logo nos povos conquistados seu próprio
No Brasil, existe uma dualidade que se apresenta na forma
idioma...”
de um par fundacional, revelando o estigma de uma
3) Tão importante quanto a imposição da língua de
gestativa nação ao demarcar os limites de seu território.
colonização é o aprendizado das línguas desconhecidas.
Portanto, eis a figura: colonizador entre colonizados. Neste
Na colonização brasileira, esse aprendizado ou se realizou
cenário a língua corre mais rápido que a mão, a voz ecoa
oralmente ou em função da gramatização, como
mais longe que a escrita, assim estaria travado um embate
decorrência das formas como ia se dando o contato:
mais terrível e acirrado que a conquista territorial, e mais
inicialmente, os indígenas, e depois os colonos e os
instável que a supremacia de aliança dos povos nativos de
bandeirantes, por exemplo, aprendiam oralmente; já com os
Pindorama: a disputa pela linguagem é uma potente
religiosos, tanto ocorre uma oralização quanto ocorre um
realidade de conquista. E esta disputa, perpassa caminhos
ensino-aprendizado a partir das gramáticas e vocabulários
tão profundos quanto as jazidas de ouro do sertão, que se
que vão sendo escritos.
escavaram à exaustão nos meados do séc. XVII. Possui
Para os colonos, o aprendizado da(s) língua(s)
ramos traumáticos mais entranhados que as diversas
desconhecida(s) faz parte de um processo de conhecimento
atividades de guerra realizadas em nome da manutenção e
e de dominação da terra, como foi, por exemplo, a situação
unidade das terras brasílicas; em suma, a conquista e
dos bandeirantes.
fabricação de uma unilateralidade linguística talvez seja
4) Nesse processo de aprendizado, há um estabelecimento
uma das provas mais violentas e decisivas do projeto de
de denominações para a flora, fauna e geografia da terra
colonização europeu diante de um “Brazil” a se colonizar.
desconhecida, ou seja, organiza-se uma taxionomia
A colonização linguística é, portanto, da ordem de um
semântica a partir da representação linguística feita para os
acontecimento, produz modificações em sistemas
termos indígenas, misturados a termos provenientes do
linguísticos que vinham se constituindo em separado e,
colonizador. As denominações, pensadas aqui em termos
ainda, provoca reorganizações no funcionamento linguístico
da construção discursiva dos referentes, vão tornando
das línguas bem como rupturas em processos semânticos
transparente a opacidade constitutiva do que é
estabilizados. Colonização linguística resulta de um
desconhecido, ou seja, engendram sítios de significância
processo histórico de encontro entre pelo menos dois
codificados em termos do domínio de pensamento do
imaginários linguísticos constitutivos de povos culturamente
colonizador. Nessa ótica, são elas que ficam nas gramáticas
distintos − línguas com memórias, histórias e políticas de
portuguesas como vestígio possível da presença do que
sentidos desiguais −, em condições de produção tais que
havia sido excluído. Assim, sob o rótulo “provincialismos”
uma dessas línguas − chamada de língua
ou “termos da língua geral do Brasil”, a língua colonizada
colonizadora − visa impor-se sobre a(s) outra(s),
tem seu lugar demarcado como uma diferença tolerável e já
colonizada(s).
absorvida.
Os efeitos decorrentes desse processo de colonização
5) Paralelamente, apesar da forte presença sobretudo da
linguística, porém, não são sempre os mesmos nem não
língua geral, organiza-se a imposição da língua de
são previsíveis; basta que se observem comparativamente
colonização de forma a atingir, visando à difusão do
as trajetórias das diferentes línguas indígenas, das línguas
português
africanas e de línguas colonizadoras como o português, o
como língua e cultura da metrópole, um monolinguismo
inglês, o francês e o espanhol nas Américas.
idealizado. Cidades, portos e fortes são locais de
Em termos sintéticos, a colonização linguística do Brasil
administração e legitimação dessa ambiência linguístico-
pode ser apresentada conforme os pontos enumerados
cultural predominantemente portuguesa. Nos portos e nos
abaixo:
fortes, é na modalidade escrita da língua portuguesa que se
1) Os colonizadores e administradores falam e escrevem
faz o registro de entrada e saída de mercadorias, por mais
sobre as línguas desde os primeiros momentos do contato.
que haja a pressão de diferentes línguas em
Esse conjunto de dizeres sobre as outras línguas vai
circulação. Nas cidades, o latim e o português são
instituindo um lugar para elas. Talvez aqui se encontre um
ensinados em sua forma escrita e ocupam outros espaços
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institucionalizados da metrópole: escolas, tribunais e de Proteção ao Índio (SPI), que deu continuidade à política
igrejas. Ensina-se o português fixado pela gramática, que assimilacionista e integracionista do indígena à sociedade
assegurou a Portugal sua unidade e identidade como nacional. Assim, conforme alguns estudiosos, em meio às
nação, de forma a garantir na colônia a reprodução desse acusações de corrupção, o órgão foi extinto, em 1966, e
imaginário. Embora nos termos dessa descrição gramatical substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
voltada para o ensino e a escrita, haja a fixação da imagem A política integracionista era algo irreversível e admitido por
do português como língua una e homogênea, garantindo todos os setores como uma condição para se atingir um
uma estabilidade linguística necessária ao seu ensino longe projeto político de construção de Estado-nação. Para
da metrópole, sua historização na colônia não fica imune ao completar tal promessa, restava apenas incorporar os
contato com as demais histórias e culturas. autóctones à sociedade nacional, algo que o Apostolado
6) Finalmente, a colonização linguística supõe o Positivista já propagava antes mesmo da Constituição de
estabelecimento de políticas linguísticas explícitas como 1891. Com a mudança dos processos políticos no Brasil e
caminho para manter e impor a comunicação com base na no mundo ocidental, o fascismo se propagou
língua de colonização. Delimitando os espaços e as nacionalmente, e a Constituição de 1934 logo foi revogada
funções de cada língua, a política linguística dá visibilidade e substituída pelo documento autoritário de 1937. Este, de
à já pressuposta hierarquização linguística e, como natureza política repressiva, chegou a flertar com o nazi-
decorrência dessa organização hierárquica entre as línguas fascismo, razão pela qual nem tocava no assunto dos
e os sujeitos que as empregam, seleciona quem tem direito direitos dos índios.
à voz e quem deve ser silenciado. A formulação e A nova legislação que passou a nortear a relação entre os
execução de uma dada política linguística, no entanto, não indígenas e o Estado fundamentou a política getulista,
impede totalmente a circulação e o amalgamento das determinando que uma das finalidades do SPI seria
línguas e dos sentidos. convencer os índios de que faziam parte da nação
Apesar da força engendrada pela colonização linguística, brasileira. Por este viés, os nativos passam também a ser
não há ritual sem falhas, e a comunicação supõe, também, incorporados ao projeto político do Estado Novo. Neste
a não comunicação, como nos lembra Michel Pêcheux. Estado, conforme Araújo (2000), o governo autoritário
(Pêcheux,1988). Assim sendo, à revelia da colonização promoveu a valorização do trabalho como instrumento de
linguística oficialmente imposta, pequenos lugares de nacionalidade. Segundo Gomes (2005), na ideologia de
esgarçamento nessa ideologia de dominação pela língua da Getúlio, só era considerado cidadão brasileiro quem
metrópole vão sendo constituídos, permitindo, dessa forma, desenvolvia uma atividade produtiva, quem compreendia o
o surgimento de outros sítios de significação. trabalho como um dever. O SPI teria esta tarefa de tornar os
indígenas cidadãos brasileiros produtivos à nação, pois, na
A política indigenista do Estado Novo Varguista (1937- sociedade idealizada pelo Estado Novo, não havia espaço
1945) para mendigos, criminosos, subversivos, malandros e índios
nômades. Para atingir este objetivo, promoveu-se uma
intensa campanha educativa com o intuito de atingir vários
segmentos da sociedade e os índios, como se observará
subsequentemente, não ficaram de fora desta política
disciplinadora. E nesta tarefa, os postos indígenas
desempenharam papel central, sendo responsáveis na
incorporação dos índios à nova identidade nacional.
Nos Postos indígenas, cabia ao professor da escola a
responsabilidade da alfabetização e do ensino do português
dos índios, bem como, o ensino cívico, que incluía o culto à
bandeira e os exercícios ginásticos militares. A importância
atribuída aos exercícios ginásticos representaria, de acordo
com Araújo (2000), um aprimoramento estético do
brasileiro. Segundo Lenharo (1996), esta ênfase deve ser
compreendida no âmbito do projeto de reordenamento da
sociedade, em que o corpo foi encarado como instrumento
de trabalho. Conforme Soares (2004), os corpos são
educados por toda realidade que os circunda e a educação
ocorre não só por palavras, mas por olhares, gestos, coisas,
pelo lugar onde se vive. Deste modo, o controle do corpo
durante a Era Vargas, era, portanto, indissociável da esfera
Indígenas amazonenses na Era Vargas (1937) política.

Depois de quase quatro séculos de colonialismo português,


o Estado brasileiro, temendo o avanço da organização do
movimento indígena, buscou atrelar a política indígena ao
Serviço de Proteção ao Índio e Localização de
Trabalhadores Nacionais (SPILTN), criado pelo Decreto
8.072, de 20 junho de 1910, pretendendo novamente
enquadrar o indígena na cultura europeia, agora sob a nova
ótica: índio trabalhador nacional. Em razão disso, aquele
órgão foi transformado posteriormente, em 1918, no Serviço
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REFERÊNCIAS:

FANON, Frantz – Pele negra, máscaras brancas. Trad.:


Renato da Silveira – Salvador : EDUFBA, 2008.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio A. – A Recepção de Fanon no


Brasil e a Identidade Negra. In: Novos Estudos, Ed. 81 –
vol.27 – n.2: Fundação Carlos Chagas. jul. 2008.
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI). Portal do
cidadão - povos indígenas. Disponível em:
<http://www.funai.gov.br>. Acesso em: 23 abr. 2023.
» http://www.funai.gov.br
LACERDA, Rosane Freire. Os povos indígenas e a
Constituinte: 1987-1988 Brasília: CIMI, 2008.
PÊCHEUX, Michel. Análise do discurso. São Paulo: Pontes,
2011.
RODRIGUES, Cíntia Régia. O positivismo, o estado nacional e
as populações fetichistas no Brasil. In: SIMPÓSIO NACIONAL
DA ANPUH, 26., 2011, São Paulo. Anais eletrônicos... São
Paulo: ANPUH-SP, 2011.

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FOLHA DE REDAÇÃO
TEMA: ____________________________________________________________________________________
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14. _________________________________________________________________________________________________
15. _________________________________________________________________________________________________
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18. _________________________________________________________________________________________________
19. _________________________________________________________________________________________________
20. _________________________________________________________________________________________________
21. _________________________________________________________________________________________________
22. _________________________________________________________________________________________________
23. _________________________________________________________________________________________________
24. _________________________________________________________________________________________________
25. _________________________________________________________________________________________________
26. _________________________________________________________________________________________________
27. _________________________________________________________________________________________________
28. _________________________________________________________________________________________________
29. _________________________________________________________________________________________________
30. _________________________________________________________________________________________________

Município:
Polo Pré-universitário:
Aluno:

Professor(a) responsável:

RESERVADO AO PROFESSOR
NÍVEL POR COMPETÊNCIA E SITUAÇÃO
Competência 0 40 80 120 160 200 ( ) Texto em branco
Comp. I ( ) Fuga ao tema
Comp. II ( ) Número insuficiente de linhas
Comp. III ( ) Cópia do texto motivador
Comp. IV ( ) Formas propositais de anulação
Comp. V ( ) Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa
NOTA FINAL

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