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Belém-
Pará Jun-
2011
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR
Magalhães
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO, 7
PLANO DE ENSINO, 9
UNIDADE 1
SABER-FAZER DO TRABALHO ACADÊMICO E SUAS DIRETRIZES
METODOLÓGICAS, 11
1.1 DIRETRIZES METODOLÓGICAS PARA SABER-FAZER O ESTUDO DE TEXTOS
TEÓRICOS , 11
Síntese da unidade, 20
Para saber mais, 20
Referências, 21
UNIDADE 2
A INSTAURAÇÃO DO CONHECIMENTO E SUAS FORMAS, 23
2.1 O CONHECIMENTO COMO INSTRUMENTO DE COMPREENSÃO E TRANS-
FORMAÇÃO DO MUNDO, 23
2.2 OS PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO, 24
Síntese da unidade, 30
Para saber mais, 30
Referências, 31
UNIDADE 3
PESQUISA: INSTRUMENTO DO SABER-FAZER CIÊNCIA , 32
3.1 AS ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS QUE ORIENTAM O SABERFA-
ZER PESQUISA, 34
3.1.1 Enfoques para a apreensão da realidade social, 34
3.2 AS DIMENSÕES QUALITATIVA E QUANTITATIVA DA PESQUISA, 36
3.2.1 Abordagens qualitativas, 26
3.2.1.1 Formas de pesquisa qualitativa , 36
3.2.2 Abordagem quantitativa, 38
3.3 CARACTERIZAÇÃO DAS PESQUISAS SEGUNDO OS PROCEDIMENTOS TÉCNI-
COS DE COLETA, 40
3.3.1 Pesquisa documental, 40
3.3.2. Pesquisa bibliográfica,
40 Referências, 41
UNIDADE 4
O PLANEJAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA: O PROJETO DE PESQUISA, 42
4.1 A NECESSIDADE DE FORMULAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA , 42
4.2 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROJETO DE PESQUISA, 44
Sintese da Unidade, 51
Referências, 55
UNIDADE 5
A EXECUÇÃO DA PESQUISA E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, 56
5.1 O TRABALHO DE CAMPO, 56
5.2 A CONSTRUÇÃO DOS DADOS, 57
5.3 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS, 57
5.4 RELATÓRIO DE PESQUISA, 60
Referências 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS, 62
APÊNDICE A, 63
APÊNDICE B, 72
APÊNDICE C, 77
APRESENTAÇÃO
Esta coletânea de textos tem como objetivo geral proporcionar ao aluno do curso de graduação à
distância e que diante desta experiência buscará conhecimentos na disciplina Metodologia do Trabalho
Cientifico sistematizado com vistas à elaboração de trabalhos acadêmicos junto a outras disciplinas e que
culminará com a elaboração do Projeto de Pesquisa e a Monografia no final de curso.
Com o objetivo de contribuir para que você enfrente o desafio de saber-fazer os seus estudos neste
nível de ensino e de pesquisa científica, a disciplina metodologia científica tem a responsabilidade de lhe
possibilitar um conjunto de diretrizes básicas, recursos metodológicos, abordagens teórico-metodológicas e
técnicas de pesquisa que orientarão a sua trajetória de estudos acadêmicos.
Destacamos então, a importância da leitura, do esquema, do resumo, da resenha, do fichamento, do
entendimento dos métodos, das técnicas, das abordagens, das normas técnicas, da elaboração do projeto – do
saber fazer científico. Este quadro assinala a importância da metodologia da pesquisa, na medida em que ela
fornece o conjunto de subsídios teóricos e práticos que conduzem o aluno ao “saber fazer” no contexto
universitário.
Portanto, o trabalho científico requer um critério rigoroso em todo o seu processo de elaboração, e que
em um curso de nível superior, a perspectiva é do estudante ampliar e produzir conhecimentos, o que não
pode ser feito de qualquer forma, ou seja, “dizer ou fazer qualquer coisa, em qualquer lugar e de qual- quer
maneira”.
A experiência docente mostra-nos que são muitas as dificuldades que estudantes manifestam no início
da sua vida acadêmica, por isso a idéia é de orientá-lo para alcançar bons resultados nos seus estudos e na
construção do seu próprio conhecimento, para que não se restrinja a receber somente informações.
Nesta perspectiva teórico-metodológica, cada unidade foi elaborada, visando atender os objetivos pro-
postos em cada uma delas no sentido de oferecer as ferramentas necessárias ao trabalho de pesquisa.
Este acervo pedagógico não tem a intenção de completar-se em si mesmo, senão estaria fora do con-
texto da ciência; mas de oferecer subsídios necessários que norteiem a prática acadêmica do aluno em sua
trilha pelo mundo do conhecimento.
A metodologia científica tem como meta educativa que você esteja apto a avaliar e se posicionar
criticamente em relação aos temas estudados em diferentes disciplinas. Portanto, que a incorporação do
desafio do estudo e da produção do conhecimento seja encarado e vivenciado por você como um processo
constante de saber-fazer.
Saber-fazer é enfrentar desafios!
Os autores
PLANO DE ENSINO
I – IDENTIFICAÇÃO
CURSO: LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA CIENTÍFICA CH: 80
PROFESSOR(A):
SEMESTRE: PERÍODO: TURMA:
II – EMENTA
O conhecimento e suas formas. O método científico e as vias de raciocínio lógico. As principais concepções
teórico-metodológicas – abordagens: positivismo (empirismo e o neopositivismo). Funcionalismo, Fenomenologia,
Racionalismo e o Materialismo Histórico Dialético. A pesquisa e sua aplicação: tipos e fases. A construção do Projeto
de Pesquisa (Pré-Projeto). O Trabalho de campo: elaboração dos instrumentos de coleta, sistematização e tratamento
dos dados, análise dos dados. Elaboração do relatório final de pesquisa.
III – OBJETIVOS
3.1. Geral
Proporcionar ao aluno conhecimento de métodos e técnicas para busca do saber científico sistematizado, com
vistas na elaboração de projeto de pesquisa e monografia de final de curso.
3.2. Específico
Descrever o processo de construção do conhecimento, como conhecemos o mundo e os tipos de conhecimentos;
Elaborar e apresentar trabalhos acadêmicos conforme normas da ABNT em vigor;
Identificar métodos e técnicas de estudo: leitura, fichamento, esquema, resumo, resenha, artigo, relatório.
Planejar uma pesquisa na área da habilitação do curso e elaborar instrumentos de coleta de dados;
Aplicar ao problema de pesquisa o enfoque, o método e o tipo de pesquisa adequado;
Reconhecer princípios éticos inerentes à prática acadêmica e da pesquisa;
Identificar procedimentos de implicação social do pesquisador nos contextos e/ou campos de investigação.
A disciplina Metodologia Científica será ministrada através de aulas expositivas, análise de textos, debates,
seminários, vídeo aulas, estudo dirigido.
VI – RECURSOS
Quadro magnético, pincel atômico, textos fichas-resumo, tv, vídeo, data-show, filmes e outros se forem
necessários.
VII – AVALIAÇÃO
A avaliação terá caráter processual, considerando a participação, a freqüência e a produção do aluno no
decorrer das aulas. O processo avaliativo culminará com um trabalho final – Pré-Projeto de Pesquisa: versão pre-
liminar.
VIII – REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS IX –
CRONOGRAMA: 80 h
10 Metodologia Científica
UNIDADE 1
Autor do texto é um homem historicamente situado, que vive a experiência do mundo com os homens, que participa do
existir num tempo e espaço específicos a partir de determinadas condições econômicas, políticas, ideológicas e culturais.
Enquanto produto das suas relações com o mundo, é ao mesmo tempo produtor, que transforma o mundo colocando algo de si,
mesmo quando não existe o desejo intencional de faze-lo.
O texto, a obra, é a expressão do viver, experienciar, participar, é o produto colocado no mundo, tem a marca humana. É
a manifestação do que o homem produz nos vários campos das artes, da literatura, do saber. É carregado de significações ... O
texto ilumina e esconde, escurece o mundo e, ao mesmo tempo em que pretende dar respostas aos questionamentos susci- tados
pelos homens, levanta outras questões, outras perguntas. Esclarece, obscurece ...
A obra é histórica, sempre guarda um sentido subjacente; portanto, não é objeto, não é algo pronto, acabado, defi-
nitivo, absoluto. É um eterno fazer-se, o resultado do conjunto de experiências que o homem vivencia na história.
Furlan (2000, p.123/24), ao tratar do esquema, indica os seguintes procedimentos para a elaboração:
● Durante a fase inicial da leitura, você deverá grifar (sublinhar) as “palavras- chave” dos pa-
rágrafos. Esteja atento, pois cada parágrafo do texto é um momento de desenvolvimento do
raciocínio, do desdobramento da argumentação, na apresentação das idéias ou conceitos que,
no conjunto, demonstram a posição assumida pelo autor. Por isso, para que você tenha uma
boa compreensão do texto que estiver lendo, é necessário ter clareza das idéias apresentadas
nos parágrafos. Para o levantamento destas pode-se proceder da seguinte forma:
● Pergunta-se: de que fala o parágrafo?
12 Metodologia Científica
grifa-se apenas quando aparece pela primeira vez.
Não confundir as “palavras-chaves” com as idéias que exercem maior atração, maior interesse por
parte do leitor. Estas devem ser destacadas na fase posterior da leitura, no momento da interpretação do
texto.
A partir do levantamento das “palavras-chaves” nos parágrafos, elabora-se o Esquema destas
idéias. Os textos teóricos normalmente apresentam a seguinte estrutura lógica:
a) Introdução (composta pelos primeiros parágrafos) – onde o autor apresenta o assunto, o
problema levantado em torno dele e a posição que defende a partir do problema.
b) Desenvolvimento – neste o autor apresenta os argumentos que justificam a posição assu-
mida.
c) Conclusão (últimos parágrafos) – nesta o autor “fecha” o texto apresentando o resultado de
sua pesquisa.
Por isso, na elaboração do seu Esquema, procure identificar nos parágrafos nos quais o autor intro-
duz, desenvolve e conclui o texto. Em seguida sublinhe em cada um destes parágrafos as “palavras-
chave” grifadas, que, no seu conjunto, constituem o esquema do raciocínio lógico do autor,
possibilitando, as- sim, a “visão do todo” do texto.
O esquema pode ser elaborado a partir do vocabulário utilizado pelo autor do texto.
No caso do texto anterior “O Estudo de Textos Teóricos”, acompanhe uma possibilidade de ela-
boração do esquema:
● No primeiro parágrafo (introdutório) a autora define texto como: obra humana expressa de
diferentes formas, como memória torna-se herança na história da humanidade.
● No segundo e terceiro parágrafos ela desenvolve os argumentos que sustentam as idéias de-
fendidas no parágrafo anterior (introdutório): no segundo caracteriza o autor do texto como:
ser humano historicamente situado, produto e produtor de relações sociais e no terceiro, indica
qual é função de um texto: fruto da subjetividade humana, os seus significados contri- buem
tanto para esclarecer como suscitar novas questões.
● No quarto parágrafo a autora conclui seu pensamento: o texto enquanto obra histórica é
produto inacabado.
Com base nesse exercício de compreensão geral das idéias do autor do texto, você tem a possibili-
dade de elaborar um resumo.
b) Resumo
Resumo (em francês: analyse, compte-rendu analytique; em inglês: abstract)” é a apresentação
concisa e freqüentemente seletiva do texto de um artigo, obra ou do outro documento, pondo em relevo os
ele- mentos de maior interesse e importância, sendo freqüentemente redigido por outra pessoa.
O resumo de um escrito, artigo, livro ou qualquer outra publicação, apresenta as seguintes carac-
terísticas:
a) Como a sinopse, o resumo é uma mera apresentação condensada de um texto (FURLAN,
1999, p. 17);
b) Os resumos podem ser seletivos e não abarcar tudo o que está contido na publicação;
c) Os resumos são independentes do trabalho resumido e como tais podem ser publicados
(FURLAN, 1999, p. 17);
d) O resumo costuma ser redigido por outra pessoa que não o autor, mesmo quando possa estar
RESUMO traz somente as idéias do autor lido. Você escreve com as suas palavras as idéias do
autor e também pode fazer transcrições, ou seja, trazer para o resumo trechos com as palavras do autor
exatamente como estão no texto lido, que sempre estarão com destaque gráfico (ou aspas, ou negrito, ou
itálico (TEIXEIRA, 2001 p.28).
O Resumo de Textos: É um trabalho didático comumente exigido em escolas superiores é resumo
ou síntese de textos, seja de toda uma obra ou de um único capítulo. È o que se faz, muitas vezes, quando
do fichamento de livro (SEVERINO, 2002, p.131).
Contudo, não se trata propriamente de um trabalho de elaboração, mas de um trabalho de extração
de idéias, de um exercício de leitura que nem por isso deixa de ter enorme utilidade didática e significati-
vo interesse científico (SEVERINO, 2002, p. 131).
O leitor que deseja RESUMIR UM TEXTO poderá lê-lo e a partir daí hierarquizar as idéias que se
destacam nos títulos, sub-títulos e dentro do próprio texto (palavras-chave). Depois poderá criar um
sistema de códigos, setas, desenhos e/ou um diagrama, como o que apresentamos sobre o que é leitura
(TEIXEIRA, 2001, p.24).
O Resumo poderá ser produzido com base no esquema elaborado, como se estivéssemos escreven-
do o que o esquema representa e/ou destaca.
O leitor que deseja ANALISAR UM TEXTO poderá, após elaborar o resumo, procurar resposta
para as seguintes questões:
O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideías e não das palavras do texto. Não se trata
de uma “miniaturização” do texto. Resumindo um texto com as próprias palavras, o estudante mantém- se
fiel às ideías do autor sintetizando (SEVERINO, 2002, p.131).
Não se deve confundir este resumo/síntese, muitas vezes exigido como trabalho didático, com o
resu- mo técnico-científico, solicitado em situações acadêmicas e científicas especiais (SEVERINO, 2002,
p.131).
No resumo técnico-científico de teses, dissertações, monografias (inclusive o TCC) e artigos, ele
pre- cede (vem antes) o texto. Quando não integra o texto original, ou seja, quando ele é um produto
individual, a primeira coisa que você tem que fazer é a identificação bibliográfica completa do texto
resumido.
Ao fazer o seu resumo, procure ser objetivo, colocando apenas as informações mais significativas,
respeitando a estrutura e as idéias do texto original. O resumo deve conter de 50 a 100 palavras, para
comunicações breves; de 100 a 250 para artigos de periódicos; de 150 a 500 palavras, para trabalhos aca-
dêmicos e relatórios técnicos, e limitar-se a um parágrafo.
14 Metodologia Científica
Agora que você já conhece como fazer um resumo, exercite sua aprendizagem realizan- do a
Atividade 1 – Resumo.
Tomando por base as palavras sublinhadas que compõem o esquema das idéias do ator, elabore um
resumo do texto a seguir, organizando frases com as palavras do esquema de forma seqüêncial:
“Na psicanálise freudiana muito comportamento criador, especialmente nas artes, é substituto e
continuação do folguedo da infância, Como a criança se exprime em jogos e fantasias, o adulto
criativo o faz escrevendo ou, conforme o caso, pintando. Além disso, muito do material de que ele
se vale para resolver seu conflito inconsciente, material que se torna substância de sua produção
criadora, tende a ser obtido das experiências da infância” (KNELLER, 1976, p.42-3).
Um lembrete! A sua preocupação maior não deve ser se vai usar vocabulário próprio ou do autor,
mas apresentar as principais idéias do texto, de forma reduzida. O exercício desta técnica vai possibilitar
que você resuma não apenas um parágrafo, mas capítulos e mais tarde uma obra inteira.
Resenha
Ainda que a elaboração da resenha (também chamada de resumo crítico ou recensão) não esteja
normalizada pela ABNT, ela, além de apoiar você no seu processo de leitura de maneira proveitosa, tem
sido usada como uma forma de elaboração e comunicação do trabalho acadêmico-científico.
De um modo geral, podemos considerar a resenha como uma apreciação criteriosa sobre determi-
nada obra. Por meio de um “diálogo” com os autores das obras, você começará a exercitar uma postura
crítica diante do conteúdo do texto, ou seja, na elaboração de uma resenha o aluno é “chamado” a co-
mentar as idéias do autor.
Resenha, recensão de livros ou análise bibliográfica é uma síntese ou um comentário dos livros pu-
blicados feito em revistas especializadas das várias áreas da ciência, das artes e da filosofia (SEVERINO,
2002, p. 131).
Uma resenha pode ser puramente informativa, quando apenas expõe o conteúdo do texto; é crítica
quando se manifesta sobre o valor e o alcance do texto analisado; é crítico-informativa quando expõe o
conteúdo e tece comentários sobre o texto analisado.
Tal como as formas anteriores de trabalho acadêmico, na elaboração de uma resenha, você tem de
observar a delimitação do espaço (que dependendo da finalidade, pode variar entre duas a dez laudas), os
objetivos que se propôs e a finalidade (publicação, atividade acadêmica etc.). O objetivo principal da
resenha é fazer uma apreciação crítica, comentada sobre uma determinada obra para publicação ou divul-
gação. De acordo com Severino (1986, p.181), além do caráter puramente informativo, a resenha é útil
por contribuir com comentários críticos.
A resenha estrutura-se em várias partes lógico-redacionais.
Abre-se com um cabeçalho, no qual são transcritos os dados bibliográficos completos da publicação
resenhada; uma pequena informação sobre o autor do texto, dispensável se o autor for muito conhecido;
Uma exposição sintética do conteúdo do texto, que deve ser objetiva e conter os pontos principais e mais
significativos da obra analisada, acompanhando os capítulos ou parte por parte (SEVERINO, 2002, p. 131).
Deve passar ao leitor uma visão precisa do conteúdo do texto, de acordo com a análise temática,
destacando o assunto, os objetivos, a idéia central, os principais passos do raciocínio do autor.
Finalmente deve conter um comentário crítico. Trata-se da avaliação que o resenhista faz do texto
que leu e sintetizou.Trata-se da avaliação que o resenhista faz do texto que leu e sintetizou.Essa avaliação
crítica pode assinalar tanto os aspectos positivos quanto os aspectos negativos do mesmo.
Passo 2 – A Resenha
16 Metodologia Científica
Modelo de Resenha
MACHADO, I.F.; RIBAS, O.T.; OLIVEIRA,
T. A. Cartilha: procedimentos básicos para uma arquitetura no trópico úmido. São Paulo: Pini, 1986.
Trata-se de um pequeno manual para sép- ticas para o tratamento de esgotos sanitários,
inician- tes nos problemas do projeto de em
habitações nas re- giões do Brasil, situadas
residências situadas em áreas pouco urbanizadas, os
basicamente na bacia do Amazonas.
autores deveriam dar um dimensionamento dessas
O livro inicia-se com uma visão geral do fossas em relação ao número de usuários. Ou, quan-
que se deve obter com uma casa, propondo do, propõem a utilização de madeira para estrutu- ras
também uma teoria de como se deve “construir de coberturas, sugerem sua impermeabilização, mas
corretamen- te”. Esta primeira parte critica o não dão nenhuma regra prática de como pro- ceder a
atual panorama das atividades construtivas, mais essa impermeabilização (e proteção contra xilófagos,
voltadas para ob- jetivos de “representação de de uma maneira geral).
status” do usuário que para o conforto físico e
Uma outra crítica mais grave pode ser, entre-
psicológico, e para a econo- mia dos recursos
tanto, feita: todo o manual está montado em torno de
disponíveis.
considerações sobre a cãs isolada, de acordo com a
Em contraposição a essa postura, o livro tradicional ocupação rural da região amazônica. De
enu- mera os condicionantes “corretos”, o clima, fato a população dessa área do país sempre foi muito
o solo, a paisagem e os cuidados que devem ser rarefeita. Entretanto, não é essa a tendência que se
tomados para obter-se o máximo de desfrute verifica atualmente, nem é o que se pode prever para
desses fatores, sugerindo inclusive algumas o futuro. Nesse sentido o manual não orienta, não faz
providências para que a intervenção humana seja menção de agrupamentos concentrados de habi-
a menos predatória pos- sível. Sabe-se que a tações, seja sobre o solo, seja em altura.
região em apreço é de extrema fragilidade, e o
Considerada a pobreza de manuais no país, não
risco de desertificação da região é um perigo
podemos deixar de registrar o meritório esfor- ço dos
presente, como já alertaram biólogos e outros
autores e da editora, que se dispôs a editá-lo.
estudiosos da Amazônia.
Pela correção do método empregado e pela
Quanto aos recursos econômicos, o
segurança das informações contidas, julgamos que
trabalho enfatiza a utilização de soluções já
esse manual será útil para estudantes de arquite- tura,
consagradas pelo uso, descrevendo cada elemento
no sentido de introduzi-los em problemas de
construído da ha- bitação, desde os alicerces,
conforto ambiental e conservação da natureza,
estruturas portantes, co- berturas, vedações,
qualquer que seja a latitude onde um dia irão atuar.
aberturas (portas e janelas) bem como os
equipamentos sanitários.
Júlio Roberto Katinky
Aqui nota-se um pequeno senão no traba- Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
lho, ou seja, as recomendações não atingem o USP, São Paulo.
nível quantitativo. Por exemplo, ao propor fossas Resenhista
● Revisão de literatura: artigo que trata do levantamento do estágio atual de determinado as-
sunto à luz da bibliografia disponível (8 a 10 laudas);
● ARTIGO CIENTÍFICO
● Artigo original: Parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais (Gon-
çalves, 2004, p.19).
● o prazer da produção científica, a ponto de dedicar-lhe tempo indefinido para visualizar, sele-
cionar e entender os detalhes do objeto de estudo, sob seus diversos prismas;
● capacidade de se autojulgar e aceitar a crítica, bem como outras contribuições que permitam e
favoreçam a realização do trabalho científico;
As notas prévias (Notas de Pesquisa) trazem informações teórico-metodológicas sobre um tema o
qual ainda se esteja pesquisando, porém ainda não conclui, podendo apresentar resultados parciais ou
primeiros resultados.
18 Metodologia Científica
A introdução (para todos os tipos de artigos) apresenta o tema do artigo, qual é o objetivo de escre-
ver sobre ele, a razão da escolha (justificativa) e porque o tema é importante. Deve ser escrita no tempo
presente.
ARTIGO DE REVISÃO TEÓRICA
Apresenta o resultado da pesquisa bibliográfica sobre o tema escolhido, podendo ser subdividido
em subtítulos. Deve conter as citações dos autores lidos e consultados de acordo com os sistemas de ci-
tação da ABNT.
ARTIGO DE RESULTADO DE PESQUISA
Apresenta: a Revisão da Literatura (pesquisa bibliográfica), a Metodologia utilizada para realizar
a pesquisa de campo (método, local, informantes, técnicas de coleta e análise e discussão com base na
revisão da literatura.
Exemplo: O autor refere que: “o meio ambiente deve ser preservado” (p.34), “ a natureza precisa de
cuidados tanto quanto os seres humanos” (p.35).....
ARTIGO DE RELATO DE EXPERIÊNCIA
Apresenta o relato de uma experiência/vivência, como por exemplo: a aplicação de uma técnica, a
realização de uma atividade etc.
CONCLUSÃO (para todos os tipos de artigos) deve estar coerente com o desenvolvimento do tra-
balho; pode evidenciar o que foi alcançado com o estudo, possíveis contribuições; pode sugerir e incluir
recomendações de ordem prática.
As características da redação científica são as seguintes: clareza, precisão e objetividade, coerência,
brevidade e/ ou concisão, correção, encadeamento, fidelidade e originalidade.
O PAPER, segundo (SOUZA, 1999. p.32) é um pequeno artigo cujas características podem con-
vencionalmente, consistir em atividade acadêmica, servindo usualmente como um trabalho escrito para a
avaliação do desempenho em seminários, cursos e disciplinas. Devem possuir a mesma estrutura formal
de um artigo.
Podem ser de quatro características segundo a autora: a) estudo sobre o autor; b) estudo de uma
tema num autor; c) estudo de uma obra de um autor; e d) estudo de um tema/questão/problema em
divresos autortes.
Corpo do relatório
Introdução – apresenta a escolha do assunto, com sua delimitação, justificativa e seus objetivos.
Revisão bibliográfica – apresentação de uma pesquisa bibliográfica-resumo de
assunto sobre a questão delimitada.
Esquema de investigação – procedimentos empregados, fonte dos dados, meto- dologia
empregada na obtenção dos dados
Apresentação, análise e interpretação dos dados
Conclusão
Seção de referências
Anexos e/ou apêndice
Bibliografia/referência
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, colocamos a sua disposição alguns procedimentos metodológicos que poderão au-
xiliá-lo(a) na escolha e organização de suas leituras. Após selecionar o seu material (livros, documentos),
leve em consideração algumas recomendações estudadas para se obter bons resultados na aprendizagem.
20 Metodologia Científica
Fundação Biblioteca Nacional – possui um exemplar de cada publicação indexada no Brasil.
<http://www.bn.br/>
Wikipedia – enciclopédia on-line gratuita e construída colaborativamente.
<http://www.wikipedia.org/>
Internet Archive – arquivo histórico da Internet.
<http://www.archive.org/>
Portal Periódicos (Capes) – acesso a textos completos de artigos de revistas nacionais e internacionais.
<http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/>
Prossiga – Bibliotecas virtuais temáticas – reúnem e organizam informações, presentes na Internet, sobre
determinadas áreas do conhecimento.
<http://prossiga.ibict.br/bibliotecas/>
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Normas ABNT sobre referências
bibliográficas. NBR 6023/2002. Rio de Janeiro: 2002.
ALVES, Rubem. Filosofia das ciências. São Paulo: Ars Poética, 1996.
ANDRADE, Maria M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1989.
BARROS, Aidil Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia:
um guia para a iniciação científica. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1986. 131 p.
. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis: Vozes, 1990. 102 p.
BARROS, Severino Antônio; AMARAL, Emília. Escrever é desvendar o mundo. 3. ed. Campinas:
Papirus, 1988. 180 p.
BOAVENTURA, Edivaldo M. Como ordenar as idéias. São Paulo: Ática, 1988. 59 p.
CARVALHO, Maria Cecília (Org.). Construindo o saber: técnicas de Metodologia Científica. Campi-
nas: Papirus, 1988. 180 p.
FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações técnicocientíficas. 4. ed. rev. aum.
Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1998. 213 p.
FOUREZ, G. A construção das ciências: introdução à filosofia e à ética das ciências. São Paulo: UNESP,
1995.
FURLAN, Vera Irmã. O estudo de textos teóricos. In: CARVALHO, Maria Cecília M. de (ORG.).
Metodologia Científica. Fundamentos e Técnicas – Construindo o saber. 9. ed. Campinas. SP: Papirus,
2000. CAP. II
GALLIANO, A. Guilherme. O Método Científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.
HÜHNE, Leda Miranda (org.). Metodologia Científica: cadernos de textos e técnicas. Rio de Janeiro:
Agir, 1992.
KNELLER, G.F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar; São Paulo: EDUSP, 1995.
KUHN, Thomas S. A Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Atlas, 1983.
LUCKESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta Metodológica. 8. ed. São Paulo:
22 Metodologia Científica
UNIDADE 2
24 Metodologia Científica
Você pode encontrar outras denominações para o senso comum, alguns livros nomeiam de conhe-
cimento vulgar, popular ou empírico (por se basear na experiência).
● Superficial,isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simples-
mente estando junto das coisas: expressa-se por frases como “porque o vi”, “porque o senti”,
porque o disseram”, porque todo mundo o diz”;
● Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os
que adquire por vivência própria quanto os “por ouvir dizer”;
● Assistemático, pois esta “organização” das experiências não visa a uma sistematização, nem
na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;
● Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se
manifesta sempre de uma forma crítica.
TIPOS DE CONHECIMENTO:
Conhecimento Popular O QUE É SENSO COMUM?
Senso Comum é um saber informal que se adquire de uma forma natural através do nosso contato
com os outros e das situações vividas no nosso cotidiano, como:
● Acender a luz;
● Ligar a TV;
● Fazer uma ligação;
● Fazer um chá
O Senso Comum e o nosso cotidiano
● Pegue a sua carteira de identidade. Qual é o seu número? Existe nele algo que lhe chama a
atenção? Imaginemos que ele é 6.872.451. Um número como milhares de outros. Mas, e se
ele for 5.000.000? Por que você se surpreende agora?
● Seria muito estranho se o diretor de uma exposição dissesse: Vamos dar um automóvel ao
visitante número 937.421. Mas acharíamos natural que ele dissesse: Vamos dar um automóvel
ao visitante número 500.000. Por quê?
● A ciência não acredita em magia. Mas o senso comum teimosamente se agarra a ela. Você já
viu uma pessoa jogando boliche? Não é curioso que ela entorte o corpo, depois de lançada a
bola, num esforço para alterar a sua direção, à distância? Esta torcida de corpo é um ritual
mágico, uma tentativa de mudar o curso dos eventos por meio do desejo.
Aí está o senso comum. A crença no poder do desejo, um ritual mágico na tentativa de mudar o curso
dos eventos por meio de uma vontade forte.
● As principais características do Senso Comum
● Caráter empírico: baseia-se na experiência cotidiana
● Caráter ametódico: não segue nenhum conjunto de regras formais
● Caráter aparente: se contenta com as aparências, formando uma representação ilusória, de-
26 Metodologia Científica
turpada e falsa, da realidade
● Caráter coletivo: é um saber partilhado pelos seus membros
● Caráter subjetivo: cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas próprias opiniões
● Caráter prático: é um saber que nasce da prática cotidiana
● Caráter acrílico: não faz uma elaboração racional e não questiona a experiência
● CONCLUSÃO
● O senso comum é um saber que está presente em todas as sociedades e em todos os indivíduos.
● É princípio de equilíbrio essencial a toda a sociedade, entre a dimensão do indivíduo e a do
coletivo.
● Transporta e naturaliza um conjunto de convenções implícitas ou intrínsecas ao agir humano
coletivamente dimensionado.
É fruto da aprendizagem e educação que, espontânea e/ou institucionalmente, recebemos enquan- to
membros de uma comunidade.
b) conhecimento mítico
Trata-se de um tipo de conhecimento característico do ser humano em seus estágios primitivos. O
mito configura-se como uma crença dotada de poder explicativo do real limitada. Esse tipo de conhe-
cimento é decorrente da necessidade que o ser humano tinha e ainda tem de explicar a sua realidade e
resolver seus problemas.
Desde sempre houve a preocupação com o conhecimento da realidade. “As tribos primitivas, por
meio dos mitos, explicaram e explicam os fenômenos que cercam a vida e a morte, o lugar dos indivíduos
na organização social, seus mecanismos de poder, controle e reprodução” (MINAYO, 1998, p.9).
c) Conhecimento teológico ou religioso
O conhecimento teológico, ou religioso como é mais conhecido, está relacionado com a pos-
sibilidade que o ser humano tem de criar imagens abstratas da realidade a partir do sentimento,
usando um mínimo de razão, ou até mesmo em oposição a ela. Este tipo de conhecimento não deve ser
confundido com religião (definida como “o uso de formas sistematizadas e institucionalizadas desse
conhecimento” (VIEGAS, 1999), na medida em que se constitui como uma das formas de representação
que o ser humano tem de se relacionar com a sua realidade, nesse caso por meio das crenças.
É um tipo de conhecimento que não depende das especulações humanas, mas da experiência
que o ser humano vincula com a fé. As verdades acerca da realidade são alcançadas por meio do que
acei- to como revelação divina, e não pela razão. Ele apóia-se em doutrinas que contém proposições
sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural, são infalíveis e indiscutíveis (exatas).
Como um conhecimento sistemático do mundo (tem origem, significado, finalidade e destino), obra
de um criador divino; suas evidências não são verificadas.
Conhecimentos religiosos, quando organizados e sistematizados em um corpo coerente de dou-
trina, transformam-se em religião, mais ou menos institucionalizada, a exemplo, podemos identificar o
judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
● Inspiracional, por não se basear na razão, sua fundamentação surge da mente, soprado pela
divindade que governa o objeto da crença, portanto, não verificável.
● Como guia sistêmico de conduta é valorativo. Conceitos como bom certo são utilizados para
atrair graças, mau e errado são relacionados ao castigo, e de expiação, para evitar o castigo.
Conhecimento Religioso
● As pessoas também buscam na religião um porto seguro quando tem algum problema ou uma
decisão a ser tomada.
● As religiões sao muito mais que crenças pessoais, representam na verdade as características
históricas de um povo.
Características:
28 Metodologia Científica
não é levar
● O conhecimento religioso procura explicar coisas ainda sem resposta e não se baseia em fatos
científicos.
● As pessoas também buscam na religião um porto seguro quando tem algum problema ou uma
decisão a ser tomada.
● As religiões são muito mais que crenças pessoais, representam na verdade as características
históricas de um povo.
d) Conhecimento Filosófico
No conhecimento filosófico a reflexão sobre a realidade é orientada pela razão. Ele busca uma res-
posta sobre a realidade a partir da razão do ser. A filosofia estuda o seu objeto, em sua generalidade mais
alta.
Chauí (2000, p.19), define como “a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as
idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana: jamais aceitá-
las sem antes havê-los investigado e compreendido”. Do que se pode inferir que o conhecimento
filosófico se contrapõe ao pensamento religioso ou mítico, ao se propor a desenvolver no ser humano a
possibi- lidade de reflexão ou a capacidade de raciocínio. A filosofia não é uma ciência tal como a
conhecemos atualmente, mas a busca do saber.
Historicamente (delimitação do tempo e espaço), o início da filosofia foi na Jônia (Ásia Menor),
com Tales de Mileto, um pré-socrático, no século VI a.C. No desdobramento do conhecimento filosófi-
co, desde a era da antiguidade até o período moderno, quando a institucionalização do método científico
ocasionou a desvinculação da ciência da filosofia, a preocupação foi de ultrapassar a opinião, os juízos de
valores e os sentimentos, e assim, afastar as possibilidades de erro na produção do conhecimento em
relação a realidade e ao mundo.
● É valorativo, suas hipóteses, ponto de partida, não podem ser submetidas à observação;
● Não é verificável, pois os enunciados das hipóteses filosóficas, não podem ser confirmadas ou
refutadas;
● É sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da reali-
dade estudada, cuja tentativa é apreendê-la em sua totalidade;
● É infalível e exato, pois na busca da realidade, na definição dos instrumentos, seus postulados
e hipóteses, não são submetidos ao teste da observação e experimentação.
e) Conhecimento científico
O conhecimento científico se caracteriza pelo tratamento metódico e sistemático dos fatos
referentes à realidade sensível. Diante do contexto em que emerge, o período moderno, por meio da
utilização da experiência sensível, da explicação divina ou do campo hipotético, a sociedade emergente
não mais conse- guia explicar os fenômenos da realidade. A preocupação passou a ser a compreensão do
mundo de forma sistemática, metódica e crítica, portanto, ir para além do senso comum, da religião e da
própria filosofia.
30 Metodologia Científica
O desejo ou a necessidade de ultrapassar as “evidências” do senso comum, não significa uma rejei-
ção a essa forma de conhecimento. Lakatos (1988, p.21), considera que a separação entre as formas de
conhecimento é mais metodológica do que prática, pois no processo de apreensão da realidade do objeto,
o sujeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas.
A teoria científica foi se constituindo por meio da sistematização de hipóteses e de leis em um
sistema de proposições descritivas da realidade, ou seja, a institucionalização da ciência, que se tornou
hegemônica (predominante em relação às outras formas de conhecimento) na sociedade ocidental na
construção e explicação da realidade.
Ciência, entendida “como um conjunto de atividades ou atitudes humanas voltadas para o conheci-
mento sistemático, sujeito à verificação” (VIEGAS, 1999, p.43). O que você, estudante, não pode esque-
cer é que a ciência não é um saber neutro, desinteressado, à margem do questionamento social e político.
O conhecimento científico, tal como conhecemos hoje, data de um período muito recente. O cará-
ter científico dos estudos e pesquisas só adquiriu status de ciência na idade moderna da história, quando a
ciência moderna passou a determinar um objeto específico de investigação, necessitando criar um mé-
todo para estabelecer o controle desse conhecimento.
Com a utilização do método, a ciência passou a produzir conhecimento sistemático, mais preciso em
relação às outras formas, hoje sabemos que a verdade absoluta em relação ao conhecimento não exis- te,
ela é sempre aproximada.
Com o conhecimento científico, os cientistas e pesquisadores começaram a descobrir relações uni-
versais e necessárias entre os fenômenos, permitindo a previsão de acontecimentos e um agir sobre a
natureza de forma mais segura.
De acordo com Aranha e Martins (1993, p. 129), cada ciência se torna uma ciência particular, no
sentido de ter um campo delimitado de pesquisa e método próprio. O seu curso, por exemplo, está inse-
rido no campo das ciências matemáticas.
A ciência é uma das poucas realidades que podem ser legadas às gerações seguintes. Em cada
período histórico, a sociedade assimila os resultados científicos das gerações anteriores, desenvolvendo e
amplian- do alguns aspectos novos. Portanto, cada um de nós podemos contribuir com novos
conhecimentos para as gerações futuras.
Agora você já sabe que, além do conhecimento científico, existem outros tipos de conhecimento
que o ser humano dispõe para explicar a sua realidade.
Contudo, é preciso ter claro que este se tornou hegemônico (predominante) na realidade ocidental, a
partir da revolução industrial.
● É verificável, suas hipóteses ou pressupostos são confrontadas com a realidade objeto da in-
vestigação, que pode ser confirmada ou negada;
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, discutimos com você acerca das diversas formas de conhecimento que utilizamos na
construção da nossa cultura (ou seja, os meios necessários para a organização e a facilitação dos nossos
modos de viver em grupo), ao longo da história da civilização da humanidade.
Você estudou o papel do conhecimento para a compreensão da realidade; as principais caracterís-
ticas dos tipos de conhecimento; assim como a natureza do método científico e a importância da ciência
enquanto uma das formas de conhecimento.
32 Metodologia Científica
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34 Metodologia Científica
que veiculam seu sentido.
É com apoio da teoria que o pesquisador compreende e interpreta um fenômeno, um processo,
recorta, separa determinados aspectos significativos da realidade para trabalhá-los. Mas, você não pode
es- quecer que, mesmo com o suporte teórico, o que se obtém são explicações parciais da realidade.
Podemos entender por proposições as declarações afirmativas sobre fenômenos e/ou processos. São
construções lógicas. São aprofundadas nas obras dos autores que trabalham os temas que nos preocupam,
inclusive aqueles com os quais não concordamos ideologicamente.
O Método, por sua vez, possibilita que você trace o “roteiro”, ou seja, construa as diversas fases in-
dicadoras do caminho a ser percorrido, demarcado, do início ao fim da pesquisa. É um guia para o estudo
sistemático do enunciado, compreensão e busca de solução do problema. Ele possibilita o ato reflexivo.
Como um “mapa” que orienta os diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou
resultado, o método não pode ser inventado. A sua definição depende do objeto da pesquisa. O esforço
para selecionar os meios e processos mais adequados precisa atender às exigências do seu objeto de
estudo. Por isso, não pode ser tomado como um modelo, uma fórmula ou receita que, uma vez, seguida
garante os resultados previstos.
Considere o método científico como um instrumento de trabalho, os resultados que você vai alcan-
çar com a sua pesquisa vai depender de como vai usá-lo. Lembre-se, contudo, que ele segue o caminho da
dúvida sistemática, metódica, o que não tem o mesmo significado do impossível, do cético.
No decorrer da pesquisa, o uso do método busca revelar a realidade empírica por meio de fatos. Es-
ses fatos ao serem descobertos, tornam a guiar o uso do método. Por isso consideramos que a construção
do conhecimento é um processo.
Como procedimento de investigação e controle, o método possibilita o desenvolvimento e or-
denação do raciocínio, portanto, orienta a argumentação e a reflexão (requer esforço e concentração),
diferente do simples pensar.
Dentre os mais usuais, destacam-se:
a) Método dedutivo, os fundamentos lógicos que o sustentam, o tornam característico das ciên-
cias exatas e naturais, mas como modelo teorético, ligado a formalização moderna, foi ampla-
mente utilizado não apenas na lógica e na matemática, mas também nas ciências humanas.
b) Método indutivo, um procedimento que dê uma situação particular, os resultados são gene-
ralizados (universalizados). Esse foi, aliás, ainda é, um método adotado por todas as ciências.
Compreende as seguintes fases: observação, hipótese e experimentação.
c) Método dialético, que se caracteriza pelo confronto entre dois enfoques contraditórios sobre
um mesmo tema, resultando uma compreensão mais abrangente sobre a questão. A dialética
incorpora as duas dimensões anteriores, que não contemplam a subjetividade das ciências
humanas.
Agora, com base no que você estudou até aqui, faça a Atividade 4 – Pesquisa.
Identifique duas características da pesquisa científica que a diferencie da pesquisa senso comum.
Enumere cinco atividades do seu cotidiano em que você faz pesquisa do tipo senso comum.
Qual a importância do método na pesquisa científica?
Estabeleça a diferença entre método dedutivo e método indutivo.
38 Metodologia Científica
direta, entrevistas, levantamentos, história de vida, análise documental, vídeo, fotografias, cartografias.
Dados levantados diretamente pelo pesquisador denominam-se de primários. Durante este tra- balho
além da descrição da situação estudada, você pode incluir na pesquisa material produzido pelos
informantes como: histórias, canções, frases, desenhos etc.
a.1) Pressupostos da pesquisa etnográfica
● O comportamento humano situa-se num quadro referencial por meio do qual orientam seus
pensamentos, sentimentos e ações – o significado manifesto e latente dos comportamentos dos
indivíduos;
● Ter capacidade teórica para recortar o fenômeno em seus aspectos mais relevantes;
● Trata-se da perspectiva do professor como pesquisador – o professor que pesquisa a sua práti-
ca; de um meio de produzir conhecimento sobre os problemas vividos na sua prática docente,
com vista a atingir uma melhora da situação, de si mesmo e da coletividade;
● Caracteriza-se como uma contraposição à visão do professor como simples reprodutor e exe-
cutor de conhecimentos;
● Tem como preocupação a melhoria da prática, conhecer e atuar. Busca mudança no contexto
● Em geral as suas práticas não são problematizadas pelo processo de pesquisa, a busca de mu-
dança, em geral, não envolve qualquer reconstrução conceitual teórica da prática;
● Os problemas práticos vistos como passíveis de soluções técnicas; a ação se torna um empre-
endimento teórico, contrastando com a idéia de criação e testagem de soluções inovadoras
para os problemas educacionais da pesquisa-ação.
b.1) Características da pesquisa-ação
● É uma atividade empreendida por grupos com o objetivo de modificar suas circunstâncias;
● Aclarar e diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer melhorar ou
resolver;
40 Metodologia Científica
princípio de que, para estudar o ser humano e a sociedade, é possível utilizar a mesma metodologia e o
mesmo instrumental das ciências naturais, ou seja, advoga a objetividade e a neutralidade da ciência.
Nesse tipo de abordagem, o pesquisador busca exprimir as relações de dependência funcional en-
tre variáveis para tratar do como dos fenômenos. Ele procura identificar os elementos constituintes do
objeto estudado, estabelecendo a estrutura e a evolução das relações entre os elementos. Seus dados são
métricos (medidas, comparação/padrão/metro) e as abordagens são experimental, hipotético-dedutiva,
verificatória. As verdades aparecem como absolutas e objetivas.
A pesquisa quantitativa tem sido muito criticada por procurar reduzir as relações humanas a nú-
meros exatos. Um exemplo disso seria a preferência das pessoas por determinada comida, digamos pão e
bolo. De acordo com a abordagem quantitativa, essa questão pode ser tranqüilamente explicada com
números: As pessoas gostam mais de pão ou de bolo? 55% das pessoas gostam de pão, 40% prefere bolo
e 5% não gosta de pão e nem de bolo.
Esta metodologia é baseada em rígidos critérios estatísticos, que servem de parâmetro para defini-
ção do universo a ser abordado pela pesquisa. Como o nome já diz, o método quantitativo é útil para o
dimensionamento de mercados, levantamento de preferências por produtos e serviços de parcelas da
população, opiniões sobre temas políticos, econômicos, sociais, dentre outros aspectos.
A metodologia quantitativa, de modo geral, é a mais utilizada em levantamentos, em pesquisa
amostral, de mercado, de opiniões. Esta metodologia permite mensurar opiniões, reações, sensações,
hábitos e atitudes etc., de um universo (público) por meio de uma amostra que o represente de forma
estatisticamente comprovada. Conforme estudaremos nos elementos constitutivos do projeto, item 4.2
metodologia, as amostras podem ser aleatórias ou por cotas (extratos pré-definidos de sexo, idade, classe
social, região etc).
O método quantitativo orienta para a utilização de questionário estruturado predominantemente com
perguntas fechadas (lista de respostas pré-codificadas). Em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, é
necessário calcular a margem de erro para o grau de confiança que se pretende.
A pesquisa quantitativa é realizada a partir de entrevistas individuais, apoiadas por um questionário
convencional (impresso) ou eletrônico, quando é possível (Computador ou Pocket PC). As entrevistas são
conduzidas por um entrevistador ou através de auto-preenchimento.
Os passos para o desenvolvimento e aplicação do método quantitativo tem início com a definição
dos objetivos que o pesquisador pretende alcançar. Em seguida faz-se o levantamento amostral do univer-
so, ou seja, o número de entrevistas a serem realizadas; elaboração aplicação de pré-teste para validação
do questionário e, posteriormente, a pesquisa em campo; apuração, cruzamento e tabulação dos dados; e,
por fim, elaboração de relatório.
Nos últimos anos esse tipo de pesquisa vem sofrendo diversas críticas. A cibernética por exemplo,
argumenta que a sociedade é um demônio, que muda de estratégia de acordo com as informações que
recebe, sendo, portanto, impossível matematizar o ser humano, explicá-lo a partir de números.
A principal vantagem desse tipo de abordagem é a automaticidade e precisão, controle de bias.
Porém, fica limitada na medida em que trabalha com determinação prévia de resultados. Exige um
número maior de entrevistados para garantir maior precisão nos resultados, que serão projetados para a
população representada.
As Pesquisas Quantitativas e Qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas não são necessa-
riamente pólos opostos. De fato, elementos de ambas as abordagens podem ser usados conjuntamente em
estudos mistos, para fornecer mais informações do que poderia se obter utilizando um dos métodos
isoladamente.
Quantitat Qualitat
iva iva
- Objetivo - Subjetivo
- Testa a teoria - Desenvolve a teoria
- Redução, controle e precisão - Descoberta, descrição e compreensão
- Mecanicista: as partes são iguais ao todo - Organicista: o todo mais que as partes
- Análises estatísticas - possibilita narrativas ricas e interpretações;
- Unidade de análise: os números - Os elementos básicos das análises são as palavras e as idéias
- O pesquisador assume um postura de neutralidade diante - O pesquisador participa do processo
do contexto - Depende do contexto
- Testa hipóteses - Gera idéias e questões para a pesquisa
- Raciocínio lógico e dedutivo - O raciocínio e dialético e indutivo
- Estabelece relações de causa-efeito - Descreve os significados e descobertas
- Busca a generalizações - Busca particularidades
- Preocupa-se com a quantidade - Preocupa-se com a qualidade das informações
- Utiliza-se de instrumentos específicos - Utiliza as informações e as comunicações
A idéia que está presente nesta distinção é a contraposição entre abordagem do tipo positivista
(privilegia a mensuração) com a do tipo hermenêutico-dialética (privilegia a compreensão qualitativa dos
significados).
Na realidade, tal distinção não poder ser vista como uma rígida dicotomia, mas como um meio útil
para evidenciar dimensões diversas da pesquisa, mas complementares do ponto de vista metodológico.
42 Metodologia Científica
o cuidado com a seleção das fontes para não cair no erro de utilizar fontes que apresentam dados coleta-
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VERA, Asti. Metodologia da pesquisa Científica. Porto Alegre: Globo, 1974.
44 Metodologia Científica
UNIDADE 4
Como objetivo de aprendizagem, esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
46 Metodologia Científica
Nas diferentes etapas, incluindo desde a decisão por um tema até a definição do problema, é pos-
sível que você encontre algumas dificuldades. Mas, não hesite em consultar seu material ou o seu tutor
sempre que se fizer necessário, detendo-se naquela etapa em que está enfrentando dificuldade.
No próximo ítem vamos tratar de cada um dos elementos que fazem parte de um projeto de pesquisa.
b) A delimitação do tema
A delimitação do tema é necessária em virtude da dificuldade para qualquer pesquisador desenvol-
ver uma pesquisa sobre uma área abrangente do conhecimento. Dessa forma, tematizar é selecionar e
assumir um aspecto delimitado da realidade na perspectiva da formulação de um problema. Um tema
pode suscitar vários problemas.
Ao fazer o recorte o pesquisar tem possibilidades concretas de deter-se em aspectos mais detalhados
e originais da realidade, afastando-se de perspectivas generalistas. Ao tomarmos um assunto geral como
aprendizagem escolar,temos várias possibilidades e objetivos para estudarmos, dentre elas, podemos
enfocar as dificuldades de aprendizagem em matemática por alunos surdos, indicando da seguinte for-
ma: - Dificuldades de aprendizagem em matemática de alunos surdos: uma contribuição ao processo de
inclusão em turmas regulares.
Neste caso, além de estarmos definindo os contornos da pesquisa e criando possibilidades de al-
cançarmos uma compreensão mais aproximada possível da realidade a ser estudada, estamos indicando
também o título. O título não é o tema, ele indica a sua nomeação. Ao ser enunciado de forma clara e
objetiva, ele informa preliminarmente o teor da investigação.
Agora é vez de você delimitar o seu assunto, escolhendo um tema que mais aproxime-se de suas
necessidades e condições objetivas de realizar uma pesquisa. Não desanime. Coloque no papel seu
esforço e construa seu tema de pesquisa. Nada de coisa muito abrangente, seja objetivo. Caso necessário,
releia o seu material, consulte o seu tutor.
d) Formulação do Problema
Retomando um pouco, você até aqui escolheu o seu assunto (área de interesse), fez a delimitação do
seu tema e construiu os argumentos que servem de justificativa para a realização da pesquisa acerca do
tema, agora é hora de formular o problema, ou seja, colocar o seu tema em forma de um problema.
Já esclarecemos em item anterior que o tema por si só não se constitui um problema de pesquisa. Ao
se formular pergunta ao tema, provoca-se sua problematização, ou seja, coloca-se o tema sob a forma de
problema. Portanto, a construção do seu problema de pesquisa resulta da problematização de seu tema,
colocado em forma de pergunta. Significa do ponto de vista prático construir a questão que vai orientar a
realização da pesquisa. Dito de outra forma, é para essa pergunta que você vai no decorrer da pesquisa
buscar dados no sentido de esclarecê-la.
Tomando nosso tema como referência podemos formular nosso problema da seguinte forma: que
dificuldades em relação à aprendizagem em matemática alunos surdos que freqüentam turmas regulares
têm demonstrado? Ou como a inclusão em turmas regulares de alunos surdos tem refletido na sua apren-
dizagem em matemática?
Agora, faça uma descrição sucinta do quadro problemático, identificando situações em que o
problema se evidencia, na Atividade 9 - Problema.
Obs: pode ser contextualizado o problema e conclua o parágrafo com uma pergunta
(?). A situação que está causando o interesse pela pesquisa. Exemplos: uma
ausência, uma falta/carência, dificuldades sentidas/observadas, uma mudança, uma
descontinuidade, uma crise, uma contradição, afastamentos, desinteresses,
despreparo, desconhecimen- to, dúvidas etc. o que você detectou como
problemático e deseja estudar para desven- dar/compreender/transformar. Deverá
vir acompanhada das questões norteadoras ou hipóteses.
48 Metodologia Científica
e) Elaboração de questões norteadoras ou hipótese(s)
Como forma de melhor esclarecer e traçar nortes mais específicos para o estudo, o pesquisador, de-
pendendo do seu objeto de estudo e do tipo de pesquisa, pode orientar-se por questões norteadoras (mais
utilizadas nas pesquisas qualitativas), ou por hipótese(s) (nas pesquisas quantitativas e experimentais).
Nesta atividade você tem que convencer seu leitor da importância da sua pesquisa. Fale da contri-
buição que ela pode trazer para compreensão ou solução do problema estuda. Prevalece o seu poder de
argumentação.
A partir de então formule a sua questão (ões) de pesquisa. Lembre-se nem toda questão é uma ques-
tão de pesquisa científica, é necessário estabelecer relação entre duas variáveis.
Caso a sua opção seja por questões norteadoras, você toma como referência o seu problema e espe-
cifica, ou seja, formula indagações mais detalhadas, cujas respostas podem indicar a compreensão acerca
da problemática.
Tomando o exemplo de problema que construímos neste texto: que dificuldades em relação ao
processo de aprendizagem alunos surdos que freqüentam turmas regulares têm demonstrado? Ou
como a inclusão em turmas regulares de alunos surdos tem refletido na sua aprendizagem? É
possível formular algumas questões norteadoras:
Como se dá o processo de inclusão de alunos surdos em turmas regulares?
Que elementos caracterizam as dificuldades de aprendizagem em matemática de alunos surdos que
freqüentam turmas regulares?
Que procedimentos pedagógicos são adotados pela escola para trabalhar essas di- ficuldades?
Que relação é possível fazer entre dificuldades de aprendizagem e situação sócio- econômica dos
alunos?
Contudo, você pode ensaiar respostas provisórias a sua questão problema. Neste caso, essas res-
postas imediatas ao problema identificado são construídas em forma de hipótese(s).Tal como as questões
norteadoras, as hipóteses servem apenas para orientar o pesquisador, portando, não têm caráter defini-
tivo.
Como resposta(s) provisória(s), a(s) hipótese(s) poderá (ão) ser negada(s) ou confirmada(s) a partir
dos resultados da pesquisa, ou outras poderão emergir a partir da realização do estudo.
Em relação ao exemplo do problema construído, podemos formular algumas hipóteses:
50 Metodologia Científica
cação matemática. Mesmo que depois proponha metodologias.
Neste sentido, você pode:
● Demonstrar o seu conhecimento acerca da literatura básica sobre o assunto, resumindo os
resultados de estudos de outros autores;
● Apresentar em blocos de assunto, mostrando a evolução do tema de forma integrada;
● Fazer citações de obras de outros autores que vão fundamentar teoricamente o trabalho;
● Fazer uma análise interpretativa própria das idéias dos autores;
● Toda obra analisada precisa constar na lista de referências e referenciar conforme a ABNT.
Neste momento faça a Atividade 12 – Revisão da Literatura, você vai precisar muito do que foi
estudado na primeira unidade deste caderno, pois o volume de texto que terá que ler vai exigir que
faça esquemas e resumos.
Você está sendo convidado a elaborar um texto próprio com base nas idéias dos autores utilizados de
referências, constituindo o seu quadro de fundamentação teórica. Não esqueça de se preocupar com a
ordenação da idéias. O texto tem que ter seqüência lógica (início, meio e fim).
● Área da pesquisa: onde o estudo será realizado? A definição do lugar pesquisa, do campo de
trabalho, precisa ser justificado, que tipo de contexto existe nesse lugar que torna-o relevante
como campo de investigação.
● Definição da amostra: quem serão os sujeitos da pesquisa? Nesse momento você não pode
perder de vista os seus objetivos, é a partir deles que será definido o conjunto de pessoas que
farão parte do estudo.
- Nas pesquisas de natureza qualitativa não é necessário adotar um procedimento sistemá-
tico de amostragem, uma vez que elas voltam-se mais para a descrição, compreensão e
interpretação do fenômeno objeto do estudo. Portanto, a preocupação não é com a ge-
neralização dos resultados. A preocupação volta-se para a identificação daqueles sujeitos
sociais que têm vinculação mais significativa com o problema a ser investigado. Nesse
caso, a melhor amostra é aquela que assegure abranger o problema investigado em suas
múltiplas dimensões. Ainda assim, o pesquisador faz uma descrição desses sujeitos, em
que atividades estão engajadas, quantos pretendem envolver no estudo, que tipo de critério
qualitativo irá utilizar (por exemplo, professores com mais tempo de serviço, ou aqueles
que têm nível superior etc).Mesmo na opção por escolha aleatória, isso tem que ficar claro
na descrição.
- Nas pesquisas de natureza quantitativa, principalmente, no caso de levantamentos (surveys)
tem que haver uma preocupação com a questão da representatividade quantitativa, para que
os sujeitos que compunham a amostragem possam caracterizar o coletivo das pessoas.
● Coleta de dados: neste item o pesquisador tem que definir como os dados serão levantados,
ou seja, quais serão as técnicas que ira utilizar. A escolha precisa estar associada ao problema,
aos objetivos e hipótese da pesquisa. Assim, na pesquisa de campo as principais técnicas para
levantar dados são: observação, entrevista, história de vida, questionário, formulário. Veja-
mos cada uma delas:
a) Observação: como técnica para coletar dados, o pesquisador obtém dados sem neces-
sitar de informações de pessoas, o pesquisador utiliza-se dos seus sentidos para coletar
dados acerca do fenômeno a ser observado. No contexto das pesquisas qualitativas é
uma técnica imprescindível.
- Objetiva obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios
contextos;
- Possibilita captar uma série de situações ou fenômenos que não são obtidos por
meio de perguntas, ou seja, obter a informação na ocorrência do fato;
- Existem algumas modalidades de observação: aquelas que se definem de acordo
com a forma de registro adotada (assistemática e sistemática); aquelas que se dife-
renciam de acordo com a participação do pesquisador (participante e não-partici-
pante).
a.1) Observação assistemática: também denominada de não-estruturada ou livre, não
exige o estabelecimento de critérios prévios. Trata-se de um procedimento mais
utilizado em estudos exploratórios.
a.2) Observação sistemática: também denominada de estruturada, requer decisões
prévias acerca das situações e/ou elementos a serem observados (comportamentos
individuais, p.ex.), para que o pesquisador possa efetuar o controle, como por
exemplo, traçado de roteiros, definição de fatos a serem observados, localização,
tempo de duração.
a.3) Observação participante: orientada por uma relação interativa entre o pesqui-
sador e a realidade pesquisada. Trata-se de uma técnica que possibilita que o pes-
quisador vivencie a realidade do objeto investigado. Buscando compreender os
aspectos inerentes a essa realidade, o observador assume um determinado papel
dentro do grupo e participa das suas atividades. O observador, enquanto parte do
contexto de observação, estabelece uma relação face a face com os observados.
a.4) Observação não-participante: ao contrário da observação participante, aqui ela é
orientada por uma não interação do observador à realidade investigada. Neste
caso, o pesquisador limita-se observar à distância o fato sem participar dele.
b) Entrevista: trata-se de uma técnica de coleta de dados que requer um contato face a
face entre pesquisador e pesquisado. Pode ser anotada ou gravada pelo pesquisador. É
um dos procedimentos metodológicos mais usual no trabalho de campo.Por meio da
entre- vista o pesquisador busca informações contidas na fala dos sujeitos da pesquisa.
Quanto ao seu grau de estruturação, ela pode ser classificada em:
b.1) Entrevista estruturada: configura-se por meio de um roteiro de perguntas previa-
mente elaborado, tendo como base os objetivos da pesquisa.
b.2) Entrevista não-estruturada ou aberta: o informante aborda livremente o tema
desenvolvido, sem a utilização de um roteiro prévio. Contudo, não se pode deixar
de levar em consideração os objetivos da pesquisa.
b.3) Semi-estruturada: situada numa situação intermediária entre os dois tipos ante-
52 Metodologia Científica
riores, caracteriza-se pela elaboração de um roteiro preliminar de perguntas, que
pode ser acrescido no decorrer da entrevista, na perspectiva de aprofundar aspec-
tos relevantes aos objetivos do estudo.
c) Questionário: consiste em um conjunto de questões pré-elaboradas de forma sistemáti-
ca e seqüencialmente dispostas em itens que dê configurações ao tema da pesquisa.
- As questões são elaboradas com a finalidade de obter dados que ajudem a dar
resposta(s) ao problema da pesquisa;
- Para que o questionado não ofereça resistência, as questões precisam ser claras e o
número não deve ser extenso;
- Sua estrutura precisa ser articulada, palavras simples, evitar ambigüidades, dúvi-
das ou incompreensão, iniciando pelas perguntas mais fáceis;
- Em geral, são utilizados três tipos de perguntas: abertas, fechadas e múltipla es-
colha. As perguntas abertas dão ao entrevistado oportunidade de expressar sua
opinião livremente (por exemplo: como você trabalha as dificuldades que alunos
surdos apresentam na aprendizagem em matemática?).
As perguntas fechadas, o entrevistado opta por respostas já formuladas (por exem-
plo: Você encontra dificuldade para trabalhar assuntos de matemática com alunos
surdos? Sim ( ) Não ( ). As perguntas de múltipla escolha incluem questões com
diversas opções de respostas.
- É recomendável testar o questionário para identificar problemas de linguagem ou
de outras ocorrências que pode prejudicar os instrumentos.
d) História de vida: trata-se de um procedimento metodológico que configura-se como
uma entrevista em profundidade, também denominada de autobiográfica.
d.1) É um instrumento que privilegia a coleta de dados e informações que retratem
experiências pessoais vivenciadas. Eles são fornecidos por pessoas, grupos ou or-
ganizações. Pode ser escrita ou verbalizada;
d.2) Completa: retrata todo o conjunto da experiência vivida;
d.3) Tópica: focaliza uma etapa ou setor da experiência.
- O uso de fotografias como recurso de registro visual amplia o conhecimento do
estudo e possibilita documentar momentos ou situações que ilustram o cotidiano
vivenciado.
- O uso do diário de campo como um instrumento ao qual recorremos em qual- quer
momento da rotina do trabalho que se está realizando. Nele podem ser colo- cadas
percepções, angústias, questionamentos e informações que não são obtidas por
meio das técnicas. É pessoal e intransferível.
- Na pesquisa suplementar de dados: consulta a documentos, anuários, censos, ma-
terial cartográfico e outros inerentes ao estudo.
● Organização e análise de dados: neste item o pesquisador tem que descrever como os dados
levantados serão construídos, organizados, representados graficamente e analisados; com base
em que método os resultados da pesquisa serão discutidos. Como opção metodológica o pes-
quisador pode se definir pela análise de conteúdo, análise de discurso ou análise qualitativa
(dialética). Não exclui a incorporação de gráficos, tabelas e quadros, evitando-se, assim, a
falsa dicotomia entre a dimensão qualitativa e quantitativa da pesquisa.
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, discutimos com você o projeto de pesquisa
1. APRESENTAÇÃO/INTRODUÇÃO
2. TEMA/DELIMITAÇÃO
3. JUSTIFICATIVA
4. OBJETIVOS
5. PROBLEMA
6. HIPÓTESE (S)
7. MARCO TEÓRICO / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8. METODOLOGIA
9. CRONOGRAMA
10. REFERÊNCIAS
11. APÊNDICE(S)
12. ANEXO(S)
1. APRESENTAÇÃO/INTRODUÇÃO
Parte essencial em que são anunciados, em linhas gerais, os itens contidos no SUMÁRIO.
A linguagem deve ser clara, simples e objetiva, sem extrapolações e erudição desnecessárias.
2. TEMA
A escolha do TEMA é, talvez, a parte mais difícil para qualquer pesquisador.
No entanto, ele deve surgir com base nas inquietações do próprio pesquisador e estar vinculado a
área de conhecimento pretendido e/ou do curso que está atrelado.
Entre os fatores principais na escolha de um TEMA estão:
a) afetividade ou grande interesse pelo tema;
b) disponibilidade de tempo que o estudo do tema requer;
54 Metodologia Científica
c) limites da capacidade do pesquisador; e
d) o valor acadêmico e social.
2. TEMA/DELIMITAÇÃO
O Projeto de Pesquisa deve ser iniciado com a apresentação e a contextualização, no tempo e no
espaço, do TEMA da pesquisa.
Definido, aqui, em linhas gerais, a fim de informar o leitor o que vai ser abordado na Monografia,
ou seja, o estudo é SOBRE:
● uma obra.
● um autor.
● um fenômeno lingüístico.
● um conceito.
● etc.
Deve indicar também os limites do Tema, sua extensão e profundidade, que nortearão o tratamen-
to do assunto.
3. JUSTIFICATIVA
Indica o porquê da escolha do TEMA, evidencia, chama a atenção para a relevância acadêmica e
social. Usa, para isso, uma linguagem racional, evita chavões e lugares-comuns, como:
4. OBJETIVOS
4.1 Geral
Indica o que se pretende alcançar, encerra um fim em si, quais os resultados possíveis e a que con-
clusões se espera chegar.
4.2 Específicos
Indicam as etapas, as metas a serem cumpridas para se alcançar o OBJETIVO GERAL.
Portanto, devem estar necessariamente relacionados ao OG. Em ambos os casos, devem:
● iniciar com verbos na forma infinitiva e indicar exatamente o que será feito;
● incluir apenas um sujeito e um complemento;
● em média, serem três.
5. PROBLEMA
O PROBLEMA é a alavanca da pesquisa.
Qual é a QUESTÃO CENTRAL a investigar?
8. METODOLOGIA
Processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa. Um corpo de regras estabelecidas para rea-
lizar uma pesquisa.
Detalhamento dos métodos, técnicas e materiais que serão utilizados na realização da pesquisa, ou
seja, de todos os passos realizados para a construção do trabalho científico.
A escolha de métodos, técnicas e instrumentos está estreitamente relacionada ao PROBLEMA de
pesquisa.
56 Metodologia Científica
8.1 TIPO DE ESTUDO / ABORDAGEM
1) Métodos: procedimentos mais amplos de raciocínio.
2) Técnicas: procedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, mediante em-
prego de instrumentos adequados.
Segundo Severino (2002), existem dois Métodos de Pesquisa, não excludentes:
a) quantitativo – voltado para dados mensuráveis, por meio de recursos e técnicas, como
questionários e entrevistas, entre outros;
b) qualitativo – direcionado para o âmbito social, com abordagens sociopolíticas, econômi-
cas, culturais e educacionais.
9. CRONOGRAMA
Indica o tempo necessário para a execução da pesquisa, especificando todas as fases ou etapas, de
acordo com a duração do Curso, estipulado por cada Universidade e no tempo disponível de cada aluno.
Ajuda a planejar e detalhar todas as etapas. Lembrar que podem surgir imprevistos, por isso o
tempo destinado a cada etapa deve ser dividido de forma harmoniosa e sempre que possível cumprido.
Não se deve ‘pular’ etapas, isso pode ajudar a falsear os resultados da pesquisa.
10. REFERÊNCIAS
Registro de todas as obras, consultadas, citadas e/ou transcritas no Texto da Monografia. Obs.
Nem todo autor/obra citados nas Referências necessitam estar no corpo da Monografia.
No entanto, todo autor/obra citados no Corpo do Texto da Monografia devem constar nas Referências.
11.APÊNDICE(S)
Material elaborado pelo autor no qual constam os instrumentos utilizados para a coleta de dados
(roteiro de entrevistas, questionários, fichas, etc.).
12. ANEXO(S)
Material elaborado por terceiros (formulários, questionários, fotografias, mapas etc.) que é destaca-
do do texto para não quebrar a seqüência lógica das seções.
58 Metodologia Científica
UNIDADE 5
5 A EXECUÇÃO DA PESQUISA E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Agora que você já elaborou, ou, pelo menos, esboçou o seu projeto de pesquisa e por meio do qual
construiu o seu objeto de estudo, nesta unidade vamos tratar das formas possíveis de investigação que
pode dispor para realizar o seu estudo e apresentar os seus resultados.
A nossa expectativa em relação a sua aprendizagem, é que ao término desta unidade você seja capaz
de:
60 Metodologia Científica
Diretrizes para a entrada em campo:
a) Estabelecer uma aproximação com as pessoas da área selecionada.
Essa atitude busca facilitar a realização da pesquisa – precisa ser feita de forma gradual,
avalia- da e anotada de acordo com os objetivos pré-estabelecidos;
b) Apresentar a proposta de estudo aos grupos envolvidos. Esclarecer as pretensões da investiga-
ção e as prováveis repercussões positivas advindas do processo investigativo;
c) A postura do pesquisador em relação à problemática a ser estudada. Evitar postura de que já
sabe as respostas que vai encontrar e, possibilitar a emergência de novas revelações e o
diálogo com o saber que se busca entender;
d) Cuidado teórico-metodológico com a temática. O objeto não se explica por si só, a teoria
informa o significado dinâmico daquilo que ocorre no espaço que buscamos captar;
e) Firmar compromisso de retornar os resultados do trabalho para a comunidade.
62 Metodologia Científica
A análise dos dados configura-se como uma atividade de interpretação, por meio da qual o
pesquisa- dor vai desvelar o lugar e o significado dos diferentes fatores que estão presentes ou orientam as
práticas e processos inerentes ao problema da pesquisa. Portanto, vai fazer inferências (deduções) tendo
como referência a opção teórico-metodológica que ele definiu para a realização de sua pesquisa.
De acordo com Minayo (1992), o pesquisador ao chegar na fase da análise ele busca, firmar uma
compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e/ou responder as
questões formuladas, e ampliar o conhecimento acerca do assunto pesquisado associando-o aos contextos
culturais para ultrapassar o nível espontâneo das mensagens.
Significados
Categor
(Falas com características
ia
comuns)
- Os professores passaram a usar o “nós”; “Constituição do Grupo”
- A integração entre os professores levou dois anos para
ser conseguida;
- A integração se deu porque havia um ideal
comum a todos;
- O grupo tinha um trabalho a realizar;
- Aprender a ouvir permitiu a troca das experiências;
- Todos os problemas eram discutidos por todos;
- Os problemas eram resolvidos pelo grupo
Fonte: SZYMANSKI (Org.), 2004, p.79/80 – Adaptação Graça Silva, mar.2006.
Após a formulação das categorias específicas, o pesquisador faz suas análises articulando esses
dados com as categoriais teóricas definidas na fase que antecedeu ao trabalho de campo, ou seja, o seu
referen- cial teórico calçado numa determinada opção metodológica. A análise dos dados tem que dar
conta da maneira como o fenômeno objeto do estudo se insere no contexto do qual faz parte.
Outras questões podem ser discutidas a partir das categorias. Assim, com todo o material decor-
rente das entrevistas, observações (sistemática ou participante), após a sua organização, ele possibilita a
discussão de outros temas correlatos a temática da pesquisa.
Em síntese, no processo de análise você, com base na organização dos dados identifica no material
os significados, a partir deles elabora as suas categorias, que por sua vez serão agrupadas aos temas referi-
dos. A discussão dos resultados da pesquisa se faz a partir dos temas, voltando-se às categorias. Na
redação final, você pode citar trechos dos depoimentos para dar suporte e legitimação às suas
interpretações.
Tomando como referência os métodos qualitativos, ao seu texto você pode incorporar as falas dos
sujeitos, pois ele irá se configurar como descritivos e interpretativos, cabendo suas reflexões pessoais.
Também para expor dados quantitativos o pesquisador pode recorrer aos gráficos, que são figuras
para a representação de dados numéricos.
Exemplo de construção de um gráfico simples
66 Metodologia Científica
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6320 Informação e documentação:
Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, Ago, 2002
ARANHA, M. Lúcia de A. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
AZEVEDO, Israel Belo. O prazer da produção científica. Piracicaba: Ed. Unimep, 1992.
CARVALHO, M. Cecília M. de. Construindo o Saber: metodologia científica, fundamento e técnicas.
3. ed. Campinas, SP: Papirus,1996.
FRANÇA, Júnia L.; VASCONCELOS, Ana Cristina de. Manual para normelização de publicações
técnico-científicas. 7. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
HÚHNE, Leda M. (Org.). Metodologia Científica: cadernos de textos e técnicas. 4 ed. Rio de Janeiro:
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LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU,1986.
LUCKESI, Cipriano et al. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execu- ção
de pesquisas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MINAYO, M. Cecília de S. (Org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 10. ed. Petropólis, RJ: Vozes,
1999.
MOURA, Maria L. Seid de; FERREIRA, Maria Cristina; PAINE, Patrícia Ann. Manual de elaboração de
projetos de pesquisa. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998.
PÁDUA, Elizabete M. Marchesini. Metodologia da Pesquisa: abordagem teórico-prática. 3. ed. Campi-
nas, SP: Papirus, 1996
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petropólis, RJ: Vozes, 1998.
SEABRA, Giovanni de Farias. Pesquisa científica: o método em questão. Brasília: UnB, 2001.
SZYMANSKI, Heloísa (org.). A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva. Brasilia: Edi-
tora Plano, 2002.
SANTOS, Clóvis Roberto dos; NORONHA, Rogéria T. da Silva de. Monografias científicas: TCC,
dissertação e tese. São Paulo: Avercamp, 2005.
VERA, Asti. Metodologia da pesquisa Científica. Porto Alegre: Globo, 1974.
68 Metodologia Científica
APÊNDICE
ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS – EAD
APÊNDICI A
MARIA DAS GRAÇAS DA SILVA
Belém/PA
Set. 2003
1.1Elementos pré-textuais
a) Primeira Capa
b) Folha de rosto
c) Folha de aprovação
d) Dedicatória
e) Agradecimentos
f) Epígrafe
g) Sumário
h) Listas: Ilustrações, tabelas e quadros, abreviaturas e siglas
i) Apresentação
j) Resumo
70 Metodologia Científica
3.2.2 Chamada por número
3.2.3 Chamada por Asterisco
4 NOTAS DE RODAPÉ
4.1 Tipos
4.1.1 Nota explicativa
4.1.2 Nota de tradução
4.1.3 Nota para qualificar a autoridade
4.1.4 Remissivas
APRESENTAÇÃO
Este pequeno manual contém orientações básicas para a elaboração de trabalhos acadêmicos seguin-
do as disposições estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e suas diferentes
normas (NBR).
A NBR 14724 de AGO de 2002, p.3 da ABNT define Trabalho Acadêmico “documento que
repre- senta o resultado de estudo, deve expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser
obrigato- riamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso , programa e outros
ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador.” Inclui-se Trabalho de Conclusão de
Curso –TCC, Trabalho de Graduação Interdisciplinar – TGI, Trabalho de Conclusão de Especialização
e/ou aperfei- çoamento e outros trabalhos monográficos como dissertação de mestrado e tese de
doutorado.
A idéia de elaborar este pequeno manual foi com o intuito de fornecer princípios gerais e orien-
tações básicas aos que são exigidos organizar e apresentar algum tipo de trabalho acadêmico, particular-
mente para os meus alunos de graduação e de especialização.
1.1.4Dedicatória (opcional)
Texto curto, por meio do qual o autor dedica seu trabalho a alguém. É transcrita na parte inferior da
página e dispensa a palavra dedicatória.
1.1.5Agradecimento(s) (Opcional)
Página que o autor expressa agradecimento a pessoas e instituições que colaboraram para a execu-
ção do trabalho. Coloca-se a palavra agradecimentos no espaço superior da folha observando a margem.
1.1.6Epígrafe (Opcional)
É a inscrição colocada no início de um trabalho, pode figurar também nas folhas de abertura de cada
capítulo ou partes principais. A fonte é indicada abaixo do texto, alinhada na margem direita.
72 Metodologia Científica
Trata-se da lista de autores lidos mas não citados.
2.1 Formatação
Na apresentação de texto deve-se observar as seguintes regras gerais: papel branco A4, digitados na
cor preta, exceto as ilustrações. Fonte da digitação recomendada é o Arial ou Times New Roman, salvo
nos casos em que outra fonte for indicada. O tamanho do texto é 12 e para efeito de alinhamento deve ser
utilizado o justificado.
2.2 Margem
Observar margem de 3 cm na esquerda e superior das folhas e 2 cm na direita e inferior.
2.3 Espacejamento
Recomenda-se a digitação em espaço 1,5, embora a ABNT recomende espaço duplo. Os títulos das
subseções devem ser separados por dois espaços. As citações longas, as notas, as referências e os resumos
são digitados em espaço simples.
2.4 Paginação
As páginas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas seqüencialmente, mas não numeradas. A
numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual (introdução), em algarismo arábicos, no
canto superior da folha, inclusive os anexos.
3 CITAÇÃO
A NBR 10520 (AGO 2002, p. 1) define citação como a “menção de uma informação extraída de
outra fonte”. Pode ser feita no texto ou em notas de rodapé. As citações chamadas pelo sobrenome do
autor, instituição ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúscula e minúscula e, quando
estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.
Exemplos: Segundo Silva (2002, p.12): “o meio ambiente é uma construção social”. Ou
“O meio ambiente é uma construção social”(SILVA, 2002, p.12).
3.1.1.1 Citação de até três linhas: feitas no próprio texto, com o mesmo tipo e tamanho de fonte e
aspa dupla (“ ”).
3.1.1.2 Citação com mais de três linhas: deve ser destacada com recuo de 4 cm da margem
esquerda, com letra tamanho 11, sem aspas e separada do texto que a precede ou sucede por três espaços
simples.
3.1.1.3 Omissões de citações: [. ]
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR 73
3.1.1.4 Acréscimo em citação: [ ]
74 Metodologia Científica
3.1.1.5 Incorreções em citações: erro ortográfico ou erro lógico devem ser indicados pela expressão
sic, entre colchetes.
3.1.1.6 Ênfase em citações: para dar ênfase grifar, negritar ou colocar em itálico.
3.1.1.7 Dúvida em citações: usa-se o ponto de interrogação entre colchetes.
3.1.2 Quando os dados foram obtidos por informação verbal (palestras, debates, comunicação etc.),
indicar, entre parêntese, a informação verbal, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.
3.1.3 Citação Indireta: Toma-se como referência a idéia do autor consultado, resgardando o sentido
do texto original.
3.1.4 Citação da citação: utilizada na impossibilidade de acesso ao original, usa-se a expressão apud.
4 NOTAS DE RODAPÉ
4.1 Tipos
4.1.1 Notas explicativas: são notas para apresentar comentários, esclarecimentos ou considerações
complementares que não podem ser incluídas no texto. A numeração é feita de forma única e consecutiva
para cada capítulo ou parte e em algarismo arábico.
4.1.2 Notas de referência: trata-se de notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras
partes da obra onde o assunto foi tratado. A numeração é feita de forma única e consecutiva para cada
capítulo ou parte e em algarismo arábico. Devem conter o sobrenome do autor, data da publicação e
outros dados para localização da parte citada.
4.1.2.1 A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa.
4.1.2.2 As citações subseqüentes da mesma obra podem ser referenciadas de forma abreviada, desde
que na mesma página ou folha da citação a que se referem, utilizando-se as seguintes expressões:
a) Idem – mesmo autor – Id.;
b) Ibidem – mesma obra – Ibid.;
c) Opus citatum – obra citada – op. cit.;
d) Confira, confronte – Cf.;
5.2.3 Elementos Complementares: trata-se de informações que, acrescentadas aos elementos essen-
ciais, permitem melhor caracterizar os documentos: número de páginas ou volume, nome ou o número de
série.
5.4 Autoria
5.4.2 Autoria pessoal: efetua-se a entrada pelo último sobrenome, em maiúscula, do autor seguido
dos prenomes abreviados ou não. Para documentos elaborados por até três autores, mencioná-los na
mesma ordem em que constam da publicação, separados por ponto e vírgula. No caso de mais de três
autores, indica-se o primeiro autor, acrescentando-se a expressão et al.
5.4.3 Responsabilidade intelectual destacada: quando houver indicação explícita de responsabili-
dade pelo conjunto da obra, em coletânea de vários autores, a entrada é feita pelo nome do responsável,
seguida da abreviação, no singular, do tipo de participação (organizador – Org.; compilador, editor,
coordenador etc.), entre parênteses.
5.4.4 Outros tipos de responsabilidade (tradutor, revisor, ilustrador e outros) acrescenta-se após o
título.
5.4.5 Autor entidade: as obras de responsabilidades de entidades têm entrada, de modo geral, pelo
seu próprio nome, por extenso e em maiúscula.
Exemplo: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ. Catálogo de teses. Belém, 2002.
5.4.4.1 Quando a entidade tem uma denominação genérica, seu nome é precedido pelo nome do
órgão superior. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Relatório de Atividades. Brasília, DF, 2001.
5.4.6 Congressos, Conferências, Simpósios, Seminários e outros: incluir nome do evento, número,
ano e local da realização. Exemplo: SIMPÓSIO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 4., 2003, Ca-
panema, PA.
5.4.6.1 LIVRO
SOBRENOME, prenome (do autor). Título: subtítulo. Edição. Local de publicação (cidade): Edi-
tora, data (ano da publicação).
5.4.7.2 Parte de publicações em meio eletrônico: deve obedecer os mesmos padrões indicados na
alínea a do item 5.4.6.3, acrescida das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disque-
tes, CD-ROM, online etc.)
a) Quando tratar-se de obras consultadas online deve-se acrescentar-se as informações sobre o endere-
ço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: < http://www.
...> . Acesso em: (data). Os dados referentes a hora, minutos e segundo é opcional.
c) Artigos de publicações periódicas (revista, boletim, etc.) em meio eletrônico: obedecem as mes-
mas referências da alínea b do item 5.4.7.3, acrescidas das informações relativas à descrição física do
meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online, etc.).
Exemplo: SILVA, M. das G. da. Hidrelétricas e discursos educativos. SBS, Fortaleza/CE, n. 2,
2001. 1 CD-ROM.
SILVA, M. das G. da. Hidrelétricas e discursos educativos. UNICAMP, Campinas/SP, set.2003.
Disponível em: <http://www.unicampsbs.org.br/anais>. Acesso em:15 set. 2003
d) Artigo de jornal: os elementos essenciais são: SOBRENOME, Prenome (Autor do artigo)> Tí-
tulo do Artigo, Título do jornal, local, data da publicação (dia, mês e ano), n. ou título do caderno, seção
ou suplemento, páginas inicial-final.
Exemplo: AMORIM, P. Reforma Tributária. Jornal do Brasil, Rio de janeiro, 12 set. 2003. Atua-
lidade, caderno 3, p.8.
e) Artigo de jornal em meio eletrônico: obedece os mesmos padrões indicados no item anterior,
acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico.
Exemplo: : AMORIM, P. Reforma Tributária. Jornal do Brasil, Rio de janeiro, 12 set. 2003. Atua-
lidade, caderno 3, p.8. Disponível em: < http://www.folhasãopaulo.com.br/Atualidade.htm>. Acesso
em:15 set. 2003.
f) Trabalho apresentado em evento: os elementos essências são: SOBRENOME, Prenome (do autor
do trabalho). Titulo:subtítulo. In: NOME DO EVENTO, número (se houver), ano e local da re- alização.
Título do documento (anais, atas etc.). Local da publicação (cidade): editora, ano da publicação e pagina
inicial-final do trabalho.
Exemplo: SILVA, M. das G. da. Aspectos Sociológicos e realidades locais. SIMPÓSIO DE FOR-
j) Correio Eletrônico (E-mai)l cujos elementos essências são: AUTOR DA MENSAGEM. As-
sunto da mensagem [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por < e-mail do destinatário> data do
recebimento.
Exemplo: SILVA, M. das G. Artigo para a Revista [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por
mariagg@uol.com.br em 15 set. 2003.
k) BIBLIA. Idioma. Título. Tradução ou versão. Local:Editor, data. No. de páginas ou n. de volu-
mes. Notas.
Exemplo: BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Trad. Pe. Antonio Vieira. Erechim:Edelbra, 1995. 1102 p.
6 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÀO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Rio de janeiro. Apresentação de cita-
ções em documentos: NBR 10520. Rio de Janeiro, 2002.
78 Metodologia Científica
. Informação e documentação: Referências – Elaboração: NBR6023:2002. Rio de Janeiro de 2002.
APÊNDICI B
MONOGRAFIA CIENTÍFICA
Monografia é uma abordagem sistemática sobre um tema específico que resulta na inter-
pretação científica com o escopo de apresentar uma contribuição. Embora não pretenda esgotar
a discussão (SALOMON, 1970).
É um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e
que obedece as normas metodológicas dos trabalhos científicos. Sua principal característica é a
abordagem de um tema único.
TCC é um documento que representa uma primeira experiência de relato científico, ex-
pressa conhecimento de determinado assunto e constitui-se numa preparação metodológica
para futuros trabalhos de investigação. Sua estrutura assemelha-se à das dissertações de
mestrado e tese de doutorado.
80 Metodologia Científica
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS DE TRABALHOS ACADÊMICOS
↑
3 cm
Margem Superior
Margem inferior
2cm
↓
• CAPA: consta na margem superior da folha o nome do(s) autor (es) centralizado na linha; o título
do trabalho, centralizado na folha, destacado em negrito e o tamanho deve ser fonte 12; a cidade, o nome
da instituição onde o trabalho foi realizado e o ano aparece na margem inferior da folha.
GERALDO AZEVEDO
Belém –Pará
GERALDO AZEVEDO
Belém –Pará
Out.2005
Geraldo Azevedo
Examinadores:
Avaliado em: / /
Nota:
82 Metodologia Científica
• Folha de dedicatória: é destinada a homenagem do autor para alguém. Deve ser breve e discreta.
É opcional.
• Folha de Agradecimentos: em geral é utilizada para fazer os agradecimentos pessoais e ou insti-
tucionais.
• Lista de quadros, ilustrações ou tabelas: na mesma ordem em que se apresentam no documento,
indicando seus títulos ou legendas, acompanhada dos respectivos números de páginas.
• Sumário: onde aparecem as principais divisões do trabalho, obedecendo à mesma ordem com que
parecem no texto. A indicação do número da página deve localizar-se à direita.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Referências
Apêndice (s)
Anexos (s)
ELEMENTOS TEXTUAIS
INTRODUÇÃO
• É nesta parte do trabalho que você vai anunciar e situar o seu assunto. Deve fornecer uma visão
global do trabalho realizado;
• Expor as razões do trabalho sobre o tema, mostrando a sua relevância, referindo-o no contexto de
um quadro teórico em que se fundamenta, apresentar a formulação do problema e as questões norte-
adoras e/ou hipótese;
• Não deve conter citações de outros autores
• Indicar trabalhos congêneres referentes ao mesmo tema mostrando o que há de novo e o de co-
mum nos trabalhos.
• Orientar o leitor sobre o assunto abordado, ou seja, como o corpo do trabalho está estruturado,
indicando o assunto em suas partes principais, não é o sumário. Por exemplo, a monografia está organi-
zada em parte ou capítulo, do que trata cada um(a).
DESENVOLVIMENTO
• Revisão da literatura: trata-se do capítulo teórico, nele o pesquisador faz uma revisão teórica da
literatura que trata do assunto objeto da pesquisa, demonstrando conhecimento dessas referências. O
resumo dos resultados desses estudos pode ser apresentado por blocos de assunto, destacando a compre-
ensão do tema de maneira integrada.
CONCLUSÃO
Precisa estar coerente com o desenvolvimento do trabalho; evidencia em síntese o que foi alcan-
çado com o estudo, possíveis contribuições; pode sugerir e incluir recomendações de ordem prática.
Responde os objetivos e as questões da pesquisa.
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
• Referências: A ABNT (NBR 6.023, 2002) define referência como “um conjunto padronizado de
elementos descritos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual”. Trata-se,
portanto, do conjunto de publicações consultadas, citadas e/ou transcritas no desenvolvimento do texto.
Elas são obrigatórias, mesmo nos casos em que não são aproveitadas para citações ou transcrições. São
ordenadas por ordem alfabética. Todo trabalho científico fundamenta-se em pesquisa bibliográfica. Não
confundir com bibliografia.
• Bibliografia: é um item optativo segundo a ABNT, podendo ter também Bibliografia Consulta-
da.
• Apêndices (op.): Trata-se daqueles documentos que são redigidos pelo autor do trabalho, como
por exemplo, o(s) instrumento(s) de coleta de dados, figuras, mapas, glossário. Alguns desses documentos
podem constar no corpo do trabalho, como é o caso de mapas e fotografias. Os apêndices são utilizados
quando a quantidade de informações ao longo do texto, compromete a leitura, tornando-a cansativa, assim
como para o pesquisador possa complementar a sua argumentação. Quando houver mais de um apêndice
no trabalho, sugere-se que seja inserido uma lista antes. A paginação é continua à do texto.
• Anexos (op.): Corresponde a documentos elaborados por terceiros, mas que podem complemen-
tar o trabalho. Em geral, são utilizados para fundamentar, comprovar, documentar, esclarecer, provar ou
confirmar informações apresentadas no texto. São exemplos de anexos, as atas, estatuto, lei, recorte de
jornal, fotografias, folheto etc.
• Glossário: é uma lista de palavras, expressões ou termos técnicos pouco conhecidos ou de uso
restrito ao trabalho de pesquisa, organizados em ordem alfabética e acompanhados de uma definição.
84 Metodologia Científica
APÊNDICI C
ROTEIRO BÁSICO PARA O PROJETO DA PESQUISA
a) CAPA
b) IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
- Título: Corresponde ao Tema em Estudo e deve obedecer aos critérios de relevância,
viabilidade e originalidade. A apresentação do tema e de seus conceitos mais gerais.
- Autor
- Finalidade
- Instituição
c) OBJETIVO:
- Objetivo Geral: o que se pretende alcançar/atingir com a pesquisa realizada. Refere-se ao
tema.
- Objetivos Específicos: o que será feito ao longo do estudo para responder às perguntas.
Referem-se ao assunto.
d) JUSTIFICATIVA: As razões que te levam a pesquisar o tema, motivação e importância/
relevância do estudo. Porque fazer o estudo e possíveis aspectos inovativos do trabalho.
Relação do Tema-Problema com o contexto social.
e) A SITUAÇÃO PROBLEMA: A situação que está causando o interesse pela pesquisa.
Exem- plos: uma ausência, uma falta/carência, dificuldades sentidas/observadas, uma
mudança, uma descontinuidade, uma crise, uma contradição, afastamentos, desinteresses,
despreparo, desconhecimento, dúvidas etc. o que você detectou como problemático e deseja
estudar para desvendar/compreender/transformar. Deverá vir acompanhada das questões
nortea- doras ou hipóteses.
e.1 - Os Questionamentos: As perguntas que devem ser respondidas com a pesquisa;
e.2 - As Hipóteses: Supostas respostas às perguntas formuladas acima.
f) REFERENCIAL TEÓRICO ou REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: Autores que serão refe-
rência para o estudo; teorias que serão utilizadas etc. Os aspectos definidores do Tema, suas
características, peculiaridades, modalidades, etc.
g) METODOLOGIA (explicitando o tipo de pesquisa, universo da amostra se necessário,
como procederá a coleta dos dados e como estes serão tratados, etc.).
g.1 – Tipo de Estudo: Suas características, razões da escolha
g.2 – Local/Contexto: Onde será feito o estudo. Aspectos definidores.
g.3 – Fontes de Informação: O que será consultado (fontes orais, documentais,etc.), quem
irá fornecer os dados, critérios de escolha, suas características.
g.4 – Técnicas de Coleta e Análise de Dados: Questionário, Formulário, Entrevista, Análise
de Documentos, História de vida;oral, Observação, Fotografia/Filmagem etc. Referir
quais técnicas para quais sujeitos, etapas que pretende desenvolver e as técnicas de
análise dos dados que pretende adotar.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
LIMA, Teófilo Lourenço. Manual Básico Para Elaboração de Monografia. Canoas. Ed. UL-
BRA, 1999.
TEIXEIRA, Elizabeth. NBR 6023/2000: simplificada para consulta. Rio de Janeiro, 2000. Dis-
ponível em: <http://www.astresmetodologias.com.br>. Acesso em: 10 jan. 2002.
86 Metodologia Científica