Você está na página 1de 8
abergt sanceira pstagae Peele, 202,201) - Atpica expo Tseeaap 2002008 19723 sacs recaoze LOS) ISSN 2175-3401 foereto n-ne) OAT Para Além do QI: Avaliagaéo do Comportamento Adaptativo na Deficiéncia Intelectual Silvia Cristina Marceliano Hallberg@, Denise Ruschel Bandeira'® Universidade Federal € Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brasil RESUMO ‘ADedicitncia Intletual (D1) caracterzaa por limites de incline comporament adapeatv, qu se origina no pefodo desenolvimental. © comporemento adapavo (CA) represeia o canjunto de habiidades conestiis, sodas e ptcs Que 0 ‘prendidaee excutads por pesos em ste atvidades dita. Este estado trio obeiva deta importnca do exame do‘ CA na {lag picoligieade psoas com DI. Eabordala o papel dese exe no dag, na clsificagia de gravidade eno planejamento de intervengScs eso fornecids rientages sobre procedimentoscferramentas de avaigio do CA. As consideragSes Gai situa © ‘onheciment sobre 9 CA come un feratent indiapensvel ao psicdogo qe abalha com aaalaiopcoigia da Despont necerdade de pesquiss de adapta ou constr de medidas de CA validaas par Br aterm defini inteleceal comportamenteatapativ,avalaio pscol6ica. ABSTRACT - Beyond 1Q: Assessing Adaptive Behavior in Intellectual Disabili Intellect] Disability (ID) is characterized by limitations of intelligence and adaptive behavior originating in che developmental period. Adaptive behavior represents the set of conceptual, social and practical skills learned and used by people in their daily Sctvities, This theoretical stady aims to discuss the importance of examining adaptive behavior inthe psychological assessment of people with ID. The role of this examination in the diagnosis, severity classification, and intervention planning is also addres. Guidance on procedures and tools for assessing adaptive behavior is provided. Final considerations place knowledge about adaptive behavior as an indispensable tool forthe psychologist that works evaluating ID and emphasize the need for adaptation oF construction of validated adaptive behavior measures for Brazil ‘Keywords: intellectual disability adaptive behavior; psychological assessment. RESUMEN ~ Mas Allé del Coeficiente Intelectual: Evaluacién del Comportamiento Adaptativo en la Discapacidad Intelectual [a Discapacidad Intelectal (DI) se caracteriza por limitaciones de inteligencia y conducta adaptativa (CA) que se originan, perfodo de desarrollo. La CA representa el conjunto de habilidades conceptuaes, sociales y précticas que las personas aprenden y realizan en sus actividades diarias. Este estudio térico tiene como objetivo discutir la importancia de examinar la CA en la ‘valuacign psicoldgica de ls personas con DI. Se discute el papel de este examen en el diagnSstico,laclasificacin de la gravedad nel y ls planificacign de la intervencisn; asimismo, se proporciona orientacin sobre procedimientos y herramientas pata evalua Ia ‘conducts adaptativa, Las consideraciones finales sitdan el eonocimicnto sabre la CA como una herramienta indispensable para el profesional que rabaja con la evaluacign psicoldgiea dela DIy sefiala la necesidad de investigacion dela adaptaci6n o consirucci6n de medidas de CA valdadas para Brasil Palabras clave; discapacidad intelectual; conduct adaptati 5: evaluacign psicolbgiea, Mesmo antes do advento dos testes de inteligéncia, A inteligéneia € um dos construtos mais estuda- entre os anos 1900, Deficigncia Intelectual (DI) era des- crita em termos relacionados 20 que hoje é chamado de prejulzos em comportamento adaptative (CA), Embora 4 presenga desses prejuizos fica parte da definicio ope~ ional da DI desde 1959, historicamente sua medicio se mostrou secundaria em relagio 8 afericio do funcio- ramento intelectual para a determinagio do transtorno (Fassé et al, 2012) Santa Ceci, 003-208, Pto lege AST: 132085352 8 ma dos pela Psicologia. Testes de capacidade intelectual ji cram utilizados muitas décadas antes do surgimento da que © funcionamento intelectual foi inicialmente mais bem compreendido e capaz de ser formalmente medido, tornou-se um ponto de apoio importante no contexte da avaliagio da DI (Candeias et al., 2008; Tassé et al, 2016), primeira escala de prejuizos em CA. Uma rdera@uigs ir ‘Avsingse Poeolézies, 2021, 201%). pp s6tase (362 (Wate 5.6 a tesandedrs, A solicitagio pelo levantamento do Quociente de Inteligencia (Ql), ntimero que expressa a eapacidade in telectual geral, aerida por testes padronizados (Wechsler, 1939), ainda ¢ uma realidade muito presente no cotidiano do psicdlogo. Entretanto, a avaliagio que se restringe 20 ‘mero levantamento da capacidade intelectiva é de pouca valia para fundamentar o diagnéstico e orientar decisdes terapéuticas em casos envolvendo suspeita de DI Para além de medir inteligéncia, observa-se uma crescente valorizagio do exame do funcionamento adaptativo no contexto da DI (Mecca etal, 2015), Este estudo tesrico objetiva discutir a importincia da investigacio do CA na avaliagio psicol6gica de pes soas com DI. Além de abordar 0 papel desse exame para diagndstico do transtomo, classificacao de sua gravidade e planejamento de intervengSes serio fornecidas orie tages sobre procedimentos e ferramentas para melhor avaliagio do CA. Garacterizando a Deficiéncia intelectual ADIE caracterizada por limitagSes significativas em. funcionamento intelectual © em CA, que sio origina das durante 0 periodo de desenvolvimento (Associacio ‘Americana de Psiquiatria [APA], 2014; Schalock et al. 20021; World Health Organization [WHO], 2018). Essa lie rmitag6es: (a) refletem uma incapacidade ou restricio no desempenho funcional de papéis ¢ tarefas socialmente esperados; (b) representam uma desvantagem substan cial para o individuo; (c) so influenciadas por varidveis contextuais; (d) podem ser mitigadas por meio de inter- vengées, apoios ou por meio da redugio de barreiras que impedem oportunidades, equidade e inclusio (Schalock etal, 2021), ‘A DI posstii miltiplas causas, curso variado © ma- nifestagdes diversas, que impactam a plena funcionali- dade do individuo ao longo da vida. E frequentemente ‘mal diagnosticada eesti relacionada a um acesso precirio aos scrvigos de satide (APA, 2014; Salvador-Carulla et al, 2011), Sua prevaléncia varia de 1 a 3% da populagio mundial e a incidéncia tende a ser maior nos pafses de baixa renda (Harris, 2006; Maulik etal., 2011). A maioria dos casos possui manifestagées leves (85%), seguidos da DI moderada (10%), severa (4%) ¢ profunnda (1%) (King etal, 2009), No Brasil, a ocorréncia da DI é estimada em 0,8% da populagio. Desse total, mais da metade (54,89) pos- sui grau intenso ou muito intenso de prejuizos funcio- nais. Somente 30% dos deficientes intelectuais, no pats, frequentam algum servigo de_reabilitagio.em_satide Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica [IBGE], 2013) Garacterizando o Comportamento Adaptativo e seus Dominios ‘© CA representa o “conjunto de habilidades con- ceituais, sociais e priticas que foram aprendidas e 362) Avalinghe Psieol6ren, 2071, 2005, pp 361-368 slo executadas por pessoas em suas vidas cotidianas” (Schalock et al, 2021, p. 32). Refere-se i eficiéncia com. que o individuo toma conta de si se relaciona com os outros em sua vide digria (Grossman, 1983). Trata-se de “audio bem uma pessoa alcanca padrées de sua eomuni= dade em termos de independéncia pessoal ¢ responsabili- dade social em comparacio a outros com idade e antece~ dentes socioculturais similares” (APA, 2014, p. 37). Pode ainda ser definido como o desempenho autossuficiente das atividades didrias que so necessérias para vida pes- soal ¢ social (Sparrow et al, 2019), Sio aquelas tarefis que o individuo rotineiramente executa em scu dia a dia, sem avisos, apoios ou lembretes (Saulnier, & Klaiman, 2018), ‘Como principais caracteristcas do CA, pode-se des- tacar que ele 4) €relacionado a idade; ) possui correlagio com func ©) € dependente de contexto; 4) € modificivel; «) € aferido com base no desempenho tipico: £) € composto por trés dominios namento intelectual; © fancionamento adaptative de uma pessoa no pode ser compreendido dissociado de sua idade. O CA€ relacionado as expectativas em termos de funcionalidade para determinandos grupos etérios. As habilidades adap tativas tipicas de um pré-escolar, por exemplo, so muito diferentes daquelas esperadas em adultos. Além disso, clas tendem a aumentar de complexidade conforme a dade, até atingir um platé na vida adulta. Individuos acu- ‘mulam um repert6rio maior € mais complexo de capaci- dades adaptativas 4 medida que envelhecem. Ainda em relacio 4 idade, desempenhos em escores de CA apre~ sentam maior variabilidade nos individuos mais jovens © maior estabilidade em adultos (Tassé et al., 2018). ‘Outra caracteristica do CA é sua forte correlagio com funcionamento intelectual. Apesar de correlacio~ nados, nio existe estuidos publicados que apoiem um nnexo de causalidade entre inteligéncia © habilidades adaptativas. Prejutzos em CA nio sio ocasionados por limitagées intelectuais, embora essas condicées possam ‘ocorrer concomitantemente (Tassé ct a., 2016). ‘Também o funcionamento adaptativo é dependente de contexto, pois 0 que € exigido em termos de cond- tas adaptativas varia conforme aspectos culturais. Assim, limitagées em CA sio investigadas tendo em vista 0 am= biente tipico dos grupos etérios ¢ do grupo cultural da pessoa avaliada (Tassé etal, 2018). Ainda, o CA é um construto modificivel, suseetivel, a incremento ¢ deterioracio. O ganho de experiéncias € aprendizagens, que o desenvolvimento acarreta, contti- buem para o aumento de CA, Intervengdes terapéuticas ow a falta delas podem resultar em alteragdes em fun- ges adaptativas. Mudancas ambientais, como migracio, Comportarento Adaptatvo« Defeitnlainteeetsl J hospitalizagio ou encarceramento, podem afetar as ha~ bilidades adaptativas. Igualmente eventos traumiticos, como abuso fisico ou emocional, podem alterar niveis de CA (AAIDD, 2015; APA, 2014; Saulnicr, & Klaiman, 2018a; Tassé et al, 2012) Fm contraste coma inteligéncia, que é aferida a par- tir do desempenho maximo, 0 CA é avaliado com base no desempenho tipico do individuo durante a exeeugio de rotinas disrias © em circunstincias variéveis. Para a avaliagio do desenvolvimento do CA, 0 examinador pre~ cisa saber 0 que a erianga normalmente faz, Se 0 fan~ cionamento intelectual € entendido como um repertério das capacidades de um indivfduo, © CA é melhor repre~ sentado como a aplicacio funcional dessas capacidades. Essa distingio ajuda a entender, por exemplo, uma ques~ to critica em autistas com bom rendimento intelectual qu, mesmo tendo capacidade intelectiva preservada, no apresentam plena funcionalidade em seu cotidiano para realizagio de tarefas sociais, priticas, académicas ou pro- fissionais (Harman, & Smith-Bonahve, 2017; Sparrow et al., 2019; Tassé etal, 2012, 2018). ‘© CA é composto por trés dominios: conecitual, social e pritico (APA, 2014; Schalock et al., 2021), O dominio conceitual envolve competéncias em termos de meméria, linguagem, leitura, eserita, racioeinio ma- temitico, aquisicio de conhecimentas priticos, solucio de problemas e julgamento em situagées novas. Também envolve a compreensio de dinheiro, de tempo ¢ de con ccitos numéricos (Tassé etal, 2018). Fmbora o dominio conceitual inclua muitas habilidades cognitivas, 0 psi- célogo nao deve confindi-lo com eficiéncia ‘Uma crianga pode apresentar QI preservado ¢ mesmo assim manifestar prejufzos na dimensio conceitual. Nos casos envolvendo DI, os prejusizos em habi- lidades conceituais podem ser verificados por meio de dificuldades em organizar ou planejar atividades faturas de forma independente, para resolver problemas ou ad ministrar de modo adequado situagées comploxas, para pensar de modo l6gico e abstrato. Hi ainda dificuldades para comunicar pensamentos ou ideias complexas e para compreender simbolos sofisticados, como operages ma~ temiticas (Schalock etal, 2012), ‘© dominio social abarca percepgio de pensamen- tos, sentimentos e experiéncias dos outros, empatia, ha- bilidades de comunicagio interpessoal, habilidades para fazer amizade ¢ julgamento social (APA, 2014). Além de incluir essas habilidades sociocmocionais, a dimensio social envolve autoestima, responsabilidade social, cre~ dulidade, capacidade para seguir regras, habilidade para evitar ser vitima e resolucio de problemas sociais (Tassé etal, 2018) Problemas em habilidades adaptativas sociais, em casos de DI, sio observados por meio de um julgamen- to social prejudicado e dificuldades para aprender a par- tir das experiéncias, especialmente no que diz respeito 3s interagSes com outras pessoas. Hi maior risco de intelectual vitimizagio devido dificuldades para entender ¢ seguir leis em situagées complexas, além de dificuldades para saber em quem confiar. Frequentemente, a pessoa com DI nio discrimina as circunstincias seguras das perigo~ sas. Pode apresentar ingenuidade © sugestionabilidade nas interagGes com os outros, além de desejo inadequado de agradar figuras de autoridade bascadas na compreen- slo limitada das situagdes (Schalock et al, 2012). © dominio pritico compreende capacidade de aprendizagem e autogestio em todos os censrios da vida, como refletido nos euidados pessoais, responsabilidades académicas ou profissionais, administragio do dinheiro, recreacio, autocontrole comportamental ¢ organizacio de tarefas escolares laborais (APA, 2014). Inclui ainda as habilidades necessirias para manutencio de um am- Diente seguro ¢ cuidados com satide (Tassé etal, 2018). Nos casos envolvendo DI, os prejuizos no dominio pritico comumente se manifestam por meio de dificul- dades para realizar as atividades da vida didria de modo independente. F dificil organizar refeigdes, manter co promissos © mancjar medicagées de modo seguro. Hi comprometimento nas habilidades ocupacionais. Por cexemplo, possum dificuldades para obter um empre~ g0 fixo que cubra despesas, para conviver com colegas de trabalho e superiores, para lidar adequadamente com conflitos laborais ¢ para manter um trabalho de alta qua~ lidade sob pressio. Também hé limitagSes na administra- io do dinheiro, E comum o comportamento de empres- tar rendimentos para pessoas que nio pagam de volta, passar propriedades ou direitos a outros e fazer compras inconsistentes com o orgamento, Ainda hi incapacidades para manutencio de um ambiente seguro. Por exemplo, € comum a falta de precaucio com guarda de produtos de limpeza, remédios ou comida © ha pouco cuidado na lida com cletricidade, vefculos © maquinatios (Schalock etal, 2012), Comportamento Adaptativo ¢ 0 Diagnéstico da Deficigncia intelectual Por definicio, héatrasos de funcionamento adaptati- vo em todos os individuos com DI (Saunier, & Klaiman, 20182). Por essa razio, a avaliagio psicol6gica para fins de esclarecimento diagndstico em casos de suspeita de DI deve incluir o exame de habilidades adaptativas. Tanto a inteligéncia quanto o CA deven ser avaliados, no ha- vendo qualquer tipo de priorizacio ou sequéncia prescri- ta para essa investigaco. Qualquer tentativa de encurtar © processo de investigagio de uma possivel DI, realizan- do apenas metade da avaliagio necessaria € inconsistente com a responsabilidade profissional (Tassé etal, 2016). Para se obter informagies vilidas subre prejuizosem CA, que irdo subsidiar 0 diagnéstico de DI, é necessirio © uso de julgamento clinico e de medidas psicométricas adequadas e individualmente administradas. Um diag néstico valido deve ainda levar em conta a diversidade cultural e lingufstica, bem como as diferengas nos fatores Avaliagio sieolies, 207,201), pp sense (368 (Wate 5.6 a tesandedrs, dde comunicacio, sensoriais, motores e comportamentais ndos (APA, 2014; Schalock etal, 2021), Prejutzos significativos em CA sio determinados quando pelo menos um de seus dominios (conceitual, so- cial, prtico) esti suficientemente prejudieado a ponto de ser necessirio apoio continuo para que 0 cxaminando te- nha desempenho adequado em um ou mais contextos,tais como escola, Ioeal de trabalho out em casa operacionalizado na ocorréncia de um desempenho que € aproximadamente dois desvios padrio abaixo da média em tum dos trés dominios de CA (conceitual, social ou priti- 0) ou numa pontuacio geral de uma medida padronizada de funcionamento adaptativo. Além disso, na interpreta- io desses escores, assim como na afericio de qualquer outra medida em Psicologia, o avaliador deve atentar para erro padrio de mensuragio ¢ imitagées dos instrumen- tos (APA, 2014; Schalock et al, 2021; WHO, 2018) dos examin Comportamento Adaptativo ea Classificagio da Deficiéncia intelectual ‘Umma vez estabelecido 0 diagndstico, pode-se espe- ciffcar a gravidade da DI. Esse processo de clastic esti a servico de levantar mais informagées sabre 0 caso avaliado e embasar, da forma mais completa possivel, as decises necessirias a terapéutica e ineremento da fan cionalidade (Schalock, & Luckasson, 2015). O DSM-5 € a CID-11 classificam a DI conforme a sua gravidade em leve, modetada, grave e profunda. Esses especificadores so definidos com base no CA e nao mais em escores de QU (APA, 2014; Schalock et al, 2021; WHO, 2018) ‘A classificagio leve denota dificuldades na aquisicio © compreensio de conceitos complexos de linguagem € de educacio formal. A maioria das pessoas nessa catego~ ria consegue executar bem atividades domésticas bisicas © de autocuidado. Frequentemente conseguem manter ‘um emprego e um modo de vide relativamente indepen dente, Por sua ver, individuos afetados por DI de clas sificagio moderada apresentam linguagem ¢ capacidade para aquisicao de habilidades académicas mais limitadas Alguns podem dominar as atividades domésticas bisicas de autocuidado, mas a maioria requer um apoio consi- doravel e consistente para conseguir uma vida indepen dente trabalho (APA, 2014; WHO, 2018). A DI de chssificagio grave cursa com linguagem © capacidade para aquisigio de habilidades acadi riuito prejudicadas. Geralmente hi co-ocorréncia de doficiéncias motoras e necessidade de apoio digrio em tum ambiente supervisionado para um euidado adequa- do, Com treinamento intensivo, € possivel a aquisigio de habilidades bisicas de autocuidado. JA os individuos afetados por DI de classificagio profunda possuem co- ‘muunicagio muito limitada ¢ capacidade para aprendizado formal restrita a conhecimentos mais bisicos ¢ concre~ tos. E comum a presenga de deficiéncias motoras e sen soriais. Normalmente, requerem suporte digrio em um ambiente supervisionado para um cuidado adequado. Os 368) Avalingte Poiealézien, 2021 casos de nivel grave e profundo sio distinguidos exclusi- vamente com base nas diferengas de CA porque medidas de QI sio menos vilidas na extremidade mais inferior da variagio desse coeficiente (APA, 2014; WHO, 2018). Compertamento Adaptative o Mapeamento de Areas que Necessitam de Intervencées ‘A avaliagio psicéloga no contexto da DI, além de frequentemente se restringir ao exame do funcionamen- to intelectual, costuma ser pobre no oferecimento de propostas de agées terapéutieas (Selau, Hallberg, et al, 2020). Como muitas intervengSes em DI incluem o de~ senvolvimento das habilidades necessirias para promo- vera independéncia apropriada 3 idade, a investigagio de -giuizos em CA pode auxiliar no planejamento de in- tervencGes voltadas a oportunizar um estilo de vida mais auténomo ¢ funcional para o examinando, Intervengées precoces, individualizadas e continuadas podem incre~ ‘mentar a qualidade de vida e melhorar a apresentacio da DI. Mesmo em criangas mais velhas e adultos, o nivel de apoio oferecido € capaz de possibilitar a melhor fungbes adaptativas © na participagio em todas as ativida- des cotidianas (Saulnier, & Klaiman, 2018) ‘A avaliagio do CA € capaz de ser usada de forma cficaz para fornecer uma estrutura de apoios, metas para educacio ¢ reabilitagio (Tassé, 2009). Isso porque uma avaliagio abrangente das habilidades adaptativas ajuda a identifiar pontos fortes © necessidades, além de focar «em metas importantes para programas de intervengi0. O planejamento de intervengSes em CA parte do pressu- posto de que dentro do funcionamento humano as limi= tages coexistem com reas preservadas ¢ pontos fortes (Schalock et al., 2021), ‘A maioria das pessoas que demonstra déficits signifi- cativos em algum dos dominios do CA também exibe bom desempenho em outros (Tassé et al, 2018). Por exemplo, ‘um eximinando pode apresentar um adequado desenvol- vimento de habilidades conceituaise priticas, mas possuir prejufzos no dominio social. © mapeamento dessas Sreas preservadas ¢ prejudicadas ¢ stil para o clinico que deseja desenvolver um perfil das apoios necessérios ¢ priorizar estratégias de intervengio (Schalock etal, 2021, 2012) ‘Assim, um passo imporante para determinar drcas, que necessitam de intervengies terapéuticas € condu- vir uma aferigio apropriada do CA e identificar atrasos ou deficits adaptativos. Além de correspondrem a uma pega-chave no planejamento de ages terapéuticas, medi- gies de CA server para avaliar 0 resultado dessas inter- vengdes. A avaliacio desses resultados € pertinente para orientar quanto 3 manutengio ou mudangas de estraté-~ gias de apoio (Saulnier, 8 Klaiman, 20188), Avaliagio do Comportamento Adaptative Dado o papel essencial do CA para o diagnéstico, a classificagio e o planejamento de intervengies em DI, © conhecimento sobre os procedimentos e instrumentos Comportarento Adaptatvo« Defiitnlainteleetsl J de investigacio desse construto € indispensivel ao psic6- logo que trabalha avaliando esses casos. Nesse contexto, a AAIDD (Schalock et al, 2021) recomenda que a afe- rigio do CA scja fundamentada em trés pressupostos. Primeiramente, a avaliagio deve ser baseada no desem= penho tipico, O funcionamento adaptative nao é uma ‘medida de capacidade ou conhecimento, mas sim daqui- lo que o individuo tipicamente far e do grau de inde pendéncia na realizacio dessas habilidades (Schalock et al, 2021; Tassé, 2009). Trata-se daquilo que a pessoa nor- malmente faz, em ver do que poderia fazer. Em segundo lugar, deve-se procurar mapear tanto as éreas preserva~ das, quanto as prejudicadas. Limitagées em habilidades adaptativas frequentemente coexistem com pontos fortes em individuos com DI. Por tltimo, a avaliagao deve ser feita tendo em vista os aspectos culturas, © grupo etirio do examinando o apoio individualizado que necessita (Schalock et al, 2021), ‘A avaliagio do CA pode ser realizada por meio de observacio direta, entrevistas ¢ uso de medidas indivi- dualizadas, culturalmente adaptadas e psicometricamen- te adequadas (APA, 2014; Saulnier, & Klaiman, 20184; Schalock et al., 2021, 2012; WHO, 2018). Além disso, estabelecer um bom relacionamento com 0 cxaminando € seus cuidadores diretos, usar miiltiplos respondentes ¢ diversas fontes documentais de informagio sio cle- ‘mentos criticos para garantir a confiabilidade de dados sobre 0 desenvolvimento do CA (Harrison, & Oakland, 2003). Sao exemplos de fontes documentais de informa Gio os registros escolares, os exames médicos, os laudos psicoldgieos prévios ¢ os relatérios de desempenho labo ral (Tassé et al., 2012). Todas essas informagées devem ser coletadas de modo a corroborar os dados obtidos por ‘meio da avaliagio padronizada (Tassé, 2009). (Os instrumentos padronizados de avaliacio do CA podem ser respondidos diretamente ou por meio de um processo de entrevista, com dados fornecidos por miil- tiplos respondentes. As medidas podem ser empregadas com informantes (pais ou membros da familia, professo- res ou provedor de cuidados) ¢ com o préprio cxaminan~ do, na medida do possivel (APA, 2014; Tassé tal, 2012, 2018). Ressalva-se, entretanto, que medidas administra~ das por autorrelato iio devem ser tilizadas para fins de diagnéstico da DI (Harrison, & Oakland, 2003; Saulnier, & Klaiman, 20184; Tassé et al., 2012). Nesses censios, € essencial que 0 respondente seja alguém que conhece bem 2 pessoa avaliada, incluindo algum familiar, amigo, professor, colega de trabalho, empregador ou profissional envolvido nos cuidados terapéuticos (Tissé et al, 2018), ‘Atualmente, hé mais de 30 testes de inteligéncia disponi- veis para uso no Brasil, Diferentemente de instrumentos de avaliacio do fancionamento intelectual nio hi medidas de CA padronizadas para a populacio brasileira. Isso im- possibilta a condugio de avaliagdes com respaldo psico- rétrico adequado, fazendo com que muitos profissionais optem pelo levantamento de dados mediante entrevistas ¢ julgamento subjetivo. Essa incipiéncia nfo somente impacta © diagnéstico, clasificacio e terapéutica da DI, no pais, como também obstaculiza a producio cientifica nacional sobre o tema. Assim, hi importante demanda de estudos de adaptagio e de verificagio de propriedades psicométricas de medidas de CA no contexto brasiliro (Ferreira et al, 2015; Teixeira et al, 2018). ‘A Tabela 1 apresenta uma relagio, em ordem ero- nolégica de publicacio, das medidas de CA mais conhe~ cidas no mundo. Dos instrumentas relacionados, dois sio considera- dos padrio ouro em aferigio de CA: a Vineland Adaptive Behavior Scles-3’edicio (VABS-IID) e 0 Adaptive Behavior Assessment System-3*edigio (ABAS-IID) (Teixeira et al. 2018). A VABS-III é administrada individualmente, por ‘meio de uma entrevista. E voltada para medir CA de indi- viduos de zero a 90 anos ou mais de idade, Além de avaliar © CA ¢ seus trés dominios (conceitual, social © pritico), também informa sobre habilidades motoras e compor- tamento desadaptativo, © tempo de administracio varia de acordo com a forma usada, pois possti protocolos de entrevista abrangente (40 a 50 minutos de duragio) ¢ de curta aplicagio (8 a 10 minutos de duracéo), Possui tam= bbém versées especificas para pais © outra para professores (Sparrow et al, 2019). Foi lancada uma tradugio recente dda VABS-AI do inglés para 0 portugués. Essa traducio se encontra disponivel para uso no Brasil, mas a publicacio iio abarcou estudos com amostra brasileira, Isso implica ue, a0 interpretar os resultados, 0 psicélogo deve ter em ‘mente que est realizando uma comparagio de escores en tre individuos norte-americanos ¢ brasiliros (© ABAS-IIT igualmente € administrado indivi- dualmente e por meio de uma entrevista. Mede CA de individuos de zero a 89 anos de idade. Leva entre 15 € 20 minutos para sua aplicacio. Pais, familiares, profes- sores, flancionarios de creches, supervisores, conselhei~ ros ou outras pessoas familiarizadas com as atividades digrias da pessoa avaliada podem ser os respondentes. lém disso, o formulério adulto pode ser administrado por autorrclato, © ABAS-IIL abrange os trés dominios adaptativos: conceitual, social e prético. Cada formuli- rio avalia nove ou 10 reas de habilidades com base na faixa etiria, Os itens se concentram em atividades difrias necessérias para atender as demandas ambientais, cuidar de sie interagir com os outros de maneira efieaz e inde~ pendente (Harrison, & Oakland, 2015). Apesar de ainda no estar disponivel para uso no Brasil, uma adaptacZo do ABAS-III a0 contexto nacional, que ineluem estudos com amostras brasileira, esté sendo desenvolvida. Em processo de publicagio, 0 Inventirio Dimensional de Avaliagio do Desenvolvimento Infantil (IDADI) avalia atrasos no desenvolvimento de criangas de quatro a 72:meses de idade e também pode ser respon ido por professores. Uma das dimensées medidas pelo inventirio € 0 CA co instrumento possui estudos com amostra brasileira. (Silva et al., 2019). ‘Avaliagio Psieolies, 207,201), pp seine (365 (Water 5.6 a tesandedrs, 08 Tabela 1 Medidas de Comportamente Adaptativo Medidas ‘Ano de publicagae Idade-alvo Vineland Social Maturity Scale 1935 Nascimento A maturidade ‘AAMD" Adaptive Behavior Scale 1959 3a 17 anos ‘AAMD Adaptive Behavior Scale, Public School Version 1975 __1anoe 3 meses a 13 anos e7 meses ‘AAMD Adaptive Behavior Seale, School Edition 1981 3a 18 anos, Vineland Adaptive Behavior Scales (VABS) Nascimento até 18 anos € 1984 timeses de idade \VABS Classroom Ea 1985 3a 12 anos e 3 meses de idade "AAMR™ Adaptive Behavior Seale School:2 1993 3a 18anos Scales od Independent Behavior Scale, Revised (SIB-R) 1996 Nascimento até 80 anos ‘Adaptive Behavior Assessment System (ABAS) 2000 __ Nascimento até 89 anos ABAS-II 2002 Nascimento até 89 anos, VABS-II 2004 Nascimento até + $0 anos ‘Adaptive Behavior Evaluation Scale, Revised, Second Edition (ABES-II) 2006 4a 18 anos, ABAS-IIL 2015 __ Nascimento a 9 anos ‘VABS-IIL 2016 __ Nascimento a 90 anos ou mais ABES-IIL 2017 4a18 anos, Diagnostic Adaptive Behavior Scale (DABS) 2018 4a21 anos, Fonte, Saulnier e Klaiman (20183). “Aesocia de Retardo Mental. Nome prévio da AAIDD ‘Outros estudos pertinentes ao tema estio em curso no Brasil. Selau, Silva, etl. (2020) esté desenvolvendo a Escala de Funcionamento Adaptativo para Deficiéncia Intelectual (EFA-D1). Construida para avaliar © CA de individuos com DI e entre 7 a 15 anos de idade, a me~ dida se encontra em processo de validacio (Selau, Silva, etal, 2020), Hallberg (2019) esta adaptando ¢ validando a Diagnostic Adaptive Behavior Scale (DABS). De propre dade da AAIDD, a escala fornece informagies conf veis e vilidas sobre limitagées em habilidades adapta~ tivas de individuos entre 4a 21 anos de idade. Tanto a EFA-DI quanto a DABS possem estudos com amostra brasileira Consideragées Finais éncia € um construto bastante estudado pela Psicologia. Testes para medi-la estio hé muito dis- pontveis aos profissionais, Se o levantamento do QU é re- alizado com relative conforto pela maioria dos psicélogos que trabalham com avaliacio psicolégica envolvendo a DI, o mesmo nio pode ser dito em relacio 3 investigagio do funcionamento adaptativo, 366) Avalingie Poieaiézien, 2021, 2018), pp 61-368 jo Americana de Deficiéncia Mental. Nome prévie da AAIDD.“ Assoc io Americana Para além da mera aferigio da eficigncia intelee- tual, a avaliacio psicol6gica € capaz de oferecer outras informagées sobre esses casos. Dados extraidos a partir da investigagio do CA sio de muita valia para um en- tendimento aprofundado da fancionalidade da pessoa ada, Posstiem um papel esseneial nos processos de diagnéstico, classificacao de gravidade e planejamento de intervengées. Por esse motivo, © conhecimento sobre 0 CA é uma ferramenta indispensével 20 psicélogo que tra- balha com a avaliacio psicolégica da DI Essas avaliagSes, no pals, sio prejudicadas pela ca- réncia de instrumentos padronizados para a populagio brasileira. Essa lacuna também impacta o desenvolvi- mento da produgio cientifica nacional sobre CA e DI Assim, € necessirio o investimento de pesquisas de adaptacio ou desenvolvimento de instrumentos de CA validados ¢ normatizados para o Brasil. Apesar desse e nirio, alguns estudos recentes sobre construgio, adap tacio e evidéncias de validade de escalas que avaliam prejufzos em funcionamento adaptativo sinalizam uma perspectiva fistura positiva para @ aumento do conhe- cimento sobre CA e para clinica psicolégica de pessoas com DI no Brasil. Comportarento Adaptatvo« Defiitnlainteleetsl J Agradecimentos io ha mengées. Financiamento ‘A presente pesquisa nao recebeu nenhtuma fonte de financiamento sendo custeada com recursos dos proprios Gontribuigées dos autores Declaramos que todos os autores. participaram. da claboracio do manuscrito. Especificamente, o(s) autor(es) Silvia Cristina Marceliano Hallberg ¢ Denise Ruschel Bandeira participou(ram) da redagio inicial do estudo — conceitualizasio, investigacio, visualizacio, o(s) autor(es) Silvia Cristina Marceliano Hallberg ¢ Denise Ruschel Bandeira participou(ram) da andlise dos dados, os) autor(es) Silvia Cristina Marceliano Hallberg ¢ Denise Rusche] Bandeira participou(ram) da redagio 6 nal do trabalho ~ revisio ¢ edicio. Disponibilidade dos dados e materiais ‘Todos os dados ¢ sintaxes gerados © analisados durante esta pesquisa serio tratados com total sigilo devido as exigtncias do Comité de Btica em Pesquisa em Seres Humanos. Porém, 0 conjunto de dados ¢ sintaxes que apoiam as conclusses deste artigo es tio dispontveis mediante razoivel solicitagio a0 autor principal do estado, Conflito de interesses ‘Os autores declaram que no hi conflitos de Referéncias Associagio Americana de Psighiatsia (APA) (2014). Manual Diagn « Buti de ianomos Ment (5° ed), Artmed ‘American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD). (2015, Dezembeo 6)-Mare Tas Adaplatise Behavior ad the Diagrosic Adaptive Behavior Sale. tps/rwsyoutube.conytwatch’v=LmAPmPoeWEQ. Candeias,A., Almeida, Roazz, A. & Prima, R. (2008) Jniiggnia. Definigoe medida da cnfuecia de miliplsconcepees. Casa do Psicdlogo. Ferrera, EJ, Vin Munster, M, A. 2015). Métodos de avalagéo do comportamento adaptative em pessoas com deficitncia intelectual ‘Una revinio de lcratira. Revita Bdtwaydo Esper, 28(51), 193-208, httpd. org/10 5902/1984686X, Grossman, H.J. (1988). Clasifcain in Montel Reardaion. American Association on Mental Deficiency Hallberg, 8. M. (2018). Adopagio Trmscltural para 9 Portugués Brae, Eviéncias de Vaidadee Etimatioa de Pidedignidade da Diagnostic “Adetioe Behavior Sele (DABS) [Tese de Doutorado nio pblicads). Universidade Federal do Rio Grande do Su rina, J. 1, & Smith-Bonahise, 7 M, (2017), A Eseals de Comps o Adaprativo Bayley-Il Fim T. G. Weiss, T: Oakland & G.P ‘Aylward (Org), Bayly Uso Clink Inerpreago (pp. 147-166) Pearson Clinical Bras Harti, J.C. (2006) atlletal Disaity Undersending ls Development, Causes, Clason, Evaluation and ‘Teatment, Oxford University Press Harrison, PL, & Oakland, T. (2003) Adaptive Behavior sessment Stem Second Edition” Manual, Harcourt Assessment. Harrison, PL, & Oakland, T. (2013). Adaptive Behavior sessment Stem Third Eaton: Manuel. WPS. Instituto Brasileiro de Geogratia ¢ Estaistica (IBGE), (2015), Pequica nacional decade 2013: clos de vida: Brasil e grandes rier eps:lh Dibliotea.ibge govbr/visualizacaoivrsMv94522 pal King, B11, Toth, K-E., Hodapp, R. M.,& Dykens, E. M. (2009), Inellectual Disability: Em B,J Sadock, V. A. Sadock, & P Ruiz (Orgs), Comprehensive Tbk of Pca. (ed, pp. 3444-3474) Lippincott Willams & Wilkins. ‘Maulik, PK, Mascarenhas, M. N., Mathers, C.D, Dua, T, & Saxena, S. 2011). Prevalence of itllecual disability: A meta-analysis of population-based stcies, Research i Delmont Disntes, 32(2), 419-436, heps/idoiong/10.1016) xd 2010.12 018, Mecca, TP, Dias, N.M., Reppold, C.'T, Muniz, M., Gomes, C.M. A, Fioravanti-Bastos, A.C. M, Yates, D.B., Carteito, LR. R, & ‘Macedo, E. C. 2015). Funcionamento adaptative: Panorama nacional eavaliagio com 9 adaptive behavior assessment system. Revie eile: Tori e Prt, £7(2), 107-122. pao. ong 10. 15348/1980-6906/picologia v1 Pn2plU7-122 Salvador-Carull,L, Reed, G. M, Vaez-Azizi, L M., Cooper, S, Marinez-Leal,R, Bertelli, M., Adnams, C., Cooray S., Deb, S., Akoury- Diranil, L, Girimaj, S.C, Kate, G, Kiwok, H, Luckasson, R, Simeonsson, R, Walsh, C, Mossi, K, &Saxena, 8. 2011). Intellect developmental disorders: Towards anew name, definition and framework for “mental retardationvintellectual disability” in ICD-11 Word Poca, 1003), 175-180. teps:/do.org/t0-1002}, 2051-5545 2011 200045 x Saunier, CA. Klsiman, C, (20183), Adaptive Behavior Profiles in Intellecteal Disability and Genetic Disorders. Em CA, Saunier & C. siman (Ong), Eoenil f Adapioe Behavior Aseoment of Newodeelopmentel Darden. (pp. 37-78). Job Wiley & Sons. Saulhier, CA, Klsiman, C. 2018). Introduction and History af Adaptive Behavior Ey C. A. Saulaicr & C. Klaimata (Orgs), Bute of Adaptive Bhavion Asesment of Nearodevopmental Disorders. (pp. 116). John Wiley & Sons. Saulhics, CA, & Klaiman, C. 20186). The Role of Adapuve Behavior in Treatment and Interventions. Em C. A. Saulnier & C. Klaiman (Orgs), Bena of Adaptive Behavior Assent of Neurodeelopmental Disorder. (pp. 123-140). John Wiley & Sons. Schalock, RL, Luckasson, R, & Tiss, M. J. (2021). Ineletaldsbiliy: Definition, diagnass,csifation, and stems of suppos. (12° el), ‘American Assocation on Tntlleesial ad Development Disabilities Schalock, RL, Luckasson, R, Bradley, V, Buntinx, W, Lachapelle, ¥, Shogren, K.A. Snell, M. E, Thompson, J. ‘ssc, M, \Verdugo-Alonso, M.A, & Wehmeyer, M. L. (2012). User's Guide to Accompany the 1th Edition of Iulecual Disabiliy: Dejntion, Casistion, and Systems of Suppor, Ararican Association on intellects and Development Disabiliies Schalock, RL, Luckasson, R. (2015) A systematic approach to subgroup classification in intellectual disability Iellatual and Developmental Disb, 53(5), 358-366, tps/do\.org/10-1382/1934-9556-53.5.358 ‘Avaliagio Psieslies, 207,200), pp sei-ase (367 (Wate 5.6 a tesandedrs, Sela, T, Silva, M.A. & Bandeirs, D.R. (2020). Construsio eevidéncias de vlidade de conteido da eseala de funcionamento adapeativo pata dficgnciaintclecuual (EFA-DI). Avia Psp, 19(3), 333-341. hups:/ido\.or/10.1568/ap 2020 1903.17952.11 Selau, T, Hallberg 8. C. M,, & Bandeira, D. R. 2020, Junho 1-8) Systematic Review and Meta-analysis of Interventions in Adaptive ‘Behavior for Children and Adolescents with Intellectual Disbiltes (Aprescmtacio de Poster]. L4ith American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD) Annual Meeting, Pitsburgh, PA, Estados Unidos da América. tps:/Awww. snidd.orgeducationannital-conference/atchives2020-xnnval-confetenee. Silva, M.A, Mendonca Filho, EJ, & Bandeira, D. R. (2019). Development of the dimensional inventory of child development assessment (DAD). Psco-USF 24(1) 11-26, bepsfdo\.ong/10-1590/1413-82712019240102, Sparrow, S. S, Ciechets, D. V,& Saunier, C.A. (2019), Vineland-3 Bzalas de Comportamento Adapativo Vineland — Manuel. Pearson Clinical Brasil “Tassé, MJ. (2000). Adaptive Behavior Assessment and the Diagnosis of Mental Retardation in Capital Cases. Applied Neuropathology, 162), 1142128. hupsjdos.org/0.1080/0908428090286445 ‘Tassé, M, J, Luckisson, R., & Schalock, RT. (2016). The felation berween intellectual functioning and adaptive behavior inthe diagnosis ‘of intellectaal disability. Ielectual And Developmental Disabilities, 54(6), 381-390. betps/doi.ong/10.1382/1934-9556-54 6.381 Tassé, M.J, Schalock, RT, Balboni, J, Bersani, H.A. Jr Borthwiek-Daty S.A, Sprest,S, Thissen, D., Widaman, KF, & Zhang, D. (2018). Digqnostic Adepve Bevo Sele Vic's Manual. American Assocation on Intellectual and Development Disabilities "ssé, M. J, Schalock, XL, Balboni, G., Bersani, H., Borthwick-Dlfy,S. A, Spreat, S, Thisen, D., Widaman, K.P, &Zbang, D. (2012). "The construct of adaptive Behavior ts conceptualization, measurement, and use inthe field of intllecrual disability. Amencan Journal on Iriel and Developmental Disb, 117), 291-303, htps/de. org/10-1352/1944-7558-117.4.291 “Teiscrs, M, C, T, V, Tala, TL, Santos, A, & Carteito, L, R, R. 2018), Deficitnca intelectual contsbuigdes para sua identiicago © svalagio. Ema C. AHL Amato, D. Brunoni & 2 S. Boggio (Orgs), Disibis do desenolement exudes ierdinplnans. (pp. 78-87) ‘Memon. Wechsler, D. (1939). The Mesurement feds inligenc. Walliams & Wilkins. ‘World Healt Organization (WHO) (2018) Jtertional Clasfcation of Dieses fr Mortality and Morbidity Staite (ICD 1). katps:ed.who. inven, reeebid em janie de 2020, ‘provade en abr de 2021 Sobre as autoras Silvia Cristina Mareeliano Hallberg é Pricsloga dowtorands do Progratna de Pés-Graduagio em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UERGS), Denise Ruschel Bandeira ¢ PsicSloga, professora¢ orientadora do Programa de Pés-Craduagio em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UERGS). ‘Come citar este artigo Hallberg, S-C.M.,8 Bandeira, DR. (2021) Paraalém do Ql: avallacdo do comportamento adapttivo na DeficgnciaInelectual. Avalide Pricliia,20(3), 361-368. htep:/dx doi org 10.15689/ap 2021 2003.19733.10 368) Avalinghe Psieoisrien, 2071, 2005, pp 361-368

Você também pode gostar