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GUARULHOS – SP
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
5 AUTISMO .............................................................................................................. 42
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 DEFICIÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE SÍNDROMES
Fonte: https://abrangeabc.com.br/
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imediatistas e desarticuladas, que mantiveram as pessoas com deficiência isoladas
nos espaços da família ou em instituições de confinamento (MAIOR, 2015).
Durante o século XX, surgiu o modelo biomédico da deficiência, que interpreta
a deficiência como incapacidade a ser superada. Esse modelo está vinculado à
integração social. Posteriormente, instalou-se a transição para o modelo social da
deficiência, relacionado à inclusão. Atualmente aplica-se o paradigma dos direitos
humanos para garantir a dignidade da pessoa com deficiência, o combate à violação
de seus direitos, sua autonomia e acesso a todas as prerrogativas sociais.
No modelo biomédico, considera-se a deficiência como consequência de uma
doença ou acidente, que deve ser objeto de tratamento para a habilitação ou a
reabilitação do máximo de capacidades, aproximando-se da cura. Este paradigma tem
como foco as limitações funcionais que se encontram na pessoa, desconsiderando as
condições do contexto social (MAIOR, 2015).
Esse modelo corresponde à integração da pessoa com deficiência à sociedade,
situação na qual os esforços de participação são desenvolvidos pela pessoa e sua
família, sem que haja mudanças da sociedade. Para Sassaaki (2003), o modelo
biomédico da deficiência tem sido responsável, em parte, pela resistência da
sociedade em aceitar a necessidade de mudar suas estruturas e atitudes. Nesse
modelo as políticas públicas destinadas às pessoas com deficiência são específicas,
isoladas e habitualmente restritas à saúde, assistência e educação especial em
escolas segregadas. Na integração as pessoas com deficiência são representadas
pelos profissionais e familiares, sem voz e sem atuação direta nas políticas públicas.
Em muitas sociedades subsiste modelo de integração.
A partir da consolidação dos estudos sobre a deficiência na década de 1960 e
do movimento de reinvindicação de direitos, da luta contra a opressão e pelo
protagonismo das pessoas com deficiência, surgiu o modelo social da deficiência em
contraposição ao modelo meramente biológico (DINIZ, 2009). O modelo social tem
por foco as condições de interação entre a sociedade e as pessoas com limitações
funcionais. As pessoas com deficiência são sujeitas de direitos, com autonomia e
independência para fazer suas escolhas, contando com apoios sociais (MAIOR,
2015).
O modelo social visa à transformação das condições sociais, mediante políticas
públicas inclusivas. No modelo social da deficiência cabe à sociedade eliminar todas
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as barreiras físicas, programáticas e atitudinais para que as pessoas possam ter
acesso aos serviços, lugares, informações e bens necessários ao seu
desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional (SASSAKI, 2003). Nesse
modelo, as políticas universais contemplam as especificidades do segmento das
pessoas com deficiência (BERMAN-BIELER, 2005). As intervenções são realizadas
na esfera atitudinal e na provisão de acessibilidade nas construções e espaços
urbanos, nos transportes, nas diversas formas e sistemas de comunicação, de
informação, assim como acesso à tecnologia assistiva (MAIOR, 2015).
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atributos das pessoas, atributos esses que podem ou não gerar restrições para o
exercício dos direitos, dependendo das barreiras sociais ou culturais que se
imponham aos cidadãos com tais limitações (FONSECA, 2007).
Por esse motivo, um indivíduo com limitação funcional encontrará condições de
realizar atividades e participar na proporção direta dos apoios sociais existentes. Isso
significa dizer que o meio é responsável pela deficiência imposta às pessoas. Nesse
sentido, deficiência é uma questão coletiva e da esfera pública, e é obrigação dos
países prover todas as questões que efetivamente garantam o exercício dos direitos
humanos. Por exemplo, na concepção de novos espaços, políticas, programas,
produtos e serviços, o desenho deve ser sempre universal e inclusivo, para que não
mais se construam obstáculos que impeçam a participação das pessoas com
deficiência (LOPES, 2014).
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Num passado recente, para tipificar as deficiências era utilizada a Classificação
Internacional de Doenças (CID) que corresponde aos diagnósticos e, portanto,
somente aspecto biológico da pessoa. É uma classificação linear, existindo um código
para cada doença. Considerando-se que deficiência não é doença, a CID não serve
para interpretá-la. Continua-se a usar a CID para exprimir a origem dos impedimentos:
doenças genéticas, lesões congênitas (adquiridas na gravidez ou durante o parto) e
agravos externos (doenças ou acidentes).
A partir de 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS), adotou a
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), na qual
estão os domínios referentes ao corpo (estrutura e função) e aos aspectos
contextuais. Com apoio na CIF avalia-se a limitação nas atividades básicas e nas
instrumentais, assim como a restrição na participação social fatores envolvidos no
modelo social da deficiência (BUCHALLA, 2003).
Internacionalmente a divisão clínica mais adotada compreende a deficiência
física, sensorial (auditiva e visual) e intelectual. Cada país pode considerar outros
subgrupos, tais como a deficiência orgânica e transtorno mental ou psicossocial. No
Brasil, foram inseridos na deficiência física: o nanismo e a ostomia (orifício aberto para
permitir a excreção de fezes e de urina ou traqueostomia para apoio respiratório). Já
as pessoas com transtorno do espectro autista estão reconhecidas como pessoas
com deficiência para todos os fins das políticas públicas.
As formas de deficiência correspondem às alterações biológicas e suas
necessidades específicas. A qualquer momento, outros grupos de interesse podem
demandar sua inclusão no rol das pessoas com deficiência. Entretanto, a razão de
existir legislação e políticas públicas é promover e proteger os direitos das pessoas
que estão em condições de maior exclusão na sociedade. Ampliar exageradamente a
proteção para mais subgrupos, no entanto, desvirtua o foco das políticas de ação
afirmativa existentes, cuja finalidade é reduzir a desvantagem histórica das pessoas
com deficiência grave ou severa.
Na legislação brasileira, os diferentes tipos de deficiência estão categorizados
no Decreto nº 5.296/2004 como: deficiência física, auditiva, visual, mental (atualmente
intelectual, função cognitiva) e múltipla, que é a associação de mais de um tipo de
deficiência (BRASIL, 2004).
Enquadram-se nas categorias do Decreto nº 5.296/2004:
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“Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos
do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se
sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções”.
A deficiência física compreende as condições de dificuldade na marcha, na
sustentação e no equilíbrio do corpo, da cabeça e na movimentação dos membros
superiores, em graus diferentes de comprometimento, como paralisia (plegia) e falta
de força (paresia). Para melhorar a funcionalidade são utilizados equipamentos como
próteses (nos casos de amputação), órteses como muletas, bengalas, calhas,
estruturas para apoiar os membros e cadeira de rodas. As pessoas com deficiência
física têm limitação para ir e vir, sair e entrar, alterar posições para se proteger,
obedecer a instruções como ficar parada, levantar os braços, virar-se, sair de um
veículo. Portanto, em algumas situações elas precisam de auxílio imediato para deixar
ambientes de risco à sua integridade, tais como incêndios, desmoronamentos,
desastres naturais, acidentes e agressões. Em caso de revista, as próteses e algumas
órteses e bolsas coletoras usadas por baixo das roupas não devem ser confundidas
com armas. A pessoa com deficiência não pode ser privada de seu respectivo
equipamento, inclusive no caso de detenção em cadeias ou presídios (MAIOR, 2015).
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intérpretes de Libras nos órgãos públicos, bem como capacitar os agentes públicos a
usar a Libras (BRASIL, 2002). De forma complementar, a comunicação escrita na tela
do aparelho celular, tablete ou computador pode facilitar a comunicação. A leitura
labial exige visão direta e fala pausada, entretanto a comunicação é parcial e pode
gerar falso entendimento. As pessoas surdas não reagem a alarmes e ordens sonoros,
não conseguem gritar por socorro e estão mais expostas ao perigo (MAIOR, 2015).
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Cabe ressaltar que a deficiência intelectual se refere ao aspecto cognitivo e não
se confunde com o transtorno ou doença mental. Outra observação importante é o
fato de haver graus de deficiência intelectual definidos pelas limitações no
aprendizado e outras habilidades adaptativas. A síndrome de Down (alteração
genética) é expressa por características físicas detectáveis facilmente, entretanto a
maior parte das situações de deficiência intelectual não tem manifestações
perceptíveis. As pessoas com deficiência intelectual desenvolvem suas habilidades
com atenção em saúde e habilitação, educação inclusiva, oportunidades de
participação nas atividades sociais, inclusive nas de trabalho (MAIOR, 2015).
Quando houver a abordagem de uma pessoa com deficiência intelectual,
devem ser usadas frases curtas e simples, sabendo-se que o tempo de resposta é
mais lento e, muitas vezes, elas não querem demonstrar que não entenderam a
pergunta ou a ordem recebida. Frente a situações estressantes, a pessoa com
deficiência intelectual pode ficar muito impaciente ou tentar fugir, pois não sabe o que
está ocorrendo, pois não foi preparada para emergências. Em um interrogatório ela
pode ser levada a dar as respostas que pensa que irão agradar, por exemplo,
confessando aquilo que não fez e, dessa maneira são consideradas culpadas com
mais facilidade. Como exemplo, podemos citar que alguns estudos demonstram que
na população prisional norte-americana o percentual de detentos com deficiência
intelectual é muito mais elevado que na população em geral. Isso não significa uma
predisposição ao crime e sim uma desvantagem em relação ao sistema policial e
judicial que não está preparado para lidar com as diferenças humanas (WEISS, 2014).
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tenham acesso aos direitos, aos bens e serviços e participem na vida comunitária em
igualdade com as demais pessoas. Entretanto, a existência de arranjos sociais que
favorecem a violência, tanto intrafamiliar como externa, exige maior conhecimento dos
profissionais acerca das características peculiares dos tipos de limitação funcional e
a repercussão sobre a capacidade de defesa ou o risco de uma pessoa com
deficiência ser vítima de violência. Saber lidar com as pessoas com deficiência em
quaisquer situações é derrubar barreiras e trabalhar a favor da inclusão (MAIOR,
2015).
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predomínio de fatores biopáticos e os sóciopáticos. Nas pessoas que apresentavam
características biopáticos (hereditários, congênitos e adquiridos) mais evidentes, os
déficits na capacidade intelectual eram classificados em débeis para indicar um grau
leve de deficiência, imbecis para indicar que se tratava de pessoas débeis educáveis,
e, os idiotas que classificava as pessoas débeis em grau profundo. Os fatores
sóciopáticos referiam-se a predominância da carência de estímulos ambientais e
educacionais (ANTIPOFF, 1981).
Sempre que a discussão é sobre as deficiências, estas são pensadas a partir
das definições médicas, contidas nos manuais de saúde mental, organizados por
associações médicas internacionais. A deficiência intelectual possui uma definição
médica apresentada no manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais-
DSM-5 (2014) organizado pela American Psychiatry Association (APA), que traz a
seguinte definição:
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Precisamos considerar que o desempenho do deficiente intelectual irá
depender da história de vida do paciente, particularmente, do apoio familiar e das
oportunidades vivenciadas, bem como das necessidades de apoio e das perspectivas
de desenvolvimento.
Segundo a OMS, o deficiente intelectual apresenta em seu dia-a-dia as
seguintes características:
Fala - Crianças com deficiência intelectual, geralmente, têm atraso no
desenvolvimento da linguagem e dificuldades para falar e se expressar.
O grau de severidade varia de acordo com o nível de comprometimento
da capacidade intelectual. Os casos leves podem atingir habilidades
linguísticas que são apenas um pouco mais pobres do que as crianças
na faixa normal de desenvolvimento. Os casos graves ou profundos não
podem se comunicar plenamente ou falam apenas algumas palavras.
Percepção - Crianças com deficiência intelectual são lentas em reagir e
perceber estímulos ambientais. Eles têm dificuldades de distinguir
pequenas diferenças nas formas, tamanhos e cores.
Cognição – A capacidade de analisar, raciocinar, compreender e
calcular, e para o pensamento abstrato é muitas vezes prejudicada em
maior ou menor grau de acordo com a gravidade.
Concentração e memória - A capacidade de concentração é baixa e
estreita. De um modo geral, a memória é fraca e eles são lentos em
lembrar, embora haja exceções, eles têm dificuldades para recordar e
suas memórias são muitas vezes imprecisas.
Emoção – As emoções são muitas vezes ingênuas e imaturas, mas
podem melhorar com a idade. A capacidade de autocontrole é pobre e
comportamento impulsivo e agressivo não é incomum. Alguns são
tímidos, arredios e retraídos.
A OMS afirma que a deficiência intelectual não é uma doença e sim uma
limitação, onde o portador deve receber acompanhamento médico e estímulos para
seu desenvolvimento, através de trabalhos terapêuticos com psicólogos,
fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, sendo a inclusão um importante aliado
nesse tratamento, por ser um instrumento extremamente importante na determinação
da qualidade de vida dessa pessoa, pois permite o acesso a todos os direitos da
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sociedade, que auxiliara o seu desenvolvimento em meio à sociedade, reforçando a
sua autonomia e ajudando a construir a sua cidadania. Criando oportunidades para
que ela possa realizar todas as atividades que achar interessantes e auxiliá-la no que
for possível ao acesso de seus direitos dentro de suas limitações (CRUZ, 2017).
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Dimensão III: participação, interações e papéis sociais – Essa dimensão
ressalta a importância na vida comunitária. Refere-se às interações sociais e aos
papéis vivenciados pela pessoa, bem como à sua participação na comunidade.
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1. Área motora: algumas crianças com deficiência intelectual leve não
apresentam diferenças significativas em relação às crianças consideradas
“normais”, porém podem apresentar alterações na motricidade fina. Nos
casos mais severos, pode-se perceber incapacidades motoras mais
acentuadas, tais como dificuldades de coordenação e manipulação. Podem
também começar a andar mais tardiamente.
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É preciso considerar que cada criança é um ser único, as que possuem D.I.
merecem um olhar individualizado, levando-se em consideração suas limitações, suas
necessidades, mas não somente o que ainda não consegue realizar com autonomia,
mas levar em consideração a bagagem que essas crianças possuem e o que já
possuem de autonomia para realizar sozinhas Todas as pessoas possuem algo que
já realizam, deficientes ou não. O D.I. necessita sim de apoio pedagógico, de atenção
especializada, de adequações curriculares, mas não podemos esquecer que eles 30
possuem capacidades, e o que eles mais necessitam além das intervenções, é que,
nós acreditemos neles (TÉDDE, 2012).
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2.7 Educação especial
Por muito tempo se acreditou que as pessoas com deficiência intelectual eram
incapazes de aprender os conteúdos acadêmicos ensinados na escola. Atualmente,
a convicção de que as pessoas com deficiência intelectual apresentam diferentes
condições de aprendizagem, e de que outros fatores, além do intelectual, estão
presentes interferindo na sua funcionalidade acadêmica contribuindo para que a
sociedade compreenda melhor as diversas habilidades dos deficientes intelectuais
procurando oferecer um ambiente mais favorável à sua aprendizagem (CRUZ, 2017).
Fonte: https://guiaderodas.com/
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deverão estar disponíveis nas instituições para que os alunos as escolham livremente,
de acordo com seus interesses e capacidades (CRUZ, 2017).
A liberdade do docente e dos alunos, de criarem as melhores condições para
aprendizagem, não dispensa um bom planejamento de trabalho. Ser livre para
aprender e ensinar não implica em uma falta de limites e regras, ou ainda, em cair
num “espontaneísmo” sem objetivos claros.
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sistemas educacionais que apresentam como meta oferecer qualidade de ensino a
todos os seus alunos, indistintamente, não aplicando uma vertente exclusiva para os
alunos com necessidades educacionais especiais, pois, não se trata de uma educação
especial para tais, mas sim para toda a sua clientela. No entanto, exige reformulações
constantes e novos posicionamentos, motiva a modernização do ensino e,
essencialmente, o aperfeiçoamento das práticas docentes (MANTOAN, 1998). Torna-
se, portanto, uma inovação que implica atualização e reestruturação das condições
educacionais das escolas brasileiras.
Sabendo-se que alunos com déficit intelectual apresentam complicações em
apropriar-se de conteúdos abstratos, faz-se necessário o emprego de materiais
pedagógicos concretos, estratégias metodológicas que facilitem sua aprendizagem e
desenvolvam suas habilidades cognitivas (SOUZA & GOMES, 2015).
São necessárias algumas mudanças na escola e nas práticas pedagógicas do
professor a fim de assegurar a inclusão desses alunos na escola regular. São
necessários conhecimentos em outras áreas que ofereçam alternativas que
contemplem a diversidade dos alunos. Nesse sentido, devido aos avanços e
descobertas da Neurociência, permite-se a compreensão de novas aprendizagens,
assim ofertando subsídios para o ensino. Pois a Neurociência inclui ciências naturais
que possuem princípios que buscam compreender a estrutura e o funcionamento
cerebral, apresentando a cientificidade para se trabalhar com diferentes cérebros.
Conhecer o funcionamento cerebral do aluno é extremamente importante para uma
prática pedagógica que funcione (CONSENZA, 2011).
Fonte: https://pt.slideshare.net
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3.1 O funcionamento cerebral
Fonte: http://cienciasecognicao.org/
O córtex cerebral é a superfície do cérebro enrugada cheia de sulcos, região
que estão representadas as funções neurais e psíquicas mais complexas. Geralmente
dividido em grandes regiões denominadas lobos, seus nomes fazem referência aos
ossos que os cobrem: o lombo frontal, parietal, occipital, temporal (CONSENZA,
2011).
Além desses lobos destaca-se também o lobo insular, região mais interna do
cérebro. Qualquer lesão no cérebro pode afetar os lobos e causar sérias lesões e
comprometimento gravíssimo das atividades (SOUZA & GOMES, 2015).
Essas regiões importantes exercem funções que nos ajudam compreender
como são os processos mentais que colaboram na aquisição, por exemplo, da
aprendizagem, tão importante para ações pedagógicas em sala de aula com alunos
com deficiência. Esse órgão – que possui inúmeras funções – também tem cerca de
cem bilhões de neurônios como estruturas básicas para seu funcionamento e suas
atividades cerebrais se dá pela transmissão de sinais elétricos. Esses neurônios se
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adaptam e se modificam à medida que interagem com o meio ambiente, essa
interação é realizada por meio dos cinco sentidos, portanto, são mutáveis, ou seja,
possuem plasticidade, podendo modificar sua função (HOUZEL, 2010).
O sistema nervoso central reúne as estruturas neurais situadas dentro do crânio
e da coluna vertebral, sendo dividido em encéfalo e medula espinhal. O encéfalo
localiza-se no crânio e a medula espinhal é a parte que continua a partir do encéfalo
no interior do canal da coluna vertebral. Ela é cilíndrica ou tubular, nela existe um
canal cheio de líquido, apresenta funções motoras e sensitivas relacionadas ao
controle do funcionamento do corpo. O encéfalo possui forma irregular com
dobraduras e saliências com subdivisões (SOUZA & GOMES, 2015).
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(...) elas não propõem uma nova pedagogia nem prometem soluções
definitivas para as dificuldades da aprendizagem. Podem, contudo, colaborar
para fundamentar práticas pedagógicas que já se realizam com sucesso e
sugerir ideias para intervenções, demonstrando que as estratégias
pedagógicas que respeitam a forma como o cérebro funciona tendem a ser
mais eficientes. Os avanços das neurociências possibilitam uma abordagem
mais científica do processo ensino-aprendizagem, fundamentada na
compreensão dos processos cognitivos envolvidos.
Fonte: https://www.diariodolitoral.com.br
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com déficit intelectual possuem limitações nas áreas da memória, atenção e
concentração.
Quando uma criança na fase escolar não consegue aprender, educadores e
professores fazem uma investigação para constatar porque o desempenho do aluno
não corresponde ao esperado. As explicações a este tipo de situação são bem
variadas: problemas familiares, condições ruins da família, deficiência, falta de
interesse, preguiça, dentre outros. A escola sempre aponta direções externas a ela, a
causa sempre está no outro, dificilmente está no ensino, mas sim na aprendizagem
(MENDONÇA, 2005).
Diante desse quadro, tanto psicólogos quanto neurologistas podem contribuir,
pois quem faz um diagnóstico é o médico e não o professor, no caso da criança possuir
uma patologia, distúrbios, deficiência ou transtorno, mas em se tratando de
aprendizagem escolar o profissional que intervém no processo de aprendizagem é o
educador que, com suas práticas pedagógicas, pode trazer diferentes possibilidades
de aprendizagem a seus alunos (SOUZA & GOMES, 2015).
A participação desses profissionais é indispensável, mas a abordagem de
ensino e aprendizagem é tarefa do educador. Nesse sentido, o conhecimento sobre a
Neurociência pode contribuir, a fim de que saiba sobre o cérebro de seus alunos, como
esse órgão processa os saberes, como aprende, e também pode sugerir as
intervenções que o professor deve fazer com suas crianças, pois todos podem
aprender. As ações pedagógicas em sala de aula podem ficar mais eficientes quando
este conhece o funcionamento cerebral, pois permitirá que o docente compreenda
melhor como seus educandos aprendem e se desenvolvem.
Se todos os alunos podem aprender, isto precisa estar explanado para os
professores em suas práticas pedagógicas. Entretanto, deve-se considerar que a
aprendizagem de cada um é diferente, acontece em tempos e etapas distintas e se
desencadeia a partir de estímulos diferenciados. Todas elas estão demarcadas em
suas atividades neurocerebrais. Há um trajeto químico no cérebro que mantém e que
operacionaliza cada ação executada pelos alunos (ALMEIDA, 2012).
A Neurociência, que trata da cientificidade do cérebro, aponta a plasticidade
cerebral como uma habilidade que este possui de se reorganizar a partir do
aprendizado dos aprendizes, de acordo com meio em que está inserido.
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Lent (2010), ao caracterizar essa habilidade cerebral, afirma que o ambiente
contribui para modificar a estrutura do sistema nervoso, ou seja, o cérebro responde
às atividades promovidas pela ação do ambiente que o atinge. A partir dessa
exposição de Lent observamos que essa capacidade do cérebro de construir novas
conexões neurais e modificar suas estruturas é que possibilita nosso aprendizado
durante toda a nossa vida.
Relvas (2012) esclarece que o cérebro humano tem a capacidade de
adaptação, se remodelando de acordo com as experiências vivenciadas pelo sujeito,
ou seja, o cérebro é maleável, que se modifica sob o efeito de experiências, ações e
comportamentos dos indivíduos. Essa plasticidade é decorrente das atividades dos
neurônios do cérebro, pois a cada experiência e aprendizado, novas conexões neurais
são acrescentadas.
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possui, pois aquela possui lesões cerebrais e desajustes no sistema nervoso
(MACHADO & NAZARI, 2011).
A educação inclusiva necessita de intervenções pedagógicas renovadas com
uma nova força em apoio à escolarização. A maior contribuição que a Neurociência
oferece a educação são seus estudos a respeito do funcionamento cerebral que é
modificado pela ação pedagógica (RELVAS, 2012). Sobre esse tema, Machado e
Nazari (2011) afirmam o seguinte:
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ser respeitado. O ensino especializado para alunos com déficit intelectual é realizado
junto ao atendimento educacional especializado (AEE), ensino que ocorre
simultaneamente à sala de aula comum. Nesse ambiente, ocorre uma aprendizagem
diferente dos conteúdos curriculares do ensino regular, pois a deficiência é observada
e considerada a fim de que haja aprendizagem para o aluno, na perspectiva de
conhecimentos importantes para a vida do aluno, para que tenha mais autonomia no
seu dia-a-dia. Nesse processo, as intervenções do professor são muito importantes.
Ele, juntamente com o professor da sala regular, deve interagir para que os conteúdos
que ambos ensinam estejam interligados (GOMES, 2013).
Para Gomes (2013), a efetivação da inclusão recai exclusivamente sobre o
professor, pois ele é que vai executar ou não as ações pedagógicas em sala de aula
para incluir esses alunos. Porém, esses profissionais dizem-se sentir sozinhos ao
especificar suas dificuldades com seus alunos. No processo inclusivo é importante
que todos da instituição escolar se envolvam: docentes, gestores e demais
profissionais educacionais. Nesse sentido, a responsabilidade de efetivar a inclusão
não fica exclusiva ao professor, ela é direcionada a todos na instituição escolar, isto
inclui interferência do professor capacitado e também do professor especializado.
Para que haja intervenções pedagógicas de qualidade, o trabalho inclusivo
deve ser em conjunto entre professores da Educação especial e Educação inclusiva
juntamente com os professores do ensino regular. O educador especialista precisa
colaborar com o professor capacitado, a fim de que juntos planejem ações educativas
visando à aprendizagem de seus alunos (GOMES, 2013).
Na inclusão educacional, torna-se necessário o envolvimento de todos os
membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados à
temática. Docentes, diretores e funcionários apresentam papéis específicos, mas
precisam agir coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada (SANT’ANA,
2005).
Como considerações finais, afirmamos que não podemos definir se uma
metodologia pedagógica é mais eficiente que a outra, o que evidenciamos é que, para
que docente seja capacitado ou especializado, o desafio é observar seus alunos e
lidar com eles de acordo com suas necessidades e particularidades com ações
pedagógicas que o atendam, dessa forma será mais eficiente. O professor e demais
profissionais da instituição, diante da perspectiva inclusiva, devem planejar e rever
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suas estratégias de ensino, a fim de reformularem e adequarem os interesses de seus
alunos.
Acreditamos ser necessário o avanço no debate da formação e atuação
docente com base no reconhecimento das bases científicas cognitivas do
aprendizado, e das facetas que compõem o cérebro e suas conexões, e como esses
elementos favorecem não só a elaboração de estratégias que minimizem o impacto
dos prejuízos decorrentes dos quadros de déficit intelectual, mas acima de tudo
posicionem os docentes como agentes centrais no processo de mediação, ação esta
que deve ser contemplada com base na compreensão as particularidades e
potencialidades desses alunos, à luz dos avanços teóricos, científicos e
procedimentais sob os preceitos da Neurociência (SOUZA & GOMES, 2015).
Fonte: https://institutoneurosaber.com.br/
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O termo “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento”, apresenta como
característica do quadro o prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do
desenvolvimento, tais como: habilidades de interação social recíproca, habilidades de
comunicação, ou presença de comportamento, interesses e atividades
estereotipados. Os 3 prejuízos qualitativos que definem essas condições representam
um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do
indivíduo.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) representam uma
categoria na qual estão agrupados transtornos que têm em comum as funções do
desenvolvimento afetados. Posto isso, é importante compreender que nem todos os
estudantes diagnosticados com algum tipo de transtorno mental são estudantes da
Educação Especial – área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Nessa
categoria, estão incluídos os alunos com diagnóstico de autismo, Síndrome do
Espectro Autista (também chamado síndrome de Asperger), Transtorno
Desintegrativo da Infância (psicose) e Transtorno Invasivo de Desenvolvimento - sem
outra especificação (PARANA, 2016).
Na área TGD é comum depararmo-nos com os termos síndrome e/ou
transtorno. Assim, é importante esclarecer que a nomenclatura síndrome se refere a
um conjunto de sintomas, não restrito a uma só doença, que ocorre no indivíduo; o
transtorno é aplicado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou
comportamentos que ocorrem no transcorrer da infância, com um comprometimento
ou atraso no desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central. O transtorno
não se desenrola de traumatismo ou doença cerebral adquirida; ele denuncia uma
desordem neurológica e origina-se de anormalidades no processo cognitivo derivados
de disfunção biológica (FRANZIN, 2014).
O autismo e a Síndrome de Asperger compõem um grupo de problemas que
abrange os desvios nos campos do relacionamento social e da comunicação,
denominados de Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Outros dois termos
têm sido empregados em nosso idioma como tradução para pervasive developmental
disorder, que são: transtornos invasivos do desenvolvimento e transtornos
abrangentes do desenvolvimento. Esta pluralidade de nomenclaturas acontece pela
falta de consenso na tradução do inglês de pervasive, cuja origem é do latim pervasis.
Assim sendo, os termos aplicados
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[...] são sinônimos para nomear um grupo que apresenta precocemente
atrasos e desvios no desenvolvimento das habilidades sociais e
comunicativas e um padrão restrito de interesses. Existe uma tendência atual
em conceber essa categoria como aquela que apresenta alterações no modo
do funcionamento do cérebro social (MERCADANTE, 2009, apud SANTOS,
2015 p. 23).
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meramente reconhecidos como deficientes mentais, hiperativos ou com distúrbios do
comportamento.
No que diz respeito ao aspecto comportamental, a criança com TGD apresenta
intolerância frente a alterações e mudanças de rotina, expressando-se com reações
de oposição. Seus comportamentos e interesses são limitados, tendendo a ser
repetitivos e estereotipados (MERCADANTE et al, 2006).
O custo social e o sofrimento determinado pelas dificuldades de adaptação
dessa população justificam um investimento de nossa sociedade para uma maior
compreensão desses estados e para o estabelecimento de práticas racionais de
diagnóstico e de intervenção. A avaliação sistematizada com o diagnóstico preciso e
o reconhecimento das habilidades existentes está na base das intervenções
possíveis.
Em relação a modelos de intervenção pedagógica sabe-se que existe uma
defasagem entre o conhecimento atual originado pelos estudos de base
neurobiológica do autismo e as propostas de intervenção. De fato, apesar de existirem
certos métodos de intervenção rotineiramente aplicados não há estudos sistemáticos
que avaliem sua qualidade (BOSA, 2006). O movimento que tem sido gerado para a
efetivação do direcionamento de investimentos em pesquisas, em diretrizes de saúde
pública, em políticas públicas de inclusão escolar, por exemplo, ainda não se
constituíra em práticas capazes de dar respostas adequadas à complexa problemática
que envolve os sujeitos com TGD e suas famílias.
Desenvolver uma educação inclusiva para com diferentes necessidades
educacionais especiais é um desafio recente na cultura educacional. Ao se tratar da
inclusão de alunos com transtornos globais do desenvolvimento, estamos diante de
uma questão não somente desafiante como também polêmica, principalmente se
considerarmos a singularidade e divergências conceituais e teóricas sobre
transtornos, uma vez que ciências como a Neurologia, a Psiquiatria e a Psicologia
estão aptas a diagnosticá-los utilizando-se inclusive de diferentes instrumentos.
De acordo com Serra (2009), pessoas diagnósticas com TGD têm em comum
a ruptura nos processos de socialização, comunicação e imaginação, comprometendo
o aprendizado antes dos três anos de idade.
40
As três dimensões desse tripé manifestam-se de forma diferente em cada um
dos casos. Destacamos a seguir algumas das características mais comuns em
crianças e jovens:
Inversão pronominal, isto é, substituição do uso da primeira pessoa do
singular pela terceira;
Ecolalia, repetição de palavras ou expressões ouvidas anteriormente;
Rejeição ao contato físico;
Tendência ao isolamento;
Uso de pessoas com ferramentas;
Comportamentos autoestimulatórios;
Comportamentos auto lesivos ou auto agressivos;
Dificuldade em manter contato visual;
Manipulação inadequada de materiais e objetos;
Atenção seletiva;
Interesse por objetos giratórios;
Atraso na aquisição da fala a ausência de linguagem-verbal;
Interesses restritos;
Resistência a mudanças de rotina e detalhes do meio ambiente
individual;
Hábitos alimentares seletivos,
Aparência de surdez.
Diante das características aqui elencadas e considerando que na maioria dos
casos elas apresentam-se simultaneamente, fica perceptível a dificuldade em garantir
a inclusão desses alunos em espaços de escola regular que estejam centradas no
processo de ensino e não no da aprendizagem. Incluir esses alunos em escolas
regulares que, embora muitas vezes já tenham incorporado o discurso democrático,
ainda reproduzem práticas fragmentadas e que consideram que todos aprendem no
mesmo ritmo e da mesma maneira pode contraditoriamente configurar-se como uma
prática excludente (SERRA, 2009).
Nesse sentido entendemos e defendemos que a inclusão não deve configurar-
se como o único modelo de educação para alunos com TGD e a decisão de incluir
deve ser bastante criteriosa, considerando-se não apenas o sujeito, mas também o
41
ambiente escolar e a família, que devem receber apoio e orientação dos serviços
especializados.
5 AUTISMO
42
contribuições, não há uma resposta definitiva quanto a sua etiologia. O diagnóstico
realizado por especialistas é alicerçado em 27 critérios comportamentais, ou seja,
distúrbios na interação social, comunicação e padrões restritos de comportamentos e
interesses. Ainda, para um completo diagnóstico, é necessário que haja
desenvolvimento anormal nos três primeiros anos de vida, em pelo menos um dos
seguintes aspectos: social, linguagem, comunicação ou brincadeiras simbólicas.
Fonte: https://www.enfoquems.com.br/
43
linguagem. “[...] admite-se, atualmente, que o quadro tenha várias etiologias possíveis,
graus muito diversos de severidade e causas neurobiológicas presentes desde o
nascimento. ” (D’ANTINO 2008, apud SANTOS 2015, p.27).
Em relação ao aspecto comportamental, em geral, alunos com esse diagnóstico
apresentam intolerância frente a mudanças de rotina, expressando-se com reações
de oposição. A dificuldade em lidar com sentimentos e expressá-los, é observada nas
mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade. Diferentemente
da maioria das crianças, que diante de novidades demonstram interesse e
necessidade de novos conhecimentos e em explorar o meio. O mais comum nas
crianças autistas são os comportamentos estereotipados, com interesse limitado
diante do novo, repetitivos em ações, gestos e falas. Os sujeitos com Transtorno do
Espectro Autista devem manifestar sintomas desde a infância, mesmo que ainda não
sejam identificados nesta faixa etária. Essa possibilidade permite que aqueles, cujos
sintomas não tenham sido plenamente identificados até a idade das demandas
sociais, tenham condições de receber diagnóstico, mesmo que tardio.
44
Hans Asperger descreveu a Síndrome de Asperger em 1944. Este transtorno
também é classificado como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Crianças
com a síndrome de Asperger podem ter inteligência normal, sendo que tipicamente
apresentam inteligência verbal maior que a não verbal, (isto é, “falam” melhor do que
“fazem”). Embora as habilidades verbais dessas crianças não apresentem os
prejuízos encontrados nas crianças autistas, elas frequentemente apresentam
profundas dificuldades sociais. O desenvolvimento inicial da criança é considerado
normal, contudo, no decorrer dos anos seu discurso torna-se diferente, monótono,
peculiar e há com frequência a presença de preocupações obsessivas. É um
transtorno de múltiplas funções do psiquismo, com afetação principal na área do
relacionamento interpessoal e no da comunicação, embora a fala seja relativamente
normal. A interação dela com outras crianças torna-se difícil, é pouco empática,
apresenta comportamento excêntrico, sua vestimenta pode se apresentar
estranhamente alinhada e a dificuldade de socialização pode torná-la solitária. São
inflexíveis, tem dificuldades de lidar com mudanças, são emocionalmente vulneráveis
e instáveis, são ingênuos e eminentemente carentes de senso comum. Há prejuízo
na coordenação motora e na percepção viso espacial. O indivíduo apresenta
interesses peculiares, podendo passar horas assistindo ao canal da previsão do
tempo na televisão, por exemplo; ou estudando exaustivamente sobre temas ou
assuntos preferidos, como dinossauros, Egito, carros, aviões, mapas de ruas, entre
outros.
O autismo e a síndrome de Asperger são entidades diagnósticas em uma
família de transtornos de neurodesenvolvimento, nas quais ocorre uma ruptura nos
processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Com a
publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM V
(2014) houve algumas modificações, importantes, quanto à denominação de quadros
clínicos, anteriormente, associados à área dos Transtornos Globais do
Desenvolvimento. Transtornos antes chamados de autismo infantil precoce, autismo
infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno
global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno Desintegrativo da
infância e síndrome de Asperger são englobados pelo termo Transtorno do Espectro
Autista. Por exemplo, alunos com diagnóstico de síndrome de Asperger, atualmente,
45
receberiam o diagnóstico de transtorno do espectro autista sem comprometimento
linguístico ou intelectual.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais salienta:
46
5.2 Para uma breve conceituação da Síndrome de Asperger e o processo
inclusivo na escola comum
47
De acordo com Goodman (1987), todas essas características que compõem a
Síndrome de Asperger podem estar presentes em diversos graus e, por isso, a
observação das características individuais da criança por si só não define o distúrbio;
é necessário, pois, segundo o autor, considerar o ambiente social e o contexto em que
o indivíduo está inserido, bem como analisar a história completa do desenvolvimento
e crescimento da criança.
A Síndrome de Asperger é uma variante de transtorno esquizoide de
personalidade caracterizada basicamente pela falta de empatia nas relações
interpessoais, obstinação por ideias fixas, dificuldades e peculiaridades na
comunicação, isolamento social e hipersensibilidade emocional. Uma importante
etapa para o estabelecimento do diagnóstico é diferenciar Asperger de um padrão de
comportamento denominado “excêntrico”, em que a criança é capaz de tomar parte
nas interações sociais, interagir devidamente e, acima de tudo, aceitar experiências
trazidas pelo campo interpessoal, muitas vezes incorporando a aprendizagem ao
cotidiano. O indivíduo com Síndrome de Asperger não possui essa capacidade, ou
seja, contatos externos não são capazes de influenciá-lo nas ações ou mesmo no
âmbito da personalidade (GOODMAN, 1987).
Fonte: http://www.colegionext.com.br
48
informações clínicas e comportamentais permite estabelecer uma suspeita, a partir da
qual deve ser explorada a possibilidade de doença.
Estudos teóricos têm comprovado que o trabalho pedagógico cotidiano com o
sujeito com Síndrome de Asperger deve apresentar caráter multidisciplinar e
interdisciplinar, e a abordagem precisa sempre objetivar a melhoria da qualidade
educacional do indivíduo, em qualquer etapa da vida. O prognóstico depende das
condições do meio em que o indivíduo está inserido e da participação de familiares,
educadores e profissionais de saúde nesse processo (GONRING & DRAGO, 2012).
Esses estudos têm revelado também que é de fundamental importância que
profissionais da educação compreendam as especificidades cognitivas e
comportamentais do sujeito com Síndrome de Asperger para que possam de fato
desenvolver ações e propostas planejadas de interação social e afetiva, minimizando,
assim, possíveis problemas psicossociais apresentados por essa população no
ambiente escolar e na interação com os outros sujeitos do contexto educacional,
como, por exemplo, colegas de sala, professores e demais profissionais da instituição
educacional.
Essas constatações nos levam a concluir que conhecer a síndrome e estudos
dessa natureza tende a contribuir para que sejam pensadas nossas possibilidades de
inclusão desses sujeitos nas escolas comuns levando-se em consideração suas
características específicas e a peculiaridade do processo educacional, como mostram
outros estudos com foco na educação desses alunos (GONRING, 2012).
6 SÍNDROME DE DOWN
49
citogeneticamente normais. Estes dois tipos de alterações genéticas são menos
frequentes, que a trissomia simples (SILVA, 2002).
De acordo com Silva (2002), estas alterações genéticas decorrem de "defeito"
em um dos gametas, que formarão o indivíduo. Os gametas deveriam conter um
cromossomo apenas e assim a união do gameta materno com o gameta paterno
geraria um gameta filho com dois cromossos, como toda a espécie humana. Porém,
durante a formação do gameta pode haver alterações e através da não-disjunção
cromossômica, que é realiza durante o processo de reprodução, podem ser formados
gametas com cromossomos duplos, que ao se unirem a outro cromossomo pela
fecundação, resultam em uma alteração cromossômica.
As alterações genéticas alteraram todo o desenvolvimento e maturação do
organismo, alterando inclusive a cognição do indivíduo portador da síndrome. Além
de conferirem lhe outras características relacionadas a síndromes.
Fonte: https://br.pinterest.com/
51
6.2 O desenvolvimento do sistema nervoso da criança Down
Os conceitos citados pelo autor acima podem ser explicados como bases das
atividades mentais. O cérebro de uma criança recém-nascida possui capacidades de
aprendizagem, no entanto, estas serão desenvolvidas através da internalização de
estímulos e esta se da através da aprendizagem e esta intimamente associada aos
fatores biológicos, como integridade orgânica e ainda a sofre influências diretas
dos fatores ambientais e sociais. Esta afirmação feita por Schwartzman (1999),
possui gande aceitação e é coerente com o que foi defendido por outros autores
coerentes. Um exemplo é Piaget, que afirma, que os indivíduos nascem apenas com
potencialidades (capacidade inata) a capacidade de aprender. Assim, todo
conhecimento e todo o desenvolvimento da criança depende de exposição ao meio e
dos estímulos advindos deste. Para Jean Piaget, a base do conhecimento é a
transferência e assimilação de "estruturas". Assim, um conhecimento, um estímulo do
meio é encarado como uma estrutura que será "assimilada" pelo indivíduo através
de sua capacidade de aprender. A aprendizagem é realizada com sucesso se
capacidades de assimilação, reorganização e acomodação, estiverem integras, assim
vão se dando as aquisições ao longo do tempo. Estes três processos acontecem para
que um indivíduo esteja sempre adquirindo novas informações, assim, quando se
53
depara com um dado novo, para a internalização do mesmo, o indivíduo deve
reorganizar as aquisições já adquiridas, para acomodar os novos conhecimentos
sendo por este processo que linguagem e cognição se desenvolvem (SILVA, 2002).
Considerando a importância do ambiente e a competência da criança para as
atividades cognitivas, para estimularmos uma criança, temos que torná-la mais
competente para resolver as exigências que a vida quer em seu contexto cultural.
O portador de síndrome Down possui certa dificuldade de aprendizagem que
na grande maioria dos casos são dificuldades generalizadas, que afetam todas as
capacidades: linguagem, autonomia, motricidade e integração social. Estas podem se
manifestar em maior ou menor graus.
54
Outras deficiências que acometem a criança Down e implicam dificuldades ao
desenvolvimento da aprendizagem são: alterações auditivas e visuais; incapacidade
de organizar atos cognitivos e condutas, debilidades de associar e programar
sequências (SILVA, 2002).
Estas dificuldades ocorrem principalmente por que a imaturidade nervosa e não
mielinização das fibras pode dificultar funções mentais como: habilidade para usar
conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação,
relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio, estocagem do
material aprendido e transferência na aprendizagem. As deficiências e debilidades
destas funções dificultam principalmente as atividades escolares:
55
6.5 Intervenção pedagógica junto a criança Down
Fonte: http://www.incluo.com.br
56
Elencamos também alguns pontos que devem ser considerados quanto à
educação do portador da síndrome de Down:
Estruturar seu autoconhecimento;
Desenvolver seu campo perceptivo;
Desenvolver a compreensão da realidade;
Desenvolver a capacidade de expressão;
Progredir satisfatoriamente em desenvolvimento físico;
Adquirir hábitos de bom relacionamento;
Trabalhar cooperativamente;
Adquirir destreza com materiais de uso diário;
Atuar em situações do dia a dia;
Adquirir conceitos de forma, quantidade, tamanho espaço tempo e ordem;
Familiarizar-se com recursos da comunidade onde vive;
Conhecer e aplicar regras básicas de segurança física;
Desenvolver interesses, habilidades e destrezas que o oriente em
atividades profissionais futuras;
Ler e interpretar textos expressos em frases diretas;
Desenvolver habilidades e adquirir conhecimentos práticos que o levem
a descobrir conhecimentos práticos que o levem a descobrir valores que
favoreçam seu comportamento no lar, na escola e na comunidade.
7 SÍNDROME DE KLINEFELTER
A síndrome de Klinefelter (SK) foi descrita em 1942 pelo Dr. Harry F. Klinefelter
(NUNES, 2009). Como caracteres genotípicos, elencamos a presença de um
cromossomo X extranumerário, que interfere nas características fenotípicas dos
indivíduos. Vale destacar que alguns indivíduos apresentam mosaicismo
cromossômico, ou seja, possuem percentuais de células com o cromossomo X a mais
e outros percentuais de células com o número normal de cromossomos. Por exemplo,
um indivíduo pode apresentar 79% de células normais e 21% de células com 47
cromossomos. É justamente esse mosaicismo que interfere nos “graus” leve,
moderado e severo das síndromes (ARAÚJO, 2019).
57
A SK acomete exclusivamente indivíduos do sexo masculino, que podem
apresentar muitas características peculiares derivadas da presença de um
cromossomo extranumerário, tais como desenvolvimento de caracteres secundários
femininos, como, por exemplo, o desenvolvimento de mamas, a distribuição de pelos
de maneira feminina, voz aguda e ausência de pelos faciais. É importante ressaltar
que os indivíduos com essa síndrome apresentam frequentemente deficiência
intelectual e/ou problemas psicossociais, o que pode dificultar a aprendizagem e o
desenvolvimento no contexto escolar. Podem apresentar também dificuldade na fala,
diminuição da memória em curto prazo, diminuição das habilidades de recuperação
de dados, alta incidência de dislexia, déficit de atenção, agressividade acentuada e
desordens psiquiátricas tais como neurose, psicose e depressão (ARAÚJO, 2012).
Fonte: https://www.facebook.com/
Alguns estudos como os de Drago (2012, 2013, 2014), Araújo (2012, 2014),
Bravo (2014), Ferrari (2017) e Padilha (2000) têm explicitado que a bibliografia da área
da educação acerca dos sujeitos com síndromes raras é incipiente. Inúmeras são as
pesquisas da área biomédica sobre as características fenotípicas e genotípicas das
síndromes, mas os aspectos tangíveis à aprendizagem e desenvolvimento desses
sujeitos são deixados à penumbra. O exposto é confirmado por Drago e Pinel (2014,
p. 616), quando dissertam que:
58
no que concerne às síndromes raras tais como as de Klinefelter, Willians,
Rubinstein-Taybi, Noonan, Turner, Tourette, dentre outras, temos
vislumbrado em vários estudos (DRAGO, 2012; 2013; 2014) que a proposta
de educação inclusiva, que vê o indivíduo como sujeito da ação pedagógica,
tem se efetivado de modo ainda tímido e incipiente.
8 SÍNDROME CRI-DU-CHAT
60
Fonte: https://tratamentocelulastronco.com/
61
8.1 Aspectos e possibilidades para a inclusão escolar de estudantes com
Síndrome Cri-Du-Chat
63
visual e a maioria deles tem dificuldades variadas em situações de resolução de
problemas.
64
Fonte: https://blog.flaviomarinho.com.br/
65
9.1 As necessidades educacionais especiais dos portadores
67
O mediador intervém na interação com o outro com a intenção explicita de
mediar tais estímulos, adequando-os às necessidades específicas dos mediados,
modificando a relação entre o estímulo e o mediado, afetando a sua intensidade,
contexto, frequência, ordem, ao mesmo tempo em que guia intencionalmente a
vigilância, o alerta e a sensibilidade do indivíduo, levando o mediado a desenvolver
uma disposição para atender aos estímulos mediados, bem como o expondo
diretamente a fontes de estimulação de forma mais humanizada (CUNHA & SANTO,
2012).
Na experiência de aprendizagem mediada (EAM) os estímulos são filtrados,
modulados, mediados, intercedidos, repetidos, reforçados, eliminados, ou seja, não
existem por si só, porque estão em consonância com a necessidade introduzida e
regulada pelo mediador. Os estímulos estão relacionados com o tempo, o espaço e a
qualidade dos outros estímulos que os antecedem ou precedem e são permeados de
significação.
Reconhecida como única e exclusiva da espécie humana, a EAM trata-se de
um diferencial no desenvolvimento cognitivo da criança. Sendo assim, a ausência e/ou
presença da EAM pode ser considerado como um fator indispensável para ocorrência
de um desenvolvimento cognitivo adequado ou não. Logo, pode-se afirmar que
quando existem situações de intervenção baseadas nesse tipo de aprendizagem,
como é o caso dos programas de promoção ou educabilidade cognitiva, a
possibilidade de modificabilidade cognitiva no indivíduo é aumentada, resultando em
um desenvolvimento cognitivo mais adequado (CUNHA & MAGALHÃES, 2011).
Para as perspectivas teóricas da modificabilidade cognitiva estrutural e da
experiência de aprendizagem mediada, o ser humano é considerado um sistema
aberto, disponível e flexível à mudança durante toda a vida e, nesse sentido, a
Educação Cognitiva com base nesses enfoques teóricos, deve incluir estratégias de
promoção da modificabilidade cognitiva que, através do uso da mediação, provoquem,
além da curiosidade natural do ser humano, a sua acuidade perceptiva, de atenção e
de memória, o aumento de suas funções cognitivas, como por exemplo, as
capacidades de estabelecer relações espaciais, temporais e de causa e efeito, que
beneficiam sua aprendizagem em diferentes contextos (CUNHA & SANTO, 2012).
68
10 PARALISIA CEREBRAL
69
10.1 Classificações da Paralisia Cerebral
Fica evidente que uma criança com PC, não costuma seguir as etapas de
desenvolvimento da mesma forma que uma criança que não apresente nenhum
comprometimento neurológico. Pois o desenvolvimento motor da criança com PC,
ocorre de forma desorganizada e com padrões anormais.
Inúmeros são os casos de crianças acometidas por Paralisia Cerebral, que
apresentam algum transtorno associado ao comprometimento neurológico. Argüelles
(2001) nos relata que:
Camargo (1999), ainda afirma que crianças com PC, podem ainda apresentar
deficiências sensoriais e intelectuais.
71
Fonte: https://comeraprender.com.br/
72
É de suma importância que o professor tenha conhecimento suficiente, para
que através de um olhar diferenciado, possa proporcionar ao aluno com PC, as
mesmas oportunidades de aprendizagem, que são direcionadas a um aluno sem
deficiência. Um fator muito simples, mas que influencia diretamente na aprendizagem
do aluno com PC, é a forma como este é acomodado em seu assento. Pois, além do
conforto e segurança, a postura correta, favorece significativamente a aprendizagem
da pessoa com Paralisia Cerebral.
De acordo com os autores Giacomini, Sartoreto e Bersch (2010):
74
11 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
75
11.1 Distúrbio de aprendizagem ou de ensinagem
Fonte: https://noticias.4medic.com.br
76
Os elevados índices de dificuldades e distúrbios de aprendizagem existentes
na realidade brasileira nos convidam a pensar nos desdobramentos de diagnósticos
indevidos, resultantes, em nossa opinião, de concepções negativas sobre a criança e
seu desenvolvimento e de práticas educacionais e avaliativas que desconsideram a
política educacional do país; a qualidade da escola oferecida aos seus usuários; a
relação professor-aluno; a metodologia de ensino, a adequação de currículo e o
sistema de avaliação adotado; diferenças sociais e culturais que não são respeitadas
no sistema de ensino; a família - que ainda é vista como aquela que desvaloriza a
educação formal em detrimento do trabalho, etc., responsabilizando a criança pelo
não-aprender. Estas concepções, pautadas numa visão organicista e naturalizada de
homem e sociedade só pode conceber o não-desabrochar das capacidades humanas
tomadas como espontâneas como doença, patologia, inabilidade e incapacidade
(TULESKI & EIDT, 2007).
77
Contudo, quando as dificuldades de aprendizado são constantes e
acompanham o histórico da criança por muito tempo, sem motivos identificáveis e em
várias áreas do conhecimento, é preciso considerar a hipótese de que esta tenha um
transtorno de aprendizagem, um comprometimento de ordem neurológica, que
provoca uma dificuldade no desenvolvimento sensorial e intelectual da criança.
Esses transtornos de aprendizagem, quase sempre, são percebidos apenas no
Ensino Fundamental, se, contudo, o professor e os responsáveis pela criança
observarem cuidadosamente os sinais demostrado pela criança, esse tipo de
transtorno pode ser detectado logo no início, permitindo assim que essa criança
recebe o tratamento adequado, diminuindo as percas de aprendizado.
É importante destacar aqui que a criança pode apresentar um único transtorno
(dificuldade para ler, escrever ou fazer contas) ou diversas dificuldades associadas
(MOOJEN et al, 2016).
Alguns pesquisadores defendem que a dificuldade de aprendizagem está
associada diretamente com problemas de ordem pedagógica, sociocultural, emocional
ou até mesmo neurológica. Entretanto, os transtornos de aprendizagem têm origem
nas disfunções do sistema nervoso central e estão relacionados a problemas da
aquisição e processamento da informação adquiridas dentro do seu meio ambiente.
Não dá para negar que os problemas de aprendizagem são mais evidentes no
contexto escolar, por necessitar de uma atenção aos termos utilizados para descrever
tais problemas, tendo em vista que é normal nessa fase haver comparação de
crianças da mesma idade cronológica, em observação ao desempenho e as
capacidades de aprendizagem.
É comparando que se constata a defasagem de aprendizado. Contudo, o erro
se confirma na confusão em identificar se existe ou não um real distúrbio, o que pode
ser confundido como fracasso escolar ou simplesmente falta de interesse e preguiça,
comprometendo o desenvolvimento da criança.
Alguns defendem que o fator diferencial entre a dificuldade de aprendizado e
os transtornos de aprendizado é que os problemas que ocasionam essa dificuldade
no aprendizado possuem origens externas ao indivíduo, como, por exemplo, os
problemas socioculturais ou pedagógicos (FELIX e FREIRE, 2012).
Há quem acredite que as causas da dificuldade de aprendizado sejam físicas
ou sensoriais. Sendo como principais causas físicas, um estado físico geral que
78
ocasione desconforto, dores ou perturbação no indivíduo, enquanto que as causas
Sensoriais são ocasionadas por uma disfunção nos órgãos dos sentidos (visão,
audição, comunicação), problemas relacionados ao modo de captação das
mensagens do mundo exterior, referentes ao processamento das informações
(GIROTTO; GIROTTO; OLIVEIRA, 2015).
Portanto, cabe ao pedagogo saber que, diante de um aluno que apresente
dificuldade para aprendizado, deve buscar melhorar sua atitude de forma a diversificar
o ensino, estando atento ao perfil de aprendizagem de cada um de seus alunos, além
de orientar os pais para que estejam atentos ao comportamento e características do
filho e busquem o serviço de um especialista.
79
Fonte: https://institutoneurosaber.com.br
11.4 Disfasia
80
11.5 Disgrafia
De acordo com Silva e Pinheiro (2012), existem poucos estudos acerca desta
temática, por isso não há ainda no Brasil um real entendimento do que vem a ser as
dificuldades de escrita. Este distúrbio tem se apresentado como um grande obstáculo
para o sucesso escolar destes alunos. Visto que a disgrafia se apresenta como uma
incapacidade de a criança produzir uma escrita dentro dos padrões aceitáveis pela
escola, como afirma Rodrigues (2009):
81
Embora haja atendimento especializado voltado para estes casos, pela
Fonoaudiologia, sabe-se que é em sala de aula que os problemas tendem a se agravar
pela falta de orientação dos docentes e pelo desconhecimento acerca do assunto
(SILVA & PINHEIRO, 2012). Em geral, a criança disgráfica é vitimada pelo preconceito
e pode sofrer inclusive fobia escolar devido às exigências recebidas na escola e na
família para que exerça uma competência que não possui (SEMKIV & SILVA, 2013).
82
(SEMKIV & SILVA, 2013). É importante esclarece ainda que nem todas as crianças
com hiperatividade têm causas neurológicas.
11.7 Dislexia
83
Alguns indivíduos com dislexia podem ainda sofrer de disgrafia (letra feia), ou
da discalculia (dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos
e na tabuada). Pode ocorrer, ainda, comprometimento e dificuldades em memorização
a curto prazo, na organização e orientação, como, por exemplo, seguir uma indicação
de um caminho, a execução de tarefas de modo sequencial, a compreensão de textos
e o aprendizado de uma segunda língua (RODRIGUES, 2016).
De acordo com Silva (2016), o aluno disléxico enfrenta muitas dificuldades no
aprendizado, e podem ainda demonstrar desmotivação e falta de interesse ou esforço.
Segundo o autor, a associação negativa que muitas vezes é feita sobre as dificuldades
de aprendizado da criança disléxica, provoca nesta falta de autoconfiança e
autoestima, fazendo com que ela se sinta menos capaz ou inteligente que os colegas,
aumentando os prejuízos em seu aprendizado e rendimento escolar.
Mesmo tendo o conhecimento de que a dislexia tem origem hereditária, alguns
pesquisadores apontam que a dislexia pode surgir de repente na vida adulta, sendo
denominada de “dislexia adquirida”, ou afasia, sendo diferente da dislexia hereditária
e congênita (RICHART e BOZZO, 2009).
11.8 Discalculia
84
criança acaba adotando comportamentos inadequados, tornando-se agressiva,
apática ou desinteressada (BERNARDI; STOBÄUS, 2011).
Sobre as dificuldades enfrentadas pelos indivíduos com discalculia, Siqueira e
Gurgel-Giannett (2011), comentam o seguinte:
85
docentes desenvolvam estratégias para proporcionar ao aluno disléxico o melhor
atendimento quanto as suas necessidades.
Atividades acadêmicas devem ser realizadas a fim de estimular o
desenvolvimento do aluno. Em relação as dificuldades fonológicas, o professor deve
promover atividades de rima, de adição, de segmentação e de inversão fonêmica. Já
as atividades alienadas ao treino ortográfico, devem incluir sessões de leitura de
palavras e de textos, de memorização de morfemas e de construção de palavras.
Desta forma, ambos os trabalhos proporcionam desenvolvimento de leitura e da
consciência fonológica (CANCIAN & MALACARNE, 2019).
O professor pode utilizar jogos que sirvam como subsídio para o
desenvolvimento da aprendizagem, através de movimentos corporais (como palmas),
possibilitando a percepção e compreensão da relação das palavras com os gestos,
utilizando a repetição como meio de memorização. Mecanismos tecnológicos
funcionam como excelentes ferramentas, como, por exemplo, trabalhos e aulas
gravados para facilitar o entendimento do aluno (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES,
2004; SILVA, 2013).
Ajudar o aluno a realizar anotações, marcações e destaques em texto, adaptar
as atividades conforme as necessidades do aluno, simplificar instruções escritas,
destacar as partes convenientes e mais importantes, diminuir o texto a ser lido, evitar
objetos e ações que ocasionem a distração do aluno, são algumas das muitas
atividades que podem ser desenvolvidas pelo professor (SILVA, 2011).
A criança que sofre com discalculia precisa ser estimulada a realizar uma
relação mais próxima com os números, fazendo uso de materiais próximos a sua
realidade, que estimulem seu interesse e favoreça a capacidade de aprendizado
(CANCIAN & MALACARNE, 2019).
Moraes (S/D) sugere como auxílio no aprendizado da criança com discalculia,
algumas atividades práticas, como o desenvolvimento da orientação temporal e
espacial; jogos matemáticos; material concreto; blocos lógicos; quadro valor, lugar;
simulação de compras; atividades de estimativa e medidas, dentre outras. Como se
pode ver, o professor pode proporcionar aos alunos excelentes atividades que
86
auxiliem e motivem a criança com discalculia a aprender. Lembramos apenas que as
atividades devem sempre respeitar as capacidades e as individualidades de cada
aluno.
Alguns especialistas defendem que a criança com transtorno de aprendizagem
- “discalculia” - seja inserida o quanto antes a atividades coerentes com a sua
realidade, relacionando o aprendizado com materiais auxiliares e com a vida concreta
além da escola, aumentando assim a eficácia no aprendizado (CANCIAN &
MALACARNE, 2019).
Algumas atividades, como, por exemplo, projetos, dramatizações, gincanas,
devem compor o repertório de ensino do professor como estratégia de estimular o
aluno para que este alcance o objetivo que é o da aprendizagem. A diversidade de
atividades pode atrair e estimular o interesse do aluno aumentando sua capacidade
de retenção das informações (DA SILVA; DA COSTA, 2008).
Visando o quão é importante a identificação dos distúrbios que comprometem
o aprendizado, enfatizamos a importância de o professor ser capaz em identificar os
problemas relacionados a dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Nessas
condições, é crucial que esse profissional busque constantemente novos
conhecimentos sobre o assunto, a fim de poder proporcionar a seus alunos um
atendimento adequado e especifico.
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12 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
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