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NOTA DE APLICAÇÃO:

HDLC Cisco

1 - INTRODUÇÃO

A Cisco, fabricante de equipamentos de rede tais como roteadores e switches, utiliza em


seus produtos um protocolo proprietário conhecido como HDLC Cisco ou cHDLC. Este protocolo
tem como objetivo interligar LANs por meio de WANs. É baseado no protocolo HDLC,
padronizado pela ISO em 1979, porém com algumas melhorias, como suporte a multiprotocolos e
monitoração da qualidade do enlace.

2 - CARACTERÍSTICAS

2.1 – ENCAPSULAMENTO

A estrutura de quadro do cHDLC é a seguinte:

• O campo ADDRESS pode ser 0x0F para pacotes unicast ou 0x8F para pacotes broadcast.
• O campo CONTROL é sempre 0.
• O campo PROTOCOL define o tipo de protocolo encapsulado no quadro. Normalmente
esses códigos seguem o padrão Ethernet. A Cisco criou alguns códigos adicionais para
suportar pacotes que não tinham sido previstos pelo padrão Ethernet. A seguir listamos
alguns exemplos:

Valores padrão Ethernet:


0x0200 PUP
0x0600 XNS
0x0800 IP
0x0804 Chaos
0x0806 ARP
0x0BAD Vines IP
0x0BAF Vines Echo
0x6003 DECnet phase IV
0x8019 Apollo domain
0x8035 Cisco SLARP
0x8038 DEC bridge spanning tree protocol
0x809B Apple EtherTalk
0x80F3 AppleTalk ARP
0x8137 Novell IPX

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Valores adicionais criados pela Cisco:


0x0808 Frame Relay ARP
0x4242 IEEE bridge spanning protocol
0x6558 Bridged Ethernet/802.3 packet
0xFEFE ISO CLNP/ISO ES-IS DSAP/SSAP.

• O campo INFORMAÇÃO contém o pacote a ser transportado.


• O campo FCS contém o Frame Check Sequence para controle de erros.

2.2 – SLARP

O protocolo desenvolvido pela Cisco utiliza os quadros mostrados no item anterior,


identificados pelo código 0x8035 no campo PROTOCOL e é chamado de SLARP (Serial Line
Address Resolution Protocol). O protocolo SLARP possui duas funções básicas: determinar
dinamicamente o endereço IP das pontas envolvidas na comunicação e manter o enlace ativo por
meio da troca de pacotes chamados keepalive. Para diferenciar essas duas funções, são definidos
três tipos de quadros: o SLARP Request (código 0), o SLARP Reply (código 1) e o SLARP
Keepalive (código 2).
O protocolo SLARP não suporta configurações de rede complexas. A comunicação serial
ponto-a-ponto tipicamente utiliza uma máscara de sub-rede de 30 bits, ou seja, só existem 4
endereços IP definidos na rede: endereço 0, que significa a própria rede; endereço 1 que será um
host; endereço 2, o outro host; e endereço 3, o endereço de broadcast. Concluindo, para determinar
dinamicamente os endereços IP, o protocolo SLARP assume que as duas pontas da linha de
comunicação de dados, A e B, pertencem à mesma sub-rede e portanto as duas máquinas possuirão
endereços IP com finais 1 e 2. O host no lado A envia o pacote SLARP Request para o host no lado
B, solicitando que esse responda qual o seu endereço IP, por meio de um pacote SLARP Reply. Em
seguida, o host A tenta determinar o seu próprio endereço IP baseado no endereço do host B. Caso o
host B possua endereço 1, o host A assume o endereço 2 e vice-versa. Contudo, caso o host B
responda com um endereço diferente de 1 ou 2, o host A assume que não é possível estabelecer um
enlace por meio do protocolo SLARP. A figura abaixo ilustra esse processo.

Figura 1: Troca de pacotes no protocolo SLARP

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Para manter a integridade do enlace, o protocolo SLARP utiliza os pacotes de keepalive.


Cada um dos lados envia periodicamente para o lado oposto um pacote desse tipo. O intervalo típico
entre o envio desses pacotes é de 10 segundos e ambas as pontas devem utilizar o mesmo intervalo
para garantir a confiabilidade da operação. Cada uma das pontas mantém também uma contagem
através de números de sequência que são incrementados a cada pacote enviado. Através da
comparação dos números de sequência transmitidos e recebidos (ambos presentes no pacote de
keepalive) é possível monitorar a perda de pacotes no enlace garantindo a integridade do mesmo.
Uma diferença superior a 3 entre os números de sequência transmitidos e recebidos é suficiente para
considerar o enlace não-íntegro. Nesse momento essa informação é reportada aos protocolos de
nível superior e o enlace deve ser reestabelecido por meio do envio de um novo pacote de SLARP
Request. Quando isso ocorre a contagem dos pacotes de keepalive é zerada e reiniciada.

3 - COMO TESTAR O cHDLC COM O TSW200E1

O instrumento TSW200E1 possui um módulo de software específico para se testar a


integridade de um enlace através do protocolo HDLC Cisco. Este módulo consiste em três testes: o
PING, o MONITOR e o TRACEROUTE.

3.1 - TESTE DE PING

O teste de PING é implementado no nível 3 do modelo de camadas OSI. É realizado em uma


interface usuário/rede (UNI - "user-network interface") e permite verificar se o enlace está ativo e se
há integridade nesse enlace. Acompanha o envio e recebimento dos quadros para detecção de erros.
Permite, ainda, a verificação da conectividade fim a fim dentro da rede e dos tempos de resposta de
pontos remotos através do envio de pacotes de PING. Abaixo é mostrado um diagrama do teste de
PING.

Figura 2: Diagrama do teste de PING.

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3.1.1 - CONFIGURANDO O TSW200E1

Antes de iniciar qualquer teste com o TSW200E1, é necessário configurá-lo corretamente.


Uma configuração típica para este teste seria:

• Interface - V.35;
• Período de teste - contínuo;
• Fonte do Clock de Transmissão - Externo: gerado pelo modem;
• Transição do Clock de Transmissão para a leitura do dado (se Externo) - Normal (descida);

Opções do SLARP:

• SLARP Request: YES/NO. Define qual dos lados envia o SLARP request. A ponta que vai
solicitar o IP fica como YES. A outra, que vai fornecer o IP, fica como NO.
• IP local: Só deve ser configurado caso a opção anterior seja NO. Caso contrário, após a troca
de pacotes SLARP request/reply, o equipamento automaticamente preenche esse campo com
o endereço IP recebido da ponta remota.
• IP do Peer: Não precisa ser configurado, pois esse campo é preenchido automaticamente
pelo TSW200E1. Após a troca de pacotes SLARP request/reply, o TSW200E1 vai receber o
IP da outra ponta, independente se a iniciativa do request foi feita do lado local ou do lado
remoto.
• Keepalive: 10 segundos

Opções do ICMP:

• IP remoto: IP que se pretende "pingar".


• Size: 100. Tamanho em bytes do campo de dados do quadro de Echo Request do ICMP
(Ping).
• Ping Rate: 1 segundo. Manda um ping por segundo.
• Ping Count: Contínuo. Manda ping até que o usuário acione F3 (STOP) para parar o Ping e
manter o enlace ativo ou até que o usuário encerre o teste acionando a tecla START/STOP.

3.1.2 - RODANDO O TESTE

Uma vez configurado e iniciado o teste, o TSW200E1 efetua a troca de pacotes SLARP
Request e SLARP Reply com a ponta remota. Nessa fase os endereços IP são identificados e logo
em seguida é iniciada a troca de pacotes SLARP keepalive para se verificar a integridade do enlace.
As telas a seguir mostram como é realizado o teste.

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Figura 3: Telas mostrando a execução do teste de PING do TSW200E1

Nesse tipo de teste o objetivo principal é verificar a perda de pacotes. Somente dessa
maneira o técnico poderá garantir a integridade do link. Deve-se então deixar o TSW200E1
"pingando" a ponta remota (normalmente o roteador da central) durante um tempo pré-definido, que
geralmente varia de 15 minutos até 1 hora, podendo em alguns casos ser até superior. Durante a
execução do teste, o técnico deve monitorar as duas últimas telas mostradas na figura 3, checando
sempre se estão sendo recebidos quadros errados na tela cHDLC e se a quantidade de pacotes
transmitidos e recebidos na tela SENDING PING está igual.

3.2 - TESTE MONITOR

Este modo de teste permite monitorar um enlace que utiliza o protocolo HDLC da Cisco,
verificando o tráfego em um determinado sentido de cada vez e plotando o gráfico. Este gráfico
pode ter resolução de 1 a 99 segundos e armazena os 120 últimos pontos. Por exemplo, se a
resolução for de 60 segundos, o gráfico apresenta uma raia por minuto e a altura da raia será o
tráfego médio em Kbps para aquele minuto. Nesse caso ficarão armazenadas as últimas 2 horas de
teste (120 raias). Quando o operador encerra o teste, o gráfico fica armazenado em memória e pode
ser vizualizado no display e impresso.

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Nesse modo o TSW200E1 não transmite nada, apenas recebe. Há a necessidade de um cabo
especial para a monitoração (cabo W), de modo que seja possível capturar os dados nos dois
sentidos do teste, mas sempre um de cada vez. Somente a interface G703 não necessita deste cabo,
bastando um conector para cabo coaxial tipo T. As conexões podem ser vistas na figura abaixo:

Figura 4: Diagrama do teste MONITOR.

A maior utilidade desse teste é fornecer para o técnico um histórico do tráfego de dados
existente entre o cliente e a central. Dessa maneira problemas (picos de tráfego, por exemplo) que
só acontecem em determinados momentos podem ser mais facilmente localizados analisando o
gráfico. Além disso, como o gráfico mede a taxa real de dados, em Kbps, o técnico pode facilmente
checar como está o tráfego do cliente naquele momento. A figura abaixo mostra a tela do
TSW200E1 exatamente como o técnico a vê, durante o teste MONITOR.

Figura 5: Tela do teste MONITOR no TSW200E1.

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3.3 - TESTE TRACEROUTE

Este modo de teste permite descobrir a rota percorrida na Internet para se chegar a um
determinado local designado pelo seu endereço IP. Cada roteador encontrado pelo caminho é
identificado pelo seu endereço IP e é estimado o tempo necessário para se chegar até ele, em 3
tentativas. O resultado é apresentado no display do TSW200E1.

Figura 6: Diagrama do teste TRACEROUTE.

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