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Curso – Patologias em pronto - socorro

Emergência em Pronto Socorro

Prof. RodrigoTorres
DEFINIÇÃO
▪ Febre é o aumento da temperatura corporal acima da variação normal para um
indivíduo, com alteração do setpoint hipotâlamico.

▪ Hipertermia é um aumento da temperatura corporal decorrente de uma


incapacidade de dissipar todo calor produzido pelo corpo. Na hipertemia, o setpoint
hipotalâmico não está alterado, no entanto os mecanismos periféricos não são capazes
de manter a temperatura corporal.

▪ Febre de Origem Inderteminada (FOI) é todo o processo febril que dura mais
de três semanas, com temperaturas maiores de 38,3°C, por várias vezes, cujo
diagnóstico não é estabelecido após uma semana de hospitalização.
Principais causas de febre
Causas infecciosas.
▪ Gripe, resfriado comum, faringite, amigdalite.
▪ Sinusite, HIV.
▪ Pneumonia, tuberculose, micobacterioses.
▪ Gastroenterite aguda, hepatites, parasitoses intestinais,
apendicite.
▪ ITU baixo.
▪ Pielonefrite, meningite, encefalite, endocardite,
▪ Malária, febre amarela, dengue, leptospirose.
Causas não infecciosas.
▪ AVE.
▪ IAM, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar.
▪ Ulceras, hematomas,
▪ Sangramento do trato gastrointestinal, pancreatite, isquemia intestinal.
▪ Apendicite, cirrose com necrose, sarcoidose,
▪ Neoplasias, gota,
▪ Síndrome de abstinência, reação transfusional, reação de contraste,
medicamentos.
▪ Cocaina, anfetaminas,
▪ Hipertireoidismo etc....
INVESTIGAÇÃO
▪ A anamnese é uma ferramenta muito importante para o diagnóstico da
febre. Deve-se questionar:
▪ Viagens realizada, uso de álcool, tabaco, drogas ilícitas,
▪ Exposições ocupacionais, alimentares, medicações,
▪ Atividades sexuais desprotegidas, contato com pessoas com doenças
infecciosas.
▪ Em pacientes hospitalizados que começam a desenvolver febre na
internação, são importantes a revisão do prontuário e a prescrição para
buscas de causas de febre.
QUADRO CLÍNICO
OS SINAIS E SINTOMAS SÃO:

▪ Sistêmicos: perda de peso, fadiga, sudorese:


▪ Em orofaringe e ouvido: secreção e obstrução nasal, hiperemia e
hipertofria das amígdalas, placas ou pontos purulentos, hiperemia de
conduto auditivo.
▪ Em pele e anexos: presença de úlceras, feridas cirúrgicas, bolhas,
veículas, icterícia, descoramento de mucosas, alterações da tireoide.
▪ Musculoesquelético:Atralgias e artrites, mialgias.
▪ Neurológicos: Convulsões,sinais de irritação meníngea, alteração do
estado de conciência., tontura.
OS SINAIS E SINTOMAS SÃO:

▪ Geniturinário: Alteração da cor da urina (hematúria, colúria, piúria),


corrimento vaginal, dor pélvica.
▪ Gastrointestinais: Dor abdominal, náuseas e vômitos, hepato e
esplenomegalia, ascite, diarréia, alteração das fezes.
▪ Cardíacos: taquicardia, dor torácica, sopros.
▪ Respiratórios: Estertores, crepitações, sinais de derrame pleural,
dispnéia, tosse e hemoptise.
Associado a dispositivos invasivos.

Tubo orotraqueal SondasVesicais


Associado a dispositivos invasivos.

Sondas gástricas Sondas enterais


Associado a dispositivos invasivos.

Cateteres de longa duração Cateres de curta duração


Exames complementares
▪ A febre raramente é um evento isolado, a resposta aguda a ela é
sempre acompanhada de alterações metabólicas e
hematológicas como:
▪ Aumento ou diminuição de leucócitos.
▪ Aumento de neutrófilos (hemograma).
▪ Aumento do nível de proteínaC reativa (PCR).
▪ Nem sempre são necessários exames complementários. Sua
solicitação deve ser direcionada pela história clínica e pelo
exame físico.
Tratamento
TRATAMENTO
▪ Apesar de o tratamento da febre com antipiréticos ser largamente difundido tanto na
população geral quanto entre profissionais de saúde, os benefícios do tratamento em
relação aos riscos ainda são desconhecidos.
▪ Analgésicos não-opioides – ácido acetilsalicílico, dipirona, ibuprofeno e paracetamol
modificam mecanismos periféricos e centrais envolvidos no desenvolvimento de dor.
São indicados por tempo curto, particularmente para dores de tegumento leves e
moderadas. Exibem propriedades analgésica e antitérmica. Ácido acetilsalicílico e
ibuprofeno compartilham atividade anti-inflamatória. Ácido acetilsalicílico ainda é
usado como antitromboembólico. Paracetamol e dipirona são fracos anti-inflamatórios
nas doses terapêuticas.
TRATAMENTO
▪ Ácido acetilsalicílico é opção ao paracetamol, apresentando igual eficácia analgésica e
antipirética6. Está indicado em cefaleia, dor musculoesquelética transitória, dismenorreia
e febre em adultos. No entanto, efeitos adversos limitam seu uso em algumas situações
clínicas, como doença péptica, reações idiossincrásicas, síndrome de Reye (em crianças) e
acidose metabólica. Reações idiossincrásicas são relacionadas à sensibilidade individual e
comumente descritas em pessoas de meia-idade com urticária crônica, asma, rinite e
pólipos nasais, mas são raras em crianças.
▪ Dipirona sódica é largamente empregada no Brasil no tratamento de dorpós-operatória,
cólica renal, dor oncológica e enxaqueca, bem como de febre. Porém foi banida em 33
países, por causa da ocorrência de reações alérgicas graves (como edema de glote e
anafilaxia) e idiossincrásicas (agranulocitose, em potência fatal)14. Não apresenta eficácia
diferente em relação aos demais analgésicos não-opioides. Revisão Cochrane13 de 15
ensaios (8 controlados por placebo e 7 por tratamento ativo) mostrou que dose única de
500 mg de dipirona resultou em 73% de pacientes com alívio de ao menos 50% de dor em
período de 4-6 horas em comparação a placebo.
DIPIRONA
▪ A dipirona pode causar anemia hemolítica, anemia aplástica, anafilaxia
e graves reações cutâneas, além de broncoespasmo, náusea, vômito,
sonolência, cefaleia e diaforese18. Agranulocitose, reação adversa
impossível de ser prevista, não dependente de dose e em potência
fatal, ocorre após uso breve, prolongado ou intermitente13, 19. É
reação rara, havendo variedade geográfica para sua incidência.
Cálculos realizados com base em dados disponíveis sugerem que o uso
de dipirona relaciona-se com pelo menos 7.000 casos de
agranulocitose por ano no mundo20. Estudo multinacional de casos e
controles (LATIN) estimou incidência de anemia aplástica e
agranulocitose em países da América Latina, encontrando incidência
total de 0,38 casos por milhão, por ano. A dipirona não parece estar
associada a maior risco21.
IBUPROFENO
▪ Ibuprofeno serve como substituto do paracetamol e do ácido acetilsalicílico no
manejo de dores leves a moderadas, em númerosas situações clínicas. Entre
os anti-inflamatórios não-esteroides, ibuprofeno apresenta o menor risco
gastrintestinal e é recomendado como representante de primeira escolha1,7.
Meta-análise de casos e controles e estudos de coorte mostrou claras
diferenças quanto a risco gastrintestinal de AINE. Ibuprofeno apresenta o
menor risco8.
▪ Ulceração e sangramento gastrintestinais são infrequentes (inferiores a 1%
dos casos), estando usualmente relacionados a tratamentos de longo prazo22.
Para a analgesia de adultos, ibuprofeno é tão ou mais eficaz que paracetamol.
Em doses únicas, tem atividade analgésica comparável à de paracetamol.
Ibuprofeno e paracetamol demostraram a mesma eficácia no tratamento
agudo (três dias) de dor dentária23. Em crianças, ibuprofeno tem semelhante
eficácia analgésica e antitérmica.
PARACETAMOL

▪ Paracetamol é agente de primeira escolha, por sua eficácia e maior


segurança nas doses recomendadas8, 27. Além disso, pode ser
combinado a analgésico opioide, como codeína, para obter aumento
de efeito27. Meta-análise mostrou que paracetamol apresenta
significante efeito poupador de morfina, reduzindo em 20% as doses
necessárias deste agente28. Apesar de ser equivalente a ácido
acetilsalicílico, prefere-se em pacientes com possibilidade de efeitos
adversos de salicilatos e em crianças com infecções virais27. Pode ser
prescrito a crianças, grávidas e idosos. Em puérperas, é o analgésico
não-opioide mais indicado, por não acarretar efeitos indesejáveis ao
lactente.
DÚVIDAS? PERGUNTAS?

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