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Jantar no hotel central

1-Tomás de Alencar, Craft, João de Ega, Jacob Cohen, Dâmaso Salcede e Carlos da
Maia
2-Carlos da Maia

Português com uma educação britânica e por isso vítima de um diletantismo e


ociosidade que o impedem de concretizar os seus projetos e vencer; Não se
encontra ainda integrado na sociedade lisboeta, apenas comentando em alguns
aspetos. Afirma-se também como defensor das ideias românticas, criticando que “o
mais intolerável no realismo eram os seus grandes ares científicos”, e também pode
ser considerado patriota quando defende que “ninguém há-de fugir, e há-de-se
morrer bem”.

Craft
Eça identifica nesta personagem o “homem ideal”. Neste episódio pouco se sabe
sobre ele, apenas que é inglês, e como tal, pressupõe-se que recebera uma educação
à inglesa. Não tem muita importância na acção, quase não participa nas conversas,
reage de forma “impassível”, contudo é a favor da resistência aos espanhóis.

Dâmaso Salcede
Interveniente que representa os defeitos da sociedade. “Um rapaz baixote, gordo,
frisado como um noivo da província, de camélia ao peito e gravata azul-celeste”.
Procura aparentar um “ar de bom senso e de finura”, é considerado um português
vulgar de estrato social privilegiado. Dá asas à sua vaidade e futilidade falando dos
pormenores das suas viagens e exibindo uma predileção pelo estrangeiro, “...é
direitinho para Paris! Aquilo é que é terra! Isto aqui é um chiqueiro...”. Acompanha
todos os movimentos de Carlos dando-lhe grande importância, de modo a que possa
imita-lo e assim assumir perante a sociedade um estatuto social digno e respeitável.

Jacob Cohen
Símbolo da alta finança de Portugal oportunista, homem de estatura baixa,
“apurado, de olhos bonitos, suíças tão pretas e luzidias” e com “bonitos dentes”.
Neste jantar conheceu Carlos e destacou a sua posição superior que toma perante a
sociedade. Casado com Raquel, amante do joão de ega.

João da Ega
Personagem que mais intervêm no episódio do Hotel Central, forte defensor das
ideias Naturalistas /Realistas. Exagerado nos argumentos que fundamentam as suas
opiniões e na defesa das suas ideias revolucionárias. Advoga que “ à bancarrota
seguia-se uma revolução” e que desta forma, Portugal seria um grande beneficiário.
Foi ele quem promoveu o jantar, em homenagem ao Jacob Cohen.

Tomás de Alencar
Um “indivíduo muito alto, todo abotoado num casaco preto, com uma face magra,
olhos encovados”, nariz curvado, bigodes compridos, “calvo na frente”, “dentes
estragados” e “testa lívida”.
“Camarada”, “inseparável” e “íntimo” de Pedro da Maia, apresentado no jantar do
Hotel Central, a Carlos da Maia, o poeta possuía um ar “antiquado”, “artificial” e
“lúgubre”. Considerado um “gentleman”, “ generoso” e um “patriota à antiga”.
Alencar tivera antes de seguir o caminho da literatura uma vida “de adultérios,
lubricidades e orgias” . Personagem que representa o típico poeta português, autor
de “Vozes de Aurora”, “Elvira”, “Segredo do Comendador” e outros. Símbolo do
Ultra-Romantismo, contendo um idealismo extremo e exagerado. Contudo vê-se
confrontado com os princípios Naturalistas/Realistas defendidos por Ega.
3-Jantar no hotel central em honra de Cohen
4- A literatura e a crítica literária, finanças e história política
5- A literatura e a crítica literária
Quanto à Literatura e à crítica literária, houve uma grande discussão entre João da
Ega, que defendia o Naturalismo/Realismo e Tomás de Alencar que defendia o Ultra-
Romantismo. Ega exagera defendendo o cientificismo na literatura e não distingue
ciência e literatura. Craft entra na discussão, defendendo a arte como idealização do
que de melhor há na Natureza
Estes dois movimentos literários divergem frequentemente ao longo do jantar.

Finanças
A bancarrota é um dos assuntos polémicos, que critica de forma irónica o país.
Portugal apresenta necessidade de fazer empréstimos ao estrangeiro. Cohen
defende que o destino do país é parar a bancarrota
Critica: a burgueia tacanha governa mal (incompetencia da classe), o ócio de uma
elite diletante que se monstra incapaz de governar, degradação financeira do pais

História política
A Bancarrota é outro tema tratado neste jantar que também gerou alguma
polémica, tendo sido apresentada como solução a Invasão Espanhola. Ora esta
invasão Espanhola iria ter consequências em Portugal, entre as quais: a renovação
de Portugal a vários níveis, afastamento da Monarquia e a Implantação Da
Republica.
Segundo Ega, uma invasão seria a solução para a bancarrota e deste modo Portugal
sairia revolucionado. No entanto, Alencar teme a invasão espanhola, defendendo o
romantismo político.
6- Uso da hipálage (figura de linguagem que atribui a um ser uma característica
pertencente a outro, com o qual mantém uma relação na situação comunicativa) -
(... passou-lhe para os braços uma deliciosa cadelinha escocesa ...”)
Uso da adjetivação- (... uma senhora alta, loira, com um véu muito apertado e muito
escuro que realçava o esplendedor da sua carnação ebúrnea”.)
Uso expressivo do advérbio-“E quis imediatamente mostrar a Carlos ...” “ Carlos,
muito seriamente, aconselhou-lhe...)
Uso do Gerúndio- “... a famosa Vila Balzac, que esse fantasista andara meditando e
dispondo ...”
Uso do diminutivo com valor pejorativo - “Num galopezinho muito seguro a direito-
disse Cahon sorrindo
7- As posições tomadas por Ega, face aos temas discutidos, espelham e assimilam-se
à Geração Revolucionária de Coimbra. Pois, tais atitudes traduzem uma vontade
insaciável de modificar Portugal e torná-lo num país melhor, próprias desta geração.
8- Eça pretende criticar a decadência nacional, proclamando a necessidade da
bancarrota e de uma invasão espanhola para conscientalizar os portugueses para a
necessidade de uma mudança.

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