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UNIVERSIDADE FEDERAL DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Coordenação: Prof.ª Drª. Anelize Reynozo


Mediador: Prof. º Especialista André Nogueira

Apresentação de alguns conceitos

1. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica tem como principal característica o fato de que a


sua fonte dos dados é a bibliografia especializada, ou seja, somente esse tipo de
pesquisa tem como campo de coleta de dados a bibliografia. De acordo com Gil
(2007), a pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já
elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos.
Abaixo um exemplo simples:

No resumo do artigo acima, percebemos que o autor utiliza trabalhos sobre


alfabetização científica, desenvolvidos no Brasil, para discutir esse processo nas Séries
Iniciais. Os dados da sua pesquisa emergem dessas bibliografias especializadas, a que
denomina de resgate bibliográfico.
Vejamos o exemplo abaixo, para juntos pensarmos nas diferenças.
Supomos que vou pesquisar a respeito do ensino de Ciências Naturais na
Educação Infantil, e para isso, farei uma pesquisa de campo, entrevistando os
professores. Antes mesmo de ir ao campo, preciso fundamentar a minha pesquisa
com o referencial teórico, ou seja, com alguns autores que discutem e tratam essa
temática. Porém, não serão dessas bibliografias que vão emergir o meu campo, e sim
das entrevistas realizadas com os docentes. Desse modo, eu não estou usando a pesquisa
bibliográfica em minha investigação, e sim, a pesquisa de campo, com instrumento de
coleta de dados baseado na entrevista.
No entanto, se você reparar, minha pesquisa não parte de um vazio, ela precisa
trazer conhecimentos sobre o fenômeno no qual pretendo investigar. Desse modo,
independente da modalidade de pesquisa utilizada, de campo, documental ou mesmo
bibliográfica, se faz necessária uma Revisão Bibliográfica.

2. Pesquisa Documental

https://www.ufrgs.br/einaroda/wpcontent/uploads/2016/12/giseleaexpansaobrasilespanhadf

De acordo com Tozoni-Reis (2010), a pesquisa documental tem como principal


característica o fato de que a fonte dos dados, o campo onde se procederá a coleta dos
dados, é um documento (histórico, institucional, associativo, oficial etc.). Assim, nós
pesquisadores, procuramos informações (dados) sobre o que desejamos investigar, nos
documentos, o que exige que façamos uma análise documental.
E o que podemos entender por documentos?
Os documentos são fontes diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico,
tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas,
filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de
televisão, dentre outros.

Compreendido tais definições, pense conosco.

1. Qual seria a diferença entre esses dois tipos de pesquisa: documental e


bibliográfica?
2. Em que situações podemos utilizá-las?
3. Em que sentido podemos afirmar que nem toda pesquisa é bibliográfica, mas
exige de nós pesquisadores uma revisão bibliográfica?

Para você refletir e compartilhar com seus colegas.

3. Pesquisa de Campo
De acordo com Fonseca (2002), pesquisa de campo caracteriza-se pelas
investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta
de dados junto à pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-
post-facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, etc).
Neto (2002) complementa o conceito, na medida em que entende que o trabalho
de campo tem duas vertentes: a possibilidade de aproximação com o nosso objeto de
estudo e configura-se como uma de criação de conhecimento, partindo da realidade
presente no campo.
Minayo (2002) entende campo de pesquisa como um recorte em que o
pesquisador faz em termos de espaço, representando uma realidade empírica a ser
estudada a partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da investigação.

Vamos aos exemplos:

Meu objetivo é investigar a forma como ocorre a interação entre os alunos da EAD e
os professores do curso de Pedagogia UNIRIO – Modalidade a Distância. Para isso,
pretendo realizar a seguinte Pesquisa:
Abordagem da Pesquisa: Qualitativa

Relembrando o conceito: A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos


da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e
explicação da dinâmica das relações sociais. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa
trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Tipo de Pesquisa: Pesquisa de Campo


Nesse caso, o pesquisador vai ao campo entrevistar os alunos, no intuito de ouvir
o que eles têm a dizer a respeito da interação no referido curso. O pesquisador poderia
realizar o campo por meio dos seguintes instrumentos de pesquisa: entrevista,
conversa, questionário, observação participante.

4. Estudo de Caso
Vejamos essa definição, que consta no material “Métodos de Pesquisa”:
Geralmente, pesquisas desse tipo, focalizam em um pequeno grupo, um
indivíduo, um hospital, uma escola, um programa, um evento, uma palestra. De acordo
com Alves-Mazzotti (2006, p. 640) podemos ter também estudos de casos múltiplos,
nos quais vários estudos são conduzidos simultaneamente: vários indivíduos (como, por
exemplo, professores alfabetizadores bem-sucedidos), várias instituições (como, por
exemplo, diferentes escolas que estão desenvolvendo um mesmo projeto).
O importante é perceber que, nas palavras de Fonseca (2002), “o estudo de caso
tem a intenção de conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada
situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela
de mais essencial e característico” (p. 33).
Vejamos: A EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DE CASO
5. Pesquisa etnográfica
Conforme material “Métodos de Pesquisa”, a pesquisa etnográfica, configura-se
como o estudo de um grupo ou povo.

Os trechos abaixo são retirados do artigo “Entrada no campo, aceitação e


natureza da participação nos estudos etnográficos com crianças pequenas” de William
A. Corsaro e trazem os relatos do pesquisador a respeito da sua entrada em campo nas
diferentes escolas de Educação Infantil, por onde pesquisou. Assim, tenho a intenção de
trazer um exemplo de pesquisa etnográfica.
A pesquisadora relata momentos que vivencia com as crianças durante a
pesquisa e os desafios dessa aproximação, apresentando uma discussão da etnografia
longitudinal ao longo dos períodos chaves de transição na vida das crianças, buscando,
assim, observar e entrevistar crianças quando entraram na 1ª série e durante seus 5 anos
de escola primária.
Observamos os trechos abaixo:

Trecho I – Retirados da página 445


Trecho II - Retirados da página 447

Trecho III – Retirados da página 448 e 449


Trecho IV – Retirados da página 463

Referências Bibliográficas

CORSARO, William A. Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos


estudos etnográficos com crianças pequenas. Educação e sociedade, v. 26, n. 91, p.
443-464, 2005.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa.


Plageder, 2009.

MINAYO, Maria C. Pesquisa social: teoria e método. Ciênica, Técnica, 2002.

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