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POESIA E TEMPOS SOMBRIOS: ALGUMA POESIA HOIJE! Atravessar a obseuridade aclara. Do rigor da austneia surge o sentido, O que foi se renova e revém sob luz rara. Viver inclui o que poderia ter sido. Dupa MacHapo? TeM ME IMPRESSIONADO A referéncia a Paul Celan na producao recente de alguns poetas brasileiros dos tiltimos dez anos. Co- nhecia 0 poema de Sebastiaio Uchoa Leite, em A Ficgdo-vida,? “Anotacao 2: Uma palavra”, que se refere a ele que escrevia com “sombras escritas por pedras”. E um ensaio de Costa Lima* sobre Sebastiao tem por epigrafe um verso de Celan, de Von Schwelle cur Schwelle (De limiar em limiar) que diz “fala a verdade quem fala a sombra”. Uma afinidade fora encontrada. Mas, além dis- s0, descobri o livro de Cléudia Roquette-Pinto, Zona de som- bra,’ que tem uma epigrafe de Celan: “Dé também sentido ao seu dito:/dé-Ihe a sombra.” Versos do mesmo poema, asombra aparece aqui como densidade que esses all o que fica as vezes no rascunho, con Filho: O que ficou atrds, no escure do rascunho, cego e rasura nao para de irradiar — segr aque aflemat “ Hans Bender” frase na “Carta. em ‘Paul Celan tem ber céus sombrios €.-- EXiStEM Poucoy “Vivernos $0" \bém tao pou oe Talen por iss0 exstamm tam ° POUCOS Pog. seres re “Jesua primeira radugio para o portugues vir dog mas."’ Apesat 70, rornov-se um poeta mais lido por alguns poetas brag. anos 70, tormon da, Como entender esa leitura mais regen, Ire hia dea Co dos 005 5070, £2 O a época da adc de 70, poraue privleg ee eda uma cra ionia vamos ainda ur petit, Penso ANE fe8608 NESS algung Figo oye radicaldade na linguagem, Mas sua tentaig Fo ro aranca a poesia dese cu dessperanged, i ie labalmente. A dificuldade resist, coma sae ae Maneres “Seem nossa propria ferra/menos € menog aoa anzléabeczaindigcrivel” Unimigo Rumor 19, FO soa Cabral esa nova geragso tesoa também Mul Mendes um Drummond tigico. Como outro veio do moder. no, otrgico ficou recalcado, dada a nossa opgio por uma ale gris como prova dos nove, solar € por um privilégio do mo: {etnismo hegem@nico fusurista e construtivo, Nos Retratorne dimpago,lvro de Murilo em que explora a proximnidade com pintorese esritores europeus, mostra afinidades com um Max Ernst, Giacometti, De Chirico ¢ outros, a0 tragarem uma outta inka moderns, quenasua vertente brasilctaaparcee em God por exemplo, na gravura, e, na literatura, em Cornelio Pena. Também o otimismo ficil da industria cultural veicula um imaginério capitalista, domesticado e grosseiro, que impée me- diocridade € torna o tom coloquial ¢ a irreveréncia da piada - modernista, formas desgastadas no seu potencial subversivo, pois se transformam na boa forma, sem surpresa, engragadinha. Hi 05 que ainda as exploram, fazendo média com a sociedade do espeticulo, Comentando o livro de Debord,” Giorgio Agamben' se Pergunta como fica o pensamento, pois é claro que o espetdculo 6 corimista, 0 pocma-piada oy q 7 7 se tornou a linguagem, 3 comunieabl Tingitstico do homem hoje A fonna caine ovo espetacularintegrado que Faz com quea politica nfo techs vais aver com um Estado, mas com um scontecimento de lineca. gem coms retina que concre &poréca de pens mento, Com isso reisténcia capacdade de pensat auton, divindo a poesia caarteem formasadspeada paieione ven politica da poesia se faa numa outraeicuta dalinneney tamente noadensamento de formas que, inane od cura do espeticulo, preservassem a pos pela cul- fucuro ¢ indicassem & nossa vida um ut pela dominagio da tenicae da metcadoras "POM idade de um outro AA cena atual apresenta um nimero enorme de poeta; no encanto, s6 alguns instgam a reflexio erica. © que eu quero identficar € justamente uma linguagem de cortes, ritmose sem, tidos, que, dissonantes, resistem & bea forma, & estetizagio cao congelamento das significagbes, operados pelos meios de co- smuinicagio, seguindo por uma abstaizagio que Costa Lima? js via nos poctas dos anos noventa e que continua como uma ten- tativa de aproximar poesia e pensamento, no sentido que Valéry desenvolve em seu ensaio.!® Pode-se identificar uma tentativa de refazer a paisagem, partir da auséncia, do vazio e do siléncio, abandonando uma representagio m que nio se acredita mais. Chama 2 atengio um poema como o de Cliudia Roqustte-Pinto, publicado no n® 10 de Jnimigo Rumor, “Tudo a perder”, que comeca com os ver- sos: “O que se ganha com tanta durezalque moeda cobre essa acide?” e que segue com uma constatagéo, “Tudo é comércio”, para terminar com um desejo. “Eu quero os momentos de of sis) cada vex. mais fugazes/se espaigindo da infinca’ e outra constatagio radical: “Mas atéas palavras gastaram/e poem tudo a perder.” Essa consciéncia de tempos sombrios, em que a pala- vas se desgastam (que vai continuar no seu livro Zona de som- bra), corna impossivel 0 coloquializmo pitoresco, natural e na- igitalizado com CamScanner poste esse coloquiatismg ing Awopia hoje nfo ¢ in. ti a ota Tugat uma definigio, & maj, lo a te cot MENCE OURO que oe inguagem que teima eat ee ‘linguagem da midia ¢ qe nam iste ou", Merge de soma ond sede una consciénciainfelia.no sentido de oa sc OE ao mesmo tempo € 0 lugar onde . we ‘puer -“Umaidentificagio de ecos/por FP se emende’ (Sebastiio Uchoa Leite, Corre! 6 jes esinea uma lca de sisternas explicatives, 2 ninciaa ds propSe uma condiclo: Conbecimento, ej. Mas sempre to recente aque apenasse desprende do nio-conhecimente, (*Condigo", Margem de ume onda) {in Fister, Armandd Freitas Filho acaba seu livro com “Temina’,em quea paisagem jd no aponta solugées, ¢ 0 poc- ‘m2 nfo pode mais ser canto: «seas slugs da paisagem ‘em agua, nem terra, sem cfu *lsemo serena da lua Olivo se encera sem pistaros, Hlaveria uma outta profundidade a ser buscada no exeret- gio de uma negatividade radical, caracteristica de Sebastiao ¢ de gymerto Drummond, que teaparece em Ronald Polito, quan- do ih da “medida da quancidade de orga do arrangue de nfo (‘Area de trabalho”, em De passagem'), negatividade que marca sealivto de 98, Intervalos,® em que apenas resta como residuo— “ump deass/am pensamento,E qu et nos ersos do poo snadeCelan que continuam os utados como epirafes por Cos. taLima e Cldudia Roquette-Pinto, Fala também tu: Fala — Mas nao separa o nao do sim, ("Fala também tu’, De limiar a liar) Essa poesia se torna paisagem do pensamento, mento outro, desenganado, sem otimismosficeis, mas que ain. dabusca fundar ofsis. O topos dailha é substituido pela cidade desert ou deserto, em que o ofsis tem que ser fundado, nio € mais apenas encontrdvel. Como em “Arco”, de Fia terra , um pensa- Veo livre para lugar algum onde nenhum endereso se abre para 0 pouso La ‘Imagindria realizagio do ar edo artepio, sustentada em si A possia & sempre subyersiva ¢ utépica porque pensa um ‘mundo outro, mesmo quando as saidas parecem perdidas. Diz Polit em “Janela na noice sem luz” (De passage): No compartimento de informagées compactado alguém ensaia ‘encontrar a chave perdida «ta porta (ele sabe) virtual ¢ ébvia ainda inexistente. Digitalizado com CamScanner i hecido, com secid para 0 desconhecido, como em Asi a do i de Dua Machado, que, passands “Bogen ce, ta pes ebm ele pelos ie cemsico a hae o dconheid, Ecle potencial do conhecido. - Megs sn “Urubu-abaxo” também do mesmo livro, Margene de uma ae igen que se desenha & a do terror, nada de pitoresco, mas uma funda consciencia do desasre: overdose de dezenas de dézias desovam desossam, desencarnam subtersineos jrdins de infancia de quem mais eaniga que erianga progressismo acabou: hé consciéncia de uma fabricagio massiva da miséria humana, como diz Agamben, que vé o cam- po de concentracao como o lugar inaugural da mocernidade, fem que vida biol6gica e vida piblica se tornaram indistintas. Em Meni ‘raga um quadro terrivel em que o estado de cxcegio se transformou na regra, © campo com ura na duals redina dravelmenteo condo de meso. os A paisagem solar e pit is oll om tcee Pitoresca modernisca deu lugar & paisa oF campos agora fume 0 deserto depois comega ‘ums sirenalongingua (Ronald Polio, “Huminasdo artificial") 10 ‘Mas falar a sombra é também a notagio do siléncio, do inexprimivel, da vertigem. Diz Carlito Azevedo, em “Ao rés do chao”: a idéia é aleangar a outta esfera, Nio aquela onde tudo fui tao lento, nem a outra, comum no movimento, rasa tiltima, a roda da vertigem (esteja ela no fim ow na origem), a iddia € por as duas mos no centro nervoso do delirio (aquele vento Notagéo de um pensamento que é teatrali coreografia ¢ remete o poema aos poemas originais dal dade, o que queria Mallarmé e que Rancitre” diz. que nao sio itos do inconsciente coletivo, mas formas de mundaa ressis- car no ordenamento das palavras. Como em “Leitura do cris- tal”, de Duda Machado: Todo cristal propée essa meméria obscura (paisagem perdida entre informe ¢ ruina) ‘ou: a fenda de seus prismas. Hiaveria algo a buscar entre informe e 2 ruina que pasts pela meméria e a experiénela: um espessamenco. Diz Age Carvalho, em Ror:* a obra jogo de sombras- ‘mais sombra sobre sombra m: umbria. n Digitalizado com Camscanner " , ria preciso le «em “Meridiano” que seria p - conscitc Seropacies, que Valery reconhece na sua poe. resus diz que exavoltou acevar 0 pensamenco & altura eae aado. ino é nese poesia vOlTAFaM as interrogecoes sednis do homem numa arguitetura invisivel, que se fy Pree pancos da pégina, coma matctalidade mesma do poe. ser Eas mateialidade é buscada por todos eles; no poema, a Tineuagem adquire corporlidade. Nos versos de Marco Antonio Saraiva (Entre nerouras"), 0 corpo do poeta passa para a pégina: ‘Emendava as linhas da mao as linhas do papel, ‘escavando abismos na fina superficie de uma folha, até aque te pasane todo para o branco. Para Rancitre, nfo hd nenhum vestigio de uma filosofia na pocsia, mas ela € necessiria, inclusae latente na maneira espect- fica como 0 pensamento tem lugar, como a Idéia se inscreve em forma de poema, aquém das formas ordindrias do pensamento discussivo. Karl Heinz Bohrer” num artigo sobre 0 ético no «estético, comenta que com “barulho” ¢ “encenagio” nada se gar aa se fala ida, fla o carder intelectual Falaia na ate contemporinea, um pensamento maior, G0 profana que Benjamin vé nos sur chama de terceito estado, quecstaria na ilumina- realists, ou no que Musil reine lum estado aberto de imaginagio € teh cams de insans utépicos como parece noite ma estrada’, de Duda 7 a te pasagen tat de Dada Machao, “confluénca Pod cada dos eat Rt alguna poesia et presenta tn bastiéo, em A expreta, fala do "Vazio/corpe 2 apsortofem queda/na sombrasiléncio,” A incorporaggo do som- brio passa a ser linguagem no sentido do catastréfico e cambém do desconhecido. A sombra, como em Sebastizo “A magraes- finge/olha-me da sombra’, é trigica porque mantém o indeci- frdvel, numa pocsia que passa a ser mais interrogacio e suspen- s40 do que afirmacao. O coloquial, o tom de conversa, dio lu- gara uma poesia de pensamento, um pensamento que se faz no lugar dificil de uma imaginagio radical. Diz Duda Machado: a.uma onda extrema quer te levar 0 poema Id onde € tio dificil estar — onde é sem nome. Hd um erotismo nesse pensar. Como nos versos de Dora Ribeiro: reconheso as andangas da pele movimento compassado das linhas da mio ‘em diresio a0 wago do ténue respirar das idéias Toma corpo o pensamento que Merleau-Ponry* identifi- a no pintor, um sujeito que se deixa traspassar pelo mundo, gue se perde na linguagem e faz com que se rompa a forma cnvoltério para deixar a linha sonhar em arabesco. Em “La miel de Tépies’, diz Dora: “o poeta roca. linguafatings o Him cas idéias/aperta o sentido/extrai o que € feroz/e depois celebra o mel", Apostando no paradoxo, nsonho a lucides spares hme espanto: “acordar€ rarolbreve/um coche, piscar de oles poe onde ierompelo entrevisto erpanslde a somos! acordar éum, sonho” (Duda Machado, “Meridiano”). ; Se Rebes ‘Schwarz?’ vé em Francisco Alvim um Oswald revista luz de Drummond, problematizndo o pores rt setia Cabral o veo origindro de quaserodos, ¢ Deummant talvez Mutilo) problematizando construtivismo do primeiio, an Digitalizado com Camscanner ve finde Age de Carvalho” gE CMY A poy Ji Casta” Tmo heranga cabana, mas com hotdvel peda est ven went nate. COMO NESE Poeny Lreqidnca Te logo com Clan, inclusive na retornada dog ee cs fal canara priteros verso CINZAS, ta boca desombas, intenditada Pedra soba lings crtante, onde sempre tens 0 desettO, cesta pagina, gueto da letra pendida,judew: K (Ta paves, eva mais dura palavra -anuda, ima) Cinzas, tu boca desombras Nestes poemas no hé piada nem tom solene, arte nao é fazer bonito nem engragadinho, mas um trabalho em algo que resiste. E tem sua recompensa. Para Adorno, 0 momento de raver na arte protesta contra o cardter universal ¢ mediatizado de mercadoria; é,& sua mancira, mediatizavel: quem desaparece na obra dearteé por iso dispensado da miséria de uma vida que € sempre demasiado escassa. Os primeitos romanticos alemaes falavam de uma potencialie 30 da vida e de uma poetizagéo do ‘undo, claborndo «ida de uma poesia-pensamento como ot ce reflex infinia sobre si mesma, Criticos da Fadil: ©: rminicos propunham o que fas Sa, uma revolucio espritual. A poténcia de Gedociere "a para cles ao mesmo tempo a poten ida que nai ‘flo sobre si formas nova CH de elevarse pel ” A poesia como um pensar que desobjetiva, vai contra a objetividade da citneia, contea uma racionalidade que subsume tudo 4 economia, desorienta a Hist6ria, Para Carpeaux, Baude- faire era alto patamar, porque até a vida para leina formal, Agamben afirmna que Jidade é poténcia antagonista na sociedade de expe- © pensamento ¢ forma de vida, vida indissocidvel clese apresentava como pro iauilo, € qu de sua form ‘Nessa poesia, em que uma subjetividade radical possiilita a eseavagio da linguagem na diresio do obscuro, do inapresen- tdvel, no entanto, o eu apaga seus rastros como diz “Espécime”, de Duda Machado: “este animall-que artista-Is6 dé 0, pois de desfazer/seu proprio rast”, Além de sio Novalis, Kafla, Trakl e Baudelaire, de “Spleen: cais questionadores de uma modernidade solar, Lado a lado com o campo convive o cassino planetiio, em que se transformou a economia mundial. Agamben conta uma histéria de Kavafis, em que o poeta diz que os ingleses no podi- ‘am entender os gregos porque estes estavam na bancarrota hé muito tempo. Mas hoje, no entanto, haveria uma consciéncia da bancarzora geral. Pede-se agora mais que a ironia ea parédia, procedimentos moderistas. Seem Sebastiao Uchoa Leite airo- nia ainda domina, jf Duda Machado em “Vida nova", talvez referéncia 20 livro de Dante, insinua uma ultrapassagem: ‘Sim. “A ironia domina a vida" E a forma nfo pode desmenti-l Mas nfo faz falta uma perspectiva Que domine também a ironia? Nao s6 puros procedimentos estéticos, a ane € & poesia articulam uma ética como um regulative urépico. Procura-se refazet a paisagem, contra 0 fechamento € a dererminagio de formas ¢ xentidos fixos e acabados. Mas o perigo ronda, é preci- so afrontar as ameagas de sua imposicio, como em “Devoracio da paisagem” de Duda Machado. Digitalizado com Camscanner Dealgum lugass distance das retinas, a ferairrompe ‘ede pronto fs pasagem se conta yeeprest, repaso de signiicados com que fera realimenta sua fore. Apriagem novace arian brevdade de um instante como em “Duragio da paisagem’, o poema como tensio que, susten- tada, abre um espago-tempo OuttO. A partir daf =o mundo intacto ~ vai-se abrindo um espaco, paisagem nio preenchida, hrabitada somente perma dasa ,na qual, ds vezes, podemos existe. Pode-se lembrar Drummond de “Paisagem como se faz", no livro As impurzas do branco, er que esta se far de meméria, que € imaginacio e experiéncia, ¢ afirma o homem como maté- ria da paisgem. Em “Horizonte”, de Jilio Castafion Guimarses, da tensio entre 0 que a jan! i eo au 3 jane eel tecortar ¢ um interior de sombra nquadra”* resta apenas o essencial: sim o que insstente degrada 0 quadro é tudo tudo este crespo cansico e talver 4 imisica de sua imaginacao, Delineia-se, com a admissio da catéstrofe, uma paisagem a ser reimaginada, Ao falar a sombra, afirmam-se a insatsfagio com 0 que existe € a persisténcia naquilo que fica ainda por dizer. Configura-se uma postica trdgica. E s6 0 trigico, como econhecimento de que algo sempre permanece inacessivel & ‘onsciéncia, possibilita uma nova inteligéncia do real. Sea poe- sia é danga, enquanto movimento da linguagem no avesso da acionalidade pragmdtica, fica a possibilidade de uma outra rea- lidade a ser feita, como em A alma e a danca de Valéry, em que a dancarina tece a terra, a existéncia, com seus passos.. ‘Camus diz no Mito de Sisifo que nao ha sol sem sor é preciso atravessara noite. Finalidade sem fim para a poesia, por isso mesmo (num mundo cm que nada gratuito), articulam a possibilidade de travessia. No meio encenagio ¢ do barulho contemporaneos hd alguma poesia ten- tando tornar isso posstvel. Um olhar trégico adensa 0 pensa- ‘mento ¢ apura a poesia num momento em que pensar se coloca ‘como um obstéculo ao cassino planetério. Notas + Este texto foi apresertado no congresso da ABRALIC de 2002 publicdo no volume Formas e mediagées do tigico moderno. Org, Finaz-Agré © Vecchi, io Paulo: Unimarco, 2004. Duda Machado, Marger de uma onda. Sio Pale: Eicra 34, 1997, p27. » Uchoa Leite, Sebastiso. A fio vida, Sto Paul: Editora 34,1993 “Costa Lima, L. “A poesia dtona de Sebastifo Uchoa Leite.” Pesan nor Imdpices. Rio: Roceo, 1991. i 3 Roquette Pinto, Claudia. Zone de sombre. Rio de Janeiro: 7Letrs, 1997. * Paul Celan, Are podtica O meridian eonrs tts Trdg orgsniaasio de Jofo Barrento, Lisboa: Cotova, 1996 "Debord, Guy. A socedade do peta, Rio de Janeiro: Conteapos * Agamben, Giorgi. Moyen sans fn. Pais: Rivage, 1995. to, 1997. Digitalizado com Camscanner

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