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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Parte 2 – ISSQN
Prof. Andre Lacerda
A1
andre.uninorte@gmail.com
2021.2

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ISSQN

Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza - ISSQN

Art. 156. CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.

Art. 155. CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior;
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ISSQN
LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE 31 DE JULHO DE 2003 – LISTA DE SERVIÇOS

Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do


Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda
que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação
se tenha iniciado no exterior do País.
§ 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam
sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua
prestação envolva fornecimento de mercadorias.
3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados
mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante
autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário
final do serviço.
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.
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ISSQN

Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

1 – Serviços de informática
2 – Serviços de pesquisas
3 – Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso
4 – Serviços de saúde, assistência médica
5 – Serviços de medicina e assistência veterinária
6 – Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas
7 – Serviços relativos a engenharia, arquitetura, construção civil, manutenção, limpeza
8 – Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, treinamento
9 – Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens
10 – Serviços de intermediação
11 – Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância
12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento
13 – Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia.
14 – Serviços relativos a bens de terceiros (manutenção de veículos, montagem industrial, lavanderia etc)
15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro
16 – Serviços de transporte de natureza municipal
17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial
18 – Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros
20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, rodoviários, ferroviários e metroviários 4
ISSQN
Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

21 – Serviços de registros públicos, cartorários e notariais


22 – Serviços de exploração de rodovia
23 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial
24 – Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, adesivos
25 - Serviços funerários
26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, bens ou valores
27 – Serviços de assistência social
28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza
29 – Serviços de biblioteconomia
30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química
31 – Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações
32 – Serviços de desenhos técnicos
33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes
34 – Serviços de investigações particulares, detetives
35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas
36 – Serviços de meteorologia
37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins
38 – Serviços de museologia
39 – Serviços de ourivesaria e lapidação
40 – Serviços relativos a obras de arte sob encomenda 5
CRITÉRIO MATERIAL ISSQN

BERNARDO RIBEIRO DE MORAES: “A noção de serviço objeto do ISS não pode ser confundida
com a de simples ‘prestação de serviço’ (contrato de direito civil, que corresponde ao
fornecimento de trabalho). O conceito de serviço nos vem da economia, do trabalho como
produto (...) Serviço, assim, é a expressão que abrange qualquer bem imaterial, tanto atividades
consideradas de ‘prestação de serviços’ (v.g. atividade do médico, do advogado, do engenheiro,
do corretor etc.) como as demais venda de bens imateriais (v.g. locação de bens móveis etc.)”

AIRES BARRETO: “O desempenho de atividade econômica apreciável, sem subordinação,


produtiva de utilidade para outrem, sob regime de direito privado, com fito de remuneração, não
compreendido na competência de outra esfera de governo (...) Consistindo o conceito de serviço
tributável por via de ISS no esforço humano a terceiros”

Art. 3º, § 2º, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
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NOMENCLATURA DO SERVIÇO

ISS - Taxatividade da lista geral. Admissibilidade do processo interpretativo, vedando-se,


entretanto, o recurso à analogia. Admissível embora o uso da interpretação, com o fim de aclarar
a norma tributária emissora da lista de serviços, não é legítimo dar-lhe utilização de tal modo
extensiva que acabe por servir de pretexto à aplicação da analogia, valendo aí o eufemismo como
estratégia para a administração considerar hipótese de incidência do ISS atividade não
compreendida na legislação própria. Nesse caso, a violação ao princípio da taxatividade da lista
afigura-se evidente. Improvimento dos embargos. (RE 114.354-1/RJ. D.J. 04.12.87)

Tributário – Serviços Bancários – ISS – Lista de Serviços – Taxatividade – Interpretação Extensiva.


1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de que é taxativa a Lista de Serviços anexa
ao Decreto-lei 406/68, para efeito de incidência de ISS, admitindo-se, aos já existentes
apresentados com outra nomenclatura, o emprego da interpretação extensiva para serviços
congêneres. 2. Recurso especial não provido. (Resp. n. 1.111.234/PR, 1ª Seção – DJ 08/10/2009)
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ISSQN

(...) serviços sofrem a incidência do ISS, comporta interpretação extensiva, para abarcar os
serviços correlatos àqueles previstos expressamente, uma vez que, se assim não fosse, ter-se-ia,
pela simples mudança de nomenclatura de um serviço, a incidência ou não do ISS. Dessa forma,
realizando-se uma interpretação extensiva da legislação de regência, verifica-se que o serviço de
montagem de pneus encontra-se inserido dentro do item 14.01 da lista anexa à LC 116/2003, por
se enquadrar dentro do item “manutenção e conservação de […] veículos”. (STJ – REsp 1.307.824-
SP, 2ª Turma – Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/10/2015, DJe 9/11/2015)

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AUTOSSERVIÇO:

STJ: Não incidência do ISSQN no caso de incorporação imobiliária de terreno próprio.


Precedentes: AgRg no REsp 1295814/MS; RESP 1.166.039/RN; EDcl no AgRg no REsp 935.323/PR.

TRIBUTÁRIO. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. CONSTRUÇÃO FEITA PELO INCORPORADOR


EM TERRENO PRÓPRIO. ISS. NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A
TERCEIRO. 1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, não incide ISS na hipótese de
construção feita pelo próprio incorporador, haja vista que, se a construção é realizada por
ele próprio, em terreno próprio, não há falar em prestação de serviços a terceiros, mas a
si próprio, o que descaracteriza o fato gerador. (AgRg no REsp 1295814/MS, Rel. Ministro
SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/10/2013, DJe 11/10/2013)
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SERVIÇO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003:


7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil,
hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços,
escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e
montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias
produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao
ICMS)

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LC n. 1.508/2003 (Rio Branco)
Art. 59. Contribuinte do imposto é o prestador do serviço.

Art. 60. O imposto é devido, a critério da repartição competente:


III - a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços
descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02,
17.05 e 17.10 da lista anexa;
Parágrafo único. É responsável solidariamente com o devedor, o proprietário da obra em relação
aos serviços de construção civil, referidos nos subitens indicados no inciso III deste artigo, que lhe
forem prestados sem a documentação fiscal correspondente, ou sem a prova do pagamento do
imposto pelo prestador dos serviços.

Art. 64. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.


§ 4º Nas operações a que se refere o parágrafo anterior, poderá o contribuinte optar pela
redução de 60% (sessenta por cento) da base de cálculo a título de valor dos materiais fornecidos
pelo prestador, sem necessidade de comprovação junto ao Fisco. (Alterado pela Lei
Complementar nº 07/2014)
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MEDICAMENTOS MANIPULADOS

Incide ISS sobre as operações de venda de medicamentos preparados por farmácias de


manipulação sob encomenda. E incide ICMS sobre as operações de venda de medicamentos por
elas ofertados aos consumidores em prateleira. (RE 605.552)

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LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS

“Imposto sobre serviços (ISS) - Locação de veículo automotor - Inadmissibilidade, em tal


hipótese, da incidência desse tributo municipal - Distinção necessária entre locação de bens
móveis (obrigação de dar ou de entregar) e prestação de serviços (obrigação de fazer) -
Impossibilidade de a legislação tributária municipal alterar a definição e o alcance de conceitos
de Direito Privado (CTN, art. 110) - Inconstitucionalidade do item 79 da antiga lista de serviços
anexa ao Decreto-Lei nº 406/68 - Precedentes do Supremo Tribunal Federal - Recurso improvido.
- Não se revela tributável, mediante ISS, a locação de veículos automotores (que consubstancia
obrigação de dar ou de entregar), eis que esse tributo municipal somente pode incidir sobre
obrigações de fazer, a cuja matriz conceitual não se ajusta a figura contratual da locação de bens
móveis. Precedentes (STF). Doutrina." (RE 446003 AgR, Relator Ministro Celso de Mello, Segunda
Turma, julgamento em 30.5.2006, DJ de 4.8.2006)

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LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS

Súmula Vinculante 31: É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer


natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.

É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre


operações de locação de bens móveis, dissociada da prestação de serviços. (Tese definida no RE
626.706, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 8-9-2010, DJE 179 de 24-9-2010, Tema 212.)

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PLANOS DE SAÚDE

As operadoras de planos privados de assistência à saúde (plano de saúde e seguro-saúde)


realizam prestação de serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN),
previsto no art. 156, III, da CRFB/1988. [Tese definida no RE 651.703, rel. min. Luiz Fux, P, j. 29-9-
2016, DJE 86 de 26-4-2017, Tema 581.]

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LEASING

A Suprema Corte, no julgamento dos RE 547.245 e RE 592.905, ao permitir a incidência do ISSQN nas
operações de leasing financeiro e leaseback, sinalizou que a interpretação do conceito de “serviços” no texto
constitucional tem um sentido mais amplo do que tão somente vinculado ao conceito de “obrigação de
fazer”, vindo a superar seu precedente no RE 116.121, em que decidira pela adoção do conceito de serviço
sinteticamente eclipsada numa obrigação de fazer. (...) A finalidade dessa classificação (obrigação de dar e
obrigação de fazer) escapa totalmente àquela que o legislador constitucional pretendeu alcançar, ao elencar
os serviços no texto constitucional tributáveis pelos impostos (por exemplo, serviços de comunicação —
tributáveis pelo ICMS; serviços financeiros e securitários — tributáveis pelo IOF; e, residualmente, os demais
serviços de qualquer natureza — tributáveis pelo ISS), (...) qual seja, a de captar todas as atividades
empresariais cujos produtos fossem serviços, bens imateriais em contraposição aos bens materiais, sujeitos
a remuneração no mercado. (...) A LC 116/2003 teve por objetivo ampliar o campo de incidência do Imposto
Sobre Serviço, principalmente no sentido de adaptar a sua anexa lista de serviços à realidade atual,
relacionando numerosas atividades que não constavam dos atos legais antecedentes. (...) Ao longo dos anos
a jurisprudência das cortes superiores evoluiu quanto ao entendimento acerca da tributação dos serviços
médicos no que concerne à tributação do ISSQN. (...) Assentadas as premissas teóricas, impõe-se na
repercussão geral a aplicação da tese ao caso concreto. [RE 651.703, voto do rel. min. Luiz Fux, P, j. 29-9-
2016, DJE 86 de 26-4-2017, Tema 581.]
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FRANQUIA

André Luiz Santa Cruz Ramos: franquia é uma verdadeira técnica de organização empresarial. De
acordo com art. 2° da Lei 8955/94 o foco principal da franquia esta em ceder ao franqueado o
direito de uso de marca ou patente, mediante assistência técnica do franqueador.

A franquia se enquadra em uma obrigação de fazer, que importaria na prestação de um serviço


tributável pelo ISSQN. As obrigações de dar somente estar implicitamente embutida da obrigação
principal (fazer), fazendo parte da execução do contrato, e não de sua natureza ou constituição.
Nos termos jurisprudência do STJ, a partir da edição da Lei Complementar nº 776/03, a atividade
de franquia passou a ser expressamente prevista na lista de serviços anexa, ficando, portanto,
sujeita à tributação. (STJ. AgRESP 200901138164, HUMBERTO MARTINS, STJ - SEGUNDA TURMA,
14/02/2011)

“É constitucional a incidência de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre


contratos de franquia (franchising) (itens 10.04 e 17.08 da lista de serviços prevista no Anexo da Lei
Complementar 116/2003)”. (RE nº 603136, Relator Ministro Gilmar Mendes, Ministro Dias Toffoli
(Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 22.5.2020 a 28.5.2020) 17
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DECRETO-LEI Nº 406, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1968

Estabelece normas gerais de direito financeiro, aplicáveis aos impostos sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre serviços de qualquer natureza, e dá outras providências.

Art. 9º A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.


§ 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio
contribuinte, o imposto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da
natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não compreendida a importância
paga a título de remuneração do próprio trabalho.
§ 3° Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa
forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em
relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da
sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 56, de 1987)
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ISSQN

DECRETO-LEI Nº 406, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1968

Os serviços referidos nos itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista de serviços:
1. Médicos, inclusive análises clínicas, eletricidade médica, radioterapia, ultra-sonografia (sic),
radiologia, tomografia e congêneres;
4. Enfermeiros, obstetras, ortópticos, fonoaudiólogos, protéticos (prótese dentária);
8. Médicos veterinários;
25. Contabilidade, auditoria, guarda-livros, técnicos em contabilidade e congêneres;
52. Agentes da propriedade industrial;
88. Advogados;
89. Engenheiros, arquitetos, urbanistas, agrônomos;
90. Dentistas;
91. Economistas;
92. Psicólogos; 19
ISSQN

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ISSQN. ART. 9°, §3°, DO DECRETO-LEI N. 406/68. SOCIEDADE
UNIPROFISSIONAL. RECOLHIMENTO POR QUOTA FIXA. AUSÊNCIA DE CARÁTER EMPRESARIAL.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. INOCORRÊNCIA. [...] Já o acórdão paradigma oriundo da
SEGUNDA TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, A UNANIMIDADE, ‘assentara o
entendimento segundo o qual têm direito ao tratamento diferençado ao recolhimento do tributo
ISSQN as sociedades civis uniprofissionais, cujo objeto contratual se destina à prestação de
serviço especializado, com responsabilidade social e sem caráter empresarial.’. [...] Assim,
verificada que a apelada preenche os requisitos das sociedades uniprofissionais, uma vez que
assim caracteriza-se toda aquela sociedade formada por profissionais liberais que atuam na
mesma área, legalmente habilitados nos órgãos fiscalizadores do exercício da profissão e que se
destinam à prestação de serviços por meio do trabalho pessoal dos seus sócios, desde que não
haja finalidade empresarial, impõe-se a manutenção da sentença que lhe garantiu o direito de
recolher o ISS mediante alíquota fixa, em conformidade com o Decreto-lei n. 406/68, bem como
em compensar a quantia paga a maior. 6. Agravo Regimental desprovido.’ (AgRg no Resp. nº
1.205.175 – RO (2010/0145557-0), Rel. Min. Luiz Fux, DJe: 16/11/2010.)

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LC 1.508/2003 - CTMRB
Art. 65. O Imposto será calculado com base na UFMRB vigente na data do lançamento quando se
tratar de:
I - profissionais autônomos;
III - sociedades constituídas para a prestação de serviços a que se referem os itens: 4.01, 4.02,
4.06, 4.08, 4.09, 4.10, 4.11, 4.12, 4.13, 4.14, 4.15, 4.16 e 5.
§ 5º. O Imposto Sobre Serviços devido pelos prestadores de serviço sob a forma de trabalho
pessoal e pelas sociedades de profissionais será lançado, anualmente, pela Prefeitura, podendo
ser recolhido em até 04 (quatro) parcelas mensais consecutivas, nos prazos previstos nos
respectivos avisos de lançamento e expresso em número de UFMRB, nos valores seguintes:
I – 05 (cinco) UFMRB para profissionais de nível superior; (R$ 693,30)
II – 03 (três) UFMRB para profissionais de nível médio;
III – 01 (uma) UFMRB para os demais.

UFMRB/2021: R$ 138,66
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ISSQN

Tributação de profissionais liberais

O tratamento diferenciado que assegura a alíquota fixa do ISS às sociedades profissionais, nos
moldes do art. 9º do Decreto-Lei n. 406/68, não foi revogado pelo art. 10 da LC n. 116/03.

Precedentes: AgRg no AREsp 155844/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
15/03/2016, DJe 31/03/2016; AgRg no REsp 1242490/PB, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
10/09/2013, DJe 17/09/2013; REsp 1028086/RO, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em
20/10/2011, DJe 25/10/2011; AgRg no Ag 1229678 /MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 19/08/2010, DJe 28/09/2010; REsp 1184606/MT, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado
em 22/06/2010, DJe 01/07/2010; AgRg no AgRg no AgRg no REsp 1013002/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/03/2009, DJe 18/03/2009.

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ISSQN

Tributação de profissionais liberais

A 1ª turma do STJ entendia ser possível a adoção do tipo de sociedade simples limitada, desde que
não identificado o caráter empresarial, ao passo que a 2ª turma entendia que a alíquota fixa não se
estende à sociedade limitada, tendo em vista que nessa hipótese a sociedade teria caráter
empresarial, afastando a responsabilidade pessoal dos sócios.

A 1ª seção do STJ, por maioria, deu provimento a embargos para reconhecer que profissionais
autônomos que se organizam em sociedade simples limitada podem recolher ISS por alíquota fixa.
Para o colegiado, o que vale é a pessoalidade do serviço, sendo desinfluente o modelo societário
adotado.

A constituição da sociedade na forma limitada não implica em seu caráter empresarial


automaticamente. Não se pode confundir a limitação da responsabilidade relativa às obrigações
societárias com a responsabilidade pessoal pela prestação dos serviços.

Fonte: https://www.migalhas.com.br/quentes/342610/autonomos-em-sociedade-limitada-podem-recolher-iss-por-aliquota-fixa
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ISSQN
DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ISSQN.
SOCIEDADES SIMPLES NO REGIME LIMITADO. QUADRO SOCIETÁRIO COMPOSTO POR MÉDICOS. RECOLHIMENTO DO ISSQN
PELA ALÍQUOTA FIXA. REGIME DO ARTIGO 9º, § 3º, DO DECRETO-LEI 406/1968. SERVIÇO PRESTADO EM CARÁTER PESSOAL E
EM NOME DA SOCIEDADE. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PROVIDO.
1. O cerne da questão reside na caracterização da embargante como sociedade civil de profissionais, o que lhe permitiria
gozar da alíquota fixa do ISSQN, nos moldes do artigo 9º, § 3º, do Decreto-Lei 406/1968. 2. No caso em tela, trata-se de
sociedade simples limitada, em que o objeto social é a prestação de serviços médicos desenvolvidos diretamente pelos sócios
que compõem o quadro societário (fls. 347/348, e-STJ), cuja responsabilidade pessoal é regida pelo Código de Ética Médica. 3.
Circunscrito a estes parâmetros fáticos sobreditos, assevera-se que a fruição do direito a tributação privilegiada do ISSQN
depende, basicamente, da análise da atividade efetivamente exercida pela sociedade, para saber se ela se enquadra dentre
aquelas elencadas no § 3º do art. 9º do Decreto-lei n. 406/1968 (itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 92 da lista anexa à LC n.
56/1987), bem como se perquirir se a atividade intelectual, científica, literária ou artística desempenhada pela pessoa jurídica
não constitua elemento de empresa, ou melhor, nos termos do artigo 966 do Código Civil, que os fatores de produção,
circulação e de organização empresarial não se sobreponham à atuação profissional e direta dos sócios na condução do
objeto social da empresa, sendo irrelevante para essa finalidade o fato de a pessoa jurídica ter se constituído sob a forma de
responsabilidade limitada. 4. Desta forma, ressalvado os modelos puramente empresariais, como ocorre com as espécies de
sociedades anônimas e comandita por ações, não é relevante para a concessão do regime tributário diferenciado a espécie
empresarial adotada pela pessoa jurídica, pois como no caso concreto ora analisado, pode haver sociedades limitadas que
não são empresárias, conforme preveem expressamente os artigos 982 e 983 do Código Civil. 5. Embargos de Divergência
providos. (EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 31.084 - MS (2012/0039881-1) RELATOR :
MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Brasília (DF), 24 de março de 2021.) 24
ISSQN

Tributação de serviços cartorários, notariais e de registros

Art. 236. CF. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do
Poder Público.
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos
oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ITENS 21 E 21.1. DA


LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE
QUALQUER NATUREZA – ISSQN SOBRE SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E
NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra os itens
21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributação dos serviços de
registros públicos, cartorários e notariais pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza –
ISSQN. (STF, ADI n. 3.089-DF, de 2008)

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ISSQN
Licenciamento de Software

TRIBUTÁRIO – RECURSO ESPECIAL – PROGRAMAS DE COMPUTADOR NÃO PERSONALIZADOS – DL


406/68 – NÃO-INCIDÊNCIA DO ISS. 1. Os programas de computador desenvolvidos para clientes, de
forma personalizada, geram incidência de tributo do ISS. 2. Diferentemente, se o programa é
criado e vendido de forma impessoal para clientes que o compram como uma mercadoria
qualquer, esta venda é gravada com o ICMS. 3. Hipótese em que a empresa fabrica programas em
larga escala para clientes. 4. Recurso especial não provido. (REsp 1070404/SP, Rel. Ministra ELIANA
CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/08/2008, DJe 22/09/2008)

“(...) PROCESSUAL CIVIL. ISS. PRODUÇÃO DE SOFTWARE. CARACTERÍSTICAS. ISS. INCIDÊNCIA DO


TRIBUTO. SÚMULA 7/STJ. 1. Hipótese em que o Tribunal de Justiça concluiu que as atividades
principais prestadas pela agravante se referem ao desenvolvimento, comercialização e manutenção
de software, devidamente tributáveis pelo ISS. 2. Inviável reexaminar, em Recurso Especial, as
características do software (desenvolvimento, comercialização e manutenção), nos termos da
Súmula 7/STJ. 3. Agravo Regimental não provido”. (AgRg no AREsp 420.873/SC, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/02/2014, DJe 20/06/2014)
26
ISSQN

Serviços públicos

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços
ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel.

Art. 1º, § 3º, LC 116/03: O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os
serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente
mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo
usuário final do serviço.

27
ISSQN

SÚMULA Nº 138: STJ - O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.

SÚMULA Nº 156: STJ - A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob


encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.

SÚMULA Nº 167: STJ - O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil,
preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço,
sujeitando-se apenas a incidência do ISS.

SÚMULA Nº 274: STJ - O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se
neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares.

28
CRITÉRIO TEMPORAL ISSQN

Art. 116. CTN. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,
nos termos de direito aplicável.

Aires Barreto: O que releva considerar não é a causa jurídica, mas a atividade material em que
consiste o serviço. Serviço é fato.

Marçal Justen Filho: se o aspecto material é a prestação de serviço, o aspecto temporal só pode ser
um único: o momento em que há prestação de serviço.

“Não é o momento da celebração do contrato que conta para a incidência, mas o da prestação dos
serviços ao dono da obra.” (STF - Ag. Reg. Bem. Decl. AI 84.008/DF - Rei. Min. Décio Miranda - 2ª T.
j. 11.12.81)
29
CRITÉRIO ESPACIAL ISSQN

De acordo com os artigos 3° e 4° da Lei Complementar nº 116/03, conclui-se que: a municipalidade


competente para realizar a cobrança do ISS é a do local do estabelecimento prestador dos serviços,
considerando-se como tal a localidade em que há uma unidade econômica ou profissional, isto é,
onde a atividade é desenvolvida, independentemente de sua denominação. (REsp 1195844/DF -
Ministro Relator Mauro Campbell Marques - DJ 15/03/2011).

Art. 3º. LC 116/2003. O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do


estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador,
exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto será devido no local: (Redação
dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Estabelecimento: art. 1.142 do Código Civil

30
ISSQN

I - do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento,


onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1º do art. 1º desta Lei Complementar;
II - da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos
no subitem 3.05 da lista anexa;
III - da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;
IV - da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;
V - das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.05 da lista anexa;
VI - da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e
destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no
subitem 7.09 da lista anexa;
VII - da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis,
chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da
lista anexa;
VIII - da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços
descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
31
ISSQN
IX - do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e
biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;
X - (VETADO)
XI - (VETADO)
XII - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio, silagem,
colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e serviços congêneres
indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para quaisquer fins e por quaisquer
meios; (LC nº 157, de 29/12/2016)
XIII - da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV - da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa;
XV - onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01
da lista anexa;
XVI - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no
caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; (LC nº 157, de 29/12/2016)
XVII - do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos
serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; 32
ISSQN
XVIII - da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços
descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;
XIX - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo item
16 da lista anexa; (LC nº 157, de 29/12/2016)
XX - do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver
domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 (17.05 – Fornecimento de mão-de-obra)
da lista anexa;
XXI - da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e
administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;
XXII - do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos
serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09 (plano de saúde); (LC nº
157, de 29/12/2016)
XXIV - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas administradoras de
cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem 15.01; (LC nº 157, de 29/12/2016)
XXV - do domicílio do tomador do serviço do subitem 15.09 (leasing). (Redação dada pela L.C. nº 175,
de 2020) 33
ISSQN

LEI COMPLEMENTAR Nº 175, DE 23 DE SETEMBRO DE 2020

Dispõe sobre o padrão nacional de obrigação acessória do Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN), de competência dos Municípios e do Distrito Federal, incidente sobre os
serviços previstos nos subitens 4.22, 4.23, 5.09, 15.01 e 15.09 da lista de serviços anexa à Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003; altera dispositivos da referida Lei
Complementar; prevê regra de transição para a partilha do produto da arrecadação do ISSQN
entre o Município do local do estabelecimento prestador e o Município do domicílio do
tomador relativamente aos serviços de que trata; e dá outras providências.

Art. 14. A Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 3º ..........................................................................................................
XXV - do domicílio do tomador do serviço do subitem 15.09.

34
ISSQN

§ 5º Ressalvadas as exceções e especificações estabelecidas nos §§ 6º a 12 deste artigo, considera-


se tomador dos serviços referidos nos incisos XXIII, XXIV e XXV do caput deste artigo o contratante
do serviço e, no caso de negócio jurídico que envolva estipulação em favor de unidade da pessoa
jurídica contratante, a unidade em favor da qual o serviço foi estipulado, sendo irrelevantes para
caracterizá-la as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de
representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

§ 6º No caso dos serviços de planos de saúde ou de medicina e congêneres, referidos nos subitens
4.22 e 4.23 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar, o tomador do serviço é a pessoa
física beneficiária vinculada à operadora por meio de convênio ou contrato de plano de saúde
individual, familiar, coletivo empresarial ou coletivo por adesão.

§ 7º Nos casos em que houver dependentes vinculados ao titular do plano, será considerado apenas
o domicílio do titular para fins do disposto no § 6º deste artigo.

35
ISSQN
§ 8º No caso dos serviços de administração de cartão de crédito ou débito e congêneres, referidos
no subitem 15.01 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar, prestados diretamente aos
portadores de cartões de crédito ou débito e congêneres, o tomador é o primeiro titular do cartão.
§ 9º O local do estabelecimento credenciado é considerado o domicílio do tomador dos demais
serviços referidos no subitem 15.01 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar relativos às
transferências realizadas por meio de cartão de crédito ou débito, ou a eles conexos, que sejam
prestados ao tomador, direta ou indiretamente, por:
I - bandeiras;
II - credenciadoras; ou
III - emissoras de cartões de crédito e débito.

§ 10. No caso dos serviços de administração de carteira de valores mobiliários e dos serviços de
administração e gestão de fundos e clubes de investimento, referidos no subitem 15.01 da lista de
serviços anexa a esta Lei Complementar, o tomador é o cotista.
§ 11. No caso dos serviços de administração de consórcios, o tomador de serviço é o consorciado.
§ 12. No caso dos serviços de arrendamento mercantil, o tomador do serviço é o arrendatário,
pessoa física ou a unidade beneficiária da pessoa jurídica, domiciliado no País, e, no caso de
arrendatário não domiciliado no País, o tomador é o beneficiário do serviço no País.” (NR) 36
ISSQN

37
ISSQN

38
ISSQN

Decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade –


ADI 5835 (de relatoria do Ministro Alexandre de Moraes), de 23/03/2018

Com fundamento no art. 10, § 3˚, da Lei 9.868/1999, e no art. 21, V, do RISTF, CONCEDO A MEDIDA
CAUTELAR pleiteada, ad referendum do Plenário desta SUPREMA CORTE, para suspender a eficácia
do artigo 1˚ da Lei Complementar 157/2016, na parte que modificou o art. 3˚, XXIII, XXIV e XXV, e
os parágrafos 3˚ e 4˚ do art. 6˚ da Lei Complementar 116/2003; bem como, por arrastamento, para
suspender a eficácia de toda a legislação local editada para sua direta complementação.

39
ISSQN

Em razão da decisão liminar do STF, surgem dois entendimentos possíveis:

1. a LC 175/20 não estaria suspensa, já que os efeitos da ADI 5835 não atingem o Poder
Legislativo e, inclusive, poderia haver perda do objeto da ADI em razão da publicação da LC
175/20;

2. a LC 175/20, assim como a LC 157/16, ainda não produziria efeitos, seja porque (a) a condição
para a sua eficácia é instituição de um comitê gestor e a criação de um sistema de
recolhimento padronizado do ISS, com edição de lei de cada município competente – o que
ainda não ocorreu; seja porque (b) é necessário aferir a constitucionalidade da alteração do
sujeito ativo e o aspecto espacial do ISS como feito pela LC 157/16 que, por sua vez, impacta
diretamente na constitucionalidade e eficácia da LC 175/20 que dela deriva materialmente.

40
ISSQN

41
CRITÉRIO PESSOAL ISSQN

Sujeito Passivo:
O artigo 121 do CTN:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de
disposição expressa de lei.

*substituição tributária
Art. 6º, LC 116/2003. Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em
caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere
à multa e aos acréscimos legais.

42
ISSQN

§ 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do


imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção
na fonte.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, são responsáveis:


I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se
tenha iniciado no exterior do País;
II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos
nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e
17.10 da lista anexa.
III - a pessoa jurídica tomadora ou intermediária de serviços, ainda que imune ou isenta, na
hipótese prevista no § 4º do art. 3º desta Lei Complementar.

43
BASE DE CÁLCULO E ALIQUOTA ISSQN

BASE DE CÁLCULO E ALIQUOTA

LC 116/03
Art. 7º A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

Art. 8º As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as seguintes:
I – (VETADO)
II – demais serviços, 5% (cinco por cento).

Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por
cento). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

*guerra fiscal – cartão de crédito

44
ISSQN

DESCONTO

Sérgio Pinto Martins: “Descontos no preço do serviço que forem feitos de forma incondicionada,
sem qualquer condição, serão válidos. O preço do serviço será, portanto, o valor cobrado já com o
desconto. Se não for comprovado que a dedução foi incondicionada, mas decorreu de uma certa
condição, o fisco poderá cobrar a diferença do ISS.”

DESCONTO INCONDICIONAL ≠ DESCONTO CONDICIONADO

45
ISSQN

SIMPLES NACIONAL
Lei Complementar nº 155/2016, que alterou a Lei Complementar nº 123/06, o contribuinte deve
realizar o cálculo através da seguinte fórmula:

Alíquota efetiva do Simples Nacional = (RBT12 x Aliq-PD) / RBT12

RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;
Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos I a V da Lei Complementar;
PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V da Lei Complementar.

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;


ISS – Imposto sobre Serviços;
IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica;
CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido;
PIS/PASEP – Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público;
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado;
CPP – Contribuição Patronal Previdenciária; 46
ISSQN
(Juiz Substituto/TJ-AL/FCC/2015) A lista de serviços anexa à Lei Complementar no 116/03 arrola
expressamente todos os serviços cujas prestações estão sujeitas ao ISSQN. A referida lista faz
referência expressa à incidência do ICMS sobre as mercadorias fornecidas em algumas destas
prestações de serviços. De acordo com a referida lista, o ICMS incide o sobre o fornecimento de:
a) material odontológico, relativamente à prestação de serviço indicada no subitem 4.12 da lista
(Odontologia).
b) alimentação, medicamentos e material de consumo infantil e geriátrico, relativamente à
prestação de serviço indicada no subitem 4.17 da lista (Casas de repouso e de recuperação,
creches, asilos e congêneres).
c) caixão, urna ou esquife, tratando-se de prestação de serviço indicada no subitem 25.01 da lista
(Funerais).
d) alimentação a hóspedes de estabelecimentos hoteleiros, quando seu valor não estiver incluído
no preço da diária, tratando-se de prestação de serviço indicada no subitem 9.01 da lista
(Hospedagem de qualquer natureza em hotéis).
e) mercadorias utilizadas na prestação de serviço indicada no subitem 13.03 da lista (Fotografia e
cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia, reprodução, trucagem e congêneres).
47
ISSQN
(Agente de Fazenda/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) De acordo com a Constituição Federal,
compete aos municípios instituir tributos sobre:

a) a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território.


b) a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens imóveis ou direitos a eles relativos,
situados em seu território.
c) operações relativas a prestações de serviços de transporte intermunicipal.
d) a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição.
e) a propriedade territorial rural.

48
ISSQN

(Fiscal de Rendas/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) Considera-se ocorrido o fato gerador do IPTU:

a) na data de publicação da lei que institui o tributo.


b) no primeiro dia do exercício a que corresponder o tributo.
c) na data do lançamento do tributo.
d) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado.
e) na data de aniversário de aquisição da propriedade imobiliária.

49
ISSQN

(Auditor-Fiscal do Tesouro Municipal/Pref. Natal/ESAF/2008) O Imposto sobre Transmissão Inter


Vivos de Bens Imóveis, por ato oneroso no Município de Natal, tem como fato gerador, exceto:

a) a transmissão, a qualquer título, do domínio útil de bens imóveis, por natureza ou acessão
física.
b) a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, inclusive os de garantia.
c) a cessão de direitos relativos à transmissão da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis,
por natureza ou acessão física.
d) a cessão de direitos relativos à transmissão de direitos reais sobre imóveis, exceto os de
garantia.
e) a transmissão, a qualquer título, da propriedade de bens imóveis, por natureza ou acessão
física.

50
ISSQN

(Julgador/Sefaz-PE/FCC/2015) A Construtora Barbosa Moreira, na qualidade de incorporadora,


construiu, em terreno próprio, o Edifício Blue Tower, alienando, as correspondentes unidades
habitacionais autônomas a particulares. No caso hipotético,

a) incide ISS, pois houve prestação de serviço a terceiro, devendo o imposto recair sobre o preço
total recebido pela Construtora dos particulares.
b) incide ISS, pois houve prestação de serviço a terceiro, devendo o imposto recair sobre o preço
total recebido pela Construtora dos particulares deduzidos o montante referente à compra do
material utilizado na obra.
c) não incide ISS, pois a transmissão de bens e direitos decorrentes de incorporação, fusão e cisão
são imunes ao referido imposto.
d) não incide ISS, porquanto construtoras jamais podem ser contribuintes do mencionado
imposto.
e) não incide ISS, pois não há empreendimento de esforço humano, a título oneroso, em favor de
terceiro, o que descaracteriza a prestação de serviço.
51
ISSQN

(VUNESP - 2021 - Prefeitura de Jundiaí - SP - Procurador do Município) No que se refere ao


Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), é correto afirmar que:

A) por ter natureza parafiscal, é vedada a diferenciação de suas alíquotas de acordo com a
localização do imóvel.
B) não poderá ter de alíquotas diferenciadas de acordo com o uso do imóvel, por ofensa ao
princípio da isonomia tributária.
C) possui natureza predominantemente fiscal e poderá ser progressivo em razão do valor do
imóvel.
D) na determinação da base de cálculo, se considera o valor dos bens móveis mantidos, em
caráter permanente, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou
comodidade.
E) para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei da União, como
sendo a área residual àquela sujeita à incidência do Imposto Territorial Rural (ITR).

52
ISSQN

(VUNESP - 2020 - Câmara Municipal de Pindorama - SP - Procurador Jurídico) É correto afirmar


sobre o imposto sobre serviços (ISS):

A) em regra, os serviços sujeitos ao ISS estão também sujeitos ao imposto estadual sobre
circulação de mercadorias (ICMS) quando sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.
B) não incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos
explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento
de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final.
C) incide sobre a prestação de serviços dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de
conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações.
D) incide sobre o valor do principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito
realizadas por instituições financeiras.
E) não é suficiente para caracterizar exportação de serviço para fins de não incidência do ISS o
simples fato de o seu pagamento ser realizado por fonte no exterior.

53
ISSQN

(UFPR - 2020 - Câmara de Curitiba - PR - Procurador Jurídico) Sobre o IPTU, assinale a alternativa
correta.

A) Não se pode exigir do proprietário o pagamento do IPTU quando ele sofreu invasão de sua
propriedade por terceiros, defendeu-se por meio dos meios jurídicos apropriados e foi
posteriormente expropriado pela municipalidade.
B) O fisco, verificando a divisão de imóvel preexistente em unidades autônomas, pode proceder às
novas inscrições de IPTU, desde que exista prévio registro das novas unidades em cartório de
imóveis.
C) É constitucional a atualização do IPTU, por ato do Executivo, ainda que em percentual superior
aos dos índices oficiais.
D) A restrição à utilização da propriedade referente a área de preservação permanente em parte
de imóvel urbano (loteamento) afasta a incidência do IPTU.
E) A maçonaria é considerada religião pelas Cortes Superiores, razão pela qual seus imóveis gozam
de imunidade tributária.
54

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