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CURSO AUXILIAR DE ENFERMAGEM

SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE

SAÚDE COLETIVA
Prof. Manassés Crispim
Antigamente, a saúde pública não se constituía em prioridade dentro
da política brasileira.

Só se recebia atenção apenas nos


momentos de epidemias ou endemias.
HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
(A partir de 1900)

Em 25 de maio de 1900, foi criado o Instituto Soroterápico


1900 Federal, com o objetivo de fabricar soros e vacinas contra a
peste.

O sanitarista Oswaldo Cruz para a Diretoria Geral de Saúde


Pública, o que iria inaugurar a nova era para a higiene
nacional. Ampliou as atividades do Instituto Soroterápico
1902 Federal, que não mais se restringiu à fabricação de soros,
mas passou a dedicar-se também à pesquisa básica.
REVOLTA
DA
VACINA
Reação popular ocorrida no período
de 10 a 16 de novembro de 1904,
1904 contra a Lei de Vacinação obrigatória
de combate à varíola, aprovada em 31
de outubro de 1904.
Com a aprovação da lei, brigadas
sanitárias e policiais entravam nas
residências para vacinação à força.

Ocorreram manifestações, que


pareciam campos de guerra, onde
tiveram muitas prisões, feridos e mortes.

Após este episódio, a vacinação


tornou-se opcional.
Criação do Instituto de Patologia Experimental de
Manguinhos (atual Instituto Oswaldo Cruz), onde foram
1907 estabelecidas normas e estratégias para o controle dos
mosquitos, vetores da febre amarela (Decreto nº 1.802, de
12/12/1907).

A Inspetoria de Isolamento e Desinfecção foi


transformada em Inspetoria de Serviços de 1914
Profilaxia.
Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto
1917 Oswaldo Cruz, em 14 de fevereiro de 1917.

CAPs – Caixas de Aposentadorias e Pensões

- Consideradas como embriões da previdência;


- Eram financiadas com recursos das empresas, do
governo e do empregador.
- Tinha como finalidade, além dos benefícios
1923
previdenciários, a assistência médica aos
trabalhadores segurados e seus familiares.
IAPs
INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E
PENSÕES (controlado pelo Estado)

Criados em 1933 no governo de Getúlio Vargas,


vinculados ao Ministério do Trabalho.
Foram criados vários IAPs, por categorias
profissionais:
1933
-Dos Marítimos (IAPM);
-Dos Bancários (IAPB);
-Dos Comerciários (IAPC);
-Dos Empregados de Transportes e Cargas
(IAPTEC);
-Dos Industriários (IAPI).
SESP – Serviço Especial de
Saúde Pública
1942
Criada para o combate à Malária
na Amazônia.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Criado e regulamentado pelo


1953 Decreto nº 34.596, de 16 de
novembro de 1953 (Lei nº
1.920, de 25/7/1953).
Unificação dos IAPs

Foi criado o Instituto
Nacional de Previdência e
Assistência Social (INPS).
1966
Tinha a responsabilidade
pelos benefícios
previdenciários e pela
assistência médica aos
segurados e familiares.
Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência
Social (SIMPAS), que era composto por:

- INPS (Instituto nacional de previdência Social): direcionado para o


pagamento de benefícios aos segurados;

- INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica


da previdência Social): prestação de
assistência médica individual e curativa
por meios de serviços privados contratados
e conveniados aos trabalhadores
urbanos e rurais.
Movimento de Saúde

Nasceu na região leste da cidade de São Paulo no final dos anos 70 e


espalhou-se para outras regiões do país.

Era composta por moradores das periferias, maioria mulheres, que


lutavam por:
- Ampliação e qualidade dos serviços de saúde nos seus bairros;
- Saneamento básico;
- Creches;
- Educação.
REFORMA SANITÁRIA

Projeto articulado ao longo dos anos 70 e 80 no Brasil, na


perspectiva de reformulação do sistema de saúde.

O projeto preconizava a criação de um sistema único de


saúde, acabando com o duplo comando do Ministério da
Saúde e do INAMPS.
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

Realizada na cidade de Brasília em


1986 com a participação de
cerca de 5.000 pessoas.

Contava com representantes dos


diversos movimentos sociais,
movimentos populares de saúde,
trabalhadores, estudantes da saúde,
professores, sindicatos, parlamentares entre outros.

Foram debatidos os princípios e diretrizes da Reforma Sanitária


Destacaram-se:

- Conceito ampliado de saúde;


- Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do
Estado;
- Criação do SUS;
- Descentralização e hierarquização dos serviços;
- Atenção integral às necessidades da população
- Participação popular.
SURTO

Ocorre um aumento de número de casos de uma doença em


uma região específica (um bairro, uma escola, uma creche...).

Exemplo: surto de pediculose em uma creche.


EPIDEMIA

Uma epidemia é caracterizada pelo aumento do número de casos de


determinada doença, que vai muito além do esperado e não delimitado a apenas
uma região, podendo atingir diversos locais.

Ocorrência de surtos em várias regiões (diversos bairros, cidades de diferentes


regiões do país).

Alguns exemplos de epidemias são:


• Poliomielite;
• Sarampo;
• Cólera;
• Varíola;
• Dengue.
PANDEMIA

Quando uma epidemia se estende a nível mundial. (Gripe


espanhola, AIDS, Covid 19).

• O cenário pandêmico acompanha a humanidade há muitos anos.


Alguns exemplos:
• Peste do Egito (430 a.C.);
• Peste Antonina (165–180);
• Peste de Cipriano (250–271);
• Peste de Justiniano (541-x);
• Peste Negra (1300);
• Gripe Espanhola (1918-1920).
ENDEMIA

A endemia é a ocorrência de um número de casos controlados de


alguma doença em uma determinada região. Normalmente são
doenças sazonais*, que podem ressurgir em certos períodos.

Doenças sazonais: doenças desencadeadas em uma estação


específica do ano.

Tem um alcance menor do que uma epidemia.

Alguns exemplos de endemias são a febre amarela e a malária.


O que é um sistema?

Conjunto de elementos inter-relacionados, que interagem para


desempenhar uma determinada função.

No caso do SUS, esse sistema visa oferecer cuidados de saúde


à população:
- Preventivos;
- Curativos;
- De reabilitação;
- De promoção de saúde.
RECURSOS FINANCEIROS

INFRAESTRUTURA FÍSICA E
RECURSOS HUMANOS:
SUS DE EQUIPAMENTOS:

Objetivo:
► UBS
Oferecer ► Ambulatórios
► Profissionais de saúde
cuidados de ► Hospitais
► Profissionais de administração
► Profissionais de apoio saúde à ► Laboratórios
população. ► Veículos
► Equipamentos duráveis

ASSISTÊNCIA À SAÚDE

► Ensino
► Pesquisa
► Vigilância à saúde
Não existe um elemento principal, eles são inter-
relacionados e nenhum deles pode existir sem o outro!

RECURSOS FINANCEIROS: financiamento do sistema –


prédios para abrigar os serviços; insumos que são comprados;
contratação de pessoas.

RECURSOS HUMANOS: oferecer assistência à saúde com


equipes preparadas, não somente com profissionais da saúde,
mas também com profissionais da higiene, recepção, etc.
INFRAESTRUTURA FÍSICA E DE EQUIPAMENTOS: é
necessário alocar os profissionais e os usuários dos serviços em
locais adequados para a assistência a ser prestada. Ex.: cirurgia
em centro cirúrgico; administração de vacinas em sala de
vacinação.

ASSISTÊNCIA DE SAÚDE, ENSINO E PESQUISA: o ensino e a


pesquisa desenvolvem profissionais e técnicas de cuidados cada
vez mais qualificados para prestar assistência direta.
Por que sistema único?

Ele segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos


em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três
esferas autônomas:
- Governo federal
- Governo estadual
- Governo municipal
Assim, o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um
sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e
ações que interagem para um fim comum.
► O Sistema constitui um projeto social único que se materializa
por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à
saúde dos brasileiros.

► Foi criado pela Lei Orgânica da Saúde n.º 8.080/90 com a


finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à
Saúde da população.

► Torna obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão,


sendo proibida cobrança de dinheiro sob qualquer pretexto.
LEI N.º 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e


recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.

LEI N.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990.


Dispõe sobre a participação popular no SUS, por meio dos
conselhos.
► Do Sistema Único de Saúde fazem parte:
→ os centros e postos de saúde;
→ hospitais - incluindo os universitários;
→ laboratórios e hemocentros (bancos de sangue);
→ fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ -
Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brasil.
► Através do Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm
direito:
→ a consultas;
→ exames;
→ internações;
→ tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS,
sejam públicas (da esfera municipal, estadual e federal) ou
privadas, contratadas pelo gestor público de saúde.
► O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com
recursos arrecadados através de impostos e contribuições
sociais pagos pela população em geral e compõem os recursos
do governo federal, estadual e municipal.

► O SUS tem como meta tornar-se um importante


mecanismo de promoção da igualdade de direitos no
atendimento das necessidades de saúde da população,
ofertando serviços com qualidade adequados às necessidades,
independente do poder aquisitivo do cidadão.
O controle social no SUS
► A Lei Orgânica da Saúde estabelece duas formas de participação
da população na gestão do Sistema Único de Saúde:
→ as Conferências e os Conselhos de Saúde onde a comunidade,
através de seus representantes, pode:
- opinar
- definir
- acompanhar a execução
- fiscalizar as ações de saúde das três esferas de governo: federal,
estadual e municipal.

► Para conhecer melhor os Conselhos de Saúde procure a


Secretaria Municipal de Saúde do seu município e veja como pode
participar.
PRINCÍPIOS DO SUS

Todo sistema precisa de regras para garantir seu


funcionamento, e o SUS não é exceção.

Possui princípios éticos que conduzem o sistema e as


diretrizes organizacionais que ajudam a administrá-lo e que
sejam colocados em prática.
DOUTRINÁRIOS

ORGANIZACIONAIS
Universalidade

► Se saúde é direito de todos e


dever do Estado, então, o acesso às
ações e serviços devem ser garantidos
independentemente de sexo, raça,
renda, ocupação, ou outras
características sociais ou pessoais de
forma universal.
Integralidade

► Todas as necessidades das pessoas,


individuais e coletivos precisam ser
atendidas, a partir da integração de
ações, incluindo a promoção de saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação.
Eqüidade

► Esse valor é baseado na justiça


social – dar mais a quem pode
menos. Todos possuem direito, mas
nem todos têm as mesmas condições
para acessar esse direito;

O Estado DEVE prover as condições


para que as pessoas sejam tratadas
de forma justa, ou seja, que cada um
seja tratado conforme sua necessidade.
Participação da comunidade
► O controle social, como também é
chamado esse princípio, foi melhor
regulado pela Lei nº 8.142.

► Os usuários participam da gestão do


SUS através das Conferências de
Saúde, que ocorrem a cada quatro
anos em todos os níveis, e através dos
Conselhos de Saúde, que são órgãos
colegiados também em todos os níveis.
Descentralização
► Redistribuição de responsabilidades

► O SUS existe em três níveis, também chamados de


esferas:
→ nacional, estadual e municipal, cada uma com
comando único e atribuições próprias.
► Nível federal: Ministério da Saúde – desenvolvimento,
coordenação e avaliação de programas de saúde.

► Nível estadual: Secretaria de Estado da Saúde –


coordenação, desenvolvimento e avaliação dos programas
de saúde.

► Nível municipal: Secretaria Municipal de Saúde -


programação, execução e avaliação do atendimento à
saúde.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza,
monitora e avalia políticas e ações, em articulação com o
Conselho Nacional de Saúde.
Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite para
pactuar o Plano Nacional de Saúde.
Integram sua estrutura:
- Fiocruz
- Funasa
- Anvisa
- ANS
- Hemobrás
- Inca
- 8Into e oito hospitais federais.
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE (SES)
Participa da formulação das políticas e ações de saúde,
presta apoio aos municípios em articulação com o conselho
estadual e participa da Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
para aprovar e implementar o plano estadual de saúde.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE (SMS)

Planeja, organiza, controla, avalia e executa as ações e


serviços de saúde em articulação com o conselho
municipal e a esfera estadual para aprovar e implantar o
plano municipal de saúde.
Hierarquização e regionalização
► A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma
regionalizada e hierarquizada permitindo um conhecimento maior
dos problemas de saúde de população.

ALTA
COMPLEXIDADE

MÉDIA COMPLEXIDADE

ATENÇÃO BÁSICA
SITES:
ConecteSUS (saude.gov.br)

Secretaria da Saúde - Governo do Estado de São Paulo (saude.sp.gov.br)

Ministério da Saúde (www.gov.br)

Secretaria de Saúde Prefeitura de Santos


www.santos.sp.gov.br/?q=institucional/secretaria-de-saude

Secretaria de Saúde Prefeitura de São Vicente


www.saovicente.sp.gov.br/prefeitura-secretarias/secretaria-de-saude

Secretaria de Saúde - Município de Praia Grande


www.praiagrande.sc.gov.br/estruturaorganizacional/hotsite/index/codHotsite/3
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Bons estudos!

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