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Capitulo 2 Servicos Mineiros II - MJK - 2023 - Desenho de Pilares
Capitulo 2 Servicos Mineiros II - MJK - 2023 - Desenho de Pilares
DESENHOS DE PILARES
Índice
CAPÍTULO 2. DESENHOS DE PILARES ............................................................................................... 1
1
2.2 Introdução
Este manual consiste no resume da obra de Zorzi et al. (1991) que elabora a metodologia para
dimensionamento de pilares em minas de carvão do Sul do Brasil. O manual serve apenas para
orientar nas aulas de Serviços Mineiros II acerca de desenhos de pilares. Portanto, há acréscimo
de informação provenientes de autores citados nas referências bibliográficas, como no caso da
obra de Grabriel et al. (2011), obra essa que é permitido para imprimir e copiar pela empresa
NIOSH. É essa empresa que é propriatário do Software Lamodel que teremos o prazer de
demostrar no final deste capítulo, na parte das aulas práticas.
a) b)
Figura 1. a) Pilar que falhou ao longo de duas descontinuidades angulares e b) Pilar que
falhou por fragmentação progressiva
No caso da figura 1. a., a razão largura-altura é de 0,58 com base na altura total do banco; a
tensão média do pilar é de cerca de 4% do UCS.
2
No caso da figura 1. b., a razão largura-altura original era de 1,7, mas acredita-se que as
litologias finas e fracas contribuíram para até a ruptura. A tensão média do pilar era de cerca
de 11% do UCS antes da ruptura.
Figura 2. Disposição dos pilares de barreira e colunas do painel em uma jazida lateralmente
extensa
Como mostrado na figura anterior, os blocos são os pilares e os espaços entre eles as câmaras.
Em rochas duras, os pilares são menores horizontalmente do que as câmaras, em rochas macias
eles são geralmente muito maiores horizontalmente.
No final, estes parâmetros entram na estimativa da tensão exercida no pilar e a sua capacidade
de resistir a tais solicitações. Assim, a determinação do factor de segurança irá permitir o
dimensionamento dos pilares. Outra coisa que dá sublinhar é que na realidade, a maioria dos
parâmetros intrínsecos ao maciço rochoso são caracterizados por um nível de variabilidade, e
necessitam de uso de ferramentas estatísticas para tomar conta da diversidade e
representatividade de dados que possam ser o reflecto da realidade (Budavari, 1983).
4
2.3 Cálculo da resitência do pilar
𝑊 0,46
𝜎𝑝 = 𝜎1 ( ℎ ) (2)
𝑊
𝜎𝑝 = 𝜎1 (0,778 + 0,222 ℎ ) (3)
Onde:
ℎ: Altura do pilar
Existem formulas para alcançar este factor (cfr notas de consulta) dependendo dos tipos de
encaixantes das camadas (fracas ou mais resistentes).
Devido aos processos de desmonte há fraturamento tanto nas paredes do pilar como nas
encaixantes. E esses fraturamentos implicam numa redução da área útil do pilar com
consequente diminuição de sua resistência.
5
2.3.1.3 Factor de redução devido a acção do tempo sobre a resistência do pilar
Este parâmetro pode ser equivalente a 0,8 para pilares permanentes, ou 1,0 para pilares
temporários (com previsão de recuperação).
𝑊 0,46
ℎ 0,46
(ℎ+∆ℎ)
𝐹𝑒 = [ 𝑊 ] = [(ℎ+∆ℎ)] (4)
ℎ
E para camadas com encaixantes mais resistentes, o factor de Esbeltez é dado por:
𝑊
[0,778+0,222( )]
ℎ+∆ℎ
𝐹𝑒 = 𝑊 (5)
0,778+0,222( )
ℎ
Com:
2.𝑊𝑙.𝑊𝑐
𝑊𝑒𝑞 = (7)
𝑊𝑙+𝑊𝑐
6
2.3.3 Outra forma de determinação da resistência do pilar
O critério de ruptura de Hoek-Brown também pode fornecer uma estimativa da resistência para
um cubo em larga escala do maciço rochoso. Isto serve na maioria dos maciços rochosos com
qualidade boa a razoável
𝑎
𝜎′ 3
𝜎 ′ 1 = 𝜎 ′ 3 + 𝜎𝑐 (𝑚𝑏 + 𝑠) (9)
𝜎𝑐
Onde:
Para fins práticos, o método de calculo mais utilizado na determinação da carga num pilar (CP),
de perfil tanto quadrado como retangular, é o método da teoria da área tributaria. As
limitações inerentes à aplicação desta teoria são bastante discutidas na literatura. A base do
princípio da teoria de área tributária está ilustrada na figura 3.
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Figura 3. Planta de uma mina de camaras e pilares com definição da teoria da área
tributária
b) lavra com recuperação parcial ou total do painel, onde a menor dimensão de área
recuperada (WR) é inferior a 2.H.tg ,
𝐵 𝑊𝑅 𝑊𝑅
𝐶𝑃 = 𝛾(𝑊 + 𝐵) [𝐻 (𝑊 + ) + ( )(2𝐻 − )] (11)
2 4 2𝑡𝑎𝑛𝛿
sendo:
H: Profundidade da camada (m)
: Ângulo máximo de influência em relação à subsidência na superfície
WR: menor dimensão horizontal da área recuperada (m)
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c) lavra com recuperação parcial ou total do painel, onde a menor dimensão da extensão
recuperada (WR) é maior que 2.H.tg
𝐵
𝐶𝑃 = 𝛾𝐻(𝑊 + 2 + 𝐻𝑡𝑎𝑛𝛿/2)(𝑊 + 𝐵) (12)
9
Figura 4. Ilustração dos casos donde resultam as equações 10, 11 e 12.
10
2.4.2 Determinação da tensão média em pilares regulares
A tensão média do pilar (σp) em layouts regulares de pilares pode ser estimada assumindo
que o peso do estéril é distribuído igualmente entre todos os pilares, conhecido como método
da área tributária.
𝐶1 .𝐶2
𝜎𝑝 = 𝛾. ℎ. (13)
𝑤.𝑙
Onde:
h: profundidade da camada
w: largura do pilar
l: comprimento do pilar
O método da área tributária, fornece uma estimativa de primeira ordem da tensão média do
pilar. Para o sistema quadrado, a tensão média do pilar é dada por:
2
𝑊𝑝 +𝑊𝑜
𝜎𝑝𝑚 = 𝜎𝑧 ( ) (14)
𝑊𝑝
Onde
1
𝜎𝑝𝑚 = 𝜎𝑧 (1−𝑅) (15)
11
𝐴𝑀 𝐴𝑇−𝐴𝑃
𝑅 = ( 𝐴𝑇 ) = ( ) (16)
𝐴𝑇
Onde:
AP = área do pilar
Este cálculo geralmente fornece um limite superior da tensão média do pilar e não considere a
presença de pilares de barreira que podem reduzir a tensão média do pilar. Em condições onde
o método da área tributária não é válido, como pilares irregulares, extensão limitada de
mineração ou profundidade variável de cobertura, modelos numéricos como LaModel podem
ser usados para estimar a tensão média do pilar. Esta técnica será apresentada no final do
capítulo 3, na parte prática.
A ruptura de pilar ocorre quando um pilar é comprimido além de sua resistência máxima e que
ocorre cedência de carga. A ruptura/falha de um único pilar pode resultar em condições
perigosas de nervuras, instabilidade do tecto nos painéis de mineração adjacentes e no caso de
bloqueio das vias de acesso locais. A redistribuição de carga causada pela ruptura de um único
pilar pode sobrecarregar os pilares adjacentes, que podem se propagar em uma ruptura em área
mais ampla.
Nota.
12
Figura 5. Tronco restante de um pilar desabado em uma área abandonada.
A figura 5 ilustra casos de bandas finas e fracas no pilar e condições de umidade que são
consideradas como tendo contribuído para o fracasso. A relação largura-altura foi de 0,82 e a
tensão média do pilar de cerca de 11% do UCS
Na figura anterior, e escalamento (estilhaçamento) dos pilares na sua parede é um dos primeiros
sinais de tensão elevada nos pilares. A Figura 6 mostra um exemplo de parede estilhaçada,
situada a aproximadamente 270 m de superfície. A fragmentação é caracterizada por fraturas
através da rocha intacta que são paralelas à direção da tensão máxima. A fragmentação
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normalmente inicia nos cantos do pilar e pode se espalhar para as paredes do pilar, resultando
em paredes ligeiramente côncavas. O escalamento das paredes foi observado a iniciar quando
a tensão média do pilar excede cerca de 11% -12% do UCS. Deve, portanto, ser interpretado
como o limite inferior para o início de escalamento das paredes. A instabilidade dos pilares
também pode ser causada por juntas desfavoráveis na massa rochosa ou por práticas de
desmonte de rochas inadequadas.
A tensão horizontal pode fazer com que as vigas dentro do tecto se dobrem e rompem-se por
cisalhamento. A falha pode iniciar como fissuras (calhas) em um canto de uma escavação (ver
figura 9), e pode se propagar para uma queda do tecto em grande escala. Quedas relacionadas
à tensão horizontal normalmente se alinham na direção perpendiculares à tensão horizontal
máxima regional e têm formato oval quando vistos em planta, como mostrado na Figura 10.
As quedas tendem a se propagar lateralmente na direção perpendicular à tensão horizontal
principal, e podem serpentear através da mina, como mostrado na Figura 11. E um dos meios
de prevenção usados para este tipo de caso vem ilustrado na figura 12.
14
Figura 10. Falha/ruptura horizontal do tecto
Figura 9. Calha (fissura) do tecto no
induzida por tensão que se iniciou entre dois
contato pilar-tecto
pilares. As setas mostram a direção da tensão
horizontal máxima
O factor de segurança é achado dividindo-se a resistência do pilar pela sua tensão. Deste modo,
qualquer desenho de pilar requer estimativas previas de tensão e resistência do pilar. O critério
de aceitabilidade de um factor de segurança depende do risco tolerável de ruptura. Geralmente,
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factores de segurança de 2 são típicos principalmente para pilares em desenvolvimento.
Aqueles de 1,1 a 1,3 são típicos de pilares de painel após retirada de minério. Factores de
segurança muito menores do que 1,0 são possíveis para painéis onde a ruptura do pilar é a
eventual intenção.
O factor de segurança pode também ser determinada na base de uma fórmula empírica deduzida
da experiência da mina em estudo. Estas fórmulas empíricas são especificas para cada mina.
Nota.
Na prática, para o calculado factor de segurança, deve-se tomar conta da variabilidade de alguns
parâmetros recorrendo por exemplo ao método de Monte Carlo ou a pacotes de simulação
estatística.
Da mesma forma que podia se resolver o problema de tensão horizontal na figura 12, existem
estratégias para lutar contra efeitos de escalamento (estilhaçamento). Em outros termos, a
largura do pilar diminui com o tempo e, assim o pilar perde parte de sua capacidade de suportar
o tecto. Sabe-se que a resistência do pilar se correlaciona linearmente com a razão w/h,
aumentando proporcionalmente com esta razão. Portanto, como a redução da largura do pilar
não pode ser evitada, na prática, prevê-se transformar a forma do Pilar de quadrada para
retangular (ou longitudinal) ou reduzir o valor da altura de lavra (h) para que a relação w/h
permanece constante. A implementação de suportes apropriados pode também servir, quando
necessário.
1.
Um estudo foi realizado quanto as dimensões dos parâmetros necessários no design do método
de camaras e pilares de uma recém-minerada mina de carvão, mostrado na figura a seguir.
16
Figura 13. Definição de alguns parâmetros do método de câmara e pilares
Os resultados do estudo estão abaixo apresentados. Sabe-se que os pilares de carvão escalam
com o tempo, e que a redução na largura dos pilares resulta em um factor de segurança
decrescente com o passar do tempo. Pede-se comparar os valores dos factores de segurança no
momento e depois de 20 anos, sabendo que as fórmulas de factor de segurança e de mudança
de largura de pilares são dadas a seguir.
𝑤3
*𝑆𝐹 = 140 𝐻ℎ𝐶 2
𝐶 =𝑤+𝐵
17
A largura do pilar terá uma mudança significativa devido a sua redução em função do tempo,
e que se pode achar pela fórmula (Budavari, 1983):
𝑑 𝑇 = 𝑚ℎ 𝑥 𝑇 1−𝑥
Onde:
W ’= W-dT
Onde:
Dados.
Distancia entre dois centros de pilares paralelos à direcção de avanço no momento (m)
C: 18
18
Exemplo Prático 2. Cfr vídeo aula sobre Lamodel
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