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RESUMO: ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS INDUZIDAS POR ANTI-

INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS

GRUPO: JOSÉ RICARDO SAMPAIO MENEZES, JULIANE MARIA DO


NASCIMENTO RIBEIRO, JULIANO JOAQUIM DA SILVA JUNIOR, KETULLY
RAMOS ROBERTO LUNA, LARISSA LORENA BARROS SILVA, LÍVIA DA SILVA
SOUTO MAIOR, LUCAS RODRIGUES DA COSTA SANTOS

TURMA: ODONTOLOGIA 2022.2

1. Introdução:

Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES) estão entre os medicamentos


mais prescritos em todo o mundo. Sua ação resulta na diminuição da dor, febre e
inflamações. O uso dos AINES começou desde a origem humana, a partir de fontes
diversas, entretanto, seu uso resultava em efeitos indesejáveis e tóxicos ao
organismo. Nesse contexto, só a partir de 1960 foram desenvolvidos outros derivados
com ações analgésicas e anti-inflamatórias eficazes e com menos efeitos colaterais.

Os AINES são drogas seguras quando usadas sob prescrição médica. O


grande problema na sua utilização está relacionada à automedicação, que resulta em
inúmeros efeitos colaterais nocivos ao organismo. Portanto, este artigo tem como
finalidade eludir as principais alterações hematológicas provocadas pelo uso dos
principais anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES), bem como os principais métodos
laboratoriais empregados na detecção de discrasias sanguíneas a partir da coleta
indireta e direta de literaturas científicas.

2. Principais anti-inflamatórios não-esteroidais:


2.1. Dipirona:

A dipirona é um dos medicamentos mais consumidos no Brasil, ainda que


proibido em alguns países, como os EUA. Nesse sentido, é imprescindível entender o
porquê dessa controversa acerca da dipirona. O Metamizol, outro nome para a
dipirona, possui efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e antiespasmódicos, sendo
indicado para patologias como cefaleias, neuralgias e dores reumáticas, cólica renal,
dores pós-operatórias e de outras origens. Em relação à atividade analgésica da
dipirona, alguns pesquisadores atribuem seus efeitos a uma diminuição direta da
atividade dos nociceptores, além de diminuírem a sensibilidade gerada pelas
prostaglandinas. A diminuição da atividade do nociceptor está relacionada com a
capacidade da dipirona de reduzir a entrada de cálcio neuronal, diminuindo os níveis
de AMP cíclico citoplasmático nas terminações nervosas sensitivas. Outrossim, há o
efeito adverso da dipirona sobre a supressão da formação dos granulócitos – a
agranulocitose é uma doença rara, mas grave. A questão da proibição em alguns
países deve-se ao seu suposto efeito depressor da medula óssea, causando a
agranulocitose e a anemia aplástica.

2.2. Ácido Acetilsalicílico (AAS):

O ácido acetilsalicílico é utilizado para o tratamento da dor branda a moderada,


a febre e a inflamação (em altas concentrações), além de reduzir o risco de ataques
cardíacos e a coagulação sanguínea por inibir a agregação plaquetária, além da
embolia em pacientes predispostos a eventos isquêmicos. Também conhecido como
AAS ou Aspirina, sua ação primária corresponde à inativação da ciclo-oxigenase por
acetilação reversível da prostaglandina sintase.

Esse ácido pode ter efeitos adversos que não encontramos em outros
salicilados, como a leucopenia, tempo de sangramento prolongado e trombocitopenia,
levando o uso da aspirina e outros agentes anti-inflamatórios não-esteroidais a
interferir no resultado de testes de função plaquetária e tempo de sangramento.

2.3. Ibuprofeno:

O ibuprofeno é um fármaco usado no combate à dor, inflamação e febre – nos


casos de reumatismo e em lesões de tecidos moles, pode ser utilizado ainda para
controlar a dor e a inflamação. Com diversos usos anestésicos, seus efeitos adversos
mais comuns são no trato gastrointestinal, vão de dispepsia até sangramentos,
podendo causar cefaleia, tontura e zumbidos no sistema nervoso central.

Esse fármaco tem ainda propriedades anticoagulantes, reduzindo a formação


de coágulos sanguíneos. Junto com o AAS e o paracetamol, ele faz parte da lista de
fármacos essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS), pois são
medicamentos que satisfazem as necessidades de atenção à saúde da população em
quantidade e forma corretas.

2.4. Fenamatos:
Os fenamatos consistem nos ácidos mefenâmico, meclofenâmico e
flufenâmico. Com exceção do flufenâmico, esse ácidos não apresentam vantagens
sobre outros anti-inflamatórios não-esteroidais. Seus efeitos colaterais podem ser
graves e estão ligados à inflamação do intestino levando à anemia hemolítica. Esses
fármacos devem ser recitados como analgésicos para dores de pequena e moderada
intensidade e o uso não deve passar de uma semana, por causa dos efeitos adversos.

Um em cada quarto usuários sofrem com efeitos secundários gastrointestinais


com doses controladas e um em cada vinte desenvolvem transaminases hepáticas
reversível. Por tanto, o uso desses anti-inflamatórios é contra indicado em pacientes
com histórico de problemas gastrointestinais com a finalidade de evitar o surgimento
de diarreia e exantema, sobrando o acompanhamento dos sinais e sintomas de
anemia hemolítica.

3. Os efeitos adversos sanguíneos dos AINES X resultados laboratoriais:

Os principais efeitos tóxicos desses anti-inflamatórios ocorrem no TG, SNC, no


sistema hematopoiético, rim, pele e fígado. Esses efeitos estão ligados, geralmente,
por conta da dose-dependente do paciente.

O uso de determinados AINES pode provocar, por exemplo, o prolongamento


do sangramento em até 50%. Além disso, o uso desses medicamentos de forma má-
administrada, pode gerar doenças como: anemia hemolítica imunológica, anemia
hemolítica induzida por medicamentos e a intensificação a trombocitopenia dentre
outros.

4. Métodos de diagnóstico:

Os principais métodos diagnósticos empregados para detecção de alterações


hematológicas da anemia aplástica são: hemograma e contagem de reticulócitos,
mielograma, biopsia de medula óssea, dosagem de ferro sérico, índice de saturação
da transferrina e ferritina e dosagem de vitamina B12 e folato. No hemograma é
possível notar a variação de pancitopenia, já no mielograma é apresentado a
hipocelularidade global com substituição do tecido normal por gordura que também
pode ser confirmado por biópsia de medula óssea. As dosagens de ferro sérico são
aumentadas juntamente com os valores de ferritina e transferrina, por causa da
diminuição do clearence urinário, ao contrário do que acontece com os valores de
vitamina B12 e folato, sendo estes, diminuídos diferenciando assim da anemia
megaloblástica que também podem cursar com pancitopenia periférica.

5. Conclusão:

Este texto discute a importância do conhecimento das alterações


hematológicas causadas pelo uso de anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) para
profissionais de saúde e a população em geral. É destacado que o hemograma é o
principal exame para identificar possíveis discrasias sanguíneas causadas pelos
AINEs, e que a realização desse exame em larga escala pode auxiliar na
farmacovigilância desses medicamentos. É ressaltada a necessidade de mais estudos
nessa área para melhorar a promoção da saúde e prevenção de doenças induzidas
por AINEs.

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