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Arte no

Contexto Escolar
Professora Esp. Daislene Rodrighero de Carvalho
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira

Diretor de Ensino e Pós-graduação


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Diretor Administrativo
Eduardo Santini

Coordenador NEAD - Núcleo


de Educação a Distância
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CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância;
CARVALHO, Daislene Rodrighero de. www.fatecie.edu.br
Arte no Contexto Escolar.
Daislene. Rodrighero de Carvalho.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 86 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira dos Santos. do site ShutterStock
AUTORA

Professora Esp. Daislene Rodrighero de Carvalho

● Licenciatura Plena em Pedagogia (UNIESP-BIRIGUI/ SP.).


● Especialista em PSICOPEDAGOGIA Institucional (UNICESUMAR).
● Especialista em EaD e as Novas Tecnologias (UNICESUMAR).
● Especializanda em Gestão Educacional (UNICESUMAR)
● Tutor Educacional (UniFCV).
● Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/7121786122659913

Ampla experiência como educação à distância, voltada para a área das licenciatu-
ras. Atualmente trabalho na UniFCV, como tutora educacional e também conteudista.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja muito bem-vindo(a)!

Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o


início de uma grande caminhada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto
com você construir nosso conhecimento sobre a arte no contexto escolar. Além de conhe-
cer sua história nos aprofundaremos em seu vasto conhecimento e assim o desenvolvendo
juntamente com o mesmo.
Na unidade I começaremos a nossa jornada estudando a arte e sua história ao
longo dos anos, trazendo assim a abordagem da arte no período paleolítico superior, no
Egito, na Grécia Antiga, em Roma, gótica, no renascimento, cada uma abordando sua
trajetória de como foi desenvolvida.
Já na unidade II vamos ampliar o conhecimento e abordaremos o pressupostos
históricos sobre a arte e seu ensino no Brasil e no Mundo, abordando o que é a arte e o
porquê de ensiná-la, como bem aprofundaremos nas leis do PCN e as novas leis da BNCC.
Depois, nas unidade III e IV vamos tratar especificamente de como trabalhar em
sala de aula com a expressão dramática e musical nos diferentes níveis e modalidades de
ensino, assim como o ensino de arte na construção do conhecimento e a especificidade das
linguagens teatral, musical e estéticas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos que foram des-
tacados e aprofundados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento
pessoal e profissional.

Muito obrigado e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 6
A Arte e sua História ao Longo dos Anos

UNIDADE II.................................................................................................... 36
Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no
Mundo

UNIDADE III................................................................................................... 51
Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades
de Ensino

UNIDADE IV................................................................................................... 66
Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade
das Linguagens Teatral, Musical e Estética
UNIDADE I
A Arte e sua História ao Longo dos Anos
Professora Especialista Daislene Rodrighero de Carvalho

Plano de Estudo:
- A arte no Período Paleolítico Superior
- A arte no Egito
- A arte na Grécia Antiga
- A arte Romana
- A arte Bizantina
- A arte Gótica
- A arte no Renascimento
- A arte Barroca

Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a conexão entre aluno e arte;
● Estabelecer a conectividade entre a arte e o aluno.
● Compreender a importância do estudo da arte para a formação do professor como
um agente transformador, valorizando os aspectos sociais, morais, políticos e
econômicos do educando como um todo.

6
INTRODUÇÃO

Seja muito bem-vindo(a)!


Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é
o início de uma grande jornada que vamos trilhar a partir de agora. Proponho, junto com
você, construir nosso conhecimento sobre a arte no contexto escolar, ou seja, a arte e sua
história na educação. Além de conhecer seus principais conceitos e definições.
Conhecer a história da arte pode ser empolgante, pois permite que você visualize a
evolução da própria história da humanidade. Na unidade I, vamos abordar de forma ampla
a arte e sua história ao longo dos anos, através de seu conhecimento, vamos viajar no con-
texto da arte, compreendendo como ela foi construída em diversos períodos. Esta noção é
necessária para que possamos trabalhar a segunda unidade do livro, que discutirá sobre o
pressuposto histórico sobre a arte e seu ensino no Brasil e no Mundo.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 7


1 A ARTE NO PERÍODO PALEOLÍTICO SUPERIOR

Para darmos início em nosso conteúdo, no primeiro tópico vamos abordar a Arte
no Período do Paleolítico, ao qual se define como o início da arte (História da Arte) e suas
primeiras produções artísticas. A arte desse período vai da Pré-História à Idade da Pedra
Lascada, que tem como surgimento milhões de anos atrás e vem a se estender até 8.000
a.C.
Porto (2014) destaca que é no período paleolítico superior onde se tem conheci-
mento das primeiras manifestações artísticas da humanidade, com as pinturas rupestres
registradas nas paredes de cavernas, como em Lascaux, na França e em Altamira, na
Espanha.
Assim podemos dizer que o período Paleolítico é composto por três períodos, sen-
do eles: Idade da Pedra, que segue para o Mesolítico e se estende ao Neolítico (Idade da
Pedra Polida) e, por final, a Idade do gelo, mais precisamente no Pleistoceno.
Abordaremos neste contexto como a arte era representada, uma vez que ela é
considerada a arte mais antiga da humanidade, onde seu povo era descrito como nômades,
caçadores e coletores. Os registros eram compostos por gravuras nas paredes de caver-
nas, por objetos decorados e esculturas, onde naquela época eles esculpiam em formas
femininas volumosas (ao qual se descrevia e representava a maneira da fertilidade).Tais
esculturas eram esculpidas por meio de rochas, ossos e madeiras, porém outros tipos de
arte foram encontrados, como de forma abstrata, que é representada por meio de riscos e
linhas emaranhadas.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 8


É válido ressaltar que a arte paleolítica é apresentada de uma forma simplista e
natural, como é possível observar na figura 1.

Figura 1: Desenho de Cavalo na Caverna.

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/drawing-ancient-horse-cave-rock-art-636144962

De acordo com Aguiar (2019), uma curiosidade que se destaca nos trabalhos
realizados em pinturas e também em esculturas é a ausência da figura masculina. Uma
possibilidade destaca a representação feminina ocorre em decorrência da crença de que
as pequenas estatuetas femininas consistiam em amuletos relacionados com a ideia da
fertilidade, fator este considerado imprescindível à sobrevivência do grupo. Neste contexto,
apresenta-se a vênus de Willendorf:

Figura 2: Vênus de Willendorf. Altura: 11 em. Encontrada na Áustria. Museu de História Natural, Viena.

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/venus-willendorf-statuette-exact-copy-origi-
nal-791551129

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 9


Segundo pesquisadores, os registros da arte do Período Paleolítico não podem ser
comparados com desenhos de crianças, pois a arte dos Paleólogos é denominada artes
leves e de registros simplista.
A arte do período Paleolítico é destacadas em algumas localidades do território
brasileiro, no qual alguns sítios de arte rupestre estão sendo localizadas nas regiões do:

● Parque Nacional da Serra da Capivara em São Raimundo Nonato (Piauí)


● Parque Nacional Sete Cidades (Piauí)
● Cariris Velhos (Paraíba)
● Lagoa Santa (Minas Gerais)
● Rondonópolis (Mato Grosso)
● Peruaçu (Minas Gerais)

Em Piauí, na Serra da Capivara, é onde há a maior concentração desses registros


em grutas. Os desenhos, segundo Behrens (2000), retratam rituais, cenas de lutas, de sexo,
figuras de animais ou mesmo representações geométricas. No entanto, a autora destaca
que diferentemente do que acontece em outros países, a arte rupestre brasileira não é
preservada devidamente, “apesar de se tratar de um patrimônio histórico, (ou pré-histórico),
o descuido, as queimadas e a depredação de turistas e vândalos têm ameaçado essas
obras de arte de valor inestimáveis” (BEHRENS, 2000, p. 66).

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 10


2 A ARTE NO EGITO

A civilização egípcia traz uma cultura bem complexa e desenvolvida em sua orga-
nização social, a qual é rica em manifestações culturais. Segundo Proença (2003), um dos
aspectos de maior significância na cultura egípcia é a religião. Porto (2014, p. 6) corrobora
este apontamento ao indicar que para esta civilização “a arte surgiu a serviço da religião e
das crenças religiosas”. Tamanha a influência da religião que alguns estudiosos afirmam
que no Egito Antigo produziu-se uma arte totalmente dedicada à figura da morte.
Pode parecer assustador, não é mesmo? Mas não é! Na realidade, isto se deve por
conta de um aspecto cultural, que será melhor compreendido. Inicialmente, é necessário
compreender que a religião era o ponto de embasamento de toda a vida egípcia. Duarte
Júnior (1998) destaca que, além da crença em vários deuses, os egípcios antigos achavam
que tais deuses podiam intervir na história humana. Também acreditavam em uma vida após
a morte e que esta vida era até mais importante do que a vivida na terra. Invariavelmente, a
arte criada por esse povo refletia toda essa crença e no desejo de uma vida após a morte.
Diante destes fatos, a arte egípcia concretizou-se inicialmente nos túmulos. Os tú-
mulos não eram simples abrigos para um corpo sem vida, mas sim deveriam ser réplicas da
casa onde moravam como visto nas tumbas dos faraós (PROENÇA, 2003). Assim, quando
os deuses devolvessem a vida para o corpo morto, ele já estaria em paz, em meio a suas
coisas e particularidades.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 11


As pessoas comuns não tinham todo esse privilégio, nem em vida tão pouco na
morte (PROENÇA, 2003). Elas eram sepultadas em construções comuns, chamadas de
“mastabas”. As mastabas eram edificações para abrigar os corpos e deram origem as
construção das grandes pirâmides construídas posteriormente.

Figura 3: Mastabas Egípcias.

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/view-mastaba-mereruka-saqqara-egypt-1219923421

As pirâmides eram construídas para demarcar o governo dos faraós, no qual eles
demonstravam seus poderes e governanças por meio de suas grandezas estruturais. Para
Buoro (2003), as pirâmides representavam a grandiosidade e a imponência do poder políti-
co e também religioso. Ainda de acordo com o autor, a primeira pirâmide a ser construída e
dar início ao marco representativo dos faraós foi a pirâmide Djoser, que foi construída pelo
faraó Imhotep. Porém um marco ainda maior foi registrado na região do deserto de Guizé,
com as belas e famosas pirâmides, como a construção da pirâmide de Quéops, que tem
cerca de 146 metros de altura.
Buoro (2003) ressalta que este monumento transcreve o domínio que os egípcios
tinham com suas técnicas de construções, deixando claro assim a sua arquitetura. Prova
disso está na construção de imensas paredes sem nenhum tipo de argamassa, o que res-
salta o domínio da técnica de construção.
Outro ponto diferencial da arte do Egito foi o desenvolvimento de uma escrita de
grande complexidade, os hieróglifos. Está escrita era considerada sagrada, no qual os
caracteres eram registrados em papiro e no interior e fachadas dos monumentos, seguin-

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 12


do uma técnica bastante rigorosa (PORTO, 2014). Há de se destacar também a “Lei da
Frontalidade”, conforme apontado por Proença (2003), na qual toda imagem de pessoa ou
divindade que é retratada deveria estar com o tronco sempre de frente. Nesta técnica, a
demonstração dos personagens com o tronco de frente criava uma combinação de visão
frontal, o que demonstrava um arranjo combinado de técnicas.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 13


3 A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA

A arte grega retrata toda a história de democracia de seu povo. Para Proença
(2003), o povo grego não se sujeitava às normas de reis autoritários, assim valorizavam
muito as ações e produções humanas, pois para eles a criatura mais importante do universo
era o homem. Strickland e Boswell (2014, p. 20) destacam: “a filosofia grega se resumia
nas palavras de Protágoras: ‘O homem é a medida de todas as coisas’, o que salienta a
valorização humana.
Desta forma, a arte na Grécia era denominada livre, uma vez que sua produção cul-
tural permitia que os artistas viessem a criar e explorar a razão e o conhecimento. Isso não
representa que o ato religioso (fé) não tinha importância, tal que ela ficava muito presente
em suas obras retratadas, principalmente em templos religiosos e arquitetura.
Para os gregos uma das suas principais manifestações artísticas eram representa-
das pelas esculturas. A partir de grandes blocos de pedra e mármore, as esculturas eram
esculpidas em forma humana. Assim como suas arquiteturas em que tomavam formas
através de traçados com linhas retas e são utilizadas até os tempos de hoje para constru-
ções de monumentos.
Segundo Deckers (1976, p. 70):
A escultura atinge na Grécia um dos mais elevados padrões de harmonia
plástica. Certamente você já aprendeu que uma das características peculia-
res do povo grego é seu grande apreço pelos valores espirituais unido à justa
valorização da beleza e vigor físicos. Tais valores cultivados na vida cotidiana
são o cerne da educação grega e marcam profundamente a sua arte, so-

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 14


bretudo na escultura. Na medida em que as técnicas vão-se aperfeiçoando,
criam um tipo ideal de beleza humana, um homem de proporções perfei-
tas. Este culto da beleza ideal ao invés de sacrificar contribui para realçar
o naturalismo de suas estátuas. Werner Jaeger um grande (senão o maior)
conhecedor da cultura grega explica: ‘Os artistas gregos logram representar
o corpo humano, livre e descontraído, fundados, não na imitação de movi-
mentos e atitudes individuais, escolhidas ao acaso, mas sim na intuição das
leis que governam a estrutura, o equilíbrio e o movimento do corpo’. Assim é
que, isoladas ou em grupo, as estátuas gregas primam pela harmonia, ritmo,
movimento, proporção e elegância das formas. (DECKERS, 1976, p. 70).

Os escultores gregos tinham outros propósitos para sua arte. Não tinham a inten-
ção de simplesmente representar o homem real, mas sim o belo. Isto é visto em diversas
esculturas, onde corpus nús, músculos e jovens eram retratadas.

Figura 4: Escultura clássica Discobolus

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/discobolus-classical-sculpture-411615883

Com o tempo, além do belo, esses artistas também quiseram representar a ideia de
movimento, afinal, o ser humano não é estático. Para tal, o mármore e a pedra não se apre-
sentavam como totalmente adequados, devido o peso e rigidez, sendo que começou-se a
utilizar o bronze como matéria-prima das obras, devido sua leveza e resistência.
Outro ponto de destaque foi à arquitetura grega, destinava quase que exclusivamente
à construção de templos religiosos, conforme apontam Calabria e Martins (1997, p. 42):
A arquitetura grega era ligada basicamente aos templos, construídos com pe-
dras sobre uma plataforma de dois ou três degraus com muitas colunas para
garantir a sustentação do teto. O espaço interno era pequeno, destinado às

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 15


margens de deuses e sacerdotes. Os cultos eram realizados na parte exter-
na. (CALABRIA; MARTINS, 1997, p. 42).

Figura 6: Vale dos Templos (Valle dei Templi)

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/valley-temples-valle-dei-templi-temple-1106891756

A arquitetura grega voltou-se em grande atenção à construção de templos mag-


níficos, que se tornaram referências clássicas que são admiradas até nos dias de hoje
(PORTO, 2014). Um ponto de realce na arquitetura grega são as colunas, que adornadas
em diferentes formas são utilizadas até nos dias de hoje, principalmente em igrejas, salões
e museus. Calabria e Martins (1997) destacam três estilos distintos: Dórico, Jônico e Corín-
tio, que são vistas na sequência:

Figura 7: colunas antigas de ordo iônico, dórico e coríntiano

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ancient-columns-ionic-doric-corinthian-ordo-520132585

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 16


As ordens dórica e Jônica buscavam por elementos orgânicos e abstratos para
ornamentar as colunas e detalhes das construções, enquanto que os arquitetos da ordem
coríntia utilizam de ornamentos decorativos com inspiração em folhas de acanto e outras
plantas (MEDEIROS, 2013).

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 17


4 A ARTE ROMANA

A formação cultural romana tem grande influência da arte e cultura grega, por isso,
diversos autores, como Almeida (2010), compreendem esse período histórico como cultura
greco-romana.

Na arquitetura, Proença (2003) destaca que dois elementos, que antes desconhe-
cidos na Grécia, permitiram aos romanos desenvolver espaços internos amplos, livres de
colunas. Esses elementos são o arco e a abóboda das construções. “Talvez a contribuição
mais importante de Roma tenha sido nas áreas de arquitetura e engenharia. Os construto-
res romanos não só desenvolveram o arco, a abóboda e o modo, como foram pioneiros no
uso do concreto” (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 25).

Antes da invenção do arco, havia uma limitação de tamanho entre uma coluna e ou-
tra, pois este tamanho não podia ser muito grande, devido à tensão sobre as vigas. Como a
pedra era um dos principais materiais utilizados nas construções, e ela não suporta grandes
tensões, era preciso o uso de muitas vigas. A utilização do arco possibilitou construir-se
espaços mais amplos, resolvendo o problema da sobrecarga em vigas e colunas.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 18


Figura 9: Construção em arco

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/imposing-walls-roman-triumphal-arch-amphithea-
ter-376265683

A arquitetura romana também trouxe destaque na construção de prédios, monu-


mentos, templos, que utilizando dos arcos e abóbadas possibilitava abrigar um grande
número de pessoas. Como destaque da construção arquiteta romano, tem-se o Coliseu,
em Roma.

Figura 10: Coliseu Romano

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/colosseum-rome-sunrise-italy-europe-542649196

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 19


“O anfiteatro conhecido como Coliseu, concluído em 82 d.C. pelo imperador Do-
miciano, apresenta-se como uma das mais importantes construções romanas: ele podia
abrigar 40 mil pessoas sentadas e mais 5 mil em pé” (PORTO, 2014). Tal relato representa
a grandiosidade desta construção romana e a sua imponência.
Outro ponto de destaque da manifestação da arte romanas são as pinturas, que
segundo Almeida (2012), pode ser definida em quatro estilos:
● No primeiro estilo as pinturas eram feitas em blocos de gesso, o que dava a
impressão de uma pintura feita sobre mármore.
● No segundo estilo, os artistas perceberam ser desnecessária a utilização do
gesso, conseguindo assim, a ilusão de profundidade e de janelas abertas e
demais saliências da pintura mural.
● No final do século I a.C., deu-se início ao terceiro estilo, o qual valorizava os
pequenos detalhes, mas sem buscar a perfeição ou a realidade. Esse fato deu
abertura ao quarto estilo.
● O quarto estilo da pintura romana voltou-se para a tentativa de representar
mediante a arte a ideia de perfeição e beleza. Estilo, facilmente percebido nas
esculturas e na riqueza de detalhes das pinturas.

Proença (2003) destaca que os pintores romanos buscavam misturar realismo e


imaginação, destacando o uso do colorido, da delicadeza e da precisão nos detalhe, sendo
que suas obras ocupam até hoje grandes espaços nas construções, complementando
ricamente a arte.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 20


5 A ARTE BIZANTINA

A arte bizantina tem seu berço em um cenário histórico de sucessivas invasões e


guerras. No entanto, segundo Proença (2003), o que acabou sendo denominado de Império
Bizantino é fruto da divisão do Império Romano do Ocidente e do Império Romano do
Oriente. O Ocidente, com a capital Roma, foi vítima de invasões bárbaras que o fez cair
completamente no poder dos invasores. Já o Império do Oriente conseguiu manter sua
hegemonia política até a Idade Moderna.
Enquanto Roma era devastada por bárbaros e declinava-se em ruínas, Bizâncio
se tornou uma grande civilização, integrando a arte cristã como as premissas da Grécia,
pautada na riqueza de cores (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). A arte bizantina tinha um
objetivo: expressar a autoridade absoluta de seu imperador e demonstrar seu poder, luxo
e riqueza.
Assim, tal como a arte egípcia, a arte bizantina também utilizava os princípios da
frontalidade. No entanto, os objetivos eram diferentes. Para Proença (2003) a postura rígida
da figura leva o observador a uma atitude de respeito e veneração pelo personagem re-
presentado. Outras regras foram criadas pelos sacerdotes para os artistas. Por exemplo, o
lugar determinado de cada personagem sagrado na composição do quadro ou tela e como
deveriam ser os gestos, as roupas e os símbolos destes personagens.
Podemos perceber, com isso, que pouco, ou nenhum espaço havia para a criativi-
dade nas representações artísticas. No entanto, o que limitava a arte em seus temas, não

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 21


limitava em suas técnicas. Uma das técnicas mais apreciadas ainda na atualidade tem suas
origens na arte Bizantina.
“Uma das maiores formas de arte, o mosaico surgiu durante os séculos V e VI em
Bizâncio” (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 33). Os mosaicos e vitrais, com a utilização
de diversas pedrarias, vidro coloridos em variada escala de cores, estão presentes em
diversos países e culturas, demonstrando a aprovação e a extensão da cultura bizantina.
Segundo Calabria e Martins (1997), a palavra “mosaico” tem origem na palavra grega
mouseion, a mesma que deu origem à palavra música, que significa próprio das musas. É
uma forma de arte decorativa milenar. Na sua elaboração foram utilizados diversos tipos de
materiais e teve diferentes aplicações através dos tempos.

Figura 11: Imperador Justiniano

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ravenna-italy-september-19-2018-byzanti-
ne-1193330338

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 22


6 A ARTE GÓTICA

A partir das transformações econômicas provocadas pelo comércio, que ocorreram


no início do século XVI, o foco da vida social se transferiu do campo para a cidade. Com isso,
uma nova arquitetura apareceu nas cidades da Europa, sendo chamada desdenhosamente
de gótica. Segundo Proença (2003), o termo gótico era usado, pois suas manifestações
artísticas tinham uma aparência tão rude que parecia ter sido criada pelos godos: povo
bárbaro que invadiu o Império Romano. Com o passar do tempo, o termo gótico perdeu seu
caráter depreciativo e passou a fazer parte de um número maior de edificações europeias.
Rivalizando com as construções gloriosas da Grécia e Roma da antiguidade, a
catedral gótica adotou uma ousada tecnologia, onde construtores medievais ergueram
construções de grande elaboração, com interiores que atingiam alturas sem precedentes
no mundo da arquitetura (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). Um dos maiores símbolos da
arquitetura gótica é a Catedral de Notre Dame, na França. A característica mais marcante
dessa obra, segundo Proença (2003), é a abóboda de nervuras. Ela é muito diferente da
abóboda de arestas adotada pelo estilo romântico porque deixa à mostra os arcos que for-
mam sua estrutura. A seguir, uma imagem ilustrativa da abóboda de nervuras da Catedral
de Notre Dame:

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 23


Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/paris-france-october-04-2017-interior-745547653

Strickland e Boswell (2014, p. 36) destacam a importância deste estilo de constru-


ção:
As catedrais góticas eram um símbolo tão importante de orgulho cívico que
o pior insulto para a cidade era um invasor pôr abaixo a torre da catedral. A
devoção coletiva por esses prédios era tão intensa que todos os segmentos
da população participavam da construção. Cavalheiros e damas, em con-
templativo silêncio, trabalhavam lado a lado com açougueiros e pedreiros,
empurrando carrinhos de mão cheios de pedras. Edificações tão complexas
levavam literalmente séculos para serem construídas – a Catedral de Colônia
levou seis séculos – o que explica por que algumas parecem uma miscelânea
de estilos sucessivos. (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 36).

No entanto, a arte gótica não despontou apenas na arquitetura. Nas esculturas tam-
bém deixou suas características marcantes, diferenciando-se novamente do romantismo.
A escultura desse período também estava associada à arquitetura. Segundo Almei-
da (2010) os trabalhos esculturais adornavam e enriqueciam os portais, umbrais e o interior
de grandes construções. Um exemplo destas esculturas são os trabalhos de Chartres, com
data do início do período gótico, bem como as imagens da Catedral de Reims, do alto pe-
ríodo gótico, demonstrando a evolução da arte medieval (STRICKLAND; BOSWELL, 2014)
Plasticamente, as estátuas góticas pretendiam demonstrar a impressão de vigor,
mas que também trouxesse um equilíbrio entre a força e a delicadeza. Outro aspecto
fundamental das esculturas desse período, conforme destacado por Proença (2003), traz
a naturalidade como uma das características mais marcantes. Observe a imagem da es-
cultura a seguir, conhecida como Nobre Uta. Com a mão direita, que está apenas sugerida
pela veste, ela parece aconchegar o rosto na gola de sua capa. “O mais surpreendente
dessa tendência naturalista é conseguir retratar com perfeição a pose momentânea de uma
pessoa real” (PROENÇA, 2003, p. 71).

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 24


Figura 12: Nobre Uta

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/watercolor-gothic-sculpture-125094926

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 25


7 A ARTE NO RENASCIMENTO

A Renascença teve início no começo dos anos 1400 em Florença, se estenden-


do à Roma e Veneza e, por volta de 1500, ao restante da Europa, abrangendo diversos
países como a Alemanha, França, Países Baixos, Espanha e Inglaterra (STRICKLAND;
BOSWELL, 2014). O termo Renascimento é utilizado para designar um intenso período
de produção científica e cultural, com o objetivo, segundo Proença (2003), de reviver os
ideais da cultura greco-romana, ocorrendo como um movimento intelectual na tentativa
de resgatar os valores humanos. Esse movimento intelectual, chamado de humanismo,
pregava em amplo sentido a valorização do homem e da natureza em oposição ao divino
e sobrenatural.
Porto (2014) destaque que o movimento do Renascimento trouxe um despertar
de entusiasmo após a inatividade da época Medieval, trazendo diversas possibilidades
científicas e criativas a serem explorados pelo homem.
Muitos artistas desta época são conhecidos e apreciados até hoje: Leonardo da
Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Rafael Sanzio (1483-1520), San-
dro Botticelli (1444-1510) e diversos outros nomes. Todos eles manifestaram as principais
características da pintura renascentista: o realismo.
Com as inovações de técnicas e a descoberta das obras de artes, durante a renas-
cença foi possível a utilização de novos estilos para se representar a realidade, Strickland
e Boswell (2014) destacam quatro grandes avanços de pintura foram: pintura a óleo em

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 26


telas esticadas; o uso da perspectiva; o uso da luz e sombra, e as composições piramidais
na pintura.
Uma das obras de grande destaque é O Nascimento de Vênus, que pode ser ob-
servado a seguir.

Figura 13: Nascimento de Vênus

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/france-circa-2008-postage-stamp-printed-166561178

Nascimento de Vênus é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli. A pintura


mostra a Vênus surgindo nua de uma concha sobre as espumas do mar. A obra ainda
apresenta Zéfiro, o vento do Oeste, assoprando na direção da deusa, acompanhado pela
ninfa Clóris. À direita de Vênus, há uma Hora (deusas das estações) que lhe entrega um
manto com flores bordadas.

Outra obra que não pode deixar de ser mencionada neste período é a Mona Lisa de
Leonardo da Vinci. A personificação do “homem da Renascença” foi da Vinci, com talentos
múltiplos, chegando perto do ideal deste estilo de arte. “Se Mona Lisa de Leonardo é o
retrato mais famoso, seu afresco A última ceia é a pintura religiosa mais venerada há cinco
séculos” (STRICKLAND E BOSWELL, 2014, p. 43).
Porto (2014, p. 16) também destaca a importante de da Vinci: “É impossível falar
de Renascimento sem mencionar Leonardo da Vinci, um homem à frente de seu tempo que
transformou tanto o rumo das artes quanto o da ciência”.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 27


Figura 14: Leonardo da Vinci (1452 - 1519) “Mona Lisa”

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/leonardo-da-vinci-1452-1519-mona-93004429

Figura 15: Santa Ceia

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/prague-czech-republic-october-13-2018-1213653175

Diversos outros artistas e obras merecem destaque neste período, como: Miche-
langelo, e sua escultura Pietà, o afresco A Criação de Adão na Capela Sistina; Rafael e sua
obra-prima da Escola de Atenas, no Vaticano, Roma; entre outros. O artista dessa época
não se vê mais como um simples observador do mundo, subordinado às ditosas regras
da Igreja. Ele se enxerga como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E assim, o
mundo e a realidade devem ser compreendidos cientificamente e não apenas admirados.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 28


8 A ARTE BARROCA

A arte barroca tem origem na Itália, mas se espalhou por diversos países da Europa
(BARBOSA, 2002). Cada país trouxe suas especificidades e detalhes de acordo com a
cultura e as personalidades dos artistas, entretanto algumas características mantiveram-se
em comum. A arte barroca trouxe estilo e técnicas que valorizavam ricos materiais, pin-
turas grandiosas e espetaculares que traziam grande emoção à perspectiva protestante
(GRAHAM-DIXON, 2013).
Na arte barroca, o que se predominam são emoções, sentimentos e sensações. A
pintura ainda se encarrega da função realista, mas agora, não deseja apenas representar
somente a realidade de nobres, reis e rainhas, mas sim a vida e atividades do povo simples
e camponês são retratadas pelo colorido das telas barrocas. Segundo Corroborando esta
ideia, Strickland Boswell (2014, p.54) apresentam a compreensão: “A arte barroca conseguiu
casar a técnica avançada e o grande porte do Renascença com a emoção, a intensidade e
a dramaticidade do maneirismo, fazendo do estilo barroco o mais suntuoso e ornamentado
na história da arte”.
O movimento barroco se expandiu para a França, na qual a pintura adotou temas
não religiosos, como tranquilas paisagens habitadas por divindades pagãs (STRICKLAND
BOSWELL, 2014). Diversos outros países Europeus tiveram destaque neste tipo de arte,
como Inglaterra, Holanda e Espanha e, dentre os artistas desse período, podemos destacar
Caravaggio, que, apesar de uma vida curta e conturbada, rompeu com a tradição maneiris-

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 29


ta, trazendo solidez e um novo peso à cultura (GRAHAM-DIXON, 2013). É considerado o
pintor um dos mais original do século XVII, com diversas obras, como a Madonna di Loreto
(STRICKLAND BOSWELL, 2014).

Imagem 16: Madonna di Loreto

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rome-italy-december-2018-pilgrims-madon-
na-1264684759

Já no Brasil, a arte Barroca inicia no século XVIII e segundo Almeida (2010) está
associada à religião católica. Como representante principal do período, podemos contar
com as riquíssimas obras do Mestre Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Alei-
jadinho.

Segundo Proença (2003, p. 196) duas linhas diferentes caracterizam o barroco


brasileiro:
Nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração, encon-
tramos Igrejas com trabalhos em relevo feitos em madeira, as talhas recober-
tas por fina camada em ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com
detalhados trabalhos de escultura. Já nas regiões onde não existiam nem
açúcar nem ouro, a arquitetura teve outra feição. Aí as Igrejas apresentam
talhas modestas e trabalhos realizados por artistas menos experientes e fa-
mosos do que os que vinham das regiões mais ricas da época. (PROENÇA,
2003, p. 196).

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 30


Assim, podemos notar que as regiões geográficas receberam diferentes influên-
cias de técnicas, materiais e produção, inclusive devido à situação econômica do local. O
Estado de Minas Gerais possui uma região histórica, que abrange Ouro Preto, Tiradentes,
Mariana e outras cidades, que possuem igrejas, praças, monumentos e fachadas que são
arte nacional deste movimento.

Imagem 17: Ouro Preto, Minas Gerais

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ouro-preto-minas-gerais-brazil-january-1618645138

Ainda assim, poucas obras da arte barroca são conhecidas. Outros artistas, além
do Mestre Aleijadinho, também fizeram parte desse período da arte brasileira e não têm
suas obras ainda reveladas para apreciação. Só isto, já serviria como tema de uma rica e
importante pesquisa para se fazer com os alunos.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 31


SAIBA MAIS

Você sabia que o Museu da Arte Moderna de São Paulo (MAM), é um dos mais impor-
tantes museus da Instituição Culturais do Brasil, Localiza-se sob a marquise do Parque
Ibirapuera, em São Paulo, em um edifício inserido no conjunto arquitetônico projetado
por Oscar Niemeyer em 1954 e reformado por Lina Bo Bardi em 1982 para abrigar o
museu. Ele contém um acervo se mais ou menos 5.000 peças, onde a maioria foram
produzidos por Artistas Brasileiros.
Este é um espaço onde todos podem vir a ter acesso.

Fonte: https://mam.org.br/colecao/

REFLITA

“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a


sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”.

Leonardo da Vinci.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 32


CONSIDERAÇÕES FINAIS

As informações apresentadas até o prezado momento foram expostas para se


contextualizar o tema, pois são importantes para que possamos compreender o estudo da
Arte no Contexto Escolar.  Os conceitos na primeira unidade foram descritos de maneira
abrangente, para que pudessem assim ter o entendimento de como surgiu a arte e suas
diversas fases e desdobramentos que ocorreram ao longo do tempo.
Quando falamos de arte, destacamos um conceito muito abstrato, que transcende
a criação de obras de caráter estético, sendo uma forma do ser humano expressar os
seus sentimentos, emoções e pensamentos. Assim, é preciso analisarmos  a história da
arte, como ela evoluiu e também as manifestações artísticas que compõem a histórias das
sociedades.

Boa leitura e bons estudos.

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 33


LEITURA COMPLEMENTAR

Costa (2013) descreveu sobre a vocação de São Mateus, de Michelangelo, contan-


do assim sobre sua breve trajetória.
Válido conhecer essa breve escrita, segue link de acesso:

Fonte:https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/55457061/A_vocacao_de_Sao_Mateus.pd-
f?response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DUniversidade_Catolica_Portuguesa_Faculda.pd-
f&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amz-Credential=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A%2F20200313%2Fus-eas-
t-1%2Fs3%2Faws4_request&X-Amz-Date=20200313T150411Z&X-Amz-Expires=3600&X-Amz-SignedHeaders=hos-
t&X-Amz-Signature=7809f40c1b66c03a7f27a0f2b9f080e11e3d52dec27564fcc27ba0dd30bed2c7

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 34


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Arte na Educação Escolar
Autor: Maria F. de Rezende e Fusari 
Editora: Cortez
Ano: 2015
Sinopse: Arte na Educação Escolar é um livro sobre o ensino e a
aprendizagem de arte, enfocados pelo prisma da educação estéti-
ca e artística. As autoras dirigem-se aos professores em formação
ou atuando, propondo que reflitam sobre sua teoria e prática, como
organizadores do conhecimento estético e artístico dos estudantes.

FILME/VÍDEO
• Título: Caravaggio
• Ano: 2018
• Sinopse: Nascido no ducado de Milão em Setembro de 1571,
Caravaggio foi um dos mais notáveis pintores italianos. O seu
trabalho exerceu enorme influência no estilo barroco, do qual foi o
primeiro grande representante. O documentário de Jesus Garces
Lambert é uma viagem emocionante através da vida, das obras
e dos tormentos de Caravaggio, um artista brilhante mas contro-
verso, que mais do que qualquer outro reuniu em si mesmo luzes
e sombras, génio e desobediência, concebendo obras sublimes.
O filme é uma excursão narrativa e visual pelos lugares onde o
artista viveu e aqueles que ainda hoje abrigam algumas das suas
obras mais famosas: Milão, Florença, Roma, Nápoles e Malta.

• Link do vídeo: https://youtu.be/RXjptJpdEBA

UNIDADE I A Arte e sua História ao Longo dos Anos 35


UNIDADE II
Pressupostos Históricos sobre a Arte e
seu Ensino no Brasil e no Mundo
Professora Especialista Daislene Rodrighero de Carvalho

Plano de Estudo:
● O que é ensinar arte e Por que ensinar arte
● Arte e Educação segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de arte
● Os objetivos gerais de arte para o Ensino Fundamental

Objetivos de Aprendizagem:

● Abordar sobre o processo de ensinar arte e o porquê de ensiná-la

● Compreender os parâmetros curriculares nacionais

● Entender sobre os objetivos gerais do ensino da arte para o ensino fundamental

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INTRODUÇÃO

Olá aluno (a)!


Conforme trabalhado na Unidade I, descrevemos sobre a história da arte, como
ela foi se transformando ao longo dos tempos e quais foram seus períodos. Avaliamos
assim um conteúdo inicial, mas que deixou um gostinho de quero mais, aquela vontade de
conhecer e se aprofundar sobre a arte e sua bela trajetória.
Na unidade II, vamos conhecer um pouco mais sobre a arte e a importância dela
ser abordada e desenvolvida nas escolas. Também vamos conhecer sobre as Leis e suas
Diretrizes, sobre o BNCC. Falando nisso, você sabe o significado destas siglas? Fique por
dentro deste conteúdo, pois vamos descobrir junto o seu significado e a importância que ela
tem em nosso contexto escolar.
Então vamos embarcar neste conteúdo produzido com bastante apreço.
Bons estudos!!!

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 37


1 O QUE É ENSINAR ARTE E O POR QUE DA ARTE

Durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas
e marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade curricular. As
aulas iam desde traçados a copiar formas geométricas, porém nas aulas de arte a criança
não tinha sua identidade abordada, uma vez que ela não era considerada produtora e, por
isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito.
Neste contexto, fica a pergunta: Por que ensinar arte na escola?
A arte vai além do simples ato de desenhar e do pintar, ela é uma maneira de
estimular e de desenvolver a coordenação motora, tem um papel natural cognitivo de de-
senvolver a criatividade e autoconfiança, ou seja, tem a capacidade de auxiliar na formação
da identidade das crianças, fomentando a maneira de pensar e agir. Desta maneira, a arte
precisa estar presente nas salas de aulas no período letivo.
Bosi (2000, p. 13) compreende a arte da seguinte maneira:
A arte é um conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se transforma a
matéria oferecida pela natureza e pela cultura. Nesse sentido, qualquer ati-
vidade humana, desde que conduzida regularmente a um fim, pode chamar-
-se artística. Para Platão, exerce a arte tanto o músico encordoando a sua
lira quanto o político manejando os cordéis do poder, ou no topo de escala
dos valores, o filósofo que desmascara a retórica sutil do sofista e purga os
conceitos de toda ganga de opinião e erro para atingir a contemplação das
ideias. (BOSI, 2000, p. 13).

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 38


Neste sentido, conforme Senna (2015, p.1) destaca, a arte na escola não se limita
ao ato de pintura e de desenho, ela é muito mais ampla e abrangente, está presente na
música, no cinema, na TV, na publicidade, na arquitetura e em muito outros campos e áreas.
Assim, todas estas áreas podem e devem ser exploradas com criatividade pelo professor,
enriquecendo todo o processo de construção do conhecimento.
Os professores nos tempos atuais vêm levando para a sala de aula algo dinâmico
e que venha representar a arte como ela deve ser vista, compreendida e deixando assim
o aluno ser o artista de seu próprio conteúdo. Assim, o aluno ganha protagonismo neste
processo de aprendizagem, com maior estímulo no desenvolvimento de habilidades e
capacidades.
Barbosa (1991, p. 4-5) nos auxilia a iniciar nossa análise sobre as contribuições da
arte para a educação afirmando que:
A arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país que
se desenvolve [...]. Não é possível uma educação intelectual, formal ou infor-
mal, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral da inteligência
sem o desenvolvimento do pensamento divergente, do pensamento visual e
do conhecimento representacional que caracterizam a arte. Se pretendemos
uma educação não apenas intelectual, mas principalmente humanizada a, a
necessidade, da arte é ainda mais crucial para desenvolver a percepção e a
imaginação, para capturar a realidade circundante e desenvolver a capaci-
dade criadora necessárias à modificação dessa realidade (BARBOSA, 1991,
p.4-5).

Dessa forma, vemos a importância da arte na fundamentação da educação, com as


possibilidades do desenvolvimento da criatividade, imaginação e emoções nas crianças, o
que, consequentemente, auxilia em todo o processo educacional.
Podemos perceber que a arte está presente desde em ações mais banais de nossa
vida cotidiana até em complexas elaborações que exigem raciocínio, lógica, imaginação,
criticidade. Como nos afirma Barbosa (1991), esta disciplina contribui para o desenvol-
vimento dos processos de pensamento e aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance
transformam o aluno, pois proporciona confiança, capacidade de análise e visão ampla da
realidade.
Mas ainda sim nos questionamos como a arte pode fazer parte na formação hu-
mana. Podemos afirmar que não apenas a arte, mas também a educação tem um vasto
potencial neste quesito de transformar o conhecimento. A arte, aliada a educação, pode
proporcionar a inserção cultural e social.
Isso é possível, mediante a construção de um novo conhecimento. Neste momento
podemos utilizar o método Piaget, que acredita que o conhecimento é sim resultado de uma
construção contínua de mediação entre sujeito e o objeto, abrangendo tanto o físico quanto

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 39


o social. Neste quesito, o indivíduo não aprende apenas como se fosse um armazenador
de milhões de informações para serem guardadas em um baú (depósito de informações),
mas sim como um ser atuante, reflexivo e responsivo.
Nesse contexto, no processo de construção do conhecimento o indivíduo é um
sujeito ativo, que aprende através do desenvolvimento e por meio do objeto de atuação
da arte. É, portanto, neste ponto que consideramos fundamental a participação da arte no
processo da construção do seu pensamento.
O ato criativo, segundo Chagas (2009), é um processo que sempre traz algo da
pessoa que o executa. Uma pintura, por exemplo, por mais que uma pessoa tente fazê-la
igual à outra, nunca o será, sempre apresentará algo diferente, novo e específico. Como
processo de criação do novo, a arte favorece a superação do que é igual, comum da repro-
dução. Ou seja, a arte favorece a construção de novos conhecimentos.
De acordo com Souza (2010, p. 3):
O objetivo a que se propõe o Ensino da Arte, em toda a sua especificidade
prevista na forma de lei, é essencial para a construção da cidadania. O ensi-
no da arte trata de relacionar sentimentos, trabalhar aspectos psicomotores
e cognitivos, planejar e implementar projetos criativos e se engajar emocio-
nalmente neles, num permanente processo reflexivo. (SOUZA, 2010, p. 3).

Ressalta-se o impacto do ensino da arte na construção das habilidades do indivíduo,


em sua atuação como cidadão. Assim, incluir a arte no processo de ensino é um eficiente
recurso para desenvolver a capacidade criativa dos alunos.
Lippe (2006, p. 5) destaca sobre o ensino da arte: “Podemos dizer que o ensino
da arte favorece a formação da identidade do jovem e da criança, tornando-os cidadãos
engajados, por meio da aquisição de competências culturais e sociais no mundo em que
estão inseridos”.
Segundo Chagas (2009) nos informa, a obrigatoriedade do Ensino da arte no
Brasil, que engloba artes plásticas, educação musical e artes cênicas, só foi incluída no
currículo em 1971, através da lei 5.692, e ainda assim os professores não tinham formação
específica.
Vemos que não faz tanto tempo assim que a arte teve seu reconhecimento no
processo de educação e formação de ensino. Além disso, diante deste contexto educa-
cional, outros pontos precisaram ser verificados, como a preparação dos professores para
exercerem um ensino de qualidade, além da estruturação de novos cursos e instituições de
ensino. Na sequência, veremos alguns parâmetros curriculares nacionais para a sustenta-
ção do ensino da arte.

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 40


2 ARTE E EDUCAÇÃO SEGUNDO OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
PARA O ENSINO DE ARTE.

Com relação aos referenciais curriculares nacionais, podemos encontrar diversas


sugestões para que os professores que atuam na Educação Infantil possam trabalhar. Jun-
tamente com o PNE (Plano Nacional de Educação), podemos acrescentar a BNCC (Base
Nacional Comum Curricular) ao qual veio para agregar o plano de ensino, contribuindo
assim com a complementação adequada, aos seus reajustes e planejamento. Segundo o
plano curricular, a Educação Infantil deve ser trabalhada em um contexto capaz de propiciar
às crianças o acesso a elementos culturais que contribuam para o próprio desenvolvimento
como indivíduo e também para a interação delas na sociedade.
Neste contexto, vamos debater um pouco sobre como nasceram as bases curricu-
lares (como foram atribuídas às leis), e de acordo com a Constituição Federal de 88, surgiu
a LDB (Lei de Diretrizes Básicas) de 96, que foi adotada através da determinação e adoção
de uma base comum para a educação básica. Nos meados de 1997 foram elaborados os
Parâmetros Curriculares Nacionais, determinando assim cada disciplina com seu currículo
escolar, com isso a BNCC, foi contemplada com o Plano Nacional de Educação (PNE) de
2014. A versão final que foi aprovada em 2017, acabou entrando em vigor entre os anos de
2018 e 2020, através das aprovações do MEC (Ministério da Educação).
A Base Nacional Comum Curricular consiste em um documento de abrangência
normativa para a definição de um conjunto progressivo de aprendizagens necessárias e

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 41


fundamentais para que todos os alunos possam desenvolver suas habilidades e essências
ao longo das etapas e processos da educação básica.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) define
que a Base deve direcionar os currículos das instituições de ensino federativas, bem como
as propostas pedagógicas da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Há
a preocupação de estruturar as competências, habilidades e conhecimentos que os es-
tudantes devem desenvolver ao longo de toda a sua jornada acadêmica. Além disso, os
princípios éticos e políticos compelidos pelas diretrizes curriculares nacionais da educação,
devem direcionar a educação brasileira para uma formação humana, em uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
Nesta abrangência, Chagas (2009) afirma que a aula de arte, muitas vezes, é
considerada nas escolas como um passatempo, ou simplesmente um momento de lazer.
A mesma ainda aponta que muitas instituições de educação infantil utilizam os recursos
da arte somente para enfatizar datas comemorativas, produzindo lembrancinhas para o
dia das mães, pais entre outras datas. O que precisa ser revisto e repensado frente à
importância da arte, bem como destacado pela BNCC.
Em muitos casos, professores são desvalorizados e a arte fica com uma visão
errônea, as produções das crianças ficam desvalorizadas, retratadas como meras lem-
brancinhas que acabam não envolvendo a capacidade de criar, de o aluno pensar, refletir e
produzir. É necessário, então, a princípio, uma conscientização, valorização e contribuição
da arte na educação, onde o próprio professor também deve atribuir mais significados e
responsabilidades ao seu papel de educador e transmissor do conhecimento do mundo da
arte e cultura.
Chiovatto (2000, p. 39) afirma que “Os professores de arte sentem necessidade de
aperfeiçoamento ao lidarem com a própria insegurança. Isso os mobiliza a buscar ampliar
seus conhecimentos e desenvolver a si próprios”. Vemos uma questão muito mais ampla, a
necessidade de capacitação e aprimoramento também por parte dos professores, visto as
exigências na qualidade de ensino. É preciso reforçar a importância do papel do professor
neste processo.
Compreendemos que para ministrar uma boa aula o professor necessita estar
seguro perante o conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula, isto é, ele precisa dominar
o assunto de tal maneira que as discussões sejam produtivas e orientar o processo de des-
cobertas por parte dos alunos, porém ainda hoje percebemos uma preferência por temas e
técnicas de artes fáceis, para se desenvolver juntamente com a criança.

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 42


Precisamos compreender que o trabalho com a arte vai muito além do que é fácil
ou complexo. Segundo Chiovatto (2002, p. 43), a arte que ensinamos “é apreciável através
de um conjunto de objetos, imagens e ideias que participem das mais complexas ações da
humanidade”.
Esses objetos, imagens e ideias podem até parecer simples, mas apenas aparente-
mente, pois intimamente, representam aquilo que chamamos arte. A partir de então, passam
a fazer parte de uma categoria diferenciada dos demais objetos e coisas produzidas pelos
homens. Isso significa que a arte não está somente na imagem, ou no objeto, mas sim em
seu significado pessoal, cultural e temporal.
Podemos ressaltar que considerando os Parâmetros curriculares Nacionais, conse-
guiu-se reestruturar a proposta curricular, reforçando a importância do projeto educacional
e os seus desdobramentos. A melhoria da qualidade da educação é de responsabilidades
de todos os que estão envolvidos neste processo de construção da educação.
Ainda podemos salientar que o BNCC veio para enriquecer ainda mais, ou seja, ela
veio para unificar as diretrizes da base da educação básica, e tem como meta orientar na
construção do Currículo da Educação Básica das escolas brasileiras, públicas e privadas. A
base busca atender as exigências dos estudantes, preparando-os para que sejam protago-
nistas da sociedade, assim, deve-se assegurar os direitos de ensino e aprendizagem para
o desenvolvimento dos alunos, conforme definido no plano nacional de educação. Portanto,
a Base pode ser compreendida como um conjunto de direcionamentos para nortear as
equipes pedagógicas no planejamento e estruturação dos currículos pedagógicos.
Segundo Peres (2017, p. 27), vários especialistas, de todas as áreas do conhe-
cimento, presente no currículo atual da Educação Básica, foram convocados para traçar
os conhecimentos essenciais aos quais todos os estudantes brasileiros têm direito de
ter acesso e se apropriar durante sua trajetória na Educação Básica, ano a ano, desde a
creche até o final do Ensino Médio.
Para Chiovatto (2000), o professor deve estar atento às possibilidades de incorpo-
ração do conteúdo artístico pelos alunos. Ele deve intervir para potencializar o encontro do
aluno, com a obra de arte nas diferentes instâncias envolvidas em sua compreensão. De-
verá, ainda, oferecer informações capazes de contextualizar a obra, ou seja, de dar sentido
e estímulo para que o aluno reflita e interaja. Essa interação do aluno com a arte é o que
permite a recriação da obra, seja de forma estética, plástica ou apenas intelectualmente,
podendo assim, avançar, transformar.

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 43


3 OS OBJETIVOS GERAIS DE ARTE PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

O ensino da arte no ensino fundamental dá sequência às vertentes desenvolvidas


na educação infantil, a grande diferença é que a criança está mais desenvolvida e mais
experiente, possui novos anseios e necessidades. Um olhar mais apurado da arte é visto
nesta fase do ensino, o que é preciso ser considerado no momento de ensinar as crianças.
Lippe (2016) indica que, seguindo as diretrizes dos parâmetros curriculares nacio-
nais, alguns objetivos do ensino da arte devem ser destacados e proporcionar aos alunos:
Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca
pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a
sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;

Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Ar-


tes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de
modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais;

Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e co-


nhecimento estético, respeitando a própria produção e as dos colega, no per-
curso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções;

Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado


nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as pro-
duções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural
e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões
artísticos e estéticos;

Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosida-


de, exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando a arte
de modo sensível;

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 44


Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do tra-
balho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, as-
pectos do processo percorrido pelo artista;

Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas,


documentos, acervo nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jor-
nais, ilustrações, dispositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos
(museus, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a va-
riedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história
das diferentes culturas e etnias (BRASIL, 1997b, p. 39)

Vemos assim uma série de objetivos a serem buscados com o ensino da arte no
ensino fundamental, ressaltando-se a necessidade de proporcionar ao aluno uma vivên-
cia com diversas formas e modelos de arte. O desenvolvimento do pensamento artístico
apresenta um caráter cognitivo construtivo, que engloba o amadurecimento de valores pela
criança, bem como estímulo e construção de sua personalidade.
O conhecimento sensorial precisa abordado neste processo, conforme é destacado
por Souza (2010, p. 4):
Ao invés de consumir grandes quantidades de conhecimento escolar, que
será esquecido logo após as provas, o ensino de Arte reivindica para si, atra-
vés de um trabalho prático, orientado para a ação, ancorar o conhecimento
sensorial que envolve todos os sentidos: visão, tato, olfato, audição, gus-
tação. Onde o ensino tradicional promove o pensamento linear, casual, a
arte oferece pensamento em rede, discursivo e trabalha com a inteligência
emocional. A tentativa é a de superar um discurso modernista em que ra-
zão/sentimento, corpo/alma são tratados de uma forma dicotômica. (SOUZA,
2010, p. 4).

Você se lembra o que aprendia nas aulas de artes quando tinha em volta de 10
anos? Apenas era dado papel e lápis para desenhar ou também era incentivado (a) a
desenvolver outras habilidades e sensibilidades relacionadas à arte?
É preciso que o ensino da arte abranja também a socialização humana, despertando
o interesse dos alunos e desenvolvendo o processo criativo e também de auto conhecimen-
to.
Brasil (1997, p. 42) ressalta como conteúdos gerais do ensino fundamental em arte
são:
● A arte como expressão e comunicação dos indivíduos;
● Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal, técnicas,
materiais e procedimentos na criação da arte;
● Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões;
● Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional,
nacional e internacional: produções, reproduções e suas histórias;

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 45


● A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções e suas
formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e
momentos históricos.
Lippe (2006) destaca que é preciso compreender a arte como uma integração
entre as pessoas e agentes envolvidos na educação com a cultura, fazendo dos recursos
artísticos formas de desenvolver a capacidade de expressão.
Neco e Roim (2015) apontam que a arte no ensino fundamental, mesmo dividindo
espaço na grade curricular com outras matérias e possuindo menor quantidade de aulas do
que em anos anteriores de ensino, possui grande importância e impacto sobre as crianças
pode abordarem novos conhecimentos, destacando-se novas habilidades com cores, poe-
sia, música, cultura, interpretações, entre outros.
Vemos assim, a gama de diversidade a ser desenvolvida pelas aulas de artes,
trabalhando um conteúdo amplo e de grandes valores educativos. O conhecimento da arte
possibilita perspectivas para que o aluno possa interpretar o mundo ao qual está inserido.
Portanto, podemos compreender que a arte e suas atividades pedagógicas no
ensino fundamental são muito mais do que atividades recreativas e passatempos, mas
detêm grande sentido de ensino aos alunos. A arte é capaz de desenvolver a criatividade
e a sua expressão.

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 46


SAIBA MAIS

Você sabia que a arte nas escolas é de fundamental importância, assim como as demais
disciplinas a arte se tornou importante, pois trabalha o cognitivo da criança, desenvolve
seu potencial, além de mostrar para a própria criança e ao profissional da educação, a
tamanha responsabilidade que ele adquiriu.
Assim como mostra uma pesquisa desenvolvida pelo XI Congresso Nacional de Edu-
cação, com o tema Uma Reflexão sobre o ensino da Arte nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental.

VIEIRA, E. BEDIN, T. Uma reflexão sobre o ensino da arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
XI Congresso Nacional de Educação EDUCARE, 2013. Disponível em: Fonte: https://educere.bruc.com.
br/CD2013/pdf/7679_6390.pdf Acesso em 22 de Março de 2020.

REFLITA

De acordo com Saviani (2009, p.7), “uma pedagogia que advoga um tratamento dife-
rencial a partir da descoberta das diferenças individuais. Eis a ‘grande descoberta’: os
homens são essencialmente diferentes; não se repetem; cada indivíduo é único”.

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 47


CONSIDERAÇÕES FINAIS

E assim chegamos ao final de mais uma unidade, sendo que ela veio debater três
tópicos importantes, sendo elas: “O que é ensinar arte e o por que da arte”, pois durante
muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas e marcada-
mente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade curricular, sendo que as
aulas pouco tinham continuidade em seu ano letivo. As aulas iam desde traçados a copiar
formas geométricas, porém nas aulas de arte a criança não tinha sua identidade abordada,
uma vez que ela não era considerada produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu
trabalho e demonstrar o que deveria ser feito.
Tendo como segundo tópico: “Arte e Educação segundo os Parâmetros Curricula-
res Nacionais para o ensino de Arte”, com relação aos referenciais curriculares nacionais,
podemos encontrar diversas sugestões para que os professores que atuam na Educação
Infantil possam trabalhar. Juntamente com o PNE (Plano Nacional de Educação), podemos
acrescentar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao qual veio para agregar o plano
de ensino, contribuindo assim com a complementação adequada, aos seus reajustes e
planejamento. Segundo o plano curricular, a Educação Infantil deve ser trabalhada em um
contexto capaz de propiciar às crianças o acesso a elementos culturais que contribuam para
o próprio desenvolvimento como indivíduo e também para a interação delas na sociedade.
E, para finalizar, abordamos também o tópico que fala sobre: “Os objetivos gerais
de Arte para o Ensino Fundamental”, o ensino da arte no ensino fundamental dá sequência
às vertentes desenvolvidas na educação infantil, a grande diferença é que a criança está
mais desenvolvida e mais experiente, possui novos anseios e necessidades. Um olhar mais
apurado da arte é visto nesta fase do ensino, o que é preciso ser considerado no momento
de ensinar as crianças.
Na sequência será apresentada a unidade III, abordando um tema que representa
expressões dramáticas e musicais nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Vamos
em frente!

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 48


LEITURA COMPLEMENTAR

Uma dica de leitura complementar é sobre o livro “Arte na Educação Escolar”, da


autora Maria Heloisa, este livro é diz sobre o ensino e a aprendizagem da arte, ao qual
fazem parte da produção artística, em todos os tempos. Ressalta sobre a mudança da
educação tradicional para o processo de aprendizagem no âmbito do ensino da arte.

Fonte: FERRAZ, Maria Heloisa C. de T.; FUSARI, Maria Felisminda de R. e. Arte na Educação Escolar. São
Paulo: Cortez, 1992.

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 49


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Reflexões sobre a arte e o seu Ensino.
• Autor: Prof.ª Dr.ª Antonella Carvalho de Oliveira
• Editora: Atena Editora. / ano 2018.
• Sinopse: A arte acompanha o homem desde os primórdios da
humanidade. Ao longo de toda a história teve diferentes funções:
já foi forma de comunicação, magia, doutrinação e tantas outras,
todas elas relacionadas ao modo de organização da sociedade. E
a função da arte na atualidade qual será? Entre tantas outras uma
função que se destaca: é a da reflexão acerca da sociedade atual,
do que nos é ofertado e do que ofertamos aos outros. Arte provoca
sentimentos, sensações, desperta o homem para uma realidade
que nem sempre se tem consciência, por isso está estruturada a
partir dos diversos campos do conhecimento. É na arte que muitas
minorias se apresentam, onde a representatividade e a expressão
se fazem livres, de julgamentos, de preconceitos, de paradigmas
sociais estabelecidos.

FILME/VÍDEO
• Título: Com amor, Van Gogh.
• Ano: 2017
• Sinopse: Indicado na categoria de Melhor Filme de Animação no
Oscar 2018, o longa acompanha a jornada de Armand Roulin, filho
de Joseph Roulin, carteiro e amigo de Vincent Van Gogh. Um ano
após o suicídio do pintor, pai e filho encontra uma carta enviada
por Van Gogh ao irmão Theo, que jamais chegou ao seu destino.
Incentivado a entregar a correspondência, Armand parte para a
cidade francesa de Arles na esperança de encontrar algum contato
com a família do pintor falecido. Lá, inicia uma investigação junto
às pessoas que conheceram o artista, no intuito de decifrar se ele
realmente se matou. Apontado como o primeiro filme inteiramente
colorido em tinta a óleo – foram necessários mais de cem artistas,
65 mil frames em pintura e seis anos para o filme ficar pronto –,
a animação é uma verdadeira declaração de amor ao trabalho do
holandês.

• Link do vídeo: https://youtu.be/0PpAjxnVoSY

UNIDADE II Pressupostos Históricos sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo 50


UNIDADE III
Expressão Dramática e Musical nos
Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino
Professora Especialista Daislene Rodrighero de Carvalho

Plano de Estudo:
● Os conteúdos de arte nos diferentes níveis e modalidades de ensino e os critérios para
seleção de conteúdos
● Conteúdos gerais de Arte segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais / BNCC.
● A arte voltada para uma perspectiva inclusiva / A arte na Educação Especial

Objetivos de Aprendizagem:
● Compreender os conteúdos da arte nos distintos níveis de ensino.
● Avaliar os conteúdos gerais da arte segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais e
BNCC
● Averiguar a perspectiva inclusiva de arte, bem como sua abordagem na educação
especial.

51
INTRODUÇÃO

Oi caro (a) aluno(a),


Bem-vindo (a) ao estudo de mais uma unidade. Animado para continuar nessa
caminhada de aprendizagem? Então vamos em frente!
Nesta seção vamos estudar sobre a expressão dramática e musical nos diferentes
níveis e modalidades de ensino.
Inicialmente, apresentaremos como os conteúdos da arte são desenvolvidos nos
diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como os critérios para seleção destes con-
teúdos. A reflexão a ser desenvolvida deve compreender o ensino da arte como fundamental
para o processo de aprendizagem relacionado à arte e a criatividade, sendo necessário que
os conteúdos estejam alinhados aos objetivos específicos ao ensino da arte.
Na sequência, abordaremos sobre os conteúdos gerais da arte segundo os parâ-
metros curriculares nacionais. Como a arte possui uma abordagem de conteúdo bastante
ampla, é preciso compreender esse processo. E, para finalizar, a última seção abordada
nesta unidade traz a arte voltada para uma perspectiva inclusiva e como a arte é tratada
na educação especial, um aspecto muito importante e necessário à sociedade a ser com-
preendido pela arte no contexto escolar.

Bons estudos!

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 52
1 OS CONTEÚDOS DE ARTE NOS DIFERENTES NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO
E OS CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE CONTEÚDOS

Prezado (a) estudante, você já parou para refletir como são diversos os conteúdos
da arte que o professor tem em mãos para trabalhar junto aos alunos? São múltiplas as
possibilidades e ferramentas, assim é preciso se planejar e organizar o desenvolvimento
das aulas de arte, tanto com uma abordagem teórica quanto uma abordagem prática. Neste
sentido, Porto (2014) destaca quatro principais linguagens artísticas da abordagem peda-
gógica da arte, sendo: arte visual, música, dança e teatro.
A seguir, abordaremos os principais conteúdos englobados no ensino da arte e
suas estratégias de ensino e avaliação.
Quando abordamos sobre os conteúdos do ensino de arte, é válido observar a
riqueza que pode ser proporcionado ao estudante, em uma gama vasta de informações e
assuntos.
A arte pode ser discutida através de produções artísticas visuais por meio de dese-
nhos, pinturas, gravuras, colagem, esculturas, instalações, cinema, vídeos e outros meios.
Sendo assim é papel do professor planejar, organizar, e identificar os diversos conteúdos,
bem como as maneiras deles sem melhor trabalhados em sala de aula. Assim, o docente
não pode simplesmente transmitir o conteúdo, de forma automática e passiva, mas é pre-
ciso envolver e desenvolver o aluno em seu universo de aprendizagem. O aluno precisa
desenvolver uma sensação de ser o agente ativo do processo, criando apreço pelo que

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 53
aprendeu, e também buscar mais esta desenvolturas, ou seja, com vontade de aprender,
sendo dinâmico e proativo neste âmbito de conhecimento
Neste contexto, Edwards (1984) traz uma abordagem deste processo da arte no
contexto escolar:
Desenhar é um processo curioso, tão interligado ao processo de ver que se-
ria difícil separar os dois. A capacidade de desenhar depende da capacidade
de ver como um artista vê - e esta maneira de ver pode enriquecer enorme-
mente a vida de uma pessoa. (EDWARDS, 1984, p. 12).

Para que a arte possa ser assertiva no processo de ensino e aprendizagem, é


necessário que tenha se conteúdos específicos a serem oferecidos, ou seja, conteúdos
adequados a determinadas situações e necessidades de aprendizagem. Segundo esta
abordagem, o papel do professor deve ser ativo e exigente e não simplesmente um fornece-
dor de materiais e um apoio emocional. No ensino de Arte é preciso aliar a teoria à prática,
com o intuito de construir no discente um pensamento histórico crítico, necessário à uma
aprendizagem assertiva, seguindo-se essa prática à análise das obras e dos conteúdos.
Para a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (2019), é proposta uma aborda-
gem das linguagens de maneira que se articule diversas dimensões do conhecimento que,
simultaneamente, caracterizam a singularidade da experiência artística. Tais dimensões
perpassam os conhecimentos das Artes visuais, da Dança, da Música e do Teatro e as
aprendizagens os alunos em cada contexto social e cultural. 
Ainda de acordo com a BNCC (2019), essas dimensões, necessárias para uma
mensuração da arte e seu processo de ensino, são:
• Criação: refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem e
constroem. Trata-se de uma atitude intencional e investigativa que confere
materialidade estética a sentimentos, ideias, desejos e representações em
processos, acontecimentos e produções artísticas individuais ou coletivas.
Essa dimensão trata do apreender o que está em jogo durante o fazer artís-
tico, processo permeado por tomadas de decisão, entraves, desafios, confli-
tos, negociações e inquietações.
• Crítica: refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos em direção a
novas compreensões do espaço em que vivem, com base no estabelecimen-
to de relações, por meio do estudo e da pesquisa, entre as diversas experiên-
cias e manifestações artísticas e culturais vividas e conhecidas. Essa dimen-
são articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos,
políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais.
• Estesia: refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao espa-
ço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes
materiais. Essa dimensão articula a sensibilidade e a percepção, tomadas
como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo. Nela, o corpo em
sua totalidade (emoção, percepção, intuição, sensibilidade e intelecto) é o
protagonista da experiência.
• Expressão: refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as cria-
ções subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito indi-
vidual quanto coletivo. Essa dimensão emerge da experiência artística com
os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários es-

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 54
pecíficos e das suas materialidades. 195 LINGUAGENS – ARTE ENSINO
FUNDAMENTAL
• Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura para
se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais. Essa
dimensão implica disponibilidade dos sujeitos para a relação continuada com
produções artísticas e culturais oriundas das mais diversas épocas, lugares
e grupos sociais.
• Reflexão: refere-se ao processo de construir argumentos e ponderações
sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e cultu-
rais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas
e culturais, seja como criador, seja como leitor (BNCC 2019, p. 196).

Vemos que essas dimensões abordam de forma bastante construtiva a percepção


da arte como experiência de aprendizagem. Essas dimensões são referência a serem
abordadas em sala de aula, onde o professor deve trazer esse contexto de uma maneira
de avaliação. Busca-se, desta maneira, um processo para a construção da arte no contexto
escolar.
Após esses levantamentos, podemos compreender os conteúdos da arte no dife-
rentes níveis de ensino.
A educação infantil é compreendida como sendo o início e base para a Educação
Básica, necessário para otimizar as aprendizagens e desenvolvimento das crianças. Neste
contexto, é preciso estruturar uma abordagem para a prática do diálogo, construindo uma
identidade à criança, sobressaindo-se a construção dos sentidos, ou seja, é necessário que
a criança venha a construir sua capacidade de assimilar, contendo o estímulo do professor.
A BNCC (2019) destaca como fundamental neste processo as interações e brincadeiras,
como forma de experiência para as crianças.
A educação infantil traz ensinamentos essenciais de comportamento, habilidades,
e experiências como possibilidades de aprendizagem, para os objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento. Diante das especificidades dos diferentes grupos por faixa etária deste
período, é preciso estimular uma aprendizagem adequada a cada grupo, considerando um
ritmo de aprendizagem e práticas pedagógicas capazes de aguçar as crianças, tendo como
eixos estruturantes as interações e brincadeiras.
A transição da educação infantil para o ensino fundamental permeia uma série de
mudanças que precisam integrar e dar continuidade ao processo de aprendizagem das
crianças. Assim, é preciso o estabelecimento de estratégias pedagógicas para a adaptação
das crianças para os adolescentes, considerando uma perspectiva de continuidade do
percurso educativo (BNCC, 2019).
De acordo com o Parâmetro curricular nacional e a mais recente atualização da
BNCC (2019), a arte no ensino fundamental pode ser trabalhada em dois momentos dis-

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 55
tintos, sendo: para os Anos Iniciais e Anos Finais, onde cada um trabalha voltado a sua
maneira de abordar e analisar o estudo da arte e seus respectivos conteúdos.
Para os anos iniciais, podemos destacar que os alunos vivem um momento de
transição de orientação curricular, onde é buscada uma organização curricular estruturada
por áreas de conhecimento e componentes curriculares.
De acordo com o BNCC (2019, p. 201), nessa nova etapa da educação:
O ensino de Arte deve assegurar aos alunos a possibilidade de se expressar
criativamente em seu fazer investigativo, por meio da ludicidade, propician-
do uma experiência de continuidade em relação à Educação Infantil. Dessa
maneira, é importante que, nas quatro linguagens da Arte – integradas pelas
seis dimensões do conhecimento artístico –, as experiências e vivências ar-
tísticas estejam centradas nos interesses das crianças e nas culturas infantis.
(BNCC, 2019, p. 201).

A arte pode ser trabalhada e assegurada junto com o ensino das competências
relacionadas à alfabetização e o letramento, possibilitando assim a abertura do ensino e
acesso à leitura, relacionada à linguagem verbal e não verbal. Busca-se a expressão da
criatividade, que propicie uma continuação do ensino em relação a educação infantil.
Para os Anos Finais, é necessário assegurar aos alunos o direito de pensar sobre
suas interações e manifestações artísticas e culturais, ou seja, dar o direcionamento ne-
cessário à esta etapa, como forma de orientação. Segundo a BNCC (2019), espera-se que
a arte seja um componente que contribua para um aprofundamento das aprendizagens
nas diferentes linguagens – tanto no diálogo entre elas, quanto com as outras áreas do
conhecimento –, com vista a possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências
e vivências artísticas.
Neste período para os anos finais do ensino fundamental, buscam-se objetos de
conhecimento que propiciem contextos e práticas, um aprendizado exploratório e construti-
vo. O BNCC (2019, p. 205) destaque que: “o diferencial dessa fase está na maior sistemati-
zação dos conhecimentos e na proposição de experiências mais diversificadas em relação
a cada linguagem, considerando as culturas juvenis”.
A arte também tem seu espaço no ensino médio. O ensino médio consiste na eta-
pa final da educação básica, constituído predominantemente por adolescentes e jovens,
sendo que a arte nesta fase precisa fornecer um protagonismo nestes alunos. A BNCC
do ensino médio precisa ser organizado de maneira a dar continuidade ao ensino infantil
e ao fundamental, fomentando habilidades e competências específicas, como na área da
matemática, língua portuguesa, ciências humanas, da natureza, entre outras. A arte nesta
etapa precisa:

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 56
Promover o entrelaçamento de culturas e saberes, possibilitando aos estu-
dantes o acesso e a interação com as distintas manifestações culturais po-
pulares presentes na sua comunidade. O mesmo deve ocorrer com outras
manifestações presentes nos centros culturais, museus e outros espaços, de
modo a propiciar o exercício da crítica, da apreciação e da fruição de exposi-
ções, concertos, apresentações musicais e de dança, filmes, peças de teatro,
poemas e obras literárias, entre outros, garantindo o respeito e a valorização
das diversas culturas presentes na formação da sociedade brasileira (BNCC,
2019, p. 483).

Diante desta complexidade da arte e seus conteúdos nos diversos níveis e modali-
dade de ensino, é preciso considerar alguns critérios para a seleção de conteúdos, visando
otimizar o processo de ensino e aprendizagem. Os parâmetros curriculares nacionais des-
tacam a necessidade de se considerar os seguintes critérios:
● Conteúdos compatíveis com as possibilidades de aprendizagem do alu-
no;
● Valorização do ensino de conteúdos básicos de arte necessários à forma-
ção do cidadão, considerando, ao longo dos ciclos de escolaridade, ma-
nifestações artísticas de povos e culturas de diferentes épocas, incluindo
a contemporaneidade;
● Especificidades do conhecimento e da ação artística (BRASIL, 1997, p.
41-42).

Analisando tais critérios, vemos uma estruturação para ocorrer adequadamente a


seleção e ordenação dos conteúdos gerais da arte, possibilitando o desenvolvimento de
competências e habilidades do aluno.
A transmissão de conhecimentos nos permite vislumbrar coisas que ainda não
conhecíamos, não podemos negar que boa parte dos nossos conhecimentos foi construí-
da a partir dos ensinamentos de nossos pais, professores e amigos. Para compreender
melhor essa questão, precisamos compreender como a escola fundamenta o ensino. Ou
seja, dentro das escolas, como o ensino é concebido? Como acontece a construção dos
conhecimentos?
Encontraremos as respostas para essas e outras questões na própria história da
educação. Já levantamos diversas informações sobre isto, bem como veremos mais algu-
mas complementações nos tópicos seguintes.

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 57
2 CONTEÚDOS GERAIS DE ARTE SEGUNDO A BNCC

A arte como componente curricular centra-se nas seguintes linguagens: Artes


visuais dança, música e teatro. Sendo que estes elementos fundamentam processos pe-
dagógicos voltados para as práticas de leitura, produção e construção de formas artísticas,
pensamentos e emoções, entre outros.
Neste contexto, é válido ressaltar que:
O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos
com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e
o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercício
da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconheci-
mento de semelhanças e diferenças entre elas. Nesse sentido, as manifesta-
ções artísticas não podem ser reduzidas às produções legitimadas pelas ins-
tituições culturais e veiculadas pela mídia, tampouco a prática artística pode
ser vista como mera aquisição de códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte
precisa alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social, per-
mitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores (BNCC, 2019, p.199).

Vemos, desta forma, que a arte cria um cenário de compartilhamento de saberes e


produções, no qual os alunos estão envoltos em processos de criação. As ações artísticas
produzidas trazem um modo de produção e organização dos conhecimentos em artes.
Os parâmetros curriculares nacionais enfatizam os conteúdos de arte no ensino
como conteúdos que colaborem para a formação do cidadão, que se institua igualdade de
participação, promovendo a formação artística e estética do aprendizado. Brasil (1997, p.
41) destaca que “É desejável que o aluno, ao longo da escolaridade, tenha oportunidade de

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 58
vivenciar o maior número de formas de arte; entretanto, isso precisa ocorrer de modo que
cada modalidade artística possa ser desenvolvida e aprofundada”.
Nesta seara, os conteúdos gerais do ensino fundamental em Arte são:
● A arte como expressão e comunicação dos indivíduos;
● Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal,
técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte;
● Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões;
● Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regio-
nal, nacional e internacional: produções, reproduções e suas histórias;
● A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções
e suas formas de documentação, preservação e divulgação em diferen-
tes culturas e momentos históricos (BRASIL, 1997, p. 42).

Vemos que os conteúdos gerais buscam uma articulação do contexto de ensino e


aprendizagem, possibilitando aos professores estabelecer uma conformidade da arte no
contexto escolar.
Com a homologação do BCNN, buscou-se instituir uma integração da política na-
cional da educação básica, bem como elaboração de conteúdos educacionais que atendam
aos critérios de qualidade, adequados para o pleno desenvolvimento da educação.
Ainda neste contexto, Porto (2015) destaca a necessidade de uma abordagem
pedagógica adequada a cada uma das linguagens artísticas, sendo trabalhadas as especi-
ficidades e particularidades da arte, destacando uma perspectiva educacional que estimule
o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem.
A BNCC destaca que a arte, compreendida como uma unidade temática, articula
o ensino de uma arte integrada, explorando as relações e articulações entre os diferentes
tipos de linguagens artística, bem como ferramentas de comunicação e informação. “O
componente curricular de Arte deve garantir aos alunos o desenvolvimento de algumas
competências específicas” (BNCC, 2019, p. 197).
Diante de todos esses apontamentos, verificamos a preocupação em se determinar
um referencial de qualidade para o ensino da arte, mediante uma riqueza de conteúdos que
pode ser proporcionada aos alunos, estimulando o pensamento crítico, a criatividade e um
ensino ativo,
O trabalho pedagógico da arte busca estabelecer conteúdos sólidos, que estrutu-
rem o currículo escolar, sendo um processo de apropriação de conhecimento, reforçando
as linguagens artísticas. As práticas de ensino da arte permeiam um cenário cultural e
histórico, gerando e construindo sentidos aos alunos.

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 59
3 A ARTE VOLTADA PARA UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA / A ARTE NA EDUCAÇÃO
ESPECIAL

Frente à importância da arte como estratégia pedagógica de ensino, o desenvolvi-


mento cognitivo da arte na educação especial ganha ainda mais destaque. A disciplina de
artes como uma perspectiva inclusiva traz em sua abrangência uma relevância social, pois
através da arte na educação é possível desenvolver percepções visuais, auditivas e corporais,
além da intuição, imaginação, pensamento holístico, entre outros desenvolvimentos da
criatividade, em especial a pessoa com necessidades educativas especiais.
Neste contexto, podemos destacar:
O principal objetivo do ensino da arte para o portador de necessidades edu-
cativas especiais é oferecer-lhes oportunidade de desenvolver suas poten-
cialidades através da criatividade, raciocínio, percepção e domínio motor,
tendo o acompanhamento de pessoas e profissionais esclarecidos de sua
importância, compreendendo os resultados e efeitos provenientes das práti-
cas sugeridas (WEBER, 2017, p. 261).

Vemos assim que a arte possibilita que ocorra a integração das pessoas com de-
ficiência com a sociedade, pois fundamenta-se o desenvolvimento cognitivo (FERREIRA,
2011). As atividades artísticas estimulam habilidades e o desenvolvimento do potencial do
indivíduo, auxiliando a inclusão na sociedade a qual estão inseridos.
Ferreira (2011, p. 60) apresenta que:
Considerando o desenvolvimento por meio da arte como fator fundamental
para qualquer criança, e, especialmente, para os portadores de necessida-
des especiais, as artes visuais, a expressão corporal, as artes cênicas, a mú-

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 60
sica e o artesanato deverão estar sempre presentes na tentativa de incluí-los
na sociedade e fortalecer a identidade dessas pessoas, uma vez que esse
aluno tem sempre a sensação de ser excluído, porque na maioria das vezes a
sociedade o trata como um incapaz. Nesse sentido, a arte pode proporcionar
oportunidade de desenvolvimento emocional, encorajamento e confiança, e,
também, o sentimento de valor, favorecendo o crescimento global dos por-
tadores de necessidades especiais. Portanto, a arte é um conteúdo especial
que deve estar sempre presente na educação do ser humano. (FERREIRA,
2011, p. 60).

Destarte, a arte pode ser um forte elo de ligação na inclusão de pessoas com
deficiência à comunidade que ela faz parte. A escola deve se posicionar como um espaço
inclusivo, fornecendo um atendimento com equidade, atendendo a todas as necessidades
educacionais e desenvolvendo uma proposta pedagógica que desenvolva as potencialida-
des dos estudantes que apresentem necessidades educacionais especiais, em todas as
fases e modalidades de ensino.
Weber (2017) defende que o professor tem a capacidade de proporcionar expe-
riências e aprendizados, através da arte, para a formação e evolução da personalidade do
estudante que necessita de atividades educativas especiais. Neste contexto, destaca-se o
fato que, em uma perspectiva inclusiva, é preciso que a escola se organize pedagogicamen-
te para poder ofertar ações educacionais diferentes para proporcionar o desenvolvimento
acadêmico (ZILIOTTO, 2015).
Corroborando este posicionamento, Ferreira (2011) indica diversos pontos que
precisam ser compreendidos e praticados, dos quais destacam-se: estruturação de espa-
ços adequados aos alunos; cursos de treinamento e formação dos professores, enfoque à
temas adequados; materiais planejados e articulados especificamente a este público alvo.
Fernandes (2006, p. 66) traz uma abordagem necessária de se compreender neste
cerne:
Necessidades especiais significam suprimir barreiras arquitetônicas, reorga-
nizar e adaptar ambientes, contar com o apoio de profissionais especializa-
dos e a flexibilização de currículos, entre tantas outras possibilidades busca-
das na modificação do contexto regular de ensino para acolher o aluno e suas
singularidades. (FERNANDES, 2006, p. 66).

Destaca-se assim, que ao se propor o acesso às pessoas com deficiência, é preciso


uma rede de apoio à escolarização diante da oferta da educação especializada. Diante deste
cenário, podemos destacar que em 2008 o Ministério da Educação publicou a nova Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Tal publicação tem
como objetivo defender os direitos dos alunos com deficiência, garantindo a qualidade de
ensino a este público, bem como possibilitar o desenvolvimento de capacidades de todos
os alunos e a inclusão social (ZILIOTTO, 2015).

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 61
Para tanto, a operacionalização da arte pode ocorrer por diversas formas, como
pintura, música, dança, teatro, entre outras, oportunizando aos alunos com deficiência de
desenvolverem suas habilidades, fortalecendo suas capacidades e, consequentemente,
concretizando o ensino inclusivo.
Ferreira (2011) traz em seu livro diversas sugestões de atividades a serem trabalha-
das com alunos com necessidades educativas especiais, das quais destacarei a dramatiza-
ção. Para a autora, a dramatização é uma maneira do educador iniciar o desenvolvimento
de artes cênicas, possibilitando aos alunos encenar histórias, situações rotineiras, ou ainda
textos criados por eles. A dramatização reforça a comunicação, o estímulo da linguagem
verbal e de trabalhos artísticos fortalece a criatividade dos alunos.
Com a finalidade de estimular o convívio social, o desenvolvimento da expressão
corporal e da comunicação, este tipo de ensino pode ser utilizado em diversas etapas do
ensino e disciplinas curriculares. Desta forma, vemos a dramatização como um poderoso
instrumento de ensino, que promove a socialização, aumento da criatividade e construção
do conhecimento.

SAIBA MAIS

Aluno, você sabia que a utilização de jogos e brincadeiras podem ser ferramentas muito
úteis na educação inclusiva? Muito mais do que apenas um forma de entretenimentos,
os games e as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento de uma criança.
O Instituto Rodrigo Mendes, que busca apoiar redes de ensino nos atendimentos de
estudantes com deficiência em escolas comuns, traz em seu site um relato de mais de
15 registros de brincadeiras inclusivas. Para saber mais, acesse: https://diversa.org.br/
tag/brincadeiras/

REFLITA

“A educação inclusiva só começa com uma radical reforma da escola, com a mudança
do sistema existente e repensando-se inteiramente o currículo, para se alcançar as ne-
cessidades de todas as crianças”.
Dulce Barros de Almeida.

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 62
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando abordamos sobre os conteúdos do ensino de arte, é válido observar a


riqueza que pode ser proporcionado ao estudante, em uma gama vasta de informações e
assuntos.
A arte pode ser discutida através de produções artísticas visuais por meio de dese-
nhos, pinturas, gravuras, colagem, esculturas, instalações, cinema, vídeos e outros meios.
Sendo assim é papel do professor planejar, organizar, e identificar os diversos conteúdos,
bem como as maneiras deles sem melhor trabalhados em sala de aula. Assim, o docente
não pode simplesmente transmitir o conteúdo, de forma automática e passiva, mas é preci-
so envolver e desenvolver o aluno em seu universo de aprendizagem.
A arte como componente curricular centra-se nas seguintes linguagens: Artes
visuais dança, música e teatro. Sendo que estes elementos fundamentam processos pe-
dagógicos voltados para as práticas de leitura, produção e construção de formas artísticas,
pensamentos e emoções, entre outros.
Frente à importância da arte como estratégia pedagógica de ensino, o desenvolvi-
mento cognitivo da arte na educação especial ganha ainda mais destaque. A disciplina de
artes como uma perspectiva inclusiva traz em sua abrangência uma relevância social, pois
através da arte na educação é possível desenvolver percepções visuais, auditivas e corpo-
rais, além da intuição, imaginação, pensamento holístico, entre outros desenvolvimentos da
criatividade, em especial a pessoa com necessidades educativas especiais.

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 63
LEITURA COMPLEMENTAR

Educadores musicais brasileiros têm adotado em seus trabalhos as concepções do


autor russo Lev Vigotski como zona de desenvolvimento iminente, papel do signo e do outro
na constituição do psiquismo, entre outras. Entretanto, a concepção de arte do referido
autor merece ainda ser mais amplamente considerada. De minha parte, acredito nas
contribuições que podem advir dessa concepção para o campo da educação musical, tanto
em seus fundamentos teóricos como em seus desdobramentos didático-metodológicos.

BARBOSA, Maria Flávia Silveira. Vigotski e psicologia da arte: horizontes para a educação musical. Caderno
CEDES, v. 39, n. 39, p. 31-44, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0101-32622019000100031, acessado em 22 de março de 2020.

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 64
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Arte-Educação para Professores
• Autores: ROSA, Nereide Schilaro Santa. SCALÉA, Neusa Schi-
laro.
• Editora: Pinakotheke
• Sinopse: Este livro tem como propósito auxiliar o educador a
enriquecer o seu trabalho com arte-educação em sala de aula,
por meio de uma reflexão sobre a questão da visitação de alunos
aos espaços expositivos. Pretende-se que após sua leitura, esse
educador esteja efetivamente preparado para levar o aluno a com-
preender a importância do contato visual com uma obra de arte
dentro de um espaço especialmente elaborado para essa finalida-
de, e que este momento seja plenamente proveitoso, tanto no seu
aspecto didático-pedagógico, como na geração de crescimento
pessoal e estético.

FILME/VÍDEO
• Título: Colegas
• Ano: 2013
• Sinopse: Colegas é uma divertida comédia que aborda de forma
inocente e poética coisas simples da vida através do olhar de três
jovens com síndrome de Down apaixonados por cinema. Um dia,
inspirados pelo filme Thelma & Louise, eles resolvem fugir no
Karmann-Ghia do jardineiro Arlindo em busca de seus sonhos:
Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um
marido pra se casar. Eles partem do interior de São Paulo rumo a
Buenos Aires. Nessa viagem, enquanto experimentam o sabor da
liberdade, envolvem-se em inúmeras aventuras e confusões como
se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.

WEB
• O Instituto Rodrigo Mendes, que em parceria com o Ministério da
Educação (MEC), traz conceitos teóricos, práticas educacionais e
dicas sobre o ensino e a aprendizagem de arte na perspectiva da
educação inclusiva. O site traz a iniciativa do instituto e vale a pena
conferir!
• https://diversa.org.br/tag/arte/

UNIDADE III Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino 65
UNIDADE IV
Ensino de Arte na Construção do
Conhecimento e a Especificidade das
Linguagens Teatral, Musical e Estética
Professora Especialista Daislene Rodrighero de Carvalho

Plano de Estudo:
● O planejamento no ensino de arte
● A arte e interdisciplinaridade
● Artes visuais, música, dança e teatro segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a conexão entre aluno e arte;
● Estabelecer a conectividade entre a arte e o aluno.
● Compreender a importância do estudo da arte para a formação do professor como
um agente transformador, valorizando os aspectos sociais, morais, políticos e
econômicos do educando como um todo.

66
INTRODUÇÃO

Olá aluno (a),

Chegamos à última unidade de nosso livro!

Nesta quarta unidade compreenderemos como o ensino da arte é utilizado na cons-


trução do conhecimento, tratando ainda sobre as especificidades das linguagens teatral,
musical e estética.
Até aqui buscamos compreender a evolução histórica da arte ao longo dos anos,
seus pressupostos e objetivos gerais da arte, bem como os conteúdos da arte nos distintos
níveis educacionais. Agora chegou o momento de avaliar a arte na construção do conheci-
mento.
Para tanto, no primeiro momento desta seção vamos verificar como o planejamento
no ensino da arte é assimilado neste processo, investigando como ocorre esta organização.
Discutiremos na sequência, a arte e interdisciplinaridade, isto é, a relação da arte com
várias outras disciplinas ou áreas de conhecimento. Além disso, descobriremos como a arte
é desenvolvida nas artes visuais, na música, na dança e no teatro, trazendo uma riqueza
de possibilidades e ações.
Você verá ao fim desta unidade como a arte tem papel de destaque no contexto
escolar, isto trará oportunidades para reflexões sobre como a arte pode ser uma ferramenta
poderosa no ensino, sendo um instrumento muito produtivo na construção do conhecimento.
Tenho certeza que conhecer estes aspectos sobre a arte será muito interessante.

Boa leitura!

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 67
1 O PLANEJAMENTO NO ENSINO DE ARTE

Vamos refletir com as sábias palavras do filósofo, escritor e do artista Rubens Alves:
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são
gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-
-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram
de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. ”(Rubem Alves).

Com tem sido nossas escolas? Essas gaiolas, que fazem os pássaros desaprender
o voo? Pense nisso, aluno, pois você, como futuro docente ou educador em exercício da
gaiola. Mas, dependendo de sua prática pedagógica e de seu compromisso com a arte-e-
ducação, também pode fazer parte dessa decolagem e voo.
É o que vamos trabalhar nessa unidade, como trabalhar com planejamento e
projetos de arte-educação, para que assim possamos construir novos conhecimentos e
atribuir significados aprofundados à aprendizagem dos alunos. Espero assim que você
goste e venha se apaixonar por sua profissão e o ensino da arte.
Para Porto (2016), é importante que o professor responsável pela disciplina de artes
visuais na escola considere em seu plano pedagógico uma ampla variedade de descrição
especialmente ao trocar experiências com seus alunos.
Falando um pouco sobre projeto, você sabe o que é um projeto ou significa projeto?
O significado de projeto, para muitas pessoas, tem a relação com algo complicado,
voltado para a área de contas e engenharias, englobando assim cálculos entre outros.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 68
Porém se você estiver pensando assim, calma! Pois, não se trata exatamente desse projeto
ao qual descrevi. O projeto que estamos falando se trata de projeto, plano, ideias.
Um projeto tem o significado e a mesma finalidade que o plano, ou até mesmo
uma ideia e planejar, assim se tratando de organizar suas ideias e planejar, descrever seu
passo a passo. Portanto podemos concordar com Machado (2000, p. 57), “[...] a ideia de um
projeto está presente em contextos muito mais abrangentes, muitos técnicos, muito mais
pessoas, dizendo respeito a praticamente todas as ações características do modo de ser
humano”.
O início de um projeto deve envolver ideias, um plano, algo que você deseja ensinar,
realizar. Com essa ideia em mente, é preciso planejar os meios para serem desenvolvidos e
executá-las. É sobre esse planejamento que Machado (2000, p. 65), nos orienta que:
Assim como é importante discernir o que vem antes dos projetos, também o
é reconhecer a necessidade de associá-los com procedimentos que visem
a implementação das ações em busca de metas antecipadas, bem como
de provê-los de instrumentos de avaliação e de trajetória emergentes, em
busca de novas metas. A realização do que se projeta exige certo nível de
organização, de planejamento da ações. Não bastam a vontade e o impro-
viso. É preciso estabelecer metas intermediárias, articular objetivos parciais,
eventualmente em certo encadeamento, conceder indicadores relativos ao
cumprimento das metas. (MACHADO, 2000, p. 65).

A escolha do tema e a problematização são partes fundamentais de um projeto


que visam motivar, instigar a curiosidade do aluno. Desta forma, é preciso levar o aluna a
alcançar uma motivação que estimule a curiosidade, uma forma de aprendizado pessoal,
assim, tendo maiores possibilidades de gerar aprendizagens mais significativas.
Demos início a nossa discussão afirmando que um projeto precisa ser planejado,
com antecedência, pois é função do professor planejar. Para elaborarmos um projeto, pre-
cisamos de um tema e de metas, ou de objetivos a serem alcançados através de estudos e
de desenvolvimentos desse tema. Para tanto, uma forma para se estruturar é por meio da
pedagogia crítica.
Vamos falar um pouco sobre pedagogia crítica, está você já ouviu falar? Caso nunca
tenha ouvido falar, não se preocupe. Abordarei de uma forma breve.
Pedagogia Histórico-Crítica se fundamenta na concepção de que a escola existe
para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber científico.
Aqui nos parece importante ressaltar que a construção do saber científico se dá também
mediante os conteúdos de arte. Um projeto inspirado na transformação social deve primar
pela transmissão de conteúdos artísticos. Isso porque é por meio deles que imprimimos

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 69
a humanidade desejada, garantimos acesso à cultura elaborada e garantimos às novas
gerações.
Isso implica em assumir uma nova postura diante do ensino de arte. Implica em
trabalhar diversas obras e artistas de forma contextualizada, ou seja, em evidenciar para os
alunos que os conteúdos da arte se comunicam e possuem diversas dimensões (científicas,
históricas, econômicas, políticas etc.) que devem ser ensinadas e explicadas no processo
de aprendizagem.
Essa postura pedagógica permite ao aluno compreender os conhecimentos em
suas múltiplas faces dentro do contexto social. Cada obra de arte pode ser compreendida
em suas contradições, em suas ligações com outros conteúdos e com outras disciplinas.
Assim, a arte passa a tornar-se fonte de conhecimento e toda história da arte e de
seus artistas passa a formar um todo contínuo, com sentido completo e inserido socialmente.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 70
2 A ARTE E INTERDISCIPLINARIDADE

Podemos dizer que arte e a interdisciplinaridade estão sempre em um processo de


transformação.
Para Bamonte (2007), a arte está sempre em transformação, porém reflete o tempo
no qual foi inserida. Desse modo, o pensamento que for construído nesse tempo pode
contribuir para que compreendamos as produções artísticas, considerando sua origem nas
diversas áreas do saber e refletindo o mundo, como forma de produção humana integrada
e não isolada.
A arte é englobada em vários conteúdos e aspectos, não ficando assim presa ape-
nas em uma área. A escola e o professor devem buscar a melhor maneira de desenvolver
este conteúdo com o aluno, apresentando a ele uma maneira onde podemos ver o lado que
reflete manifestações sociais, culturais, entre outras, mostrando como pensar e agir.
Quando falamos em arte, suas origens interdisciplinares demonstram no que é
preciso reconhecer: o ato de pensar, sobretudo reconhecer sua linguagem artística, que se
envolve com o lado prático e teórico.
Para Rizolli (2007), a criação artística acaba sendo uma multitarefa, pois o artista
passa por desafios contínuos que envolvem o criar e a articulação do conhecimento.
O pensar interdisciplinar busca desenvolver o diálogo independente da disciplina
ou currículo escolar, levando assim o aluno a se contextualizar com o que está em sua vol-

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 71
ta, buscar o conhecimento e pesquisa, mantendo assim a essência do projeto acadêmico
abordado, uma vez que o ensino da arte nos leva a caminhar em vários territórios.
É essencial que o professor compreenda a importância deste pensar, que ele traga
a interdisciplinaridade para dentro da sala de aula, assim apresentando os saberes e rela-
cionando a vivência e contexto em geral e ao seu redor.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 72
3 ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO SEGUNDO OS PARÂMETROS CURRI-
CULARES NACIONAIS

A arte como um processo didático possui múltiplas dimensões de ensino, e pode


ser representada e desenvolvida por diversas formas, as quais, segundo Lippe (2016), des-
tacam-se as: artes visuais; dança; música; e do teatro. Estas linguagens artísticas remetem
às maneiras de se praticar a criação, leitura, produção, construção e reflexão sobre as
formas artísticas (BNCC, 2019).
Ainda sobre estas linguagens artísticas, enquanto metodologias de ensino, trazem
conteúdos, criatividade e experiência aos alunos. Neste contexto, Ferreira (2012, p. 84),
destaca que:
Desenvolver a autoexpressão por meio da arte é desenvolver, também, a
confiança, a autoestima, as vivências e as experiências, e a arte contribui
tanto para a área do desenvolvimento como para qualquer outro setor. Por
meio de pinturas, desenhos, colagens, modelagens, construção, dobraduras,
a expressão artística poderá acontecer de maneira inesperada, proporcio-
nando a oportunidade de aumentar a capacidade de ação, de experiência, de
redefinição e segurança dos alunos. (FERREIRA, 2012, p. 84).

Corroborando este apontamento, por meio da compreensão de Lippe (2016), pode-


mos destacar que o ensino da arte precisa compreender em seu âmbito a diversidade do
repertório cultura e, assim, introduzir informações para a produção social, fortalecendo o
papel da arte na formação dos indivíduos.
Para compreender melhor este universo do ensino da arte, trabalharemos as quatro
linguagens da artística, começando pelas artes visuais.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 73
Artes visuais

As artes visuais estão intimamente relacionadas com a expressividade e à emoção.


Para melhor compreendê-las, vamos primeiramente verificar a definição compreendida pela
BNCC (2019, p. 195):
As Artes visuais são os processos e produtos artísticos e culturais, nos diver-
sos tempos históricos e contextos sociais, que têm a expressão visual como
elemento de comunicação. Essas manifestações resultam de explorações
plurais e transformações de materiais, de recursos tecnológicos e de apro-
priações da cultura cotidiana. (BNCC, 2019, p. 195).

Vemos que as artes visuais possuem diversas possibilidades para que os alunos
explorem distintas maneiras de ações para visualizar, dialogar, e conhecer outros espaços
artísticos, bem como maneiras expressivas de arte.
Neste contexto de ampla atividade, Porto (2014) destaca, dentro das artes visuais,
duas manifestações: desenho e pintura.
O desenho, apesar de ser uma das formas mais básicas das artes visuais e estar
presente muitas vezes no cotidiano das crianças mesmo antes de se ingressarem na esco-
la, pode ser uma boa maneira de trazer a relação entre o significado e o significante para o
ensino da arte. O desenho pode estimular a expressão, a proporção, concepção e outros
elementos de perspectiva no ato de se ensinar arte.
Já a pintura é uma técnica muitas vezes utilizada no contexto histórico-social, com
diversos estilos e pintores a serem estudados. Porto (2014, p. 112) destaca que no ensino
da pintura “deve se incentivar também o desenvolvimento das percepções, identificando as
nuances das cores e os movimentos empregados nos pincéis”. A autora ainda destaca que
as principais técnicas da pintura são: pintura a óleo; pintura acrílica; aquarela e tempero;
pintura com cores em barra; e afresco.
Neste contexto, Lippe (2016) ressalta que as artes visuais podem ser trabalhadas
muito além das formas tradicionais, como a pintura, gravura, e escultura, mas também
podem englobar maneiras renovadas, como a fotografia, as artes gráficas, a televisão e
mesmo a computação, todas elas com destaque à expressão e à comunicação.
Nesta abordagem mais atualizada das artes visuais, um das linguagens que po-
demos abordar é o cinema. Porto (2014, p. 118) destaca sobre o cinema: “A chamada
‘sétima arte’ possui uma linguagem própria e compatível com a velocidade em que vive o
homem contemporâneo. O laço que liga o cinema à vida real é forte, servindo como grande
representação dos sentimentos e anseios da sociedade atual”.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 74
Diante disso, vemos como é vasto o campo de atuação dos professores para com
as artes visuais, bem como compreendido por Porto (2014, p. 75): “É importante que o
professor responsável pela disciplina de artes visuais na escola considere em seu plano
pedagógico essa ampla variedade de criações, especialmente ao trocar experiências com
seus alunos”. Além disso, a autora ainda destaca a necessidade do professor se manter
atualizado com relação à estas vertentes da arte renovando os materiais, técnicas e forma
de expressão, bem como possibilitar o acesso deste conhecimentos ao alunos de maneira
teórica e, principalmente, prática.
Lippe (2016, p. 39), com apoio nos parâmetros curriculares nacionais, destaca
alguns objetivos da arte visual da educação:
● Observação, estudo e compreensão de diferentes obras de artes visuais,
artistas e movimentos artísticos produzidos em diversas culturas (regio-
nal, nacional e internacional) e em diversos tempos da história;
● Reconhecimento da importância das artes visuais na sociedade e na vida
dos indivíduos;
● Identificação de produtores em artes visuais como agentes sociais de
diferentes épocas e culturas: aspectos das vidas e alguns produtos ar-
tísticos;
● Pesquisas e frequência junto das fontes vivas (artistas) e obras para re-
conhecimento e reflexão sobre a arte presente no entorno;
● Contato frequente, leitura e discussão de textos simples, imagens e in-
formações orais sobre artistas, suas biografias e suas produções; Entre
outros. (LIPPE, 2016, p. 39).

Vemos, diante destes objetivos, que a arte tem uma grande dimensão de atuação.
Os elementos visuais são poderosos para o aprendizado da arte pelos alunos.

Dança

A dança consiste em uma atividade corporal e de movimentação que traz como


característica principal no ensino da arte o desenvolvimento motor, além de ações como
autonomia, responsabilidade e sensibilidade (LIPPE, 2016). Nesta compreensão, é impor-
tante avaliar uma conceituação desta linguagem artística:
A Dança se constitui como prática artística pelo pensamento e sentimento do
corpo, mediante a articulação dos processos cognitivos e das experiências
sensíveis implicados no movimento dançado. Os processos de investigação
e produção artística da dança centram- -se naquilo que ocorre no e pelo cor-
po, discutindo e significando relações entre corporeidade e produção estética
(BNCC, 2019, p. 195).

Em sua compreensão sobre a dança, Ferreira (2011) destaca que a arte pode ser
considerada uma das expressões artísticas mais antiga, considerando que o homem primi-
tivo utilizava da dança para expressão algumas representações, como buscar proteção dos

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 75
deuses ou para por ser grato pelo sucesso em uma caçada ou ainda simplesmente para
expressar alegria. A autora ressalta ainda que “Dançar é algo instintivo, espontâneo e uma
forma de se comunicar até com a divindade, como, por exemplo, com o candomblé, onde a
dança faz parte do ritual sagrado” (2011, p.105).
A dança utilizada como metodologia de ensino traz os movimentos corporais ritma-
dos como forma de expressão, que possibilita a reflexão e criatividade. Porto (2014, p. 129)
destaca que a dança “não busca perfeição técnica voltada a uma formação profissional,
mas sim auxiliar a descoberta, pelo aluno, de suas próprias formas de movimentação e ex-
pressão”. Complementando esta ideia, a dança pode ser uma forma de auxiliar o desenvol-
vimento mental do indivíduo, bem como compreensão do mundo ao seu redor (FERREIRA,
2011).
Lippe (2016, p. 40) compreende a arte da dança como componente da expressão
e da comunicação humana, e, de acordo com os parâmetros curriculares nacionais, aponta
como alguns de seus objetivos:
● Observações e análise das características corporais individuais: a forma,
o volume e o peso;
● Experimentação na movimentação considerando as mudanças de veloci-
dade, de tempo, de ritmo e o desenho do corpo no espaço;
● Observação e experimentação das relações entre peso corporal e equi-
líbrio;
● Improvisação na dança, inventando, registrando e repetindo sequências
de movimentos criados; Entre outros. (LIPPE, 2016, p. 40).

Diante disso, vemos a dança como uma experiência física, que pode utilizar a movi-
mentação de maneira criativa como forma de expressão, na qual os alunos podem realizar
percepções do corpo e da dança. A arte da dança exercita corpo e alma, pode trazer um
comportamento positivo nos alunos, sendo de grande contribuição no processo de ensino
e aprendizagem.

Música

A música pode ser compreendida como uma expressão que sempre esteve as-
sociada com as tradições e culturas de cada época. Uma compreensão da música como
linguagem artística é:
A Música é a expressão artística que se materializa por meio dos sons, que
ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensibilidade sub-
jetiva quanto das interações sociais, como resultado de saberes e valores
diversos estabelecidos no domínio de cada cultura. A ampliação e a produ-
ção dos conhecimentos musicais passam pela percepção, experimentação,
reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros diversos, dos mais

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 76
próximos aos mais distantes da cultura musical dos alunos. Esse processo
lhes possibilita vivenciar a música inter-relacionada à diversidade e desenvol-
ver saberes musicais fundamentais para sua inserção e participação crítica e
ativa na sociedade (BNCC, 2019, p. 196).

Ferreira (2011) nos indica que a música e suas expressões musicais compreende
uma metodologia de ensino com grande poder de desenvolvimento para a criança e também
do adolescente, pois proporciona acuidade auditiva e visual, além de fomentar a memória
e atenção. A música favorece a expressão das emoções, comunicação, sensações, pensa-
mentos e outras formas dos processos de cognição.
A música na sala de aula “tem como objetivo a criação, a expressão do aluno e
a reflexão sobre a realidade e sua possível transformação. Não se trata de almejar uma
formação profissional, mas de investigar o papel da música na vida das pessoas” (PORTO,
2014, p. 124).
Como objetivos da música no processo de ensino da arte, Lippe (2016, p. 44, apud
BRASIL, 1997), seguindo os parâmetros curriculares nacionais, destaca:
● Identificação de instrumentos e materiais sonoros associados a ideias
musicais de arranjos e composições;
● Percepção e identificação dos elementos da linguagem musical;
● Observação e discussão de estratégias pessoais e dos colegas em ativi-
dade de apreciação;
● Discussão de características expressivas e de intencionalidade de com-
positores e intérpretes em atividades de apreciação musical;
● Explicitação de reações sensoriais e emocionais em atividades de apre-
ciação e associação dessas reações aspectos da obra apreciada. (LI-
PPE, 2016, p. 44, apud BRASIL, 1997).

Vemos como a música possui bastante aplicação como forma expressiva da lingua-
gem da arte. “O conhecimento artístico em música deverá ser pautado por atividades de
apreciação e produção, a partir do estudo das diferentes formas e estruturação da música e
do contato com as mais variadas manifestações musicais e produções sonoras – incluindo
os sons presentes em nosso cotidiano, de sirenes a concertos” (PORTO, 2014, p. 125).

Teatro

O teatro é um instrumento de ensino que desenvolve a comunicação e a expressão


corporal, trazendo simulações da realidade, situações do cotidiano a serem encenadas,
nas quais o aluno vivencia o meio em que está inserido e compreende melhor as interações
sociais (LIPPE, 2016).
A linguagem artística do teatro no ensino da arte é compreendida como:

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 77
O Teatro instaura a experiência artística multissensorial de encontro com o
outro em performance. Nessa experiência, o corpo é lócus de criação ficcio-
nal de tempos, espaços e sujeitos distintos de si próprios, por meio do verbal,
não verbal e da ação física. Os processos de criação teatral passam por
situações de criação coletiva e colaborativa, por intermédio de jogos, impro-
visações, atuações e encenações, caracterizados pela interação entre atuan-
tes e espectadores. O fazer teatral possibilita a intensa troca de experiências
entre os alunos e aprimora a percepção estética, a imaginação, a consciência
corporal, a intuição, a memória, a reflexão e a emoção (BNCC, 2019, p. 196).

Ainda para uma melhor compreensão do ensino da arte, é válido destacar que “O
teatro é uma arte complexa, que reúne diversos tipos de atividades expressivas e artísticas
e engloba toda a potencialidade do homem em termos de corpo, fala e gesto” (PORTO,
2014, p. 95). Observamos, desta forma, um estímulo à criatividade e expressividade das
crianças e adolescentes, por meio da dramatização.
Ainda nesta abordagem, “O teatro é uma atividade que proporciona experiências
que auxiliam o crescimento integrado da criança, já que, no ensino infantil, ela está na fase
de descobrir e vivenciar o coletivo pelo processo de socialização e de amizade” (LIPPE,
2016, p. 46).
Lippe (2016, p. 47), seguindo os parâmetros curriculares nacionais, destaca como
alguns objetivos do teatro nas atividades da arte:
● Reconhecimento e integração com os colegas na elaboração de cenas e
na improvisação teatral;
● Interação ator-espectador na criação dramatizada;
● Compreensão dos significados expressivos corporais, textuais, visuais e
sonoros da criação textual;
● Reconhecimento e utilização de elementos da linguagem dramática: es-
paço cênico, personagem e ação dramática; Entre outros. (LIPPE, 2016,
p. 47).

Diante de todos esses levantamentos, é perceptível a importância do teatro no pro-


cesso de ensino e aprendizagem da arte. Nesta linguagem artística, estimula-se atividades
de expressão, comunicação e reflexão, fazendo com que o aluno estimule sensações, emo-
ções, autoconhecimentos, entre muitas outras possibilidades para a formação da criança.
Visualizando todas as linguagens artísticas da arte tratadas nesta seção do livro,
vemos como o ensino da arte é rico de possibilidades e desdobramentos, na qual os alunos
podem estimular as experiências e vivências para a construção de sua personalidade e ha-
bilidades. Portanto, a arte, como componente curricular do ensino e suas muitas formas de
produções artísticas, articula uma diversidade de saberes e práticas, sendo uma poderosa
metodologia pedagógica de ensino.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 78
SAIBA MAIS

Aluno (a),

Ao longo desta unidade você percebeu a importância do planejamento da metodologia


do ensino da arte? A arte é de fundamental significância para uma aprendizagem de
qualidade, sendo componente do curricular obrigatório da educação básica. Frente à
essa importância e complexidade, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) consiste
em um documento de caráter normativo de aprendizagens essenciais ao longo das eta-
pas e modalidades da Educação Básica.
E você pode consultar o documento completo do BNCC no seguinte site:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

Essa base busca cumprir o compromisso da equidade na educação dentro da socieda-


de brasileira. Sua leitura é bastante relevante para a compreensão do cenário educacio-
nal do país.

REFLITA

“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que
são”.
Fernando Pessoa.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 79
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final de mais uma unidade, está ao qual abordou diversos temas,
que podem ser trabalhado e apresentado em sala de aula, juntamente com seu projeto
pedagógico, podendo assim dizer e compreender que:
A arte como um processo didático possui múltiplas dimensões de ensino, e pode
ser representada e desenvolvida por diversas formas, as quais, segundo Lippe (2016), des-
tacam-se as: artes visuais; dança; música; e do teatro. Estas linguagens artísticas remetem
às maneiras de se praticar a criação, leitura, produção, construção e reflexão sobre as
formas artísticas (BNCC, 2019), onde ela passou por alterações nesse percurso até chegar
aos dias atuais.
A arte é englobada em vários conteúdos e aspectos, não ficando assim presa ape-
nas em uma área. A escola e o professor devem buscar a melhor maneira de desenvolver
este conteúdo com o aluno, apresentando a ele uma maneira onde podemos ver o lado que
reflete manifestações sociais, culturais, entre outras, mostrando como pensar e agir.
E por fim o significado de projeto, para muitas pessoas, tem a relação com algo
complicado, voltado para a área de contas e engenharias, englobando assim cálculos entre
outros. Porém se você estiver pensando assim, calma! Pois, não se trata exatamente desse
projeto ao qual descrevi. O projeto que estamos falando se trata de projeto, plano, ideias.

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 80
LEITURA COMPLEMENTAR

O ensino de arte tem uma função muito significativa na educação contemporânea.


Além do conhecimento específico das linguagens artísticas, a disciplina é um meio de reco-
nhecimento de identidades e de alteridades: o sujeito, as trocas entre as culturas, o outro,
o professor, o aluno, o cidadão. O ato de ensinar e aprender arte configura-se no pensar
sobre as coisas: transforma os sujeitos envolvidos nessa ação em intérpretes do mundo.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Arte na educação Escolar
• Autor: Bernadete Zagonel
• Editora: Intersaberes
• Sinopse: Já faz muito tempo que a arte deixou de ser algo
distante, quase inalcançável, para incorporar-se ao dia a dia da
sociedade. Entrou, inclusive, na escola. Este livro trata do ensino
da arte de acordo com as novas tendências pedagógicas, ultra-
passando sua discussão teórica para proporcionar a pais, alunos
e educadores uma reflexão mais profunda, que leve a soluções
adequadas a cada sala de aula. Aqui, o leitor entenderá porque
a arte é peça imprescindível para uma formação de qualidade:
cabe ao professor o papel de apresentá-la aos alunos de maneira
dinâmica e instigante.

FILME/VÍDEO
• Título: Crescendo! The power of music
• Ano: 2014
• Sinopse: Trabalhando com a ideia de que a música pode ser
um instrumento de promoção social, este documentário americano
acompanha duas crianças da Filadélfia e uma em Nova York que
têm suas vidas transformadas após integrarem um programa de
Educação musical gratuito intitulado “El Sistema”. Com origem na
Venezuela, o programa também foi implementado nos Estados
Unidos.  O filme traz como os recursos culturais podem agregar
para a formação dos estudantes.

WEB
O site traz cinco benefícios da educação musical para crianças.
Entenda como a música favorece a formação integral do indivíduo
e pode ser um ótimo recurso pedagógico.

• Link do site:
http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/cinco-beneficios-da-edu-
cacao-musical-para-criancas/

UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 82
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UNIDADE IV Ensino de Arte na Construção do Conhecimento e a Especificidade das Linguagens Teatral, Musical e Estética 84
CONCLUSÃO

Prezado(a) aluno(a),
Neste material, busquei trazer para você o contexto da arte na educação, onde
ocorreram algumas alterações de normas e leis no decorrer desse período. Para tanto
abordamos as definições teóricas e, neste aspecto acreditamos que tenha ficado claro para
você o quanto é essencial o conhecimento pela arte.
Destacamos também importância histórica de como a arte surgiu e como ela foi
acontecendo em seu desenrolar, desde seus antepassados aos tempos atuais, ressaltando
de forma breve sua história e curiosidades.
Ao pensarmos como abordar a arte no contexto escolar, logo pensamos em suas
normas e leis, levando em consideração que ambos são necessários caminharem juntos
para que assim, possa ser efetuado um trabalho de qualidade.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente
desenvolvendo ainda mais suas habilidades para criar e desenvolver seu conhecimento em
sala de aula.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

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