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Sobre o autor...

Ricardo Brito é um músico e professor de teclado especialista em forró no teclado.

É Bacharel em Música Erudita(Piano) pela UFPB, mas não se contenta com o ensino
tradicional de música. Sua maior característica é ensinar teclado de maneira prática,
simples e lúdica para aos poucos ir acrescentando a teoria em gotas.

TUDO SEMPRE P-A-S-S-O-A-P-A-S-S-O!

No seu canal do youtube chamado Tecladistas Brasileiros com mais de 5 milhões de


visualizações e milhares de inscritos, vem ajudando milhares de tecladistas com dicas de
teclado, forró no teclado e outros temas relacionados.

Com seus Métodos Online de Teclado o Prof. Ricardo Brito vem ajudando milhares de
tecladistas a tocarem com excelência desde 2016! Ele também comercializa ritmos para
teclados Yamaha em diversos estilos musicais, principalmente os mais clássicos como
Guarânia, Lambada, Xote, Bolero, Samba, etc.
Carreira musical

Paralelo a isso Ricardo trabalha como músico na noite e em instituições, Já foi tecladista da
Artista Global e Finalista do The Voice 2013, a Lucy Alves(2014-2015). Ele também foi
solista na Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz no Pará(2010), se apresentou com a
Orquestra Sinfônica da Paraíba em 2011 além de já ter uma Sinfonia sua executada pela
Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba em 2008, tocou no Palco de Música Instrumental
mais considerado no País no Programa Instrumental Sesc Brasil em São Paulo(2011) sem
contar as inúmeras orquestras e projetos que tocou e continua tocando.

Gravou vários CDS e 3 DVDS. Atualmente se dedica a sua carreira de Pianista solo com
seu primeiro álbum lançado em 2022 chamado Neo Choro #1 e toca todas as noites piano
em um restaurante de alto padrão chamado Gulliver Mar. Também já foi professor em várias
instituições privadas e públicas, ministrou workshops e aulas particulares desde 2001, mas
se afastou em 2017 para ensinar somente online.

(Workshop de ritmos Brasileiros para alunos de Música no IFPB)


Sumário:

Sobre o autor........2
Introdução................5
PILAR 1.........................6
PILAR 2............................8
PILAR 3................................10
PILAR 3|Tópico 1..........................11
PILAR 3|Tópico 2.................................12
PILAR 3|Tópico 3.......................................15
PILAR 3|Tópico 4 e 5....................................... 17
Conclusão..............................................................19
Introdução

Quando temos uma visão geral e sabemos o mapa para percorrer nossa
jornada, tudo fica mais claro, simples e seguro. Por isso gosto muito de
organizar meus ensinamentos em tópicos porque facilitam o
aprendizado e mostram também o que é mais importante para atingir
ótimos resultados.

Os 3 Pilares, são os assuntos ou áreas de estudos que você vai


precisar focar nesse momento se quiser tocar bem forró no teclado. Os
3 Pilares são: Agilidade, Repertório e Sanfonado.

Nesse Ebook vamos falar sobre eles e como se encaixam no seu


momento atual como tecladista. Lembrando que todos nós somos
eternos aprendizes! Eu sou um deles…

(Gincana da Escola Gente Inocente em Patos-PB, 1998)


Pilar 1
Agilidade

Não importa seu nível atual: Zero, Iniciante, Intermediário, Avançado.


Você “sempre” pode melhorar sua agilidade no teclado! Eu mesmo
quero e preciso melhorar minha agilidade.

Para quem é iniciante pensa:

-O Pilar 1 já é agilidade!? Mas eu nem sei o nome das notas musicais


ainda!

Calma, calma que eu vou te esclarecer isso...

Desenvolver ou adquirir agilidade é relativo! Não é obrigado já começar


como iniciante no teclado tocando super veloz!

Uma pessoa que está se recuperando de uma lesão, numa fisioterapia,


está buscando desenvolver a agilidade, mas isso não significa que ela
deve começar a todo vapor! NÃO! Isso não é cabível e possivelmente
faria mal para saúde de tal indivíduo.
O que seria desenvolver agilidade para uma pessoa que nunca pegou
no teclado, ou iniciante?

Seria fazer ela ter suas primeiras experiências práticas no teclado, para
ela pegar intimidade com esse instrumento.

Com isso já quebraremos o padrão de muitas escolas tradicionais


que utilizam uma metodologia arcaica onde na maioria dos casos o
aluno precisa antes de aprender uma música ou até saber suas
primeiras notas no teclado, aprender 3 a 6 meses de teoria!

Para mim isso é quase que uma tortura mental e pessoal.

Há diversas formas de desenvolver sua agilidade. Talvez você seja


veloz, mas toca com um dedilhado não recomendado que poderia
lhe gerar uma lesão futuramente ou lhe privar de tocar músicas e frases
musicais mais interessantes que necessitam de uma técnica(agilidade)
mais aprimorada.

Então agilidade não é só velocidade...

É qualidade técnica, tranquilidade, relaxamento e precisão. Claro que


também tem os treinos de velocidade, mas sem a base técnica a
velocidade cairia por terra!

Pelo menos em trechos ou frases musicais mais complexas...


Pilar 2
Repertório

Vamos ser sinceros...A maioria dos tecladistas querem tocar MÚSICAS!


Músicas famosas! Concorda comigo?

O propósito de se estudar técnicas, teorias, etc, deveria ser TOCAR


BEM suas músicas preferidas ou as músicas que sua banda ou grupo
precisam tocar!

Também a maioria do público, das pessoas para quem você toca, seja
seus familiares, amigos ou pessoas no geral não querem escutar seus
exercícios, suas escalas, suas teorias, sua agilidade sem uma
música nesse contexto!

Eles querem te escutar tocando uma música. Quando falo uma música
eu estou sendo bem generoso. Na cabeça das pessoas, o tecladista
deveria saber tocar muitas músicas, quiçá todas as músicas famosas do
planeta terra! (kKkK)
Parece exagero, mas seres humanos são assim, não têm muita noção
que para colocar um repertório de música debaixo dos dedos requer
meses, anos de dedicação.

O que realmente toca as pessoas são as músicas. Faça o teste!

Toque um exercício rápido e veja a reação delas…

Depois toque uma música que elas gostam ou que tem haver com elas
e vejam sua reação...

Compare e verá que a música desperta mais engajamento, interesse,


emoção e admiração das pessoas. Então seu foco deve ser
CONSTRUIR SEU REPERTÓRIO durante toda sua vida musical.

O efeito colateral é que quanto mais músicas você aprende, mais


rapidamente suas habilidades musicais aumentarão! NÃO IMPORTA
SEU NÍVEL MUSICAL NESSE CASO!

Se você for iniciante ou nível zero precisará mais da ajuda de um


professor ou método que lhe apresente ou ensine um repertório mais
simples ou com músicas simplificadas para você ganhar confiança.

Se você já tem uma boa habilidade, está na hora de pegar músicas


mais complexas, detalhadas ou de outros estilos QUE VOCÊ GOSTE
para ampliar seu repertório e consequentemente sua qualidade
musical.
Pilar 3
Sanfonado

Aqui é que o bixo pega! Mas não se preocupe: O segredo é repartir em


pedaços, estudar cada um desses pedaços e depois juntar.

O sanfonado é a maior arte que o tecladista vai fazer no forró. O


sanfonado consiste em fazer o que o sanfoneiro faria no teclado ou
tocar a sanfona no teclado em ritmos de forró.

O sanfonado se divide no TRIÂNGULO DO SANFONADO: Bases de


Sanfona, Sanfonados, Improviso.

Eu disse que o bicho ia pegar…

Eu disse… Kkkk

Mas também disse que a gente quebraria o sanfonado em pedaços


para entender essa arte de se tocar forró com a sanfona do teclado.
Triângulo do Sanfonado - Tópico 1
Aprenda Solos Para Ajudar no Sanfonado

Para os iniciantes isso pode ser até uma dificuldade se não tiverem um
apoio ou professor que lhe ajudem. Mas os solos são umas das coisas
mais simples no forró, claro, tem que saber estudar.

Vou dar uma pista como se sair bem nos estudos: tocar bem lento, no
tempo certo com o dedilhado correto.

- Conquistando isso, vá repetindo esse mesmo solo e gradualmente


aumentando a velocidade…

Quando você menos esperar, automatizou sua performance num


determinado solo que será capaz de tocar quase que sem olhar para
suas mãos. Mas se você estudar da maneira correta.

Os solos podem ser introduções de forrós cantados, podem ter


interlúdios de forrós cantados, ou seja, solos extras no meio da canção.
Também podem ser forrós solados(instrumentais) e canções soladas, ou
seja, sem voz, somente instrumental.

Triângulo do Sanfonado - Tópico 2


Bases de Sanfona no Teclado

Anote aí…

Bases são as coisas que um tecladista de forró no teclado mais vai


fazer! Que também não deixa de ser um sanfonado. As bases são
consideradas sanfonados ou fazem parte do sanfonado.

O que seriam bases? Seria você movimentar ou ritmar acordes para dar
suingue, balanço, movimento e dançabilidade num determinado forró.

As bases também podem ser acordes parados, ataques e breques!


Mas aí que está o calo…

O forró tem vários gêneros: Baião, Xote, Arrastapé, Vanerão e


Pisadinha que seria uma mistura de xote com vanerão, grosseiramente
falando. Hoje em dia se chama Pisadinha de Piseiro.

Ressaltando que Piseiro também se remete a uma atividade social


dançante de forró principalmente no interior do nordeste em
comunidades e sítios que o chão é no barro e quando se dança ou faz
os piseiros a poeira come no centro, rsrsrsrs.

Mas claro que fantasiaram isso e trouxeram a cultura e dia-a-dia de


vaqueiros nordestinos do interior e elementos como o “Véi” para o
público urbano em geral.

Acho muito massa esses conceitos comerciais...

E ainda trouxeram tudo isso mesclado ao Forró Estilizado(pop) na


Pisadinha!

Mas terminando nosso momento “cultural”, vamos retornar a falar de


bases de forró no teclado…

Como eu estava dizendo anteriormente, para cada ritmo do forró, como


xote, existem quase que infinitas bases de sanfonas possíveis.

O desafio de fazer bases no forró é porque além dele ser bem suingado,
a rítmica geralmente não se encontra nos tempos comuns e quadrados
como baladas e rocks populares.

É como se o ritmo fosse fora do tempo ou sempre em cima ou no meio


do tempo.

Para cada gênero como Arrastapé Nordestino, Baião, Piseiro, Vanerão


Nordestino, Xote Nordestino, Forró das Antigas, tem inúmeras variações
de bases.
Se você não quiser ficar somente numa base robótica para cada ritmo,
vai precisar aprender novas bases ou criar novas bases.

E sabendo disso vai precisar desenvolver a arte de intercalar variações


de bases, acordes parados, breques e ataques.

Mas não se desespere...

Tudo começa do começo...

VEJA AS 5 ETAPAS BÁSICAS:

1 - Sua primeira vitória vai ser tocar uma base de Xote ou Piseiro num
acorde estático.

2 - Depois aplicar essa base que você aprendeu numa sequência de


acordes ou cifras de uma música.

3 - Os próximos passos serão aprender bases mais difíceis em nível


gradual de dificuldade e estilo.

4 - Quando fizer isso, você sentirá a necessidade de aprender mais


variações de bases num determinado gênero como xote por exemplo.

É meu amigo, até o estudo de forró no teclado é infinito...

5 - E por fim, você vai querer fazer bases de uma maneira mais
orgânica, natural e semelhante aos profissionais, mesmo que seja por
hobby!

Para isso você vai precisar treinar o intercalamento de variações nas


bases para cada ritmo.
Triângulo do Sanfonado - Tópico 3

Improvisações

Quando se pensa em improvisação, já queremos ligar aos solos.


Improvisação é muito mais que isso...

Na realidade você pode improvisar numa performance musical, ou seja,


usar recursos musicais que você NÃO FARIA PARTE DA MÚSICA mas
você usou ali de improviso.

Você poderia improvisar timbres(sons), ritmos, levadas, acordes e


rearmonizações, melodias, arranjos e melodias.

O grande foco da improvisação nessa ocasião é a melodia. Aprender a


improvisar numa melodia vai te ajudar também a acompanhar melhor e
na parte de arranjos.

Mas poucos sabem que quando se fala no estudo de improvisação em


forró, jazz, samba, choro, soul, pop, etc, é necessário estudar
HARMONIA E IMPROVISAÇÃO!
E se falamos em harmonia, falamos em acordes, se falamos em
acordes falamos de progressões, se falamos de progressões falamos de
campo harmônico, se falamos de campo harmônico, falamos de
escalas.

Dá pra ver que o estudo da improvisação é profundo, apesar que dá


para simplificar o estudo.

A improvisação num determinado estilo, como forró por exemplo, sugere


que aprendamos a linguagem melódica, a sonoridade, articulações, etc.

Por isso é importante escutar as músicas de forró focando na


sonoridade da sanfona. A linguagem da improvisação no forró dá para
se estudar e através de PADRÕES MELÓDICOS onde aluno pode ir
assimilando essa linguagem.

Como mencionei anteriormente, vamos estudar escalas na


improvisação. E no forró temos escalas específicas e outras
TÉCNICAS mais simples e eficazes.

Ao dominar a improvisação, você conseguirá criar até suas próprias


músicas e arranjos. E se você dominar a linguagem e sonoridade do
forró, melhor ainda!

Lembrando que o estudo da improvisação no forró eu recomendo para


alunos que estão no nível intermediário, que já saiba tocar várias
músicas no repertório de forró, com uma boa agilidade e sabendo
fazer acompanhamentos(bases de sanfona).

E mais outra coisinha: Não é necessário saber improvisar pra tocar


forró. Mas caso você queira ir para o próximo nível, será bem vindo!
Triângulo do Sanfonado - Tópico 4
Sanfonados

Os sanfonados, puramente falando, são frases clichês usadas no forró.


Ele ajuda a lhe dar mais linguagem no forró e serve de exemplo para
criar solos e improvisos. Geralmente se usa sanfonados em finais de
frases, mas na realidade dá para usar a qualquer momento.

Para minerar sanfonados comece a escutar os sanfoneiros


acompanhando e veja se você reconhece “frases” que se repete em
várias músicas. Elas são sanfonados e você deveria ir colecionando
sanfonados.

O sanfonado pode ser apenas essas frases clichê ou o elementos do


triângulo do sanfonado: Bases de Sanfona, Improvisos na Sanfona.

Triângulo do Sanfonado - Tópico 5


Arranjos Improvisados

Por fim, temos os arranjos e ou arranjos improvisados. Aqui é onde você


trabalhará a maestria no seu acompanhamento, aqui você vai lapidar
sua arte de acompanhar(fazer bases e outras coisas inerentes ao
acompanhamento).

Quando você atingir o nível intermediário, dominando as levadas e um


pouco de improvisação, começaremos a falar em aspectos de arranjos.
Vou te contar um segredo:
As levadas são legais, mas acompanhar somente com elas, deixará a
música engessada ou menos interessante do que ela poderia ser,
principalmente no forró tradicional.

As técnicas de arranjos mais comuns são contracantos e


contrapontos.

Contracanto é uma voz ou melodia de fundo para contrastar e


embelezar a melodia principal que pode ser tocada intercaladamente
entre a melodia principal ou juntamente com ela.

Ressaltando que é um enfeite, arranjo e que nesse caso o mais comum


e indicado seria que a melodia principal tenha mais volume ou
notoriedade do que o contracanto.

Existem vários tipos de contracantos: De contorno melódico, de


resposta, de contorno harmônico...

O Contraponto é uma melodia livre em oposição a melodia principal.


Tipo, é quando você escuta o cantor cantando uma música e o
sanfoneiro “solando(se amostrando, exibindo)” no acompanhamento ao
mesmo tempo.

Se escuta muito nitidamente também nos choros. Preste atenção que


enquanto o cavaquinho, bandolim ou alguma melodia principal está
solando, o violão de 7 cordas está brincando ao mesmo tempo com
várias notas e ritmos diferentes da melodia principal.

Para usar bem a arte do contracanto e contraponto eu recomendo


fortemente que antes você estude e tente dominar a arte da
improvisação porque criar contracantos e contrapontos vai exigir uma
habilidade de criação.

Podemos ver que grande parte do estudo do forró será em cima do


ACOMPANHAMENTO/SANFONADO(bases+arranjos improvisados),
porque tem muitos elementos para trabalhar durante um bom tempo e
lapidá-los durante toda nossa vida musical.
Conclusão

Para tocar forró no teclado em nível de maestria, você precisará


melhorar com o PASSAR DOS ANOS seu domínio sobre esses 3
Pilares: Agilidade - Repertório - Sanfonado.

Também não é necessário chegar ao nível avançado para treinar


esses 3 pilares. Você pode ser feliz apenas com um nível
pré-intermediário tocando suas músicas de forró preferidas.

Desenvolva-se aos poucos, mas lembre: O PRINCIPAL PILAR que


você deve focar é o REPERTÓRIO, porque nas músicas(repertório de
forró) estão embutidos os 3 pilares do forró no teclado e tudo fará mais
sentido!

Espero que eu tenha ajudado a ampliar sua visão musical, abrir sua
mente, independente do seu nível atual.

Sei que é possível aprender e se desenvolver com “qualquer idade”...


Cada pessoa terá seus desafios e limitações…
Eu sou músico profissional e tenho...

O principal é fazer o que gosta, tocar o que gosta e aprender o que


gosta!
Então se divirta na jornada! Aproveite cada momento, cada nova base
que você aprende, cada nova música e vá avançando…

NÃO se compare com seus colegas e outros tecladistas, principalmente


os mais experientes e famosos! Prometo que será bem melhor.

Comemore suas pequenas vitórias, conquistas musicais diárias,


mensais, anuais e compare você agora com você mesmo no
passado.

Se você quiser minha ajuda com meus métodos online de forró no


teclado entre em contato no Whatsapp 83998148087.

Bons sons,
Ricardo Brito.

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