Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gilmar de Oliveira
Diretor Administrativo
Eduardo Santini
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102,
FICHA CATALOGRÁFICA Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
FACULDADE DE TECNOLOGIA E
(44) 3045 9898
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância;
MONTEIRO, Lucimari de Campos. www.fatecie.edu.br
Linguística I. Lucimari. de Campos Monteiro.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 78 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira dos Santos. do site ShutterStock
AUTORA
UNIDADE I....................................................................................................... 6
A Definição de Ciência
UNIDADE II.................................................................................................... 25
Gramática, Forma e o Processo de Significação
UNIDADE III................................................................................................... 40
Fundamentos da Linguística Descritiva
UNIDADE IV................................................................................................... 59
Princípios de Análise Linguística
UNIDADE I
A Definição de Ciência
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
Plano de Estudo:
● A ciência e o senso comum
● O problema da Teoria
● O objeto de estudo da Linguística e a Linguística como ciência
● A exigência do caráter explícito, sistemático, objetivo
● O objeto da Linguística saussuriana e paradigma saussureano
● As características do signo linguístico
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar a Linguística como ciência
● Conhecer as características do signo linguístico
6
INTRODUÇÃO
Falar em ciência nos remete sempre a algo que está provado, quantificado e
registrado, mas antes de tomarmos essas características como base, vamos analisar qual
ou quais seriam as diferenças entre o senso comum e a ciência.
Podemos definir o conceito de senso comum como algo que é de conhecimento
e domínio popular, ou seja, algo que surge com a necessidade de resolver um problema
imediato ou mesmo para dar sentido a alguma situação.
O senso comum como objeto de reflexão existe desde a origem dos escritos
filosóficos. Aristóteles é tido como o primeiro pensador de que temos registro
como articulador das primeiras definições de senso comum (senso comunis).
Antes dele, Platão, metaforicamente explicou a vida na caverna como uma
condição que nos aprisiona no mundo sensível, fazendo-nos crer que a reali-
dade estaria nas sombras projetadas no fundo de uma caverna. (DOURADO,
2018, online).
Logo, fica evidente que o senso comum existe desde que a humanidade existe, o
Mito da Caverna de Platão, tão conhecida e discutida até hoje, é um dos maiores exemplos
que temos do que é o senso comum.
Na alegoria platônica existiam, de um lado, homens presos na caverna, re-
presentando o homem comum e o seu “conhecimento” equivocado e oriundo
dos sentidos. Eles construíam, por consequência, falsas imagens para enten-
der e explicar a realidade (imersos no senso comum). Do outro, a figura que
se tornará o filósofo, ou seja, um dos poucos homens que conseguiu alcançar
outras formas de conhecimento, saindo das sombras e caminhando em dire-
ção à luz. (DOURADO, 2018, online).
O problema da indução
É notável que a Linguística é uma ciência relativamente nova e como tal está em
constante aperfeiçoamento. Novos estudos vêm surgindo sobre essa ciência e, obviamente,
novos conceitos podem ser apontados, aperfeiçoando as teorias de Saussure.
ESTRUTURALISMO
GERATIVISMO/FORMALISMO
Vale lembrar que teceremos aqui considerações relevantes ao que diz respeito do
estudo da Linguística, no entanto, as dicas de livros e leituras complementares que faremos
ao final de cada unidade serão importantes para a compreensão integral da temática, afinal
trata-se de uma ciência complexa e relativamente nova, como já dito anteriormente.
Nos tópicos seguintes vamos conhecer com mais detalhes a teoria de Saussure para
que seja possível identificar as concepções de signo e todas as características linguísticas
que foram fomentadas pelo suíço.
É importante, ainda, ressaltar que as informações das unidades seguintes
deste material serão baseadas apenas na teoria de Ferdinand de Saussure, portanto,
conheceremos a origem da ciência.
LANGUE PAROLE
Social Individual
Constante Variável
Realidade mental Realidade física
Homogênea Heterogênea
Conservadora Inovadora
Fonte: a autora
A dicotomia nos mostra que essa oposição do social versus o individual se mostra
útil, afinal, uma completa a outra, mas, o linguista alerta: ‘a linguagem tem um lado individual
(parole) e um lado social (langue), sendo impossível conceber um sem o outro’.
Logo, podemos dizer que a langue é necessária para que a parole seja clara e
compreensível e a parole estabelece as futuras mudanças da langue.
O que Saussure diz é que há uma infinidade de opções na construção de uma frase
ou fala.
Fonte: a autora
Para que a frase fosse construída foram combinadas alternativas até que se
chegasse ao resultado. Essa relação de opções e escolhas é o que chamamos de eixos
sintagmáticos e paradigmáticos.
No discurso, os termos estabelecem entre si, em virtude de seu encadea-
mento, relações baseadas no caráter linear da língua, que exclui a possibili-
dade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo. Estes se alinham um
após outro na cadeia da fala. Tais combinações, que se apoiam na extensão,
podem ser chamadas de sintagmas.” (SAUSSURE, 1995, p. 142).
Fonte: Chom’SkyPédia
“A língua é um sistema cujas partes podem e devem ser consideradas em sua solida-
riedade sincrônica” (Saussure, 1975).
O signo, pode ser entendido e definido como uma unidade constituinte do sistema
linguístico é formado por duas partes: a do significado e a do significante.
Fonte: Chom’SkyPédia
Para entendermos melhor esses dois conceitos estabelecidos por Saussure, vamos
a um exemplo prático:
Vamos utilizar para análise a palavra VOCÊ:
Sincrônico:
● 4 letras: v-o-c-ê
● 2 sílabas: vo-cê
SAIBA MAIS
A linguística não se afirma como uma ciência isolada, haja vista que se relaciona com
outras áreas do conhecimento humano, tendo por base os conceitos dessas. Por essa
razão, pode-se dizer que ela assim subdivide:
* Psicolinguística – trata-se da parte da linguística que compreende as relações entre
linguagem e pensamentos humanos.
* Linguística aplicada – revela-se como a parte dessa ciência que aplica os conceitos
linguísticos no aperfeiçoamento da comunicação humana, como é o caso do ensino das
diferentes línguas.
* Sociolinguística – considerada a parte da linguística que trata das relações existentes
entre fatos linguísticos e fatos sociais.
Fonte: DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. “Linguística”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasiles-
cola.uol.com.br/portugues/linguistica.htm. Acesso em 27 de Janeiro de 2020.
REFLITA
“O tempo altera todas as coisas; não há razão para que a língua escape a esta lei
universal.”
Ferdinand de Saussure
LIVRO
Título: Curso de Linguística Geral
Autor: Ferdinand de Saussure
Editora: Cultrix
Ano: 1995
Sinopse: Obra póstuma do autor, este livro inaugura a fase
estruturalista dos estudos da linguagem. Traz os pressupostos
teórico-metodológicos dessa escola que acabaram influenciando
outras ciências sociais. Embasada por Ferdinand de Saussure, um
dos maiores estudiosos nessa área, este livro foi lançado em 1916,
postumamente pelos alunos de Saussure. Esses colaboradores
fizeram uma compilação das obras de seu mestre a fim de
construir, em um único volume, uma síntese que internalizasse as
ideias geniais desse que foi um dos maiores responsáveis pela
estruturação da linguística como ciência. Os temas e conceitos
abordados por esse livro dizem respeito ao trabalho realizado
por Ferdinand de Saussure em estudar a língua como elemento
fundamental da comunicação humana.
FILME/VÍDEO
• Título: O enigma de Kaspar Hauser
• Ano: 1974
• Sinopse: Um homem jovem chamado Kaspar Hauser (Bruno
S.) aparece de repente na cidade de Nuremberg em 1828, e mal
consegue falar ou andar, além de portar um estranho bilhete. Logo
é descoberto que sua aparição misteriosa se deve ao fato de que
ele ficou trancado toda sua vida em um cativeiro, desconhecendo
toda a existência exterior. Quando ele é solto nas ruas sem motivo,
muitas pessoas decidem ajudá-lo a se integrar na sociedade, mas
rapidamente Kaspar se transforma em uma atração popular.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=xBBK7CAtlXs
WEB
• Olimpíada Brasileira de Linguística: desde 2011, instigando
seus participantes a ampliar suas habilidades lógico-analíticas e
sua visão sobre os povos do mundo a partir de uma abordagem
interdisciplinar. A olimpíada firmou-se como um fascinante
instrumento de imersão multicultural, trazendo à luz diversos temas
do mundo das línguas, da linguagem, dos códigos e da cognição
humana.
• Link: http://www.obling.org/#home
Plano de Estudo:
● Gramática, Forma e o Processo de Significação
● Significação, referência e contexto: o significado das palavras
● Forma e significação: o significado e a estrutura linguística
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar Forma e significação
● Compreender o significado e a estrutura linguística
25
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
Quando se fala em gramática e forma logo nos vem à mente o conceito que temos
de gramática normativa, afinal é ela a responsável por nomear a formalizar as regras
estabelecidas para a fala e a escrita da Língua Portuguesa.
Antes, porém, vale lembrar que vimos na unidade I deste material que há correntes
teóricas da Linguística: a estruturalista, a funcionalista e a gerativista, e que cada uma delas
traz um conceito diferente sobre o estudo da Língua.
A eterna ‘briga’ entre gramáticos e linguistas está exatamente nesse ponto, enquanto
os gramáticos buscam a perfeição da forma escrita e falada, defendendo as normas, os
linguistas se preocupam em estabelecer uma comunicação que seja entendida por emissor
e receptor, desde que haja um contexto em que una entendimento entre os dois.
Gramática
Forma
Nós conseguiu
Processo de significação
Exemplo:
Figura 1:Exemplo de significado e significante
Referência e contexto
Se você disser a uma criança a palavra BARATA, temos:
● Significante: BA-RA-TA (a palavra de fato – oral -, como ela ainda não sabe
escrever, ela apenas ouve)
● Significado: um animal pequeno e nojento
Imagem 2: barata
Portanto, é importante lembrar que, para a linguística, verificar toda referência, todo
contexto da situação é necessário para estabelecer a relação de significado e significante.
Quando se emprega uma palavra em um determinado contexto há possibilidades de que o
seu significado também seja flexível.
Como já visto até aqui na unidade II deste material, a forma e a significação das
palavras estão diretamente conectadas em seu contexto.
Há entre esses dois elementos um vínculo natural com o conteúdo, por isso dizemos
que o signo é arbitrário absoluto, quando analisado sozinho, isoladamente, mas dizemos
que é arbitrário relativo, quando analisado em conjunto.
REFLITA
Ferdinand de Saussure
A variação estilística
Também chamada de variação contextual ou de registro, essa variação se manifesta
nas diferentes situações comunicativas no nosso dia-a-dia. Em contextos socioculturais que
exigem maior formalidade, usamos uma linguagem mais cuidada e elaborada – o registro
Fonte: http://www.uel.br/pos/ppgel/pages/arquivos/10749-39705-1-PB.pdf
LIVRO
Título: Linguística? - Que É Isso?
Autor: José Luiz Fiorin
Editora: Contexto
Ano: 2013
Sinopse: A Linguística é uma ciência pouco conhecida ou
completamente desconhecida pelas pessoas em geral. E, como é
comum acontecer com aquilo ou com aqueles que desconhecemos,
ela é constantemente alvo de prejulgamentos – tendo sido
acusada inclusive de renegar a norma culta e de contribuir para
a destruição da língua portuguesa por defender modos “errados”
de falar. Ou seja: o preconceito não atinge somente os diferentes
falares. A própria Linguística que os estuda é objeto de atribuições
e rótulos infundados. Este livro, que reúne grandes especialistas
da área, surge para explicar o que é, afinal, a Linguística. Para
isso, trata das funções e características da linguagem humana,
para depois discorrer sobre os cinco grandes objetos teóricos
criados pela Linguística dos séculos XIX e XX: a língua, a
competência, a variação, a mudança e o uso. Com um texto fácil
e agradável, esta obra torna acessíveis questões complexas da
ciência da linguagem – sem, entretanto, simplificá-las – tanto para
estudantes e professores de línguas como para interessados em
geral. Autores: Norma Discini, Ronalda Beline.
FILME/VÍDEO
• Título: Nell
• Ano: 1994
• Sinopse: Uma jovem (Jodie Foster) é encontrada em uma casa
na floresta, onde vivia com sua mãe eremita, mas o médico (Liam
Neeson) que a encontra após a morte da mãe constata que ela
se expressa em um dialeto próprio, evidenciando que até aquele
momento ela não havia tido contado com outras pessoas. Intrigado
com a descoberta e ao mesmo tempo encantado com a inocência
e a pureza da moça, ele tenta ajudá-la a se integrar na sociedade.
WEB
• Sistema VOLP: O sistema de busca do Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa, quinta edição, 2009, contém 381.000
verbetes, as respectivas classificações gramaticais e outras
informações conforme descrito no Acordo Ortográfico.
• Link do site: http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-
vocabulario
Plano de Estudo:
● Descrição e prescrição
● Conceito de “gramática”
● Fatos, dados e hipóteses na análise linguística
● Coleta de dados e a construção do corpus de análise
● Fatos e preconceitos linguísticos
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar a gramática na perspectiva linguística
● Compreender as características das análises linguísticas
40
INTRODUÇÃO
O que acontece, é que todos nós carregamos uma bagagem social, costumes,
cultura, tradições e que refletem diretamente na nossa forma de comunicar.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Fonte: ANDRADE, Oswald. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
Gramática descritiva
Portanto, fica evidente que a gramática descritiva não está interessada em dizer a
ninguém como usar a língua, o que poderíamos entender até mesmo como um abuso de
poder, mas sim está preocupada em descrever os modos como ela é usada na vida real. A
primeira turma ergue muros entre certo e errado; a segunda dedica-se a demoli-los.
Para isso, separei a sinopse (entenda-se como uma dica de leitura também) de um
livro do Professor Sírio Possenti, chamado “Por que (não) ensinar gramática na escola”:
Fonte: https://www.portugues.com.br/gramatica
A partir dos conceitos definidos dos níveis da análise linguística, fica mais fácil
entender como podemos fazer essa análise. Há, portanto, algumas maneiras de analisar
algo linguisticamente:
● Através de enunciados da fala: se optarmos por analisar a fala é importante
observar o grupo de falantes que escolhermos, bem como suas características.
Lembre-se de que na análise linguística não há o certo e o errado, mas sim
há modos diferentes de se comunicar e se expressar, principalmente se nossa
análise for verbal/oral;
● Fatos
Podemos entender como fato tudo o que é verídico, ou seja, o que aconteceu no nível
real, o que não é inventado. Por isso, um dos critérios de análise linguística deve se
basear em fatos, e não estamos nos referindo somente a acontecimentos, mas sim
em algo concreto. Por exemplo, um diálogo é um fato, bem como um poema também
é. Desde que seja algo que exista, de fato, já pode entrar para nossa análise;
● Dados:
Outro critério não menos importante é a dos dados. Quando temos informações
baseadas em dados e registros tudo fica ainda mais fácil de se analisar. Como toda e
qualquer ciência necessita de registros e dados, na linguística também é importante
que haja, ainda mais se sua análise se tratar de algum evento ou acontecimento
histórico;
● Hipóteses:
As hipóteses são importantes para que possamos organizar nossa análise. O
levantamento de hipóteses é fundamental para que essas “perguntas” sejam
respondidas ao longo da análise. Toda pesquisa requer hipóteses, afinal, se há
perguntas sobre o assunto deverá haver respostas ou, ao menos, sugestões para
que haja soluções do que nos propomos a analisar.
Neste tópico vamos nos atentar a um exemplo prático de análise linguística. Antes,
porém, vamos apenas conceituar o que seria o nosso corpus de análise:
PLANO DE AULA
Fonte: a autora
Portanto, nossa análise linguística baseada no plano de aula para uma turma de
sexto ano do ensino fundamental 2 deve ser aplicada buscando todos os contextos que o
texto, imagem, gesto ou qualquer que seja o objeto analisado, traz.
● Preconceito socioeconômico
Um dos tipos de preconceitos linguísticos mais comuns, mas que não deveria existir
é o que está relacionado às pessoas de classes sociais mais pobres que, pelo seu contexto
de vida, não tiveram acesso à educação ou não tiveram chances de estudar adequadamente.
Seu conhecimento é limitado e sua forma de comunicação acaba refletindo essa lacuna
social, na prática, essas pessoas se tornam marginalizadas e não conseguem ingressar em
determinadas profissões com bons postos no mercado de trabalho.
● Preconceito regional
Assim como o preconceito socioeconômico, o regional também acarreta inúmeros
problemas na relação com o mercado de trabalho. Os indivíduos que residem em regiões
menos favorecidas acabam sendo marginalizados por aqueles que residem em regiões de
maior ascensão econômica do país.
● Racismo
Palavras de origem africana ainda trazem essa herança racista que há no Brasil.
Termos como “macumba”, por exemplo, é um instrumento musical utilizado em cerimônias
religiosas, mas no Brasil está ligada à magia negra, satanismo ou feitiçaria. Prova viva de
que há, sim, preconceito com alguns termos da cultura afro.
Fica evidente, portanto, que o preconceito linguístico acontece quando há
intolerância das mais variadas áreas, sejam elas sociais ou culturais, e esse costume está
enraizado no Brasil desde que algumas classes sociais julgavam os costumes de outras
como certas ou erradas.
Em tempos em que a diversidade é cultuada e as pessoas estão cada dia mais
confortáveis para se expor, não há como nós, estudantes da língua e amantes da diversidade
de possibilidades criar um critério de juízo ou de verdade absoluta para o que deve ou não
deve ser feito.
REFLITA
Ferdinand de Saussure
ANTIGAMENTE
Samuel Santos
Joice Lima Santana
André Luiz Ferreira Santana
Fonte: https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/viewFile/1238/279
LIVRO
Título: Linguística Textual - Introdução
Autor: Leonor Lopes Fávero e Ingedore G. Villaça Koch
Editora: Cortez
Ano: 2015
Sinopse: O objetivo desta obra é apresentar ao leitor brasileiro,
de hoje, uma visão panorâmica da Linguística Textual, nos seus
primórdios, ramo da ciência da linguagem que vinha tomando
grande impulso na Europa, mas cuja divulgação em nosso país era
ainda incipiente, em razão de existirem poucas obras traduzidas
para o português. O livro das professoras Leonor Lopes Fávero
e Ingedore G. Villaça Koch, resultado de cuidadoso trabalho de
pesquisa, em obras publicadas em diversos idiomas, constitui
contribuição significativa para o conhecimento reflexivo sobre
a origem da “Linguística Textual”, as causas de seu surgimento,
primeiros momentos e principais pesquisadores.
FILME/VÍDEO
Título: Língua - vidas em português
Ano: 2002
Sinopse: Todo dia duzentas milhões de pessoas levam suas
vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas.
Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia a
língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas,
goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas,
guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias
de todos os continentes, habitadas por deuses muito mais antigos
e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados
se apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que
novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas
que nas outras não cabe.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=JBmLzbjmhhg&t=2s
WEB
Museu da Língua Portuguesa: Valorizar a diversidade da língua
portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da
cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo. Foi
com esses objetivos que nasceu o Museu da Língua Portuguesa.
• Link: http://museudalinguaportuguesa.org.br/
Plano de Estudo:
● Princípios de análise: regras das línguas e regras linguísticas na descrição
dos fatos linguísticos
● Língua e significação: aspectos formais e de conteúdo (sintaxe e semântica)
● Análise Linguística e suas ferramentas de análise na Linguística Descritiva:
● Palavras, lexemas e sintagmas
● Funções e categorias gramaticais: a importância do processo de classificação
● Funções semânticas, léxico e gramática
● Construções gramaticais: sujeito-predicado
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar Língua e significação.
● Compreender as funções e categorias gramaticais: a importância do processo
de classificação.
59
INTRODUÇÃO
Essa mudança de posição traz também mudança de sentido, e é isso que a posição
linear estuda.
2. Correspondência: é a propriedade que demonstra uma afinidade formal entre
frases e palavras.
Aqui vamos encontrar grupos de correspondências, e um deles é o topicalizado.
Que é quando o tópico é o assunto principal dentro de uma mensagem. Veja o
exemplo:
A mãe levou o filho ao cinema hoje.
Hoje, a mãe levou o filho ao cinema.
Fonte: a autora
● Lexema: unidade mínima de natureza não gramatical, ou seja, são palavras que
recebem sufixos flexivos e pertencem a mesma classe gramatical. Exemplo:
Cantor, Cantora, Cantores, Cantoras fazem parte do mesmo lexema, pois são
de mesma classe (verbos) e se diferem apenas por sufixos
Fonte: https://letraseinglesunip.blogspot.com/
O sistema arbóreo, como ficou conhecido, é utilizado para uma análise mais
profunda das frases e orações. Ele determina de forma mais detalhada a classificação de
cada um dos elementos dispostos nos termos.
Logo, o que chamamos de nome não se trata apenas do substantivo, mas também
das funções básicas como o adjetivo ou o advérbio, e além dessa divisão, toda palavra
será:
== Um nome: se a representação for estática, sem variações temporais.
== Um verbo: se sofrer variações temporais, ou seja, se expressar uma
representação dinâmica ou indicar um processo da realidade, ou
== Um pronome: se apenas situar uma representação no espaço/tempo.
Figuras de palavras
● Metáfora: transferência de significados: A Amazônia é o pulmão do mundo;
● Comparação: bem parecido com a metáfora, mas a diferença é que sempre vai
existir um comparativo expresso pelo “como, tal qual”: Você é alto como o seu
pai era.
● Metonímia: uso de uma palavra pela outra: Eu amo ler Machado de Assis.
● Sinestesia: mistura dos sentidos: Sua voz é doce e aveludada.
Figuras de Pensamento
● Antítese: palavras opostas na mesma construção: Ela estava entre a vida e a
morte.
● Paradoxo: ideias opostas na mesma construção: Estou sonhando acordado com
o dia da minha formatura.
Sujeito:
● Determinado: quando ele é percebido na oração e se subdividem em:
== Sujeito simples: possui só um núcleo;
== Sujeito composto: possui mais do que um núcleo;
== Sujeito oculto: é identificado pela desinência verbal (terminação);
== Sujeito indeterminado: quando não dá pra saber quem fez a ação;
== Sujeito inexistente: não existe, normalmente fenômenos da natureza.
Predicados:
● Verbal: quando o verbo indica ação;
● Nominal: quando o verbo indica estado;
● Verbo-Nominal: quando o verbo indica ação e estado ao mesmo tempo.
Fonte: http://lavilifeevale.blogspot.com/2011/08/curiosidades-linguisticas-o-sufixo-de.html
REFLITA
Ferdinand de Saussure
LIVRO
• Título: Estudos E Pesquisas Em Linguística Sistêmicofuncional
• Autor: Leila Bárbara, Adail Sebastião Rodrigues Júnior e
Giovanna Marcella Verdessi Hoy.
Editora: Mercado de Letras
Ano: 2017
Sinopse: Ao longo da década passada e desta, vários têm sido
os diálogos com pesquisadores renomados de muitos países do
Ocidente e Oriente cujo compromisso é desenvolver, fundamentar
e avançar os estudos e pesquisas em Linguística Sistêmico-Funcio-
nal. Este livro pretende ser mais uma contribuição, embora diminuta,
ao conjunto de publicações nesta área, sobretudo porque mostra
resultados de pesquisas de docentes e alunos latino-americanos
em diálogo direto com duas subáreas de conhecimento dentro do
escopo da própria teoria: a perspectiva linguístico-textual de Chris-
tian Matthiessen e a semântico-discursiva de Jim Martin. A partir
destes estudos, os demais capítulos demonstram interseções entre
essas subáreas, ora privilegiando a perspectiva textual da teoria, ora
enfatizando possibilidades mais amplas no âmbito dos discursos.
FILME/VÍDEO
• Título: O garoto selvagem
• Ano: 1969
• Sinopse: Cantão de São Sernin, França, 1798. Três caçadores
acham uma criança selvagem, que possui 11 ou 12 anos. Ele é
apelidado de Selvagem de Aveyron (Jean-Pierre Cargol), sendo que
se alimenta de grãos e raízes, não anda como um bípede nem fala, lê
ou escreve. O professor Jean Itard (François Truffaut) se interessa pelo
menino, que é levado a Paris para determinar seu grau de inteligência
e ver como se comporta a mentalidade de um menino que desde cedo
foi privado da educação, por não conviver com ninguém da espécie.
Itard começa a educá-lo. Todos pensam que ele vai fracassar, mas
com amor e paciência aos poucos obtém resultados.
• Link:
https://www.youtube.com/watch?v=b5CKltq3Uf4&feature=emb_title
WEB
•Manual de Linguística: subsídios para a formação de
professores indígenas na área de linguagem – Série Vias
dos Saberes: Vias dos Saberes é uma série de livros destinada
a fornecer subsídios à formação dos estudantes indígenas em
cursos de nível superior. Os textos visam agregar à experiência de
cada um pontos de partida para a composição dos instrumentos
necessários para aguçar a percepção quanto aos amplos desafios
à sua frente, diante de metas que têm sido formuladas pelos seus
povos, suas organizações e comunidades
ANDRADE, Oswald. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
BACHELARD, G. A formação do espírito científico. Tradução: Estela S. Abreu. 1. ed. Rio de Janeiro:
Contraponto, 1996.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 1999.
BRITO, Juliana Barbosa. O problema da demarcação científica em Karl Popper. Ilhéus, 2014
CORREA, Vanessa Loureiro et al. Linguística aplicada. Curitiba: InterSaberes, 2013. Disponível em:
http://fcv.bv4.digitalpages.com.br
FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística i: objetos teóricos. 6 ed. São Paulo: Contexto, 2010.
Disponível em: http://fcv.bv4.digitalpages.com.br
FRAGA, Inácio Alvim de Rezende. Gramáticas: normativa e descritiva abordagem das gramáticas
descritiva e prescritiva da língua numa perspectiva histórico-funcional, 2011 Disponível em:
http://aprender.posse.ueg.br:8081/jspui/bitstream/123456789/23/1/Gram%c3%a1ticas%20
normativa%20e%20d.pdf
GÖRSKI, Edair Maria; COELHO, Izete Lehmkuhl. Variação linguística e ensino de gramática. Dis-
ponível em:http://www.uel.br/pos/ppgel/pages/arquivos/10749-39705-1-PB.pdf Florianópolis, 2009.
KOCH, Ingedore Villaça. Introdução a linguística textual: trajetória e grandes temas. 2 ed. São Pau-
lo: Contexto, 2015. Disponível em: http://fcv.bv4.digitalpages.com.br
LIMA, Luciana. Mas afinal, o que é Diacronia? 2013. Disponível em: https://linguisticaemfoco.wor-
dpress.com/tag/diacronia/
MATTOSO, CAMARA JR, Joaquim Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2004; p.11.
PEREIRA, Regina Celi; ROCA, Pilar (orgs.). Linguística aplicada: um caminho com diferentes aces-
sos. São Paulo: Contexto, 2009. Disponível em: http://fcv.bv4.digitalpages.com.br
POSSENTI, Sirio. Linguistas versus gramáticos: o jeito certo de escrever, 2012. Disponível em
<http://envolverde.com.br/educacao/lingua-portuguesa/linguistas-e-gramaticos/>. Acesso em: 28
jan. 2020.
ROCHA, Maria Regina. Forma e substância Saussure, 2001. Disponível em: https://ciberduvidas.
iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/forma-e-substancia-saussure/7672
SANTOS, Paula Perin. Incoerências da NGB em relação à classificação dos Vocábulos, 2018. Dis-
ponível em <https://www.infoescola.com/portugues/incoerencias-da-ngb-em-relacao-a-classifica-
cao-dos-vocabulos/>. Acesso em 25 jan. 2020.
Prezado(a) aluno(a),
Neste material, busquei trazer para você as definições de Linguística baseada na
teoria de Ferdinand de Saussure, um dos principais linguistas e estudiosos da língua que
já existiu.
Os conceitos estabelecidos por ele foram essenciais para que se pudesse estudam
a língua sob uma perspectiva mais profunda e não apenas baseada na escrita e em todo o
formalismo que até então havia estabelecido.
Fato é que Saussure deixou um importante legado conceitual para que os estudos
fossem ainda mais aprimorados nos anos e décadas posteriores.
A linguística é uma ciência viva que estuda a língua em suas mais variadas vertentes,
e mesmo que haja descobertas recentes e maneiras distintas de aplicá-la, fica evidente que
não há uma norma fechada e uma verdade absoluta quando se trata do estudo de algo que
é social.
Foram tecidas também considerações sobre os tipos de gramáticas, evidenciando
os quesitos da gramática descritiva e sua oposição à normativa, o que faz do estudo da
língua um aspecto ainda mais completo.
Espero que as dúvidas tenham sido sanadas e que todas as informações tenham
chegado até você de maneira didática e possível de compreensão.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente e
aplicar a gramática de forma eficiente e real, que é o que podemos chamar de semantização
da gramática na prática.