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ESTUDAR A DISTÂNCIA:
4 - A CONSTRUÇAÕ DA PESQUISA II
Conselho Editorial:
Profa. Sandra Regina Geiss Lorensini - UFMT
Profa. Maria de Lurdes Bandeira Freire - UFMT
Profa. Jociane Rosa de Macedo Costa - UNEMAT
Profa. Regisnei Aparecido de Oliveira Silva - UNEMAT
Profa. Ordália Alves Almeida - UFMS
Prof. Antônio Lino Rodrigues de Sá - UFMS
Prof. Heber Eustáquio de Paula - UFOP
Profa. Elizabeth Antonini - UFOP
Profa. Cláudia Maria Ribeiro - UFLA
Profa. Ila Maria Silva de Souza - UFLA
Profa. Maria Lúcia Monteiro Guimarães - UFSJ
Profa. Marize Maria Santana da Rocha - UFSJ
Ficha Catalográfica
P942e PRETI, Oreste
Estudar a Distância: uma aventura acadêmica. /Oreste
Preti.
Cuiabá: EdUFMT, 2006.
v. 4. 118 p. il.
REPRESENTANTE DO CONSÓRCIO:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESTUDAR A DISTÂNCIA:
4 - A CONSTRUÇÃO DA PESQUISA - II
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
4
SUMÁRIO
TIPOS DE PESQUISA 7
PROJETOS DE PESQUISA 15
INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 37
MEMORIAL 59
NORMAS TÉCNIAS PARA APRESENTAÇÃO DE PUBLICAÇÕES E
TRABALHOS CIENTÍFICOS 75
BIBLIOGRAFIA GERAL SOBRE O TRABALHO CIENTÍFICO E A
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
5
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
6
Tipos de
Pesquisa
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
7
Há muitas formas de classificar as pesquisas, dependendo do que está
sendo enfocado:
a) segundo a metodologia:
Pesquisa Histórica, Experimental, Survey, Estudo de Caso, Estudos de
Desenvolvimento (Longitudinal, Transversal, Transcultural e de Tendência),
Correlacional, Ex-post-facto.
b) segundo os resultados:
Pesquisa Teórica (ou Básica) e Pesquisa Prática (ou Aplicada).
c) segundo o local de execução:
Pesquisa de Campo, Pesquisa de Laboratório e Pibliográfica.
d) segundo os objetivos:
Pesquisa Exploratória, Bibliográfica, Histórica, Explicativa, Descritiva, em
Ação e Participante.
Estudar a Distância É importante, no entanto, ter em mente que todos os tipos de pesquisa
Uma Aventura Acadêmica obedecem aos padrões estabelecidos pela Metodologia Científica, nesse
8 aspecto residindo o valor e a cientificidade de uma pesquisa.
Aqui faremos algumas considerações sobre alguns tipos de pesquisa, mais
utilizados nas áreas das Ciências Humanas, classificados segundo os
objetivos.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
É um tipo de pesquisa conduzido principalmente através do uso de
material escrito.
Seu objetivo é conhecer e analisar as principais contribuições teóricas
existentes sobre determinado assunto, tema ou problema.
Ela constitui também parte das demais pesquisas, enquanto é feita com o
intuito de recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um
problema, para o qual se procura resposta, ou acerca de uma hipótese
que se quer experimentar.
PESQUISA HISTÓRICA
Objetivo: reconstruir o passado e descrever o presente sistemática e
objetivamente, por meio da coleta, avaliação, verificação e síntese de
evidências para estabelecer fatos e atingir conclusões defensáveis, com o
objetivo primordial de compreender melhor o presente.
Para isso, ela depende de duas espécies de dados:
ESTUDOS EXPLORATÓRIOS
Objetivos:
— Formulação de um problema para investigação mais exata ( passo
inicial em um processo contínuo de pesquisa);
— Criação de hipóteses;
— Aumentar o conhecimento sobre o fenômeno;
— Esclarecimento de conceitos;
— Estabelecimento de prioridades para a pesquisa;
— Obtenção de informações sobre possibilidades práticas de realização
da pesquisa.
Os estudos exploratórios conduzem apenas a intuições ou hipóteses; não
verificam nem demonstram.
Passos:
— Exame de literatura;
— Estudo de experiência;
— Análise de exemplos que estimulam a compreensão.
ESTUDOS DESCRITIVOS
ESTUDOS EXPLICATIVOS
São os estudos planejados para verificação de hipóteses causais.
Precisam fornecer dados com base nos quais se possa inferir,
legitimamente, se X entra ou não na determinação de Y.
Temos três situações:
a) O pesquisador não poderá introduzir ou manipular alguma variável,
pois o fato já aconteceu (Estudos Ex-post-facto ou Estudos Comparativos
Causais). Investiga possíveis relações de causa e efeito pela observação
de alguma conseqüência existente e procura refazer o caminho de volta
por meio de dados, em busca de fatores causais plausíveis.
Exemplo: “Quais as causas da evasão dos alunos?”
O fato da “ evasão” já ocorreu. Portanto, os dados são coletados depois
de ocorrido o fato. O investigador, alicerçado no resultado, busca fatores
que estejam, possivelmente, relacionados com o fenômeno “ evasão” para
dar-lhes um sentido, um significado.
b) O pesquisador manipula e introduz uma ou mais variáveis (Estudos
Experimentais e Quase Experimentais). Investiga possíveis causas e efeitos,
pela exposição de um ou mais grupos experimentais a uma ou mais
condições de tratamento, comparando os resultados a um ou mais grupos
que não recebem o tratamento.
c) O pesquisador investiga a extensão, na qual as variações em um fator
correspondem às variações em um ou mais fatores, baseados em
coeficientes de correlação (Estudos Correlacionais). Investiga correlações
(associações) de um fator em relação a outro ou outros. Não busca a
Estudar a Distância relação causal (causa → efeito).
Uma Aventura Acadêmica
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PESQUISA EM AÇÃO
É um tipo complexo de pesquisa de campo que permite incorporar mais
rapidamente os resultados alcançados à área de sua atuação.
Objetivos: Desenvolver novas habilidades ou novas abordagens;
Resolver problemas com aplicação direta ao
contexto do mundo do trabalho ou à sala de aula.
Características e princípios básicos :
PESQUISA PARTICIPANTE
Uma pesquisa de ação voltada para as necessidades básicas do
indivíduo, que responde as necessidades de populações que
compreendem operários, camponeses, agricultores e índios (as classes
mais carentes nas estruturas sociais contemporâneas), levando em conta
suas aspirações e potencialidades de conhecer e agir.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
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Projetos de
Pesquisa
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
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Vejamos, inicialmente, alguns exemplos de anteprojeto, isto é, uma primeira
idéia, um esboço inicial de um projeto.
1 - ANTEPROJETOS
EXEMPLO 1
Os professores vão à greve
Tema: A Greve dos professores
Delimitação: A greve dos professores da rede estadual no Estado de.......
no período de ....
Contexto:
a situação atual (mudança de governo estatual, professores sem receber
salários há meses, governo não quer negociar, afirmando não ter como
pagar logo os atrasados ...)
Questões:
Por que os professores estaduais optaram pela greve?
Qual o “sentido” que a greve tem para os professores?
Há uma real participação do movimento da categoria?
Por que há professores que não participam?
Quais as forças que conduzem à greve? Os progressistas, os moderados ...?
O professor se julga um trabalhador qualquer?
Hipóteses:
-- A greve dos professores estaduais evidencia o “sentido” econômico-
cooperativo mais que o político-ideológico da categoria;
-- A greve se torna, para a maioria, férias forçadas;
-- Os professores “progressistas” estão à frente do movimento;
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica -- A greve e a organização dos professores é resultado mais das
16 condições de trabalho, postas por um governo autoritário, do que do
nível de “consciência”da categoria;
-- O fato de a maioria dos profissionais do ensino serem mulheres, cuja
renda muitos consideram meramente “complementar”, explica o motivo
de o movimento se sustentar por longo tempo.
Objetivos:
-- Analisar, dentro do movimento de greve dos professores estaduais
de....... , como os profissionais da educação se situam e se percebem no
movimento, e como avaliam a greve;
-- Detectar quais os grupos que na realidade conduzem e definem a
greve.
Quadro de Referência:
O professor, como trabalhador numa sociedade capitalista passa por
um processo de expropriação e exploração;
Relação do professor com o Estado é de um trabalhador com o patrão;
Organização e a conscientização são resultados de condições objetivas
e subjetivas...
EXEMPLO 2
Fracasso escolar e Psicopedagogia
Tema: O psicopedagogo diante do fracasso escolar
Delimitação: O papel do psicopedagogo no lidar com crianças que
“fracassam” no ensino fundamental da escola pública.
Questões:
· Como as Ciências da Educação têm analisado e compreendido o
fenômeno do fracasso escolar?
· Por que a prática foi sempre analisar o fracasso, e não o sucesso
escolar?
· Qual é a atual concepção dos teóricos da Educação sobre este
Estudar a Distância
fenômeno? Uma Aventura Acadêmica
17
· -- Quais são os paradigmas que sustentam a atual concepção?
· -- Qual é a função do psicopedagogo na escola? Há diferentes
concepções teórico-práticas? Quais são? Qual hoje é dominante?
· -- Como o psicopedagogo é percebido em sua função de lidar com o
“fracasso” escolar?
Objetivo Geral:
Fazer um estudo bibliográfico (teórico/ensaio) sobre o papel do
psicopedagogo no lidar com alunos que “fracassam” na escola pública.
Objetivos específicos:
· -- Descrever as diferentes análises que as Ciências da Educação
apresentam sobre o fenômeno do “fracasso” escolar;
· -- Comparar a concepção atual, dominante no Brasil, relativa ao
“fracasso” escolar com as anteriores, tendente a verificar se houve
mudanças de paradigmas nas análises;
· -- Descrever o papel do psicopedagogo no âmbito escolar, ao ter
que lidar com crianças que “fracassam” na escola pública.
Enfoque teórico
O tema abordado será apoiado na Teoria Psicogenética Piagetiana, com
base nos estudos realizados por Christiane Gillieron acerca do
psicopedagogo.
Plano de trabalho
Justificativa (por que este tema? De onde veio o desejo de estudar este
tema?) – importância – problemas a serem aprofundados – objetivo (s)
1. A “produção” do “fracasso” escolar(breve abertura do tópico)
1.1 O que diz a literatura (ou “já vi esse filme antes”)
1.2 Um “olhar” no interior da escola
1.2.1 Caça às bruxas: quem é o culpado
Estudar a Distância 1.2.2 Na contramão: como explicar o “sucesso”
Uma Aventura Acadêmica
1.3 As abordagens
18
2. O psicopedagogo “invade” a escola
2.1 O salvador da pátria? ( Psicopedagogismo: mais um “ismo” ou
“mais um especialista”?)
2.2 Tendências
3. Re-construindo e ressignificando as práticas escolares
3.1 O psicopedagogo: pesquisador e orientador do trabalho coletivo
3.2 Atitudes e práticas novas para problemas antigos
Considerações finais
Bibliografia consultada:
ANDRADE, Antônio dos Santos. O cotidiano de uma escola pública de 1º grau: um
estudo etnográfico. Cadernos de Pesquisa, S. Paulo (73), maio 1990. p.26-37.
DORNELLAS, Beatriz Vargas. Mecanismos seletivos da escola pública: um estudo
etnográfico. In: SCOZ, Beatriz J. L. Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na
formação e atuação do profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
p.251-274.
FINI, Lucila Diehl Tolaine. Rendimento escolar e Psicopedagogia. In: SISTO, F.F.
Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
p.64-76
GUILLIERON, Christiane. El psicopedagogo como observador: por qué y como.
Infancia y Aprendizaje. Madrid, 1980, n.9; p.7-21.
KRAMER, Sônia et alii. Um mergulho na alfabetização ou: há muito que revelar
sobre o cotidiano da escola. Rev. Brasileira de Estudos Pedagógicos. 68 (158):
65-97, jan/abr. 1987.
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. Campinas, SP:
Papirus, 1997. p. 55-81.
PATTO, Maria Helena. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e
rebeldia. S.Paulo: T.A. Queiroz, 1991.
__________________. O fracasso escolar como objeto de estudo: anotações sobre
as características de um discurso. Cadernos de Pesquisa, S.Paulo (65): 72-77,
maio 1998.
Estudar a Distância
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Cronograma
Etapas Meses
Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro
Etapas 1
Etapas 2
Etapas 3
Etapas 4
Etapas 5
Etapas 6
Etapas 7
Etapas 8
Etapas 9
EXEMPLO 1
O COTIDIANO DA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE........ :
SONHO E REALIDADE 1
1 JUSTIFICATIVA
2 OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Objetivos específicos:
4 QUADRO DE REFERÊNCIA
5 A ESCOLA EM ESTUDO
6 ASPECTOS METODOLÓGICOS
BIBLIOGRAFIA
Justificativa
Objetivos
Diante do exposto, os objetivos deste nosso estudo são os seguintes:
— Caracterizar os posseiros que vêm ocupando áreas dentro e ao redor
dos projetos de colonização instalados no município de Guarantã do
Norte - MT;
— Tentar compreender esse processo de ocupação “espontânea”; Estudar a Distância
— Resgatar o saber e as práticas educativas produzidas nos movimentos de Uma Aventura Acadêmica
29
organização e de luta dos posseiros nessas áreas, comparando os
conhecimentos adquiridos, em outros contextos, com a realidade atual;
— Estudar a interação desses posseiros com o meio ambiente e apreender
sua compreensão da questão ambiental.
Eixos Teóricos
Procedimentos Metodológicos
Estudar a Distância
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Cronograma de execução
Atividades / Ano e mês 1989 1990 1991
Out Nov Fev Mar Abr Maio Junho Julho Ago Set Fev Mar
Pesquisa bibliográfica
Levantamento documental
Aprofundamento teórico-metod.
Assessoria
Treinamento de estagiários
Coleta de dados
Discussão e revisão
Relatório final
Divulgação
Bibliografia
BECKER, Bertha. Estratégia do Estado e povoamento espontâneo na expansão da fronteira
agrícola em Rondônia: interação e conflito. Tübingen, 1987. Anais Congresso.
CAMERMAN, Cristiano. Pastoral da Terra: posse e conflito. S. Paulo: Paulinas, 1977. (Estudos
CNBB)
CHAYANOV, Alexander. La organización de la unidad económica campesina. Buenos Aires:
Nueva Visión, 1974.
CORREA, A. C. História oral : teoria e técnica. Florianópolis: UFSC, 1978.
FERREIRA, Eudson Castro. Posse e propriedade: a luta pela terra em Mato Grosso. Campinas:
Unicamp, 1984.
GRZYBOWSKI, Cândido. Caminhos e descaminhos dos movimentos sociais no campo. Petrópolis:
Vozes, 1985.
KOTSCHO, Ricardo. O massacre dos posseiros: conflitos de terra no Araguaia-Tocantins. Brasília:
UnB, 1982. (Tese de doutorado)
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. Campinas:
Papirus, 1987.
SALATI, Eneas e outros. Amazônia: desenvolvimento, integração, ecologia. S. Paulo: Brasiliense/
Estudar a Distância
CNPq, 1983.
Uma Aventura Acadêmica
SANTOS, José Vicente Tavares de. Matuchos, le rêve de la terre. Paris, 1987. (Tese de doutorado)
35
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
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Instrumentos de
coleta de dados
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
37
No contexto das Ciências Sociais, certas críticas feitas ao “empiricismo”,
sobretudo na década de setenta, chegaram ao ponto de negar a validade
do uso das técnicas de entrevista e questionário, pois estariam
simplesmente “quantificando” os fenômenos sociais. Não há dúvida de
que a pesquisa empiricista (não empírica!) consiste apenas na aplicação
de regras de contagem de opiniões ou sentimentos cuja “fetichização” do
aspecto técnico tenta dissimular os pressupostos ideológicos que, muitas
vezes, revelam alguma afinidade com o tecnocratismo.
Não se trata de negar a necessidade das técnicas, dos instrumentos, mas
sim de pôr em questão a concepção da técnica, sua estrutura interna e as
condições de aplicação, variáveis segundo o tipo de população e de
assunto que está sendo pesquisado.
O uso de questionários e entrevistas não é sinônimo de “empiricismo”,
quando estas técnicas, consideradas meios de captação de informação, e
não fim em si, são submetidas ao controle metodológico e subordinadas
a uma teoria.
Uma das fases importantes da pesquisa é a determinação de como serão
coletados os dados. Os principais instrumentos de pesquisa, que deverão
estar diretamente relacionados com o tipo de pesquisa a ser utilizado bem
como com as hipóteses estabelecidas, são: questionário, entrevista,
observação, pesquisa documental, teste.7 Aqui trataremos, brevemente,
desses instrumentos, à exceção do teste.
Quando você for elaborar seu instrumento de coleta de dados, retome o
projeto e veja com clareza quais os objetivos propostos, quais os problemas
a serem soluciondos ou as questões a serem postas, para dar direção clara
e objetiva às questões que irá formular no questionário, ou na entrevista, ou
aos aspectos que irá registrar nas observações, evitando que se tornem um
amontoado de perguntas sem sentido e, no momento da análise, sem
utilidade prática e teórica.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
38 7
Há uma literatura sobre a aplicação destes instrumentos e que foi listada no final desta obra.
8
1. QUESTIONÁRIO/FORMULÁRIO
Trata-se de técnica de investigação composta por um número mais ou
menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo
por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas, avaliações, projetos de vida, valores.
É constituído por uma série de perguntas organizadas com o objetivo de
levantar dados para uma pesquisa, cujas respostas são formuladas pelo
informante, quando não pesquisadas sem a assistência direta ou
orientação do investigador.
8
Formulário é geralmente usado para designar uma següência de questões que são perguntadas e anotadas por um Estudar a Distância
entrevistador, numa situação face a face com outra pessoa, diferenciando-se do Questionário que é preenchido pelo Uma Aventura Acadêmica
próprio entrevistado. As orientações técnicas quanto à sua estruturação são as mesmas, por isso, ao falarmos de
questionário, estaremos também fazendo referência ao formulário. 39
Ex. Você gosta do seu trabalho?
( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos
Por quê?
___________________________________________________________________________________
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
c) Primeiro rascunho do questionário: cuidar da melhor seqüência
psicológica dos tópicos e incluir algumas perguntas destinadas à
verificação da precisão das respostas ou à medição da influência de
mudança na frase.
d) Reexame e revisão das perguntas: apresentar o questionário a
especialistas que conheçam os métodos do questionário e o tipo de
problema a ser pesquisado.
e) Pré-teste do questionário: é uma experiência que apresenta um recurso
para identificação e solução de problemas não previstos na aplicação do
questionário. Os que fazem o pré-teste devem compreender claramente os
objetivos do estudo.
f) Revisão do questionário e especificação dos processos para seu uso:
será importante rever o conteúdo, a forma, a seqüência das perguntas, o
espaçamento, a disposição, a aparência do material e a explicitação
minuciosa de processos para o emprego do questionário.
Exemplo de Questionário
Exemplo 1
CURRÍCULO, MÉTODOS E TÉCNICAS PEDAGÓGICAS
Colega professor(a),
Este questionário é parte fundamental do Diagnóstico Educacional da
nossa escola. É importante que você responda e dê suas opiniões e
informações da maneira mais objetiva e profissional. Vamos mostrar a
cara da nossa escola!
(Na maioria das vezes, é só colocar um (x) nas respostas com as quais você concorda
e que nem sempre são excludentes, isto é, você pode escolher mais de uma resposta.
Outras vezes, você deverá quantificar, listar ou enumerar as alternativas propostas ou
exprimir sua opinião).
1 — Quem foi o responsável pela elaboração do atual currículo da escola?
_________________________________________________________________________
[...]
34 — Em seu entender, quais os motivos que levam o aluno a ser reprovado por você,
em sua disciplina ou área?
_____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
pelo diretor ( )
pelo supervisor ( )
pela equipe técnica ( )
pela equipe técnica e professoras da série ( )
pelas professoras da série ( )
pela professora ( )
cada um por si ( )
conselho de classe ( )
outro:_______________________________ ( )
[...]
Prezado(a) Professor(a):
Este questionário tem como finalidade levantar dados que nos permitam
realizar um diagnóstico das condições de trabalho e da formação do
professor que atua nas séries iniciais, para que possamos melhor adequar
o conteúdo e a metodologia do curso em que você acaba de se
matricular.
Pedimos que leia as questões com atenção e faça um X nas questões
com alternativas, preenchendo os espaços nas questões em aberto. Sua
colaboração é muito valiosa.
Muito obrigado!
Número do questionário
Local onde foi aplicado:
Município de origem do informante:
Data: ___/___/___
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
1 — Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
2 — Faixa etária: ( ) até 20 anos ( ) 40 a 49 anos
( ) 20 a 29 anos ( ) 50 a 59 anos
( ) 30 a 39 anos ( ) + de 60 anos
3 — Estado civil: ( ) solteiro ( ) separado
Estudar a Distância ( ) casado ( ) viúvo
Uma Aventura Acadêmica ( ) divorciado ( ) outros:
44
4 — Número de filhos: _____(masc.) _____(fem.)
5 — Número de dependentes: ____(masc.) ____(fem.)
6 — Se há outros dependentes, especificar o número deles:
( ) adulto:_____ ( ) criança:_____
7 — Em que escola(s) você trabalha?
8 — Você exerce outra profissão além do magistério?
( ) sim ( ) não
Qual?________________________________________________________________
[...]
( ) a pé ( ) ônibus urbano
( ) autómovel de colega ( ) ônibus interurbano
( ) automóvel próprio ( ) ônibus urbano e interurbano
( ) automóvel próprio e ( ) outro,qual:_______________
( ) ônibus interurbano
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
[...]
45
Quando as perguntas são abertas, haverá diferentes respostas. O que
fazer?
O primeiro passo será verificar todas as possibilidades de respostas
2
dadas
e estudar a melhor maneira de agrupar e nomear (“categorizar”) as
respostas que mantêm certa “semelhança”, que dizem a mesma coisa,
embora com palavras diferentes. Isso irá facilitar o posterior trabalho de
análise das respostas.
3
Num segundo momento, definir, num pequeno Manual de Codificação , o
agrupamento (nomeando-o), para que todos os que estiverem fazendo o
trabalho de organização do material sigam os mesmos critérios de
agrupamento.
2. A ENTREVISTA
É uma conversação com um propósito, abarcando duas ou mais pessoas.
Por isso sua forma de realização pode ser de natureza individual e/ou
coletiva. Trata-se de técnica muita utilizada nas áreas das Ciências
Humanas e Sociais na busca de informações (tanto subjetivas como
objetivas), diretamente com os atores sociais como sujeitos-objetos da
pesquisa. Não é uma conversa “despretensiosa ou neutra”, pois
estabelece um tipo de relação em que tanto o pesquisador como o
entrevistado se influenciam reciprocamente.
2
Categoria é a classe, o grupo ou o tipo em uma série classificada. Por ex.: sexo (masc. e fem.), classe social (alta,
média, baixa; ou dominante, dominada; ou burguesia e proletariado, etc.), estado conjugal (casado, solteiro, etc.).
Exprime, pois, uma maneira de o pensamento apreender a realidade e sistematizá-la.
Estudar a Distância
3
Uma Aventura Acadêmica Codificar é a “operação segundo a qual os dados são categorizados” (SELLTIZ, 1965, p.468), isto é, os dados
brutos são transformados em símbolos que possam ser tabulados. A codificação pode ser feita anterior ou
46 posteriormente à coleta. Em questionários de perguntas fechadas, freqüentemente já ocorre a pré-codificação.
2.1 Tipos de entrevista:
— ESTRUTURADA (diretiva, dirigida), quando segue uma padronização de
questões, cujos parâmetros são preestabelecidos, chegando quase a se
confundir com um questionário oral. A cada entrevistado são feitas as
mesmas perguntas (fechadas, livres e de múltipla escolha) e na mesma
ordem.
— NÃO ESTRUTURADA (aberta, não diretiva, não dirigida), oferece grande
flexibilidade e ampla liberdade para o respondente expressar-se.
2.2 Passos para a elaboração da entrevista:
— definir os propósitos do estudo;
— especificar os propósitos em objetivos mais detalhados para serem
seguidos na construção das questões;
— observar que as questões sejam formuladas em uma linguagem clara,
evitando que sejam direcionadas;
— solicitar a pessoas com semelhantes características da amostra, mas que
dela não fazem parte, que respondam à entrevista (Pré-Teste);
— determinar quem deve ser entrevistado e quantos;
— fazer arranjos preliminares para a entrevista;
— decidir precisamente o que deve ser executado, ressaltado, e qual a
atitude que será estabelecida;
— ter em mente o objetivo definido para poder informar a pessoa
entrevistada, motivando-a a dar as informações;
2.3 A Entrevista
Contato inicial: explicar a finalidade da pesquisa, sua importância para o
pesquisador, para a instituição e para o entrevistado, a contribuição do
entrevistado; assegurar o anonimato, consultando ao entrevistado se
autoriza gravar a entrevista e a divulgação do conteúdo de seus
depoimentos.
Condução da entrevista:
— Quanto ao clima: criar um “rapport”, um clima favorável e descontraído
para que a pessoa seja motivada a falar abertamente, sem receios. Por Estudar a Distância
isso, é importante, ao chegar, cumprimentar as pessoas, perguntar como Uma Aventura Acadêmica
47
estão, para criar uma atmosfera amistosa, cordial, um relacionamento
de confiança mútua. Ao concluir a entrevista, voltar aos “papos”
informais, agradecer e se despedir cordialmente.
É importante, quando das entrevistas abertas, ter sempre presentes as
perguntas-chave, o roteiro de sua entrevista para conduzir a entrevista,
evitando que o informante acabe por determinar os rumos do “papo”
(por ter encontrado um bom ouvinte), abandonando por completo a
temática da investigação.
— Quanto às perguntas: começar sempre por assuntos amenos, questões
preliminares (aspectos da vida que o informante conhece de forma
ampla), seguir certa ordem lógica e psicológica, evitando perguntas
que conduzem imediatamente a respostas negativas ou induzem
( a resposta está implícita na pergunta ). Fazer uma pergunta cada
vez, de maneira clara, e deixar que a pessoa fale muito mais,
manifestando seu interesse no acompanhamento do que está dizendo.
— Quanto ao registro das respostas: se conseguir autorização para
gravar a entrevista, melhor, assim poderá acompanhar a conversa com
mais atenção e estabelecer um verdadeiro colóquio, uma troca de
idéias. Durante a entrevista ou logo após, anote as falas que
marcaram a conversa. Posteriormente, transcreva a entrevista e
destaque os trechos mais significativos ou, ao ouvi-la novamente,
anote os tópicos que mais lhe interessam. Caso não seja possível
gravar a entrevista, terá de fazer o registro durante sua realização e
ter a habilidade de não deixar a conversa morrer ou esfriar. Por isso, é
aconselhável que estejam presentes dois entrevistadores: um mais
preocupado em fazer os registros; o outro; em conduzir a conversa.
É importante que preste atenção também aos gestos, entoações,
hesitações, digressões.
3. A OBSERVAÇÃO
3.1 Conceituação
“Observar” não é sinônimo perfeito de “olhar”. É destacar algo
especificamente de um conjunto (de pessoas, animais, objetos). Observar
um fenômeno educacional significa que determinado fenômeno (simples ou
complexo) está sendo abstratamente separado de seu contexto para que,
em sua dimensão singular, seja estruturado em seus atos, atividades,
significações, relações. Individualizam-se ou agrupam-se os fenômenos
dentro de uma realidade que é indivisível, essencialmente para descobrir
seus aspectos aparenciais e mais profundos, até captar, se possível, sua Estudar a Distância
essência numa perspectiva específica e ampla, ao mesmo tempo, de Uma Aventura Acadêmica
contradições, dinamismo, de relações (TRIVIÑOS, 1987, p.153). 49
3.2 Aplicação
A observação é elemento fundamental para a pesquisa, desde a
formulação do problema até a análise dos dados, mas sobretudo na fase
de coleta.
Na investigação social é o ponto de partida, sendo privilegiada nos
trabalhos antropológicos e etnográficos. Hoje, ocupa lugar de destaque
nas novas abordagens da Pesquisa Educacional, voltadas para o estudo
do cotidiano da escola.
3.3 Vantagens e Limitações
— Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla
variedade de fenômenos;
— exige menos do observador, se confrontada com outras técnicas;
— permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes
comportamentais típicas;
— depende menos da introspecção ou da reflexão;
— permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas
ou de questionários
Todavia,
— o observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no
observador;
— a ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas
vezes, que o observador presencie o fato;
— fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador;
— a duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou
demorada e os fatos podem ocorrer simultanemanete; nos dois casos
torna-se difícil a coleta dos dados;
— vários aspectos da vida cotidiana, particular, podem não ser acessíveis
ao pesquisador.
3.4 Classificação
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica a) Observação assistemática (não estruturada, livre, simples)
50 Recolhe e registra os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize
meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas. Observa-se de
maneira espontânea os fatos que ocorrem. Embora informal e não
planificada, exige um mínimo de controle na obtenção dos dados e é
seguida de um processo de análise e interpretação.
Esse tipo de observação é útil quando é dirigida ao estudo de fatos ou
situações que tenham caráter público e não privado. Por isso, é mais
adequado para estudos qualitativos, sobretudo de caráter exploratório.
No entanto, o que deve ser observado?
Nos estudos exploratórios, em que os objetivos não são claramente
definidos, há necessidade de redefinir os objetivos ao longo de todo o
processo de observação. Nos estudos descritivos, onde os objetivos já estão
claros e definidos, é necessário estar atento para considerar acontecimentos
não previstos. Deve-se, de qualquer forma, estar atento aos sujeitos (quem
são, como se relacionam?), ao cenário (onde os sujeitos se situam? quais as
características do local? com que sistema social pode ser identificado?) e
ao comportamento ( que está acontecendo? que estão fazendo os sujeitos?
com quem? com quê?)
Como fazer o registro?
Ter sempre um diário ou caderno de notas para poder fazer as
anotações no próprio momento da ocorrência. Fazê-lo sem perturbar o
ambiente ou tirar a naturalidade das pessoas que estão sendo observadas.
Hoje é comum utilizar-se do gravador e da filmadora VHS para um
registro mais completo, permitindo que aquelas cenas possam ser revistas
e analisadas com mais tempo e profunidade.
b) Observação sistemática (estruturada, planejada, controlada)
É utilizada, freqüentemente, em pesquisas que têm como objetivo a
descrição precisa dos fenômenos ou o teste de hipóteses. Realiza-se,
portanto, em condições controladas para responder a propósitos
preestabelecidos. Por isso, deve ser planejada com cuidado e
sistematizada, embora nem sempre as normas possam ser tão rígidas. Nas
pesquisas conduzidas em laboratório, a observação pode chegar a níveis
de controle que permitem defini-la como quase-experimental.
Antes da coleta de dados, é elaborado um plano específico para
Estudar a Distância
organização e registro das informações. Isso implica estabelecer,
Uma Aventura Acadêmica
antecipadamente, as categorias necessárias à análise da situação.
51
O registro da observação sistemática é feito, freqüentemente, mediante a
utilização de folhas de papel com a lista de categorias a serem consideradas
e os espaços em que devem ser marcadas. Podem ser utiliazadas também
gravações de som e de imagem. Além da definição de categorias
significativas, deve-se decidir acerca das unidades de tempo e estabelecer
critérios para o registro das ações.
A relação observador-observado é bastante crítica, pois se torna
impossível ao pesquisador esconder que está fazendo pesquisa (papel na
mão, cronômetro, etc.). Por isso, deve ser bem-preparada sua presença
com o grupo, para ser aceita.
OBSERVAÇÃO:
dia/mês/ano
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
55
4 A PESQUISA DOCUMENTAL
Constitui técnica valiosa de abordagem dos dados qualitativos, seja
complementando informações já coletadas mediante outras técnicas, seja
desvelando novos aspectos de um tema ou de um problema.
São considerados documentos todos os materiais escritos que possam ser
usados como fonte de informação para a pesquisa (arquivos históricos,
registros estatísticos, diários, biografias, jornais, revistas, filmes, fotos).
Muitas vezes, proporcionam dados suficientes para um trabalho de análise
e interpretação de um fenômeno sem necessidade do trabalho de campo.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
59
A palavra não deixa margem à dúvida: “memória”, lembranças,
recordações ... armazenadas não somente na memória, mas nas fotos que
guardamos nos álbuns, nas histórias de nossa vida que narramos aos
filhos, aos amigos.
No mundo acadêmico, há o registro do percurso escolar e profissional no
curriculum vitae, no currículo da vida (linda expressão!), mas que acaba
sendo reduzido a uns aspectos da vida. Hoje,
nos cursos ou em processos seletivos, foi
introduzida a prática de exigir o Memorial.
Que vem a ser? Que coisa nele escrever?
Seu sentido
Escrever um memorial não é, tenha certeza
disto, fazer uma cronologia de fatos e datas
Desenho - Cândida B. Haesbaert
importantes em sua vida ou um diário da vida
pessoal. É muito mais do que isso.
Trata-se de reflexão sobre fatos e ações dos quais participamos
ativamente como sujeitos históricos. É uma auto-análise, uma auto-reflexão
sobre o percurso realizado ao longo da vida, dos efeitos ou impactos de
um curso, de uma experiência em sua vida profissional e pessoal. Deve,
portanto, ser visto não como mais uma tarefa acadêmica a ser cumprida
por obrigação, mas como uma das ferramentas, um dos instrumentos que
devem dar significado ao seu processo formativo no decorrer da vida
acadêmica. É também um momento de aprendizagem.
De que se espera que o memorial dê conta? Que é que lhe vai dar sentido?
Por meio dele, você deve descrever e analisar sua trajetória, suas
experiências, os fatos que marcaram você
- Como cidadão-aluno: ao longo de sua curta vida escolar;
- Como professor, ainda não habilitado em nível superior: sua
experiência profissional, suas aprendizagens, seus saberes, seus
limites, seus avanços;
- Como cursista de uma Licenciatura a Distancia: os novos
Estudar a Distância saberes, as mudanças ocorridas em sua prática pedagógica, em
Uma Aventura Acadêmica como cidadã, como membro de uma comunidade escolar e
60 educativa. de uma sociedade.
Níveis de reflexão
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
62
“O Memorial é uma retomada articulada e intencionalizada dos dados do
Curriculum Vitae do estudioso, no qual sua trajetória acadêmico-profissional fora
montada e documentada, com base em informações objetiva e laconicamente
listadas. É claro que tal registro é também muito importante e suficiente para muitas
finalidades de sua vida profissional. Mas o Memorial é muito mais relevante quando
se trata de ter uma percepção mais qualitativa do significado dessa vida, não só
por terceiros, responsáveis por alguma avaliação e escolha, mas sobretudo pelo
próprio autor. Com efeito, o Memorial tem uma finalidade intrínseca que é a de
inserir o projeto de trabalho que o motivou no projeto pessoal mais amplo do
estudioso. Objetiva assim explicitar a intencionalidade que perpassa e norteia
esses projetos [...]
O Memorial constitui, pois, uma autobiografia, configurando-se como uma
narrativa simultaneamente histórica e reflexiva. Deve então ser composto sob a
forma de um relato histórico, analítico e crítico, que dê conta dos fatos e dos
acontecimentos que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor,
de tal modo que o leitor possa ter uma informação completa e precisa do itinerário
percorrido. Deve dar conta também de uma avaliação de cada etapa, expressando
o que cada momento significou, as contribuições ou perdas que representou. O
autor deve fazer um esforço para situar esses fatos e acontecimentos no contexto
histórico-cultural mais amplo em que se inscrevem, já que eles não ocorreram
dessa ou daquela maneira só em função de sua vontade ou de sua omissão, mas
também em função de determinações entrecruzadas de muitas outras variáveis. A
história particular de cada um de nós se entretece numa história mais envolvente
da nossa coletividade. É assim que é importante ressaltar as fontes e as marcas
das influências sofridas, das trocas realizadas com outras pessoas ou com as
situações culturais. É importante também frisar, por outro lado, os próprios
posicionamentos teóricos ou práticos, que foram sendo assumidos a cada momento.
Desse ponto de vista, o Memorial deve expressar a evolução, qualquer que tenha
sido ela, que caracteriza a história particular do autor.
O Memorial deve cobrir a fase de formação do autor, sintetizando aqueles
momentos menos marcantes e desenvolvendo aqueles mais significativos; depois
deve destacar os investimentos e experiências no âmbito da atividade profissional,
avaliando sua repercussão no direcionamento da própria vida; o amadurecimento
intelectual pode ser acompanhado relacionando-o com a produção científica, o
que pode ser feito mediante a situação de cada trabalho produzido em
determinada etapa desse esforço de apreensão ou de construção do conhecimento
e mediante sua avaliação como tentativa de compreensão e de explicação de
determinada temática.
O Memorial se encerra, então, indicando os rumos que se pretende assumir ou
que se está assumindo no momento atual, tendo como fundo a história pré- relatada.
Quando elaborado para um exame de qualificação, trata-se de situar o projeto
de dissertação ou tese como meta atual e em curto prazo, articulando-o com os
investimentos até então feitos e com aqueles que ele oportunizará para o futuro Estudar a Distância
imediato. Uma Aventura Acadêmica
63
Como texto narrativo e interpretativo, recomenda-se que o Memorial inclua em
sua estrutura redacional subdivisões com tópicos/títulos que destaquem os
momentos mais significativos. No mínimo, aqueles mais gerais, como os momentos
de formação, da atuação profissional, da produção científica, etc. Melhor ficaria,
no entanto, se esta divisão já traduzisse uma significação temática que realçasse
a especificidade daquele momento.
Resta dizer ainda que o Memorial não deve se transformar nem numa peça de
auto-elogio nem numa peça de autoflagelo: deve buscar retratar, com maior
segurança possível, com fidelidade e tranqüilidade, a trajetória real que foi seguida,
que sempre é tecida de altos e baixos, de conquistas e perdas. Relatada com
autenticidade e criticamente assumida, nossa história de vida é nossa melhor
referência [...]”
E XEMPLOS DE M EMORIAL 1
1
“Elaborar um memorial é fazer reviver momentos que tiveram significação marcante em
nossa vida, seja no nível pessoal seja no profissional. Tenho consciência de que o
resgate desses momentos deveria iniciar com relatos de vida acadêmica, porém, como
venho de uma região com cultura bastante distinta da mato-grossense, ousarei construir
esse memorial em etapas de vida.
O dia ... significa muito para mim, o dia em que registrei minha presença de vida ou,
como disse o Juca Chaves numa entrevista ao Jô Soares, “baiano não nasce, ele estréia”.
Assim, nesse cenário de contrastes infinitos, cheios de muita fé, otimismo e, principalmente,
muita vida, fiz minha “estréia” e, ao longo da minha trajetória, fui “colecionando peças”
de um mosaico de conhecimentos e valores que me eram oferecidos e que me permitiam
escolhas para construir e reconstruir os meus próprios.
Estudar a Distância
1
Uma Aventura Acadêmica Os trechos desses memoriais foram retirados de três memoriais apresentados por duas professoras e um professor
no processo de seleção para cursos de mestrado e doutorado. Seus nomes não serão citados, mas autorizaram a
64 publicação.
Cresci numa época de repressão e medos, onde sonhos de democracia e liberdade
incomodavam e ameaçavam. Vivi exílios e desaparecimentos de queridos, ídolos e super-
heróis. Não tinha livres minhas palavras: “cuidado com o que falas, porque as paredes
têm ouvidos”. Tinha que cuidar dos amigos: “olha com quem andas que te direi quem
és”. Na verdade, essa foi uma fase em que a presença da ditadura invadia casas,
escolas, bairros; a sociedade e se avalia de fragilidades para se manter forte. Mas,
também, esse foi um dos momentos mais ricos que passei. É certo que tive reforço de
estereótipos sociais passados pela escola, nos longos períodos de convivência na escola
pública, porém, sobre eles iam sobrepondo-se novos paradigmas nascidos da convivência
com colegas, professores e amigos “libertadores”. Com eles aprendi a identificar pontos
positivos e nevrálgicos do processo educacional. A escola pública (anos 60-70) tinha o
respeito e a credibilidade da comunidade, além de exercer autoritarismo e incutir os
valores políticos dominantes.
Em ... após ter terminado meu curso do 2º grau, em uma escola pública, época em que
se configurou seu declínio e aconteceu a ascensão das escolas particulares, não mais
rotuladas de “fábricas: pagou, passou”, concorri, em pé de desigualdade, a uma vaga
para o curso ... como meus pais não podiam pagar as altas mensalidades, fui em busca
de emprego que assegurasse o pagamento do meu curso superior. As Universidades
Públicas, que teriam o papel social de assegurar a educação superior àqueles que não
têm como custear seus estudos, apresentam, nos seus melhores cursos, um quadro de
acadêmicos com nível social elevado, pois são mais competitivos, tendo vindo de escolas
particulares. Os alunos que vêm de escolas públicas segunda, por conta das condições
de trabalho a que estão sujeitos, recebem uma educação considerada um “subproduto”.
A disputa é desigual!
Em 1980, busquei meu caminho, tendo meu primeiro emprego ...numa escola técnica
do 2º grau ..... eu adorava. Curtia essa minha vida de estar “me virando” sozinha, com
meu próprio caminhar. Foram/são inúmeros os caminhos [...]
Minha primeira experiência como docente, foi com educação de adultos .... durante 5
anos. Tive que vencer um obstáculo que os cursistas apontaram em relação a mim: eu
era muito mais jovem que eles e não acreditavam que pudesse ministrar aulas para eles.
Solicitei uma oportunidade para apresentar meu trabalho e, após discutir o plano de
disciplina já tinha o aceite de todos. Foi um trabalho enriquecedor [...]
Fui aprendendo com meus erros e melhorando os acertos, tentando estabelecer, como Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
docente, um perfil de intermediar, somar e aprender os conhecimentos. Teorizar o que
65
foi lido nos livros não é ensinar, é falar sobre verdades já ditas e que não são as nossas
verdades. Busco o que não sei e re-construo o que parece que sei [...]
Durante o estágio de docência do curso de .... numa escola pública. A turma era
constituída somente por adolescentes do sexo feminino, com faixa etária de 17-21
anos, de classe social média-baixa. Era uma turma muito agitada e inquieta, e muito
carinhosa, que costumava “flutuar” nas aulas nos famosos “entra-e-sai”. Sob a supervisão
de uma professora da universidade e da professora efetiva .... tinha que encontrar
mecanismos didático-pedagógicos que atraíssem a atenção das alunas. A escola era
muito carente de recursos que viabilizassem o desenvolvimento de aulas práticas..... As
avaliações eram diagnósticas, porém obrigatoriamente o sistema exigia que tivessem
uma valoração, que era fornecida levando em consideração as observações diárias de
sala de aula, auto-avaliação docente e das alunas. Lembro-me da fala de um professor
da UNICAMP numa palestra, onde dizia que “a avaliação que ele faz dos seus alunos
é pelo brilho expresso nos seus olhos”. Interessante que fazemos isso sem perceber [...]
Em .... embarquei para Mato Grosso ... Tive minhas resistências em vir, encenei, durante
alguns meses, o papel de vítima. É difícil começar num lugar onde a gente não tem
referenciais, onde as culturas são diferentes, onde você é um estranho na multidão e a
multidão é estranha a você (procurava rostos conhecidos) [...]
Foi uma experiência bastante difícil, pois aquela situação de trabalho envolvia interação
com crianças e adolescentes, com necessidades, interesses e pensamentos diferentes.
Estudar a Distância Como trabalhar com uma diversidade tão grande de pessoas? Que fazer para atrair
Uma Aventura Acadêmica delas a atenção? Para despertar nelas o interesse em querer aprender a(s) disciplina(s)
66
que ministrava? Acrescentava-se a essas questões o caráter autoritário das dirigentes
das duas escolas, que exigiam dos professores o “domínio de sala”, isto é, que
mantivéssemos nossos alunos em total silêncio, que transmitíssemos a quantidade de
conteúdo estipulado nos planos de aula copiado do livro didático e ordenado de acordo
com o calendário escolar.
Durante todo o ano de ...., trabalhei nos períodos matutino e vespertino, pois o curso era
ministrado no período noturno e o valor de suas mensalidades era exatamente a somatória
dos salários recebidos nesses dois empregos. Foi então que me perguntei: “Qual o
sentido de trabalhar e conseguir com isso apenas pagar um curso, quando necessito
ajudar no sustento de minha família?” Assim como é verdadeira a necessidade de
encontrar condições para executar bem um trabalho, também é verdadeira a necessidade
de trabalhar para encontrar melhores condições de sobrevivência [...]
Portanto, busquei o vestibular da Universidade Federal de Mato Grosso .... Tendo sido
aprovada, necessitei reorganizar minha vida acadêmica e trabalhista. O curso de
Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso funcionava no período matutino,
o que me exigiu a perda do emprego neste período, mas continuei lecionando no período
vespertino e no período noturno..... Em ...consegui uma bolsa de Iniciação Científica do
CNPq para desenvolver atividades de pesquisa no Programa Estrutura Socioeconômica
e Dinâmica dos Impactos Ambientais na Bacia do Alto Rio Paraguai, no Núcleo de
Estudos Rurais e Urbanos (NERU) .... Dois foram os motivos que me levaram a participar
desse projeto: o valor pago pela bolsa e a perspectiva de desenvolver bom trabalho
acadêmico. Isso me propiciou possibilidades de participar de seminários e congressos,
quando pude apresentar resultados desta pesquisa [...]
No ano seguinte, passei a atuar como representante do curso no DCE (Diretório Central
dos Estudantes) e como conselheira no CONSEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão}.
Com base nessas novas experiências, houve uma mudança no foco de minhas
preocupações e anseios. Se antes buscava apenas instrumentos para fazer com que
meus alunos se interessassem e aprendessem a disciplina que ministrava, passei a perseguir
questões que considero mais profundas, mais complexas; entre outras: por que existe no Estudar a Distância
Brasil um número tão alto de analfabetos ? Por que o trabalho do professor é tão Uma Aventura Acadêmica
67
desvalorizado? Por que existe tanta evasão e repetência nas escolas? Por que há no
interior dos Estados uma carência tão grande de professores em nível do 2º e 3º graus?
Por que a Educação não é tratada como prioridade? Em que eu, como pedagoga,
poderia dar minha contribuição ao sistema educacional vigente? [...]
Não posso negar que a passagem pelo curso de Pedagogia e pelos campus universitário
me fez crescer como profissional e cidadã. Acredito que agora estou em melhores
condições e me sinto preparada para atuar na realidade educacional e dar uma resposta
competente, comprometida e apaixonante aos problemas que a escola irá me apresentar
no dia-a-dia.
Este foi o caminho que encontrei para buscar respostas às perguntas que me havia
posto.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
68
3
Ponto de partida
[...] a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na
outra banda e num ponto muito mais em baixo, bem diverso do
que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?
(Guimarães Rosa, Grande Sertão e Veredas, p. 30).
A vida, mais do que perigo, é constante desafio, é “estar” em processo de aprender com
o novo, com o inesperado. Assim, após um ano de “introdução” e adaptação ao clima,
aos costumes e à cultura do novo país, iniciei minha formação religiosa e acadêmica [...]
O estudo dos grandes pensadores, no campo da Filosofia, foi filtrado pela visão tomista
e, no campo das Letras, por abordagens positivistas e estruturalistas. Ao estudo cerceador
e proibitivo de leituras outras que não fossem as permitidas pelas autoridades eclesiásticas,
a curiosidade pelo diferente, o desejo pelo que era proibido, me levava a desenhar
estratégias, driblando a censura, para ter acesso a obras de autores não autorizados,
como Sartre, Nietzche, Machado de Assis, Jorge Amado.
A segurança da margem
Enquanto estudava “enclausurado”, “lá fora”, o país vivia um dos períodos mais fortes Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
de repressão e autoritarismo de sua história, a ditadura militar. As questões políticas,
69
sociais e econômicas nos eram apresentadas como problemas do poder Legislativo e do
Executivo. Cabia ao “poder religioso” tratar de assuntos de fé. Nossa política devia ser
“a política do Pai-Nosso” ou, no dizer do então Ministro da Educação, Suplicy de
Lacerda, “Os estudantes devem estudar e os professores ensinar” (não fazer política,
leia-se nas entrelinhas).
[...]
Fui mero espectador. Não me sentia parte daquela trama, não me colocava como ator
na peça que estava se desenrolando, não comungava as aspirações dos educadores
da época, nem a ideologia do movimento estudantil que, por ameaçar a “segurança
nacional”, seria logo podado e amordaçado com o Ato Institucional nº 5.
A educação brasileira era marcada pela postura tecnicista, fundamentada nas propostas
behavioristas, inspiradas em Skinner e Gagné, que vêem o ensino como forma de modelar
comportamentos. As políticas educacionais eram de cunho eminentemente compensatório,
assistencialista, para atender aos “culturalmente marginalizados”, seguindo orientações
externas, fruto do Acordo MEC/USAID, sendo utilizadas para “assegurar o controle
social e político” (CARDOSO; FALETTO, 1971).
[...]
Abandonando a margem
[...]
Em 1977 [...] fui convidado para ser “professor horista” na Universidade Federal de
Mato Grosso, da disciplina Iniciação à Metodologia Científica. Nem sabia de que se
tratava, mas aceitei, impulsionado pela minha prática docente de que era suficiente ler
alguns livros sobre IMC (aliás, no início, eu me confundia com a sigla ICM, muito mais
Estudar a Distância familiar), se preparar e que eu “daria conta do recado”, como me disse o coordenador
Uma Aventura Acadêmica
do Ciclo Básico da UFMT ao me fazer o convite.
70
Durante um ano me esforcei para ser “bom” professor universitário. Contava com a
colaboração da equipe de professores que lecionavam a mesma disciplina, obrigatória
. instituída a prática de a equipe de IMC
para todos os cursos. No Ciclo Básico, havia sido
preparar aula por aula, discutir os textos a serem trabalhados com os alunos, elaborar
“apostilas”. Líamos Antônio Joaquim Severino, Dermeval Saviani, Japiassu, Morgenbesser,
R. Alves, Décio V. Salomon, Rúdio, Cervo, Galliano, para citar alguns autores e recebíamos
assessoria do departamento de Filosofia da USP. Isso me deu certa segurança no papel
improvisado de professor de IMC.
Foi uma experiência que me levou a avaliar minha prática docente, a perceber que não
há como ensinar o que não se sabe, o que não se construiu e que para isso o pesquisar
é fundamental. Como ensinar Metodologia Científica se eu não tinha formação e, menos
ainda, experiência em pesquisa?
As leituras me levavam a pensar sobre minha vida, minha maneira de ser, de pensar, de
agir, minha visão de mundo, minha prática pedagógica, como tão bem expressou Paulo
Freire em Cartas a Cristina (1994):
Minha leitura idealista de mundo e de vida ficou em “suspense”, entrou em crise. Se para
Bachelard (1971) “a experiência nova diz não à experiência antiga” e a história é um
processo cumulativo, de descontinuidades e rupturas epistemológicas, para Kuhn (1975)
trata-se, ao invés, de processo não cumulativo, de crises e revoluções. Para mim, tratava-
se de processo dialético em que as contradições estavam presentes em mim, na minha
maneira de pensar e de agir, o presente negando e afirmando o passado, o novo
incorporando parte do velho, num processo em espiral, segundo uma imagem cara a
Lênin, num contínuo vir-a-ser, de construção e (des)construção. Mais do que uma
“conversão” para outra ideologia, de afirmar outro credo, outra Verdade, buscava
mudanças que me permitissem estar bem comigo mesmo, por inteiro, e isso não podia
fazê-lo teoricamente, só ao nível do pensar sem implicar o fazer. Por isso, um processo
doloroso, complexo, demorado, que não podia ser realizado abruptamente, como bem
poetiza Clarice Lispector:
Mude, mas comece a mudar devagar,
Porque a direção é mais importante que a velocidade.
Mas, o que restou dessas minhas memórias, dessa travessia ainda inconclusa?
Referências Bibliográficas
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
75
O objetivo fundamental deste texto é informá-la sobre as normas existentes
e usualmente seguidas na apresentação de trabalhos acadêmicos,
conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nas Normas
Brasileiras de Referência (NBR) vigentes:
NBR 6023: 2002 – Referências – Elaboração. Informação e
documentação;
NBR 6024: 2003 – Numeração progressiva das seções de um
documento;
NBR 6027: 1989 – Sumário;
NBR 6028: 1990 – Resumos;
NBR 10520: 2002 – Apresentação de citações em documentos.
Informação e documentação;
NBR 1225: 1992 – Títulos de lombadas – Procedimento;
NBR 14724: 2002 – Trabalhos acadêmicos – Apresentação.
Informação e documentação.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
76
1 ASPECTOS GERAIS
— Margem:
lateral esquerda — 3 cm
lateral direita — 2 cm
superior — 3 cm
inferior — 2 cm
— Espacejamento:
No texto: observe o espaço duplo (espaço dois, 1,5 cm) de
entrelinhas, mas quando se tratar de citações longas, notas de
rodapé, resumo e referências, use espaço simples.
Entre o texto e a citação, mantenha espaço duplo.
O espaço entre parágrafos, como a ABNT não faz menção, pode
ser o mesmo do espaço entre as linhas do texto, o duplo.
Títulos de capítulos: devem distar 3 cm da margem superior, e o
texto iniciar logo na linha seguinte.
Títulos das seções (subtítulos): separados do texto que os antecede
e/ou os sucede por uma entrelinha dupla (um espaço duplo em
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
branco);
78
Os títulos com indicativo numérico (capítulos e seções) são alinhados à
esquerda e o número separado do título por um espaço de caractere
(não por hífen ou ponto!);
— Paginação:
Contar as páginas seqüencialmente a partir da folha de rosto, mas
aparecendo a numeração, em algarismos arábicos, somente a partir
da Introdução (primeira página textual).
O algarismo arábico deve ser digitado a 2 cm da borda superior
da folha e a 2 cm da borda direita da folha, pitch 10.
Os capítulos deverão ser iniciados sempre em nova página,
inclusive as páginas que tenham Referências Bibliografias,
Bibliografia (Obras Consultadas), Lista de quadros, legendas,
figuras, etc.
As monografias (teses, dissertações, trabalhos de conclusão de
curso de especialização e graduação, etc.) são digitadas somente
no anverso da folha, e não no verso e anverso como nos livros
impressos. Por isso, ao referir o número de “páginas” das
monografias, indica-se f. (folha) e não p. (página). Ex. 150 f.
Obs. Quando os componentes pré-textuais forem extensos, com páginas com
prefácios, apresentação e uma variedade de listas (de quadros, tabelas,
gráficos, mapas, fotos, desenhos, siglas, abreviações, etc.), pode-se numerar
estas páginas em algarismos romanos, começando a contagem a partir da
folha de rosto. A numeração, porém, a ser digitada na parte inferior da
página e centralizada, deverá aparecer somente a partir do Resumo.
Estudar a Distância
Caso numere os componentes pré-textuais, a contagem das páginas em algarismos Uma Aventura Acadêmica
arábicos se inicia concomitantemente com a paginação na Introdução.
79
Folha Guia
paginação
2 cm
3 cm
1,5 cm_________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________. ( entre linhas 1,5 cm)
A gestão____________________________________
4 cm ____________________________________________
____________________________________________
_____________________________________________
__________________________ (PRETI, 2005, p.15).
(citação longa, a 4cm da margem esquerda, tamanho pitch
10, sem aspas e pontuação após a parêntese)
1.1.1 Concepção
_______________________________________________________________________________
_________________________________________________________
(nota de rodapé, separada do texto por um espaço simples e por filete de 3 cm)
tamanho pitch 10)
______________
1. Segundo o último Censo do Professor, 74,2% dos professores da
Educação Básica não têm curso superior (INEP, 1997).
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
80 2 cm
A estrutura de um trabalho acadêmico compreende elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais, cuja composição e seqüência podem ser
visualizadas na figura abaixo:
Composição do trabalho
Oreste Preti tr
s
EE
ai Contra Capa
xtu Anexos
i rs
s -te Apêndice
t
pó
Glossário
Bibliografia
Referências
Bibliográficas
a is
xtu
te Texto:
(Introdução
Desenvolvimen
Conclusão) to
Sumário
Lista de Sím
bolos
Lista de Siglas
Lista de Tabe
las
s
ai
Lista de Ilustra
çoes
xtu is
Abstract
te Resumo a
é- i on
Pr
Epígrafe
c
Agradecimen
Dedicatória
tos op
Folha de
Aprovação
Errata
Folha de
Rosto
Capa
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
81
Elementos pré-textuais
1. Capa
5 cm
ORESTE PRETI
EDUCAÇÃO E COLONIZAÇÃO:
A TRAJETÓRIA DE UM SONHO
(título e subtítulo centralizados, letras versais, em negrito, tamanho 14)
Cuiabá
1994 2 cm
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica F O nome da Instituição, acima do nome do autor, 3 cm da borda
superior, é opcional.
82
2. Folha de Rosto (anverso)
5 cm
ORESTE PRETI
11 cm
EDUCAÇÃO E COLONIZAÇÃO:
A TRAJETÓRIA DE UM SONHO
17 cm
Monografia apresentada ao
programa de Pós-Graduação em
Educação Pública, do Instituto de
Educação da Universidade Federal
de Mato Grosso, como exigência
parcial para obtenção do título de
Especialista em Políticas Públicas e
Educação.
(Alinhamento do centro para direita, letras
minúsculas, pitch 12)
25,5 cm
SOBRENOME, nome.
Título do trabalho. Local de publicação, Entidade publicadora, data de publicação.
Páginas / folhas
Conteúdo
Indíce para Catálogo Sistemático
Exemplo:
(Ficha Catalográfica)
PRETI, Oreste.
Expectativas educacionais numa área de fronteira agrícola:
a escola vista pelos colonos de Alta Floresta. S. Carlos:
UFSCar, 1981.
132f.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do
Centro de Educação e Ciências Humanas, da Universidade Federal de São
Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em
Educação (Área de concentração: Pesquisa Educacional).
1. Educação no meio rural. 2. Colonização. 3. Alta Floresta, MT.
ERRATA
Parecer:______________________________________
___________________________________________________________
________________________________________________
_____________________________.
Local e data:
6. Agradecimentos 7. Epígrafe
(a pessoas e/ou instituições que tenham (Frase lapidar, relacionada com o tema do
contribuído para a realização do trabalho) trabalho acadêmico)
AGRADECIMENTOS
Estudar a Distância
F
Uma Aventura Acadêmica
A disposição do texto (nas folhas 5, 6 e 7) fica a critério e a gosto do autor.
85
8. Resumo (em língua vernácula)1
— deve ser conciso, objetivo e informativo;
--- deve ressaltar os objetivos, o método, os resultados e as conclusões;
— não mais que 500 palavras ou uma lauda (página) com 30 linhas,
espaço simples, pitch menor. Em artigos, o número de palavras não
deve ultrapassar 250;
_ ao final, acrescentar palavras representativas (palavras-chave e/ou
descritores);
--- evitar o uso de parágrafos.
Exemplo:
RESUMO
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica 1
Resumo consiste na “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto. O resumo deve dar visão rápida e clara
86 do conteúdo e das conclusões do trabalho” (NBR 14724:2002. p. 2).
9. Resumo em outra língua
Exemplo:
ABSTRACT
Key-words
1. Upgrading of primary teachers 2. Distance Education 3. Brazilian Amazonia
10. Sumário
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
Ex.: (do livro de Umberto Eco. Como se faz uma tese)
87
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .........................................................................................1
1. QUE É UMA TESE E PARA QUE SERVE
1.1 Por que se deve fazer uma tese e o que ela é......................1
1.2 A quem interessa esse livro.....................................................4
1.3 Como uma tese pode servir também após a formatura.......4
1.4 Quatro regras óbvias..............................................................6
2. A ESCOLHA DO TEMA
2.1 Tese monográfica ou tese panorâmica?................................7
2.2 Tese histórica ou tese teórica?..............................................11
[...]
2.6 Tese “científica” ou tese “política”?.....................................20
2.6.1 Que é cientificidade?...................................................21
2.6.2 Temas histórico-teóricos ou experiências
“quentes”?...............................................................25
2.7 Como evitar ser explorado pelo orientador.......................33
3. A PESQUISA DO MATERIAL...........................................................35
[...]
CONCLUSÕES. ...........................................................................183
F
Introdução, Conclusão, Referências, Bibliografia, Glossário, Apêndice,
Anexos não devem ser numerados
Exemplo:
LISTA DE TABELAS
Exemplo:
LISTA DE SIGLAS
14 Lista de Símbolos
Exemplo de símbolos utilizados em material didático impresso na
Educação a Distância
LISTA DE SÍMBOLOS
@ Espaço para anotações
Exemplo:
Tabela 1 - Nível de formação de professores atuando no Ensino Fundamental.
Mato Grosso, 1991.
3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
2 Bibliografia (opcional)
É a listagem das obras referenciadas e as consultadas não citadas
no texto.
Embora a ABNT tenha dado uma “cochilada” não a incluindo nos
componentes pós-textuais opcionais, aconselhamos que seja incluída caso
você tenha consultado obras, documentos que lhe serviram de apoio no
desenvolvimento do tema, mas que não os mencionou no texto. Há quem
prefere o termo Obras Consultadas. Fica a seu critério.
3 Glossário (opcional)
Explicita termos específicos e/ou técnicos mencionados no texto.
- Listar em ordem alfabética
4 Apêndice (opcional)
É uma elaboração autônoma do autor com a função de acrescentar,
“complementar sua argumentação”(NBR 14724:2002. p. 2), para ilustrar
o próprio raciocínio sem prejuízo para a unidade do corpo do trabalho.
Por isso, não são inseridos no corpo do trabalho. Roteiro de entrevista,
questionário, por exemplo, aqui se incluem. Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
93
5 Anexos (opcional)
São documentos ou texto não elaborados pelo autor que “servem de
fundamentação, comprovação e ilustração”(NBR 14724:2002).
Exemplos: desenhos (de alunos), mapas, legislação, estatutos, regimentos,
etc.
Os apêndices e os anexos são identificados por letras maiúsculas
consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Para não interferir na estrutura do texto ou do documento, aconselhamos
que essa identificação seja feita em página separada, como o título no
meio dela e centrado.
Exemplo:
4 CITAÇÕES NO TEXTO
Durante a realização do trabalho acadêmico, haverá momentos em que
você fará referências às obras pesquisadas das maneiras mais diversas:
ora indicando a obra ou o autor, ora resumindo partes , ora transcrevendo
trechos ao pé da letra ( “ipsis litteris”).
Você deverá referenciar essas obras e poderá fazê-lo de duas maneiras: na
seqüência do próprio texto ou em nota de rodapé. Feita a opção, deverá
mantê-la ao longo de todo trabalho.
A seguir, terá alguns exemplos que retratarão formas e situações diferentes
de fazer referências à bibliografia utilizada no desenvolvimento do
trabalho, seguindo a norma NBR 10520, de julho de 2001que substituiu
a de 1992.
4.1 – Citação indireta (livre, não textual)
Por meio dela, expressamos o pensamento do autor com nossas próprias
palavras (paráfrase), não reportando uma passagem textual do texto.
Exemplos:
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica Esse modelo de racionalidade, segundo Santos (1989), encontrou em Bachelard
94 um dos maiores expoentes. E Isso por duas razões principais: a primeira...
Esse modelo de racionalidade encontrou em Bachelard um dos maiores
expoentes (SANTOS, 1989). Isso por duas razões....
Aparecida Joly Gouveia (1971), ao fazer uma relação por assun-tos dos
projetos de pesquisa iniciados e/ou realiza-dos até 1976, apontava a
tendência ....
(Cita-se o autor e o ano da obra somente, pois a indicação bibliográfica
completa será posta no final do trabalho, no item “Referências Bibliográficas”. O
autor pode ser mencionado no início, no meio (com letra minúscula) ou no fim da
frase (letra maiúscula) Deve constar o ano em que a obra, que você consultou, foi
publicada pois podem existir outras publicações feitas em anos diferentes com
paginações diferentes).
Estudar a Distância
F
Observe que o ponto, quando o nome do autor é referenciado após a
Uma Aventura Acadêmica
citação, não vem ao final da citação, mas depois do parêntese!
95
4.3 Citação direta com mais de três linhas
É a transcrição textual do pensamento do autor consultado.
Exemplos:
Ao falar sobre o método dialético, referindo se às obras de Marx,
Lefebvre (1979, p. 32 3) assim se expressa:
Não toma, abstratamente, os elementos abstratos obtidos pela análise. Não
ignora que, na qualidade de elementos, eles pos-suem um senti-do concreto,
uma existência concre-ta [...] A análise permite, desta forma, reencontrar o
movimento real no seu conjun-to, portanto expor e compreender a totalidade
concreta que ora se apresenta.
[Quando a citação é extensa, mais de três linhas, fica mais didático dar um
destaque colocando-a separada do texto, seguindo-se as normas seguintes:
alinhamento com recuo da margem esquerda de 4cm, letra tamanho menor,
espaço simples. A ABNT não explicita a questão do parágrafo na citação.
Fica a critério da instituição exigir ou não o espaçamento no caso da citação
ter parágrafos. Não são necessárias as aspas. Quando a citação é extraída
no meio da frase do texto original, ou quando for supressa uma parte da frase
original, colocam-se reticências entre colchetes [...] para indicar que aí você
retirou uma parte da frase original]
Outro exemplo:
Entretanto, à medida que Marx e Engels se mostram sensíveis
à relação recíproca entre o desenvolvimento das ciên-cias naturais no
mundo moderno e salientam que elas contribuíram tanto para a
emancipação do homem quanto para sua desumanização
(FERNANDES, 1984, p.27),
Exemplos:
_______________________
1
NOSELLA, Maria de Lourdes C. D. As belas mentiras. 4.ed. rev. e rec. S. Paulo:
Moraes, 1981. p. 27.
Isso, segundo Farias (1980, p.120), por sofrerem também elas os fatores
externos e internos, por existir diversidade para-digmática no interior de cada
uma delas, por existir pluri-dis-ciplinaridade.5
5
Por “pluridisciplinaridade” o autor entende “a existência de diferentes enfoques na
mesma disciplina (por ex., os vários enfoques da psicologia: piagetiano, freudiano, social, Estudar a Distância
entre outros)”. Id. ibid. Uma Aventura Acadêmica
97
A primeira vez que a obra for referenciada em nota de rodapé, tem que
vir completa.
Se colocar as referências ao final do capítulo, do livro ou do artigo,
devem vir numa ordem única e seqüencial, como aparecem ao longo do
F texto.
Caso utilize o rodapé para comentários, informações adicionais, é
desaconselhável optar por colocar as referências, também, no rodapé.
Geraria muita confusão. Opte, então, por colocá-las ao final do
trabalho (Referências Bibliográficas) em ordem alfabética pelo
sobrenome do autor.
F
________________
6
Em palestra proferida por João Filocre durante o Encontro de
Especialistas do ProFormação. Brasília, 22/10/1999.
As expressões latinas id., ibid., op. cit. e cf. são utilizadas somente em
F notas de rodapé. Apud, no entanto, pode aparecer tanto no texto
como em nota de rodapé.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
100
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
F
etc. puder ser determinada, registra-se uma data aproximada entre colchetes”.
Exemplos: [1960 ou 1958], [entre 1950 e 1960], [ca.: 1940], [195.], etc.
Elementos complementares
Exemplos:
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
102
Localização
Observações gerais:
— A segunda linha e os seguintes de uma referência bibliográfica devem
ser escritos debaixo da mesma letra inicial do sobrenome do autor.
— Referências em notas de rodapé geralmente são reduzidas ou até
eliminadas por causarem dificuldades mecanográficas.
Diversas são as situações que você poderá deparar na hora de
organizar as referências. Vamos, pois, exemplificar os casos mais comuns
e cotidianos.
5.2 – Monografias
(livro, trabalho acadêmico, folheto, manual, guia, catálogo,
enciclopédia, dicionário, etc.)
Observação geral: os elementos da referência bibliográfica seguem a
seguinte ordem:
ou:
e) sem autor
A entrada é pelo título da obra, do documento
LENDAS e contos orientais. Rio de Janeiro: Zahar, 1965. 50 p.
MICHAELIS 2000: moderno dicionário da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Reader’s Digest; S. Paulo: Melhoramentos, 2000. 2 v.
Parte de monografias
a) Parte do livro do mesmo autor: capítulo, volume, fragmento, etc.
HAGUETTE, Tereza M. Frota. A etnometodologia. In: Metodologias
qualitativas na Sociologia. Petrópolis, RJ.: Vozes, 1987. p. 43-46.
c) Eventos
PRETI, João Paulo; SOBRAL, José B. M. Cursos educacionais a distância:
avaliação e acompanhamento do estudante através de inteligência artificial
e agentes móveis. In: SEMINÁRIO EDUCAÇÃO 2001. 3a Jornada Estudar a Distância
CAERENAD. Educação e as Novas Tecnologias, 2001. Anais ... Cuiabá: Uma Aventura Acadêmica
UFMT, 2001. p. 57-8. 105
d) Verbetes
PRÁXIS. In: Dicionário do Pensamento Marxista. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1988. p. 292-6.
Exemplos:
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica 5.4 – Documento sonoro e imagens em movimento
106 (fita cassete, entrevistas, CD-ROM, fitas de vídeo, etc.)
SILVA, Antônio. Antônio Luiz Silva (Baiano): depoimento. [maio 1986].
Entrevistador: Oreste Preti. Cuiabá: NERU/UFMT, 1986. 2 fitas cassete (120
min). Entrevista concedida ao Projeto Escolonização, UFMT – Pró-Memória/
MinC.
Do Individual ao Social. Produção do ProFormação (Programa de Formação
de Professores em exercício). Guia de estudo, Módulo I, Unidade 3. Brasília:
SEED/MEC, Fundescola, ProFormação, [s.d.]. 1 fita de vídeo (30 min), VHS,
son., color.
ANTROPOLOGIA. Licenciatura em Educação Básica. Mandragon (Espanha):
Mandragon Universitat, Cuiabá:UFMT, 2000. 1 CD-ROM. Produzido por
lhardum Multimídia.
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção
Ponto de Vista. Disponível em <http://www.brazilnet.com.br/contexts/
brasilrevistas.htm>. Acesso em 28 nov, 1998.
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
108
BIBLIOGRAFIA GERAL SOBRE O TRABALHO CIENTÍFICO
E A PESQUISA EM EDUCAÇÃO
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
112
BIBLIOGRAFIA SOBRE “EDUCAR PELA PESQUISA”
Estudar a Distância
Uma Aventura Acadêmica
116